sábado, 16 de julho de 2011

16/07/2011



Por mais distante, olhares se perdendo
Na senda mais atroz que inda permita
A luta mesmo quando mais aflita
Gerando da esperança este remendo
O mundo noutro enfoque concedendo
O tanto quanto possa e necessita
Da sorte mais audaz que tanto grita
Gerando o que pudera em dividendo.
Resumos de outros fatos, de outros dias
E sei do quanto possas, deverias
Sentindo o raro instante em pleno amor
Vagando sem destino se apresenta
A vida tantas vezes mais sedenta
Do quanto deveria recompor.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Eu sei que desta vida não se leva
Paixão, amor, tristeza ou matéria,
A força que circula em nossa artéria,
Seja ela boa, pura ou maleva...

E que emoção alguma é longeva,
Ainda que, por vezes, deletéria,
Tornando a nossa alma mui cinérea,
Que nada vê além da escura treva!

Eu sei! Mas não consigo ser razão!
Envolta estou nas sedas da paixão,
Louca de amor, andando a te buscar.

Eu sei que tudo um dia vai passar,
Mas hoje quero só amar e amar,
Perder-me entre as sendas da emoção.

Edir Pina de Barros

O quanto desta vida é feito em alegria
Gerando uma esperança e nela residimos,
Embora nesta estrada em lodos, lamas, limos,
A queda a desventura expressa o dia a dia.

Amar-te resumindo o tanto que viria
Pousando na alegria em mais supernos cimos,
E mesmo quando após, deveras despedimos,
O gosto deste beijo em mim residiria.

Perfume de mulher, essências de jasmim,
O tanto que há em ti, revigorando em mim,
Amor, mais que palavra, um bem cotidiano,

Brilhando feito sóis reinando em mil manhãs
Deixando para trás as horas vis, malsãs,
Será que isto é verdade, ou... ledo desengano?



OS ESPELHOS

Estou num recinto cercado de espelhos
que me reproduzem distintos perfis,
em todas as portas, tão duros bedelhos
e eu preso aos semblantes, feliz e infeliz...

Os do alto, severos, me batem com relhos,
no solo, os que imploram a minha raiz,
à frente, os que fazem cair de joelhos;
será qual o foco que mais me condiz?

Diante de imagens me dando conselhos,
eu não sei ao certo o correto matiz;
ah, esses reflexos me enredam a ardis!

Às vezes eu miro os de brilhos vermelhos,
em outras, prefiro os que têm tons anis,
mas todos me apontam quem sou e o que fiz!!!
Marco Aurelio Vieira
Preparo este sonho, diversos matizes,
Tentando a saída sabendo ser vago
O mundo que tanto caminho e divago
Deixando em verdade tantas cicatrizes,

Cerzindo o futuro, procuro o que dizes,
E nisto o meu mundo somando outro estrago
E quando traduz o momento em que trago
Supero com sonho diversos deslizes

E busco vencer meus anseios e medos
Meu barco aportando temíveis rochedos
E o tempo que possa no fim desenhar

A rota sem nexo do amor sem juízo,
Vivendo deveras caminho impreciso,
“que sempre termina na beira do mar”.

Citação de Zé Ramalho



Ah, quantas cores, quantas glórias, quantos brilhos...
Beijos dos ares, dos orvalhos sobre as rosas...
Plenos verdores e as vitórias, paz dos filhos...
E nos pomares, fruta em galhos, saborosas...

Novas nascenças, quantas luzes, dias claros...
Lindas lembranças bem felizes de branduras...
E benquerenças, fim das cruzes, só amparos...
Das esperanças, as raízes fortes, puras...

Em florescências, as notícias positivas...
Ledas infâncias, eficácias dos prazeres...
Luminescências de delícias, brisas vivas...
As tolerâncias, pertinácias, seus poderes...

A vida agora me oferece o resplendor,
depois que tu me declaraste o teu amor!

Marco Aurelio Vieira


O meu caminho tantas vezes percorrido
Nas mais diversas esperanças mesmo após
A solidão que me envolvesse em firmes nós
Pudesse ao menos transformar o que duvido,

Neste cenário vivo apenas o que resta
Sem ter sequer qualquer caminho ou mesmo sonho,
Mulher amada que deveras eu componho,
Deixando o velho coração fremir em festa

Tendo nos olhos a beleza em raro brilho
Tendo nas mãos delicadeza sem igual,
Um templo ora entalhado no cristal,
Ao dominar coração pária do andarilho,

Na “sua boca, a cor das penas do tiê”
Nesta moldura muito além do que se crê.

citação de Raimundo Fagner
15/07/2011

Espero na colheita, amor perfeito;
Embora saiba ser apenas sonho
O tanto quanto quero e te proponho
Num canto mais suave e satisfeito
Gerando o que deveras mais aceito
E nisto novo rumo ora componho
Deixando para trás este enfadonho
Cenário que se mostra em vago leito,
Ausente de teus braços, sou ninguém
E quando o farto amor agora vem
Ditando a poesia a cada instante
Meu mundo sem temor seguindo após
Ousando acreditar no encanto em nós
O todo num anseio se garante.
Eu sou aquela que d’amor anda perdida
Pois tu não ouves meu clamor, os meus apelos,
E os negros olhos teus não posso nem mais vê-los,
Pois mui distante estás de mim, de minha vida.

