sábado, 5 de maio de 2018

UM DIA APÓS A QUEDA 533


Um dia após a queda, nada veio,
Minha Bastilha, inútil, sem proveito,
E somo a cada passo o devaneio
É quando solitário enfim me deito,
O tanto que se faça e não rodeio,
Somente no final me iludo e aceito,

A vida sendo assim enquanto aceito,
O risco se mostrasse noutro veio,
Enquanto a solidão vejo e rodeio,
E o passo sem sentido diz proveito
E quando no vazio ora me deito,
Somente sem sentidos, devaneio,

O mundo se resume em devaneio?
Não quero acreditar e quando aceito
A força inusitada quando deito
Meus olhos no vazio e sei que veio
Somente o que se trama e sem proveito
O mundo que desejo não rodeio.

O tempo sem sentido algum rodeio
E vago pelos ermos; devaneio,
Tateio e na verdade o vão proveito
Expressa o quanto possa e não aceito,
Enquanto se percebe o quanto veio,
Meu mundo me desdenha enquanto deito,

E sei do quanto pude e assim me deito,
Nas tramas onde possa e já rodeio,
Vagando sem sentido o que inda veio
Moldando o descaminho em devaneio,
Ainda quando o fim percebo e aceito,
Nas tramas do infinito atroz proveito,

E o tempo sem saber de algum proveito,
O prazo transcorrendo quando deito
E o mundo que deveras mal aceito,
Encontraria o fim que ora rodeio,
Vagando sem saber e devaneio,
Tentando da esperança, ter o veio,

E quando agora veio sem proveito,
O quanto devaneio em vão me deito,
E sei do que rodeio e não aceito,


MARCOS LOURES

NÃO MAIS SE TENTARIA ACREDITAR


Não mais se tentaria acreditar
Nos ermos mais diversos do que há tanto
Tomando mansamente este lugar
Gerasse pelo menos desencanto,
E quando me permita navegar
Encontro a solidão, rude quebranto,

E tento quanto muito me quebranto
E sei que não consigo acreditar
Enquanto o meu caminho navegar
Distante do que fora e não sei tanto,
Ainda se propaga o desencanto
Sem rumo, sem descanso, sem lugar,

A vida procurasse algum lugar
E nisto desenhando este quebranto
Marcando com terror e desencanto
O quanto poderia acreditar
E a vida se percebe noutro tanto
Em vão procuro ao menos, navegar,

Nas tramas do oceano, navegar,
Vencendo o quanto a vida sem lugar
Espelha o que desejo e sei do tanto
E audaciosamente este quebranto
No qual tanta desdita acreditar,
Mostrasse a rude face em desencanto,

O verso se traduz e o desencanto
Eclode sem saber nem navegar
Vencido pelo rude acreditar
E tente ter ao menos um lugar
Aonde se mostrara tal quebranto
E nele o que buscasse e não sei tanto,

O verso se traduz e noutro tanto,
O passo referido em desencanto
Mostrasse realmente este quebranto
Que quando desejasse navegar
Apenas sem destino e sem lugar,
Não mais se permitisse acreditar,

E quando acreditar no que foi tanto
E o tempo sem lugar, em desencanto,
Pudesse ao navegar o que eu quebranto.


MARCOS LOURES

ALGUM SEGREDO


Bastasse algum segredo e por ventura
O medo não traria a rude face
Que tanto se produz em novo impasse
Num desenlace em vão que ora perdura,
O todo na verdade não tramasse
Sequer o que desenhe esta loucura

E sinto a sordidez feita em loucura
Matando o quanto reste da ventura
E nisto outro caminho se tramasse
Gerando o quanto expondo a velha face
Às cãs enquanto a dor tanto perdura
E deixa o sentimento em rude impasse,

O mundo se apresenta neste impasse
E grassa tão somente esta loucura
Mostrando no final o que perdura
E tudo o que pudesse diz ventura
Ainda quando escondo a minha face
E sei que todo o fim já se tramasse,

O mundo que se tente e não tramasse
A sorte que desejo além do impasse
E nisto se desenha a tosca face
E gera o que produza em tal loucura
O verso mais atroz que sem ventura
Encontra a solidão que ora perdura,

Meu mundo no vazio não perdura
E nada do que tente se tramasse
Gerando outro caminho onde a ventura
Não mais trouxesse além do vago impasse
E sei do quanto a vida diz loucura
E fere com firmeza o que foi face,

Não tendo na verdade a mesma face
Que um dia tão distante não perdura,
O vento ora espalhasse tal loucura
E quando outro cenário em vão tramasse,
O mundo superando algum impasse
Tocasse o que renegue tal ventura,

A vida sem ventura, torpe face,
O quanto deste impasse enfim perdura,
Ainda que tramasse a vã loucura.


MARCOS LOURES

NÃO MAIS SE IMAGINASSE


Não mais se imaginasse qualquer dia
Além do quanto vejo num instante
O corte se aprofunda e me garante
O quanto na verdade não havia,
E no verso se traduz em fantasia
Que teimo ora em levar sempre adiante,

E quanto mais o tempo me adiante
Vislumbro no final um novo dia
E sei do que deveras fantasia
Uma alma que pudesse noutro instante
Viver esta emoção que sempre avida
Porém o meu caminho não garante,

E sei que a solidão tanto garante
E mesmo que decerto eu adiante
Meu passo sem sinal algum havia
E o tempo se transforma e em novo dia
O todo se revolta neste instante
Matando em nascedouro a fantasia,

O verso não somente fantasia,
Assim como também nada garante
E sinto a solidão a cada instante,
Porém nada me impede, sigo adiante,
E tanto quanto possa a qualquer dia
Expresse muito além do que ora havia,

E sei que na verdade não havia
Sequer uma expressão em fantasia
Nem mesmo o renascer d e um belo dia,
Que possa traduzir e me garante,
Marcando o quanto tenha e se adiante
O tempo muito além de um mero instante,

E vivo o quanto possa neste instante
Tocando com certeza o quanto havia
E quando na verdade se adiante
O todo que resuma a fantasia
Meu passo sem certeza não garante
Sequer o que pudesse noutro dia,

Vivendo neste dia um raro instante
O quanto se garante não havia
E toda a fantasia se adiante.


MARCOS LOURES

DE TODOS OS CAMINHOS PERCORRIDOS


De todos os caminhos percorridos
Na vida que quem fosse sonhador,
O vento se espraiando sem destino,
Marcando o dia a dia de tal forma
Que nada poderia destruir
O sonho mais audaz de quem se entrega,

A vida no final traduz a entrega
Em fatos e momentos percorridos
E nestes caminhares, destruir,
O quanto se pudesse um sonhador,
Ousando acreditar em rude forma
Traçada a cada instante em seu destino,

E quando no final eu me destino
Ao todo que viera em leda entrega
E a vida quando em tudo trama a forma
Que possa traduzir os percorridos
Caminhos de quem fora sonhador,
E nisto outro cenário a destruir

O tanto quanto possa destruir
Marcando com as garras o destino
De um sólido caminho sonhador
Deixando velhos ermos nesta entrega
Sabendo dos instantes percorridos
No quanto uma ilusão a vida forma,

E sei que num repente, a velha forma,
O tanto que pudera destruir
Gerando entre momentos percorridos
O todo que se faça no destino,
Vagando tão somente em clara entrega
De quem se fez um louco sonhador,

O verso aonde possa sonhador
Vestir esta ilusão que toma a forma
Do todo que deveras já se entrega
Marcando o quanto possa destruir
E nisto outro cenário enfim destino,
Em dias entre tantos percorridos,

Meus mundos percorridos, sonhador,
Que sabe do destino que se forma
Não deixa destruir o amor que entrega.


MARCOS LOURES

JÁ NÃO ME CABERIA

Já não me caberia acreditar
Nas tramas que pudera ter além
Das curvas que esta vida me prepara
Sabendo quanto reste no final,
E o fato de sonhar ainda conta,
Embora na verdade seja em vão,

O tanto que se mostre em ledo vão
O tempo se tentando acreditar
Enquanto caminhasse sem ter conta
Do quanto se percebe mesmo além
O mundo na verdade no final
Somente para a queda enfim prepara,

O tanto se deseja e se prepara
E o canto se mostrara em rumo vão
E nisto o quanto vejo no final
Apenas me permita acreditar
Nos tantos quanto a sorte se prepara
Sem ter sequer o quanto conta

E o mundo verdadeiro faz-de-conta
Expressa o que em verdade não prepara
E gera o que se mostre mesmo além
Do tanto que pudesse ser em vão,
Marcando o quanto tente acreditar
Nos ermos mais diversos do final,

E a vida escancarando outro final,
Que na verdade eu sei, já nem se conta,
E o tempo noutro engodo, acreditar,
Ainda quando o bote se prepara,
E a luta desenhada sempre em vão,
Não deixa que se veja nada além,

E o tanto que pudesse mesmo além
Do farto caminhar ledo final,
E sei que meu anseio fora vão,
Somente a solidão agora conta,
E o prazo sem limites não prepara
Nem deixa no futuro acreditar,

O quanto poderia acreditar
Nos dias que se vendo no final,
Ainda mostrariam neste vão
O tempo noutro intendo quando conta
A velha solidão que nos prepara
Marcando o quanto tente acreditar,

E sei que acreditar nos diz além
E o passo já prepara e no final,
O tanto que se conta fora em vão.

MARCOS LOURES

JAMAIS


Jamais quando se tenta alguma sorte
Diversa da que a vida nos prepara
O tempo noutra face se escancara
Gerando qualquer passo que conforte,
Apenas espreitando enfim a morte
Que mostra pouco a pouco a sua cara,

E quando desta agora vejo a cara
No tanto quanto reina a rude sorte,
O tempo sem sentido dita a morte
E nada para tanto nos prepara,
Somente o que deveras me conforte
É a luta quando o engano se escancara,

Enquanto esta verdade ora escancara
Olhando devagar a tosca cara
Sem nada que suporte ou me conforte
Vagando sem saber qual seja a sorte
Que a vida a cada esquina me prepara
Espero mansamente a minha morte,

E sei que na verdade venha a morte
E nisto todo o tempo se escancara
Enquanto um ledo bote já prepara
E mostra com terror a torpe cara
Que superando enfim, a melhor sorte,
Não sabe e nem encontra o que conforte,

O mundo sem ter nada que o conforte,
O prazo terminando com a morte
E o tempo se entregando em dura sorte
Ao que deveras vejo e se escancara
Marcando com terror a noite cara,
Enquanto nada além já nos prepara,

Meu mundo na verdade não prepara
Sequer o que pudesse e não conforte
Mostrasse o dia a da cara a cara
Tocando firmemente enfim a morte
Que reina sem defesa e se escancara
Trazendo tão somente a velha sorte,

E sei que desta sorte se prepara
O quanto se escancara e não conforte
Moldado a dura morte e sua cara.


