PÂNTANO
Aonde se banhasse a lua em glória
O pântano deveras dita a sorte,
E quando se percebe quem conforte
Apenas resta a vida – merencória.
Não pude conceber qualquer vitória
E tanto se negasse algum aporte,
Da morte; etéreo par, turvo consorte,
Calado caminheiro; nego a história
E tento transformar esta água em vinho,
Mas sei que na verdade tão sozinho
O que me restará, embriaguez.
E tudo num momento mais venal,
O parto sonegado no final,
O quanto que pensara e o nada fez...
MARCOS LOURES
Nenhum comentário:
Postar um comentário