sábado, 17 de abril de 2010

29999/30000/01/02/03/04/05

29999

“Recolhida em seu canto, delicada,”
Presença que deveras não esqueço
O amor ao conhecer seu endereço
Percebe em suas mãos, como as de fada
A maciez e ao mesmo tempo o apoio
Que tanto ainda sinto; mesmo ausente
Carinho que decerto me apascente
Sabendo discernir trigo de joio,
E acima disto tudo, perdoar,
Nas horas mais difíceis é meu cais
Momentos tão sublimes, divinais
Na imensa claridade em luz solar,
As rosas, jasmins, lírios no canteiro
O amor eterno e puro: o verdadeiro!



30000

“Conversando com Deus (assim presumo)”
Um anjo que se fez aqui, mulher
E ensinava a enfrentar o que vier
Mantendo com firmeza essência e sumo,
Assim como fizera a vida inteira
De todos os momentos, mãe e amiga
E nela esta beleza que se abriga
Da mais suprema luz, a mensageira.
Vencer as tempestades com ternura
As perdas naturais, saber vencê-las
E quando se percebem mais estrelas
O céu se engrandecendo em tal moldura,
Ao conhecer de perto tanto afeto,
Jesus com seu cordeiro predileto!

30001

“Ela irradia a paz, só conhecida”
De quem com Deus conhece o Seu caminho
E quando desta luz em me avizinho
Renovo com certeza a minha vida.
E tendo a cada passo esta certeza
Não temo mais as dores nem a morte,
Sabendo ser tão claro este suporte,
Uma haste em redenção traz a firmeza
A quem ao se embrenhar em noite escura
Depois de tantas lutas vida afora
Enfrenta a fera imensa que devera
Nem mesmo a fúria insana me tortura,
Encontro do passado a claridade
Que mesmo tão distante é forte e invade.


30002


“De quem, da vida, sabe o exato rumo”
E tem total controle do timão,
Por mais que estas borrascas se farão
Presentes, com seu braço eu já me aprumo
E sei do caminhar em pedregulhos,
Sem ira, sem cobiça ou vaidade
Sem nada que deveras me degrade
Tampouco me tomando os vis orgulhos,
Eu tenho em meu olhar belo horizonte
E mesmo se brumosa esta manhã
A vida não se mostra nunca vã
Ao ver esta beleza que desponte
Qual fora eterno sol ao me guiar
Com toda a mansidão deste luar...



30003


“Esta mulher, enfim, é tão querida”
E tanto me faz bem só por poder
Dizer do quanto existe no meu ser
Daquela que se fez em despedida,
Mas nunca se ausentando dos meus olhos,
Na paz e na completa sensação
De ter no alvorecer a direção
Jardim pleno de rosas, sem abrolhos,
Assim ao me lembrar quando menino
Das belas tardes, noites, dias, luz...
O amor que em tanto amor se reproduz
Gerando este cenário e eu me fascino
Somente por poder ter sido enfim,
Mais uma rosa viva em seu jardim.


30004

“Que, no seu nome, sinto que resumo”
A mágica beleza em humildade,
Vencendo com ternura o que degrade
E traça com doçura o sacro rumo,
Alvissareira a vida de quem ama
E sabe perdoar, isso aprendi
E trago sempre vivo, pois aqui
Daquela que se foi mantenho a chama
E chamo vez em quando por seu nome
Durante os meus tormentos tão freqüentes
Os dias que virão iridescentes
A fera dentro em mim que o amor já dome
E faça da tempesta a calmaria
Clamando por meu norte que é Maria.


30005


“A mais santa mulher que vi na vida”
Razão destes meus versos e se vê
Na imensidade azul o seu por que
De tantos labirintos, a saída
A sorte foi comigo benfazeja
E pude conhecer assim de perto
Quem tendo um horizonte sempre aberto
Mesmo que tão distante inda azuleja
O rumo deste que se fez poeta
E quando a vida corta e sangra; eu tenho
Divina imagem feita em manso cenho
E toda este caminho se completa
Naquela a quem se fez sobejo mote
E assim encerro aqui neste estrambote:

“Seu nome,
Só podia ser Maria!
Maria, paz infinita,
Maria, também DO CARMO!
Do Carmo, também CARMITA!”

Nenhum comentário: