BELEZA RARA
Nesta beleza rara, escultural,
Suave calmaria leva o mar.
Contorno de vitória triunfal,
No campo das batalhas do luar.
Beiras à perfeição, és divinal,
Uma sílfide leva-me a sonhar.
Beleza sem igual, fenomenal,
Tradução mais correta: verbo amar.
A boca carmesim, doce e pequena,
Os olhos exclamando: formosura,
Acena com propósito de cura.
As pálpebras fechadas: vera cena,
Dormita tão serena criatura.
Acordado, venero esta morena!
MARCOS LOURES
PARA TANTOS, PRINCIPALMENTE MARCOS GABRIEL, MARCOS DIMITRI E MARCOS VINÍCIUS. MINHA ESPERANÇA. RITA PACIÊNCIA PELA LUTA.
sábado, 25 de agosto de 2012
OS PÉS CALEJADOS
OS PÉS CALEJADOS
Tantas vicissitudes nesta vida,
Os pés tão calejados, descaminhos.
Sabendo que esta noite está perdida,
Vencendo velhos sonhos, tão daninhos.
Abismos escondidos que se afloram,
Roubando as esperanças que nasciam.
O roxo destes lírios que descoram,
Meus olhos tão tristonhos, não sabiam.
Mas vivo coração não quer o fim,
Reluta e tira o luto que vestira.
Mortalha abandonada, rasgo; enfim...
Transformo a solidão, tira por tira.
E solto minhas asas deste abismo,
Nos braços deste amor, com otimismo.
MARCOS LOURES
Tantas vicissitudes nesta vida,
Os pés tão calejados, descaminhos.
Sabendo que esta noite está perdida,
Vencendo velhos sonhos, tão daninhos.
Abismos escondidos que se afloram,
Roubando as esperanças que nasciam.
O roxo destes lírios que descoram,
Meus olhos tão tristonhos, não sabiam.
Mas vivo coração não quer o fim,
Reluta e tira o luto que vestira.
Mortalha abandonada, rasgo; enfim...
Transformo a solidão, tira por tira.
E solto minhas asas deste abismo,
Nos braços deste amor, com otimismo.
MARCOS LOURES
TEUS OLHOS
TEUS OLHOS
Teus olhos, meus faróis, e meu destino...
Na mansidão da noite que ilumina
A vida perseguindo nossa sina
O mundo que me fez o teu menino...
Se posso, meu compasso é desatino
Na tua mão tão fria determina
Estrada que se fez em fonte e mina.
Novo sonho, verdade não domino,
Apenas viverei a cada dia
O dia que não tive nem teria
Se não fossem teus olhos dominantes;
Meu barco e minha lua, um horizonte
Perdido e recontado, seio e monte;
Quando nessa noite somos dois amantes!
MARCOS LOURES
Teus olhos, meus faróis, e meu destino...
Na mansidão da noite que ilumina
A vida perseguindo nossa sina
O mundo que me fez o teu menino...
Se posso, meu compasso é desatino
Na tua mão tão fria determina
Estrada que se fez em fonte e mina.
Novo sonho, verdade não domino,
Apenas viverei a cada dia
O dia que não tive nem teria
Se não fossem teus olhos dominantes;
Meu barco e minha lua, um horizonte
Perdido e recontado, seio e monte;
Quando nessa noite somos dois amantes!
MARCOS LOURES
O MUNDO SE MOSTRANDO UM LABIRINTO
O MUNDO SE MOSTRANDO UM LABIRINTO
O mundo se mostrando um labirinto
Mistérios que encontramos pela vida.
Angústia que se faz em despedida,
Vazio que decerto já pressinto.
Porém a natureza em seu instinto
Nos dá sem perceber uma saída
Mesmo que a sorte caia já vencida,
Um fogo de esperança eu sempre sinto
Vestido pelo amor tão benfazejo
De quem nos concedeu um braço forte.
Sanando com ternura qualquer corte,
Trazendo um belo cais que enfim prevejo.
Vencendo qualquer medo; cedo ou tarde
Contamos com poder de uma amizade.
MARCOS LOURES
O mundo se mostrando um labirinto
Mistérios que encontramos pela vida.
Angústia que se faz em despedida,
Vazio que decerto já pressinto.
Porém a natureza em seu instinto
Nos dá sem perceber uma saída
Mesmo que a sorte caia já vencida,
Um fogo de esperança eu sempre sinto
Vestido pelo amor tão benfazejo
De quem nos concedeu um braço forte.
Sanando com ternura qualquer corte,
Trazendo um belo cais que enfim prevejo.
Vencendo qualquer medo; cedo ou tarde
Contamos com poder de uma amizade.
MARCOS LOURES
TANTAS VEZES
TANTAS VEZES
Tantas vezes as dores enroscavam
Qual serpe numa cérvice infeliz.
Mesmo silente a vida tanto diz
Em palavras venais nos torturavam.
Os dias solitários que sangravam
Forrando uma pobre alma em cicatriz.
Meus olhos tão vazios já nevavam
E, cegos não sabiam de um matiz
Que o céu enfim promete pra quem ama
E tem a companhia deste amor.
Por mais que leve e branda seja a chama
Os laços da amizade são mais fortes
E trazem contra a dor de quaisquer portes
Um hálito divino e salvador...
MARCOS LOURES
Tantas vezes as dores enroscavam
Qual serpe numa cérvice infeliz.
Mesmo silente a vida tanto diz
Em palavras venais nos torturavam.
Os dias solitários que sangravam
Forrando uma pobre alma em cicatriz.
Meus olhos tão vazios já nevavam
E, cegos não sabiam de um matiz
Que o céu enfim promete pra quem ama
E tem a companhia deste amor.
Por mais que leve e branda seja a chama
Os laços da amizade são mais fortes
E trazem contra a dor de quaisquer portes
Um hálito divino e salvador...
MARCOS LOURES
MENINA MULHER
MENINA MULHER
Malícia nos teus olhos de menina,
Melancolia trazes, risos tristes...
Mistérios: tua lua cristalina...
Martírios dos amores que resistes...
Misantropia e luta, tua sina...
Molecagem, brinquedos, nada omites,
Metódica, trazendo luz divina...
Mediadora, os conflitos, dedos ristes,
Maciez travas beijos e mordidas...
Me manejas do modo que quiser,
Mansidão ultrapassa nossas vidas,
Meiguice rebentando quando quer,
Mazelas que consolas, reunidas,
Me mostram teu perfil, M, mulher...
MARCOS LOURES
Malícia nos teus olhos de menina,
Melancolia trazes, risos tristes...
Mistérios: tua lua cristalina...
Martírios dos amores que resistes...
Misantropia e luta, tua sina...
Molecagem, brinquedos, nada omites,
Metódica, trazendo luz divina...
Mediadora, os conflitos, dedos ristes,
Maciez travas beijos e mordidas...
Me manejas do modo que quiser,
Mansidão ultrapassa nossas vidas,
Meiguice rebentando quando quer,
Mazelas que consolas, reunidas,
Me mostram teu perfil, M, mulher...
MARCOS LOURES
CATIVO DOS TEUS OLHOS
CATIVO DOS TEUS OLHOS
Tornaste-me cativo de teus olhos,
Tão mansos, tão suaves, tão serenos.
Tornando meus caminhos mais amenos,
A flor felicidade traz em molhos...
Amar que sempre achei ser meu direito,
Agora não disfarço, num mergulho.
Saber-te, com certeza é meu orgulho.
Poder dizer ao mundo, satisfeito,
Que, em toda minha vida, tive sorte,
Encontro novo porto onde se aporte
A nau que já pensei ter naufragado.
Ao meu destino vou iluminado
Pelas luzes mais belas que já vi.
Que por favor divino, estão aqui!
MARCOS LOURES
Tornaste-me cativo de teus olhos,
Tão mansos, tão suaves, tão serenos.
Tornando meus caminhos mais amenos,
A flor felicidade traz em molhos...
Amar que sempre achei ser meu direito,
Agora não disfarço, num mergulho.
Saber-te, com certeza é meu orgulho.
Poder dizer ao mundo, satisfeito,
Que, em toda minha vida, tive sorte,
Encontro novo porto onde se aporte
A nau que já pensei ter naufragado.
Ao meu destino vou iluminado
Pelas luzes mais belas que já vi.
Que por favor divino, estão aqui!
MARCOS LOURES
NO CORTE DA NAVALHA
NO CORTE DA NAVALHA
Ah! Quando dispersei essa esperança
Em nome da certeza do futuro;
Não sabia que a vida não se cansa,
De fingir-se leal, porto seguro.
Ao tentar destruir esta aliança,
O claro sentimento fez-se escuro.
Tempestade abortando uma bonança,
A sorte se escondeu detrás do muro...
O mar que fora meu, virou deserto,
O frio de minha alma congelou.
A solidão feroz, ronda por perto,
A paz se fez distante, na batalha.
O nada simplesmente me sobrou,
No corte tão profundo da navalha!
MARCOS LOURES
Ah! Quando dispersei essa esperança
Em nome da certeza do futuro;
Não sabia que a vida não se cansa,
De fingir-se leal, porto seguro.
Ao tentar destruir esta aliança,
O claro sentimento fez-se escuro.
Tempestade abortando uma bonança,
A sorte se escondeu detrás do muro...
O mar que fora meu, virou deserto,
O frio de minha alma congelou.
A solidão feroz, ronda por perto,
A paz se fez distante, na batalha.
O nada simplesmente me sobrou,
No corte tão profundo da navalha!
MARCOS LOURES
PERDER-ME EM TUAS TRILHAS
PERDER-ME EM TUAS TRILHAS
Meu amor traz no peito bem marcado,
Com garras penetrando, bem profundo
Meu canto, de tristezas, compassado
Um grito, me trazendo o fim do mundo.
Amor meu, de teus beijos sou, me inundo
Meus abraços nos braços teus, atado
Vou, conheço o mergulho em que me afundo,
Nesse louco prazer, desesperado.
Quero, bem mais que tudo conhecer,
Os limites sem rumo da paixão,
Beijando, em tua boca conceber,
Tudo quanto pudera, o coração,
Quero aprender a ler nesse abc,
Vou perder-me nas trilhas, teu sertão...
MARCOS LOURES
Meu amor traz no peito bem marcado,
Com garras penetrando, bem profundo
Meu canto, de tristezas, compassado
Um grito, me trazendo o fim do mundo.
Amor meu, de teus beijos sou, me inundo
Meus abraços nos braços teus, atado
Vou, conheço o mergulho em que me afundo,
Nesse louco prazer, desesperado.
Quero, bem mais que tudo conhecer,
Os limites sem rumo da paixão,
Beijando, em tua boca conceber,
Tudo quanto pudera, o coração,
Quero aprender a ler nesse abc,
Vou perder-me nas trilhas, teu sertão...
MARCOS LOURES
MINHA AMIGA VERDADEIRA
MINHA AMIGA VERDADEIRA
Amada, minha amiga verdadeira
Das horas complicadas e ferinas.
Minha alma dolorida e caminheira
Encontra tuas mãos quase divinas.
Na mesa que partilho uma esperança
O pão desta alegria que me trazes
Garante, com certeza uma festança
Além do que sabemos ser capazes
Se vamos isolados pela vida,
Se estamos divididos, passo a passo.
Por isso, amada amiga tão querida,
Atemos bem mais forte nosso laço
E vamos, destemidos, ‘té o fim,
Regando cada flor deste jardim...
MARCOS LOURES
Amada, minha amiga verdadeira
Das horas complicadas e ferinas.
Minha alma dolorida e caminheira
Encontra tuas mãos quase divinas.
Na mesa que partilho uma esperança
O pão desta alegria que me trazes
Garante, com certeza uma festança
Além do que sabemos ser capazes
Se vamos isolados pela vida,
Se estamos divididos, passo a passo.
Por isso, amada amiga tão querida,
Atemos bem mais forte nosso laço
E vamos, destemidos, ‘té o fim,
Regando cada flor deste jardim...
MARCOS LOURES
EM TEU CORPO
EM TEU CORPO
Em teu corpo escrever mil poesias,
Usando minhas mãos; firme caneta,
Marcando com desejos, ardentias,
A boca vai trilhando qual cometa
Penetra cada ponto, nas magias
Que fazem nossa noite mais completa
Promessa de delícias, tantos dias,
Assim quem sabe, sinto-me poeta...
Relaxas, tranqüilizas, nem te moves...
Apenas um sorriso breve aflora,
Cicatrizes? Bem sei que assim removes
E deixa a poesia te invadir...
Querida, este terceto feito agora,
Não cansa de implorar. Quer repetir...
MARCOS LOURES
Em teu corpo escrever mil poesias,
Usando minhas mãos; firme caneta,
Marcando com desejos, ardentias,
A boca vai trilhando qual cometa
Penetra cada ponto, nas magias
Que fazem nossa noite mais completa
Promessa de delícias, tantos dias,
Assim quem sabe, sinto-me poeta...
Relaxas, tranqüilizas, nem te moves...
Apenas um sorriso breve aflora,
Cicatrizes? Bem sei que assim removes
E deixa a poesia te invadir...
Querida, este terceto feito agora,
Não cansa de implorar. Quer repetir...
MARCOS LOURES
UMA AMIZADE PLENA
UMA AMIZADE PLENA
Uma amizade plena e duradoura
Nos faz já perceber o bom da sorte
Uma aliança assim nos dá suporte
E em plena claridade já nos doura.
A voz que se mostrou consoladora
Aplaca uma ferida, cura o corte,
E tantas vezes vence; redentora,
Tornando nossa mão mais firme e forte.
Tenaz e resistente, qual granito
Que enfrenta as tempestades que virão.
Alçando uma esperança ao infinito,
Redime-nos das dores inerentes.
Uma amizade imensa é solução;
E enfrenta as intempéries mais frequentes...
MARCOS LOURES
Uma amizade plena e duradoura
Nos faz já perceber o bom da sorte
Uma aliança assim nos dá suporte
E em plena claridade já nos doura.
A voz que se mostrou consoladora
Aplaca uma ferida, cura o corte,
E tantas vezes vence; redentora,
Tornando nossa mão mais firme e forte.
Tenaz e resistente, qual granito
Que enfrenta as tempestades que virão.
Alçando uma esperança ao infinito,
Redime-nos das dores inerentes.
Uma amizade imensa é solução;
E enfrenta as intempéries mais frequentes...
MARCOS LOURES
MEU AMOR
MEU AMOR
Meu Amor nunca esqueça de voltar
A noite que te leva não demore
Espero-te no próximo luar
Que o olhar dessa saudade não decore.
As rosas que colhi querem dizer
Do amor que nunca mais terei igual.
Das rosas uma flor a receber
Do amor um breve toque sensual...
Nos bares solitários sem a lua,
Casais em volta tramam seu encanto.
A mesa onde sentei, estando nua
Aguarda simplesmente... e nada... pranto.
E canto esta cantiga no fervor,
De quem aguarda a volta dum amor!
MARCOS LOURES
Meu Amor nunca esqueça de voltar
A noite que te leva não demore
Espero-te no próximo luar
Que o olhar dessa saudade não decore.
As rosas que colhi querem dizer
Do amor que nunca mais terei igual.
Das rosas uma flor a receber
Do amor um breve toque sensual...
Nos bares solitários sem a lua,
Casais em volta tramam seu encanto.
A mesa onde sentei, estando nua
Aguarda simplesmente... e nada... pranto.
E canto esta cantiga no fervor,
De quem aguarda a volta dum amor!
MARCOS LOURES
ROMÂNTICO!
ROMÂNTICO!
Romântico, romântico, romântico!
Rasgando o coração, esqueço a vida...
No canto, teu encanto, no meu cântico,
A lua dos amores, sei perdida!
Nos céus explodirei; sincero, quântico.
No mundo dos meus sonhos, preferida,
Nos mares dos meus mundos, onde, atlântico,
Espero a tua volta em despedida...
Te procurei nas ânsias do viver,
A quimera expressando minha dor,
Singulares desejos sem prazer
Guardando esse infeliz como um vulcão;
Desesperança explode, qual tumor;
Meu peito, amargurado coração!
MARCOS LOURES
Romântico, romântico, romântico!
Rasgando o coração, esqueço a vida...
No canto, teu encanto, no meu cântico,
A lua dos amores, sei perdida!
Nos céus explodirei; sincero, quântico.
No mundo dos meus sonhos, preferida,
Nos mares dos meus mundos, onde, atlântico,
Espero a tua volta em despedida...
Te procurei nas ânsias do viver,
A quimera expressando minha dor,
Singulares desejos sem prazer
Guardando esse infeliz como um vulcão;
Desesperança explode, qual tumor;
Meu peito, amargurado coração!
MARCOS LOURES
DISTÂNCIAS
DISTÂNCIAS
Distâncias que percorro embalde são vencidas...
O canto que expressava agora vai calado...
Uma ave que voava as asas já feridas,
A noite representa o meu tempo passado...
Por vezes esperava as tuas mãos erguidas...
O gosto do teu beijo, o grito torturado...
A vida não passava, as dores incontidas...
Destino desvendado, amor virou meu fado...
Meu coração batendo afoito sem sentido...
Clarão que iluminava a noite dos meus sonhos...
Amor nunca chegava esboçado no olvido...
A lua clareando o velho e bravo mar,
Estrela que esvoaça os olhos meus tristonhos...
No beijo que eterniza esta certeza: amar!
MARCOS LOURES
Distâncias que percorro embalde são vencidas...
O canto que expressava agora vai calado...
Uma ave que voava as asas já feridas,
A noite representa o meu tempo passado...
Por vezes esperava as tuas mãos erguidas...
O gosto do teu beijo, o grito torturado...
A vida não passava, as dores incontidas...
Destino desvendado, amor virou meu fado...
Meu coração batendo afoito sem sentido...
Clarão que iluminava a noite dos meus sonhos...
Amor nunca chegava esboçado no olvido...
A lua clareando o velho e bravo mar,
Estrela que esvoaça os olhos meus tristonhos...
No beijo que eterniza esta certeza: amar!
MARCOS LOURES
DEPOIS DE SEMEAR A TEMPESTADE
DEPOIS DE SEMEAR A TEMPESTADE
Depois de semear a tempestade
Por tempos mais distintos, minha vida,
Depois de discutir felicidade
Em hora tão marcada quão doída.
Depois de procurar com ansiedade
A porta que mostrasse uma saída
Depois de renegado assim, quem há de
Cobrar minha esperança adormecida.
O tempo que é senhor, portanto rei,
Aos poucos me mostrando nova dança
Que é feita deste sonho que encontrei
Contigo, minha amiga em aliança,
Depois de tanto fogo que espalhei,
Agora só espalho uma bonança...
MARCOS LOURES
Depois de semear a tempestade
Por tempos mais distintos, minha vida,
Depois de discutir felicidade
Em hora tão marcada quão doída.
Depois de procurar com ansiedade
A porta que mostrasse uma saída
Depois de renegado assim, quem há de
Cobrar minha esperança adormecida.
O tempo que é senhor, portanto rei,
Aos poucos me mostrando nova dança
Que é feita deste sonho que encontrei
Contigo, minha amiga em aliança,
Depois de tanto fogo que espalhei,
Agora só espalho uma bonança...
MARCOS LOURES
CONTIGO EU APRENDI
CONTIGO EU APRENDI
Eu, contigo aprendi a não sonhar,
A acreditar na dor, cruel saudade...
Olhar estrelas, cega claridade,
E nada mais, jamais poder amar!
Me ensinaste mentiras ao luar...
Fantasias cruéis, “felicidade”,
Coragem pra saber tal falsidade...
As marcas que deixaste, vou saudar!
Jamais t’ esquecerei, estejas certa...
Agradeço-te enfim, o ser poeta...
Saber cantar tristezas, assim rindo...
Ver as cores do mar, as fases da lua...
Muito obrigado, sinto-te tão tua,
A vida passa, então me vês sorrindo.
MARCOS LOURES
Eu, contigo aprendi a não sonhar,
A acreditar na dor, cruel saudade...
Olhar estrelas, cega claridade,
E nada mais, jamais poder amar!
Me ensinaste mentiras ao luar...
Fantasias cruéis, “felicidade”,
Coragem pra saber tal falsidade...
As marcas que deixaste, vou saudar!
Jamais t’ esquecerei, estejas certa...
Agradeço-te enfim, o ser poeta...
Saber cantar tristezas, assim rindo...
Ver as cores do mar, as fases da lua...
Muito obrigado, sinto-te tão tua,
A vida passa, então me vês sorrindo.
MARCOS LOURES
AMORES?
AMORES?
Amores? Foram tantos que nem sei
Forrando todo o chão de folhas mortas.
Outonos que vivi, tantos passei
Abrindo e mal fechando velhas portas.
Das balas encontradas escapei.
As bocas que beijara; semi-tortas;
Nos mares tão distantes naufraguei,
Nos cais aonde, livre, não aportas.
Mas cortas os meus sonhos mais audazes
Mostrando em cada noite, luas, fases
E fazes deste sonho que eu quisera
Amor que se perdeu há tanto tempo.
Na boca desdentada da pantera,
Amar fora somente passatempo...
MARCOS LOURES
Amores? Foram tantos que nem sei
Forrando todo o chão de folhas mortas.
Outonos que vivi, tantos passei
Abrindo e mal fechando velhas portas.
Das balas encontradas escapei.
As bocas que beijara; semi-tortas;
Nos mares tão distantes naufraguei,
Nos cais aonde, livre, não aportas.
Mas cortas os meus sonhos mais audazes
Mostrando em cada noite, luas, fases
E fazes deste sonho que eu quisera
Amor que se perdeu há tanto tempo.
Na boca desdentada da pantera,
Amar fora somente passatempo...
MARCOS LOURES
NÃO TENHA MEDO DE SER FELIZ
NÃO TENHA MEDO DE SER FELIZ
Não tema atravessar a ponte estreita
Senão tu perderás uma bela ilha.
Andando é que se foge de uma espreita
Quem pára já sucumbe e nunca brilha.
A dor de uma derrota é mais aceita
Que o medo de seguir por uma trilha.
A trama que se faz, mesmo desfeita,
Não deixa que te prendam com anilha.
Aliás, se temeres, já perdeste,
É dura uma derrota para o nada.
Se a vida assim, amiga, percebeste;
Terás orgulho em cada cicatriz.
Melhor do que o vazio; derrotada.
Não tenha medo, então; de ser feliz!
MARCOS LOURES
Não tema atravessar a ponte estreita
Senão tu perderás uma bela ilha.
Andando é que se foge de uma espreita
Quem pára já sucumbe e nunca brilha.
A dor de uma derrota é mais aceita
Que o medo de seguir por uma trilha.
A trama que se faz, mesmo desfeita,
Não deixa que te prendam com anilha.
Aliás, se temeres, já perdeste,
É dura uma derrota para o nada.
Se a vida assim, amiga, percebeste;
Terás orgulho em cada cicatriz.
Melhor do que o vazio; derrotada.
Não tenha medo, então; de ser feliz!
MARCOS LOURES
NOSSOS CIOS
NOSSOS CIOS
Bem sei que morreremos abraçados
Os fados predestinam tal suplício
De tanto amor que tenho, velho vício,
Os braços estarão por certo atados.
Quem sabe qual Quasímodo, meus fados
Farão dessa Esmeralda precipício,
E tanto que te quero desde início
Talvez os nossos fim compartilhados.
Porém nossas sementes proliferam
E mordem quem deseja ser feliz.
Os olhos dos demônios que se deram
Invadem tantas glebas e plantios.
Mortalha que nos cobre, negro-anis
De noite se reparte em nossos cios...
MARCOS LOURES
Bem sei que morreremos abraçados
Os fados predestinam tal suplício
De tanto amor que tenho, velho vício,
Os braços estarão por certo atados.
Quem sabe qual Quasímodo, meus fados
Farão dessa Esmeralda precipício,
E tanto que te quero desde início
Talvez os nossos fim compartilhados.
Porém nossas sementes proliferam
E mordem quem deseja ser feliz.
Os olhos dos demônios que se deram
Invadem tantas glebas e plantios.
Mortalha que nos cobre, negro-anis
De noite se reparte em nossos cios...
MARCOS LOURES
O SONHO QUE ME DESTE
O SONHO QUE ME DESTE
O sonho que me deste, minha amiga,
Em versos que declamo nada meus,
São sonhos na verdade, tão ateus
Que em versos invertidos nada abriga.
Nas curvas e montanhas que se diga
Que nada mais inverno, nem meus breus
Não quero nem corbelha ou camafeus
Apenas sei meus versos numa intriga.
Na prece que negaste sem quermesse
Mereces meu perdão por nada crer.
Espero que das pressas se confesse
Os erros que vivemos por fazer.
Afrontas e vacinas qu’alma engesse
São versos que esqueci de te dizer.
MARCOS LOURES
O sonho que me deste, minha amiga,
Em versos que declamo nada meus,
São sonhos na verdade, tão ateus
Que em versos invertidos nada abriga.
Nas curvas e montanhas que se diga
Que nada mais inverno, nem meus breus
Não quero nem corbelha ou camafeus
Apenas sei meus versos numa intriga.
Na prece que negaste sem quermesse
Mereces meu perdão por nada crer.
Espero que das pressas se confesse
Os erros que vivemos por fazer.
Afrontas e vacinas qu’alma engesse
São versos que esqueci de te dizer.
MARCOS LOURES
SAUDADE MATADEIRA
SAUDADE MATADEIRA
Às vezes vida passa e nada sobra
Senão uma saudade matadeira
Sentado na calçada, na cadeira
O vento da lembrança já me cobra
O canto que no peito inda soçobra
Fazendo de uma luz alvissareira
Esta marca que levo a vida inteira
E tudo num momento se recobra...
Sobrando pelo menos amizade
Embora nosso amor morresse cedo,
O tempo que vivemos liberdade
Foi bom, porém passou restando então
O mote principal de um novo enredo:
Uma amizade cheia de paixão...
MARCOS LOURES
Às vezes vida passa e nada sobra
Senão uma saudade matadeira
Sentado na calçada, na cadeira
O vento da lembrança já me cobra
O canto que no peito inda soçobra
Fazendo de uma luz alvissareira
Esta marca que levo a vida inteira
E tudo num momento se recobra...
Sobrando pelo menos amizade
Embora nosso amor morresse cedo,
O tempo que vivemos liberdade
Foi bom, porém passou restando então
O mote principal de um novo enredo:
Uma amizade cheia de paixão...
MARCOS LOURES
SALVAÇÃO DE QUEM AMA
SALVAÇÃO DE QUEM AMA
Amor sem ter juízo empresta seu tormento
E faz com que fortuna abandone quem ama
Amor trazendo paz empresta sua chama
Obriga-me, entretanto, achar contentamento.
E nada mais importa amar é ser isento
De tudo que minha alma, aos mundos já proclama
E mesmo assim, amor, em lágrimas reclama.
Amor faz do meu canto eco do pensamento.
Amando entenderás o meu verso em lamento,
É fogo que me queima enquanto a dor inflama
Amor se dispersando escuta a voz do vento
Amor é tão proveito envolto em tanta fama
Não deixe que esse amor se esqueça num momento
Que amor, na perdição, salvação de quem ama!
MARCOS LOURES
Amor sem ter juízo empresta seu tormento
E faz com que fortuna abandone quem ama
Amor trazendo paz empresta sua chama
Obriga-me, entretanto, achar contentamento.
E nada mais importa amar é ser isento
De tudo que minha alma, aos mundos já proclama
E mesmo assim, amor, em lágrimas reclama.
Amor faz do meu canto eco do pensamento.
Amando entenderás o meu verso em lamento,
É fogo que me queima enquanto a dor inflama
Amor se dispersando escuta a voz do vento
Amor é tão proveito envolto em tanta fama
Não deixe que esse amor se esqueça num momento
Que amor, na perdição, salvação de quem ama!
MARCOS LOURES
AMOR QUE MATA E CURA
AMOR QUE MATA E CURA
Pensamentos cortando meu poema
Em versos e palavras sem tormento
Aumento minha dor em pensamento
A cada novo tempo que não tema
O tempo que se porta como lema
Não vaga minha vida sendo isento
Profana meu gentil comportamento
Nas ramas deste mar por certo rema.
Nem todas as virtudes que louvamos
Se encontram nos meus versos in natura.
A manga das camisas levantamos
Na luta que promete ser mais dura
O certo é que seguimos nos amando,
Amor que na verdade, mata e cura...
MARCOS LOURES
Pensamentos cortando meu poema
Em versos e palavras sem tormento
Aumento minha dor em pensamento
A cada novo tempo que não tema
O tempo que se porta como lema
Não vaga minha vida sendo isento
Profana meu gentil comportamento
Nas ramas deste mar por certo rema.
Nem todas as virtudes que louvamos
Se encontram nos meus versos in natura.
A manga das camisas levantamos
Na luta que promete ser mais dura
O certo é que seguimos nos amando,
Amor que na verdade, mata e cura...
MARCOS LOURES
MEUS ANSEIOS
MEUS ANSEIOS
Meu verso parecendo um passarinho
Em busca das mentiras que me deste.
Vagando pelo mundo estou sozinho,
Talvez uma saudade, o que me reste.
Vencido pelas pedras do caminho
Entôo meu cantar que me reveste
Das dores em litígio, vasto ninho;
Com fome e com certezas, pão e peste.
Destino sem sentido nem promessa
Escondo meus olhares nos teus seios
Nos olhos que me dás não se confessa
O tempo que passamos sem receios.
A vida sem querer, pegando peça,
Transforma em agonia meus anseios...
MARCOS LOURES
Meu verso parecendo um passarinho
Em busca das mentiras que me deste.
Vagando pelo mundo estou sozinho,
Talvez uma saudade, o que me reste.
Vencido pelas pedras do caminho
Entôo meu cantar que me reveste
Das dores em litígio, vasto ninho;
Com fome e com certezas, pão e peste.
Destino sem sentido nem promessa
Escondo meus olhares nos teus seios
Nos olhos que me dás não se confessa
O tempo que passamos sem receios.
A vida sem querer, pegando peça,
Transforma em agonia meus anseios...
MARCOS LOURES
AMOR QUE PREZO TANTO
AMOR QUE PREZO TANTO
Amor que tenho tanto, manso e puro,
Encanto que por Deus abençoado
Por uma paz celeste assegurado
Em mares e tempestas vai seguro.
Tenho nele a certeza que procuro
Do bem supremo sempre bem formado
Clareia todo negro rumo escuro
Trazendo a mansidão do bom futuro
Matando a solidão do meu passado.
Amor que nada sangra nem destrói
É sempre afirmação de belo estio
Impede a sensação do duro frio
É lua que não deixa a tempestade,
É rumo que me forja e me constrói,
Certeza de eternal felicidade...
MARCOS LOURES
Amor que tenho tanto, manso e puro,
Encanto que por Deus abençoado
Por uma paz celeste assegurado
Em mares e tempestas vai seguro.
Tenho nele a certeza que procuro
Do bem supremo sempre bem formado
Clareia todo negro rumo escuro
Trazendo a mansidão do bom futuro
Matando a solidão do meu passado.
Amor que nada sangra nem destrói
É sempre afirmação de belo estio
Impede a sensação do duro frio
É lua que não deixa a tempestade,
É rumo que me forja e me constrói,
Certeza de eternal felicidade...
MARCOS LOURES
LOUCO CIO
LOUCO CIO
Ouvindo tua voz na noite fria
Me lembro do verão do nosso amor.
Do tempo que passamos no torpor
Que sempre prenuncia a fantasia.
A boca que beijava e me lambia.
Delitos do prazer, ondas, calor.
Espinhos que sangravam, dor e flor.
Gemidos e delícias, sinfonia...
O tempo não perdoa, tudo acalma.
Loucura se transforma em morna calma.
As noites se esqueceram desse estio...
Porém, na transparência, camisola.
Meu verso, em disparada, nos consola
E a noite se promete, louco cio...
MARCOS LOURES
Ouvindo tua voz na noite fria
Me lembro do verão do nosso amor.
Do tempo que passamos no torpor
Que sempre prenuncia a fantasia.
A boca que beijava e me lambia.
Delitos do prazer, ondas, calor.
Espinhos que sangravam, dor e flor.
Gemidos e delícias, sinfonia...
O tempo não perdoa, tudo acalma.
Loucura se transforma em morna calma.
As noites se esqueceram desse estio...
Porém, na transparência, camisola.
Meu verso, em disparada, nos consola
E a noite se promete, louco cio...
MARCOS LOURES
CANSADA VIAJANTE
CANSADA VIAJANTE
Quando te vi; cansada viajante,
Eu nunca poderia adivinhar,
Que, na vida, tu foste tão constante.
Embora nunca pude te encontrar...
Eu bem sei de teus passos; uma errante
Companheira noturna do luar.
Sempre perto, sentida tão distante,
Navegante de todo céu e mar.
Amiga, bem tentei te conhecer,
Pois nunca me mostraste tua face,
Não pude nem querer saber por quê.
Pois só me permitiste teu disfarce.
Procuro e nada encontro, pois, cadê?
Muitas vezes, difícil te saber...
MARCOS LOURES
Quando te vi; cansada viajante,
Eu nunca poderia adivinhar,
Que, na vida, tu foste tão constante.
Embora nunca pude te encontrar...
Eu bem sei de teus passos; uma errante
Companheira noturna do luar.
Sempre perto, sentida tão distante,
Navegante de todo céu e mar.
Amiga, bem tentei te conhecer,
Pois nunca me mostraste tua face,
Não pude nem querer saber por quê.
Pois só me permitiste teu disfarce.
Procuro e nada encontro, pois, cadê?
Muitas vezes, difícil te saber...
MARCOS LOURES
TE OBEDEÇO!
TE OBEDEÇO!
Amor! Quando escutei a tua voz
Não pensei duas vezes. Te obedeço!
Mesmo que dolorida, duro, atroz,
No teu caminho; amor, me reconheço...
Quantas vezes, neguei o teu chamado...
Sozinho, arrependido, e tão vazio;
Procurava escutar, tempo passado,
Mas nada... tu voavas... Que fastio!
Depois de tanta dor e solidão,
Depois de tantas noites te esperando...
Amor, eu te buscando na amplidão,
E somente esse nada inda ecoando...
Amor, tua voz próxima de mim...
Serei, quem sabe... Então, feliz enfim?
MARCOS LOURES
Amor! Quando escutei a tua voz
Não pensei duas vezes. Te obedeço!
Mesmo que dolorida, duro, atroz,
No teu caminho; amor, me reconheço...
Quantas vezes, neguei o teu chamado...
Sozinho, arrependido, e tão vazio;
Procurava escutar, tempo passado,
Mas nada... tu voavas... Que fastio!
Depois de tanta dor e solidão,
Depois de tantas noites te esperando...
Amor, eu te buscando na amplidão,
E somente esse nada inda ecoando...
Amor, tua voz próxima de mim...
Serei, quem sabe... Então, feliz enfim?
MARCOS LOURES
CARINHOSO COMO O CARDO
CARINHOSO COMO O CARDO
Meu verso é carinhoso como o cardo
Encardo e sou birrento pra valer...
Depois de tanto peso e tanto fardo
Agora em liberdade, quero ver!
Sou caça que me caço e não me canso
Avanço e se quiser te mostro o ranço.
No fundo do quintal eu sempre danço
E se passo, passo a passo, não avanço...
No ritmo que embalava nossa dança
A moça se cansava e não dançava...
Agora que essa noite já me alcança
A moça que eu queria nunca amava...
Palavra que te quero mais feliz,
Dançando nessa dança, que te fiz...
MARCOS LOURES
Meu verso é carinhoso como o cardo
Encardo e sou birrento pra valer...
Depois de tanto peso e tanto fardo
Agora em liberdade, quero ver!
Sou caça que me caço e não me canso
Avanço e se quiser te mostro o ranço.
No fundo do quintal eu sempre danço
E se passo, passo a passo, não avanço...
No ritmo que embalava nossa dança
A moça se cansava e não dançava...
Agora que essa noite já me alcança
A moça que eu queria nunca amava...
Palavra que te quero mais feliz,
Dançando nessa dança, que te fiz...
MARCOS LOURES
A PRESENÇA DESTE AMOR
A PRESENÇA DESTE AMOR
Na ausência deste amigo que partiu
Por distantes caminhos dos meus olhos...
Na ausência de flores que se viu
Dos antigos buquês, de tantos molhos...
Na ausência dessa luz em nossa noite,
No brilho que tu brilhas por quem és...
Das longas caminhadas, desse açoite
Que corta e que maltrata nossos pés...
Na ausência do canto em serenata
Que em toda madrugada te acordava,
De pássaro canoro nesta mata
Que todo alvorecer anunciava.
Na ausência disso tudo, de calor...
O que salva: a presença deste amor!
MARCOS LOURES
Na ausência deste amigo que partiu
Por distantes caminhos dos meus olhos...
Na ausência de flores que se viu
Dos antigos buquês, de tantos molhos...
Na ausência dessa luz em nossa noite,
No brilho que tu brilhas por quem és...
Das longas caminhadas, desse açoite
Que corta e que maltrata nossos pés...
Na ausência do canto em serenata
Que em toda madrugada te acordava,
De pássaro canoro nesta mata
Que todo alvorecer anunciava.
Na ausência disso tudo, de calor...
O que salva: a presença deste amor!
MARCOS LOURES
PERFUME
PERFUME
Sinto quando tu falas tal perfume
Que em ondas formam frases e sentidos,
São tantas essas ondas, tanto lume,
Trazendo tantos sonhos esquecidos,
Beijando minha praia já me abraçam
Na areia onde me encontro te esperando,
Desejos nesta praia, as ondas traçam,
E vão tão de repente, dominando...
O teu falar me toma antiga calma
E mostra-me a umidade deste amor.
Que banha meu querer no corpo e na alma,
Invade tão depressa, em louco ardor...
Amor, ondas, areia tudo encanta...
Me banha tão feroz enquanto canta...
MARCOS LOURES
Sinto quando tu falas tal perfume
Que em ondas formam frases e sentidos,
São tantas essas ondas, tanto lume,
Trazendo tantos sonhos esquecidos,
Beijando minha praia já me abraçam
Na areia onde me encontro te esperando,
Desejos nesta praia, as ondas traçam,
E vão tão de repente, dominando...
O teu falar me toma antiga calma
E mostra-me a umidade deste amor.
Que banha meu querer no corpo e na alma,
Invade tão depressa, em louco ardor...
Amor, ondas, areia tudo encanta...
Me banha tão feroz enquanto canta...
MARCOS LOURES
PÉROLA TÃO RARA
PÉROLA TÃO RARA
Felicidade, pérola tão rara
Que em meio a tantas ostras procuramos,
Da dor em que se gera, se antepara,
Explode em maravilha, quando amamos...
Quem dera se tivéssemos colar
De tantas raridades pela vida.
Ensina-me depressa como amar,
E venha junto a mim, minha querida...
Quem sabe poderemos ser felizes,
Embora o sofrimento seja duro,
O dia se renasce em mil matizes
Depois do negro céu, por certo escuro...
Amor que se cultiva em plena febre,
Se cuida que essa pérola não quebre...
MARCOS LOURES
Felicidade, pérola tão rara
Que em meio a tantas ostras procuramos,
Da dor em que se gera, se antepara,
Explode em maravilha, quando amamos...
Quem dera se tivéssemos colar
De tantas raridades pela vida.
Ensina-me depressa como amar,
E venha junto a mim, minha querida...
Quem sabe poderemos ser felizes,
Embora o sofrimento seja duro,
O dia se renasce em mil matizes
Depois do negro céu, por certo escuro...
Amor que se cultiva em plena febre,
Se cuida que essa pérola não quebre...
MARCOS LOURES
QUANDO FUJO
QUANDO FUJO
Amor eu te perdoo quando fujo
Nas noites em que quero outra aventura
Em braços diferentes quando surjo
Em busca de carinho e de ternura.
Querida eu te perdôo, sou sabujo
Que vive o tempo inteiro na procura
De um caso diferente, mesmo sujo
Na boca de quem morde com loucura.
Amor eu te perdôo tua espera
Por quem não voltará de madrugada.
Depois despisto amanso, acalmo a fera
Que insiste em transtornar: revolução.
Sabendo que virás desesperada,
Preparo para ti o meu perdão...
MARCOS LOURES
Amor eu te perdoo quando fujo
Nas noites em que quero outra aventura
Em braços diferentes quando surjo
Em busca de carinho e de ternura.
Querida eu te perdôo, sou sabujo
Que vive o tempo inteiro na procura
De um caso diferente, mesmo sujo
Na boca de quem morde com loucura.
Amor eu te perdôo tua espera
Por quem não voltará de madrugada.
Depois despisto amanso, acalmo a fera
Que insiste em transtornar: revolução.
Sabendo que virás desesperada,
Preparo para ti o meu perdão...
MARCOS LOURES
LEVASTE
LEVASTE
Levaste meu sorriso nos teus olhos
Sorrindo pelas ruas, sem juízo.
Não pude perceber, carrego antolhos
A fuga de quem teve em seu sorriso
Mentiras sacrossantas, santos óleos
Da santa que se deu em paraíso,
Colhendo da vingança em vários molhos
Escapa de meus dedos sem aviso.
Levaste os velhos planos que sonhei
Enganos que plantaste, eu recolhi.
Apenas o que vivo estava em ti
O gosto da mortalha que deixaste
No coração que, em mãos, eu te entreguei;
Somente este cadáver; não levaste...
MARCOS LOURES
Levaste meu sorriso nos teus olhos
Sorrindo pelas ruas, sem juízo.
Não pude perceber, carrego antolhos
A fuga de quem teve em seu sorriso
Mentiras sacrossantas, santos óleos
Da santa que se deu em paraíso,
Colhendo da vingança em vários molhos
Escapa de meus dedos sem aviso.
Levaste os velhos planos que sonhei
Enganos que plantaste, eu recolhi.
Apenas o que vivo estava em ti
O gosto da mortalha que deixaste
No coração que, em mãos, eu te entreguei;
Somente este cadáver; não levaste...
MARCOS LOURES
EM CADA NOVO SONHO
EM CADA NOVO SONHO
Amor que se permite essa emoção
De ser o menestrel do sentimento,
Receba esse meu canto em oração,
Palavras que não são soltas ao vento...
São mansos como a noite, estes meus versos,
Pois sabem dos amores que mais sinto,
Vividos pelas noites, vão dispersos,
Bebendo nosso amor, que é doce e tinto.
As rimas que produzo sempre falam
De tudo que se vive, sendo puro.
Amores que no peito nunca calam,
A cada novo canto, novo apuro...
Amor tão perolado que rebrilha,
Em cada novo sonho, maravilha...
MARCOS LOURES
Amor que se permite essa emoção
De ser o menestrel do sentimento,
Receba esse meu canto em oração,
Palavras que não são soltas ao vento...
São mansos como a noite, estes meus versos,
Pois sabem dos amores que mais sinto,
Vividos pelas noites, vão dispersos,
Bebendo nosso amor, que é doce e tinto.
As rimas que produzo sempre falam
De tudo que se vive, sendo puro.
Amores que no peito nunca calam,
A cada novo canto, novo apuro...
Amor tão perolado que rebrilha,
Em cada novo sonho, maravilha...
MARCOS LOURES
AMADA
AMADA
Amada, no teu canto tão sensível,
A voz de uma esperança se faz forte.
Por vezes, não percebo quão incrível
A mansidão que traz amor e sorte.
Querida a tua mão toca, invisível;
Não há nada no mundo que conforte
Mais do que este carinho. Incorruptível
Sensação de alegria não comporte
O mundo. Minha amiga eu tanto te amo
Que nada levará meu sentimento.
Talvez esta emoção com que conclamo
A luta benfazeja pela vida;
Reflita nestes versos num momento;
Que a paz no amor jamais seja vencida!
MARCOS LOURES
Amada, no teu canto tão sensível,
A voz de uma esperança se faz forte.
Por vezes, não percebo quão incrível
A mansidão que traz amor e sorte.
Querida a tua mão toca, invisível;
Não há nada no mundo que conforte
Mais do que este carinho. Incorruptível
Sensação de alegria não comporte
O mundo. Minha amiga eu tanto te amo
Que nada levará meu sentimento.
Talvez esta emoção com que conclamo
A luta benfazeja pela vida;
Reflita nestes versos num momento;
Que a paz no amor jamais seja vencida!
MARCOS LOURES
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
CONSOLO
CONSOLO
Nesta cova que herdaste por consolo,
Toda herança maldita que sobrou,
Vivendo deste imenso e seco solo,
Somente o que contigo carregou;
Amigo, neste mundo em que me imolo
Percebo que de nada adiantou
A cruz em que o cordeiro consagrado
Há tanto tempo morto, em sacrifício,
Deixada como um sonho abandonado,
Tornando-se pra muitos seu ofício.
No sangue há tanto tempo derramado,
A flor que mais cresceu foi a do vício
Espalhado pela terra, em tantas faces
Moldadas, escondendo mil disfarces...
MARCOS LOURES
Nesta cova que herdaste por consolo,
Toda herança maldita que sobrou,
Vivendo deste imenso e seco solo,
Somente o que contigo carregou;
Amigo, neste mundo em que me imolo
Percebo que de nada adiantou
A cruz em que o cordeiro consagrado
Há tanto tempo morto, em sacrifício,
Deixada como um sonho abandonado,
Tornando-se pra muitos seu ofício.
No sangue há tanto tempo derramado,
A flor que mais cresceu foi a do vício
Espalhado pela terra, em tantas faces
Moldadas, escondendo mil disfarces...
MARCOS LOURES
NOS CRISTAIS DO SORRISO
NOS CRISTAIS DO SORRISO
Nos cristais do sorriso, querida,
Meus desejos são tantos, eu sei.
Não me basta saber se vencida
Outra noite, sozinho, eu terei.
Mas se vens com teu canto mais puro,
Minha vida, sorri, pode crer.
O chão triste, tão trágico e duro,
Só amor pode assim, refazer.
Meus desejos, por certo infinitos,
Sem temor, solidão já se vai.
Quem já teve seus sonhos aflitos,
Sabe bem quanto amor sempre atrai.
Nas visões, os arcanjos alados,
Os meus beijos serão; todos, dados...
MARCOS LOURES
Nos cristais do sorriso, querida,
Meus desejos são tantos, eu sei.
Não me basta saber se vencida
Outra noite, sozinho, eu terei.
Mas se vens com teu canto mais puro,
Minha vida, sorri, pode crer.
O chão triste, tão trágico e duro,
Só amor pode assim, refazer.
Meus desejos, por certo infinitos,
Sem temor, solidão já se vai.
Quem já teve seus sonhos aflitos,
Sabe bem quanto amor sempre atrai.
Nas visões, os arcanjos alados,
Os meus beijos serão; todos, dados...
MARCOS LOURES
MOTIVO
MOTIVO
O mundo pra sorrir tem um motivo
Que é feito numa luz tão deslumbrante
De um dia com certeza alucinante
Trazendo um sentimento sempre vivo.
Um coração sincero perceptivo
Já sabe do que falo neste instante,
Há tempos Deus nos deu um ser gigante
Que pleno de bondade, de amor altivo
Percorre como um anjo, nossas casas,
Trazendo sempre o bem, sem querer nada,
Presença que garanto é desejada
Por todos que conhecem tantos bens.
Por isto é que esta data é bem marcada
E serve pra te darmos parabéns...
MARCOS LOURES
O mundo pra sorrir tem um motivo
Que é feito numa luz tão deslumbrante
De um dia com certeza alucinante
Trazendo um sentimento sempre vivo.
Um coração sincero perceptivo
Já sabe do que falo neste instante,
Há tempos Deus nos deu um ser gigante
Que pleno de bondade, de amor altivo
Percorre como um anjo, nossas casas,
Trazendo sempre o bem, sem querer nada,
Presença que garanto é desejada
Por todos que conhecem tantos bens.
Por isto é que esta data é bem marcada
E serve pra te darmos parabéns...
MARCOS LOURES
QUANDO ME CALO
QUANDO ME CALO
Amigo me perdoe quando calo
O mundo parecendo uma mentira
Vencendo todo encanto de uma lira
De amores, na verdade sempre falo.
Quem vive neste mundo sem amá-lo
E como numa esfera volta e gira
Apenas tanta pena já me inspira.
Difícil de entender e perdoá-lo.
Amor que com certeza é bem sagrado
E deve ser assim eternizado,
Pois segue-nos do berço até sepulcro.
E toda sorte faz-se alvissareira
Numa amizade plena e verdadeira,
Que desta Terra deve ser o fulcro...
MARCOS LOURES
Amigo me perdoe quando calo
O mundo parecendo uma mentira
Vencendo todo encanto de uma lira
De amores, na verdade sempre falo.
Quem vive neste mundo sem amá-lo
E como numa esfera volta e gira
Apenas tanta pena já me inspira.
Difícil de entender e perdoá-lo.
Amor que com certeza é bem sagrado
E deve ser assim eternizado,
Pois segue-nos do berço até sepulcro.
E toda sorte faz-se alvissareira
Numa amizade plena e verdadeira,
Que desta Terra deve ser o fulcro...
MARCOS LOURES
PALAVRAS BENDITAS
PALAVRAS BENDITAS
Palavras que benditas vão inclusas
Nos versos de amizade que me trazes,
Tu moldas perfeição em poucas frases
Erguendo sempre um brinde às belas Musas.
Outras situações são tão confusas
Num misto de guerrilhas entre pazes,
Ditames quase sempre mais audazes
Em mentes que se mostram mais obtusas.
Esta energia move todo o mundo,
Fazendo um coração sentir profundo
O toque de um amor que sem receio
Perfaz uma esperança de um estio,
Trazendo tanta luz em céu sombrio
Levando uma pura alma a um santo veio...
MARCOS LOURES
Palavras que benditas vão inclusas
Nos versos de amizade que me trazes,
Tu moldas perfeição em poucas frases
Erguendo sempre um brinde às belas Musas.
Outras situações são tão confusas
Num misto de guerrilhas entre pazes,
Ditames quase sempre mais audazes
Em mentes que se mostram mais obtusas.
Esta energia move todo o mundo,
Fazendo um coração sentir profundo
O toque de um amor que sem receio
Perfaz uma esperança de um estio,
Trazendo tanta luz em céu sombrio
Levando uma pura alma a um santo veio...
MARCOS LOURES
SER GUERREIRO
SER GUERREIRO
Por vezes necessito ser guerreiro
É quando a tempestade já se assoma
E torna o meu destino prisioneiro
E o nada num segundo enfim me doma.
Porém ao ter abraço verdadeiro
A vida se refaz em nova soma
E o mundo se mostrando companheiro
Com toda força chega e assim nos toma.
Meu coração não teme mais arenas
Distante dos vorazes cães, hienas,
Abutres que nos bicam sem parar.
Na força, com certeza, da amizade,
Encontro todo apoio e na verdade
Consigo bem mais forte caminhar...
MARCOS LOURES
Por vezes necessito ser guerreiro
É quando a tempestade já se assoma
E torna o meu destino prisioneiro
E o nada num segundo enfim me doma.
Porém ao ter abraço verdadeiro
A vida se refaz em nova soma
E o mundo se mostrando companheiro
Com toda força chega e assim nos toma.
Meu coração não teme mais arenas
Distante dos vorazes cães, hienas,
Abutres que nos bicam sem parar.
Na força, com certeza, da amizade,
Encontro todo apoio e na verdade
Consigo bem mais forte caminhar...
MARCOS LOURES
MINHA IMAGEM REFLETIDA
MINHA IMAGEM REFLETIDA
Na menina dos olhos de quem amo,
Eu vejo minha imagem refletida
Ecoa minha voz quando te chamo
Minha alma na tua alma vai perdida...
Nós somos mesmo galho e um só ramo,
Atadas nossas luzes, mesma vida.
Nascemos um para outro, não duvido,
Juntando nossos corpos, somos um.
Vivemos deste sonho repartido
Não nos afastaremos, modo algum.
Meu passo sem teu passo, desvalido,
Tu sabes que sem ti eu sou nenhum...
E vamos, mundo afora em mesmo prisma,
Jamais em nossos dias, qualquer cisma...
MARCOS LOURES
Na menina dos olhos de quem amo,
Eu vejo minha imagem refletida
Ecoa minha voz quando te chamo
Minha alma na tua alma vai perdida...
Nós somos mesmo galho e um só ramo,
Atadas nossas luzes, mesma vida.
Nascemos um para outro, não duvido,
Juntando nossos corpos, somos um.
Vivemos deste sonho repartido
Não nos afastaremos, modo algum.
Meu passo sem teu passo, desvalido,
Tu sabes que sem ti eu sou nenhum...
E vamos, mundo afora em mesmo prisma,
Jamais em nossos dias, qualquer cisma...
MARCOS LOURES
NOUTRO AMOR
NOUTRO AMOR
Querida, noutro amor eu me encontrei,
Distante das mentiras que disseste.
Um mundo sem promessas; desfiei,
O vento que me sopra é inconteste.
Quem fora teu cativo, agora é rei,
A sorte finalmente assim, me veste.
Fugiste dos meus braços para além,
Bebendo noutras bocas a saliva
Que um dia demonstrara o nosso bem,
Matando uma esperança sempre viva.
Agora que encontraste um outro alguém
Espero tua vida sempre altiva..
Mas digo que jamais encontrarás
Amor como eu te dei. Mas vá em paz...
MARCOS LOURES
Querida, noutro amor eu me encontrei,
Distante das mentiras que disseste.
Um mundo sem promessas; desfiei,
O vento que me sopra é inconteste.
Quem fora teu cativo, agora é rei,
A sorte finalmente assim, me veste.
Fugiste dos meus braços para além,
Bebendo noutras bocas a saliva
Que um dia demonstrara o nosso bem,
Matando uma esperança sempre viva.
Agora que encontraste um outro alguém
Espero tua vida sempre altiva..
Mas digo que jamais encontrarás
Amor como eu te dei. Mas vá em paz...
MARCOS LOURES
OS RAIOS DESTE SOL
OS RAIOS DESTE SOL
Os raios deste sol que não te alcançam
Se cansam de buscar o girassol,
E dançam simplesmente e se esperançam
Fazendo de seus braços novo sol.
Nas plêiades encontras outras chamas
Armadas sem saber de tantas luzes.
Embrenhas nas escoltas que reclamas
E matas sacrifícios vãos das cruzes.
No sonho que me dono e tu medonhas
Adornas os destinos, abandonos...
E sabes que nas noites que não sonhas
Amores com rumores querem donos...
E vamos transtornados ao futuro
Sombrio que navega em mar escuro...
MARCOS LOURES
Os raios deste sol que não te alcançam
Se cansam de buscar o girassol,
E dançam simplesmente e se esperançam
Fazendo de seus braços novo sol.
Nas plêiades encontras outras chamas
Armadas sem saber de tantas luzes.
Embrenhas nas escoltas que reclamas
E matas sacrifícios vãos das cruzes.
No sonho que me dono e tu medonhas
Adornas os destinos, abandonos...
E sabes que nas noites que não sonhas
Amores com rumores querem donos...
E vamos transtornados ao futuro
Sombrio que navega em mar escuro...
MARCOS LOURES
ROSAS BRANCAS
ROSAS BRANCAS
Rosas brancas vertidas em sanguíneas
Estorvam meus caminhos pueris,
Quem sabe se seguisse essas alíneas
Talvez, em conseqüência, mais feliz.
Recordo dos pilares da existência
Quando em tramas inocentes não temia
Agora não concebo consistência
Na boca perfumada e tão macia...
As aves que trouxeram meus caminhos
Depuram cada vez mais a mortalha
Sabendo que me perco em tantos ninhos,
Apontam para o campo de batalha...
As rosas que enrubesces com desejo,
Forjando, martirizam meu versejo...
MARCOS LOURES
Rosas brancas vertidas em sanguíneas
Estorvam meus caminhos pueris,
Quem sabe se seguisse essas alíneas
Talvez, em conseqüência, mais feliz.
Recordo dos pilares da existência
Quando em tramas inocentes não temia
Agora não concebo consistência
Na boca perfumada e tão macia...
As aves que trouxeram meus caminhos
Depuram cada vez mais a mortalha
Sabendo que me perco em tantos ninhos,
Apontam para o campo de batalha...
As rosas que enrubesces com desejo,
Forjando, martirizam meu versejo...
MARCOS LOURES
DEMENTES
DEMENTES
Dementes os sentidos que te prendem
Atendem entre dentes e mordidas
Ácidas as peçonhas que pretendem
As serpes sempre são mal resolvidas...
Vestidos de bizarras tempestades
Que mentem tão somente quanto tentam
Sombrias as fagulhas de inverdades
Que logo quando nascem, me atormentam.
As carnes em dentadas dilaceras
Passando pelos dentes afilados,
Recebo os teus bafios, quais de feras
Destroços que desejas desfiados.
Não temo mais teu hálito nefasto
Pois tudo o que já fomos, nem pro gasto...
MARCOS LOURES
Dementes os sentidos que te prendem
Atendem entre dentes e mordidas
Ácidas as peçonhas que pretendem
As serpes sempre são mal resolvidas...
Vestidos de bizarras tempestades
Que mentem tão somente quanto tentam
Sombrias as fagulhas de inverdades
Que logo quando nascem, me atormentam.
As carnes em dentadas dilaceras
Passando pelos dentes afilados,
Recebo os teus bafios, quais de feras
Destroços que desejas desfiados.
Não temo mais teu hálito nefasto
Pois tudo o que já fomos, nem pro gasto...
MARCOS LOURES
CARINHOS DA TIGRESA
CARINHOS DA TIGRESA
Envolto nos carinhos da tigresa
Que sempre me inocula mais veneno,
Quem sabe faz agora e já põe mesa,
Sabendo que este mundo é bem pequeno.
As cores que te prendem me retratam
Em formas mais carnais esse desejo
Se matam não mais sangram nem retratam
O canto de um passado em realejo.
Na rigidez das mãos que me carinham
Os cantos que fizemos deste barro
As noites sem teus seios se avizinham.
Amor que se pretende mais bizarro,
Acendo no teu carro minhas dores,
Jardins que nós plantamos: cadê flores?
MARCOS LOURES
Envolto nos carinhos da tigresa
Que sempre me inocula mais veneno,
Quem sabe faz agora e já põe mesa,
Sabendo que este mundo é bem pequeno.
As cores que te prendem me retratam
Em formas mais carnais esse desejo
Se matam não mais sangram nem retratam
O canto de um passado em realejo.
Na rigidez das mãos que me carinham
Os cantos que fizemos deste barro
As noites sem teus seios se avizinham.
Amor que se pretende mais bizarro,
Acendo no teu carro minhas dores,
Jardins que nós plantamos: cadê flores?
MARCOS LOURES
LOUCO AMOR
LOUCO AMOR
Quem dera ser amigo deste amor
Que não me deixa nada senão mágoas,
Vasculho os universos sem rancor,
As lágrimas desbotam, turvas águas...
Quem sabe se esse amor, sendo meu par
Pareça e se despenque nessas tramas,
Que trazem minhas luas ao teu mar
E nossas amplitudes, mesmas chamas...
Beijando quem se beija por desejo
Ensejo neste beijo meus guardados,
Se versos não concebo nem versejo,
Os olhos que me deste, bem amados...
Quem dera se soubesses do perigo,
Fazer de louco amor, um seu amigo...
MARCOS LOURES
Quem dera ser amigo deste amor
Que não me deixa nada senão mágoas,
Vasculho os universos sem rancor,
As lágrimas desbotam, turvas águas...
Quem sabe se esse amor, sendo meu par
Pareça e se despenque nessas tramas,
Que trazem minhas luas ao teu mar
E nossas amplitudes, mesmas chamas...
Beijando quem se beija por desejo
Ensejo neste beijo meus guardados,
Se versos não concebo nem versejo,
Os olhos que me deste, bem amados...
Quem dera se soubesses do perigo,
Fazer de louco amor, um seu amigo...
MARCOS LOURES
ENVOLTO NUM LAMENTO
ENVOLTO NUM LAMENTO
Meu pensamento envolto num lamento
Calando em seu tormento, minha voz.
Sagrando contumaz pressentimento
Que torna o meu viver, decerto atroz...
Que resta de meus sonhos? Quase nada...
O canto que te trouxe queda mudo.
A mão que acaricia a minha amada,
Retalha meu amor em quase tudo...
A vela da esperança então se apaga,
E nada do que fomos já me resta...
Dos mares que navego, louca vaga
Remete ao sentimento que me empresta...
Amor que em tal tormenta já soçobra.
Contento com os restos que me sobra...
MARCOS LOURES
Meu pensamento envolto num lamento
Calando em seu tormento, minha voz.
Sagrando contumaz pressentimento
Que torna o meu viver, decerto atroz...
Que resta de meus sonhos? Quase nada...
O canto que te trouxe queda mudo.
A mão que acaricia a minha amada,
Retalha meu amor em quase tudo...
A vela da esperança então se apaga,
E nada do que fomos já me resta...
Dos mares que navego, louca vaga
Remete ao sentimento que me empresta...
Amor que em tal tormenta já soçobra.
Contento com os restos que me sobra...
MARCOS LOURES
TANTO AMOR QUE ME ALUCINA
TANTO AMOR QUE ME ALUCINA
É tanto amor assim que me alucina
As bocas se procuram, tiram saias.
Encontro de diversa melanina
Meus mares invadindo essas praias.
Vivemos nos encontros, noites-dias
O brilho do meu sol em tua lua.
Criamos desse amor, as fantasias
Belezas dessa deusa toda nua...
Minha rainha d’ébano, ternura...
Dessa boca vermelha, tão carnuda
O beijo mais voraz mansa brandura
Atiça todo sonho, se desnuda...
Nas garras dessa deusa, mansa fera,
Um misto de princesa e de pantera...
MARCOS LOURES
É tanto amor assim que me alucina
As bocas se procuram, tiram saias.
Encontro de diversa melanina
Meus mares invadindo essas praias.
Vivemos nos encontros, noites-dias
O brilho do meu sol em tua lua.
Criamos desse amor, as fantasias
Belezas dessa deusa toda nua...
Minha rainha d’ébano, ternura...
Dessa boca vermelha, tão carnuda
O beijo mais voraz mansa brandura
Atiça todo sonho, se desnuda...
Nas garras dessa deusa, mansa fera,
Um misto de princesa e de pantera...
MARCOS LOURES
TEUS DESEJOS
TEUS DESEJOS
Se forem teus desejos que eu me perca
Da sorte que prenúncios adivinho.
Amores que vivendo vêm acerca
De tudo que perdi, humilde ninho.
Vencido por quem sabe ser não manso
Esparso minha voz por alamedas.
Deveras teu desejo eu não alcanço
Sem olhos, pois as sortes seguem ledas
Definho sem ter pasto, em desamor.
Calçado desta estúpida saudade
O fato de tentar viver sem por
Meus dedos na ferida, falsidade.
No manto que em espaços viverei
Amar demais será sempre uma lei.
MARCOS LOURES
Se forem teus desejos que eu me perca
Da sorte que prenúncios adivinho.
Amores que vivendo vêm acerca
De tudo que perdi, humilde ninho.
Vencido por quem sabe ser não manso
Esparso minha voz por alamedas.
Deveras teu desejo eu não alcanço
Sem olhos, pois as sortes seguem ledas
Definho sem ter pasto, em desamor.
Calçado desta estúpida saudade
O fato de tentar viver sem por
Meus dedos na ferida, falsidade.
No manto que em espaços viverei
Amar demais será sempre uma lei.
MARCOS LOURES
LABIRINTO
LABIRINTO
A vida se mostrando um labirinto
Tramada sobre as formas de um mistério.
Pois do útero materno ao cemitério
Vivemos tão somente por instinto.
Além do que procuro o que mais sinto
Se mostra sob o céu, um mar etéreo
Até que o golpe venha, enfim, funéreo
Das cores do ambiente eu já me pinto.
Quem anda na total obscuridade
Não sabe deste lume que virá
Em forma de carinho ou crueldade
A sorte noutras plagas vingará
Porém se tenho em vida uma amizade
A paz tão redentora chegará...
MARCOS LOURES
A vida se mostrando um labirinto
Tramada sobre as formas de um mistério.
Pois do útero materno ao cemitério
Vivemos tão somente por instinto.
Além do que procuro o que mais sinto
Se mostra sob o céu, um mar etéreo
Até que o golpe venha, enfim, funéreo
Das cores do ambiente eu já me pinto.
Quem anda na total obscuridade
Não sabe deste lume que virá
Em forma de carinho ou crueldade
A sorte noutras plagas vingará
Porém se tenho em vida uma amizade
A paz tão redentora chegará...
MARCOS LOURES
SACRIFÍCIO INÚTIL?
SACRIFÍCIO INÚTIL?
Quem quer os sacrifícios do cordeiro
Esquartejando uma alma em sangue frio
Não sabe quando amor é verdadeiro,
Mostrando-se cruel e mais sombrio.
Deixando por herança um podre cheiro
Que exala o ser humano, cão vadio,
Matando já de cara o seu herdeiro
Na profusão do nada e do vazio.
Nós somos agiotas desta Terra
Tão extorquida em saques violentos.
Porém, dentro do peito já se encerra
A solução que mostre esta verdade:
Os dias não serão tão virulentos
Somente se reinar uma amizade...
MARCOS LOURES
Quem quer os sacrifícios do cordeiro
Esquartejando uma alma em sangue frio
Não sabe quando amor é verdadeiro,
Mostrando-se cruel e mais sombrio.
Deixando por herança um podre cheiro
Que exala o ser humano, cão vadio,
Matando já de cara o seu herdeiro
Na profusão do nada e do vazio.
Nós somos agiotas desta Terra
Tão extorquida em saques violentos.
Porém, dentro do peito já se encerra
A solução que mostre esta verdade:
Os dias não serão tão virulentos
Somente se reinar uma amizade...
MARCOS LOURES
HÁ TEMPOS
HÁ TEMPOS
Há tempos nossos sonhos reunidos
Bastião que se fez contra as desventuras
Lutando contra as formas de torturas
Que tocam nossos nervos e sentidos.
Os dias mais difíceis já vencidos
A tarde se promete em mil venturas
Porém os sanguinários temem curas
Invadem nossos sonhos distraídos
E mostram suas garras mais cruéis
Arrancando os pedaços desta gente.
Secando tantos potes, negam méis
Carinho tendo multiplicidade
Talvez inda nos reste, tão somente,
Na força soberana da amizade...
MARCOS LOURES
Há tempos nossos sonhos reunidos
Bastião que se fez contra as desventuras
Lutando contra as formas de torturas
Que tocam nossos nervos e sentidos.
Os dias mais difíceis já vencidos
A tarde se promete em mil venturas
Porém os sanguinários temem curas
Invadem nossos sonhos distraídos
E mostram suas garras mais cruéis
Arrancando os pedaços desta gente.
Secando tantos potes, negam méis
Carinho tendo multiplicidade
Talvez inda nos reste, tão somente,
Na força soberana da amizade...
MARCOS LOURES
PERTO DO CÉU
PERTO DO CÉU
Nos montes ascendendo perto ao céu
Com lumes e perfumes lua e rosa.
Amor que te dedico; e vaidosa,
Espero que mantenhas alvo véu
Pureza dentro d’alma em carrossel
Vagando por destinos, olorosa
Se vences ou convences belicosa
Não quero teu destino, pois cruel.
Mas vago por teu colo, sem sentido.
Invado tuas vagas e vergastas
Por mais que me conheças decidido,
Sou farto e não me canso de loucuras
Amor quando em amores tu desgastas,
Preâmbulo de males e torturas.
MARCOS LOURES
Nos montes ascendendo perto ao céu
Com lumes e perfumes lua e rosa.
Amor que te dedico; e vaidosa,
Espero que mantenhas alvo véu
Pureza dentro d’alma em carrossel
Vagando por destinos, olorosa
Se vences ou convences belicosa
Não quero teu destino, pois cruel.
Mas vago por teu colo, sem sentido.
Invado tuas vagas e vergastas
Por mais que me conheças decidido,
Sou farto e não me canso de loucuras
Amor quando em amores tu desgastas,
Preâmbulo de males e torturas.
MARCOS LOURES
ALTARES DOS MEUS SONHOS
ALTARES DOS MEUS SONHOS
Altares dos meus sonhos, são imensos
Imersos em vazios sentimentos,
Remeto meus desejos nestes ventos
Amparo tantas dores, alvos lenços.
Tantos fiascos tive, tempos tensos,
Nas lâmpadas das almas nos tormentos
Envolto pelas trevas, sofrimentos
Amores são meus templos tão intensos.
Os gládios que levanto na batalha,
As hastas empunhando sem temor.
O canto de terror quando se espalha
Conclama tantas vezes, nunca pensa.
Porém já me avisando que este amor,
No fim da vida traz a recompensa.
MARCOS LOURES
Altares dos meus sonhos, são imensos
Imersos em vazios sentimentos,
Remeto meus desejos nestes ventos
Amparo tantas dores, alvos lenços.
Tantos fiascos tive, tempos tensos,
Nas lâmpadas das almas nos tormentos
Envolto pelas trevas, sofrimentos
Amores são meus templos tão intensos.
Os gládios que levanto na batalha,
As hastas empunhando sem temor.
O canto de terror quando se espalha
Conclama tantas vezes, nunca pensa.
Porém já me avisando que este amor,
No fim da vida traz a recompensa.
MARCOS LOURES
NADA TEM VALOR
NADA TEM VALOR
Quem pensa tão somente em hierarquia
Pensando ser assim superior
Não sabe quanto a campa se faz fria
Depois da morte nada tem valor.
A solidão futura, mais sombria
Última companheira a te propor
Um pouco de saudosa nostalgia
Distante de quem fora o teu amor.
Apraza- te um vazio tão profundo?
Pois saiba que na terra mais mesquinho
Encontra esta igualdade noutro mundo
Banquete para os vermes. Pequenez.
Por isso, quem viveu sempre sozinho
Carinhos que terá: primeira vez...
MARCOS LOURES
Quem pensa tão somente em hierarquia
Pensando ser assim superior
Não sabe quanto a campa se faz fria
Depois da morte nada tem valor.
A solidão futura, mais sombria
Última companheira a te propor
Um pouco de saudosa nostalgia
Distante de quem fora o teu amor.
Apraza- te um vazio tão profundo?
Pois saiba que na terra mais mesquinho
Encontra esta igualdade noutro mundo
Banquete para os vermes. Pequenez.
Por isso, quem viveu sempre sozinho
Carinhos que terá: primeira vez...
MARCOS LOURES
DURA PELEJA
DURA PELEJA
Adentro na paixão, dura peleja
Por vezes na batalha saciado,
Meu dia vai além do que deseja
Um sonho que se mostra iluminado.
Por mais que dura, a vida, sempre seja
Quem dera se eu ficasse – amor – ao lado
Desta mulher que tenho desejado
E pela qual meu mundo já viceja.
A natureza se molda soberana
E trama o doce amor, em tal beleza
Que às vezes o destino nos engana
Encenando outros atos de outra peça.
Mas saiba que por fim tenho a certeza
E não há nada, amor que nos impeça...
MARCOS LOURES
Adentro na paixão, dura peleja
Por vezes na batalha saciado,
Meu dia vai além do que deseja
Um sonho que se mostra iluminado.
Por mais que dura, a vida, sempre seja
Quem dera se eu ficasse – amor – ao lado
Desta mulher que tenho desejado
E pela qual meu mundo já viceja.
A natureza se molda soberana
E trama o doce amor, em tal beleza
Que às vezes o destino nos engana
Encenando outros atos de outra peça.
Mas saiba que por fim tenho a certeza
E não há nada, amor que nos impeça...
MARCOS LOURES
MEU CORAÇÃO
MEU CORAÇÃO
Eu perdi o meu coração no empoeirado caminho deste mundo;
Mas tu o tomaste em tuas mãos.
Eu buscava alegria e apenas colhi tristezas;
Mas a tristeza que me enviaste tornou-se alegria em minha vida.
Os meus desejos se espalharam em mil pedaços;
Mas tu os recolheste e os reuniste em teu amor.
E enquanto eu vagava de porta em porta,
Cada passo meu estava me conduzindo ao teu portal.
Meu Coração
RABINDRANATH TAGORE
Meu coração perdido na poeira
Ao ser tomado amor, em tuas mãos,
Quem teve só tristeza; companheira,
Quem teve tantos dias sempre vãos
Verteu tua tristeza em alegria.
Espalhei meus desejos pelo mundo
Enquanto o teu amor os recolhia;
Dando um sentido mais profundo
À vida que eu tivera sem destino
Vagando porta em porta, descaminho
Agora ao perceber, quando me atino
Já vejo que não sou mais tão sozinho.
Pois cada passo, vagando pelo astral
Levava – doce amor – ao teu portal...
Obs Fantasia feita em soneto sobre obra de Rabindranath Tagore
MARCOS LOURES
Eu perdi o meu coração no empoeirado caminho deste mundo;
Mas tu o tomaste em tuas mãos.
Eu buscava alegria e apenas colhi tristezas;
Mas a tristeza que me enviaste tornou-se alegria em minha vida.
Os meus desejos se espalharam em mil pedaços;
Mas tu os recolheste e os reuniste em teu amor.
E enquanto eu vagava de porta em porta,
Cada passo meu estava me conduzindo ao teu portal.
Meu Coração
RABINDRANATH TAGORE
Meu coração perdido na poeira
Ao ser tomado amor, em tuas mãos,
Quem teve só tristeza; companheira,
Quem teve tantos dias sempre vãos
Verteu tua tristeza em alegria.
Espalhei meus desejos pelo mundo
Enquanto o teu amor os recolhia;
Dando um sentido mais profundo
À vida que eu tivera sem destino
Vagando porta em porta, descaminho
Agora ao perceber, quando me atino
Já vejo que não sou mais tão sozinho.
Pois cada passo, vagando pelo astral
Levava – doce amor – ao teu portal...
Obs Fantasia feita em soneto sobre obra de Rabindranath Tagore
MARCOS LOURES
TEU SILÊNCIO
TEU SILÊNCIO
Teu silêncio transborda dentro da alma
E deixa-me calado em mansa espera.
Mesmo sem palavra, amor acalma
Legando à quietude a bruta fera.
Amanhã, novo dia nascerá
E assim talvez resolvas me falar,
Um sol em outro tempo brilhará
E a vida novamente irá dourar
Com pássaros voando em canto leve,
Com peixes refazendo a piracema
E o fumo da esperança embora breve
Fará ressuscitar um velho tema.
Amar é refazer eternamente
Um ciclo que se forma novamente...
MARCOS LOURES
Teu silêncio transborda dentro da alma
E deixa-me calado em mansa espera.
Mesmo sem palavra, amor acalma
Legando à quietude a bruta fera.
Amanhã, novo dia nascerá
E assim talvez resolvas me falar,
Um sol em outro tempo brilhará
E a vida novamente irá dourar
Com pássaros voando em canto leve,
Com peixes refazendo a piracema
E o fumo da esperança embora breve
Fará ressuscitar um velho tema.
Amar é refazer eternamente
Um ciclo que se forma novamente...
MARCOS LOURES
QUANDO CHEGASTE
QUANDO CHEGASTE
Quando chegaste, mansa; não a vi.
A vida preparando tal surpresa
Com pensar vagamundo, nem senti
O aroma que exalavas. Sendo presa
De problemas sutis, estava aqui,
Mas minha alma vagava enfim tão tesa
Que em ti não reparei nem percebi.
Talvez por um instinto de defesa
Já que amor é assunto delicado
P’ra quem sofreu bem mais do que o costume.
Depois de certo tempo, fui tocado
Pela beleza intensa de uma flor
Além da raridade do perfume.
Fui ver: desabrochou em mim o amor...
MARCOS LOURES
Quando chegaste, mansa; não a vi.
A vida preparando tal surpresa
Com pensar vagamundo, nem senti
O aroma que exalavas. Sendo presa
De problemas sutis, estava aqui,
Mas minha alma vagava enfim tão tesa
Que em ti não reparei nem percebi.
Talvez por um instinto de defesa
Já que amor é assunto delicado
P’ra quem sofreu bem mais do que o costume.
Depois de certo tempo, fui tocado
Pela beleza intensa de uma flor
Além da raridade do perfume.
Fui ver: desabrochou em mim o amor...
MARCOS LOURES
CARICATURA
CARICATURA
Perceba que minha alma está ferida,
Lacrada, destroçada pelo vento...
Mortalha caminhando em plena vida.
O luto não me sai do pensamento.
Levaste, sem saber, rumo e guarida;
Deixaste neste escambo, sofrimento...
Não vejo mais a lua Aparecida
Sumiste nos espaços. Peço unguento.
Misturo meus delitos e meus erros.
Procuro teus olhares, altos cerros,
Não vejo nem sinal da criatura
Que tantas vezes trouxe-me ternura.
Procuro por teu rosto. Noite escura
Reflete meu olhar. Caricatura...
MARCOS LOURES
Perceba que minha alma está ferida,
Lacrada, destroçada pelo vento...
Mortalha caminhando em plena vida.
O luto não me sai do pensamento.
Levaste, sem saber, rumo e guarida;
Deixaste neste escambo, sofrimento...
Não vejo mais a lua Aparecida
Sumiste nos espaços. Peço unguento.
Misturo meus delitos e meus erros.
Procuro teus olhares, altos cerros,
Não vejo nem sinal da criatura
Que tantas vezes trouxe-me ternura.
Procuro por teu rosto. Noite escura
Reflete meu olhar. Caricatura...
MARCOS LOURES
PARECE, TANTAS VEZES...
PARECE, TANTAS VEZES...
Parece tantas vezes ser fatal
A dor que nos atinge e tão-somente
Uma amizade mostra-se ideal
Como aliada sempre e firmemente.
Por isso, companheira e camarada
Encontro em teu apoio esta firmeza
Para enfrentar o medo e a geada
Numa esperança clara, uma certeza
De que a vida será bem mais feliz
A quem já sofreu tanto no caminho.
Cevando no meu peito a flor de lis,
Cuidando deste afeto com carinho.
Meu verso te agradece tanto, tanto,
Amor: doce refrão em nosso canto...
MARCOS LOURES
Parece tantas vezes ser fatal
A dor que nos atinge e tão-somente
Uma amizade mostra-se ideal
Como aliada sempre e firmemente.
Por isso, companheira e camarada
Encontro em teu apoio esta firmeza
Para enfrentar o medo e a geada
Numa esperança clara, uma certeza
De que a vida será bem mais feliz
A quem já sofreu tanto no caminho.
Cevando no meu peito a flor de lis,
Cuidando deste afeto com carinho.
Meu verso te agradece tanto, tanto,
Amor: doce refrão em nosso canto...
MARCOS LOURES
O TEU RETRATO
O TEU RETRATO
Amiga tantas vezes esbocei
O teu retrato em formas tão diversas
Bem sabes que no fundo eu procurei
Te conhecer usando estas conversas
Que já tivemos. Nunca te encontrei
Quebra cabeças mostra em suas peças
Além do que num dia imaginei
Em palavras e frases tão dispersas.
Os pântanos guardados dentro da alma
As rochas que protegem teu recanto.
Um poço já lacrado no passado
Porém tua presença sempre acalma
E venho agradecer, mas; entretanto,
Queria amiga estar sempre ao teu lado...
MARCOS LOURES
Amiga tantas vezes esbocei
O teu retrato em formas tão diversas
Bem sabes que no fundo eu procurei
Te conhecer usando estas conversas
Que já tivemos. Nunca te encontrei
Quebra cabeças mostra em suas peças
Além do que num dia imaginei
Em palavras e frases tão dispersas.
Os pântanos guardados dentro da alma
As rochas que protegem teu recanto.
Um poço já lacrado no passado
Porém tua presença sempre acalma
E venho agradecer, mas; entretanto,
Queria amiga estar sempre ao teu lado...
MARCOS LOURES
MELÍFLUAS CARÍCIAS
MELÍFLUAS CARÍCIAS
Nas melífluas carícias, os teus passos.
Nesse teu sonho diáfano, macio;
As mansidões serenas... Belo estio,
Carinhos, madrigais em nossos laços.
Quem fora resistência, passos lassos,
Caminha pela sala... Águas de um rio...
Fantasias que crias? Ouço e rio.
Nas nossas festas, praças, luzes, paços...
Nas tuas noites, nossa paz, concertos...
De todos os meus erros sem consertos,
Perder-te é o maior de tantos medos;
Amores que fazemos; mil sessões.
Já me deste os teus sonhos. Tais cessões
Desmascaram todos os segredos...
MARCOS LOURES
Nas melífluas carícias, os teus passos.
Nesse teu sonho diáfano, macio;
As mansidões serenas... Belo estio,
Carinhos, madrigais em nossos laços.
Quem fora resistência, passos lassos,
Caminha pela sala... Águas de um rio...
Fantasias que crias? Ouço e rio.
Nas nossas festas, praças, luzes, paços...
Nas tuas noites, nossa paz, concertos...
De todos os meus erros sem consertos,
Perder-te é o maior de tantos medos;
Amores que fazemos; mil sessões.
Já me deste os teus sonhos. Tais cessões
Desmascaram todos os segredos...
MARCOS LOURES
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
DE ÓCIOS REVESTIDOS
DE ÓCIOS REVESTIDOS
Amor que me deixou tantos cilícios,
Dos ócios meus pecados revestidos.
Mergulho por ferozes precipícios,
Abismos mais profundos, desvalidos.
Da morte que procuro, nem indícios...
Clareiras e cascatas dos sentidos
Denotam meus horrores e meus vícios...
Os prazeres, as dores, nos gemidos...
Carinhos congelados, meu velário...
Exponho minha entranha e meus desejos...
Da vida, meu farnel, meu relicário,
Carrego teus relevos u’a fornalha...
Troféus que levarei, teus falsos beijos,
Teu gozo me servindo de mortalha!
MARCOS LOURES
Amor que me deixou tantos cilícios,
Dos ócios meus pecados revestidos.
Mergulho por ferozes precipícios,
Abismos mais profundos, desvalidos.
Da morte que procuro, nem indícios...
Clareiras e cascatas dos sentidos
Denotam meus horrores e meus vícios...
Os prazeres, as dores, nos gemidos...
Carinhos congelados, meu velário...
Exponho minha entranha e meus desejos...
Da vida, meu farnel, meu relicário,
Carrego teus relevos u’a fornalha...
Troféus que levarei, teus falsos beijos,
Teu gozo me servindo de mortalha!
MARCOS LOURES
NOSTALGIA E DOLÊNCIA
NOSTALGIA E DOLÊNCIA
Nostalgia e dolência nesta tarde...
Carinhos imortais da amada bruma...
A noite me trará embora tarde,
O gosto da explosão, marinha espuma!
Quem ama não precisa deste alarde,
Espreita um caçador, um salto, o puma...
Olhar que no infinito, ferindo; arde,
Não pode descansar de forma alguma!
Espasmos da luxúria florescentes,
Noctívagos delírios vampirescos...
Meus sonhos, meus amores, são dantescos.
Aguardo, calmamente a minha morte.
No fundo, meus defeitos, indecentes,
Misturam-se num gozo louco e forte.
MARCOS LOURES
Nostalgia e dolência nesta tarde...
Carinhos imortais da amada bruma...
A noite me trará embora tarde,
O gosto da explosão, marinha espuma!
Quem ama não precisa deste alarde,
Espreita um caçador, um salto, o puma...
Olhar que no infinito, ferindo; arde,
Não pode descansar de forma alguma!
Espasmos da luxúria florescentes,
Noctívagos delírios vampirescos...
Meus sonhos, meus amores, são dantescos.
Aguardo, calmamente a minha morte.
No fundo, meus defeitos, indecentes,
Misturam-se num gozo louco e forte.
MARCOS LOURES
SEGUE SEU CAMINHO
SEGUE SEU CAMINHO
Quem fora, segue seu caminho, louco...
Meu movimento vai seguir meu canto.
Não poderei mais, nem mais quero...Encanto
Que vem, num grito, me deixando rouco...
Vida perturba, solidão, sufoco,
Nada mais triste que secar seu pranto...
Meus olhos miram nos teus olhos, tanto
Que me corrói, assim, matando um pouco
Do que restara de meus dias, Carla.
Quando te vejo, andando pela sala
Tua nudez transformando tudo...
Tua beleza, vai vagando a esmo.
Nesse reflexo, procurar eu mesmo,
A cada passo, mas não falo, mudo...
MARCOS LOURES
Quem fora, segue seu caminho, louco...
Meu movimento vai seguir meu canto.
Não poderei mais, nem mais quero...Encanto
Que vem, num grito, me deixando rouco...
Vida perturba, solidão, sufoco,
Nada mais triste que secar seu pranto...
Meus olhos miram nos teus olhos, tanto
Que me corrói, assim, matando um pouco
Do que restara de meus dias, Carla.
Quando te vejo, andando pela sala
Tua nudez transformando tudo...
Tua beleza, vai vagando a esmo.
Nesse reflexo, procurar eu mesmo,
A cada passo, mas não falo, mudo...
MARCOS LOURES
TEU RANCOR
TEU RANCOR
Que eu não caia; querida, em teu rancor
Palavras que tu soltas a ferir
Quem teve insanidade de pedir
Tua clemência feita em puro amor.
Janela que entreaberta vem propor
Tua presença, alheio e sem fugir
Do sol que um dia veio refulgir
E este cenário raro a se compor.
Bem sei que voltarás e num instante
Repleta de vinganças odiosas
Podando as esperanças; frágeis rosas
Que cismam em tentar sobreviver
E o fogo em crueldade, delirante,
Virás em descaminhos, acender...
MARCOS LOURES
Que eu não caia; querida, em teu rancor
Palavras que tu soltas a ferir
Quem teve insanidade de pedir
Tua clemência feita em puro amor.
Janela que entreaberta vem propor
Tua presença, alheio e sem fugir
Do sol que um dia veio refulgir
E este cenário raro a se compor.
Bem sei que voltarás e num instante
Repleta de vinganças odiosas
Podando as esperanças; frágeis rosas
Que cismam em tentar sobreviver
E o fogo em crueldade, delirante,
Virás em descaminhos, acender...
MARCOS LOURES
COBIÇADA
COBIÇADA
Ao passares, cobiçada pelas ruas,
Não vês o meu olhar quase faminto.
Acendes um vulcão que esteve extinto
Dando a impressão, querida, que flutuas.
Sem olhar para trás tu continuas
E em cada passou teu, meus sonhos pinto.
O que pensam de um velho tão distinto
Imaginando a moça toda nua?
Bem sei que não teria qualquer chance
Mas te agradeço, enfim, de qualquer jeito.
Sentindo em cada passo num nuance
Que a vida permanece resistindo
E o sonho com certeza é meu direito.
E o mundo, enfim, deveras, é tão lindo...
MARCOS LOURES
Ao passares, cobiçada pelas ruas,
Não vês o meu olhar quase faminto.
Acendes um vulcão que esteve extinto
Dando a impressão, querida, que flutuas.
Sem olhar para trás tu continuas
E em cada passou teu, meus sonhos pinto.
O que pensam de um velho tão distinto
Imaginando a moça toda nua?
Bem sei que não teria qualquer chance
Mas te agradeço, enfim, de qualquer jeito.
Sentindo em cada passo num nuance
Que a vida permanece resistindo
E o sonho com certeza é meu direito.
E o mundo, enfim, deveras, é tão lindo...
MARCOS LOURES
NOS PERCALÇOS DA VIDA
NOS PERCALÇOS DA VIDA
Peço-te, nos percalços desta vida,
Tantas vezes sofrendo essa saudade;
Que maltrata e talvez bem merecida,
Não deixa respirar felicidade...
Devolvo-te a promessa deste amor
Que já se adormeceu tão solitário
Não deixando nem escombros, nem sabor.
Rio sem ter o mar como estuário...
As sombras do que fomos perambulam,
Os olhos carregados já lacrimam...
Meus pés sem ter o chão, sonambulam.
De tanto que nos demos, não se rimam
Apenas o silêncio desabando,
Amores, andorinhas, triste bando...
MARCOS LOURES
Peço-te, nos percalços desta vida,
Tantas vezes sofrendo essa saudade;
Que maltrata e talvez bem merecida,
Não deixa respirar felicidade...
Devolvo-te a promessa deste amor
Que já se adormeceu tão solitário
Não deixando nem escombros, nem sabor.
Rio sem ter o mar como estuário...
As sombras do que fomos perambulam,
Os olhos carregados já lacrimam...
Meus pés sem ter o chão, sonambulam.
De tanto que nos demos, não se rimam
Apenas o silêncio desabando,
Amores, andorinhas, triste bando...
MARCOS LOURES
SEM TIMÃO
SEM TIMÃO
Penando sem ter pena de ninguém
Apenas quando iludo o coração
Sem coragem de ver se a noite vem,
Eu perco desse barco o seu timão.
E rudes meus caminhos perdem mar
Nas ânsias mais frenéticas por vida.
Ávida desta vida e tanto amar
Nas pedras e nas perdas, vai perdida...
Pensando que se pena sem ter nexo
Complexos diversos se convergem,
Vergéis de rara cor formando um plexo
Por onde nossas matas já se elegem
Fuligem de minha alma sem lareira
Que esquente e que me aqueça a vida inteira...
MARCOS LOURES
Penando sem ter pena de ninguém
Apenas quando iludo o coração
Sem coragem de ver se a noite vem,
Eu perco desse barco o seu timão.
E rudes meus caminhos perdem mar
Nas ânsias mais frenéticas por vida.
Ávida desta vida e tanto amar
Nas pedras e nas perdas, vai perdida...
Pensando que se pena sem ter nexo
Complexos diversos se convergem,
Vergéis de rara cor formando um plexo
Por onde nossas matas já se elegem
Fuligem de minha alma sem lareira
Que esquente e que me aqueça a vida inteira...
MARCOS LOURES
BEM MAIS FORTE
BEM MAIS FORTE
Eu vivo neste espaço mal servido
Entre as minhas pernas e meu sonho...
Demônios e fantasmas que duvido
Estejam nesse mundo que proponho.
Mas vestem solidão tal qual vestia
Aquela que não fora tão ingrata.
A noite transbordando em pleno dia
Invade e desanima quem maltrata.
Eu quero não poder ser mais assim,
Amante deste mundo tão raquítico
Vivendo sem saber sequer o fim,
De todos os meus mundos forte crítico.
Embaço essas respostas neste vento,
Levando bem mais forte o sentimento...
MARCOS LOURES
Eu vivo neste espaço mal servido
Entre as minhas pernas e meu sonho...
Demônios e fantasmas que duvido
Estejam nesse mundo que proponho.
Mas vestem solidão tal qual vestia
Aquela que não fora tão ingrata.
A noite transbordando em pleno dia
Invade e desanima quem maltrata.
Eu quero não poder ser mais assim,
Amante deste mundo tão raquítico
Vivendo sem saber sequer o fim,
De todos os meus mundos forte crítico.
Embaço essas respostas neste vento,
Levando bem mais forte o sentimento...
MARCOS LOURES
NEM PROMESSAS NEM PREMISSAS
NEM PROMESSAS NEM PREMISSAS
Não vejo mais promessas nem premissas
Apenas açucenas, cenas sãs,
Nas massas, nas remessas, nessas missas,
Que vagam pelas vagas, vastas, vãs.
Bem cedo os vendavais e as tempestades
Nas pestes tantas vestes santas ceias...
As mangas os ingás e as saudades
Das massas, das maçãs e das sereias...
Não vejo meu desejo noutro verso
Que inverso vai reverso e quase cheio...
Unidos pelos versos, universos
Que quase se quedaram corte ao meio...
Não quero mais os imãs nem rastejo.
Desejo teu desejo em meu desejo...
MARCOS LOURES
Não vejo mais promessas nem premissas
Apenas açucenas, cenas sãs,
Nas massas, nas remessas, nessas missas,
Que vagam pelas vagas, vastas, vãs.
Bem cedo os vendavais e as tempestades
Nas pestes tantas vestes santas ceias...
As mangas os ingás e as saudades
Das massas, das maçãs e das sereias...
Não vejo meu desejo noutro verso
Que inverso vai reverso e quase cheio...
Unidos pelos versos, universos
Que quase se quedaram corte ao meio...
Não quero mais os imãs nem rastejo.
Desejo teu desejo em meu desejo...
MARCOS LOURES
EM NOME DA AMIZADE
EM NOME DA AMIZADE
Em nome da amizade que nos une
Eu peço mil perdões pelos enganos
A vida, na verdade já nos pune
E impede que sigamos velhos planos
Na fúnebre saudade que hoje trago
De um tempo mais sincero e mais feliz
Amiga, necessito o teu afago,
Não quero mais a morte que prediz
Quem sabe desfiar tantos segredos
Na astróloga vontade de saber
Aonde se encontraram nossos medos
Por onde salvarei meu bem querer.
Eu peço, encarecido, então, querida,
Que salves com perdão a amarga vida...
MARCOS LOURES
Em nome da amizade que nos une
Eu peço mil perdões pelos enganos
A vida, na verdade já nos pune
E impede que sigamos velhos planos
Na fúnebre saudade que hoje trago
De um tempo mais sincero e mais feliz
Amiga, necessito o teu afago,
Não quero mais a morte que prediz
Quem sabe desfiar tantos segredos
Na astróloga vontade de saber
Aonde se encontraram nossos medos
Por onde salvarei meu bem querer.
Eu peço, encarecido, então, querida,
Que salves com perdão a amarga vida...
MARCOS LOURES
ERMOS POÇOS
ERMOS POÇOS
Amiga, qual fantasma que sem rumo
Vagueia pela noite em hora morta,
Batendo firmemente em tua porta
Na busca por apoio e certo prumo.
Meus erros reconheço, enfim, assumo
Nem mesmo esta certeza me conforta,
Mesmo arrependimento também corta,
A vida vai perdendo assim seu sumo.
Temendo que me atinja tal desgraça
Tocando bem mais fundo em minha pele,
Sobrando tão somente os meus destroços,
Fantasma que se esconde na carcaça
E a quem a própria vida já repele
Agarra tuas mãos em ermos poços...
MARCOS LOURES
Amiga, qual fantasma que sem rumo
Vagueia pela noite em hora morta,
Batendo firmemente em tua porta
Na busca por apoio e certo prumo.
Meus erros reconheço, enfim, assumo
Nem mesmo esta certeza me conforta,
Mesmo arrependimento também corta,
A vida vai perdendo assim seu sumo.
Temendo que me atinja tal desgraça
Tocando bem mais fundo em minha pele,
Sobrando tão somente os meus destroços,
Fantasma que se esconde na carcaça
E a quem a própria vida já repele
Agarra tuas mãos em ermos poços...
MARCOS LOURES
MINHA ALMA TÃO VORAZ
MINHA ALMA TÃO VORAZ
Minha alma tão voraz, desconhecida
Sorvendo mil pecados me amofina
Quem dera se encontrasse uma estricnina
Talvez tivesse a sorte resolvida.
A morte que se mostra como sina
Pudera reservar em outra vida
A cura procurada e descabida.
A mente que pairando se alucina
Encontra tão somente uma resposta
Que possa refazer sem sofrimento
Depois de ter cortado a carne em posta
Um vento mais suave em liberdade
Batendo na janela num momento
Demonstra bela estrela na amizade...
MARCOS LOURES
Minha alma tão voraz, desconhecida
Sorvendo mil pecados me amofina
Quem dera se encontrasse uma estricnina
Talvez tivesse a sorte resolvida.
A morte que se mostra como sina
Pudera reservar em outra vida
A cura procurada e descabida.
A mente que pairando se alucina
Encontra tão somente uma resposta
Que possa refazer sem sofrimento
Depois de ter cortado a carne em posta
Um vento mais suave em liberdade
Batendo na janela num momento
Demonstra bela estrela na amizade...
MARCOS LOURES
CAMINHANDO
CAMINHANDO
Caminhando busquei novas manhãs.
Os ventos tempestades me queimaram...
As mãos se esfarraparam, foram vãs,
Os tiros e canhões dilapidaram...
Nas tentações profanas das maçãs
Dos sonhos, pesadelos me sangravam
As noites solitárias são malsãs
Meus sonhos – liberdade - já calaram...
Os dias que se mostram mais saudáveis
Rapinas, tentam loucas; destruir.
As dores se tornando insuportáveis,
Vorazes, as tristezas não disfarçam
E querem nosso amor já destruir...
Bicos esfomeados, tudo caçam...
MARCOS LOURES
Caminhando busquei novas manhãs.
Os ventos tempestades me queimaram...
As mãos se esfarraparam, foram vãs,
Os tiros e canhões dilapidaram...
Nas tentações profanas das maçãs
Dos sonhos, pesadelos me sangravam
As noites solitárias são malsãs
Meus sonhos – liberdade - já calaram...
Os dias que se mostram mais saudáveis
Rapinas, tentam loucas; destruir.
As dores se tornando insuportáveis,
Vorazes, as tristezas não disfarçam
E querem nosso amor já destruir...
Bicos esfomeados, tudo caçam...
MARCOS LOURES
DOCE DELEITE
DOCE DELEITE
Moleque quando andava nas calçadas
Bem reparava a bela que subia,
As saias pelos ventos levantadas
Deixando a molecada em euforia.
As frutas dos vizinhos, se roubadas
Traziam para a turma uma alegria,
Depois nos campos- várzeas, as peladas
A gente foi feliz, disso eu sabia.
Agora uma barriga que é burguesa
Se lembra das lombrigas e cupins.
A mãe chamando a turma para a mesa,
Café com broa, pão, doce de leite.
Bermudas de Tergal, nada de jeans.
Viver era tão bom: doce deleite...
MARCOS LOURES
Moleque quando andava nas calçadas
Bem reparava a bela que subia,
As saias pelos ventos levantadas
Deixando a molecada em euforia.
As frutas dos vizinhos, se roubadas
Traziam para a turma uma alegria,
Depois nos campos- várzeas, as peladas
A gente foi feliz, disso eu sabia.
Agora uma barriga que é burguesa
Se lembra das lombrigas e cupins.
A mãe chamando a turma para a mesa,
Café com broa, pão, doce de leite.
Bermudas de Tergal, nada de jeans.
Viver era tão bom: doce deleite...
MARCOS LOURES
EM PLENITUDE
EM PLENITUDE
Meu verso se encontrou em plenitude
Dizendo simplesmente todo o sonho
De ter sempre o bom senso e juventude
No que se fez completo e bem risonho.
Que o tempo nos impele e nos ilude.
Um mundo bem melhor: eu sempre sonho.
Decerto em outros templos tudo mude
Porém quero um viver menos tristonho.
E digo deste modo,o que pressinto
Sorvendo todo o mel que me permites.
Concedes teu prazer, desejos, sinto.
E quero ser só teu. Em todo verso
Demonstro sentimento sem limites
Vencendo o duro medo de ir disperso.
MARCOS LOURES
Meu verso se encontrou em plenitude
Dizendo simplesmente todo o sonho
De ter sempre o bom senso e juventude
No que se fez completo e bem risonho.
Que o tempo nos impele e nos ilude.
Um mundo bem melhor: eu sempre sonho.
Decerto em outros templos tudo mude
Porém quero um viver menos tristonho.
E digo deste modo,o que pressinto
Sorvendo todo o mel que me permites.
Concedes teu prazer, desejos, sinto.
E quero ser só teu. Em todo verso
Demonstro sentimento sem limites
Vencendo o duro medo de ir disperso.
MARCOS LOURES
PERDIDO...
PERDIDO...
Caminhante perdido sem ter trilhos,
Desconforto gigante em impotentes
Passos que se fazem andarilhos
Buscando outro caminho, outras vertentes.
Encontro na verdade os empecilhos
Comuns da miopia que sem lentes
Confunde seus amigos com caudilhos
E rosna pra quem ama, unhas, dentes...
A sonda que lancei, sem ter resposta
Sonares se perderam neste mar.
Porém pele curtida cria crosta
E aos poucos se transforma na couraça
Que penso proteger do que encontrar...
Só resta uma saudade e a vida passa...
MARCOS LOURES
Caminhante perdido sem ter trilhos,
Desconforto gigante em impotentes
Passos que se fazem andarilhos
Buscando outro caminho, outras vertentes.
Encontro na verdade os empecilhos
Comuns da miopia que sem lentes
Confunde seus amigos com caudilhos
E rosna pra quem ama, unhas, dentes...
A sonda que lancei, sem ter resposta
Sonares se perderam neste mar.
Porém pele curtida cria crosta
E aos poucos se transforma na couraça
Que penso proteger do que encontrar...
Só resta uma saudade e a vida passa...
MARCOS LOURES
PROCURANDO TUA ALMA
PROCURANDO TUA ALMA
A minha alma ecoando busca a tua,
Nessas fráguas, as mágoas queimam, tanto...
Amiga, me permita teu encanto,
Talvez, um dia, venhas bela e nua
Nas noites que imagino, minha lua...
Respiro seus venenos, lentos, pranto...
Amor divino, cego, louco, santo,
A cada dia, a dor vem, continua...
O vento e madrugada, nova dança;
Nas estradas, atalhos d’esperança
Levam ao nada, nada, simples nada...
Caminhemos distintos caminhares,
Naveguemos por mares, por vagares
Que, afinal, voltarão por essa estrada...
MARCOS LOURES
A minha alma ecoando busca a tua,
Nessas fráguas, as mágoas queimam, tanto...
Amiga, me permita teu encanto,
Talvez, um dia, venhas bela e nua
Nas noites que imagino, minha lua...
Respiro seus venenos, lentos, pranto...
Amor divino, cego, louco, santo,
A cada dia, a dor vem, continua...
O vento e madrugada, nova dança;
Nas estradas, atalhos d’esperança
Levam ao nada, nada, simples nada...
Caminhemos distintos caminhares,
Naveguemos por mares, por vagares
Que, afinal, voltarão por essa estrada...
MARCOS LOURES
ESPERANÇA...
ESPERANÇA...
Caminho Santiago, Compostela,
Nas rotas dos romeiros Juazeiro.
Nos raios deste sol, ventos e vela.
No mundo dos migrantes, um luzeiro...
Nas rezas nas oradas, na capela,
Amor que se derrama verdadeiro.
Esperança que sangra se revela,
No pátio deste mundo sorrateiro...
Aparecida traz seu santuário,
Os homens agradecem, procissão...
Nas rias das urgências estuário...
No medo se comprova a devoção.
As tristezas guardadas num armário,
Esperança acalenta um coração...
MARCOS LOURES
Caminho Santiago, Compostela,
Nas rotas dos romeiros Juazeiro.
Nos raios deste sol, ventos e vela.
No mundo dos migrantes, um luzeiro...
Nas rezas nas oradas, na capela,
Amor que se derrama verdadeiro.
Esperança que sangra se revela,
No pátio deste mundo sorrateiro...
Aparecida traz seu santuário,
Os homens agradecem, procissão...
Nas rias das urgências estuário...
No medo se comprova a devoção.
As tristezas guardadas num armário,
Esperança acalenta um coração...
MARCOS LOURES
MEU SONHO
MEU SONHO
Caminho sobre urtigas, urze, erica...
Meus passos se perdendo neste pasto.
Fulvos, os meus desejos, vida rica,
Nos peitos delirantes, sonho casto...
Não posso nem pedir, mas sei que fica
O gosto da saudade, amor bem gasto
As luvas dos meus sonhos, sei pelica,
Nos versos, minha vida já contrasto...
Nas pedras, corredeiras, seixo e lodo...
Os caules dos arbustos espinhosos;
Pairando sobre mim, um triste engodo...
Nas fontes exauridas, mato a sede...
Perfumes que pensei ter; olorosos,
Meu sonho? Estar deitado em uma rede...
MARCOS LOURES
Caminho sobre urtigas, urze, erica...
Meus passos se perdendo neste pasto.
Fulvos, os meus desejos, vida rica,
Nos peitos delirantes, sonho casto...
Não posso nem pedir, mas sei que fica
O gosto da saudade, amor bem gasto
As luvas dos meus sonhos, sei pelica,
Nos versos, minha vida já contrasto...
Nas pedras, corredeiras, seixo e lodo...
Os caules dos arbustos espinhosos;
Pairando sobre mim, um triste engodo...
Nas fontes exauridas, mato a sede...
Perfumes que pensei ter; olorosos,
Meu sonho? Estar deitado em uma rede...
MARCOS LOURES
FADAS E GNOMOS
FADAS E GNOMOS
Fadas e gnomos, frágeis criaturas
Siderais te acompanham, nem percebes...
As delicadas bênçãos e ternuras
Estão a cada passo que concebes...
Nuvens, borrões celestes, nas alturas,
Observando teus passos nessas sebes,
Lacrimejam-se plenas, ficam puras,
Trazendo as doces águas que recebes...
Sedenta de carinhos, livre lebre,
Saltando por meus sonhos, nas campanhas,
Ardendo teu amor em louca febre,
Os olhos que te querem... pirilampos;
Nas altas cordilheiras, nas montanhas,
Procuro teu amor por belos campos...
MARCOS LOURES
Fadas e gnomos, frágeis criaturas
Siderais te acompanham, nem percebes...
As delicadas bênçãos e ternuras
Estão a cada passo que concebes...
Nuvens, borrões celestes, nas alturas,
Observando teus passos nessas sebes,
Lacrimejam-se plenas, ficam puras,
Trazendo as doces águas que recebes...
Sedenta de carinhos, livre lebre,
Saltando por meus sonhos, nas campanhas,
Ardendo teu amor em louca febre,
Os olhos que te querem... pirilampos;
Nas altas cordilheiras, nas montanhas,
Procuro teu amor por belos campos...
MARCOS LOURES
AMORES E SAUDADES
AMORES E SAUDADES
Cadáveres carrego, bem pesados...
Amores e saudades sempre voltam
Nos sonhos, pesadelos, sinas, fados...
Tantas horas perdidas me revoltam
Pés cansados, imersos, afogados
Em plena comunhão, vultos escoltam...
Nas mantas, meus temores abrigados
Precisam de tais nuvens que se envoltam.
A vida foi passando de viés,
Saudades e esperanças; o que eu trago.
O mundo que pensei atou meus pés
Carrego minhas dores – turbilhões...
Todos os meus cadáveres; afago.
Cansaço de quem leva multidões!
MARCOS LOURES
Cadáveres carrego, bem pesados...
Amores e saudades sempre voltam
Nos sonhos, pesadelos, sinas, fados...
Tantas horas perdidas me revoltam
Pés cansados, imersos, afogados
Em plena comunhão, vultos escoltam...
Nas mantas, meus temores abrigados
Precisam de tais nuvens que se envoltam.
A vida foi passando de viés,
Saudades e esperanças; o que eu trago.
O mundo que pensei atou meus pés
Carrego minhas dores – turbilhões...
Todos os meus cadáveres; afago.
Cansaço de quem leva multidões!
MARCOS LOURES
CANTILENAS
CANTILENAS
Cantilenas da frota
Corsário sem sentido,
Saudade que me corta
Noutras noites, olvido
Senda que segue torta
Sonho que vai perdido
Felicidade morta
Não ouviu meu pedido.
Escarpa? Eu não pulei
Meu barco naufragado
Mar que não naveguei
Canto desesperado
Amor que foi minha lei
Deixando-me de lado...
MARCOS LOURES
Cantilenas da frota
Corsário sem sentido,
Saudade que me corta
Noutras noites, olvido
Senda que segue torta
Sonho que vai perdido
Felicidade morta
Não ouviu meu pedido.
Escarpa? Eu não pulei
Meu barco naufragado
Mar que não naveguei
Canto desesperado
Amor que foi minha lei
Deixando-me de lado...
MARCOS LOURES
ESCUTAVA O TEU CANTO
ESCUTAVA O TEU CANTO
Escutava o teu canto, longas noites...
E não tinha sequer as evidências
Lograva tais insanas penitências
Penetrantes, ardentes; feito açoites...
Não queria, mas vinhas... Vis pernoites
A cada instante; mágoas sem clemências,
A cada canto lúbricas demências...
Cantavas, procurando quem te acoites...
Nada mais me restou, zero ambulante
Os meus dedos, crivados por teus dentes
O que me sobra? Andar qual mendicante.
Farrapos que se seguem, de dementes
Sem amanhã; sem nada vou adiante?
Sem ironia, diga-me o que sentes.
MARCOS LOURES
Escutava o teu canto, longas noites...
E não tinha sequer as evidências
Lograva tais insanas penitências
Penetrantes, ardentes; feito açoites...
Não queria, mas vinhas... Vis pernoites
A cada instante; mágoas sem clemências,
A cada canto lúbricas demências...
Cantavas, procurando quem te acoites...
Nada mais me restou, zero ambulante
Os meus dedos, crivados por teus dentes
O que me sobra? Andar qual mendicante.
Farrapos que se seguem, de dementes
Sem amanhã; sem nada vou adiante?
Sem ironia, diga-me o que sentes.
MARCOS LOURES
A MÃE NATURA
A MÃE NATURA
Não poderei ouvir o canto desta mata,
Nos frutos que preparo, as mãos da deusa Flora.
Nas hastes desta flor, no véu desta cascata,
A mãe natura em vão, ao homem tanto implora.
A lua traz decerto o brilho desta prata.
Percebo essa promessa, a natureza chora.
Quem ama não destrói, namora em serenata.
Quem sabe não discute agora, faz a hora.
Vestígios de queimada, anseios de vingança.
A fonte da vitória afoga essa esperança.
O mote que me deste enfeito nesta trova.
A mão que te tortura, um peso amargo e triste
O fogo te devora e mais tudo que existe.
Um homem não repara e cava a própria cova!
MARCOS LOURES
Não poderei ouvir o canto desta mata,
Nos frutos que preparo, as mãos da deusa Flora.
Nas hastes desta flor, no véu desta cascata,
A mãe natura em vão, ao homem tanto implora.
A lua traz decerto o brilho desta prata.
Percebo essa promessa, a natureza chora.
Quem ama não destrói, namora em serenata.
Quem sabe não discute agora, faz a hora.
Vestígios de queimada, anseios de vingança.
A fonte da vitória afoga essa esperança.
O mote que me deste enfeito nesta trova.
A mão que te tortura, um peso amargo e triste
O fogo te devora e mais tudo que existe.
Um homem não repara e cava a própria cova!
MARCOS LOURES
NO CANTO DO CANÁRIO
NO CANTO DO CANÁRIO
No canto deste canário,
Encantos dum bem te vi
Natureza traz cenário
Beleza igual nunca vi.
Tristeza deixei n’ armário
Essa dor já esqueci...
Amor bom é solidário
Amor que nunca perdi.
No canto do trinca ferro,
A saudade deu um berro
Eu fiquei triste e tão só.
Cantando esse passarinho
Saudades tem do seu ninho.
Meu amor é curió...
MARCOS LOURES
No canto deste canário,
Encantos dum bem te vi
Natureza traz cenário
Beleza igual nunca vi.
Tristeza deixei n’ armário
Essa dor já esqueci...
Amor bom é solidário
Amor que nunca perdi.
No canto do trinca ferro,
A saudade deu um berro
Eu fiquei triste e tão só.
Cantando esse passarinho
Saudades tem do seu ninho.
Meu amor é curió...
MARCOS LOURES
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
CANTO MÁGICO
CANTO MÁGICO
Os anjos que me beijam, compassivos;
Nas trevas e tabernas, tabernáculos...
Nas horas, orações, hordas, oráculos...
Deitados, languidez, os faz lascivos...
Os anjos, com seus seios, meus cativos...
Eu tento novo intento, seus tentáculos!
Eu espero espreitando os espetáculos.
Carinhos, meus caminhos decisivos.
Os anjos se guardando para a festa,
Idílio, novo exílio, quero a fresta
Por onde todo amparo faz-se trágico.
Os anjos penetrando os sentimentos,
São banjos, seus arranjos, meus momentos.
Encantos de esperança, canto mágico!
MARCOS LOURES
Os anjos que me beijam, compassivos;
Nas trevas e tabernas, tabernáculos...
Nas horas, orações, hordas, oráculos...
Deitados, languidez, os faz lascivos...
Os anjos, com seus seios, meus cativos...
Eu tento novo intento, seus tentáculos!
Eu espero espreitando os espetáculos.
Carinhos, meus caminhos decisivos.
Os anjos se guardando para a festa,
Idílio, novo exílio, quero a fresta
Por onde todo amparo faz-se trágico.
Os anjos penetrando os sentimentos,
São banjos, seus arranjos, meus momentos.
Encantos de esperança, canto mágico!
MARCOS LOURES
CAMINHANDO PELAS RUAS
CAMINHANDO PELAS RUAS
Quando vou caminhando pelas ruas,
Muitas vezes me sinto machucado.
As pedras do caminho, duras, nuas,
Adentram pouco a pouco em meu calçado
Quantas vezes, sofrendo dores cruas
Nas curvas do caminho. Vou de lado.
Depois de ter perdido este solado,
Ó pomba, quanta inveja, pois flutuas.
Quando vejo mulheres, tão bonitas,
Calçando um improvável bico fino;
Ao bom Deus, pergunto: como acreditas;
Ser possível tamanho desatino,
Espremendo assim demais, arrebitas
Os cinco pobres dedos, num só pino...
MARCOS LOURES
Quando vou caminhando pelas ruas,
Muitas vezes me sinto machucado.
As pedras do caminho, duras, nuas,
Adentram pouco a pouco em meu calçado
Quantas vezes, sofrendo dores cruas
Nas curvas do caminho. Vou de lado.
Depois de ter perdido este solado,
Ó pomba, quanta inveja, pois flutuas.
Quando vejo mulheres, tão bonitas,
Calçando um improvável bico fino;
Ao bom Deus, pergunto: como acreditas;
Ser possível tamanho desatino,
Espremendo assim demais, arrebitas
Os cinco pobres dedos, num só pino...
MARCOS LOURES
VERDUGO
VERDUGO
Mirraste tantas mãos que acaricias,
Verdugo que delira em crueldade.
Devoras sem temer, as fantasias...
Prazeres histriônicos, maldade...
Chacinas, aos teus olhos são orgias,
Despertas violências... Ansiedade
Demonstras quando vês torturas frias...
A morte que revelas cedo ou tarde!
Nas páginas sangrentas do jornal,
Ao delírio te levam tais notícias
Carnificinas trazes no bornal...
És pântano sedento de sevícias...
Abutre que deseja tanta morte
Aprofundando sempre imenso corte...
MARCOS LOURES
Mirraste tantas mãos que acaricias,
Verdugo que delira em crueldade.
Devoras sem temer, as fantasias...
Prazeres histriônicos, maldade...
Chacinas, aos teus olhos são orgias,
Despertas violências... Ansiedade
Demonstras quando vês torturas frias...
A morte que revelas cedo ou tarde!
Nas páginas sangrentas do jornal,
Ao delírio te levam tais notícias
Carnificinas trazes no bornal...
És pântano sedento de sevícias...
Abutre que deseja tanta morte
Aprofundando sempre imenso corte...
MARCOS LOURES
PROMESSAS
PROMESSAS
Viajando ao terreno das promessas,
Não posso me furtar a ver teu rosto.
Nas fontes que bebi, em todas essas,
Não sorvi senão dores e desgosto...
Erraste, bem sei, louca me confessas,
Mas nunca mais terei um novo agosto,
Vencidos os venenos, pra que pressas?
Rei morto vem trazendo um novo, posto!
Amor, cadê teus olhos? Não os vejo...
Minha porta entreaberta não disfarça;
Se foste rato, sempre fui o queijo.
A peça que se finda, velha farsa;
As noites que perdi, cego desejo,
Deixaram, tão somente, esta carcaça!
MARCOS LOURES
Viajando ao terreno das promessas,
Não posso me furtar a ver teu rosto.
Nas fontes que bebi, em todas essas,
Não sorvi senão dores e desgosto...
Erraste, bem sei, louca me confessas,
Mas nunca mais terei um novo agosto,
Vencidos os venenos, pra que pressas?
Rei morto vem trazendo um novo, posto!
Amor, cadê teus olhos? Não os vejo...
Minha porta entreaberta não disfarça;
Se foste rato, sempre fui o queijo.
A peça que se finda, velha farsa;
As noites que perdi, cego desejo,
Deixaram, tão somente, esta carcaça!
MARCOS LOURES
O FOGO DA PAIXÃO
O FOGO DA PAIXÃO
O fogo da paixão que tanto ardia
Moldando uma esperança onde prevejo
Virá com mais ardor nosso desejo
Alçando um novo tempo em alegria.
Apenas em carinhos se previa
Um mundo mavioso e tão sobejo,
Levando ao desencanto, o seu despejo,
Pois num canto se irmana a cada dia.
Nas chamas atrevidas, mais audazes,
Os lábios tão gulosos são capazes
De tantas peripécias num momento.
Enamorados vamos pela vida,
Reféns da fantasia que incontida,
Domando nos encharca o pensamento...