MARCOS LOURES

O TANTO QUE SE PERDE


O tanto que se perde a cada instante
Nas tramas onde é sórdida esta expressão
Vulcânica loucura em eclosão,
Marcando todo o sonho rum rompante,
E vendo que jamais serei feliz
Espalho num momento o quanto fiz,

E das promessas tolas que já fiz
Apenas se vislumbre num instante
O tanto que se tente ser feliz
E busque da esperança uma expressão
Que possa ser além de algum rompante
Perenizando na alma esta eclosão,

O quanto deveria em eclosão
Marcar o quanto tento e mesmo fiz,
Alçando o meu momento num rompante,
E tendo a maravilha neste instante
Que possa me mostrar esta expressão
Tramando o quanto sinta mais feliz,

O mundo quando quero ou sou feliz,
Num mesmo passo impede esta eclosão
E deixa tão somente esta expressão
Do quanto na verdade não mais fiz,
E vivo noutra face um duro instante
Na farsa que se mostre qual rompante,

Um dia se desenha e num rompante,
O tanto se fizera onde feliz
O passo procurasse noutro instante
Além de meramente uma eclosão
O quanto sem sentido algum eu fiz,
Ousando na incerteza da expressão,

E tendo na verdade esta expressão
Que possa ultrapassar algum rompante,
O verso sem promessas que ora fiz,
Renega na com certeza o ser feliz
E mata em nascedouro esta eclosão,
Matando uma esperança a cada instante,

A vida num instante, esta expressão;
Que tente em eclosão, além rompante,
E quando quer feliz, mais nada fiz...


MARCOS LOURES

NEM PUDERA

Não quero e nem pudera ter no olhar
Sequer alguma luz que não existe,
O tempo se anuncia em vaga sorte
E o todo se transforma em tempestade
Marcando o que deveras trace em medo
E nisto outro caminho se perceba,

O tanto quanto viva e já perceba
Deste horizonte alheio a cada olhar
Deixando como rastro o velho medo
Que possa traduzir o quanto existe
E o todo que se dita em tempestade
Traçando o que pudera em melhor sorte,

A vida noutro rumo, nega a sorte
E bebe do vazio e já perceba
Vencendo a mais diversa tempestade
Que toda a mansidão num torpe olhar
Pudesse persistir e não existe
Ou mesmo se anuncie em tolo medo,

Vencendo no final o rude medo
Que tanto modifica a melhor sorte,
Ainda quando o passo alheio existe
E o fim de cada história se perceba
O mundo refletindo em meu olhar
A imensa e mais temida tempestade,

O quanto se refaz em tempestade
O mundo não pudera em tanto medo
Ditar o quanto trago em meu olhar
E nisto desejasse melhor sorte
Ainda que o final mesmo perceba
O tanto que eu quisera não existe,

E sei do quanto possa e mesmo existe
No verso feito em torpe tempestade
Marcando o que talvez não se perceba
E mesmo quando dita o velho medo
Ainda se procure ter a sorte
Que possa amenizar o duro olhar,

E quando neste olhar o nada existe
O tempo dita a sorte em tempestade
E o todo traz o medo que eu perceba...


MARCOS LOURES

MARCANTES EMOÇÕES

Marcantes emoções que a vida trouxe
A quem se fez além de mero passo,
E sei do que pudera e mesmo venço
A tempestade rude da esperança
Conquanto cada dia o vento avance
Levando embarcação a um vão destino,

E o quanto se deseja e me destino
Ao todo que deveras também trouxe
Meu mundo num momento quando avance
Gerando noutro instante o que ora passo,
E seu da discordância em esperança
No tanto que perdendo agora venço,

O medo traduzindo o quanto venço
Dos ermos de minha alma eu me destino
Ao tanto que pudera em esperança
Vagando sobre o todo quanto trouxe
O verso sem sentido noutro passo,
Enquanto a solidão mordaz avance,

O tanto que pudera sempre avance
E marque o meu temor enquanto o venço
E sei do quanto espero neste passo
Ou todo este passado diz destino
Matando o quanto resta e nada trouxe
Sequer alguma gota de esperança

A vida se reduz e da esperança
Não tendo a menor chance enquanto avance
O mar adentra a praia e assim se trouxe
No instante mais feroz enquanto venço
Sargaços onde tive o meu destino
Marcado tão somente em rude passo,

E sei do que deveras tento e passo,
Num átimo mergulho na esperança
E quando na verdade eu me destino
Ao nada que anuncias quando avance
O tempo de viver e se eu me venço
Encontro o que passado já não trouxe,

O quanto a vida trouxe noutro passo,
Apenas sempre venço esta esperança
Que sempre em dor avance, vão destino...

MARCOS LOURES

ESPECTRO

Não quero que se veja tal espectro
Vagando pelos ermos desta senda
E nada do que a vida agora atenda
O manto consagrado, o verso em vão,
A luta se desenha a cada fato
E o tempo não traria algum sossego,

E quando se procura por sossego,
Meu mundo se desenha neste espectro
E trama com certeza um novo fato
Ainda que pudesse noutra senda
E sei do que deveras seja vão
O tanto que se queira e mesmo atenda,

O prazo determina e a vida atenda
O todo que não cabe e sem sossego
Meu mundo se escoando neste vão
Encontra especular o rude espectro
E tanto que buscasse mansa senda
Apenas o vazio trama o fato,

E sigo sem saber o que de fato
Pudesse traduzir o quanto atenda
Dos erros mais comuns tomando a senda
E nisto procurasse algum sossego
E sendo de tal forma assim o espectro
O tempo se desnuda sempre em vão,

E sigo cada passo mesmo vão
E vendo o quanto possa em ledo fato
Ousando acreditar no rude espectro
Que tanto quanto a vida ora me atenda
Trazendo algum momento onde há sossego
E perfazendo alheia e rude senda.

O tanto que se mostre nesta senda,
O mundo na verdade segue em vão,
E o sonho que produza algum sossego
Expressa na verdade o rude fato
Que tanto quanto possa agora atenda
E gere do passado o velho espectro,

Apenas um espectro nesta senda,
O quanto ora se atenda dita o não
E sei que neste fato não sossego...


MARCOS LOURES

JORNADAS

Jornadas entre tantas que pudesse
Tramar outro caminho aonde um dia
Vestígios do que fora fantasia
Ainda são visíveis e tocáveis
Meus olhos no cenário onde se tente
Vibrar em consonância com meu canto,

E quando enamorado busco e canto
Tentando qualquer passo onde pudesse
Gerar o que deveras sempre tente
Marcando com ternura o dia a dia,
Anseio entre caminhos que tocáveis
Expressem muito além da fantasia,

Embora saiba quanto a fantasia
Tramasse muito mais do que este canto
Que a vida noutro tom faça em tocáveis
Desejos que em verdade até pudesse
Ainda que talvez por mais um dia
Marcando o quanto busque e sempre tente,

O verso que diverso teime e tente
Impertinente mundo fantasia,
Trazendo esta expressão que alenta o dia
E marca com sorriso o manso canto
E nisto tão somente o que pudesse
Tramasse rumos claros e tocáveis,

Os sonhos mais diversos e tocáveis
Os passos entre enganos que se tente
O verso na verdade mal pudesse
Ouvindo da alegria o manso canto
Vencer o quanto reste em fantasia
Gerando a cada instante um raro dia,

E sei do quanto possa neste dia
Tramar entre momentos vis, tocáveis
O tempo de singrar o ledo canto
Que a vida sem temores inda tente
E quando uma esperança fantasia
O todo noutro fato em paz pudesse,

E sei do que pudesse neste dia
Da velha fantasia os mais tocáveis
Anseios que se tente em raro canto.


MARCOS LOURES

BEM DIVERSOS

A vida traz suportes bem diversos
E quando me entranhasse de tal forma
Enquanto na verdade o que me importa
Expressaria o todo que não tive,
Vivendo a liberdade que se tente,
Nos ermos do meu sonho, mais atroz,

A vida tantas vezes mais atroz
Ousando nos caminhos mais diversos
Presume o que deveras mesmo tente
Sabendo no final da rude forma
Que possa com certeza o quanto tive
E mesmo o que jamais agora importa,

No todo quando muito o tempo importa
Eclode ainda em tom que seja atroz
Traçando o quanto possa e mesmo tive
Nas tramas onde os passos são diversos
E nisto a solução tomando forma
Explode quando além eu busque e tente,

O todo se desenha quando tente
Vencido caminheiro, não me importa,
Deixando no passado a velha forma
Que possa desenhar o ser atroz
Envolto nos caminhos mais diversos
E nisto percebendo o que não tive,

Ainda que em verdade o sonho eu tive
E sei do que pudera e mesmo tente,
Os dias são complexos e diversos,
Porém o que em verdade nos importa,
Vencendo este caminho mais atroz
Gerasse uma esperança em nova forma,

O quanto se traduza de tal forma
Ousando muito além do quanto tive
Marcando com a fúria, o ser atroz,
E nisto nova sorte ainda tente
Deixando no passado o que ora importa
Em rumos e caminhos tão diversos,

Momentos tão diversos a alma forma
E o quanto agora importa eu nunca tive,
O passo que se tente, é sempre atroz...


MARCOS LOURES

TANTAS VEZES


A sorte tantas vezes nos traindo
E o verso que pudera ser de paz
Marcando com terror o quanto reste
Gerando a hipocrisia e nada mais
Meu tempo se anuncia após a queda
E o todo não se deixa mais levar,

Ainda quando tente enfim levar
A vida de tal forma me traindo
Expressa tão somente a mesma queda
E nada do que possa ou creia em paz
O verso que puder ser a mais
Agora simplesmente nada reste.

O mundo que deveras tente e reste
Errático cenário a me levar
Ao nada que se tente e sempre mais
Enquanto noutro passo se traindo
Expresse o quanto reste desta paz
Na farsa que se entranha em cada queda,

No tempo se desenha a rude queda
E o medo não permite que inda reste
O verso com certeza nega a paz
E o tanto que permita me levar
Expressa o que se fez e me traindo
Não deixa o quanto busco, nunca mais,

E o tanto que pudesse sempre mais
No fundo desenhando a mera queda
No tanto que se veja ora traindo
Expressa tão somente o que inda reste
E deixo este caminho me levar
Aonde se imagina a rara paz,

Meu tempo se adentrando pela paz
Na luta que buscasse sempre mais
E tanto quanto possa me levar
Ainda se vislumbra a velha queda
E nisto tão somente o que me reste
Embora muitas vezes já traindo,

O tanto se traindo quando a paz
Ao longe só me reste o nunca mais
E sinto a velha queda a me levar.


MARCOS LOURES

ALÉM DO SONHO


Já nada mais coubera além do sonho
E o verso se moldando de tal forma
Que nada mais pudera ser assim
Senão esta esperança que carrego,
O vento sopra manso em cada rosto
E trama o quanto eu queira ser feliz,

E sei que na verdade o ser feliz
Transcende ao que pudera e quando sonho
Encontro na verdade um velho rosto
Marcado com o tempo de tal forma
Que nele com certeza o que carrego
Expressa o quanto eu sei, ou tanto assim,

O mundo se mostrara sempre assim,
E tanto quanto eu possa ser feliz
Diria deste tempo que carrego
No tanto que inda luto e mesmo sonho,
Grassando este momento que ora forma
As linhas mais profundas do meu rosto,

E vendo da esperança o rude rosto,
Que possa na verdade ser assim,
O tanto que vivesse e sinto a forma
Da fonte quanto possa ser feliz
Ditando o que mais queira neste sonho
Tramando o verso manso que carrego,

Meu mundo traz o passo onde carrego
A sombra que tocasse no meu rosto
E vendo o quanto possa e mesmo sonho,
Gerando outro momento quando assim,
A vida me permite ser feliz
E nisto uma alegria enfim se forma,

O tempo tem diversa e rara forma
E nisto uma vontade que carrego
Entoa o que pudera ser feliz
E marca com certeza no meu rosto
A sombra do que tanto quis assim,
Ousando no caminho feito em sonho,

E quando neste sonho nova forma,
Expressa o quanto assim tento e carrego
Estampa-se no rosto o ser feliz.


