sábado, 12 de maio de 2018

MORFEU

MORFEU


Morfeu, o deus dos sonhos multiforme
Transforma-se deveras no cenário
No quanto poderia imaginário
Ou mesmo noutra face atroz, e enorme,

E quando se aproxima e se conforme
Regendo todo o vasto itinerário,
Marcando como fosse algum corsário
Saqueia o que puder enquanto dorme,

De Hipnos, o deus do sono, sendo filho,
Trazendo nos seus pés o longo trilho
Que tanto nos seduz, encanta e assusta,

Nos braços de Morfeu, serenidade,
E quando dominante divindade
O sonho em harmonia assim se ajusta.

MARCOS LOURES

PRIMEIRO AMOR

PRIMEIRO AMOR


Sendo Métis primeiro amor de Zeus,
A deusa da prudência se esquivando
Do deus tão poderoso quanto infando,
Até que engravidara antes do adeus.

Sabendo que viria deste parto
A divindade sábia e poderosa,
E assim tão caprichosa e perigosa,
Do encanto mais atroz que aqui reparto

Zeus ao engolir a filha viva
Repete o que pai, Cronos, fizera,
Mas muito além do quando inda se espera
Crescendo no seu cérebro, esta altiva

Já adulta num momento quando acena,
Nascera do deus Zeus a deusa Atena.


MARCOS LOURES

MANIA

MANIA



Loucura se desenha na Mania
A deusa que regendo o turbilhão
Aonde em desespero se verão
Os dias entre tantos, a heresia,

Tocando os desairosos, rebeldia
Negando um equilíbrio desde então
Momentos mais diversos se verão
Traçando o que pudera em agonia

Assim o que se mostra em tal cenário,
Um tempo muitas vezes temerário
Transfigurando o sonho e mesmo o sono
Moldando este cenário de abandono,

Mania se desvenda mais atroz
Gerando então insano e duro algoz.


MARCOS LOURES

PARCAS

PARCAS



As Parcas dominando o meu destino
Irmãs em lúgubre visão ditando
A morte em turbilhão, tanto nefando
Aonde se tentara cristalino,

Da Roda da Fortuna, este tear
Usado no tecer do frágil fio,
E nisto a própria vida, desafio
Sem ter onde puder sequer parar.

Determinando a sorte, boa ou má
O quanto se aproxima tanto instável
Por vezes num momento que intragável
O tempo noutro tanto mudará,

Das Moiras, o destino se tecendo,
E a morte pouco a pouco me envolvendo.


MARCOS LOURES

HERA

HERA


Iridescente deusa comunica
Os deuses com a Terra em tal beleza
Íris se anuncia com destreza
Imagem tão sobeja imensa e rica;

A virgem de asas d’ouro em movimento
Suave como fosse mansidão
Gerando a mais suave sensação
Remete-nos decerto ao doce vento,

Avança em abissais nos oceanos
No próprio subterrâneo, até no Hades
Trazendo mais diversas realidades
Dos deuses aos mortais, traduz os planos

Mensageira de Hera; a deusa bela
Transporta o tanto quanto ora revela.


MARCOS LOURES

HIPNOS

HIPNOS


Hipnos, divindade que desenha
Na força do descanso, o sono enquanto
Refaz a juventude e neste tanto
O mundo se anuncia em nova ordenha,

Grassando este infinito, o todo venha
Gerando o que deveras eu garanto
Vencendo o mais terrível, vão quebranto
Mantendo da ilusão, a acesa lenha.

Irmão de Tânato, mortal figura
Diverso, na verdade configura
Apenas um momento e nada mais,

E traça quando o dia ressurgira
O quanto imaginara em luz, em pira
Grassando tais caminhos desiguais.


MARCOS LOURES

HIMENEU

HIMENEU


Himeneu o deus do casamento
Regendo uma união em paz ou guerra,
A sorte deste caso já se encerra
No quanto poder traz consentimento,

E quando outro caminho eu mesmo tento,
O santuário desenhado se descerra,
Porém sem proteção tudo se enterra
E o próprio desejar se perde ao vento.

Um filho de Afrodite com Apolo
Gerando este cenário aonde assolo
Com sonho ou ilusão, e assim me vejo

Cercado pelo brilho deste encanto
Podendo na verdade o que adianto
Formatos mais diversos do desejo.


MARCOS LOURES

ESTAÇÕES

ESTAÇÕES



As Horas dominando as estações
Além da paz, justiça e disciplina,
Enquanto cada tempo determina
Os tempos dos invernos aos verões,

Trazendo a mansidão enquanto o instinto
Domina ferozmente o ser mortal,
Assim neste momento capital,
Meu mundo mais tranquilo agora o sinto,

E sendo de tal forma; variáveis
Poderes destas Horas, deusas tantas
Nos ciclos do viver, quando garantas
Vencendo os dissabores mais instáveis,

De Zeus são nobres filhas e decerto
Expressam o renovar de um tempo incerto.


MARCOS LOURES

HÉRCULES

HÉRCULES


Hércules o forte semideus
Em seus doze trabalhos, ser heróico
Que também sendo às vezes mais estóico
Trouxera este caminho sem adeus,

Foram tantas batalhas e conquistas
Este filho de Acmena eternizado
Após em Hera ser amamentado
E nisto se desenham quando avistas

Das gotas deste lácteo néctar vêm
O céu a Via Láctea e a flor de lis
Além do que deveras mais se quis,
Sobrepujando e sempre sem desdém,

Hera ao saber que o amamentara
No sono; as vãs vinganças, pois prepara.

MARCOS LOURES

SOL

SOL


Em Hélio a divindade feita em Sol;
Domina todo e Céu com brilho intenso,
Percorrendo um percurso aonde penso
No fogo se espraiando em arrebol,

No carro todo em fogo, transcorrendo
Além deste infinito, toma o espaço,
E quando o pensamento além eu faço,
Eu vejo o mundo em raios se tecendo.

Observa com cuidado este universo
E traz este poder, fertilidade,
E assim ao desenhar tal divindade,
Rebrilha neste espaço mais diverso,

Destarte o deus-Sol em seus fascínios
Trazendo a própria vida aos seus domínios.


MARCOS LOURES

HOLOCAUSTO

HOLOCAUSTO


Hécate uma noturna divindade
Que com sua matilha; cães nefandos
Aparecendo em toscos, ledos bandos
Enquanto a noite vem e tudo invade,

Avessa ao que trouxesse claridade
Os dias em seus passos, sempre infandos
Ártemis trazia em tempos brandos
A lua com suprema liberdade,

E Hécate desvendando esta outra face
Da noite, que temível se mostrasse
E nisto se desenha o rude infausto,

Em rituais macabros se abatiam
Negros cães e cordeiros, já se viam
Usados para a deusa em holocausto…


MARCOS LOURES

LÍRICO CAMINHO

LÍRICO CAMINHO


Trazendo o raro dom da juventude
Eternizada, o quanto se percebe
Na deusa tão sublime, esta deusa Hebe
Que o tempo tão atroz nunca transmude,

Ao desposar do hercúleo novo deus
A bela divindade se mostrando
Na força e num perene sonho brando
Sem medo de uma ausência em ledo adeus,

Com Hera, dançava com as Musas
E com as Horas; lírico caminho
Aonde Apolo tocando de mansinho
Traçando o quanto em sonhos tanto cruzas

Espaços sem descanso e muito além
Da própria juventude, a vida vem...


MARCOS LOURES

MEDUSA

MEDUSA



Das Górgonas somente a vil Medusa
Não tinha como dom capacidade
Desta imortalidade e quando evade
A vida noutro passo a sorte cruza

Mas em Perseu encontra a sorte obtusa
E dura e tanto amarga realidade,
E sendo decepada, na verdade
A morte se anuncia atroz confusa,

Reflexo da Medusa em seu escudo,
Não transformando o herói em pedra
Destarte sem ter nada que inda o medra
O corte lacerante foi agudo,

Decapitando-a então no mesmo instante,
E a sorte mais tranquila se garante.

MARCOS LOURES

GÓRGONAS

GÓRGONAS


Das Górgonas aspecto tenebroso
Entrelaçadas serpes, como cinto,
E quando esta presença amarga sinto
O mundo se transforma, caprichoso.

Na fúria de decerto tanto medra
O simples perceber e olhar a fera
Mudando se afigura esta quimera,
Moldando do ex-humano, a leda pedra,

Assim se desenhando em descaminhos
As Górgonas atrozes divindades,
E nisto mais horrendas tempestades
Deixando dias turvos e mesquinhos,

Medusa, Esteno, Euríale, terríveis
Figuras tão atrozes quanto horríveis.


MARCOS LOURES

GLAUCO

GLAUCO


Glauco, divindade que, marinha
Apaixonado pela ninfa Cila,
Porém a vida nega e descarrila
Paixão se demonstrando mais daninha

Destarte a cada passo noutro vinha
E Circe a transformando em medonha,
E quando ao se sentir, enquanto ponha
A imagem desolada e vã; mesquinha,

Assim quando voltara então a Glauco
Horrível criatura em torpe palco,
Deveras foi dali já deportada,
Mas este quando soube da verdade

A Circe desprezou e na igualdade
De tantos infortúnios, restou nada.


MARCOS LOURES

ALÉM DO IMAGINÁRIO

ALÉM DO IMAGINÁRIO


Numa abadir deveras enganado
Enquanto Zeus a deusa já parira,
E ao escondê-lo assim da fúria e da ira
De Cronos contra o filho indesejado,

Destarte a se fazer o deus supremo,
Deserda o próprio pai que assim tentara
Marcar no infanticídio tal seara,
E disto outro caminho, noutro extremo,

Disfarça-se em abadir o recém-nato,
E o mundo mais diverso ora percebo
E quando em tal cenário hoje me embebo,
A astúcia feminina ali constato,

E o deus tão furioso e temerário,
Ludibriado além do imaginário.


MARCOS LOURES

INSANA ORGIA

INSANA ORGIA



Em homenagem feita a Dionísio
Abácias ou diversas bacanais,
E nisto se desenha muito mais,
Aonde em tais loucuras, já divise-o

E o mundo se mostrando sem um freio
Em vinho, e nos banquetes sem limites
No quanto tanto queiras e permites
O tempo se traduz enquanto veio,

Moldando de tal forma o que pudera
Numa expressão audaz da festa audácia
E quando se proclama numa abácia
O sonho se anuncia em noite fera,

Destarte dominando o que viria,
Deitando tão superna e insana orgia.


MARCOS LOURES

VIAGENS

VIAGENS


Em Abeona a deusa das viagens
Daqueles que partindo para além
Enquanto protegendo os que inda vem
Voltando de outras tantas estalagens

Em Adeona tendo a majestade
Deidades tão diversas, mas tão unas,
E quando em realidade assim reúnas
Encontro e despida, volta e evade.

O tempo se mostrando em tais faces
Tramando em tais sentidos o universo
Ressurge no vigor de cada verso
O quanto com certeza tentes, traces,

Destarte o renascer traduz a morte,
Assim como o que vem recende aporte.