MARCOS LOURES
O fogo da paixão que tanto ardia
Moldando uma esperança onde prevejo
Virá com mais ardor nosso desejo
Alçando um novo tempo em alegria.
Apenas em carinhos se previa
Um mundo mavioso e tão sobejo,
Levando ao desencanto, o seu despejo,
Pois num canto se irmana a cada dia.
Nas chamas atrevidas, mais audazes,
Os lábios tão gulosos são capazes
De tantas peripécias num momento.
Enamorados vamos pela vida,
Reféns da fantasia que incontida,
Domando nos encharca o pensamento...
MARCOS LOURES
HERANÇA
HERANÇA
Carrego estas tristezas no bornal
Herança que virou um duro fardo.
Nos caminhos que passo, tanto cardo,
Vagando em solidão, mar abissal.
Toda noite o vazio dá sinal,
O mundo nebuloso, um sonho pardo.
As dores desfilando em festival.
Solidão companheira, triste fado.
Meus males- as malas que carrego-
Não sei porto algum nem descarrego
A saudade que insistindo se avizinha.
Pesado; mal caminho e sigo triste,
Um sonho pirilampo não resiste...
Tanta dor neste mundo... Sempre minha...
MARCOS LOURES
Carrego estas tristezas no bornal
Herança que virou um duro fardo.
Nos caminhos que passo, tanto cardo,
Vagando em solidão, mar abissal.
Toda noite o vazio dá sinal,
O mundo nebuloso, um sonho pardo.
As dores desfilando em festival.
Solidão companheira, triste fado.
Meus males- as malas que carrego-
Não sei porto algum nem descarrego
A saudade que insistindo se avizinha.
Pesado; mal caminho e sigo triste,
Um sonho pirilampo não resiste...
Tanta dor neste mundo... Sempre minha...
MARCOS LOURES
TARDE DE VERÃO
TARDE DE VERÃO
No braseiro da tarde de verão,
Adormecida sonha com luares.
Delírios inconstantes, turbilhão,
Alcançam ferozmente seus sonhares...
Desgrenhados cabelos, multidão
De desejos transbordam nos altares
Escondidos no casto coração...
Cáusticos martírios loucos ares...
A mão que percebia sobre o seio,
Os dedos acalmando tal braseiro.
O mundo se desfaz em devaneio.
Nos rastros das estrelas, tanta sede.
A vida é um retrato na parede,
O sol tão penetrante, companheiro...
MARCOS LOURES
No braseiro da tarde de verão,
Adormecida sonha com luares.
Delírios inconstantes, turbilhão,
Alcançam ferozmente seus sonhares...
Desgrenhados cabelos, multidão
De desejos transbordam nos altares
Escondidos no casto coração...
Cáusticos martírios loucos ares...
A mão que percebia sobre o seio,
Os dedos acalmando tal braseiro.
O mundo se desfaz em devaneio.
Nos rastros das estrelas, tanta sede.
A vida é um retrato na parede,
O sol tão penetrante, companheiro...
MARCOS LOURES
NOSSOS SONHOS
NOSSOS SONHOS
Nossos sonhos, qual torres protegidas
Pelos deuses d’amor e pensamentos,
Se elevam levam livres movimentos
Carreiam cordilheiras, nossas vidas...
Nos andores, condores, despedidas,
Flutuam no sonhares meus tormentos,
Queixando-me, percebo tantos mentos
Tremendo, indo temendo as recaídas...
Nossos sonhos, discípulos, Morfeu,
Penetram nas penumbras, nos umbrais,
Deixando leve, breves festivais;
Por onde ondeavam maremotos,
Motivos e matrizes, modos, motos,
Remotos nossos sonhos, sorvem breu...
MARCOS LOURES
Nossos sonhos, qual torres protegidas
Pelos deuses d’amor e pensamentos,
Se elevam levam livres movimentos
Carreiam cordilheiras, nossas vidas...
Nos andores, condores, despedidas,
Flutuam no sonhares meus tormentos,
Queixando-me, percebo tantos mentos
Tremendo, indo temendo as recaídas...
Nossos sonhos, discípulos, Morfeu,
Penetram nas penumbras, nos umbrais,
Deixando leve, breves festivais;
Por onde ondeavam maremotos,
Motivos e matrizes, modos, motos,
Remotos nossos sonhos, sorvem breu...
MARCOS LOURES
O BRILHO DO LUAR
O BRILHO DO LUAR
O brilho do luar que já fulgia
Nas ondas deste mar demonstram Deus...
Na corte desses deuses resplendia
Nos sublimes altares fosse Zeus...
Delirando com néctar e ambrosia,
Os amores tivemos tão ateus...
Nos Olimpos nos Édens cercanias.
O brilho que roubaram, olhos teus...
Amada se não vejo teu sorriso,
De que me servirão meus pobres versos...
Não pude conhecer no paraíso,
Nas várias vastidões dos universos.
Nos campos e galáxias mais dispersos.
Não há nada no mundo mais preciso.
MARCOS LOURES
O brilho do luar que já fulgia
Nas ondas deste mar demonstram Deus...
Na corte desses deuses resplendia
Nos sublimes altares fosse Zeus...
Delirando com néctar e ambrosia,
Os amores tivemos tão ateus...
Nos Olimpos nos Édens cercanias.
O brilho que roubaram, olhos teus...
Amada se não vejo teu sorriso,
De que me servirão meus pobres versos...
Não pude conhecer no paraíso,
Nas várias vastidões dos universos.
Nos campos e galáxias mais dispersos.
Não há nada no mundo mais preciso.
MARCOS LOURES
BRINDO OUTRA VEZ
BRINDO OUTRA VEZ
Brindo outra vez, teimando no martírio,
Bem sei que me fugiste, sem perdão...
Busquei-te nas campinas como a um lírio.
O que causava inveja a Salomão...
Não mais esquecerei, nem em delírio,
As mãos que me afagavam, com paixão...
Não resta em meu altar sequer um círio
Qual fosse o coração, ateu, pagão...
Não mais quero tratar amor tão tétrico,
Nem quero percorrer teu céu sem lua.
Nas minhas serenatas, assimétrico,
O canto repetido te faz nua.
Meu verso vai quebrado, não é métrico.
Por isso tão distante alma flutua.
MARCOS LOURES
Brindo outra vez, teimando no martírio,
Bem sei que me fugiste, sem perdão...
Busquei-te nas campinas como a um lírio.
O que causava inveja a Salomão...
Não mais esquecerei, nem em delírio,
As mãos que me afagavam, com paixão...
Não resta em meu altar sequer um círio
Qual fosse o coração, ateu, pagão...
Não mais quero tratar amor tão tétrico,
Nem quero percorrer teu céu sem lua.
Nas minhas serenatas, assimétrico,
O canto repetido te faz nua.
Meu verso vai quebrado, não é métrico.
Por isso tão distante alma flutua.
MARCOS LOURES
A DOR SE ANUNCIA
A DOR SE ANUNCIA
A dor se anuncia bruta,
Dor cruel que me destrata
A vida merece essa luta
Os brilhos desta cascata
Do meu peito colho a juta
Que plantaste, dor ingrata.
Tuas mãos, triste batuta,
Embrenham na minha mata.
A dor que fora primeira
Fez descanso no meu peito
Minou minha vida inteira
Não restou nem o direito
De buscar a companheira
Que me deixe satisfeito...
MARCOS LOURES
A dor se anuncia bruta,
Dor cruel que me destrata
A vida merece essa luta
Os brilhos desta cascata
Do meu peito colho a juta
Que plantaste, dor ingrata.
Tuas mãos, triste batuta,
Embrenham na minha mata.
A dor que fora primeira
Fez descanso no meu peito
Minou minha vida inteira
Não restou nem o direito
De buscar a companheira
Que me deixe satisfeito...
MARCOS LOURES
BUSCAR A CLARIDADE
BUSCAR A CLARIDADE
Buscar a claridade em cada noite...
Ser vão e companheiro da verdade.
A noite perspicaz me traz açoite
O vento de meus sonhos, u’a saudade...
Não posso conviver com tanto engano,
Nem posso me deixar ao desatino...
O medo renovando torpe plano,
O canto da sereia é meu destino...
A minha alma procura por saída,
Nos teus braços remansos e delícias...
Venerando total e leda vida,
Já busquei por teus passos, nada encontro...
Desfrutei liberdades e malícias,
Nossa vida é completo desencontro...
MARCOS LOURES
Buscar a claridade em cada noite...
Ser vão e companheiro da verdade.
A noite perspicaz me traz açoite
O vento de meus sonhos, u’a saudade...
Não posso conviver com tanto engano,
Nem posso me deixar ao desatino...
O medo renovando torpe plano,
O canto da sereia é meu destino...
A minha alma procura por saída,
Nos teus braços remansos e delícias...
Venerando total e leda vida,
Já busquei por teus passos, nada encontro...
Desfrutei liberdades e malícias,
Nossa vida é completo desencontro...
MARCOS LOURES
MANHÃS
MANHÃS
Pútridas as manhãs
Às vésperas da morte
Sem vida ou amanhãs
Dispenso toda a sorte.
Vidas. Prá que; se vãs;
Vasculho cada corte.
Dores em noites cãs
Raios de duro porte.
Esqueço estas palavras
Forjo minha cantiga
Morte que traz em lavras
A companheira antiga.
Quem dirá que são parvas
As urzes da caatinga...
MARCOS LOURES
Pútridas as manhãs
Às vésperas da morte
Sem vida ou amanhãs
Dispenso toda a sorte.
Vidas. Prá que; se vãs;
Vasculho cada corte.
Dores em noites cãs
Raios de duro porte.
Esqueço estas palavras
Forjo minha cantiga
Morte que traz em lavras
A companheira antiga.
Quem dirá que são parvas
As urzes da caatinga...
MARCOS LOURES
CABELO AO VENTO
CABELO AO VENTO
No meu cabelo ao vento, quero pente,
Na minha mão sedenta, peço luva.
Como é cruel sentir a dor de dente,
Choveu mas esqueci meu guarda chuva...
Mordendo, teu veneno de serpente,
Quando passas, renovas passas, uva...
Como enxergo? Dos óculos és lente,
Nas baladas, embala enquanto groova.
Nem versos meus, conversas jogo fora...
Na partida parida pela guerra.
Se tanto quis outrora, quero agora.
Não sei bem certo, tudo que me encerra.
Só sei que no teu corpo – amada - aflora
O templo mais gostoso desta terra...
MARCOS LOURES
No meu cabelo ao vento, quero pente,
Na minha mão sedenta, peço luva.
Como é cruel sentir a dor de dente,
Choveu mas esqueci meu guarda chuva...
Mordendo, teu veneno de serpente,
Quando passas, renovas passas, uva...
Como enxergo? Dos óculos és lente,
Nas baladas, embala enquanto groova.
Nem versos meus, conversas jogo fora...
Na partida parida pela guerra.
Se tanto quis outrora, quero agora.
Não sei bem certo, tudo que me encerra.
Só sei que no teu corpo – amada - aflora
O templo mais gostoso desta terra...
MARCOS LOURES
TRAZENDO EM ESPERANÇA
TRAZENDO EM ESPERANÇA
Amor que em tanta luta estende o braço em prece
Trazendo em esperança um breve pensamento
Amor nos atormenta e salva em um momento.
Um coração se mostra enquanto lhe obedece.
Se amor ao nos tocar, aviso já nos desse
Talvez assim já fosse a vida um só tormento
Amor não se prediz, é livre como o vento,
Seu passo pela vida, a própria sorte tece.
A quem amor se mostra? A quem está sujeito
A toda esta benesse: um sonho mais perfeito.
Não deixe que este amor que agora enfim te toca
Se vá insaciado, isto seria trágico.
Pois somente ele nos mostra um mundo novo e mágico
Aonde a claridade apraz e se retoca...
MARCOS LOURES
Amor que em tanta luta estende o braço em prece
Trazendo em esperança um breve pensamento
Amor nos atormenta e salva em um momento.
Um coração se mostra enquanto lhe obedece.
Se amor ao nos tocar, aviso já nos desse
Talvez assim já fosse a vida um só tormento
Amor não se prediz, é livre como o vento,
Seu passo pela vida, a própria sorte tece.
A quem amor se mostra? A quem está sujeito
A toda esta benesse: um sonho mais perfeito.
Não deixe que este amor que agora enfim te toca
Se vá insaciado, isto seria trágico.
Pois somente ele nos mostra um mundo novo e mágico
Aonde a claridade apraz e se retoca...
MARCOS LOURES
FALANDO DESTE AMOR
FALANDO DESTE AMOR
Falando deste amor tão docemente
Em termos mais felizes, namorados.
Andando em liberdade, alcanço os Fados
E deixo que este sonho me avivente
Quem anda tão distante qual demente
Não sabe destes laços bem atados
Tampouco destes sonhos desfraldados
Que invadem seduzindo nossa mente.
Amar é ser feliz e ser honesto,
É ter solicitude, estando presto,
Voar sem ter as asas milagrosas.
Amar é ter engenho, saber arte,
Estar em pensamento em toda parte
Aonde recender olor de rosas...
MARCOS LOURES
Falando deste amor tão docemente
Em termos mais felizes, namorados.
Andando em liberdade, alcanço os Fados
E deixo que este sonho me avivente
Quem anda tão distante qual demente
Não sabe destes laços bem atados
Tampouco destes sonhos desfraldados
Que invadem seduzindo nossa mente.
Amar é ser feliz e ser honesto,
É ter solicitude, estando presto,
Voar sem ter as asas milagrosas.
Amar é ter engenho, saber arte,
Estar em pensamento em toda parte
Aonde recender olor de rosas...
MARCOS LOURES
QUEM SABE DESTA VIDA
QUEM SABE DESTA VIDA
Quem sabe desta vida, o seu engenho
Percebe quão são duras as andanças
Embalde tantas vezes, esperanças
Resumem, no final, de onde eu venho.
Se toda uma alegria assim mantenho
Pensando nas noturnas, boas danças,
Percebo que talvez as temperanças
Demonstrem ou resumam o que eu tenho.
Embora tantas marcas dos desgostos
Uma esperança ainda resta na alma.
Promessa de talvez, tranqüilidade...
Ao ver serenidade em alguns rostos,
E pressentindo um sonho que me acalma
Encontro lenitivo na amizade...
MARCOS LOURES
Quem sabe desta vida, o seu engenho
Percebe quão são duras as andanças
Embalde tantas vezes, esperanças
Resumem, no final, de onde eu venho.
Se toda uma alegria assim mantenho
Pensando nas noturnas, boas danças,
Percebo que talvez as temperanças
Demonstrem ou resumam o que eu tenho.
Embora tantas marcas dos desgostos
Uma esperança ainda resta na alma.
Promessa de talvez, tranqüilidade...
Ao ver serenidade em alguns rostos,
E pressentindo um sonho que me acalma
Encontro lenitivo na amizade...
MARCOS LOURES
FUTURO INCERTO
FUTURO INCERTO
Sabendo que o porvir é tão incerto
Que às vezes se fará em triste frio,
Se disso, companheira, eu desconfio,
Meu passo nos teus braços eu acerto.
Por mais que o mundo traga desconcerto
As águas turbulentas deste rio
Se acalmam noutras margens, noutro estio.
Oásis salvador de tal deserto
Tua amizade paira, deslumbrando,
Tornando meu futuro de outro jeito
Promessa que se faz e sem demora
Demonstra na verdade, aonde e quando
O dia nascerá mais satisfeito,
Na força da palavra redentora...
MARCOS LOURES
Sabendo que o porvir é tão incerto
Que às vezes se fará em triste frio,
Se disso, companheira, eu desconfio,
Meu passo nos teus braços eu acerto.
Por mais que o mundo traga desconcerto
As águas turbulentas deste rio
Se acalmam noutras margens, noutro estio.
Oásis salvador de tal deserto
Tua amizade paira, deslumbrando,
Tornando meu futuro de outro jeito
Promessa que se faz e sem demora
Demonstra na verdade, aonde e quando
O dia nascerá mais satisfeito,
Na força da palavra redentora...
MARCOS LOURES
FELIZ ANIVERSÁRIO
FELIZ ANIVERSÁRIO
Desejo a ti: feliz aniversário
Que a vida te sorria mansamente.
O mundo tantas vezes temerário
Talvez se modifique totalmente
O sino rebimbando, o campanário
Está comemorando, pois pressente
Que este dia trará ao calendário
A marca de mudança e de repente
Se o homem perceber que nesta data
Alguém já poderá nos mitigar
A dor que se demonstra todo dia,
Assim a vida mostra e me arrebata
Trazendo mil motivos pra brindar
Com toda uma emoção, tanta alegria...
MARCOS LOURES
Desejo a ti: feliz aniversário
Que a vida te sorria mansamente.
O mundo tantas vezes temerário
Talvez se modifique totalmente
O sino rebimbando, o campanário
Está comemorando, pois pressente
Que este dia trará ao calendário
A marca de mudança e de repente
Se o homem perceber que nesta data
Alguém já poderá nos mitigar
A dor que se demonstra todo dia,
Assim a vida mostra e me arrebata
Trazendo mil motivos pra brindar
Com toda uma emoção, tanta alegria...
MARCOS LOURES
MATURIDADE
MATURIDADE
Maturidade chega com a tarde,
Os meus cabelos brancos são emblemas.
A vida vai passando sem alarde
Não posso me esquecer de velhos temas...
Nas dores que vivemos, fui covarde,
Agora que envelheço, em outros lemas.
Por mais que sempre tente não retarde
O tempo não tem pena das algemas.
Nessa melancolia, meu retrato...
Ansiedade louca sem remédio.
A morte aproximando-se é um fato.
O mundo vai murchando pouco a pouco...
Não posso resistir ao duro tédio
Maturidade chega e fico louco...
MARCOS LOURES
Maturidade chega com a tarde,
Os meus cabelos brancos são emblemas.
A vida vai passando sem alarde
Não posso me esquecer de velhos temas...
Nas dores que vivemos, fui covarde,
Agora que envelheço, em outros lemas.
Por mais que sempre tente não retarde
O tempo não tem pena das algemas.
Nessa melancolia, meu retrato...
Ansiedade louca sem remédio.
A morte aproximando-se é um fato.
O mundo vai murchando pouco a pouco...
Não posso resistir ao duro tédio
Maturidade chega e fico louco...
MARCOS LOURES
VELHOS RAPINEIROS
VELHOS RAPINEIROS
Quem dera se tivéssemos o canto
Que já foi esquecido pelo povo...
Justiça envergonhada fecha o manto,
Os velhos rapineiros estão de novo
Tentando exterminar dentro deste ovo
Abortam simplesmente todo encanto,
Pois tentam ressurgir com velho estorvo,
Espoliando tudo, nosso espanto...
Quem foi tão massacrado, noite escura;
Às vezes se esquecendo o que passou,
Juntando-se aos servis da ditadura,
Que fazem? Por que tanto se lutou?
Procuram na doença a sua cura,
Esquecem do dragão que a causou...
MARCOS LOURES
Quem dera se tivéssemos o canto
Que já foi esquecido pelo povo...
Justiça envergonhada fecha o manto,
Os velhos rapineiros estão de novo
Tentando exterminar dentro deste ovo
Abortam simplesmente todo encanto,
Pois tentam ressurgir com velho estorvo,
Espoliando tudo, nosso espanto...
Quem foi tão massacrado, noite escura;
Às vezes se esquecendo o que passou,
Juntando-se aos servis da ditadura,
Que fazem? Por que tanto se lutou?
Procuram na doença a sua cura,
Esquecem do dragão que a causou...
MARCOS LOURES
FOI PRO MAR
FOI PRO MAR
Cadê minha Tereza, foi pro mar...
Quem era ventania, virou brisa,
A morte traz medida mais precisa.
Quem fora majestade? Sem altar...
Depois dessa viagem, foi parar
Onde toda maré se torna lisa...
Tereza, bem distante, o mar avisa,
Que nunca poderei mais te encontrar...
Perdoe se não pude nem sentir
O que pensei doesse. Vou pedir
A Netuno que nunca mais te veja...
É tudo que minh’alma mais deseja,
Tua cabeça traga na bandeja;
Nem quero teu cadáver prá carpir.
MARCOS LOURES
Cadê minha Tereza, foi pro mar...
Quem era ventania, virou brisa,
A morte traz medida mais precisa.
Quem fora majestade? Sem altar...
Depois dessa viagem, foi parar
Onde toda maré se torna lisa...
Tereza, bem distante, o mar avisa,
Que nunca poderei mais te encontrar...
Perdoe se não pude nem sentir
O que pensei doesse. Vou pedir
A Netuno que nunca mais te veja...
É tudo que minh’alma mais deseja,
Tua cabeça traga na bandeja;
Nem quero teu cadáver prá carpir.
MARCOS LOURES
INEVITÁVEL
INEVITÁVEL
Jamais conceberei ser evitável
O cancro que me invade por inteiro.
Na pútrida matéria descartável,
Exposta a várias cores do tinteiro;
Encontro meu destino inconsolável.
Vagando por amor tão “verdadeiro”,
As marcas deste rumo maleável,
Fagulhas que me queimam, vil braseiro...
Vestiste de pureza, podre atriz.
Nos ritos dos amores, foste vã.
Horrenda e tão profunda cicatriz...
És verme que minha alma creu divina,
Escondias pendores, cafetã
Disfarçada nos ares de menina...
MARCOS LOURES
Jamais conceberei ser evitável
O cancro que me invade por inteiro.
Na pútrida matéria descartável,
Exposta a várias cores do tinteiro;
Encontro meu destino inconsolável.
Vagando por amor tão “verdadeiro”,
As marcas deste rumo maleável,
Fagulhas que me queimam, vil braseiro...
Vestiste de pureza, podre atriz.
Nos ritos dos amores, foste vã.
Horrenda e tão profunda cicatriz...
És verme que minha alma creu divina,
Escondias pendores, cafetã
Disfarçada nos ares de menina...
MARCOS LOURES
VICISSITUDE
VICISSITUDE
Toda vicissitude que carrego,
Fomentos de uma algia na lembrança
Performaticamente já me alcança
Mostrando um duro algoz: caminho cego;
Tantas boçalidades. Não relego
A um plano inferior, mas mudança
Se faz como instrumento de esperança,
Quem sabe me trará paz e aconchego.
A palavra é meu único instrumento,
Porém tem fino corte de navalha.
Precedendo a qualquer um movimento
Ascendendo ao poder de uma batalha.
E tenho em ti, amigo um aliado
Na luta que perfaço amortalhado...
MARCOS LOURES
Toda vicissitude que carrego,
Fomentos de uma algia na lembrança
Performaticamente já me alcança
Mostrando um duro algoz: caminho cego;
Tantas boçalidades. Não relego
A um plano inferior, mas mudança
Se faz como instrumento de esperança,
Quem sabe me trará paz e aconchego.
A palavra é meu único instrumento,
Porém tem fino corte de navalha.
Precedendo a qualquer um movimento
Ascendendo ao poder de uma batalha.
E tenho em ti, amigo um aliado
Na luta que perfaço amortalhado...
MARCOS LOURES
TEUS LÁBIOS
TEUS LÁBIOS
Teus lábios neste cálice de vinho,
Mostram sensualíssimos desejos...
Tua boca cintila loucos beijos,
Resplandecente flâmula, meu ninho..
Belas cores carnais, rosas, espinho...
Constelarei delírios e traquejos,
Perpetuarei tais matas e verdejos.
Embora, tantas vezes vá sozinho...