Eu sou aquela que andeja na avenida,
A carregar consigo tantos pesadelos,
Sempre a buscar por teu amor, por teus desvelos,
Sentindo dentro em si saudade desmedida.

Que acreditou no amor, seus mitos, suas lendas,
Sem crer que algum dia fosse ter um fim,
E assim se transformasse em fonte d’amargura.

Aquela que d’amor perdeu-se entre as sendas
Da mais louca paixão, da insensatez sem fim,
E hoje leva em si tamanha dor, tristura!

EDIR PINA DE BARROS
Ao ver-te pelas ruas - taciturna-
Ensimesmada e mesmo cabisbaixa
O pensamento num momento enfim se encaixa,
Trazendo esta lembrança tão soturna.

A dura sensação quando diuturna
Uma autoestima assaz atroz e baixa
O sonho num tormento além enfaixa
E a vida se transforma em torpe furna.

Procuro algum motivo e nada tendo
Apenas reparando este remendo
Que um dia conheci diamantina.

A vida em suas voltas traz e leva
Não há uma emoção sequer longeva
E tudo em pouco tempo enfim, termina.
Eu sou aquela que d’amor anda perdida
Pois tu não ouves meu clamor, os meus apelos,
E os negros olhos teus não posso nem mais vê-los,
Pois mui distante estás de mim, de minha vida.

Eu sou aquela que andeja na avenida,
A carregar consigo tantos pesadelos,
Sempre a buscar por teu amor, por teus desvelos,
Sentindo dentro em si saudade desmedida.

Que acreditou no amor, seus mitos, suas lendas,
Sem crer que algum dia fosse ter um fim,
E assim se transformasse em fonte d’amargura.

Aquela que d’amor perdeu-se entre as sendas
Da mais louca paixão, da insensatez sem fim,
E hoje leva em si tamanha dor, tristura!

EDIR PINA DE BARROS
Ao ver-te pelas ruas - taciturna-
Ensimesmada e mesmo cabisbaixa
O pensamento num momento enfim se encaixa,
Trazendo esta lembrança tão soturna.

A dura sensação quando diuturna
Uma autoestima assaz atroz e baixa
O sonho num tormento além enfaixa
E a vida se transforma em torpe furna.

Procuro algum motivo e nada tendo
Apenas reparando este remendo
Que um dia conheci diamantina.

A vida em suas voltas traz e leva
Não há uma emoção sequer longeva
E tudo em pouco tempo enfim, termina.




Não mais se poderia acrescentar
Sequer qualquer palavra ou mesmo um til,
Do verme onde meu mundo ora emergiu
Ao verme que virá me devorar.

A vera sensação do que pudera
Ser algo além de tal putrefação
Rasgando e dominando desde então,
Gerando com certeza nova fera

Amiudando a morte a cada passo
Não temo os meus pedaços carcomidos
Tampouco os erros quando refletidos
Num único cenário turvo e escasso,

Arrasto meus demônios, tua sala,
Minha alma sem temores te avassala.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Carta escrita nos porões da ditadura

Deste porão escuro e bem frio
Onde sozinho eu durmo, pelo chão,
Eu vou sofrendo longo e triste estio,
E torturado sou, sem ter razão!

E prisioneiro vivo no vazio
Nesse regime duro de exceção
Na solidão que vivo, silencio,
Sem entregar parceiro e delação!

E prisioneiro eu sou porque lutei
Contra injustiça e tanta aberração,
Sonhei demais viver sem ditadura!

E morro aqui porque muito sonhei
Com um país bem justo, sem porão,
Sem calabouços podres, sem tortura!

Edir Pina de Barros
A sórdida expressão de um pau-de-arara
Marcada na lembrança que, sangrenta,
Traduz o que deveras representa
O solo quando incúria e fúria arara.

Assim a própria vida se prepara
Ao renascer após qualquer tormenta,
E o peito já desnudo agora enfrenta
A podridão que em mortes adubara.