MARCOS LOURES

O FRUTO E A FLOR

O FRUTO E A FLOR


O vento que do Leste já viera
Trazendo então calor e chuva farta,
Enquanto a melhor sorte assim reparta
Permite o renascer da primavera,

O filho de Eos, também filho de Astreu
Eurus que num momento se faz forte,
Bem menos do que o vento lá do Norte,
Porém tanto cuidado se estendeu,

E traça com diversa e soberana
Riqueza transformando a natureza
Tramando o renascer que com certeza

Refaz enquanto o estio desengana
Destarte redentor e em chuva e no calor,
Fazendo reviver o fruto e a flor.

MARCOS LOURES

VÁRIO E MULTIFORME

VÁRIO E MULTIFORME


Eurínome que é filha de Oceano
Com Zeus trouxera à vida as belas Graças
E mesmo sendo as sortes mais escassas
Gerara um mais sobejo e raro plano,

Aglália, Tália além de outra: Eufrosina,
As Graças entre tantas criaturas
Traçando com mãos leves, mansas puras
Ao quanto cada passo se destina,

Da deusa em culto vário e multiforme
Diversos os sinais, tantas versões
E nisto se moldando as direções

De um tempo noutro tempo, onde conforme
Numa expressão sem tanta claridade,
Se desenhando assim tal divindade.


MARCOS LOURES

TEMIDA TEMPESTADE


TEMIDA TEMPESTADE


O filho de Afrodite, Eros, Cupido,
Trazendo em suas setas o poder
Que tanto faz ganhar quanto perder
Destino em puro acaso decidido,

E quando num ataque se é sentido
O quanto poderia mesmo crer
Deveras noutro passo a se tecer,
Mudando a direção, já dilapido,

Mas quando deste deus, flecha certeira
Em ambos atingindo, a verdadeira
Noção do que se faz felicidade,

Porém, quando diverso o seu destino,
Cada estocada além deste menino
Gerando a mais temida tempestade.

MARCOS LOURES

DISCÓRDIA

DISCÓRDIA


Discórdia, a divindade em ermo laço,
Gerando os mais diversos desencantos
Em Éris vejo enfim tantos quebrantos
E nisto o mundo segue em lento passo,

E quando outro caminho tento ou traço,
Vagando sem saber de novos cantos,
O tempo noutro Fado trama os prantos
E qualquer sonho além, hoje eu desfaço.

A mãe do Esquecimento, Dor e Fome
Também parindo os Ódios e Disputas
Figuras tão atrozes quanto astutas
Num torpe caminhar que nos consome,

Discórdia traz em si tantas matanças
Enquanto para o nada ora te lanças.


MARCOS LOURES

TORTURA

TORTURA

As Fúrias dominando cada passo,
Tisifone, Megera e além Alecto
Erínias no seu fogo em todo aspecto
Trazendo ao que viesse o descompasso,

Vivendo em venal profundidade,
Torturam almas vãs e pecadoras,
E nisto tanta vez assustadoras
Enquanto a própria vida assim degrade,

No submundo se escondem; num castigo
Traçando o desconforto em tal tortura,
E nisto o quanto a vida se amargura,
Gerando eternamente o desabrigo,

E vendo tão somente tais incúrias
Expressam violentas, duras Fúrias...


MARCOS LOURES

ESTRELA D'ALVA

ESTRELA D'ALVA


Em Fósforo esta clara divindade
Estrela d’alva toma o céu imenso
E neste belo instante me compenso
Embora seja tênue a claridade,

Um cavaleiro traz este luzeiro,
Na tocha feita em fogo, amanhecer,
Surgindo com beleza posso o ver
Caminha pelos céus, qual mensageiro,

E tendo esta diversa fantasia

Ao vê-lo ou seu irmão Hésperos traço
O quanto se soubera ser depois
A deusa da beleza e entre eles dois
Vênus domina agora todo o espaço,

E tendo esta faceta mais sutil,
Eósforo decerto além se viu.

MARCOS LOURES

CARRUAGEM

CARRUAGEM



A bela divindade feita aurora
Abrindo ao Hélio deus, este portal
No quanto mostra ser tão magistral
O mundo aonde o sonho além se ancora,

Eos, ao tingir o céu em róseos dedos
Alada criatura em carruagem
Divina e soberana, qual miragem,
Trazendo ao universo seus segredos,

Amante que voraz não sossegava
Ao ver Titono um dia, em alto brado
Ao querer tê-lo sempre eternizado,
Porém a juventude se negava,

E o envelhecido amargo se desgarra
Enquanto ela o transforma na cigarra.


MARCOS LOURES

DOS VENTOS

OS VENTOS


O deus dos ventos, Éolo domina
Os outros tantos ventos que se vê
O filho de Netuno, em seu por que
O tanto quanto possa desatina

E ao mesmo tempo traça ameno clima,
Do Zéfiro à borrasca mais atroz,
E nisto comandando em viva voz,
Diverso do que tanto além se estima,

Assim ao demonstrar o seu poder
Ao ajudar deveras Odisseu,
A fúria de alguns ventos, pois prendeu,
Curiosidade pôs tudo a perder,

Quando ali se viu tripulação
Libertam sem querer, ledo tufão.

MARCOS LOURES

BELEZAS IGUALDADES

BELEZAS IGUALIDADES


Dóris com Nereu em matrimônio
Trazendo nas nereidas, divindades
E nisto em tais belezas igualdades
Cinqüenta num sobejo patrimônio,

Além do único fruto masculino,
Nérites que se fez tão desejado
Por Afrodite, e sendo castigado,
Em concha transformado, vão destino.

Restando junto à mãe, no imenso mar,
E nisto o que se possa ter em mente
Ao ver quanto a beleza, num repente
Deveras tudo possa transformar,

A filha de Oceanus, um Titã
Desenha a história audaz, rude e malsã

MARCOS LOURES

IRMANDADE

IRMANDADE


Embora fossem gêmeos, os castores
De pais diversos, tinham no final
Destino com certeza desigual
E nisto outros caminhos e pendores,

E Pólux sendo então filho de Zeus
Numa imortalidade se traria,
Direito que Castor em voz sombria,
Jamais pudera ter, não sendo um deus.

E Júpiter traçando num alento
Constelação de Gêmeos garantindo
O quanto já pudera ser infindo

Aos irmãos num audaz, raro momento,
Assim compartilhando a eternidade
Mantendo geminal tal irmandade.

MARCOS LOURES

A ESPADA DA JUSTIÇA

A ESPADA DA JUSTIÇA




Diké trazendo em sua mão direita
A espada da justiça, vingadora,
Senhora do que possa e sempre fora
Verdade com certeza em bem aceita.

Na mão esquerda traz uma balança
Com o fiel jamais bem regulado,
Assim demonstra o quanto é variado
O rumo onde a justiça ora se lança,

Uma das Horas, trama no Direito
O justo transformado em igualdade,
E mesmo quando em vil adversidade
Somente em liberdade tem seu pleito,

E nestes vários dons, claros momentos
Marcados pelos tons dos julgamentos.


MARCOS LOURES

FERTILIDADE

FERTILIDADE


Deusa em fertilidade se revele
E trace a natureza simplesmente
Assim decerto eu vejo e se apresente
Divina criatura, a mãe Cibele,

Em Átis o seu filho e seu amante,
O renascer depois da morta traça
O refazer da vida mesmo escassa
A luta se moldando a cada instante,

E nisto a desventura se apossando
Da mãe suprema em toda esta certeza
Lutando contra toda a correnteza
A natureza aos poucos se mostrando,

À divindade um templo em Palatino,
Desnuda este ar sobejo e cristalino.


MARCOS LOURES

BENFAZEJA

BENFAZEJA

A feiticeira Circe transformando
Os homens em diversos animais,
E nisto se rodeia por chacais,
Ou lobos em atroz e ledo bando,

Envenenando enfim o seu marido,
Dos sármatas o rei; fora exilada
Na Ilíada ao ver já transformada
Parte da frota e sendo prevenido

Por Hermes, Odisseu se protegendo,
Deveras sobre a deusa espada em punho,
Obriga-a em novo testemunho
A desfazer feitiço atroz e horrendo,

E nisto em hospedagem mais sobeja
A sorte se tornando benfazeja.


MARCOS LOURES

FASCÍNIO

FASCÍNIO


Barqueiro que levava para o inferno
As almas dos mortais, eis que Caronte
Filho da Noite traz onde se aponte
Temor em medo imenso e assim eterno,

Do Aqueronte ao Hades na barcaça
Atravessando as almas recém-mortas
Abrindo deste inferno suas portas
Caronte na verdade assim se traça

Verdades mais diversas, plenitude
Do tempo após o tempo que se existe,
Cenário que dantesco, amargo e triste
Ao todo com certeza desilude,

E tendo este barqueiro, em seu fascínio
Trazendo neste rio o seu domínio.


MARCOS LOURES

SUPREMA CRIATURA

SUPREMA CRIATURA


Filha de Gaia e de Pontos, Ceto
A deusa este cetáceo imenso e atroz,
E tendo este oceano como foz
O reino se mostrara ali completo,

Assustadoramente bela a deusa rara
Por todos odiada, pois venal,
A perigosa senda, no final,
Aos poucos nova face se escancara,

Personifica horrores e magias
Supremas divindades, entre medos,
E nisto se deslumbram seus segredos,

Imersos entre tantas heresias,
A deusa que em baleias se avizinha,
Suprema criatura, tão daninha.


MARCOS LOURES

CALIPSO

CALIPSO


Calipso, a bela ninfa feita ao mar
Tendo o poder de vida e também morte
Reinando sobre a vaga e leda sorte,
Um dia noutro rumo a desenhar,

Ao conhecer Ulisses se apaixona
E quando se desenha a mais voraz
Depois de sete anos vida traz
A liberdade então voltando à tona

Consegue para além ir Odisseu,
Obedecendo a Zeus em contragosto
Num tempo mais suave ao mar foi posto
E até uma jangada concebeu,

Deixando que partisse aquele a quem
Amara e contrafeita segue aquém.


MARCOS LOURES

VENTO NORTE

VENTO NORTE



Em Bóreas vento norte se vislumbra
E a fúria deste ser tão magistral
Gerando a gelidez setentrional
E nisto outro cenário que deslumbra

Na aurora boreal, beleza rara,
Porém em violência se anuncia
E molda em noite amarga, dura e fria
O quanto deste deus já se escancara.

Titã irmão de Zéfiro difere
Do mesmo, mera brisa mais suave,
E Bóreas com terror a vida agrave
E nisto com certeza marca e fere,

Ao raptar seu amor, princesa Orídia
Desenha-se decerto atroz perfídia.

MARCOS LOURES

LEDA SORTE

LEDA SORTE



Quando em fatalidade a vida se anuncia
Atea se demonstra e rege este universo
Criando irreflexivo um ar duro e perverso
E nisto a realidade expressa-se sombria,

Ao ver em tal figura a deusa temerária
O todo se transforma e nada se apresenta
E gera tão somente o caos, rude tormenta,
Na face mais atroz, a ausente luminária;

Dominando os mortais e deuses; sempre vem
Trazendo esta desdita e nela se aproxima
Deixando para trás o quanto em bem se estima
Gerando tão somente a fúria de um desdém,

Levando à perdição e mesmo à própria morte,
Traçando em ar atroz a dura e leda sorte.