Travam em meus ouvidos, cantos mis,
Quando harmoniosamente estrelas giram;
Eternos carrosséis, loucos, febris...
Sonhadores formatos da natura...
Meus olhos tresloucados... Sim, deliram...
Eu respiro em teu hálito a loucura...
MARCOS LOURES
Teus lábios neste cálice de vinho,
Mostram sensualíssimos desejos...
Tua boca cintila loucos beijos,
Resplandecente flâmula, meu ninho..
Belas cores carnais, rosas, espinho...
Constelarei delírios e traquejos,
Perpetuarei tais matas e verdejos.
Embora, tantas vezes vá sozinho...
Travam em meus ouvidos, cantos mis,
Quando harmoniosamente estrelas giram;
Eternos carrosséis, loucos, febris...
Sonhadores formatos da natura...
Meus olhos tresloucados... Sim, deliram...
Eu respiro em teu hálito a loucura...
MARCOS LOURES
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
À PRAIA DOS MEUS SONHOS
À PRAIA DOS MEUS SONHOS
O mar que em tempestade me transporta
À praia dos meus sonhos, dor imensa.
Deixando sem tramelas, minha porta,
Quem sabe em minha morte, a recompensa...
A negritude da alma, tão imensa,
Nem mesmo um sonho vem e me conforta,
Estrada em que passei, antiga e torta,
Na tosca solidão, cruel e densa
Encontro esta tristeza que se soma
Ao medo de viver em sofrimento.
O mar que na loucura de um tormento,
Em ondas movediças tudo toma.
Seu canto me transporta em agonia
Deixando este sabor de maresia...
MARCOS LOURES
O mar que em tempestade me transporta
À praia dos meus sonhos, dor imensa.
Deixando sem tramelas, minha porta,
Quem sabe em minha morte, a recompensa...
A negritude da alma, tão imensa,
Nem mesmo um sonho vem e me conforta,
Estrada em que passei, antiga e torta,
Na tosca solidão, cruel e densa
Encontro esta tristeza que se soma
Ao medo de viver em sofrimento.
O mar que na loucura de um tormento,
Em ondas movediças tudo toma.
Seu canto me transporta em agonia
Deixando este sabor de maresia...
MARCOS LOURES
VAZIO E TRISTE
VAZIO E TRISTE
Jamais irei viver alvorecer
Em paz, leve sorriso eu já não tenho.
Quem teve da alegria o seu empenho
Percebe quanto é duro perceber
Que a sorte abandonada, de onde venho,
Deixando bem distante o meu prazer.
Apenas sofrimento, enfim, retenho,
No sonho uma vontade de morrer...
Perdida, bem distante, a mocidade,
Um resto de esperança esvai agora.
A dor que no meu peito já demora
Resume o que senti na realidade.
Meu canto, sem sorrisos, não resiste...
E morro devagar, vazio e triste...
MARCOS LOURES
Jamais irei viver alvorecer
Em paz, leve sorriso eu já não tenho.
Quem teve da alegria o seu empenho
Percebe quanto é duro perceber
Que a sorte abandonada, de onde venho,
Deixando bem distante o meu prazer.
Apenas sofrimento, enfim, retenho,
No sonho uma vontade de morrer...
Perdida, bem distante, a mocidade,
Um resto de esperança esvai agora.
A dor que no meu peito já demora
Resume o que senti na realidade.
Meu canto, sem sorrisos, não resiste...
E morro devagar, vazio e triste...
MARCOS LOURES
EM CINZAS
EM CINZAS
Meu ser que se fez cinzas de um cipreste
Que outrora sombreava calmamente,
Nas dores por herança que me deste
A vida se perdendo tolamente.
Somente a solidão inda me veste
E aos poucos me transforma em vão demente.
O não quando meus olhos o puseste
Em vendas tudo nega, cegamente.
Revejo nos meus dias, juventude,
Um rosto de belíssimo fulgor.
Não sei e nem concebo como pude
Perder o manto claro deste amor.
A mão desta saudade, fria e rude,
Matando, sem ter pena, um sonhador...
MARCOS LOURES
Meu ser que se fez cinzas de um cipreste
Que outrora sombreava calmamente,
Nas dores por herança que me deste
A vida se perdendo tolamente.
Somente a solidão inda me veste
E aos poucos me transforma em vão demente.
O não quando meus olhos o puseste
Em vendas tudo nega, cegamente.
Revejo nos meus dias, juventude,
Um rosto de belíssimo fulgor.
Não sei e nem concebo como pude
Perder o manto claro deste amor.
A mão desta saudade, fria e rude,
Matando, sem ter pena, um sonhador...
MARCOS LOURES
MESMO VENENO
MESMO VENENO
Nas bocas que beijei; mesmo veneno.
Na luz de cada dia, um novo amor.
Nas cordas que se partem, tombo pleno
Amor cortando em faca, sonho e dor.
Sem brilhos, mas tenaz, eu já te aceno.
Prometo tão somente o meu torpor.
Talvez por ser tão manso e tão sereno
Não brotam as sementes, sem calor.
Mesmo assim ao sentir um ato falho
Parece que das bocas que beijei
Alguma poderá ficar comigo.
Sem temperos, faltando sal, sem alho;
Amor que te proponho pede abrigo
Em sonhos tão vazios, temperei...
MARCOS LOURES
Nas bocas que beijei; mesmo veneno.
Na luz de cada dia, um novo amor.
Nas cordas que se partem, tombo pleno
Amor cortando em faca, sonho e dor.
Sem brilhos, mas tenaz, eu já te aceno.
Prometo tão somente o meu torpor.
Talvez por ser tão manso e tão sereno
Não brotam as sementes, sem calor.
Mesmo assim ao sentir um ato falho
Parece que das bocas que beijei
Alguma poderá ficar comigo.
Sem temperos, faltando sal, sem alho;
Amor que te proponho pede abrigo
Em sonhos tão vazios, temperei...
MARCOS LOURES
NÃO TEMO A SORTE
NÃO TEMO A SORTE
Não temo a sorte, corte; quiçá trevas.
As neves,tuas preces, nem teu rogo.
Espero, espreito, oculto, sei teu jogo...
Nos rios, ritos, sinto quando nevas
Nas almas, dores, flores, tudo levas...
Teimando em glosas, queimas, cessa o fogo;
Embora tão distante, és desafogo..
Na tua mansidão a todos cevas,
Esperando, espreitando, na tocaia,
Tocas, retocas, sabes dar o bote...
N’hora certa, entoando o velho mote...
De ti, cada momento, que se espraia,
É como navegar , teu rumo, norte...
Nossa boda infalível... Velha Morte!
MARCOS LOURES
Não temo a sorte, corte; quiçá trevas.
As neves,tuas preces, nem teu rogo.
Espero, espreito, oculto, sei teu jogo...
Nos rios, ritos, sinto quando nevas
Nas almas, dores, flores, tudo levas...
Teimando em glosas, queimas, cessa o fogo;
Embora tão distante, és desafogo..
Na tua mansidão a todos cevas,
Esperando, espreitando, na tocaia,
Tocas, retocas, sabes dar o bote...
N’hora certa, entoando o velho mote...
De ti, cada momento, que se espraia,
É como navegar , teu rumo, norte...
Nossa boda infalível... Velha Morte!
MARCOS LOURES
BASES FRONDOSAS
BASES FRONDOSAS
Bases frondosas: árvore esperança...
Grinaldas buquês, festas, despedidas...
Alabastrinamente vão vestidas
O que restará dessa contradança?
O que tenho melhor- amor - avança;
As tardes que deixei estão perdidas...
Nos meus dedos, meus medos são feridas.
Nas bodas, tuas bodas, a criança
Morta, ressurge, tímida, reclama...
Perco-me, cego, morde a dor que inflama
Te perder foi atroz, mal tumular...
Escadarias, luzes, enlutado...
Tais esperas, festejos, triste fado...
Quem me dera jamais poder amar!
MARCOS LOURES
Bases frondosas: árvore esperança...
Grinaldas buquês, festas, despedidas...
Alabastrinamente vão vestidas
O que restará dessa contradança?
O que tenho melhor- amor - avança;
As tardes que deixei estão perdidas...
Nos meus dedos, meus medos são feridas.
Nas bodas, tuas bodas, a criança
Morta, ressurge, tímida, reclama...
Perco-me, cego, morde a dor que inflama
Te perder foi atroz, mal tumular...
Escadarias, luzes, enlutado...
Tais esperas, festejos, triste fado...
Quem me dera jamais poder amar!
MARCOS LOURES
NOS BOTECOS DA CIDADE
NOS BOTECOS DA CIDADE
Nos botecos da cidade
Eu me sentindo em Havana
Cativa sinceridade
Quem conhece não se engana.
Maria da Soledade
Minha Musa soberana
Entranhada na saudade
Transformando noite insana,
Aguardente que me traga
A noite nunca tem fim.
Boneca de porcelana
Nos seus dentes de marfim,
Rosário de perna abana
E me engole feito draga...
MARCOS LOURES
Nos botecos da cidade
Eu me sentindo em Havana
Cativa sinceridade
Quem conhece não se engana.
Maria da Soledade
Minha Musa soberana
Entranhada na saudade
Transformando noite insana,
Aguardente que me traga
A noite nunca tem fim.
Boneca de porcelana
Nos seus dentes de marfim,
Rosário de perna abana
E me engole feito draga...
MARCOS LOURES
PACATO CIDADÃO
PACATO CIDADÃO
Pacato cidadão espera quieto,
Assim mudança é traça no Congresso.
Calado, permanece morto o feto,
Medalha nunca mostra o seu reverso.
Quem cala é que por certo está repleto
Quem vive desunido paga o preço,
Pois rã que não se move quer inseto?
Quem diz que da política é avesso
Permite por terrível omissão
Que dê sustento ao crápula quando erra
Deixando o mais humilde pelo chão.
A noite do cochilo cria e emperra
Pois oportunidade faz ladrão,
E o bom cabrito, amigo, sempre berra!
MARCOS LOURES
Pacato cidadão espera quieto,
Assim mudança é traça no Congresso.
Calado, permanece morto o feto,
Medalha nunca mostra o seu reverso.
Quem cala é que por certo está repleto
Quem vive desunido paga o preço,
Pois rã que não se move quer inseto?
Quem diz que da política é avesso
Permite por terrível omissão
Que dê sustento ao crápula quando erra
Deixando o mais humilde pelo chão.
A noite do cochilo cria e emperra
Pois oportunidade faz ladrão,
E o bom cabrito, amigo, sempre berra!
MARCOS LOURES
BOM DIA! quanta saudade...
BOM DIA! quanta saudade...
Bom dia, meu amor, quanta saudade!
Faz tempo que não sinto seu carinho...
Ao seu lado, porém, se estou sozinho
O seu sol me inundando em claridade
Quem dera se pudesse, na verdade,
Falar do nosso amor, o pobrezinho,
Como aconchego mágico de um ninho,
Talvez fosse um bom dia de verdade.
Bem sei que amor transforma-se depressa,
Que aos poucos não nos resta nem conversa.
Fica monossilábico, calado.
Não passa do bom dia sem sentido.
O vento que nos trouxe está perdido,
Num canto dessa casa, abandonado...
MARCOS LOURES
Bom dia, meu amor, quanta saudade!
Faz tempo que não sinto seu carinho...
Ao seu lado, porém, se estou sozinho
O seu sol me inundando em claridade
Quem dera se pudesse, na verdade,
Falar do nosso amor, o pobrezinho,
Como aconchego mágico de um ninho,
Talvez fosse um bom dia de verdade.
Bem sei que amor transforma-se depressa,
Que aos poucos não nos resta nem conversa.
Fica monossilábico, calado.
Não passa do bom dia sem sentido.
O vento que nos trouxe está perdido,
Num canto dessa casa, abandonado...
MARCOS LOURES
FIQUE À VONTADE
FIQUE À VONTADE
Lembro-me da visita que fizeste
À casa dos meus pais. Era menino.
Do brilho alucinante que trouxeste,
Parecias um sol... Perdi meu tino.
O tempo foi passando e não vieste,
Um homem triste surge. É meu destino?
Viver passou a ser eterno teste.
A sombra de teus passos... Desatino...
Lembro-me da visita, a porta aberta.
O medo bem distante. Que saudade!
Agora novamente, já desperta
A vida traz visita, ainda incerta
Será que encontrarei felicidade?
Mas entre aqui, Amor. Fique à vontade...
MARCOS LOURES
Lembro-me da visita que fizeste
À casa dos meus pais. Era menino.
Do brilho alucinante que trouxeste,
Parecias um sol... Perdi meu tino.
O tempo foi passando e não vieste,
Um homem triste surge. É meu destino?
Viver passou a ser eterno teste.
A sombra de teus passos... Desatino...
Lembro-me da visita, a porta aberta.
O medo bem distante. Que saudade!
Agora novamente, já desperta
A vida traz visita, ainda incerta
Será que encontrarei felicidade?
Mas entre aqui, Amor. Fique à vontade...
MARCOS LOURES
ENVOLTA EM TANTA LUZ
ENVOLTA EM TANTA LUZ
Envolta em tanta luz, na noite mais espessa
Nas fimbrias desta lua, adormece em martírios.
O vento descobrindo impede que se aqueça
Mostra para quem ama e trama os seus delírios
Beleza que não tem quem não mais obedeça
E siga já buscando em procissão de círios
Mulher tão magistral, embora a sorte avessa
Impede que eu consiga a cura dos colírios.
Pudesse eu mitigar a dor da solidão
Ao ter sempre comigo esta beleza rara.
Mas nada conseguindo, apenas me contento
De ter sua amizade. E conter ilusão
De um dia enfim poder, que o tempo nunca pára,
Ter seu amor pra mim. E ser – quem sabe- o vento...
MARCOS LOURES
Envolta em tanta luz, na noite mais espessa
Nas fimbrias desta lua, adormece em martírios.
O vento descobrindo impede que se aqueça
Mostra para quem ama e trama os seus delírios
Beleza que não tem quem não mais obedeça
E siga já buscando em procissão de círios
Mulher tão magistral, embora a sorte avessa
Impede que eu consiga a cura dos colírios.
Pudesse eu mitigar a dor da solidão
Ao ter sempre comigo esta beleza rara.
Mas nada conseguindo, apenas me contento
De ter sua amizade. E conter ilusão
De um dia enfim poder, que o tempo nunca pára,
Ter seu amor pra mim. E ser – quem sabe- o vento...
MARCOS LOURES
UM ARVOREDO
Qual fora um arvoredo em fortes, vários galhos,
Moldando o meu caminho- estrada derradeira,
Em busca de- quem sabe- achar meus agasalhos
Nos braços de quem amo. Estrela costumeira
Vagando no meu céu. Porém em atos falhos
A vida se mostrando expondo esta canseira
Que é feita em cada passo, em colchas de retalhos
Talvez inda me traga a lua plena, inteira...
Bem sei que não terei sequer felicidade
O que dizer assim da longa eternidade
Que se promete dura, em trevas, sem descanso.
Porém me bastaria, uma falsa amizade
As sobras que virão em dura realidade
Já deixariam, sim, meu coração mais manso...
MARCOS LOURES
VOU A ESMO
VOU A ESMO
Qual triste borboleta, vou a esmo,
Nas gotas deste orvalho, sem paragem...
Amor que nunca mais será o mesmo,
Descansa, sem ter bálsamo. Miragem...
Nas promessas divinas, me quaresmo,
Não quero nem permito estar à margem.
Por vezes, tão calado, se ensimesmo
É medo de trocar, nova roupagem...
Crisálida que dorme não se esquece,
A dor deste fantasma que persegue
Não basta a conversão sequer a prece.
A mansa borboleta nunca nega,
Por mais que tantos mares eu navegue,
Como é pesado o fardo que carrega...
MARCOS LOURES
Qual triste borboleta, vou a esmo,
Nas gotas deste orvalho, sem paragem...
Amor que nunca mais será o mesmo,
Descansa, sem ter bálsamo. Miragem...
Nas promessas divinas, me quaresmo,
Não quero nem permito estar à margem.
Por vezes, tão calado, se ensimesmo
É medo de trocar, nova roupagem...
Crisálida que dorme não se esquece,
A dor deste fantasma que persegue
Não basta a conversão sequer a prece.
A mansa borboleta nunca nega,
Por mais que tantos mares eu navegue,
Como é pesado o fardo que carrega...
MARCOS LOURES
BRANDURA
BRANDURA
Ao dar-me a sensação de tal brandura
Erguendo-me, sutil, por longos ares
A noite se emoldura na ternura,
Trazendo a inconstância dos luares.
Tuas mãos amicíssimas. Candura
Que se harmoniza em todos os altares.
A mansidão que trazes, fina alvura,
Aumenta a sinonímia para amares.
Elfo; flutuas. Zéfiro, me acalmas...
Nas janelas abertas dos amores,
Acaricias, plena, mãos e palmas.
Emanas tal perfume que estas dores
Não restam sobrepondo aos velhos traumas.
Borboleta; revoas sobre as flores...
MARCOS LOURES
Ao dar-me a sensação de tal brandura
Erguendo-me, sutil, por longos ares
A noite se emoldura na ternura,
Trazendo a inconstância dos luares.
Tuas mãos amicíssimas. Candura
Que se harmoniza em todos os altares.
A mansidão que trazes, fina alvura,
Aumenta a sinonímia para amares.
Elfo; flutuas. Zéfiro, me acalmas...
Nas janelas abertas dos amores,
Acaricias, plena, mãos e palmas.
Emanas tal perfume que estas dores
Não restam sobrepondo aos velhos traumas.
Borboleta; revoas sobre as flores...
MARCOS LOURES
UM AMIGO VERDADEIRO
UM AMIGO VERDADEIRO
O medo de sofrer que me tomava
Morria ao perceber teu braço forte
Sabia que, decerto eu encontrava
Poder que nos transforma dando um norte.
A solidão que queima feito lava
Provoca dentro da alma um fundo corte.
Muitas vezes sozinho então cismava
Distante do que penso ser a sorte.
Em procelas,às vezes somos vítimas
Tempestades convulsas, más, marítimas
Tomando já de assalto o meu saveiro.
Mas tendo uma amizade timoneira
A calmaria volta costumeira.
Que bom ter um amigo verdadeiro...
MARCOS LOURES
O medo de sofrer que me tomava
Morria ao perceber teu braço forte
Sabia que, decerto eu encontrava
Poder que nos transforma dando um norte.
A solidão que queima feito lava
Provoca dentro da alma um fundo corte.
Muitas vezes sozinho então cismava
Distante do que penso ser a sorte.
Em procelas,às vezes somos vítimas
Tempestades convulsas, más, marítimas
Tomando já de assalto o meu saveiro.
Mas tendo uma amizade timoneira
A calmaria volta costumeira.
Que bom ter um amigo verdadeiro...
MARCOS LOURES
SER GUERREIRO
SER GUERREIRO
Por vezes necessito ser guerreiro
É quando a tempestade já se assoma
E torna o meu destino prisioneiro
E o nada num segundo enfim me doma.
Porém ao ter abraço verdadeiro
A vida se refaz em nova soma
E o mundo se mostrando companheiro
Com toda força chega e assim nos toma.
Meu coração não teme mais arenas
Distante dos vorazes cães, hienas,
Abutres que nos bicam sem parar.
Na força, com certeza, da amizade,
Encontro todo apoio e na verdade
Consigo bem mais forte caminhar..
MARCOS LOURES
Por vezes necessito ser guerreiro
É quando a tempestade já se assoma
E torna o meu destino prisioneiro
E o nada num segundo enfim me doma.
Porém ao ter abraço verdadeiro
A vida se refaz em nova soma
E o mundo se mostrando companheiro
Com toda força chega e assim nos toma.
Meu coração não teme mais arenas
Distante dos vorazes cães, hienas,
Abutres que nos bicam sem parar.
Na força, com certeza, da amizade,
Encontro todo apoio e na verdade
Consigo bem mais forte caminhar..
MARCOS LOURES
E A VIDA SE TRANSFORMA
E A VIDA SE TRANSFORMA
Descendo pela estrada tão umbrosa,
Hordas de passarinhos rumorejam.
As horas vão passando e se negrejam
Prevendo a noite imensa e tenebrosa.
Apenas pirilampos que vicejam
Tornado esta passagem luminosa
As cores tão distantes se desejam
Restando então espinhos, morre a rosa.
Solidão me encontrando em indolência
Moldando em meu caminho uma impotência
Capaz de não deixar restar mais nada.
Porém ao perceber tal soledade
Encontro todo apoio na amizade
E a vida se transforma, iluminada...
MARCOS LOURES
Descendo pela estrada tão umbrosa,
Hordas de passarinhos rumorejam.
As horas vão passando e se negrejam
Prevendo a noite imensa e tenebrosa.
Apenas pirilampos que vicejam
Tornado esta passagem luminosa
As cores tão distantes se desejam
Restando então espinhos, morre a rosa.
Solidão me encontrando em indolência
Moldando em meu caminho uma impotência
Capaz de não deixar restar mais nada.
Porém ao perceber tal soledade
Encontro todo apoio na amizade
E a vida se transforma, iluminada...
MARCOS LOURES
ANTES QUE A SOLIDÃO
ANTES QUE A SOLIDÃO
Antes que a solidão provoque o corte
Ao entalhar minha alma, inda ressoa
Uma esperança altiva que revoa
Poupando-me decerto, enfim da morte.
A vida é bem melhor p’ra quem é forte
Mostrando tantas vezes ser tão boa
Mudando, num segundo nossa sorte,
Trazendo a placidez de uma lagoa.
Porém quando em tempesta, é dura a vida,
Difícil vislumbrar qualquer saída
Se temos nossos dias infecundos.
Mas ao nos agregarmos com vontade
Nos laços bem mais firmes da amizade
Bastam para mudar poucos segundos...
MARCOS LOURES
Antes que a solidão provoque o corte
Ao entalhar minha alma, inda ressoa
Uma esperança altiva que revoa
Poupando-me decerto, enfim da morte.
A vida é bem melhor p’ra quem é forte
Mostrando tantas vezes ser tão boa
Mudando, num segundo nossa sorte,
Trazendo a placidez de uma lagoa.
Porém quando em tempesta, é dura a vida,
Difícil vislumbrar qualquer saída
Se temos nossos dias infecundos.
Mas ao nos agregarmos com vontade
Nos laços bem mais firmes da amizade
Bastam para mudar poucos segundos...
MARCOS LOURES
ALUCINAÇÃO
ALUCINAÇÃO
Meu corpo com certeza irá esquálido
Levando o que restou de um ser patético.
O verso se mostrou bastante inválido,
Distante do que julgo ser poético.
Ausência de um verão que fosse cálido
Não vejo mais que um sonho e antiestético
Apodrecendo inerte, sigo pálido
Num paganismo intenso, sempre cético.
Quem ver-me, quase um verme sem valia
Não sabe que eu amei, sonhei, sofri.
Porém saudade mata uma alma fria
E nada sobrará decerto, aqui.
Apenas estrambótica visão
Do que só fora uma alucinação...
MARCOS LOURES
Meu corpo com certeza irá esquálido
Levando o que restou de um ser patético.
O verso se mostrou bastante inválido,
Distante do que julgo ser poético.
Ausência de um verão que fosse cálido
Não vejo mais que um sonho e antiestético
Apodrecendo inerte, sigo pálido
Num paganismo intenso, sempre cético.
Quem ver-me, quase um verme sem valia
Não sabe que eu amei, sonhei, sofri.
Porém saudade mata uma alma fria
E nada sobrará decerto, aqui.
Apenas estrambótica visão
Do que só fora uma alucinação...