MARCOS LOURES

A LIBERDADE



A vida não permite que se guarde
O sonho entre paredes e se esconda
O quanto se tentasse e se mostrasse
No navegar diverso, qual nova onda
E além do que se tenta e não faz,
Um ato refletisse a liberdade,

O verso não supera a liberdade,
Nem mesmo quando aquém da vida guarde
O tanto que pudera já se faz
Bem mais do que a vontade em vão esconda,
O mundo vai e vem e como uma onda
Só vale se deveras se mostrasse,

E o todo que de fato ora mostrasse
O tanto quanto trame a liberdade
Do ser e muito além que uma mera onda
No todo que de fato a vida guarde,
E sendo de tal forma o que se esconda,
A vida já repele e nada faz,

Mas quando se deseja e mais se faz
O mundo de tal forma se mostrasse
E nisto cada vez que não se esconda
Alçasse a mais suprema liberdade,
Portanto, quanto à vida, não se guarde
E siga o coração, esplêndida onda,

E o tanto se moldasse como esta onda
Que nada mais impeça o quanto faz
Audaciosamente jamais guarde
O quanto na verdade se mostrasse
Traçando com firmeza a liberdade
E nisto nenhum sonho, em vão, esconda,

A sorte que se dando a vida esconda
Presume no final em frágil onda
Negando ao marinheiro a liberdade
E de tal forma o tempo não se faz
Que tanta calmaria se mostrasse,
E o barco, sem ter vento ora se guarde,

Assim o que ora guarde e já se esconda
Não deixa que mostrasse esta bela onda
Que o mundo além já faz: a liberdade!

MARCOS LOURES

NÃO TENTO ACREDITAR



Não tento acreditar no que viria
E sei que na verdade é falsa a farsa
Que tenta noutro tom trazer a vida
Medonhamente exposta aos dias frios,
E neste caminhar ermos, sombrios
A luta sem descanso, não disfarça,

Ainda quando a vida mal disfarça
Matando o que decerto inda viria
E nisto meus momentos mais sombrios
Tramassem tão somente a velha farsa
Que trame entre temores, tantos frios,
E neles o que possa a minha vida,

O tempo traduzindo o quanto a vida
Expõe numa expressão que não disfarça
E sei dos meus receios, mesmo frios,
E nada do que possa inda viria
Mantendo sempre acesa a velha farsa
Exposta aos dias rudes e sombrios,

Nos olhos tantas vezes mais sombrios,
O quanto se negara em luz e vida,
Marcando com terror a velha farsa
Que mesmo quando queira não disfarça
E gera a mais atroz e leda vida
Ousando entre momentos bem mais frios,

Os olhos entremeiam dias frios
E quando vejo os passos tão sombrios
Tentando perceber o que viria,
Meu mundo não traria à minha vida
Sequer o que a verdade ora disfarça
Tocando sem sentido a velha farsa,

E sei da minha angústia a cada farsa
Que possa desvendar em passos frios,
E nisto o meu anseio não disfarça
Expressa os descaminhos tão sombrios,
E vejo quanto possa a minha vida,
Dizer o quanto quer e não viria,

O tanto que viria além da farsa
Trazendo em minha vida versos frios
Em plenos tons sombrios, luz disfarça...


MARCOS LOURES

CADA SONHO

Na fúria que destroça cada sonho
Na angústia que domina nossos passos
Os medos estampados no meu rosto
Exposto aos mais diversos vendavais
E os dias entranhados pela rude
E torpe sensação do nada ser,

O quanto poderia ao menos ser
O todo que deveras busco e sonho
No tempo mais arguto, um passo rude,
Que possa com certeza em velhos passos
Traçar o quanto inúteis vendavais
Tocando com furor marcando o rosto,

E tanto que busque a cada rosto
Marcadas cicatrizes, possa ser
Além do que tentara em vendavais
Ousar nessa esperança que ora sonho,
E vivo no vagar de velhos passos
Ainda que se mostre mesmo rude,

Meu verso se moldara amargo e rude
E o tempo noutro engodo traz o rosto
E mostra a sensação de ledos passos
Aonde se tentasse manso ser,
Gerando pesadelos, torpe sonho,
E neles os mais terríveis vendavais,

E quando me expusera aos vendavais
No tanto que este mundo fosse rude,
O quanto se perdera quando sonho,
Rasgando com as garras o meu rosto,
E desta cicatriz, o quanto ser
Expressa no vazio duros passos,

E tramas no futuro novos passos
Enquanto na verdade os vendavais
Espalham cada parte do meu ser
E nisto se transforma apenas rude,
O quanto trago firme no meu rosto
Matando em nascedouro cada sonho,

E quantas vezes sonho ouvindo os passos
De quem não vendo o rosto, em vendavais
Eclode e sendo rude; esconde o ser.


MARCOS LOURES

FALSA IMAGEM



Jamais acreditei na falsa imagem
Do amor que conquistando nos devasta,
Apenas a verdade ora me basta
E sei do quanto é bela tal paisagem,.
Ousando acreditar não ser miragem
Uma emoção suprema, rara e vasta,

E quando se percebe ser tão vasta
A sorte que reflete a doce imagem
Do amor que nos traduza além-miragem
O sentimento em paz que não devasta,
E gera no perdão a paisagem
Que tanto me seduz quanto me basta,

A vida por si só persiste e basta
Marcando com ternura a senda vasta
E nisto dominasse tal paisagem
O sonho que desvende cada imagem
Aonde a sensação tanto devasta
E gera o que pudesse, uma miragem...

Pousando meu olhar sobre a miragem
Que possa traduzir o quanto basta
Traçando a sensação que ora devasta
E gera a minha vida imensa e vasta
Na bel a maravilha desta imagem
Que possa traduzir a paisagem,

O verso dominando a paisagem,
O canto que se trama uma miragem
O sonho desenhando a rara imagem
Do mundo que pudera e em si se basta
Enquanto uma esperança eu sei que é vasta,
E a solidão deveras não devasta,

O tanto que este mundo ora devasta
O sentimento toma a paisagem
E mostra a sensação sutil e vasta
Moldando em meu olhar esta miragem
Que tantas vezes dita o quanto basta
Traçando a cada olhar a rara imagem.

E quanto tal imagem nos devasta,
Tramando o quanto basta em tal paisagem,
A senda qual miragem; se faz vasta...

MARCOS LOURES

MEU CANTO


MEU CANTO

Meu canto se anuncia em rude encanto
E sei dos vários erros cometidos
Meus sonhos noutros tantos esquecidos
E o tempo se mostrara em vão quebranto
Buscasse melhor sorte, mas não há,
A vida se reflete no vazio,

O tanto que traduz este vazio
Moldasse no que possa em rude encanto
Trazendo o que eu quisera e sei quando há
Deixando os descaminhos cometidos
Nas tramas mais audazes, no quebranto,
E os ermos tantas vezes esquecidos,

Os olhos procurando entre esquecidos
Momentos traduzidos no vazio
E nisto quanto possa eu me quebranto
Negando deste sonho algum encanto
Em dias tão doridos, cometidos,
No tanto que se tente e sei não há,

O verso traduzisse o não mais há
Sequer qualquer momento entre esquecidos
Anseios que pudessem cometidos,
E nisso simplesmente este vazio
Traduz o quanto possa em tal encanto
Marcando com furor cada quebranto,

Meu mundo se desenha em vão quebranto
E gera o que se possa e jamais há
No todo que tentara em claro encanto
Os sonhos noutro canto ora esquecidos,
E o mundo que busquei segue vazio
Em meio aos desenganos cometidos,

Os prazos tantas vezes cometidos
E os cantos que traduzem tal quebranto
Apenas redundando no vazio
Ultrizes dias dizem que não há
Entre os caminhos rudes e esquecidos
Sequer algum sinal de velho encanto,

O quanto em tal encanto, cometidos
Enganos esquecidos, num quebranto,
Jamais traz o quanto há num ser vazio...


MARCOS LOURES

NO MOMENTO


Não penso no momento em que se faça
Da luta tão somente algum anseio
E nada mais do quanto a vida escassa
Expressa noutro tom, ledo receio,
E bebo da esperança que disfarça
Ousando na verdade o quanto tenha,

E sei que com certeza nada tenha
Quem tanto desejara e nada faça
O tempo se mostrara e não disfarça
O quanto poderia em raro anseio
E vejo a solidão que enfim receio
Na vida sem sentido, mesmo escassa,

O tanto que pudera em sorte escassa,
A via que nos leve ao que se tenha
Permite qualquer forma de receio,
Ainda que outro tempo atroz se faça
Gerando no final o quanto anseio
E nisto outro momento se disfarça

A luta que somente ora disfarça
Penetra na esperança mesmo escassa
Trazendo o quanto possa e mesmo anseio,
Ainda que deveras busque e tenha
O todo que decerto a vida faça
Deixando para trás qualquer receio,

E o tempo que pudesse e não receio
Marcando com o verso não disfarça
E trama o que se tenta e já se faça
Deixando no passado a sorte escassa,
E o mundo quando nada mesmo tenha
Ainda se traduza em pleno anseio,

O sonho que decerto agora anseio,
O mundo desenhando este receio,
O prazo com certeza não mais tenha
E tanto se mostrara e não disfarça
Sequer o quanto valha a luta escassa
E o preço que se pague, nada faça.

O tanto que se faça não anseio,
A vida tão escassa em tal receio,
Apenas mal disfarça o que inda tenha...


MARCOS LOURES

PROMESSA


Promessa aterradora de vingança,
A vida se perdeu sem harmonia
As flores que não têm caramanchão,
Demonstram seu perfil: desesperança!
Recendem velhos cravos na lembrança,
São formas de total abnegação,

Aos poucos com terror a abnegação
Tomasse a rude forma de vingança
E nisto simplesmente na lembrança
A fúria noutro tom leda harmonia
Deixando ora se ver desesperança
Matando o quanto foi caramanchão,

Ausente deste olhar, caramanchão,
O que se vê traduz a abnegação
De quem amara e traz desesperança
E a rude sensação, mera vingança,
Negando qualquer forma de harmonia
Deixando uma alegria na lembrança

E o tempo se mostrara onde a lembrança
Qual fosse o mais feliz caramanchão
Embelezando a vida em harmonia
Ao superar a rude abnegação
Gerasse algum sorriso por vingança
Negando a mais sutil desesperança,

Num mundo quando vil, desesperança,
Transforma o que se viu, leda lembrança,
E trama no vazio tal vingança
Deixando para lá, caramanchão,
E nisto se produza abnegação.
Legando ao desencontro esta harmonia,

A vida que se faça em harmonia
Já não gera a fatal desesperança
Tampouco o quanto possa abnegação
Marcando cada fato em má lembrança
E a seca no que foi caramanchão
Traçando a rude forma de vingança,

Trazendo esta vingança onde harmonia
Fez do caramanchão desesperança,
Só deixa na lembrança: abnegação...