MARCOS LOURES

A DEUSA DA JUSTIÇA


A DEUSA DA JUSTIÇA


A deusa da Justiça, Astréia, de Zeus filha
Sabedoria imensa e nisto combatia
Pregando a humanidade então turva e sombria
Gerando este cenário aonde o justo trilha,

Ao ensinar também a caça, a agricultura
Ao ver quão tenebroso o futuro da Terra
Em estrela se dá e além no Céu se encerra
Aquela que se fez imaculada e pura,

Levando a sua libra outra constelação
Habitando o infinito e nisto se mostrando
O mundo mais suave, e mesmo bem mais brando,
Porém da realidade apenas negação,

Enquanto estando além, a deusa da justiça
A Terra se entregando enfim à vã cobiça.


MARCOS LOURES

ESCULÁPIO

ESCULÁPIO


O deus da medicina em Esculápio expressa
O dom da cura e traz o quanto poderia
Gerar após o todo em cada cirurgia
A vida noutra face e assim se recomeça.

Dos templos-hospitais, a divindade traça
Um mavioso intento e nisto se propaga
Enquanto a morte assola, imensa e dura praga
Tomando toda a plaga em cena atroz, devassa,

Porém Zeus irritado, em relâmpago traz
O fim, a morte, e assim aquém do que pudesse
A vida sonegando ao deus uma benesse
Tramando a sua morte, em ato tão mordaz,

A imagem desde então permanecendo viva
Expressa a medicina enquanto sobreviva.


MARCOS LOURES

ARISTEU

ARISTEU

Pastor e apicultor, em Aristeu eu vejo
De Apolo, sendo filho, e nisto poderoso
O dom da cura tendo, o ser tão majestoso
Traçando a cada dia, um tempo benfazejo,

Protege o caçador, pastores e rebanho
Pelas ninfas criado, e assim se moldaria
O tanto quanto possa em rara sintonia,
Marcando com prazer a vida em todo ganho,

Porém em Acteon, seu filho transformado
Em cervo e de tal forma, o caçador e a caça
Matando-o com seus cães em sorte tão escassa,
Por Ártemis decerto em dia atroz, nublado,

A agricultura ensina e após o que se deu,
Um dia sem voltar, evade-se Aristeu.


MARCOS LOURES

REINANDO SOBRE O MAR

REINANDO SOBRE O MAR


Uma nereida, o amor de Netuno marinho
A filha de uma ninfa esta bela Anfritite
Traçando em suas mãos o quanto se acredite
No amor enquanto além supera o ser sozinho,

Reinando sobre o mar, o símbolo, um tridente
Em tempo magistral, além do quanto houvera
Domina uma procela, o tempo feito em fera
Deveras quando queira, o todo se apascente,

E sendo a companheira eterna deste deus,
Marcando em oceano os limites do trono,
Gerando outro momento em claro e raro abono,

Jamais se permitindo ao ledo e duro adeus,
Anfritite se mostra, enfim a soberana
Da qual enamorado o deus ora se ufana.

MARCOS LOURES

ILÍADA


ILÍADA

Na Ilíada se vendo a guerra de dez anos
Um lutador se erguendo além dos combatentes,
E nisto se aproxima os dias onde sentes
O mundo em tal sentido, os dias soberanos,

Nas mãos; raro poder. O herói se desenhando
Além do que se fez imagem de uma vida
Já tanto anunciada e nisto não duvida
Sem ter sequer nem onde, e nem talvez o quando,

Aquiles, o guerreiro, um ser quase invencível
Por Páris atingido em pleno calcanhar,
A morte se mostrando ao guerreiro invulgar,
E assim se vendo o fim, de quem fora imbatível.

Contando então enfim a história que ficara
Eternizada; e está em luta inglória e cara.


MARCOS LOURES

PODER

PODER


Em Zeus o soberano, o deus além de deus
Trazendo no trovão, nas águias, seu poder
Da fúria sem limite; ardiloso saber
Assim se desenhava o superno Pai, Zeus.

Do Olimpo ao infinito, as rédeas sob as mãos,
Domina sem descanso, o quanto poderia
E nisto a cada instante um novo moldaria
Reinando sobre os céus, as terras, águas, chãos.

A cada traição, um novo ser surgindo,
Com deusas e mortais diversos casos, filhos,
E assim se percebendo os vários tantos trilhos
Marcando esta presença aonde é mais infindo,

Em Juno, sua irmã e esposa a companheira
Domínio se estendendo, além da Terra inteira.


MARCOS LOURES

REINOS CONJUGAIS

REINOS CONJUGAIS


A deusa da família em Vesta se vestindo
A filha de Saturno em reinos conjugais
Trazendo este destino, os dias entre os tais
Vivesse magistral momento em paz, e lindo,

Héstia, na verdade a deusa que admirada
Pela constância traz esta harmonia rara
E nisto a própria vida aos poucos se prepara
E molda a redenção deveras desejada;

A deusa protetora, em claridade feita
Traçando dia a dia; harmônica beleza
E tendo este caminho e nele esta certeza
Do momento que acorda ao fim quando se deita,

Admirada decerto a deusa em plenitude,
Tramando este equilíbrio aonde nada ilude.


MARCOS LOURES

MERCÚRIO

MERCÚRIO


Mercúrio, o mensageiro, o deus filho de Maia,
Trazendo em si magia e adivinhações
Enquanto noutra face expressava lições
Do comércio e também pai da diplomacia,

Levando ao deus Plutão, as almas dos mortais,
Um guia se mostrando além do próprio deus,
O filho mais audaz, talvez que tenha Zeus
E nisto se desenha além dos seus iguais,

Hermes trazendo em si, a força da esperteza
Sapiência e picardia, e nisto os seus poderes
Dominam no ar sutil, diversos tantos seres
Mostrando em artimanha o todo da grandeza

Gerado pelo tempo aonde deus e espúrio
Traçara o seu retrato astúcia diz Mercúrio...


MARCOS LOURES

CRUEL

CRUEL


Esposa de deus Zeus, ciumenta Juno traça
A cada novo tempo uma vingança além
Enquanto em traição, jamais algo o detém
O deus mais poderoso em vida audaz, devassa,

A deusa renovando a força em tal poder
Não mais se permitia ao tanto que se via
Em vaga sensação, atroz hipocrisia
Em busca tão somente, apenas do prazer.

Irmã de seu esposo, Hera se apresentava
Qual fosse a mais cruel, também apaixonada
A soberana reina e enquanto a sorte evada
Expressa o seu furor, feito em ardume e lava.

Uma exceção somente em Hermes, na excelência
Em Maia, ela encontrava a rara inteligência.


MARCOS LOURES

VULCANO


VULCANO


Vulcano com sua arte, ao fazer proteção
Que Zeus contra os Titãs deveras usaria,
Demonstra o seu poder, pai da siderurgia
E assim se transformando o ferro em precisão,

Gerando em sua forja a bela criatura
Pandora; que se fez a primeira mortal
Do palácio que erguera em bronze; magistral
Hefesto se tornara um deus em arte pura.

Com Afrodite um dia, após o casamento
Em tantas traições, diversas infindáveis
Mostrando sempre o fato em terras insondáveis
Do fogo e do metal, apenas seu alento.

Jogado sobre a Terra, em face caricata
Por Juno sua mãe, um manco deus retrata.


MARCOS LOURES

SUBTERRÂNEO

SUBTERRÂNEO


Plutão reinando sobre o subterrâneo mundo
Aonde a morte vive e a vida se perdendo,
O tempo em tanto ardil, atroz, audaz e horrendo
E desta imensa treva, aos poucos eu me inundo,

Em Hades se percebe o fim de todo ser,
E quando se revela, aos poucos se concebe
Além do que se queira eterna e turva sebe,
E nela não se vendo o tempo amanhecer,

Reinando sobre o fim, o deus em medo e tramas
Vencendo sempre em morte, o quanto poderia
Humana criatura esboça em agonia
E neste desencanto ao apagar das chamas,

No reino de Plutão, este último remanso
Que enfim e pouco a pouco, a cada dia avanço.


MARCOS LOURES

ORGIAS

ORGIAS


Surgindo do aborto em fogo, o deus festivo,
Das coxas de seu pai, assim nascera quem
Ao dominar o encanto enquanto o sonho vem,
Trazendo este caminho aberto e sempre vivo,

Dionísio em vinho e festa, além de qualquer trava
Esplendorosa noite em raras fantasias
Quando se comemora o mundo em que embebias
Além da própria chama, além da própria lava,

Dos belos rituais, teatro se apresenta
E vendo sempre mais, o quanto ostenta a vida
A sorte desenhada e assim sendo cumprida,
Aplaca em tal loucura, a dor de uma tormenta,

Orgias, bacanais em atos tresloucados
Os tempos mais sutis sendo comemorados.


MARCOS LOURES

SABEDORIA

SABEDORIA


Palas Atena traz em tal sabedoria
A mágica beleza em arte, sonho e luz
Ao auge da emoção enquanto nos seduz
Com toda a sensação maior, feito magia,

Trazendo em suas mãos, a própria poesia
Processo divinal que ao êxtase conduz
Moldando a divindade além do que supus,
E nisto esta suprema além já se veria,

Assim numa estratégia a deusa conquistava
E tendo tal poder bem mais se demonstrava
Dominando a cultura, o saber e o pensar,

Imagem desenhada a mais que o próprio sonho,
Minerva se aproxima ao auge quando ponho
O coração liberto imenso a se entregar.


MARCOS LOURES

MAGIA

MAGIA


Em Ártemis, magia, em vida mais selvagem,
A deusa quando em caça insuperável dama,
Vencendo em artimanha, o quanto em si se aclama
Domina esta Diana, além de uma miragem,

Por Orion num instante a deusa enamorada,
Apolo seu irmão, em atroz vilania
No mar a pontaria da irmã já desafia
E nisto se mostrou, precisa e desolada,

Ao acertar neste alvo, em praia, bela areia
Matando num instante o sonho de um futuro,
O tempo que era claro ao se tornar escuro,
A leda sensação aos poucos incendeia,

A flecha ao atingir quem tanto desejara,
Orion não resistira e em morte, a sorte amara.


MARCOS LOURES

A ESPÚRIA DIVINDADE

A ESPÚRIA DIVINDADE



Filho de Zeus com Hera, Ares, o deus da guerra
E da carnificina, em atos mais atrozes
Nos olhos deste deus, deveras quase algozes,
A fúria sem descanso, ali jamais se encerra.

Em sua violência assusta a traz a morte,
Atrocidade tanta expressando este Marte
Toando avermelhado, em toda e leda porte
Trazendo em suas mãos, a dor em turva sorte,

Abutres, cães, chacais, em rapineiras sendas,
Deveras feras vis, irmanam-se no deus
E nisto se anuncia o mundo em farto adeus
E nele outro terror aos poucos tu desvendas,

Domina além do medo e gera a tempestade,
Dos campos de batalha, a espúria divindade.