MARCOS LOURES
NADA RESTARÁ
NADA RESTARÁ
Qualquer que seja o fim desta batalha
Não restará semente sobre o chão.
No corte agonizante da navalha
A vida se mostrou simples senão.
A mão que me acarinha já retalha
Deixando em posta, pronta podridão.
As marcas desta algoz, a solidão
Apenas decepção, sempre amealha;
Um resto do que fui caminha a esmo.
De perto, reparando sou eu mesmo
Aquele que sonhara, em pesadelo
Levando uma saudade sem limites.
Enreda com vontade no novelo
Da morte que não quer sequer palpites...
MARCOS LOURES
Qualquer que seja o fim desta batalha
Não restará semente sobre o chão.
No corte agonizante da navalha
A vida se mostrou simples senão.
A mão que me acarinha já retalha
Deixando em posta, pronta podridão.
As marcas desta algoz, a solidão
Apenas decepção, sempre amealha;
Um resto do que fui caminha a esmo.
De perto, reparando sou eu mesmo
Aquele que sonhara, em pesadelo
Levando uma saudade sem limites.
Enreda com vontade no novelo
Da morte que não quer sequer palpites...
MARCOS LOURES
QUANDO SÓ
QUANDO SÓ
Amor não se consola quando só,
Um par precisa sempre d’outra face.
Senão a vida volta ao velho pó,
Aí, ninguém dá jeito nem disfarce...
Eu quero o teu desejo; vem sem dó,
Permita, devagar que eu já te enlace.
Te trato, meu amor, a pão de ló
Mas faça-me feliz. Amor renasce
Na fúria e no delírio de uma noite.
Eu quero ser a caça e te caçar,
Mas venha com certeza, não se afoite
Pois tudo o que fizermos nos tempera
No gosto e no desejo de sangrar
O coração exposto à mansa fera...
MARCOS LOURES
Amor não se consola quando só,
Um par precisa sempre d’outra face.
Senão a vida volta ao velho pó,
Aí, ninguém dá jeito nem disfarce...
Eu quero o teu desejo; vem sem dó,
Permita, devagar que eu já te enlace.
Te trato, meu amor, a pão de ló
Mas faça-me feliz. Amor renasce
Na fúria e no delírio de uma noite.
Eu quero ser a caça e te caçar,
Mas venha com certeza, não se afoite
Pois tudo o que fizermos nos tempera
No gosto e no desejo de sangrar
O coração exposto à mansa fera...
MARCOS LOURES
EM MEIO ÀS BRUMAS
EM MEIO ÀS BRUMAS
Na bruma em que te escondes, Solidão,
Sentindo-me falena em busca ao lume,
Aguardo o seu carinho, uma ilusão,
Na cura que se mostra de costume...
Vagando sem ter rumo, na amplidão,
Espreito e vou imerso num queixume,
Às voltas com beleza; solução,
Da mulher que inocula o seu perfume....
Chegando para o náufrago qual bote,
Que salva da terrível tempestade,
Amor é muito mais que simples mote.
Essência de uma vida salutar.
Não posso conceber felicidade,
Sem lua que esparrama-se no mar...
MARCOS LOURES
Na bruma em que te escondes, Solidão,
Sentindo-me falena em busca ao lume,
Aguardo o seu carinho, uma ilusão,
Na cura que se mostra de costume...
Vagando sem ter rumo, na amplidão,
Espreito e vou imerso num queixume,
Às voltas com beleza; solução,
Da mulher que inocula o seu perfume....
Chegando para o náufrago qual bote,
Que salva da terrível tempestade,
Amor é muito mais que simples mote.
Essência de uma vida salutar.
Não posso conceber felicidade,
Sem lua que esparrama-se no mar...
MARCOS LOURES
POR MAIS QUE TE PAREÇA INSENSATEZ
POR MAIS QUE TE PAREÇA INSENSATEZ
Por mais que te pareça insensatez, amigo,
Eu faço da loucura a minha companhia
Permito-me sonhar e adoro a fantasia
Pois nela encontro sempre o meu maior abrigo
Uma defesa plena aliada comigo,
Por vezes imagino a dor que eu já teria
Não fosse insanidade em lúcida magia
Meu trem descarrilava em trágico perigo.
Desculpe se pareço um torpe vagamundo
Correndo sem parar, sorrindo do vazio
Um mundo imaginário, amigo eu sempre crio
E vivo dentro dele, e nele eu sempre inundo
Uma alma visionária, um coração sem rumo.
Amigo, na loucura, encontro paz e prumo...
MARCOS LOURES
Por mais que te pareça insensatez, amigo,
Eu faço da loucura a minha companhia
Permito-me sonhar e adoro a fantasia
Pois nela encontro sempre o meu maior abrigo
Uma defesa plena aliada comigo,
Por vezes imagino a dor que eu já teria
Não fosse insanidade em lúcida magia
Meu trem descarrilava em trágico perigo.
Desculpe se pareço um torpe vagamundo
Correndo sem parar, sorrindo do vazio
Um mundo imaginário, amigo eu sempre crio
E vivo dentro dele, e nele eu sempre inundo
Uma alma visionária, um coração sem rumo.
Amigo, na loucura, encontro paz e prumo...
MARCOS LOURES
SEMPRE COMIGO
Lua bela em teus raios de cristal
Encontro tal beleza, deslumbrante
Qual fora um mavioso diamante.
Dos astros tu és sempre a maioral.
Teu toque tão macio e sensual
Para quem ama mostra-se excitante
Por isso és a rainha de uma amante
Que deita sob a prata sem igual.
Ah! Lua, companheira e tão amiga,
Não permita que a dor assim prossiga
Na eternidade rara deste abrigo
Afaste a solidão do meu caminho,
Não deixe que eu me sinta mais sozinho,
Eu quero esta mulher sempre comigo!
MARCOS LOURES
Lua bela em teus raios de cristal
Encontro tal beleza, deslumbrante
Qual fora um mavioso diamante.
Dos astros tu és sempre a maioral.
Teu toque tão macio e sensual
Para quem ama mostra-se excitante
Por isso és a rainha de uma amante
Que deita sob a prata sem igual.
Ah! Lua, companheira e tão amiga,
Não permita que a dor assim prossiga
Na eternidade rara deste abrigo
Afaste a solidão do meu caminho,
Não deixe que eu me sinta mais sozinho,
Eu quero esta mulher sempre comigo!
MARCOS LOURES
BELEZA ENCANTADORA
BELEZA ENCANTADORA
Qual sílfide, delícia encantadora...
Trazes a languidez das brancas rendas.
Na boca carmesim tão tentadora,
Ardor pecaminoso invade as tendas
A noite em que chegaste, redentora,
Caminhos, espirais, dolentes lendas.
Sonora melodia sedutora
Lascivas, sensuais divinas sendas...
Sonatas e perfumes, canção, rosa....
Veludos, maciez; camurça e gozo.
A mão que te procura, carinhosa.
Palácios dos prazeres, catedrais.
Desejo de viver, voluptuoso,
Tua beleza rara, meus cristais...
MARCOS LOURES
Qual sílfide, delícia encantadora...
Trazes a languidez das brancas rendas.
Na boca carmesim tão tentadora,
Ardor pecaminoso invade as tendas
A noite em que chegaste, redentora,
Caminhos, espirais, dolentes lendas.
Sonora melodia sedutora
Lascivas, sensuais divinas sendas...
Sonatas e perfumes, canção, rosa....
Veludos, maciez; camurça e gozo.
A mão que te procura, carinhosa.
Palácios dos prazeres, catedrais.
Desejo de viver, voluptuoso,
Tua beleza rara, meus cristais...
MARCOS LOURES
domingo, 19 de agosto de 2012
SABIÁ LARANJEIRA
SABIÁ LARANJEIRA
Passarinho que canta na janela,
Sabiá laranjeira, companheiro...
Me responda se acaso o mundo inteiro,
Alguém pode falar onde está Bela?
Belinha, abelha, bela bel tinteiro
Das cores que roubei nada restou
Responda passarinho companheiro
Por quê que minha Bela me deixou?
Os fios da meada eu já perdi.
As chaves destes cofres eu não tenho
No medo de viver, assim morri
Somente amor imenso inda retenho.
Que faço, meu amigo passarinho,
Sem Bela nunca mais farei meu ninho...
MARCOS LOURES
Passarinho que canta na janela,
Sabiá laranjeira, companheiro...
Me responda se acaso o mundo inteiro,
Alguém pode falar onde está Bela?
Belinha, abelha, bela bel tinteiro
Das cores que roubei nada restou
Responda passarinho companheiro
Por quê que minha Bela me deixou?
Os fios da meada eu já perdi.
As chaves destes cofres eu não tenho
No medo de viver, assim morri
Somente amor imenso inda retenho.
Que faço, meu amigo passarinho,
Sem Bela nunca mais farei meu ninho...
MARCOS LOURES
ELA ME QUER?
ELA ME QUER?
Ela sempre retoca o seu batom
Não deixa nem sequer saber seu nome...
Viaja o pensamento, eleva o tom
O quadro que apresenta me consome,
São tantas as batalhas neste front
Meus olhos a procuram, e ela some
Eu sigo rastreando cada som.
Espero que me dê seu telefone
O bem que me quisesse nunca viu,
Perdi o meu caminho em bem-me-quer
Também a flor, decerto já mentiu
Pois sei que ela também se faz mulher
De coração volúvel, mesmo vil.
E sigo perguntando: ela me quer?
MARCOS LOURES
Ela sempre retoca o seu batom
Não deixa nem sequer saber seu nome...
Viaja o pensamento, eleva o tom
O quadro que apresenta me consome,
São tantas as batalhas neste front
Meus olhos a procuram, e ela some
Eu sigo rastreando cada som.
Espero que me dê seu telefone
O bem que me quisesse nunca viu,
Perdi o meu caminho em bem-me-quer
Também a flor, decerto já mentiu
Pois sei que ela também se faz mulher
De coração volúvel, mesmo vil.
E sigo perguntando: ela me quer?
MARCOS LOURES
COM CONSTÃNCIA
COM CONSTÃNCIA
Uma amizade é feita aos poucos; com constância;
Ultrapassando sempre as curvas do caminho.
Mais forte na tristeza até que na abundância
Certeza de um apoio emana do carinho
Amizade se afasta onde entrar a ganância
Sincera proteção que faz valer o ninho
Mesmo que separado, amigo desde a infância
Eu sei que uma amizade é feita como o vinho
Que tem bem mais valor quanto maior o tempo
Vencendo a tempestade e o risco do azedume,
Lutando com tal força ao vencer um contratempo
Alimenta nossa alma e traz em seu perfume
Que vale bem, querido, o risco de um espinho.
Quem sabe o seu valor, jamais irá sozinho...
MARCOS LOURES
Uma amizade é feita aos poucos; com constância;
Ultrapassando sempre as curvas do caminho.
Mais forte na tristeza até que na abundância
Certeza de um apoio emana do carinho
Amizade se afasta onde entrar a ganância
Sincera proteção que faz valer o ninho
Mesmo que separado, amigo desde a infância
Eu sei que uma amizade é feita como o vinho
Que tem bem mais valor quanto maior o tempo
Vencendo a tempestade e o risco do azedume,
Lutando com tal força ao vencer um contratempo
Alimenta nossa alma e traz em seu perfume
Que vale bem, querido, o risco de um espinho.
Quem sabe o seu valor, jamais irá sozinho...
MARCOS LOURES
EM UM MOMENTO TRISTE
EM UM MOMENTO TRISTE
Amigo tantas vezes perguntei
À vida por que dores ela traz.
Em um momento triste, a dura lei
Mostrando do que a dor é mais capaz
Por um segundo, enfim, desanimei
Sofrendo tal tormenta, nada apraz;
Na morte, meu amigo, até pensei,
Por que viver se nada satisfaz?
Porém num dia calmo eu obtive
Uma resposta clara e verdadeira
A gente, com certeza, sempre vive
A vida na procura de um apoio,
E Deus em atitude alvissareira
Nos fez em plena dor, saber do joio...
MARCOS LOURES
Amigo tantas vezes perguntei
À vida por que dores ela traz.
Em um momento triste, a dura lei
Mostrando do que a dor é mais capaz
Por um segundo, enfim, desanimei
Sofrendo tal tormenta, nada apraz;
Na morte, meu amigo, até pensei,
Por que viver se nada satisfaz?
Porém num dia calmo eu obtive
Uma resposta clara e verdadeira
A gente, com certeza, sempre vive
A vida na procura de um apoio,
E Deus em atitude alvissareira
Nos fez em plena dor, saber do joio...
MARCOS LOURES
EM HARMONIA
EM HARMONIA
O poder que traz uma amizade
Nos molda para a luta, esteja certo,
Escuridão valora a claridade,
Oásis se enobrece no deserto.
Apenas a distância mostra o perto,
Uma ilusão seduz realidade
Porém somente em plena liberdade
A gente reconhece um peito aberto.
Assim quando se faz a tempestade
A calmaria é tudo o que queremos,
Por ela nós lutamos e sabemos
Que nós temos na paz, finalidade,
E enfim poder contar com alegria
Vivendo nossa vida em harmonia...
MARCOS LOURES
O poder que traz uma amizade
Nos molda para a luta, esteja certo,
Escuridão valora a claridade,
Oásis se enobrece no deserto.
Apenas a distância mostra o perto,
Uma ilusão seduz realidade
Porém somente em plena liberdade
A gente reconhece um peito aberto.
Assim quando se faz a tempestade
A calmaria é tudo o que queremos,
Por ela nós lutamos e sabemos
Que nós temos na paz, finalidade,
E enfim poder contar com alegria
Vivendo nossa vida em harmonia...
MARCOS LOURES
EU BEM SEI
EU BEM SEI
Bem sei que me tomaste por cordeiro,
Quebrando em sacrifício o meu pescoço,
Causando em minha vida um alvoroço
Ciúme sem dar trégua, e costumeiro.
Quem dera fosse o tempo mais ligeiro,
Talvez inda restasse um simples osso
Inteiro. No começo: que colosso!
Amor me parecia alvissareiro...
Porém com incertezas sinalizas
Tomando com vigor o meu juízo,
Não passas sem ferir e martirizas
Fazendo com que perca logo o siso,
As mãos que me torturam, as divisas
Usadas por quebrantos, e agonizo...
MARCOS LOURES
Bem sei que me tomaste por cordeiro,
Quebrando em sacrifício o meu pescoço,
Causando em minha vida um alvoroço
Ciúme sem dar trégua, e costumeiro.
Quem dera fosse o tempo mais ligeiro,
Talvez inda restasse um simples osso
Inteiro. No começo: que colosso!
Amor me parecia alvissareiro...
Porém com incertezas sinalizas
Tomando com vigor o meu juízo,
Não passas sem ferir e martirizas
Fazendo com que perca logo o siso,
As mãos que me torturam, as divisas
Usadas por quebrantos, e agonizo...
MARCOS LOURES
SECANDO A FONTE
SECANDO A FONTE
Quebrando este telhado que te abriga
Do frio, da saudade e da tristeza;
A sorte que te fora sempre amiga
Abandonada, busca noutra mesa
Repasto. Tu quebraste a forte viga
Que tanto sustentou; qual fortaleza,
A relação mais forte e tão antiga
Onde eu não esperava tal surpresa...
Amiga... Já pressinto que a desdita
Virá te acompanhar no dia a dia...
A sorte que tu pensas ser maldita
Foi quem te iluminou por tanto tempo...
Matando toda a fonte da alegria,
A vida te trará só contratempo...
MARCOS LOURES
Quebrando este telhado que te abriga
Do frio, da saudade e da tristeza;
A sorte que te fora sempre amiga
Abandonada, busca noutra mesa
Repasto. Tu quebraste a forte viga
Que tanto sustentou; qual fortaleza,
A relação mais forte e tão antiga
Onde eu não esperava tal surpresa...
Amiga... Já pressinto que a desdita
Virá te acompanhar no dia a dia...
A sorte que tu pensas ser maldita
Foi quem te iluminou por tanto tempo...
Matando toda a fonte da alegria,
A vida te trará só contratempo...
MARCOS LOURES
FUGINDO DESTA SOMBRA
FUGINDO DESTA SOMBRA
Fugindo desta sombra eu te encontrei,
Andando pelas ruas sem aprumo...
Depressa para a luz, quando levei,
Achei que te daria novo rumo...
Contigo muitas vezes caminhei
Te dando da esperança todo o sumo,
Um canto mais feliz imaginei,
Até te dei minha alma... Não perfumo
As mãos mais em teu corpo, minha amada.
Pois foste como estrela decadente
No final da tarde, sobrou nada
Senão uma saudade negra, escura...
Pensei fazer-te assim, bem mais contente.
A tua ausência agora me tortura...
MARCOS LOURES
Fugindo desta sombra eu te encontrei,
Andando pelas ruas sem aprumo...
Depressa para a luz, quando levei,
Achei que te daria novo rumo...
Contigo muitas vezes caminhei
Te dando da esperança todo o sumo,
Um canto mais feliz imaginei,
Até te dei minha alma... Não perfumo
As mãos mais em teu corpo, minha amada.
Pois foste como estrela decadente
No final da tarde, sobrou nada
Senão uma saudade negra, escura...
Pensei fazer-te assim, bem mais contente.
A tua ausência agora me tortura...
MARCOS LOURES
BENDITO SEJA
BENDITO SEJA
Bendito seja amor que nos tortura,
Maltrata e nos corrói, depois redime.
Bendita essa mulher, que eu não estime
Outra, pois nela encontro minha cura.
Bendita seja a lua em sua alvura,
Que em seu louvor minha alma sempre prime.
Que meu verso em delírio sempre rime
Em toda essa altivez, toda brandura...
Bendito seja o sol, também a chuva,
Bendito seja o vinho, feito da uva
Imagem da mulher em fantasia
Bendito seja o cio que transtorna,
Cálice do prazer, no gozo entorna.
Bendito nosso orgasmo dia a dia...
MARCOS LOURES
Bendito seja amor que nos tortura,
Maltrata e nos corrói, depois redime.
Bendita essa mulher, que eu não estime
Outra, pois nela encontro minha cura.
Bendita seja a lua em sua alvura,
Que em seu louvor minha alma sempre prime.
Que meu verso em delírio sempre rime
Em toda essa altivez, toda brandura...
Bendito seja o sol, também a chuva,
Bendito seja o vinho, feito da uva
Imagem da mulher em fantasia
Bendito seja o cio que transtorna,
Cálice do prazer, no gozo entorna.
Bendito nosso orgasmo dia a dia...
MARCOS LOURES
BIJUTERIA
BIJUTERIA
Esmero esmeraldina sensação
Dos olhos da mulata que sonhei.
O verde que esperança em coração
Nas turmalinas vertem minha lei...
Das hortelãs e mentas, meu refrão...
Dos peixes que – menti – jamais pesquei
Qualquer piaba vira tubarão.
Com sereia postiça me encantei...
A sensação que nunca me alucina
Se faz em tempestade e é calmaria
A moça embriagada se faz fina,
A lua que brilhou traz pleno dia,
Amor sem ser morfina, me amofina
A pedra que te dei? Bijuteria...
MARCOS LOURES
Esmero esmeraldina sensação
Dos olhos da mulata que sonhei.
O verde que esperança em coração
Nas turmalinas vertem minha lei...
Das hortelãs e mentas, meu refrão...
Dos peixes que – menti – jamais pesquei
Qualquer piaba vira tubarão.
Com sereia postiça me encantei...
A sensação que nunca me alucina
Se faz em tempestade e é calmaria
A moça embriagada se faz fina,
A lua que brilhou traz pleno dia,
Amor sem ser morfina, me amofina
A pedra que te dei? Bijuteria...
MARCOS LOURES
A SOLIDÃO EM FLOR
A SOLIDÃO EM FLOR
A solidão em flor nasceu no meu jardim
E em seu perfume amargo, um gosto de saudade.
Neste momento insano, amor dentro de mim
Refeito da loucura; em incivilidade
Estorva meu caminho, e quase que no fim
Avança escuridão, matando a claridade.
Que faço se não posso amar demais assim.
Procuro uma resposta. Apenas inverdade.
Tal flor apodrecendo aqui no meu canteiro
Afasta o colibri, espanta a fantasia.
Seguindo um mundo falho em passo traiçoeiro
Eu busco em esperança, uma última aliada
Nos braços desta amiga, a sorte inda me guia
Somente ela resiste. E depois, sobra o nada...
MARCOS LOURES
A solidão em flor nasceu no meu jardim
E em seu perfume amargo, um gosto de saudade.
Neste momento insano, amor dentro de mim
Refeito da loucura; em incivilidade
Estorva meu caminho, e quase que no fim
Avança escuridão, matando a claridade.
Que faço se não posso amar demais assim.
Procuro uma resposta. Apenas inverdade.
Tal flor apodrecendo aqui no meu canteiro
Afasta o colibri, espanta a fantasia.
Seguindo um mundo falho em passo traiçoeiro
Eu busco em esperança, uma última aliada
Nos braços desta amiga, a sorte inda me guia
Somente ela resiste. E depois, sobra o nada...
MARCOS LOURES
CHEGANDO MANSA
CHEGANDO MANSA
A noite devagar, chegando mansa
Trazendo uma amargura, dentro em mim.
A dor desta saudade já me alcança
Penumbra vai caindo. É sempre assim.
A festa que se foi, sem sequer dança
Tramando uma tristeza que sem fim
Aos poucos no vazio já me lança.
Quem dera se restasse algum festim
E a vida não seria tão amarga,
Meu canto poderia ser mais belo.
À lua, feiticeira, eu não revelo
Os sonhos que perdi, há tantos dias.
A voz quase silente, inda se embarga,
Lembrando das passadas alegrias...
MARCOS LOURES
A noite devagar, chegando mansa
Trazendo uma amargura, dentro em mim.
A dor desta saudade já me alcança
Penumbra vai caindo. É sempre assim.
A festa que se foi, sem sequer dança
Tramando uma tristeza que sem fim
Aos poucos no vazio já me lança.
Quem dera se restasse algum festim
E a vida não seria tão amarga,
Meu canto poderia ser mais belo.
À lua, feiticeira, eu não revelo
Os sonhos que perdi, há tantos dias.
A voz quase silente, inda se embarga,
Lembrando das passadas alegrias...
MARCOS LOURES
ANGÚSTIA
ANGÚSTIA
Angústia! O pensamento não disfarça
E esvai toda alegria que encontrara.
A sorte prometendo outra trapaça
Mostra a felicidade longe. Rara...
Uma ilusão que sobra já se esgarça
Qual fora um porto triste em vida amara,
A vida parecendo dura farsa
Abrindo no meu peito funda escara...
A solidão voraz que se propaga
Deixando tão somente um sonho atroz.
Meu barco se perdendo, em forte vaga,
Silêncio vai tomando a minha voz.
A luz que iluminava enfim se apaga,
E a dor vai invadindo, mais veloz...
MARCOS LOURES
Angústia! O pensamento não disfarça
E esvai toda alegria que encontrara.
A sorte prometendo outra trapaça
Mostra a felicidade longe. Rara...
Uma ilusão que sobra já se esgarça
Qual fora um porto triste em vida amara,
A vida parecendo dura farsa
Abrindo no meu peito funda escara...
A solidão voraz que se propaga
Deixando tão somente um sonho atroz.
Meu barco se perdendo, em forte vaga,
Silêncio vai tomando a minha voz.
A luz que iluminava enfim se apaga,
E a dor vai invadindo, mais veloz...
MARCOS LOURES
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