sábado, 22 de outubro de 2011

22/10


Promete esta colheita feita em luz
E nada mais se vendo noutro rumo,
Somente o que decerto eu não consumo
E sei quando a verdade não produz,

O vórtice gerando a mesma cruz
Que tanto carreguei e não resumo
No fato aonde tanto me acostumo
Gerando o que buscasse e me conduz.

Refletes o passado simplesmente
E bebo cada gole do que tente
Vencido este andarilho sem futuro.

Depois de tantos erros do passado,
O verso se mostrando sonegado
E o porto jamais possa ou asseguro.

2



Craveja em diamantes meu destino
Quem tanto fez e quis o puro amor,
O verso invade o sonho, trovador
E disto noutro tom já me fascino.

O quanto percebera e não domino,
A luta se travando em força e cor
Mereço tantas vezes recompor
Cenário pelo qual eu me alucino.

Vestígios de uma luta incandescente
A sorte noutro tanto não se sente
E bebe do vazio e nada mais,

Reparo muito bem nesta jornada
E sei que no final dará em nada,
Distante do que outrora fora um cais.

3
Criando um Eldorado em fortaleza,
Meu mundo se prepara para a guerra
E nada do que possa já desterra
A solidão prossegue sempre ilesa.

Ainda da esperança mera presa,
O vento com certeza ora descerra
Buscando no horizonte a imensa serra
E nela toda a luta diz nobreza,

Meu canto sem encanto se perdendo
O dia noutro tom diverso e horrendo
A morte se aproxima ou mesmo toma,

A noite não pudera ser diversa
Enquanto a minha vida se dispersa,
Minha alma se entranhando em rude coma.

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