MARCOS LOURES

PROTEÇÃO

PROTEÇÃO


Filho de Zeus; um deus que em seu poder trazia
Além de toda a força, a beleza sem par,
E nisto a todo instante o quanto se entregar
Ousando no equilíbrio e mesmo na harmonia,

O deus da proteção, da cura, mas da morte
Temido neste Olimpo; aonde o pai reinava,
E nisto em majestade, aos tantos se espalhava,
Apolo magistral em todo o seu aporte;

Da imensidão do sol, a força da verdade
Nas mãos em valentia; audaz e caprichoso
O quanto poderia um deus tão fabuloso
Que toda a fantasia, aos poucos quando invade

Traduz o ser além de toda força e fúria,
Ao mesmo tempo em paz, feroz em vasta incúria.


MARCOS LOURES

A VINGANÇA OFERECE

A VINGANÇA OFERECE

Em Anfion se revela a história da princesa
Antíope que Zeus um dia seduzira
Usando de artimanha, e mesmo da mentira
Tomando para si, sublime e bela presa.

Ao se ver atacada ela foge e depois
Sendo já capturada embora destronada,
E tanto de tal forma, atroz e maltratada,
A mãe; Anfion e Zeto ( os filhos eram dois),

Vingando após, a mãe; assumem o poder
Ao se casar com Níobe, inumerável prole,
Até que num momento, a vaga sorte assole
À mãe de Anfíon, pois Níobe audaz quis ofender

Este matando em fúria os filhos a enlouquece
Até que em mãos de Apolo a vingança oferece.


MARCOS LOURES

ÁRTEMIS

ÁRTEMIS


Em Ártemis o rito ao qual já se entregavam
Guerreiras do passado, as belas Amazonas,
No espírito que audaz, dos arcos, flechas, donas
Em fúria e em tal destreza; em guerras que adentravam,

Matando quem nascesse em masculino sexo,
Somente então a filha assim sobrevivia,
E nesta seleção, atroz, audaz, sombria
Um vão procriador, um homem sem reflexo,

Na guerra Grécia e Tróia unidas aos troianos
Bela Pentessiléia, Aquiles enfrentara
E a luta mais sobeja invade esta seara
Até que no final a Morte dita os planos,

Porém o vencedor, por Amor foi tocado,
E Aquiles, pois se viu, ganhando; derrotado...


MARCOS LOURES

CRONOS


CRONOS

Cronos devorava assim que mal nasciam
Os filhos com temor da perda do poder,
E nisto a própria história expressa o que há de ser
Em ato tão atroz, os sonhos morreriam,

Porém nascido Zeus, de Rhéa noutro instante,
E levado dali, ao tempo em que viera,
Ao escapar assim, do pai, terrível fera
O mundo se apresente ao deus-maior; gigante.

Levado para Creta; aonde o guarda Rhéa
Alimentado estava e ninfas cuidadosas
Num átimo crescera, em fases majestosas
Criado com o amor e o leite de Amaltéia,

E voltando, de fato em luta além se esvai,
O poder sem igual de Cronus, velho pai...

MARCOS LOURES

AMOR SUBLIME


AMOR SUBLIME


Admeto ao se entranhar na guerra de dez anos,
Deixando para trás a Grécia tão querida,
Também deixara além, razão da própria vida
Na luta insana e atroz contra os bravos troianos,

Alceste nesta espera em tempo mais cruel
Em holocausto segue e Tânatos a leva,
Ao mais profundo abismo; imersa em leda treva
Na Morte se perdendo, eterno e escuso véu.

Ao ver tanta beleza em um amor sublime
Os deuses num instante à vida novamente
Trazendo aquela à que em honra se apresente
No amor que mais que amor supremo bem estime;

Destarte ao ter assim a rara primazia
Ressuscitando quem, por amor já morria.


MARCOS LOURES

ESPÓLIO




ESPÓLIO


Após Aquiles morto, as armas disputadas
Espólio de um guerreiro e nisto o que se deu,
Ájax neste momento, enfrentando Odisseu
Ao perder a batalha em sortes malfadadas,

Pensando que atacava os seus superiores
Num ato de loucura investe sobre o gado,
E tendo o seu sentido enfim recuperado
Matando-se ao ver os ermos, vãos horrores,

Enquanto Menelau; quisera-o insepulto
Sem ter um funeral qual fosse um mero pária
Em nobreza Odisseu, em atitude vária
Rendendo o merecido e incontestável culto,

Convence que se deve enfim, em dignidade
Sepultamento em paz com toda majestade.


MARCOS LOURES

AGAMENON


AGAMENON


Agamenon o irmão do infeliz Menelau
Que ao ter já raptada a sua bela Helena
Numa guerra tão longa aonde a vida encena
E durante um decênio a luta sem igual,

Até que num momento, um cavalo de pau,
Em Odisseu firmado, ao fim da guerra acena
E nisto outra faceta atroz, jamais serena,
Tramando este retorno ao seu torrão natal.

Voltando para a casa, ao ser assassinado
Pela mulher amada, e seu amásio Egisto,
O quanto se pudera e nisto inda persisto,

Ousar falar sem medo algum do ledo Fado
E nisto o que se viu, mordaz ora se deu
A sorte mais maldita envolve então Atreu.

MARCOS LOURES

A DEUSA DA BELEZA

A DEUSA DA BELEZA

Das espumas nascida, a deusa da beleza,
Ao ser castrado; Urano em semens sobre o mar
Das ondas vê se erguer aquela que sem par
Espalha sobre tudo a rara e nobre Alteza,

E Zéfiro levando a suprema deidade
Além do mar imenso e nisto se moldando
Superna maravilha em mundo nobre, quando
A sorte divinal aos pouco tudo invade,

Ao se casar co’Efesto, embora tanto o amasse
Traindo-o decerto, e disto vários filhos,
E desta rara deusa, a vida em novos trilhos,
Trouxesse a fantasia e nisto a rara face

Do Amor e, sensual a deusa se eterniza,
Domando as sensações dos temporais à brisa.

MARCOS LOURES

ATO INCESTUOSO


Téias que pela filha um dia ao se enganar
Entrega-se ao destino e em Mirra se envolvendo,
Num ato incestuoso, audaz, voraz e horrendo,
E quando descoberta em mirra a transmudar;

Na proteção divina, esta árvore germina
Na casca um belo ser, menino fabuloso,
Levando num instante ao mago e raro gozo
E assim deusa Afrodite aos poucos se alucina,

Perséfone o criando, até que num momento
Adônis se ferindo, um javali selvagem
Termina sobre a Terra, a curta e vã viagem

Gerando em Afrodite, o imenso desalento,
Reinando nos jardim, em raras, belas flores
Adônis relembrado em tantos esplendores.

MARCOS LOURES

ÁCAMAS


Um filho de Teseu, enquanto a sorte medra
Enquanto este invadira e seqüestrando Helena
Ao grande desafio aonde se condena
Deixando para trás o Amor que lhe deu Fedra,

Porém quando Teseu, no Inferno aprisionado
Para Ácamas legara o seu reino; os irmãos
De Helena num instante em meio aos tantos vãos
Invadem o reinado e tomam o roubado,

Expulsam para Creta o Rei com os seus filhos
Teseu morto depois, sem ter a bela Jóia
Helena que domina a Menelau e a Troia
Até que Páris trama em dias novos trilhos,

Raptando-o novamente e Ácamas ao ser
Chamado a se interpor, do Amor sente o poder.

MARCOS LOURES

APENAS... SOLIDÃO


Apenas solidão e nada mais
O mundo não traria melhor sorte
E sei do quanto possa procurar
Envolto pelas brumas da existência
A luta se demonstra em cada passo
E quanto mais se tenta, mais se adentra.

A vida em farsas tantas já me adentra
E tanto que pudesse mais e mais
O todo se anuncia em rude passo,
E nisto se deseja alguma sorte
Diversa da que rege esta existência
E cismo noutro instante procurar,

E vendo o quanto pude procurar
Nos ermos do caminho que me adentra
E tente na verdade esta existência
Que possa noutro instante ser a mais
E vendo o quanto trame a melhor sorte,
O quanto se anuncia noutro passo,

O verso se traduz no quanto passo,
E sigo sem saber a procurar
O sonho que traduza a velha sorte
E quando uma ilusão meu mundo adentra
O todo que pudesse e muito mais
Crisalidasse enfim minha existência,

E sei do quanto trace na existência
De quem procura além um novo passo,
E sei que poderia muito mais
E nisto o quanto reste a procurar
Encontra o que em verdade quando adentra
Expressa o quanto seja em melhor sorte,

O mundo se anuncia em tanta sorte
Colhendo a melhor parte da existência
E nisto o que se faça quando adentra
Expresse na verdade o sonho e o passo,
E nada do que possa procurar
Encontraria em sonhos, nada mais,

O quanto fora a mais, ditando a sorte,
Depois de procurar nova existência
O mundo quando possa, além se adentra...

MARCOS LOURES

MEU PASSO


Meu passo pelas noites sem sentido
O verso que se emana no meu sonho
Encontra esta resposta onde não vejo
Sequer a solução que mais buscara
E sinto o quanto possa num instante
Vestígios do que tanto desejei.

O amor que na verdade desejei
Agora não faria mais sentido
E tudo se moldando noutro instante
Transcorre deste modo enquanto eu sonho
E vejo imerso em tudo o que eu buscara
E nisto simplesmente o quanto vejo,

E sei do caminhar enquanto vejo
O tanto que pudera e desejei,
Nas tramas onde o canto que buscara
Apenas vem rondando o que é sentido
Nos ermos de quem possa e quando sonho
Traçando novo passo num instante

A vida se desenha neste instante
E o verso se resume no que vejo
O tanto que se queira em cada sonho,
E o fato quando sempre o desejei,
Marcando o que pudera ser sentido,
E nisto o que deveras eu buscara,

A vida de tal forma se buscara,
Nas farsas que anunciam num instante
O mundo sem saber do que é sentido,
E nisto resumindo o quanto vejo
Somente noutro tom eu desejei,
E nada se anuncia enquanto sonho,

O tanto que ora tente e mesmo sonho,
Ainda quando a luz enfim buscara
Na vida que deveras desejei,
O mundo se fazendo num instante
Mergulha aonde quero e nada vejo
E toma sem razão cada sentido,

E tendo ora sentido o quanto sonho,
O tempo que inda vejo eu mal buscara,
Num novo instante, ao menos desejei.

MARCOS LOURES

MEU TEMPO SE ESVAINDO


Meu tempo de viver já se esvaindo
E o corte se aproxima da raiz
O quanto poderia noutro tempo
Sentir esta expressão mansa e feliz.
Mas nada do que tenho me permita
Viver o quanto queira e não viera,

Apenas solidão enfim viera
E o sonho em desencanto se esvaindo
Somente uma ilusão quando permita
Traçar e transformar desde a raiz
Segredos de uma vida onde feliz
É quem consegue a glória em raro tempo,

O tanto que se veja e o mesmo tempo
Aonde o que mais queira inda viera
Restando o ser somente mais feliz
E nisto esta expressão vai esvaindo
Tomando outro momento na raiz
E o quanto se deseja se permita,

O quanto da expressão a paz permita,
E o sonho se vestindo em rude tempo,
A luta traça o quanto em vã raiz
Escorre entre meus dedos e viera
Somente noutro tom ora esvaindo
O tanto que pudera ser feliz

E sito quando tente o mais feliz
Anseio que esta vida ora permita
E tanto quanto possa se esvaindo
Ainda que restasse pouco tempo,
Meu mundo se mostrara e não viera,
Marcando cada corte na raiz

E possa ser a vida uma raiz
Que tanto nos sustente o ser feliz
E nisto a sensação que ora viera
Tocando o que se queira e se permita
Traçar este sentido que no tempo
Talvez vá se perdendo ou se esvaindo

O quanto se esvaindo em tal raiz
O mundo noutro tempo mais feliz
E nisto se permita o que vera...

MARCOS LOURES

O MEDO



O medo não traria melhor sorte
A quem se faz além de meramente
O tanto que pudera num repente
Expressa a solidão que revigora,
No fato mais sutil quando se entoa
A luta revolvendo o dia a dia,

E quanto se perdera noutro dia,
Ainda que se mostre em leda sorte,
Gerasse o que em verdade não entoa
E marca o meu caminho meramente,
E tanto que eu pudesse revigora
A vida num instante, de repente,

O prazo se anuncia e num repente
O tanto que se queira dita o dia
Marcando o que pudera e revigora
Navego aonde o sonho negue a sorte
E gere o quanto tente meramente
E o mundo se anuncia aonde entoa,

A vida se mostrara enquanto entoa
Nesta alma o que pudera e de repente
Traduza o que se faça meramente
No todo que resuma um claro dia,
Ditando no final a rara sorte
Que tanto quanto possa revigora,

A luta quando tanto revigora
O velho sonhador e nisto entoa
O quanto desejasse em boa sorte
Ao que se poderia num repente
Vestir o amanhecer em claro dia
Deixando o que passara meramente,

Ainda que se fora meramente
Diverso do que possa e revigora
O tempo noutro tom traduz o dia,
E traça o quanto a vida agora entoa,
E nisto se mostrara num repente
Grassando o quanto possa a melhor sorte,

E tendo a rara sorte e meramente,
O todo num repente revigora
E gera o quanto entoa noutro dia.


MARCOS LOURES

VER ALÉM


Não quero e nem devo ver além
Das tantas curvas feitas no abandono
Do sonho que se molde a cada instante
E nesta solidão, meu barco vem,
Ainda que se tente noutro norte
O prazo mais suave em que se expresse.

O tanto que deveras já se expresse
No canto que pudera ser além
Do muito que se tente em raro norte
Gerando o que restasse em abandono
E nisto o quanto agora teima e vem
Jamais se poderia noutro instante,

E sei do quanto a vida num instante
Encontra o que se possa e a vida expresse
Tomando este sentido que ora vem
Marcando dia a dia e muito além
Do traço mais audaz onde abandono
O que se traduzisse nalgum norte,

E sei do quanto pude neste norte
Sentir a solidão em rude instante,
Vestindo a sordidez deste abandono,
E tanto quanto possa agora expresse
O todo quando a vida segue além,
E nisto se pudera e sei que vem

O mundo quanto em fúria agora vem
E trama na verdade um novo norte
Expressa o quanto quero e sigo além
Do tanto neste fato que no instante
Produza a sensação na qual se expresse
Ousando muito mais que no abandono,

E o barco quando apenas abandono,
Encontro esta incerteza que ora vem,
Vagando sobre o quanto ainda expresse
Ou mesmo transcorrendo além o norte
E nisto se perdendo algum instante
Remete ao quanto possa e segue além,

O tanto sendo além deste abandono,
Pudesse num instante quando vem
Trazer um novo norte aonde expresse.


MARCOS LOURES

DE TODAS AS JORNADAS


De todas as jornadas que eu pudera
Ainda sigo aquém do quanto creia,
E nada da palavra quando anseia
Expressa além da fúria, vã quimera,
E sei desta vontade amarga e fera
Gerando o que deveras devaneia,

E tanto quanto uma alma devaneia
Vagando muito além do que pudera
Expressa o que em verdade dita a fera
Vontade de viver e não mais creia
Na solidão ao ver esta quimera
O velho coração, a paz, anseia,

E tanto quanto possa e mesmo anseia
Nas tardes onde o verso devaneia
O tempo que ora audaz dite a quimera
E nisto outro caminho em vão pudera
Traçar o quanto quero e mesmo creia
Na fúria que se exala em cada fera,

A luta se desenha aonde é fera
A sensação atroz que tanto anseia
Tentando ter no olhar o quanto creia
E nisto o que se veja devaneia
Ousando acreditar no que pudera,
No bote mais incerto da quimera,

E sei quando alimenta esta quimera
Das tétricas noções que eximia fera
Expressaria ao quanto mais pudera
Vencer o que decerto tanto anseia
E quando no vazio devaneia
Meu mundo renegando o quanto creia,

E mesmo quando apenas nisto creia
O tanto que se exprime na quimera
Gerasse a solidão que devaneia
E bebe a sordidez da rude fera
Que tanto se aproxima quanto anseia
E grassa muito além do que pudera,

O mundo que pudera não se creia,
Expressa o quanto anseia esta quimera
E mesmo a rude fera devaneia...

MARCOS LOURES

NADA PUDERA



Meu tempo de viver nada pudera
Senão vencer a dor que me consome,
E tanto quanto o tempo traça e ronda
Gerando no final a rude fera
Que tanto quanto avança destempera
E trama o que mais quero e logo some,

O mundo pouco a pouco, foge e some,
O passo traduzindo o que pudera
Expressa na verdade e destempera
Marcando o que deveras me consome
E nisto o quanto trame a louca fera,
No fundo simplesmente faz a ronda,

E quando em noite imensa nesta ronda
Meu canto sem proveito logo some,
O peso de um passado, turva fera,
Apenas no momento em que pudera
Tramasse o que de fato nos consome
E egresso do vazio, destempera,

O todo num momento destempera,
E tanto quanto quis ainda ronda
E o fato que decerto me consome
Tocasse o que deveras tanto some,
E sinto quanto possa e não pudera
Marcando com angústia a vida fera,

O tanto se anuncia nesta fera
E o verso no final me destempera
Gerando muito além do que pudera
E nisso a solidão que tanto ronda,
Tocasse e na verdade o quanto some,
Aos poucos cada sonho ora consome,

A vida que num fato se consome,
O mundo se traduz e sei da fera
Que possa enquanto o dia segue e some,
Na vida quando o todo destempera
Marcando o que pudesse noutra ronda
E nisto dita o pouco que pudera

A vida que pudera me consome
E gera o quanto ronda, leda fera,
E quando destempera, tudo some...

MARCOS LOURES

ESTA LOUCURA


Ainda quando ecoa esta loucura
Marcada pelas garras desta harpia
O vento noutro tanto não viria
E nem sequer soubesse o que procura,
Apenas sentimento e fantasia,
Deveras noutro ponto me tortura

A vida sem sentido qual tortura
O passo sem razão, mera loucura,
E o tempo se transforma em fantasia
A solidão se mostra qual harpia
Que tanto quanto fere nos procura
E toma todo o sonho que viria,

E sinto o que deveras, não viria,
Vagando pelos ares da tortura
E quando na verdade esta procura
Marcasse firmemente tal loucura
E vejo bem mais perto alguma harpia
Que trace com terror a fantasia

E sendo quando possa e fantasia,
Uma alma sem sentido não viria
Deixando demarcada a torpe harpia
Na forma mais cruel que me tortura
E nisto o que se mostre qual loucura
Deveras dita além nossa procura,

O mundo com certeza ora procura
E bebe a mais sublime fantasia
E nisto se percebe que a loucura
Ainda noutro rumo, pois viria,
E toda a solidão que ora tortura
Trouxera a garra extrema de uma harpia,

O mundo traz nas mãos a velha harpia
E o tanto desfiando esta procura
E o verso que deveras nos tortura,
Expressa a mais sentida fantasia
Marcasse o quanto quero e até viria,
No canto quando gera esta loucura,

A vida em tal loucura, rude harpia,
Tocasse o que viria e assim procura,
O quanto fantasia e me tortura...


MARCOS LOURES

NÃO QUERO SER POETA


Não quero ser poeta ou ter apenas
Os olhos no infinito, saco cheio,
O mundo se promete e nada traz
Somente um repeteco do passado,
E neste caminhar o que resvala
Na vala se anuncia o meu final.

O tanto se aproxima do final
E colhe na verdade o quanto apenas
Tramasse num instante onde resvala
No corte que se faz e quando cheio
O mundo se anuncia num passado
E o velho caminhar a dor me traz,

O pouso que deixara e agora traz
O pânico servindo de final
Deixando o bem melhor para o passado,
O que restara dita, enfim, apenas,
O tanto que pudera e sigo cheio
Aguardo ansiosamente o que resvala,

E sei que na verdade se resvala
O medo com certeza nada traz
Somente o que decerto mostra o cheio
Anseio de quem bebe do final
E tanto que se faça além apenas
O todo que resuma o meu passado,

Ainda quando tenha do passado
Imagem que deveras nos resvala
A luta não traria mais apenas
As faces que a vergonha agora traz
E sei já preparado no final
O todo que mostrara um fardo cheio,

E quando se traduz e mostra cheio
O mundo que em verdade foi passado,
O tempo se adentrando no final,
E o rumo no vazio se resvala
Enquanto o que em verdade ainda traz
Não dita nem sequer um sonho apenas,

E sei do quanto apenas ando cheio
E vivo do que traz o meu passado,
A vida ora resvala no final,.


MARCOS LOURES

O TEMPO DE SONHAR


O tempo de sonhar já se esgotara
E nada mais deixara no lugar
O quanto pude mesmo ter nas mãos
Eclode mansamente no que um dia
Crisalidara a velha sensação
Do novo que surgindo me repele,

O tanto que se tente e se repele
O passo sem destino me esgotara
E quanto mais fugaz a sensação
Maior a solidão. Menor lugar.
O quanto se renova a cada dia
Expressaria o vago que há nas mãos,

Mas vejo e calejando as velhas mãos
De quem se fez enquanto o amor repele
Deixando sem sentido o dia a dia
E nisto o meu caminho se esgotara
E tanto quanto tive sem lugar
Pudesse renovar tal sensação,

Ainda que se tenha a sensação
Do passo sem limite, lavo as mãos,
E tento cada coisa em seu lugar
Ainda quando o sonho nos repele
Embora sem sentido, eu me esgotara,
Tentando pelo menos novo dia.

