PERDÃO
Perdão por ter sonhado este implausível
Momento onde a justiça seja feita,
A chaga sendo exposta, agora aceita,
Que tudo o quanto quis fora impossível,
O passo sepulcral, mesmo invisível,
A cada nova farsa me deleita
E quando a amiga morte aqui se deita,
O corpo se degrada, inconcebível.
E bebo mais um gole do veneno
Que aos poucos me devora, pois ameno,
Marcando o que respira apodrecido,
Perdão por ter sonhado caro amigo,
Perdão pelo senão do desabrigo,
Perdão por ter; inútil, existido...
MARCOS LOURES
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