MARCOS LOURES

QUALQUER SONHO



Não tenho e nem teria qualquer sonho
Esse momento dita o nada a mais
E quando na verdade o que ora vejo
Traduza a solidão e nada reste
Somente o que deveras não ateste
O mundo mais atroz, mesmo medonho,

E o vento se mostrara mais medonho
E nele o que pudesse ser meu sonho
Decerto outro caminho agora ateste
E nada do que possa ou mesmo mais
Expresse o que em verdade ainda reste
E dentre as tempestades sempre vejo,

O manto da esperança quando o vejo
Vagando sobre um mundo tão medonho
Pousasse mansamente e quando reste
O todo que deveras dita o sonho
Pudesse no caminho muito mais
Que a própria sensação em paz ateste,

O quanto da esperança agora ateste
O mundo sem temor que possa e vejo
Vivendo sem sentido o quanto a mais
Reinando sobre um tempo tão medonho,
E nisto o que em verdade tanto sonho
Expressa o que deveras inda reste,

O todo quanto possa e mesmo reste,
O passo noutro rumo agora ateste
O muito que inda veja enquanto sonho,
E sei do que pudera e mesmo vejo
O passo aonde um dia foi medonho,
E agora se traduz num canto a mais,

E sei do meu caminho e muito mais,
Marcando o quanto possa e mesmo reste
Vestindo o que tentara ser medonho,
Na velha sensação que enfim ateste
O mundo quando possa e mesmo vejo
No tempo mais audaz, no imenso sonho,

E quando agora sonho e sei a mais,
O tanto que ora vejo e enfim me reste,
Ainda que se ateste o ser medonho.


MARCOS LOURES

NOUTRA FACE



Jamais imaginasse noutra face
A vida que desnuda esta ilusão
E molde no caminho a dimensão
Que possa na verdade e não se cale
O vento que assobia no telhado,
E o preço a ser cobrado pela vida,

O tempo traduzisse a minha vida
E nisto o quanto vejo em rude face
Expressaria a chuva no telhado
E trame tão somente uma ilusão
No quanto nada valha o que se cale
Traçando no vazio a dimensão,

E sei do quanto possa em dimensão
Diversa da que trace a minha vida
No tanto que pudera e não se cale
Mostrando com certeza a rude face
De quem ao se tocar numa ilusão
Pudera renovar, velho telhado,

O mundo se mostrara e no telhado
Dos sonhos o que trace em dimensão
O mundo mais complexo em ilusão
E molde na incerteza desta vida
O quanto se anuncia e mude a face
Ou mesmo sem sentido algum se cale,

O tanto que pudera e agora cale
Nos ermos de quem veja do telhado
O mundo que moldara em rude face
E nesta mais diversa dimensão
O todo que anuncie nova vida
E mostre ser além de uma ilusão,

O passo traduzindo esta ilusão
E nada do que possa ou mesmo cale
Expresse a sensação que nesta vida
Ao menos desenhasse em tal telhado
O quanto moldaria a dimensão
Diversa do que mostre a velha face,

O quanto desta face em ilusão
Gerasse a dimensão e enfim se cale
Trazendo ao meu telhado a própria vida.

MARCOS LOURES

DESCAMINHOS

Reparo os descaminhos e percebo
O mundo como fosse tão diverso
Daquele que desenho em pensamento
E tento num anseio libertário,
O sonho quando é feito solitário
No peso de uma vida se presume,

O todo na verdade que presume
Expressa muito além do que percebo,
E sinto o meu caminho solitário
E nele se deseje o mais diverso
Cenário que pudera libertário
Tomando já de assalto o pensamento.

O quanto deveria o pensamento
Após as derrocadas, já presume,
Uma alma sem temor num libertário
Caminho que se mostre e mal percebo
Vagando sobre o tempo mais diverso
Aonde fora apenas solitário,

O tanto que se molde solitário
Num tempo mais agudo, em pensamento,
O verso sem sentido e tão diverso
Expressa o que em verdade se presume
Marcando o quanto tenha e assim percebo
Deixando este cenário libertário,

O pranto tantas vezes libertário,
O sonho mesmo quando solitário
Ainda dentro da alma mal percebo,
E vejo o quanto possa o pensamento,
E tanto na verdade se presume
Teimando num caminho mais diverso,

E sei deste viver rude e diverso
E nele me entranhara libertário
E quando outro momento se presume
Persisto mesmo estando solitário
E sei do meu anseio em pensamento
E um novo amanhecer enfim percebo,

O quanto ora percebo tão diverso
Do ledo pensamento libertário,
Um passo solitário se presume...


MARCOS LOURES

NÃO TERIA NOVA LUZ


Meu mundo não teria nova luz
Enquanto se mostrasse o que passamos,
Vivendo tantos erros, desacertos,
As tramas mais doridas que se vejam,
Os olhos procurando pela paz
Que tanto se deseja e nada traz,

O verso na verdade o que me traz
E quando o meu anseio dita a luz
O tanto noutro rumo em leda paz,
Gerar o que pudesse e assim passamos
Nos olhos que pudessem e nada vejam
Os dias entre enganos desacertos,

Apenas recolhendo desacertos
Enquanto na verdade o que se traz
Eclode nos caminhos quando vejam
O tanto que se molde nesta luz
E sei do quanto tenho e já passamos
Vivendo o quanto possa em plena paz.

O mundo que eu quisera feito em paz,
Supere com firmeza os desacertos
E deixe quanto possa e além passamos
Ao menos o cenário onde se traz
A vida em claridade, em rara luz,
E nisto outros anseios já se vejam,

Os dias que entre dias tanto vejam
O rumo quando busque a plena paz
E nisto emoldurando a clara luz
E trace muito além dos desacertos,
O tanto que em verdade agora traz
Deixando para trás o que passamos,

O sonho que decerto ora passamos,
Os mundos mais diversos quando vejam,
E nisto o quanto a vida agora traz
Expresse pelo menos qualquer paz
E veja ao superar os desacertos
O todo feito em glória, força e luz,

O quanto desta luz dita e passamos
Embora desacertos inda vejam
O sonho desta paz, o vento traz...

MARCOS LOURES

MEU MUNDO


Meu mundo quando vejo noutro tom
Esboça a vida apenas num segundo
E sei do que vivera e me aprofundo
Tentando acreditar noutro momento,
E sinto o quanto possa ser assim,
O quanto se inundara dentro em mim,

E sei do todo quando vivo em mim,
E nisto se aproxima o velho tom,
Que possa na verdade num momento
Trazer o quanto caiba num segundo
E beba desta sorte num momento
Enquanto dentro da alma me aprofundo,

O pântano decerto ora aprofundo
E vejo a solidão trazendo a mim
O todo desenhado num momento
E nisso se adivinha o velho tom
Que possa refazer noutro segundo
O quanto se transcende e me aprofundo,
Vivendo o que pudera ser assim,

E sinto quanto viva e tramo assim,
O sonho quando em vão eu me aprofundo,
Vagando pelo menos um segundo
E tanto quanto possa sei de mim,
E trago desta vida o velho tom
Enquanto me assentasse num momento,

O tanto que se mostre em tal momento,
No fundo não faria tanto assim,
O rústico momento em ledo tom,
O verso se transforma e me aprofundo,
Gerando o que pudera quando em mim
A vida se fizera num segundo,

O mundo se aproxima e no segundo
Delírio convulsivo num momento,
O templo que matara e sei de mim,
Levando no caminho o que ora assim,
No tanto que pudera e me aprofundo,
Vivendo o quanto gere em rude tom,

O tempo neste tom dita um segundo
E quando me aprofundo num momento
Tramasse a farsa, assim, dentro de mim...

MARCOS LOURES

EM SONHOS

EM SONHOS


Ainda na verdade o quanto eu pude
Atravessar em sonhos o infinito
O passo que pudera sideral
A luta sem sentido e sem descanso
Enquanto na verdade o que ora alcanço
Deixara no passado a juventude,

O mundo que traduza em juventude
O tanto que quisera e mais não pude
E sei quando em verdade nada alcanço
Buscara inutilmente este infinito
Que possa me trazer algum descanso,
Vagando em sonho imenso, sideral,

O espaço que penetro, sideral,
No tempo que se trame em juventude
Tocasse sem saber qualquer descanso
O todo que tentasse enquanto pude
Grassar por sendas raras no infinito,
Toando esta expressão que em paz alcanço,

O tempo que deveras hoje alcanço,
O mundo noutro sonho, sideral,
Ousasse penetrar neste infinito
E tanto quanto valha a juventude
O peso do que trago e mesmo pude
Ainda se moldara e não descanso,

Tentando acreditar no que descanso,
Ousando na palavra quando alcanço
Meu mundo na incerteza quando o pude
Viver esta beleza sideral,
E nisto se moldasse a juventude
Que possa penetrar neste infinito,

O tempo que presumo, ora infinito,
O verso que anuncia sem descanso,
Enquanto na verdade nada alcanço,
Ausente dos meus olhos, juventude,
A trama que eu buscara, sideral,
Expressa a solidão que tanto pude,

E quando agora pude no infinito
Traçar o sideral rumo, descanso,
E sei, jamais alcanço a juventude...


MARCOS LOURES

A TEMPESTADE



A tempestade invade o mar e ronda
Deixando em sobreaviso o quanto tenho,
Meu mundo desabando num instante
E sei que na verdade esta procela
Aos poucos com certeza me revela
O todo que perdera vida afora,

E sei do quanto possa mar afora,
E sinto o que deveras tanto ronda
E o tanto quanto a sorte me revela
Bem mais do que em verdade agora eu tenho
O coração exposto em vã procela
Pudesse renovar em claro instante

E o mundo se traduz em novo instante
E sei do quanto possa vida afora
Gerando o que se faça além-procela
E tanto esta esperança que me ronda,
Ousasse acreditar e sempre tenho
O amor que esta emoção rara revela,

O nada noutro caos tenta e revela
As velas e os anseios, ledo instante,
E sei do quanto possa e mesmo tenho,
No passo que resume a vida afora
E tanto quanto o tempo também ronda
Gerasse a cada dia outra procela,

O barco se entranhando em tal procela
No verso mais audaz, tudo revela,
Expressa a solidão que ora me ronda
E vaga sem sentido num instante
E possa navegar o sonho afora,
E traça o que em verdade agora tenho.

O tanto quanto trame e sei que tenho,
Marcando com temor esta procela
Que o vento transformasse vida afora
E sei que na verdade se revela
Ousando pelo menos num instante
Enquanto o meu passado toma e ronda,

A vida quando ronda o que ora tenho
Expressa num instante outra procela
Enquanto se revela vida afora...


MARCOS LOURESA

TANTO POSSA




Um dia a mais ou tanto quanto possa
Viver as mesmas dores do passado
E nisto o que se faça anunciado
Expresse a solidão que me acompanha
O verso não traria melhor sorte
Tampouco alguma luz enfim veria,

O todo noutro rumo se veria
E nada serviria enquanto possa
A vida sem saber da menor sorte,
Tragando sem limites o passado,
E o quanto na verdade me acompanha
Transcende ao quanto fora anunciado,

Encanto no vazio anunciado,
O tanto que se reste não veria
O mundo se traduz e me acompanha
Gerando na verdade o quanto possa
E sei do dia a dia do passado,
E nele o que se faça em rude sorte,

O mundo se anuncia e sei que a sorte
Embora não demonstre o anunciado
Momento que decerto diz passado
E nisto o quanto busque e mais veria
Encontre o que pudera e mesmo possa
Viver o quanto em vão já me acompanha,

A vida noutra face se acompanha
E gera o que teimasse em nova sorte,
O prazo derramando enquanto possa
Traçar o que já fora anunciado
No todo que decerto eu não veria
Ousando penetrar no meu passado,

O vento traz lembranças de um passado
Que fora o que restara e me acompanha
Ainda quando o novo inda veria,
O olhar se mostra em rude e vaga sorte,
Negando o que já fora anunciado
E nisto o quanto é novo não mais possa,

O tanto que se possa do passado
Viver o anunciado que acompanha
Traçando o quanto a sorte mais queria.


MARCOS LOURES

MEUS DIAS



Distante dos meus sonhos, dos meus dias,
Os olhos no horizonte já perdidos.
Encontro os meus anseios desvalidos
E tento desvendar tais fantasias
Sabendo no final as dores tantas
Que trazes quando enfim me desencantas.