Liberdade, qual bela e rara flor,
Nascida sobre os corpos de milhões,
Cevada em masmorras e porões,

E todo novo sonho, agricultor,
Que possa permitir aos que virão
Deste horizonte límpido, a expressão.
Carta escrita nos porões da ditadura

Deste porão escuro e bem frio
Onde sozinho eu durmo, pelo chão,
Eu vou sofrendo longo e triste estio,
E torturado sou, sem ter razão!

E prisioneiro vivo no vazio
Nesse regime duro de exceção
Na solidão que vivo, silencio,
Sem entregar parceiro e delação!

E prisioneiro eu sou porque lutei
Contra injustiça e tanta aberração,
Sonhei demais viver sem ditadura!

E morro aqui porque muito sonhei
Com um país bem justo, sem porão,
Sem calabouços podres, sem tortura!

Edir Pina de Barros
A sórdida expressão de um pau-de-arara
Marcada na lembrança que, sangrenta,
Traduz o que deveras representa
O solo quando incúria e fúria arara.

Assim a própria vida se prepara
Ao renascer após qualquer tormenta,
E o peito já desnudo agora enfrenta
A podridão que em mortes adubara.

Liberdade, qual bela e rara flor,
Nascida sobre os corpos de milhões,
Cevada em masmorras e porões,

E todo novo sonho, agricultor,
Que possa permitir aos que virão
Deste horizonte límpido, a expressão.
14/07/2011


Talvez possa impedir o tom cruel
Desta saudade imensa que jamais
Pudesse noutro enredo e traz ao léu
Momentos entre tantos desiguais,
Vacante coração transcende ao céu
E bebe quando muito além te esvais
Num ato onde se fez rude papel,
Os sonhos procurando novo cais.
Vagando sem sentido vida afora
A luta noutra face me apavora
E rege o que não pude mais conter,
Vestindo esta ilusão, bem poderia
Ousar acreditar nesta utopia
E mergulhar nos raios do luar.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

13/07/2011




A vida se permite iluminada
A quem se fez bem mais que meramente
E nisto cada sorte se apresente
Ou mesmo uma incerteza já se evada
Do quanto esta esperança foi cevada
Nos antros mais profundos desta mente
E nada se mostrasse incoerente
Regendo nova sorte em alvorada,
O amor ao traduzir esta verdade
No todo quanto pode e nos invade
Presume a galhardia deste instante,
E nisto se apresenta sempre assim
Vagando sem temor até o fim
Enquanto a claridade em paz, garante.

terça-feira, 12 de julho de 2011

O raio que trouxesse a bela aurora
Dos sonhos e magias da esperança
Notando com ternura o quanto avança
O passo que deveras nos ancora
Gerando o quanto possa e sem demora
Na lua mais sublime, a confiança,
O amor que dominando em temperança
Expressa todo o encanto em fauna e flora,
E, da Natura, vejo este apogeu,
Olhar que nos teus olhos se perdeu
Reverdejando enfim esta suprema
Beleza faiscante em raro tom,
Renasce com ternura o meigo dom
Sem nada que em verdade ainda tema.

Manhã que nunca viria após a queda e o fato
Crepuscular anseio que não mais me traria
Sequer o quanto pude em erma fantasia
Viver aquém do quanto tento e não constato…
Nesta inconstância repetida trato
O passo como fosse uma utopia
Marcando com denodo e galhardia
Aonde na verdade me arrebato.
Levasse para além o quanto trago
Ou mesmo revelasse o fim do jogo,
E colocando a mão em pleno fogo,
Recebo torturante e frio afago.
Agônico caminho em busca ao nada
Reprisando a mesma tosca e brusca estrada.


Depois de tantos erros entre passos e retalhos,
Encontro o que pudera ser apenas
A sensação que traga o quanto vês nas
Noites entre raios, sons e atalhos,

E assim ao perceber que os assoalhos
Aonde muitas vezes me condenas
E bebes do passado em noites plenas
Marcadas pelos mesmos atos, falhos.

Não quero o paladar que se vertesse
No quanto da verdade merecesse
O dia que vencesse a solidão

Na ponta do punhal, a faca e a adaga,
O quanto deste tanto não afaga
Nem mesmo moldaria outra estação.

HELIANTOS (II)

Um campo d’heliantos vicejantes
Com suas flores lindas, quais mil sóis,
Co’s irisados tons dos arrebóis,
Repleno de fulgores, mil encantos.

Mais belo que o cantar dos rouxinóis,
Ecoando em todo o espaço e seus quadrantes,
são esses campos fartos, verdejantes,
cobertos com milhões de girassóis!

Em cada flor a vida toda posta!
Pulsante! Esplendorosa! Colorida!
Com todo o seu olor, mistério, encantos!

