Espelhos d’água mostram esta face
E nela este Narciso desdentado
Agora noutro rumo maltratado
A cada nova ausência se desgrace,
O risco na verdade ainda trace
Apenas o terror, ledo legado,
Invés do pleno amor, um triste enfado
E nele a solidão deveras grasse,
Amante em ilusões, somente ausente
Marcando com terror o que inda sente
No pejo dissemina esta mentira
E aos sonhos mais felizes, porém mortos
Destroços devorando velhos portos
O barco no vazio então se atira.
MARCOS LOURES
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