E quando a paz pudera, desencantas,
E geras outros erros novos dias,
E sinto quanto cortam luzes tantas
Em dias sem limites, pois perdidos,
E neles as diversas fantasias
Gerando dias rudes, desvalidos,

Os passos no caminho, desvalidos,
E sinto quanto possa e desencantas
Marcando com ternura as fantasias
E disto se resumem nossos dias
E os olhos sem destino, ora perdidos,
E as ilusões que trago e sei são tantas...

As horas que pudessem nestas tantas
E delas descaminhos desvalidos
No quanto poderiam já perdidos
Cenários que deveras desencantas
Trazendo o quanto rudes são teus dias
Matando com furor as fantasias

E possa além de tudo em fantasias
Traçar o que se mostre em cores tantas
E nelas a beleza de tais dias
Grassando sobre enganos desvalidos,
E sinto que pudera em noites tantas
Marcar momentos rudes e perdidos,

Os dias entre enganos vão perdidos,
E sei que na verdade fantasias
E geras ilusões e desencantas
E nisto as emoções que fossem tantas
Traduzem o caminho desvalido
Que ronda cada instante dos meus dias,

E sei que destes dias vãos, perdidos,
Meus olhos desvalidos, fantasias,
Nas dores que são tantas, desencantas...


MARCOS LOURES

O MUNDO QUE TENTEI


O mundo que tentei e não soubera
Sequer ainda mesmo me rondar
Vencido pelas ânsias costumeiras
De quem tentasse um canto, algum descanso,
Espreita atocaiado a queda e o medo
Marcando com as garras cada passo,

O todo se perdera noutro passo
E sei que na verdade mal soubera
Do quanto poderia com tal medo
Apenas o caminho em vão rondar
E nisto se pudesse algum descanso
As dores não seriam costumeiras,

E quando se anunciam costumeiras
As tantas ilusões que a cada passo
Exprimem o que vejo sem descanso,
Ainda quando o pouco enfim pudera
Trazendo o quanto tente em vão rondar
Mergulho nos espaços; rude medo,

O tanto que se faça gere o medo
E nada das palavras costumeiras
Que possam na verdade ao nos rondar
Traçar esta esperança que ora passo
E vejo noutro espaço e não soubera
Seguindo o meu caminho sem descanso,

Apenas na verdade se descanso,
O todo que se faça além do medo,
Encontra o quanto em vida se soubera
Marcando as dores rudes, costumeiras,
E nisto o que deveras tento e passo,
Tramasse esta verdade a nos rondar,

O tanto que pudera enfim rondar
O verso mais suave e meu descanso,
Matando devagar o quanto passo
Vestindo a hipocrisia, o rude medo,
Além das minhas dores costumeiras
Que tanto quanto a vida mal soubera,

E sei que já soubera a nos rondar
As lutas costumeiras sem descanso,
Supero todo o medo a cada passo...


MARCOS LOURES

O VINHO DA EXISTÊNCIA


Brindando com o vinho da existência
Os tantos e diversos caminhares
Ao menos se deveras resumisse
Meu canto no que possa traduzir
A vida segue em paz e nada trama
Senão a velha farsa que se segue,

O tempo noutro instante busca e segue
Gerando o quanto possa esta existência
Vagando sobre o quanto fosse em trama
E nisso cada vez que caminhares
Verás o que pudera traduzir
No tanto que este verso resumisse,

A via noutra face resumisse
Estrada que me leve e que assim segue
Trazendo o que pudera traduzir
E nisto se concebe uma existência
Que trame quando além tu caminhares
Um novo sentimento em clara trama,

O mundo se anuncia enquanto trama
Ao menos o que agora resumisse
Nos tantos e diversos caminhares
Gerando o que decerto ora se segue,
Nas ânsias quando em luz uma existência
Presuma o que inda possa traduzir,

O mundo noutro fato a traduzir
O canto se gerando em rara trama
E nisto o que pudesse em existência
Tramasse o quanto a vida resumisse
No verso que produza o que se segue
E em maio às tantas pedras caminhares,

Percebo que decerto ao caminhares
O mundo não pudesse traduzir
Sequer este cenário onde se segue
O quanto poderia numa trama
Trazer o quanto possa e resumisse
No fato mais comum desta existência,

E sei desta existência ao caminhares
No medo resumisse o traduzir
Ousando nesta trama que se segue...


MARCOS LOURES

NÃO QUERO ACREDITAR



Não quero acreditar no que viria
Se nada fosse além do mero sonho
E quando neste espaço penetrasse
Meu verso sem sentido e sem razão
O canto se anuncia mais atroz
Calando uma esperança já sem voz,

E tento na distância ouvir a voz
Que sei quando decerto inda viria
Trazendo este caminho mais atroz
E nele todo o encanto que ora sonho,
E sigo sem saber sequer razão
Na qual o meu anseio penetrasse,

O verso dita o quanto penetrasse
Dos tantos descaminhos, leda voz,
E o passo se mostrara sem razão
Num tempo que decerto não viria
E nisto o que em verdade tanto sonho
Gerasse este momento mais atroz,

O rústico cenário aonde atroz
O manto se recobre e penetrasse
O verso mais feliz e neste sonho
E nisto se escutasse ao longe a voz
O medo com certeza enfim viria
Tornando sem sentido esta razão,

E o tempo se moldando na razão
Enfrentaria o quanto fosse atroz
E o passo que deveras já viria,
Marcando com o quanto penetrasse
Negando da esperança a mansa voz
E o todo mostraria um raro sonho,

O quanto poderia e mesmo sonho,
Nas tramas mais diversas da razão,
Meu tempo sem caminho em rude voz
E o tanto que se mostre agora atroz
Aos poucos no vazio penetrasse
E nada após o nada, enfim viria,

Somente então viria o velho sonho,
Que tanto penetrasse esta razão,
Grassando e sendo atroz, calando a voz.


MARCOS LOURES

CORPO LASSO


“Tendo já repousado o corpo lasso,”
Depois de tanta luta vida afora,
A sorte que desejo se demora
Enquanto cada sonho já desfaço.

Caminho em espinheiros, duro cardo,
E o tempo se mostrando mais venal,
Aonde poderia; desigual
Destino se tornando imenso fardo.

Alvissareiras noites? Não as vejo,
Somente o peso amargo do não ser,
E quando se percebe amanhecer
Diverso deste sol que ora desejo,

Nublada em cinza feita esta manhã
Mostrando quanto a vida é mesmo vã.

DANTE

MARCOS LOURES

JAMAIS



“Que homem vivo jamais passou ditoso”
Pelas sendas cruéis de uma ilusão
E nelas tantas dores moldarão
Um dia em dores tantas, assombroso.

Pudesse ser feliz ou mesmo até
Vivesse uma alegria mais sutil,
Diverso do que outrora se previu,
Não perco neste instante, minha fé.

Apenas poderei viver segundo
O quanto desejara e não consigo,
Aonde imaginara algum abrigo
Somente dos terrores eu me inundo.

E sigo contra a força, relutando
Querendo um dia manso, claro e brando...

DANTE

MARCOS LOURES

VENCIDO O ESPAÇO



“Volveu-se a remirar vencido o espaço”
Quem tanto quis um dia mais feliz,
E quando a realidade contradiz
Ao léu, sem ter destino, alheio, eu passo.

Vencida cada etapa no final
Apenas o vazio é recompensa,
A vida se mostrando tanto tensa,
O riso jamais fora triunfal,

Sarcástico caminho percebido
Em meio aos mais diversos temporais,
A vida me repete que jamais

O quanto se queria, decidido,
Verei e não podendo me encontrar,
Apenas vejo ao largo, céu e mar...

DANTE

MARCOS LOURES

ÂNIMO



“O meu ânimo assim, que treme ansioso,”
Tentando descobrir algum destino
Por onde sem pensar, eu me alucino,
Num dia sem sentido, torporoso.

A glória feita em sonhos se transforma
E tudo o que pensara não existe,
O coração deveras segue triste
E perde do que fora, toda a forma,

Mortalhas no futuro e no presente,
Enlutando meus dias, noites vãs,
Aonde se pensara nas manhãs,
Percorro ruas tantas, qual demente

E sei que na verdade sem o sol,
Jamais amanhecendo no arrebol.


DANTE


MARCOS LOURES

MAR PERIGOSO



“Olha o mar perigoso em que lutava,”
O bravo comandante, um vil corsário,
E assim o amor se mostra um adversário
Em meio à tempestade neve e lava.

O quanto ser feliz ainda tento,
E sei que não consigo, mas persisto,
O tanto quanto outrora foi benquisto
O encanto permitindo algum alento,

Mas nada do que fui já se apresenta,
A vida se transforma e quando a vejo,
Distante dos meus olhos o desejo,
A sorte se tornando violenta.

A morte talvez seja a solução
De quem somente ouviu, da vida, o não.

DANTE

MARCOS LOURES

SOBRE AS ONDAS



“Sobre as ondas, já salvo, inda medroso”
Percebera meu canto em vagos tons,
Momentos que pensara serem bons,
Aonde imaginara farto gozo,

Desvendam face escura do vazio
E traçam meu perfil, tolo idiota,
A pele se desfaz, e já se nota
O quanto em luz profana desafio.

E o vasto caminhar se torna nada,
Envergando-me enquanto ainda luto
Pudesse pelo menos ser astuto,

A sorte já veria transmudada.
Porém quando se mostra em vil desgaste
O sonho que deveras, sonegaste...


DANTE


MARCOS LOURES

ANÉLITO



“E como quem o anélito esgotava”
Numa ânsia incontestável, terminal,
A sorte se mostrando feita em nau
Distante deste porto, uma alma escrava.

Eviscerados sonhos, mortos dias,
E neles os demônios entre risos,
Fulguram dominando Paraísos
Enquanto às infernais sendas me guias.

Eu vejo retratado no não ser
A face de um poeta, um mero louco,
O quanto desejara, muito pouco,
Agora se mostrando em desprazer.

O corte se aprofunda, fria chaga
Somente a solidão, cruel, me afaga...


DANTE


MARCOS LOURES

NOITE ATRIBULADA




“Naquela noite atribulada, inquieta”
A sorte se mostrara mais venal,
No olhar a discrepância bem e mal
Deveras se perdendo em fria seta,

O quanto se deseja e nada tenho
E mostro no vazio a minha face,
Por mais que o tempo ainda, duro, passe
Mostrando a sorte em tênue desempenho,

Vagando por caminhos mais atrozes,
Espinhos costumeiros sob os pés,
Atando aos meus sonhares tais galés,
Deveras emoções traçam algozes,

E o peso do que fora sem ter tido,
Legando à fantasia amargo olvido.

DANTE


MARCOS LOURES

LAGO




“Que do peito no lago perdurava,”
As águas poluídas da saudade,
O tempo pouco a pouco já degrade
Tornando uma alma livre, agora escrava.

Medonhos caminhares, noites frias,
Vestígios de um passado mais feliz,
Procuro e quando tudo já desdiz
Deveras noutras sendas tu me guias.

Mortalhas espalhadas, tanto luto,
E o corte se aprofunda e se profana,
Quem tanto imaginara em voz insana

Agora ainda tento, mas reluto.
E vendo assim meu fim se aproximando,
O quanto imaginara, desabando...


DANTE

MARCOS LOURES

ASSOMBRO




“Então o assombro um tanto se aquieta,”
Depois de tantos ventos mais ferozes,
Ouvindo do passado antigas vozes
A sorte modifica rumo e meta.

Aonde imaginara ter talvez
Um dia mais tranqüilo, nada vejo,
Somente a sombra amarga de um desejo
Que a cada novo tempo se desfez.

Quem dera se pudesse ter nas mãos
Momentos mais felizes, quem me dera,
A vida desnudando a mesma fera
Tornando os meus caminhos tristes, vãos,

Não deixa mais sobrar nem esperança
Enquanto o tempo atroz, bem sei, se avança...

DANTE

MARCOS LOURES

EM TODA PARTE



“Que, certo, em toda parte vai guiando”
Inertes dissabores, sorte e azar,
O quanto não se pode cultivar
Tampouco se sabendo tanto e quando,

Ao menos qualquer dia inda pudesse
Vencer os meus terríveis desenganos,
Momentos que ainda fossem soberanos,
Tornando mais possível qualquer messe.

Mas tudo não passando do vazio
Que agora nestes versos eu declaro,
O mundo se mostrara em desamparo,
E o tempo, mesmo só, eu desafio.

Mortalhas concebidas pela sorte
Traçando em vagas cores, rumo e Norte


DANTE

MARCOS LOURES

O PLANETA




“Vi-lhe estar às espaldas o planeta,”
Vagando pelo espaço sideral
Alheio ao que se fez em bem ou mal,
A sorte se mostrando qual cometa

E nela sem ter paz prossigo em vão
Sabendo desta ausência, nada levo,
E quando sigo ausente ainda cevo
Somente uma daninha e perco o grão

Do quanto imaginara poder ter
Sentido qualquer voz que me alentasse,
A vida se mostrando em tal impasse

Derrota desta forma o amanhecer
E morto, sigo em luzes discrepantes
Enquanto em dores várias te adiantes.


DANTE


MARCOS LOURES

BANHANDO EM LUZ



“Ao alto olhei, e já, de luz banhando,”
Pensara em ter a paz que não consigo,
Vivendo tão somente em desabrigo
O teto dos meus sonhos desabando

Aonde se pensara num instante
Mais límpido, em trevas vejo a rota
O barco se perdendo desta frota
A sorte se transforma, e é tão mutante.

Perdendo a direção não tenho mais
Senão este vazio dentro em mim
Percebo quão dorido o mundo e assim

Exposto aos mais terríveis vendavais
Jamais imaginei poder saber
De alguma forma ao menos de prazer.

DANTE

MARCOS LOURES

PAVOR


“Que pavor tão profundo me causara”
Saber o quanto em nada se transforma
A vida sonegando qualquer norma
Vagando sem destino e não declara

Senão este vazio que me toma,
Aonde imaginara outrora em paz,
Agora tão somente mais mordaz
Impede na verdade qualquer soma.

Vencido e sem saber se poderia
Viver uma alegria que não trago,
A morte me deforma e sem afago

Nem tenho mais sequer a fantasia
E corro contra o tempo, sigo alheio
Ao mundo que deveras mais receio.

DANTE


MARCOS LOURES

VALE ESCURO




“Onde ia o vale escuro terminando,”
A vida se perdendo em tantas trevas
Enquanto este terror agora cevas
O todo que eu sonhara se espalhando

E sinto cada parte em frialdade
Deixando-me levar pelo vazio,
Ainda alguma paz teimo e desfio
Ao mesmo tempo o medo já me invade

Recebo em desalento o meu futuro
A morte se prepara atocaiada,
Do quanto imaginara o mesmo nada

Tornando o dia a dia mais escuro,
Pudesse respirar, ao menos isso,
O mundo não seria movediço...


DANTE


MARCOS LOURES

COLINA


“Depois que a uma colina me cercara,”
Das tantas ilusões já percorridas
Deveras entre estrelas esquecidas
A sorte se tornando bem mais rara,

Assim a minha história ora se aclara
E vejo quão diversas tantas vidas
Num tempo tão exíguo; já vividas
Por mais que uma esperança surja clara,

Audazes os caminhos de quem tanto
Buscara pelo menos um encanto
Em meio aos temporais mais corriqueiros

Assim também se vê o quão audaz
O passo quando a sorte se desfaz
Matando em aridez nossos canteiros.

DANTE

MARCOS LOURES

ABANDONADO



“Quando hei o bom caminho abandonado”
Deixando para trás uma alegria,
Somente esta tristeza ora me guia
E o medo sempre aqui, trago ao meu lado.

Vencido pela insânia, desvendado
Caminho pelo qual já não porfia
Uma alma feita em dor, vaga agonia,
Mergulha no vazio, amargo Fado.

Sentir esta terrível ilusão
Tomando dos meus olhos a visão
Jamais se percebendo um horizonte,

Não tendo à minha frente outra esperança
Somente num abismo a alma se lança
E impede que outro sol, claro desponte...

DANTE

MARCOS LOURES

O SONO




“Tanto o sono os sentidos me tomara,”
Entorpecido eu pude perceber
Somente sob o olhar o desprazer
Aonde imaginara noite clara.

O peso do passado desampara
E causa ao sonhador, o fenecer
De todos os desejos, e perder
O rumo torna a vida mais amara.

Sentindo no meu rosto o forte vento,
Rajada após rajada me atormento
E sei que não terei um bom final,

A morte se mostrando em face nua,
Ausente dos meus olhos, sol e lua,
Sentindo tão somente o vendaval...


DANTE


MARCOS LOURES


CONTAR NÃO POSSO



“Contar não posso como tinha entrado;”
Durante as noites tensas, vida em dor,
O velho coração de um sonhador,
Já sabe o seu futuro, duro enfado.

E quando mergulhara no passado,
Imagem do que outrora se fez flor,
Agora percebendo decompor,
O sonho em tantas sombras, destroçado.

Viesse em redenção novo momento,
Mas quando isto percebo me atormento
E tento reagir, um ledo engano.

A sorte maltrapilha me desfaz,
E aonde se pensara em plena paz,
O mundo desmentindo cada plano.

DANTE


MARCOS LOURES

DIREI VERDADE


“De outras cousas que vi, direi verdade”
E sempre que puder terei no olhar
Lembrança tão diversa a demonstrar
O quão ausente em mim felicidade.

Por mais que o coração ainda brade
Não posso contra o vento navegar,
E sei quanto é terrível naufragar
Bebendo desta imensa tempestade.

Ardentes emoções? Pura ilusão.
Inverno ao invadir o meu verão
Trazendo esta nevasca dentro da alma,

Nem mesmo acreditar num novo dia,
Na luz que o temporal já desafia,
O pensamento atroz, feroz, acalma...

DANTE



MARCOS LOURES

BEM NARRAR



“Mas para o bem narrar lá deparado”
Esboço algum momento de atenção,
A vida se passando agora em vão
Da dor se escuta o forte, imenso brado.

Pudera acreditar no meu passado
Nas horas mais benditas que virão
E tendo ausente Norte e direção
O barco se percebe naufragado.

Medonhas tempestades enfrentei,
E quando imaginara calma a grei
Desaba sobre mim tal vendaval,

E a noite se nublando totalmente
O olhar extasiado de um demente,
Já não conhece paz, somente o mal.


DANTE

MARCOS LOURES

ACERBIDADE



“Na morte há pouco mais de acerbidade;”
Mas sinto redentora esta presença
Sem ter do que deveras me convença
Talvez ela traduza liberdade,

Cansado desta dor que me degrade
Jamais encontro a paz em recompensa,
E tendo a vida amarga, dura e tensa,
Já não suportarei temível grade.

E quero respirar tranquilamente
O quanto em dor e medo se pressente
Agora mostra um rumo mais suave,

E a morte calmamente se aproxima
E nela com certeza rara estima,
Deixando no passado algum entrave.


DANTE


MARCOS LOURES

CUIDOSA




“Que a memória a relembra inda cuidosa”
A sorte tão terrível do passado,
O dia amanhecendo mais nublado,
A noite que pensara maviosa

Perdendo qualquer brilho, o rumo glosa
Negando alguma luz ao manso prado,
Há tanto com certeza desejado,
E feito em flores tantas, bela rosa.

Mas sinto que jamais serei feliz
O quanto mais quisera se desdiz
Negando desde sempre a primavera,

E agora vendo a peça em seu final,
A dor num mais temível ritual
Expressa-se voraz, temível fera...

DANTE

MARCOS LOURES

ASPERIDADE



“Desta brava espessura a asperidade,”
Já não permite o manso caminhar,
Aonde poderia me encontrar
Se não conheço mais felicidade.

E quando percebendo a realidade,
Deveras já cansado de lutar,
Pensando a cada instante num luar
Distante que jamais, eu sei, me invade.

Mesquinhas emoções, dias venais,
Abandonando ao largo o que era cais
Jamais perceberei o ancoradouro,

Morrendo dia a dia nada vejo,
E quando mais ausente o meu desejo,
Voraz tenho a certeza, o nascedouro...


DANTE

MARCOS LOURES

PENOSA



“Dizer qual era é cousa tão penosa,”
Se a sorte num completo desvario
Ou mesmo um coração que em desafio
Entranha-se em espinhos, mata a rosa.

A senda mais audaz, rara e formosa,
Agora desaguando em turvo rio,
Deveras quando um novo tempo crio,
A sorte se mostrando desairosa

Impede a caminhada e nada tendo,
Somente a dor se faz cruel adendo
E o peso do passado me envergando.

Pudesse caminhar em plena paz,
Mas quando a solidão se mostra audaz
O tempo não será decerto, brando...

DANTE

MARCOS LOURES

A VERDADEIRA ESTRADA




“Tendo perdido a verdadeira estrada”
Já não podia ao menos caminhar
Guiado pelos raios de um luar
Na noite sem estrelas e nublada,

O passo se transforma me derrocada,
Jamais imaginei poder chegar
Aonde talvez possa me encontrar,
Sabendo desde sempre que sou nada.

Mesquinhas noites frias, solitárias,
As horas transcorrendo, temerárias
Somente o frio toca o velho peito,

E quando me percebo já no fim,
Aonde se pensara num jardim,
Uma aridez invade em turvo pleito...

MARCOS LOURES

SELVA TENEBROSA



“Achei-me numa selva tenebrosa,”
Depois de caminhar por tantos anos,
Em meio aos mais terríveis desenganos,
A sorte se mostrando caprichosa

Por mais que a lua surja majestosa,
Momentos mais doridos e profanos,
Torturas envolvendo em vários planos
A vida que pensara prazerosa.

Seguindo em plena noite, tempestade,
Somente a solidão que agora invade
Domando o coração aventureiro.

E assim ao me sentir abandonado,
Revendo as velhas dores do passado,
Regando com terror o meu canteiro...


DANTE


MARCOS LOURES

DA NOSSA VIDA



“DA nossa vida, em meio da jornada,”
Depois de tantas dores e alegrias,
Enquanto com terror tanto porfias
Depois de prosseguir em dura estrada,

Vivendo por viver, sem querer nada
Tampouco desenhando noites frias
Deveras nas estrelas vejo as guias
E adentro; destemido, a madrugada.

Mergulho neste anseio e posso crer
Nas lutas mais inglórias e vencer
Os medos tão comuns de quem batalha

Sabendo desde sempre quão dorida
Deveras, sem proveito a nossa vida
Porquanto feita em fio de navalha...

Dante

MARCOS LOURES

DIVINIDADE



A divindade além e soberana
Metafísica entidade que, suprema
Sem culto, adoração, tanto se extrema
Marcando com vigor e não se ufana,

Do tanto que pudesse sobre-humana
Imagem que deveras nada tema,
Dos sonhos e dos medos, velho tema,
Teotl esta potência asteca emana.