A vida fica assim expressa! Exposta!
Em cada flor encantos d’uma vida,
E a Vida nesse campo de heliantos!

EDIR PINA DE BARROS



Nos girassóis da Rússia, cata-ventos,

Dançando sobre o campo, olhar avança,

E busca em auriverde esta esperança

Mudando para sempre desalentos,



Nos carrosséis bebendo imensos ventos

E gira e roda e roda e gira e lança

Além do que coubera a temperança

A imensidão dos vários sentimentos.



Exposta vida, exposto o sonho,

Claras fraturas na monótona paisagem

E neste bailado, a vida eu componho,



Como fosse de Van Gogh divina tela,

E o sol bebendo toda a paisagem

Genialidade além traz e revela.


12 de julho de 2011 16:17
As flores que murcharam e não viste,
Velaram pela tua sorte e vida,
Durante o teu sono e toda a lida,
E o seu perfume inda em ti persiste!

Não viste? Eram tantas essas flores!
Deixadas por amigos e poetas,
Em meio às preces raras e seletas,
Levadas com carinho em mil andores.

Em cada flor a prece d’um amigo,
Em cada amigo um rosário inteiro,
Aos Deuses implorando com fervor.

O tempo todo! Sempre ali contigo!
Em cada flor, no seu fulgor e cheiro,
Um gesto de carinho e muito amor.

Edir Pina de Barros

As flores que espalhaste no caminho
Tornando toda a vida mais suave
Embora a cada instante um novo entrave
Marcado pelos ermos de um espinho,

Por vezes me sentira mais sozinho,
Esperança tão frágil rude nave
Aonde imaginasse asas de uma ave,
A ausência do que fora qualquer ninho.

A vida se renova e após um tempo
Do que se fora apenas contratempo
Do que se imaginara atroz e bruto,

Da flor estraçalhada pelo chão,
Surgindo numa incrível mutação
A própria redenção do doce fruto.


Edir Pina de Barros
12 de julho de 2011 17:17
A vida se renova e regenera,
E aí reside a força mais divina,
Qual girassol no verde da campina,
No auge do esplendor da primavera!

A Vida é luz que brilha e sempre impera,
Que rasga todo o véu, se descortina,
e aqui e ali andeja, peregrina,
vencendo em todo canto a Besta Fera!

Em todo canto viça com pujança,
Deixando em cada qual uma esperança!
Em cada canto a força do Universo!

Sementes de renovo e redenção,
Que alenta a alma, o corpo e o coração,
Num mundo violento e tão perverso!


Crisântemos e lírios, belas flores,
E as roxas violetas sobre a mesa,
Sanguíneas expressões dos meus amores
A vida se esvaindo sem surpresa.

Verbenas, tílias, perfeitos amores
E a primavera viceja em tal grandeza
Seguindo com certeza aonde fores,
Sublime face exposta, Natureza.

Poeta, castelão das ilusões,
Abandonado em turvas florações
Encontra na alma um tempo glacial,

Olores se perdendo pelos ares
E quando, noutro instante tu notares,
O solo em folhas secas, outonal.
12072011

Que faz a nossa vida ter um rumo
E sabe muito bem como sanar
A dor que poderia nos tocar
E nisto cada medo agora esfumo,
Galgando mansamente o suprassumo
Vontade de ao teu lado edificar
O todo que teimasse imaginar
No amor que plenamente ora consumo,
O vértice dos sonhos traz a mim
O tanto quanto possa até o fim
Vibrando intensamente dentro da alma,
O verso se anuncia sem temores
E sinto que deveras sem te opores
A vida desta forma tanto acalma;

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Eu sinto que talvez não tenha cura,
O tanto quanto amor se traduzisse
No mundo sem vontade e mesmo visse
O todo desenhando esta loucura
O medo noutro rumo me amargura
E sei do quanto possa em tal crendice,
Amor que transcendendo uma tolice
Porquanto mais distante nos tortura,
Vestígios desta sorte que não veio
O passo noutro tanto morre alheio
Ao que pudera ser diversa estrada
E sei que no final ao ver o nada
A sombra desta sorte desdenhada
Traduz o quanto trago em vão receio.

domingo, 10 de julho de 2011

10/07/2011


Parece que é vingança, mas sei bem
Que tanta hipocrisia no passado
Gerara tão somente o quanto brado
E evado da esperança quando vem
Já nada mais alcança e no desdém
A luta traz o fim já desenhado
O prazo traz somente este recado
E sei que na verdade a morte tem.
Restaurações diversas; poderia
Quem vive tão somente a fantasia
E singra novos mares, mesmo só,
Apenas aprendendo a recolher
De um mundo sem sentido e sem prazer
O quanto se expressara em ledo pó.