A sorte anunciada a cada dia,
Tramasse o quanto fosse em sensação
Diversa da que possa onde esgotara
E sinto que tivera em minhas mãos
O tanto que esperança ora repele
E marca sem tirar do seu lugar,

A vida anunciando este lugar
Aonde o que vencesse noutro dia
Tramara o quanto o todo se repele
E vejo no final a sensação
Marcada pelos ermos destas mãos
Que o tempo noutro tom sempre esgotara,

O verso se esgotara e sem lugar
Ousando em minhas mãos num novo dia,
A velha sensação já me repele.


MARCOS LOURES

NUM ÚNICO MOMENTO 490


Num único momento em minha vida,
O prato se partindo em tantos erros
Vagando sobre a mesa os anseios
As cartas já marcadas pelo tempo.
E sei do quanto possa em novos termos
Traçar entre os diversos erros meus,

E quando os dias fossem todos meus
A sorte se mostrando em longa vida
O tanto quanto possa em rudes termos
Ao traduzir assim os velhos erros
Ainda que restasse qualquer tempo,
Teria entre meus dedos tais anseios,

Os olhos entranhando teus anseios,
Os sonhos mais doridos fossem meus,
E quando se notara amargo tempo,
A luta desenhando a própria vida
Envolta pelas tramas, pelos erros,
E nisto se tentasse novos termos,

Os dias entre enganos, ditam termos
Que possam macular em tais anseios
Quem busca após os dias, tantos erros,
Ao menos em momentos claros, meus,
O quanto se moldara nesta vida
Gerando na esperança um novo tempo,

E sei do quanto possa a cada tempo
Viver o que se trama em leves termos,
E nada represente a minha vida
Marcada tão somente por anseios
E vejo descaminhos todos meus
E neles com certeza sei meus erros,

Ainda se propagam tantos erros
Tocando com furor o ledo tempo
E nisto os desenganos fossem meus
E tanto quanto possa nestes termos
Ousar além do quanto em vis anseios
A sorte declinasse em torpe vida,

Assim a minha vida com seus erros,
Os dias seus anseios, velho tempo,
Usando rudes termos, não são meus...


MARCOS LOURES

A MINHA SORTE



Não quero que se veja a minha sorte
Desnuda sem saber por onde possa
Trazer outro momento em redenção,
Ainda quando a vida me sonega,
O verso no final nada traria
Nem mesmo a mais distante fantasia,

O tanto que se queira e fantasia,
Uma alma sem saber sequer da sorte
Que o tempo sem ter tempo me traria
E nisto com certeza o tanto possa
Vagando sobre o quanto se sonega
Da sorte sem saber de redenção

E quando se buscara a redenção
Nas tramas do que possa em fantasia
Meu mundo na verdade já sonega
O passo que traduza melhor sorte
E sendo de tal forma o que possa
Marcando o quanto tente e se traria,

O verso noutro tom já me traria
Além do que pudera em redenção
E mesmo quando a vida já não possa
O tanto que inda resta fantasia
E vivendo ao sabor da própria sorte
Resume o quanto o tempo ora sonega,

A luta que deveras se sonega
O mundo que deveras me traria
O passo sem sentido em rumo à sorte
Que gere novamente a redenção
Do amante que decerto fantasia
O todo que se tente e não mais possa,

Ainda quando a vida mesmo possa
Trazer o quanto arrisca e se sonega
No tanto que pudera em fantasia
Ousasse na verdade e me traria
Olhar bem mais suave em redenção
Mudando para sempre a minha sorte,

E quando desta sorte o quanto possa
Trazer em redenção, tanto sonega,
O quanto se traria em fantasia.

MARCOS LOURES

ALGUMA VOZ


Ouvisse da esperança alguma voz
E nisto eu poderia muito além
Do quanto na verdade sempre existe
Traçando muito além do quanto é triste
O verso em sentimento mais atroz.
Grassando aonde o nada sempre vem,

E tanto quanto a vida agora vem
Negando o que pudera em rude voz
E nisto o meu caminho sempre triste
Vislumbro a fantasia tanto além
E nisto o quanto possa ser mais triste
Sonega todo o sonho que inda existe,

Meu tempo na verdade não existe,
O canto se desdenha e quando vem
Marcando um coração deveras triste
Ainda se moldando em rude voz
Gerasse o que pudesse, mesmo além,
Trazendo o quanto possa ser atroz,

Ainda sem sentido um mundo atroz
Transforma o que pudera e não existe
Sequer algum caminho e vejo além
O mundo desabando e quando vem
A vida não se permite alguma voz
Que possa discordar ou seja triste,

O tempo me fizera bem mais triste
E o canto sem sentido segue atroz
Cenário que se molde em rude voz
E nisto tão somente a dor existe
Marcando o que pudera e sempre vem,
Num mundo quando o vejo sempre além,

Meu passo se mostrara muito além
E o quanto desta luta amarga e triste
Enfrenta na verdade o que ora vem,
E nisto se pudesse ser atroz
E quando a solidão decerto existe
O todo não escuta a minha voz,

E sei que minha voz seguindo além,
Ainda quando existe em tom mais triste
Traduz o mundo atroz que agora vem...


MARCOS LOURES

OUSANDO ACREDITAR


Ousando acreditar no que não vira
Nem mesmo imaginasse ser plausível
O sonho desenhando esta mentira
Que gera novo dia ora impossível
O quanto da esperança se retira
E o verso noutro tom se faz incrível

E o tempo num momento agora incrível
Do todo que pudera não mais vira
Sequer o que tentasse e se retira
Num ato sonegando o ser plausível
E sei do amor que busque, ora impossível,
E o sonho resumindo esta mentira,

No quanto a vida dita tal mentira
Apenas o que resta ou fora incrível
Gerasse novo passo onde impossível
A vida não trouxera o que não vira
E sei do desencanto onde é plausível
Amar, porém o sonho se retira,

E tanto quanto possa e já retira
Da vida o que deveras é mentira
E nisto não se vendo mais plausível
O fato de um anseio quase incrível
Que o tempo sem sentido agora vira
Traçando esta noção ora impossível,

Meu tempo se desenha no impossível
Caminho que se molde onde retira
O prazo determina o que se vira
Nas tramas tão fugazes da mentira
E o quanto se mostrara quase incrível
Jamais se imaginara em paz, plausível,

O verso dita o sonho, se é plausível
O tempo nos dirá, ou impossível,
Ainda que pareça ser incrível
No todo que pudera se retira
E tendo tão somente esta mentira
Que a sorte com certeza não mais vira,

E sei do quanto vira em tom plausível
O verso em tal mentira, ora impossível,
Traçando o que retira em forma incrível.


MARCOS LOURES

BASTARIA



Um único momento bastaria
E nada mais pudesse perceber
Senão a mesma forma que traria
Vontade do caminho conhecer,
E sei que nesta vasta fantasia,
Meu tempo não pudera mais perder,

E sei do quanto diz o que é perder
E nada mais deveras bastaria
Enquanto a solidão se fantasia
Ousando noutro instante perceber
O quanto deste mundo conhecer
Tentando adivinhar o que traria,

E o peso que deveras se traria
Enquanto trame a sorte a se perder
Deixando pouco a pouco conhecer
O quanto na verdade bastaria
E mesmo sem sentir nem perceber
A luta gera enfim a fantasia,

E desta forma o mundo fantasia
Sonhando com o quanto se traria
No todo que pudesse perceber
Marcando quanto resta a se perder
E tudo que inda tenho bastaria
Somente para o sonho eu conhecer,

Deduzo enquanto possa conhecer
O mundo mais suave em fantasia,
Que tanto na verdade bastaria
E sei que no final já me traria
O tanto que se deixa ora perder
Sem nada que pudesse perceber,

E assim ao conceber e perceber
O tanto que se dera a conhecer
Ainda que presume o que perder,
No fundo gere a mesma fantasia
Que possa e com certeza me traria
O sonho que decerto bastaria,

E sei só bastaria perceber
O quando me traria e conhecer
A mera fantasia a me perder...


MARCOS LOURES

CICATRIZ


Marcando minha pele a cicatriz
Do amor que na verdade fora um sonho,
O tanto que pudesse ser feliz
Agora na verdade não componho
E tudo o que decerto ainda quis
Reflete este cenário mais bisonho,

O tanto quanto vejo em tom bisonho
O corte anunciado, a cicatriz
E o tanto que pudesse e não mais quis,
O verso tão diverso que ora sonho,
E quando no final quero e componho,
Meu mundo não seria mais feliz,

O tanto que se possa ser feliz
E mesmo num planeta tão bisonho
Expresse a solidão quando componho
Ousando muito além da cicatriz,
E tudo se anuncia fosse um sonho,
Trazendo o quanto quero e sempre quis,

O mundo que deveras tanto quis,
O passo que permita ser feliz
Num dia aonde em paz somente eu sonho,
Ainda que pareça mais bisonho
Ultrapassando a mera cicatriz
Encontra o caminhar que aqui componho

E sei que cada verso que componho
Marcasse esta esperança que eu já quis
E desta mais dorida cicatriz
Trouxesse uma expressão bem mais feliz
E mesmo que pareça tão bisonho,
O verso traduzindo um velho sonho,

E quando na verdade o quanto sonho
Pudesse me dizer do que componho
Embora seja um mundo tão bisonho,
Expressa o que em verdade bem mais quis
Gerando o coração manso e feliz
Deixando no passado a cicatriz,

E sei da cicatriz que trace o sonho,
E sendo mais feliz, tanto componho,
O quanto agora eu quis, mesmo bisonho...

MARCOS LOURES

A VIDA NÃO SE FAZ ASSIM TÃO LEVE


A vida não se faz assim tão leve
Nem mesmo quero a paz que não constante
E vejo o quanto o tempo já se atreve
E nisto se mostrara radiante
O muito que pudera ser mais breve
Gerando o que deveras me adiante,

O passo que tentasse ora adiante
O vento se mostrara bem mais leve
E sei do quanto possa voltar breve
O sentimento rude, mas constante,
Que deixe o coração tão radiante
E nele esta emoção além se atreve,

Meu passo noutro enredo agora atreve
E segue sem temer nada adiante
E embora tantas vezes radiante
O sonho se permite ser mais leve
E quando este cenário é mais constante
Meu mundo se tornara bem mais breve,

O tanto que se possa ver em breve
O passo noutro tom agora atreve
E gera o quanto quis ora constante
E nisso o que inda reste me adiante
Tramando esta expressão que o tempo leve
Ainda quando o vejo radiante,

Meu mundo tantas vezes radiante
O passo noutro rumo segue em breve
E o tempo que pudera já me leve
No todo que deveras quando atreve
Encontre o quanto queira e se adiante
Gerando este caminho mais constante,

O tanto que se fez ora constante
O mundo mais audaz e radiante
E nada do que possa me adiante
Se a vida se mostrasse bem mais breve
E tanto quanto possa e já se atreve
Envolto no vazio ora me leve.

O quanto ora se leve mais constante
Gerando o que se atreve, radiante
Ainda quando em breve, me adiante...


MARCOS LOURES

AINDA


Ainda se fizera de tal forma
O corte anunciado há tantos anos
E sei dos caminhos entre enganos
E bebo a solidão que nos transforma
Sentindo no final os tantos danos
O coração precisa de reforma,

A vida que deveras nos reforma
E gera do passado a nova forma
Que possa com certeza após os danos
Tramar no decorrer dos novos anos
O todo que pudera e se transforma
Deixando no passado os vãos enganos,

E quando se transpõem tais enganos
O todo se presume e já reforma
O passo que pudera e nos transforma
Marcando a solidão que ora se forma
E nisto se anunciam novos anos
Tocados tão somente por tais danos;

Os cantos entre tantos velhos danos,
Os medos propiciam os enganos
E sei do quanto eu possa em tantos anos
Vagando o que pudesse em tal reforma
E o mundo vai tomando a nova forma
Que tanto nos magoa e nos transforma,

O quanto na incerteza já transforma
O mundo em tantas farsas, ledos danos,
E sempre se mostrando de tal forma
Que possa traduzir novos enganos
E nisto o que decerto ora reforma
Enfrenta o que se visse há tantos anos,

E sei dos meus caminhos, rudes anos,
E possa caminhar quando transforma
A vida no final em vã reforma
Somasse com terror os tantos danos
E sei que na verdade meus enganos
No fundo têm da vida a tosca forma,

E o quanto que se forma em poucos anos,
Gerando mais enganos, nos transforma,
E após diversos danos, a reforma...

MARCOS LOURES

MERAMENTE


Não mais que meramente a vida salga
Os olhos de quem ama e não percebe
A louca sensação que nos induz
Ao ter e mesmo ao crer noutra esperança
No verso sem sentido o quanto lança
A voz em rude frase nada dita,

A luta se transforma em rude dita,
O mundo sem sentido enquanto salga
Esta alma que pudera e já se lança
Nos ermos que meu peito em vão percebe
E tanto quanto houvera em esperança
O passo sem limites nos induz.

E quanto mais a vida agora induz
Ao todo que pudera e toma a dita
Matando o quanto reste em esperança
E nisto a solidão lagrima e salga
E o tanto que se quer não se percebe
E a voz neste vazio a vida lança.

O tempo traduzisse além da lança
O sonho que deveras nos induz
E trama o quanto queira e não percebe
O todo que transforma a nossa dita
Em farsa que deveras quando salga
Expressa alguma ausência de esperança,

Vivesse tão somente esta esperança
E nela o meu olhar deveras lança
Ainda quando o tempo vem e salga
E nisto outro caminho nos induz
Vencendo sem saber a sorte dita
O quanto uma alma frágil não percebe,

E sei da solidão que se percebe
Nas tramas de uma sórdida esperança
E nisto o quanto a vida já nos dita
E sempre no vazio ora se lança
Ao mesmo tempo, influi, ataca induz
E tanto quanto fere, nega e salga,

O sonho que se salga não percebe
O quando o não induz esta esperança
E traça enquanto lança ao nada a dita.


MARCOS LOURES

TER NO OLHAR


Já nada poderia ter no olhar
Senão este horizonte que inda tento
Vencendo o meu anseio costumeiro
E crendo na esperança que viria
Resumo o meu caminho no não ter
E quanto mais procuro, eu mais me perco.

Meu mundo quando o sonho agora perco
Expressa na verdade o triste olhar
De quem pudesse mesmo ter
Ou quanto deveria estar e tento
Ainda que não veja o que viria
O sonho se fizera costumeiro,

O passo neste rumo costumeiro,
O canto sem sentido e se ora perco
O tempo na verdade não viria
E o todo se perdendo em rude olhar
Neste horizonte além do quanto tento
Embora reconheça nada ter,

O tanto quanto possa mesmo ter
Expressa uma emoção que o costumeiro
Anseio se mostrara quando o tento
E nisto com certeza o que ora perco
Expressaria apenas num olhar
O todo que decerto inda viria,

O mundo se anuncia e assim viria
Tramando o quanto possa mesmo ter
E nisto uma expressão clara no olhar
Gerasse o sonho raro e costumeiro
No tempo que deveras tanto perco
Que possa me trazer o que ora tento,

E sei do quanto possa e mesmo tento,
E sinto na verdade não viria
E nisto quanto mais tente me perco,
E bebo desta essência do não ter
Ainda quando o sonho costumeiro
Redunda no vazio deste olhar,

O quanto a cada olhar decerto eu tento
Um passo costumeiro onde viria
O todo que ao não ter, enfim me perco.


MARCOS LOURES

VÓRTICES


Meu mundo se perdendo nestes vórtices
A vida se tentara em novo vértice
E o quanto se mostrara sem valia
Expressa o tempo rude que inda trazes
Marcando com teus passos mais fugazes
O tanto que deveras poderia.

E o todo na verdade poderia
Ousar além dos ledos tantos vórtices
E sei dos meus caminhos tão fugazes
E neles procurando o vago vértice
Ainda que deveras o que trazes
Traduza no final leda valia,

O tanto que se queira e não valia
Nem mesmo o velho sonho poderia
Tramar o quanto tentas e me trazes
Vagando sobre mares entre vórtices
Gerados pelo medo neste vértice
Ditando dias rudes e fugazes,

Ainda quando sejam mais fugazes
Os passos que tentasse com valia
Ainda noutro tempo longe ao vértice
No quanto com certeza poderia
A vida anunciando enfim os vórtices
Que tanto me maltratas quando os trazes,

E sinto que deveras nada trazes
Senão momentos rudes ou fugazes
E nisto o que pudesse em plenos vórtices
Gerar o quanto resta sem valia
E tanto que ora sonhe eu poderia
Vencer ao atingir do amor o vértice,

E sei que na verdade deste vértice
Tentasse desvendar o quanto trazes
E nada na verdade eu poderia
Além dos meus anseios mais fugazes
Gerando o quanto reste e em tal valia
Beber sem mais temor diversos vórtices

E sei nestes vórtices, meu vértice,
E nisto o que valia não me trazes
Apenas vãos fugazes; poderia...


MARCOS LOURES

EMBOLORADO


Meu verso embolorado diz apenas
Do quanto noutro tempo fosse sonho
E o tempo sem sentido nem proveito
Apresentando as garras imorais,
O tempo se anuncia com temor
E o vento me levasse para além,

O quanto se desenha desde além
E trama noutro fato o ser apenas
E nisto o que se faça sem temor
Encontraria apenas o que sonho,
Vagando sem saber dos imorais
Momentos entre as tramas sem proveito,

O tanto que se veja em tal proveito
O canto que se mostre mesmo além
Do fato entre cenários imorais
Gerando o quanto possa ou mesmo apenas
Marcasse cada passo quando sonho,
E nisto se moldasse sem temor,

O canto que se expande, o vão temor,
O mundo noutro tom mero proveito,
E o tempo que pudesse a cada sonho
Tramar ou desejar o tanto além
E nisto se mostrasse sempre apenas
Os ritos tão diversos e imorais,

Misérias são deveras imorais
E delas o que vejo diz temor
E nada tão somente quando apenas
O fato se mostrara em tal proveito
E quando se anuncia muito além
Do todo que sem nexo algum eu sonho.

O passo dita o rumo deste sonho,
E sigo sem sentir os imorais
Anseios do que possa e mesmo além
Marcasse cada dia com temor
E nisto o quanto resta sem proveito
Ditasse o que se veja agora, e apenas,

O tanto quanto apenas dita o sonho
Ousando num proveito, os imorais,
Vivendo este temor e muito além.


MARCOS LOURES

A CADA INSTANTE


Num canto se perdendo a cada instante
O verso não traria mais a luz
E o peso de um passado sobre as costas
A vida não me desse algum descanso
E sinto que em verdade o que ora alcanço
Expressa a solidão de cada frase.

E quando se permite nova frase
Que possa me tocar num novo instante
O todo que deveras sei e alcanço
Já não mais refletira a minha luz
E sei do quanto possa em vão descanso
E a vida ora açoitando minhas costas,

Adentro o litoral e em suas costas
O barco renegando cada frase
Deixara para trás algum descanso
E nisto o que se veja num instante
Permite muito além da frágil luz
Que possa traduzir o quanto alcanço,

O sonho na verdade não alcanço
Sentindo o corte fundo em ledas costas
O tanto se fizera contra a luz
Que possa sonegar em farsas, frase,
Matando uma esperança num instante
E o todo sem saber qualquer descanso,

O tanto que pudesse sem descanso
E o mundo quando em nada agora alcanço
Traduz a sensação de um mero instante
E nisto sobrecarga sobre as costas
Tramando o que pudesse noutra frase
Sorvendo a imensa fonte feita em luz,

E o tempo se desenha em tanta luz
Que o mundo se permite sem descanso,
E nisto se anuncia a cada frase
O todo que deveras hoje alcanço,
E sinto latejar em cortes, costas,
Negando uma esperança a cada instante,

O tanto num instante nega a luz
E sobre as minhas costas sem descanso,
Amor que ainda alcanço? Mera frase...

MARCOS LOURES

MEU PASSO


Meu passo sem sentido contra o vento
O verso se anuncia mais audaz
E tanto quanto pude ser bem mais
Que um dia imaginasse em vão anseio,
Procuro pelo menos lenitivos
E nada do que encontro satisfaz

A vida na verdade satisfaz
O todo se expressando em ledo vento
E o quanto fossem meros lenitivos
Encontram coração bem mais audaz
E vejo na medida em que eu anseio
Os sonhos que não tive nunca mais,

E o prazo se desenha muito mais
E tanto se quisera e satisfaz
O todo que em verdade sempre anseio
Lutando contra a fúria deste vento
Ainda quando fora mais audaz
Embora sejam frágeis lenitivos,

Buscasse pelo menos lenitivos
Depois do quanto a sorte quis bem mais
E nada do que possa ser audaz
Ainda quando muito satisfaz
Espalha esta emoção, percorre o vento,
E gera no final um leve anseio,

E tanto quanto busque e mesmo anseio
Ousando mais que meros lenitivos
Marcando o coração exposto ao vento
E nisto o que se possa muito mais
Encontra o que em verdade satisfaz
O passo com certeza tanto audaz,

E sei do quanto possa mais audaz
Viver o que deveras tanto anseio,
E nisto este cenário satisfaz
Tramando muito além de lenitivos
E quando se pensara muito mais
O sonho se espalhara em manso vento,

Tocado pelo vento, sempre audaz,
O quanto quero mais e mesmo anseio,
Viver em lenitivos; satisfaz?

MARCOS LOURES

NÃO QUERO QUE SE FAÇA


Não quero que se faça com as mãos
O quanto o coração não mais sustente
E sigo este caminho impertinente
Vagando pelos ermos dias vãos,
E nada do que possa ou mesmo tente
Enfrenta com ternura áridos chãos,

E sei dos mais diversos duros chãos,
E quando neles entranho minhas mãos
Ainda que deveras sonhos tente
O todo na verdade não sustente
O prazo entre caminhos rudes, vãos,
Traçando o quanto eu fora impertinente,

E sendo de tal forma impertinente,
Encontro estas sementes, vários chãos,
E neles os anseios morrem vãos
E tanto poderiam nossas mãos
Tramarem o que a vida ora sustente
E mesmo noutro instante busque, tente,

A vida que pudera e não se tente
Encontra este caminho impertinente
Enquanto a fantasia me sustente
E sigo cada passo em ledos chãos
Tentando vasculhar com minhas mãos
O sonho que deveras dite os vãos.