E tendo em suas mãos pleno poder,
Traçando noutro senso a maestria,
E quando se demonstra o que teria,

Expressa o quanto possa parecer
Num átimo desenha além da sorte
O quanto pôde, pode e já comporte.


MARCOS LOURES

Yacatecuhtli



Yacatecuhtli; deus dos mercadores
Protegendo o comércio dita em regras
As sortes tão diversas quando entregas
Em sacrifícios tais tantos louvores,

E sendo que deveras onde fores
O todo num instante mesmo integras
Ou solitário sei que desintegras
Morrendo onde pudera em multicores,

Assim ao se traçar cada futuro,
A vida traz um porto que inseguro
Expressa o quanto quero e possa ser,

Depois da treva em noite mais deserta
A porta que tentara e enfim se alerta
Presume o que inda possa amanhecer.

MARCOS LOURES

XOLOTL



Qual salamandra eu vejo e configura
A divindade asteca, Xolotl traz
O fato de poder ser mais capaz
E nisto outro cenário se assegura,

A sorte que vencera e traz na cura
O quanto me sacia e satisfaz;
Mas vejo sonegada enfim a paz
E nesta sorte a vida em amargura,

Guiando as almas rumo ao turvo mundo
E neste desenhar em dor me inundo,
Mas tento a paciência que não há,

E vendo este final já sem remédio,
O tanto desenhado em medo e tédio
Expressa o que ninguém desejará.

MARCOS LOURES

XOCOTL



Xocotl reinando sobre a constelar
Diversidade feita no infinito,
Trazendo a cada passo um novo mito
Ou mesmo outro caminho a se buscar,

Neste momento vejo e num vagar
Sem prazo de chegar, intenso rito
Transforma o que pudera e mais bonito
Presumo este cenário a se moldar,

A divindade feita em diadema,
A sorte que em verdade nada tema,
O canto determina a liberdade

E o verso se anuncia em paz e trama
O mundo desenhando em sonho e flama
No céu se perfilando a claridade.

MARCOS LOURES

Xochiquetzal



Xochiquetzal que do dilúvio escapa
Junto com Coxocox, seu marido,
Expressa o tempo aonde este sentido
Traduz noutro caminho o velho mapa,

E vejo ali Noé americano,
Trazendo o mesmo fato noutra face,
O quanto deste sonho sempre grasse
Marcando o que pudesse noutro plano,

Assim em concordância tanta vez
O que se visse ali, aqui ou lá
Expressa o que em verdade se verá
Depende tão somente do que crês.

Caminhos convergentes luz tão vária
A vida traça enfim, a luminária.


MARCOS LOURES

Xochipilli


Xochipilli ao dominar o amor
E toda a mocidade em festa e dança
O quanto traz deveras e se lança
Moldando um mundo em bom, claro calor,

Gestando com beleza a rara flor,
O tempo noutro instante além avança
E causa, no final leda mudança
E marca outono e inverno com vigor,

Porém enquanto o deus da juventude
Domina o coração tanto se ilude,
E bebe da magia que não há,

Assim mesmo que seja temporário,
O reino se transforma em relicário
Guardado dentro em nós como um maná.

MARCOS LOURES

Xiuhtecuhtli



Xiuhtecuhtli a divindade em fogo
Mostrando este poder da fúria insana,
E marca quantas vezes desengana
Negando qualquer sonho ou mesmo rogo,

A luta se anuncia temerária
O verso não traduz tanto fulgor
E nisto se traçando com ardor,
A sorte muito aquém da imaginária,

Entranho este caminho e vejo o deus
Trazendo em fogaréu esta ardentia
E tento nesta vaga poesia
Prever qualquer momento, mesmo adeus,

Querências tão diversas, bem e mal
Domínios deste em ar tão desigual...

MARCOS LOURES

XIUHCOATL



Da serpente de fogo, esta arma atroz,
Xiuhcoatl dominando em guerra e luta,
A sorte desenhada não reluta
E traça na esperança a sua foz,

Assim neste momento ou mesmo após
A vida se mostrando audaz e bruta
E quando se transforma mais astuta
Rompendo num instante velhos nós.

Huitzilopochtli domina esta serpente
E usando-a nas batalhas mais ferozes
Moldando os passos rudes, vis e algozes

E nisto se transforma imprevidente
Matando quem deveras o atrapalhe,
A dita; num momento: um vão detalhe.

MARCOS LOURES

XIPE TOTEC



Xipe Totec primaveril deidade
Reinando sobre as flores e a beleza
Gerando noutro tom esta certeza
Que nos trará enfim, fertilidade,

Ao quanto se pudesse na verdade
O tempo sem temor e sem surpresa
A luta se anuncia em correnteza
Marcando o que teimara e nos invade,

Em holocausto ao deus, o sacrifício
Ao esfolar um vivo ser humano
E nisto outro caminho onde profano

Cenário se transforma em precipício
Simbolizado assim todo o vergel
Variado num momento em luz, cruel.

MARCOS LOURES

Vitzliputzli



Um colibri voando em primavera
Traçando esta beleza tão sublime
E o quanto na verdade nos redime
E nisto outro caminho se tempera

Parindo o quanto a vida por si gera
E nisto todo o bem que ora se estime,
E segue seu caminho e nos suprime
Do sonho em mais diversa e rara esfera,

Vitzliputzli, a deusa que é suprema
Reinando sobre a guerra, um colibri
Marcando em tal batalha o que senti

E nisto a própria vida nos extrema,
Da primavera ou mesmo deste inverno,
O mundo se anuncia céu e inferno.

MARCOS LOURES

Ueuecoyotl



Ouvindo Ueuecoyotl em festa sigo
O quanto poderia ser diverso,
Marcando com ternura cada verso
E sinto o quanto quero e neste abrigo

As danças e festejos que prossigo
Vivendo este caminho onde disperso
Singrando o quanto possa e sigo imerso
No quanto poderia e assim persigo,

Na dança, na alegria e melodia
Reinando a divindade em plena festa
O tanto quanto quero e se faria

Num ritual fantástico e sublime
Assim a sensação que a vida gesta
Expressa o que deveras mais estime.


MARCOS LOURES



Tzitzimime



Ao sentir Tzitzimime em bela estrela
Dominando este céu tão majestoso
Caminho que se faz mais fabuloso,
Na vida com vontade de contê-la,

Assim o que pudera nos trazer
Beleza constelar e posso em paz
Nos pirilampos claros o que se faz
Tramando o quanto viva em meu prazer,

Negar o desespero e ter a sorte
Do quanto me arrebata, em diademas
De luzes onde o sonho quando o extremas

Produzes o que tanto me conforte,
Marcantes emoções, caminhos tais,
E neles os espaços siderais.

MARCOS LOURES

TETEO INNAN

Teteo Innan, a lua quando cheia
A avó dos deuses reina sobre o imundo
Caminho onde o pecado invade o mundo
Embora a lua imensa; além, rodeia.

E quanto o pensamento devaneia
E nas ânsias maiores me aprofundo
Querendo e desenhando um vagabundo
Momento onde a vontade não receia,

A deusa feita em gozos mais profanos
De todos os pecados, soberanos
Traçando dos anseios gozo pleno,

E quando se anuncia em claro céu
Desnuda último pano e sem o véu
Ao sonho mais feliz e audaz me aceno.


MARCOS LOURES

Tlillan-Tlapallan



Em Tlillan-Tlapallan, este cenário
Em paraíso feito e dominado
E nele Quetzalcoatl traz demarcado
De tantos, um suave itinerário,

O deus dos ventos, da sabedoria
Traçando este destino após a morte
E nele o quanto possa e nos conforte,
Tramando o quanto dita em fantasia,

Um raro sonho feito em liberdade,
Mergulha em paraíso e dita o quanto
A vida se permite e se me encanto
Presumo este momento aonde invade

A força sem igual de quem procura,
Ao fim de tanta luta, uma brandura.


MARCOS LOURES

TLALOC

Tlaloc, o deus da chuva e tempestades
Senhor do Inferno vem e amaldiçoa
E a vida que pensara ser tão boa
Em outras faces sempre além degrades,

E quantas vezes mesmo quando brades
A vida do teu sonho se destoa,
E nada garantindo esta canoa,
Naufrágio entre temores, rudes grades,

Assim ao se entregar já sem alento
Bebendo os raios tantos, forte vento,
Relâmpagos cruzando o céu grisalho,

Inferno em vida, luta onde brumosa
A senda que querias majestosa,
Tramando o que não quero, mas detalho.

MARCOS LOURES

Tlahuixcalpantecuhtli




Tlahuixcalpantecuhtli na alvorada
Trazendo o manso brilho sobre a Terra
Estrela d’alva além no céu descerra
Beleza tão sublime desenhada,

Assim a cada instante o quanto invada
Na bela fantasia que se encerra
Por sobre a mais audaz, gigante serra,
E nesta divindade o sonho brada,

Sublime imagem vejo e sei constante,
E nesta maravilha se garante
O novo amanhecer em azulejo,

Destarte o sol invade e a vida trama
O renascer diurno em clara chama,
Traçando o sonho bom que ora prevejo.

MARCOS LOURES

Tezcatlipoca,




Tezcatlipoca, o deus tão majestoso
Domina o céu noturno, lua e estrelas,
Senhor do fogo e mortes, que aos tecê-las
Provê todo o caminho caprichoso,

Assim se desvendando o quanto a vida
Presume a noite envolta em seus clarões,
Depois o que virá decerto expões
Na sorte no final em despedida,

A luta se aproxima e nada faço,
Somente espero o fim, é o que me cabe
E tendo este momento onde desabe

Não restará sequer o menor traço,
E o tanto que se quis e não viera,
Estio transformando noutra esfera.

MARCOS LOURES

Mictlan


Mictlan que é com certeza este submundo
Aonde penaliza-se quem tanto
Na vida se fizera qual quebranto
E neste caminhar, atroz e imundo,

Cenário tão nefasto e me aprofundo
Nos ermos deste infausto e não garanto
Sequer o que inda possa ou mesmo um canto
Um coração deveras vagabundo.

Vacantes esperanças, no dantesco
Momento onde se molda este arabesco
E nada se tecendo, senão dor,

Das luzes? Nem sinal, a solidão,
Expressa esta temida dimensão,
Gerada tão somente por pavor.

MARCOS LOURES

Tamoanchan


Tamoanchan, o paraíso aonde a sorte
Desenha-se divina e maviosa,
Enquanto na verdade o que se goza
É toda a maravilha que conforte,

Traçando com ternura o doce norte
Em vida mais feliz e majestosa
Num panteão sublime a caprichosa
Esperança tão bem ali comporte,

E vejo em tal superno e manso rumo,
O quanto do viver em supra-sumo
Pudesse me trazer algum alento,

E sigo em plena paz à eternidade
E neste dom sobejo que ora brade,
O todo que decerto eu busco e tento.

MARCOS LOURES

Quetzalcóatl.



Quetzalcóatl. O deus em expressão
Maior que na verdade se veria,
Trazendo em suas mãos a serventia
Gerada pela nobre sensação,

Do xocóatl, usado em rituais
Quando do cacau fora forjado,
Grassando sobre todo este reinado,
Marcando dias claros noutros mais,

E assim representando a força plena
Telúricos caminhos, redenção,
Somando estes momentos que verão,

Aonde a realidade tanto acena.
O deus supremo, dita em voz possante
O quanto a cada dia se adiante.


