quinta-feira, 20 de outubro de 2011

20/10

Permite que se doure a fantasia,
Ou mesmo se anuncie nova sorte
Ainda quando vejo o que comporte
A luta noutra face em ironia,

A senda quantas vezes se queria
Marcando o que pudera em tal suporte
Na farsa mais comum nada suporte
Senão a mesma angústia, esta utopia.

Revejo tantos erros do passado
E cevo meu caminho desolado
Tentando coletar uma esperança,

Granando no vazio sem proveito,
Apenas quando sinto e me deleito
A sorte se desenha sem pujança.

2

Nos olhos de quem ama firmemente
A face especular trama o reflexo
Enquanto se presume mais perplexo
O sonho ao invadir a fria mente

E sei do quanto possa e não somente
Viceja a fantasia e quando a anexo
Bebendo cada gole perco o nexo,
E toda esta emoção a vida sente.

Recalculando o tempo que inda resta
Prepara o coração diversa festa
E vibra em concordância ou mesmo ilude.

E quando vi mortalha, noutro instante
O tanto que pudera não garante
Sequer esta imperfeita juventude.



3

A vida se transforma enquanto vejo
A sorte que buscara mais distante
O passo quando tenta novo instante
Deixando para trás todo o cortejo,

A senda refletindo este azulejo
Que possa se tornar bem mais brilhante
Tramando na esperança o que agigante
A sensação que tanto ora desejo.

Trapaças de uma sina sem paragem,
Estrelas que eu carrego na bagagem
São meras fantasias, nada mais.

O verso sem sentido, a voz sombria
Aonde novo encanto poderia
As sortes são deveras tão venais.

Nenhum comentário: