ALGUMA SORTE
Não mais que alguma sorte ou mesmo acaso,
O prazo determina o fim de tudo,
E quando na incerteza me transmudo,
O medo se define em mero atraso,
Vivenciando a dor já me defaso
E bebo deste cálice onde iludo
O corte mais audaz e pontiagudo
Expressa o quanto possa em puro ocaso,
Castrando os velhos sonhos, sigo em frente,
E quando noutro instante se apresente
A marca mais arguta e violenta
Da imensa insensatez que ora nos guia,
Do néctar desejado e da ambrosia,
Apenas falsa ideia se apresenta.
MARCOS LOURES
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