MARCOS LOURES

OPOCHTI



Opochtli este inventor desta armadilha
Usada como rede em pescaria,
Transporta dentro da alma o que teria
A sorte quando muito além já brilha,

Cenário onde esperança agora trilha
E marca com vigor o dia a dia
Tecendo o quanto possa ou fantasia
Uma alma sem temor, mesmo andarilha.

E tendo esta certeza me alimento
No quanto poderia o provimento
Piscosa cena vejo e assim me encanto,

Expressa a luz intensa em liberdade,
E desta tão sublime divindade
O meu sustento em paz quero e garanto.

MARCOS LOURES

O DEUS SENHOR DE TUDO


Ometecuhtli o deus senhor de tudo
Omecihuatl, a deusa e companheira
No quanto se anuncia a verdadeira
Noção deste cenário onde transmudo

O passo quando muito desiludo
Marcante caminhar já não se queira
Pousando muito além da vida inteira
Deixando este passado agora mudo,

Apenas apresenta o privilégio
Vencendo o que pudesse em sortilégio
Essência masculina e feminina

O todo neste instante determina

A criação superna e majestosa

O quanto do prazer nos alucina
E molda esta certeza em clara sina
Futuro prazeroso se antegoza.

MARCOS LOURES

Ometecuhtli


Quando Ometecuhtli o deus supremo,
De todo este universo o criador,
Toando muito além de um refletor
O quanto a cada passo não mais temo,

E sinto que deveras já me algemo
No sonho sem saber qualquer temor,
Do fogo, da ventura, além senhor
Vagando sobre o todo extremo a extremo.

Das tantas e diversas fases vejo
O passo mais audaz, mesmo sobejo
Aonde andeja fora esta ilusão,

Supremacia dita o quanto possa
A sorte superando a imensa fossa
Trazendo os dias claros que virão.

MARCOS LOURES

Nanauatzin



Nanauatzin se atira em fogo intenso
E disto se apresenta o imenso sol,
Domina em claridade este arrebol
E neste caminhar me recompenso,

E quando se mostrara o bem imenso
Eu sendo um helianto, um girassol,
Procuro neste deus o meu farol
Enquanto em liberdade além eu penso,

Assisto ao quanto a vida se transforma
E gesta dentro da alma a rara forma
Alada fantasia segue além

Do quanto poderia e não tivera
Marcando este verão e a primavera
Na rara claridade que contêm.

MARCOS LOURES

MIXCÓATL



Mixcóatl reinando sobre a caça
Trazendo com firmeza a dimensão
Dos dias que deveras mudarão
A sorte quando a vejo mais escassa,


E o tempo noutro instante tanto traça
Expressa o que pudesse em precisão,
Na seta que se aponta em direção
Ou mesmo no cenário que se faça,

Assim ao se mostrar a competência
Marcando com vigor esta ciência
Transita o sentimento aonde vem


O vértice do sonho ou com certeza
A luta contra a fera natureza,
Por vezes da verdade muito aquém.


MARCOS LOURES

Mictlantecuhtli



Deus Mictlantecuhtli rege a morte
E dele ninguém foge ou mesmo escapa,
A luta se desenha neste mapa
Sem ter sequer o quanto nos conforte,

O prazo delimita o ledo rumo
Sem cais ou mesmo até sem direção,
E o tempo se anuncia desde então,
Apenas onde aos poucos já me esfumo,

E sei desta diversa fantasia
Aonde noutro encanto eu quis bem mais,
A vida se tramando em rituais

Mostrando o que jamais alguém queria,
Mas quando se anuncia o mesmo fim,
Retorno com certeza de onde eu vim.

MARCOS LOURES

MICTLAN


A morte se anuncia em Mictlan vã
E nada do que possa ainda ver
Trouxera em tal cenário o que querer
Negando a quem adentra um amanhã

Deveras sendo sempre assim, malsã
Diverso caminhar, mesmo perder,
Somando no final em desprazer
A vida sonegando algum afã,

O rústico momento doloroso,
Num rumo tão somente desairoso,
Lugar comum aonde tudo encerra

Ausente sobrevida, nada traz,
Somente o delirar em tom mordaz,
Traçando esta endemia sobre a Terra.


MARCOS LOURES

Mextli


O deus das tempestades; Mextli traz
Em militares passos uniformes
E nisto se desenham tão disformes
Cenários onde morta vejo a paz,

E neste caminhar tanto mordaz
Os dias se apresentam tão enormes,
Sem nada que inda possas; não conformes
E deixes qualquer sonho para trás,

Assim ao se mostrar a realidade
Das guerras e cruéis brutalidades
O nada se avizinha e gera o medo,

E quando alguma luz se vendo após,
Somente o que pudesse em novos nós,
Do todo se desenha este arremedo.

MARCOS LOURES

METZLTI



Reinando sobre os campos Metztli traça
Fazendas, produção em agros rumos
Tramando deste encanto seus resumos
E quando a vida mostra a cena escassa

O tanto que pudesse se devassa
E marca com temores velhos sumos,
Mas logo se anunciam pós os fumos
A sorte noutro passo, além já grassa,

E o fato de sonhar e querer mais
Viceja em atos certos, magistrais
Rendendo a quem cultiva este proveito,

Granando além do todo desenhado,
O mundo se anuncia em nobre Fado,
Em tanta variável, vário pleito.


MARCOS LOURES

Mayahuel


A deusa da tequila e deste agave
Mayahuel traduz a embriaguês
E nisto muito além do que ora vês
O tempo noutro tempo tudo agrave,

Liberta sem destino como uma ave,
O tanto onde não possa e mesmo crês
Criando o que decerto se desfez
Usando o pensamento como nave,

Assim ao se entranhar noutro cenário
Além do que inda seja imaginário,
O tanto que se quer ora desfila,

Destila a sorte imersa em cada gole
E neste caminhar a vida engole,
Trazendo ao fim de tudo, esta tequila.

MARCOS LOURES

Malinalxochi



De Malinalxochi vejo o desenho
De insetos, serpes vagas no deserto
Escorpiões diversos, neste aberto
Caminho num terror em vago empenho

Aproximando então enquanto venho
E nesta insanidade me desperto,
Ousando muito além do quanto é perto,
O rumo noutra face ora desdenho,

E sinto a mais nefasta realidade,
Na fúria natural, o que degrade
Aspectos tão terríveis assumindo,

E quando se percebe o desafeto
O tempo noutro instante não completo
Sem ter sequer o sonho, como o blindo?

MARCOS LOURES

Ixtlilton


Ixtlilton este deus que à medicina
Regia com total sabedoria,
E neste ponto a sorte nos traria
O quanto a cada cura já fascina,

Marcante sensação tão cristalina
Saúde se transforma e se anuncia
Tramando aonde outrora não se via
Sequer a mesma dor que desatina,

Esculpo da esperança a sorte quando
O tempo noutro rumo se mostrando
Expressa este momento em claridade,

Assim ao se beber de alguma fonte
Enquanto para a sorte em paz se aponte,
Seara mais audaz em paz invade.

MARCOS LOURES

Itzpapalotl



Temida Itzpapalotl traz má sorte
E marca com terror o dia a dia,
E nesta face espúria e mais sombria
Desenha sem defesa a dor e a morte,

Imunda sensação que desconforte
Quem tenta outro cenário e não veria
Somente esta mortalha teceria
Trazendo invés do sonho, medo e corte,

A bruxa desenhada em mariposa
Enquanto esta anciã de Mixcoatl esposa
Expressa o quanto veja de pior,

Tramando em ardilosa tempestade
O quanto a cada passo já degrade,
Deixando sem valia algum suor.

MARCOS LOURES

Itzlacoliuhque



Itzlacoliuhque se castiga
Tramando esta vingança em raro ardil
Deveras muito mais do que se viu
Criando a sorte amarga e mais antiga,

No quanto a cada infausto desabriga
O tempo se anuncia bem mais vil
E quando poderia ser sutil,
A mão pesada nega apoio e viga.

Do duro enquanto frio caminhar,
Já nada mais permite até sonhar
Marcando com terror outro momento,

E neste delirar sem mais proveito,
Apenas no vazio ora me deito,
E bebo o sortilégio em desalento.

MARCOS LOURES

Ilmatecuhtli



Sendo Ilmatecuhtli deusa tão bela
Reinando sobre toda a maravilha
Criando estrelas que polvilha
E nisto a redenção em si revela,

Marcando o quanto possa e além se atrela
Gerando a luz bendita em rara trilha,
Porquanto a vida trama em armadilha,
Ou mesmo se anuncia em vã procela,

Mas quando a deusa traça com beleza
O todo se permite em fortaleza
E deixa este cenário em claros tons,

Quem possa desenhar com tal formato
O sonho mais sutil que ora retrato,
Traçando com firmeza os raros dons.

MARCOS LOURES


Huixtocihuatl


Tendo Huixtocihuatl poderes tais
Das águas deste mar, deusa e rainha
E quando se imagina o que inda vinha
Expressa nos momentos, sonhos, sais,

E tanto quanto possa quando esvais
Vencendo a solidão erma e daninha
A sorte noutro passo se avizinha
Dos mares da esperança imenso cais,

O mundo se anuncia imensamente
E quanto mais o tempo além se tente
O rumo desejado não traria,

Sequer o que pudesse noutra face,
Tramando o quanto quer e se mostrasse
Gerando apenas paz e fantasia.

MARCOS LOURES

Huitzlopochtli


Quando Huitzlopochtli, o deus da guerra
Trazendo em suas mãos o sangue a dor,
E neste caminhar o ditador
Cenário aonde a sorte já se cerra,

Vagando noutro instante o quanto se erra
Matando o que pudera sonhador,
O poderoso deus seja onde for
Tramando quando a luz ali se enterra.

Tirânica vontade dita o rumo
De quem procura a guerra em solução,
Porém o padroeiro da nação

Transcende ao quanto possa e me resumo
Na quieta sensação do nada ser,
Curvando-me deveras ao poder.

MARCOS LOURES

Huehueteotl




Huehueteotl o deus do fogo,
Trazendo em suas mãos novo cenário
Mudando todo o rude itinerário
Aonde a sorte fora mero jogo,

Permite que se veja muito além
E trace com delícia o que alimento
Tramando noutro instante este momento
Enquanto a fantasia em paz já vem,

Cerzindo em forte imagem o futuro
Renega este passado em pleno caos,
E traz ao caminhante outros degraus
Deixando para trás o tempo escuro,

E assim nesta bendita luz se vê
A vida noutro encanto, em outro quê.

MARCOS LOURES

EHECATL


Enquanto o deus do vento, Ehecatl vem
Trazendo em doce alento o que inda possa
Gerindo esta emoção imensa e nossa
Deixando para traz dor e desdém,

O criador do amor traduz tão bem
O passo onde a verdade sempre endossa
E neste caminhar tanto contém
Marcando em consonância o que se tem

Regendo a mesma sorte além da troça,

E o sol sob o domínio deste deus
Atinge com sublimes raios seus
A imensidade feita em plena Terra,

Destarte todo o bem ali se encerra
Soando sem saber de algum adeus
A sorte mais audaz, que em paz descerra.

MARCOS LOURES

Coyolxauhqui




Vendo Coyolxauhqui em noite clara
Trazendo a benfazeja sensação
Diversa da que possa em solução
E nisto todo o sonho se escancara,

A sorte a cada instante se declara
Marcante com ternura esta expressão
E desta mais tranquila gestação
O prazo noutro instante se prepara,

A lua desenhada neste céu
Desnuda esta beleza em raro véu
E molda a sensação da divindade,

E nesta maravilha em lua cheia
O quanto da beleza nos rodeia
E todo este delírio nos invade.



MARCOS LOURES