O tempo se anuncia em tantos vãos
Momentos onde a sorte ainda tente
Vencer ao calejar as frágeis mãos
E nisto outro cenário impertinente
Transforma num instante rudes chãos
E tracem o que tanto me sustente,

A vida na verdade mal sustente
Os olhos no horizonte, toscos, vãos,
E quando percebesse nestes chãos
O tanto que pudera e mesmo tente
Ainda quando seja impertinente
Tramar o quanto possam nossas mãos,

A vida traz em mãos o que sustente
E sendo impertinente, sei dos vãos,
Cultivo; ao menos tente nestes chãos,


MARCOS LOURES

O TEMPO SEM SENTIDO



O tempo sem sentido dita o quanto
Das sortes se fizera mais audaz
E o vento demonstrando uma saída
Que possa nos trazer outro cenário
Felicidade exposta em galerias
Aonde o tempo traça uma ilusão,

Ainda quando sinta esta ilusão,
E tente deslindar o como e o quanto
Cerzisse na esperança em galerias
Os olhos procurando o sonho audaz
Que tanto poderia em tal cenário
Ao menos vislumbrar uma saída,

A luta se desenha e sem saída
O passo se permite em ilusão,
E tanto quanto veja este cenário
Expressa o meu amor e nele quanto
Dos sonhos na verdade traz o audaz
Momento entre dispersas galerias,

E quando me aprofundo em galerias
Vislumbro no final uma saída
Que possa me trazer um dia audaz
E nisto o que se faça em ilusão
Expresse na verdade o tanto quanto
A vida se tramasse em tal cenário,

E quando se anuncia num cenário
Diverso o que se possa em galerias
Tramar o mundo ao menos quando e quanto
Gerasse no final qualquer saída
E tanto quanto possa uma ilusão
Trazer este momento mais audaz,

O verso que pudera ser audaz,
O mundo se desenha em tal cenário
E o canto proferido em ilusão
Atravessando tantas galerias
Ainda se imagina na saída
Ousando na verdade crer no quanto.

E sei que tanto quanto fosse audaz,
O tempo na saída, outro cenário,
Tramasse as galerias da ilusão...


MARCOS LOURES

O MANTO DA SAUDADE



O manto mais atroz de uma saudade
Do quanto nunca tive nem terei,
O verso se mostrando em rude lei
E as tramas do que possa e nos invade,
O vento traduzindo a liberdade,
Agora noutra face o desenhei,

E sei do que deveras desenhei
Tentando muito além de uma saudade
Matando o quanto houvera em liberdade
E nisto nenhum sonho mais terei
Sequer o que na paz ainda invade
Ou mesmo o que traduza a velha lei,

Ousasse no enfrentar espúria lei
Vagar entre o que tanto desenhei
E sei da sensação que agora invade
Marcando com ternura esta saudade
Do quanto não mais tive e nem terei
E nela a mais completa liberdade,

O tanto inda tocasse a liberdade
Distante do que possa em leda lei
E neste caminhar nada terei
E sinto o que deveras desenhei
Moldando no final esta saudade
Que tanto quanto possa em luz, invade,

O mundo se prepara e já me invade
O gosto da mais pura liberdade
E deixa simples marca da saudade
Que tanto reproduza a norma, a lei,
E nisto o que deveras desenhei,
E sinto que jamais enfim terei,

O tanto quanto pude e além terei,
No passo que macio tanto invade,
E bebo o quanto possa e desenhei
Tocando em maciez a liberdade
Que possa ser dos sonhos, clara lei,
E deixe pelo menos a saudade,

Nas mãos de uma saudade, enfim terei,
O quanto em rara lei, o tempo invade,
E sei que a liberdade, eu desenhei...

MARCOS LOURES

NEM QUERO OUTRO MOMENTO



Não pude e nem quero outro momento
Nas tramas onde teço o meu futuro
O verso se mostrando mais gentil
Encontra a solução que procurava
E bebo desta noite fabulosa
Envolto na diversa maravilha,

E quando se percebe a maravilha
Da vida que se trame num momento
E disso a sorte volve fabulosa
Reinando sobre todo o meu futuro,
Um sonho? Mas além eu procurava,
Ao menos um sorriso mais gentil.

O verso que pudera ser gentil,
O canto que espalhasse a maravilha
E nisto novo rumo procurava
A sorte desenhada em tal momento,
E quando se anuncia algum futuro
A noite se desenha fabulosa,

A luta mesmo quando fabulosa
Traduz o mais diverso ser gentil
Tramando o quanto possa no futuro
Vivendo a mais sobeja maravilha
Que possa traduzir num só momento
O todo que deveras procurava,

E sei que a cada instante eu procurava
O mundo senda imensa e fabulosa,
Ainda que faltasse num momento
O quanto poderia ser gentil,
E nisto a luta traça a maravilha
Do quanto se desenha no futuro,

E tendo em meu caminho este futuro
Que possa traduzir e procurava
O quanto fosse em clara maravilha,
Regendo a mesma via fabulosa
Que tanto se desenha mais gentil
Na eternidade imensa de um momento,

Ousasse num momento o meu futuro,
E o verso que gentil eu procurava,
Marcasse a fabulosa maravilha...

MARCOS LOURES

NEM UM VERSO


Já não me caberia nem um verso
Falando da vontade que se expresse
Nas rotas do que possa a fantasia
E nada mais se vendo ou desenhando,
O manto mais diverso que recobre
Deixando ora em frangalhos a esperança.

Meu mundo não teria na esperança
Sequer o que pudera e mesmo verso
Ainda que deveras se recobre
O tanto que decerto em paz expresse
O mundo sem sentido desenhando
O quanto se anuncia a fantasia,

O tanto que meu mundo fantasia
E gera no presente uma esperança
Que possa traduzir já desenhando
O tanto que o desejo agora verso
E nisto o amanhecer decerto expresse
O todo que pudera e me recobre,

A manta quando o tempo me recobre
E trace este momento em fantasia
O prazo que deveras nada expresse
Senão a farsa feita em esperança
Matando o que gerasse noutro verso
E nisto o meu momento desenhando,

O todo noutro tom vou desenhando,
E sigo sem saber o que recobre
A luta sem sentido a cada verso
E o todo que gerasse a fantasia
De quem se anunciando em esperança
Marcasse com ternura o que ora expresse

E tanto que deveras mais me expresse
Nas ânsias de quem segue desenhando
O prazo sem sentido na esperança
Que tanto quanto fere nos recobre
E gera o que pudesse e fantasia
O mundo sobre o qual deveras verso,

E quando neste verso ainda expresse
O todo em fantasia desenhando
O quanto se recobre em esperança.

MARCOS LOURES

NESTES ERMOS


Não mais me esconderia nestes ermos
E nesta solidão que ora alimento,
O vento ronda o sonho e me transtorna,
Um nome se distando me domina
E a voz de quem partira há tanto tempo
Invade e já domina inteiro o quarto,

Cenários que traduzem o meu quarto
Meu passo se perdendo entre estes ermos,
E possa desenhar além do tempo
Esta esperança rude que alimento
E marque o quando possa e não domina
O tempo que deveras me transtorna,

O todo sem sentido ora transtorna
O velho caminhante em rude quarto
E quando esta loucura me domina
Os sonhos se perdendo seguem ermos
Ermidas do passado um alimento
Que traça uma razão além do tempo,

E vejo o quanto perca a cada tempo
Enquanto o dia a dia me transtorna
E nisto tão somente me alimento
Do quanto poderia neste quarto
Vagar entre ilusões e sei dos ermos
Anseios deste nada que domina,

E tanto quanto possa e me domina
A vida sem saber sequer do tempo
Que possa traduzir em passos ermos
O tanto que vigora e me transtorna
E sei do que pudera neste quarto
Grassando sobre o sonho que alimento,

Amor se resumindo em alimento
Que esta alma sem sentido algum domina,
E gera o que pudesse neste quarto,
Envolto tão somente pelo tempo,
Que tanto quanto toca me transtorna
E gera além dos dias ledos e ermos,

Meu mundo que entre os ermos alimento
Do sonho que transtorna e me domina,
Invade a cada tempo o velho quarto...


MARCOS LOURES

NÃO TERIA MAIS SENTIDO 470


Meu mundo não teria mais sentido
Não fosse acreditar numa ilusão
Vestida como fosse rara festa
Que o tempo preparara de surpresa
A vida noutro tom gerando a presa
O medo no final, meu companheiro,

E quando se procura um companheiro
O tempo se resume e sem sentido
O tanto que pudera ser a presa
Gerasse tão somente esta ilusão
Que possa nos trazer, mas sem surpresa,
O fim que imaginasse falsa festa,

O tanto se desenha em rude festa
E o prazo em derrocada, companheiro,
Tramasse o quanto tenho e sem sentido
Ainda carregando esta ilusão
Que possa me trazer qualquer surpresa
Na luta que me faça mera presa.

O mundo se anuncia e em cada presa
No canto se desenha o quanto em festa
A vida na verdade, uma ilusão,
Atravessando o nada companheiro,
Expressa o que pudesse sem sentido
Viver o quanto resta de surpresa,

A luta se desenha sem surpresa
E o medo na verdade traça a presa
Do todo que traduza algum sentido,
E mostre no final a rude festa
Que possa desdenhar o companheiro
Gerando tão somente uma ilusão,

E sei do quanto reste em ilusão
Vencendo o dia a dia em tal surpresa
E nisto o que pudera companheiro,
Expressa a solidão e traz a presa
Na face mais sutil da rude festa
Que trame o quanto possa ser sentido,

O quanto faz sentido uma ilusão
O mundo traz em festa a vã surpresa,
E dela uma alma presa, companheiro...

MARCOS LOURES

NÃO PUDE



Não pude e nem tivera qualquer chance
De crer numa ilusão que nunca siga
A sorte desejável mais amiga
E o passo que deveras nada alcance,
O mundo se apresenta num nuance
Enquanto a solidão me desabriga,

O tanto quanto a vida desabriga
E gera no vazio a rude chance
Que possa me trazer algum nuance
Que quando se moldara além já siga
E o verso num momento em paz alcance
A sorte desejada e tão amiga,

Ainda que se veja o quão amiga
E mesmo quando a sorte desabriga
E nova caminhada agora alcance
Trazendo na esperança a rara chance
Do quanto a cada passo em paz se siga
Deixando no passado este nuance,

O tanto que se visse num nuance
Encontra a solidária voz amiga
E mesmo que outro rumo a vida siga
O tanto quanto afete e desabriga
Gerasse na verdade nova chance
E nisto o que pudera já se alcance

Enquanto o que vislumbre neste alcance
Encontra na verdade este nuance
E tanto quanto possa noutra chance
A vida se prossegue mais amiga
E gera o que pudera e desabriga
Marcando este caminho e nada siga,

O tanto quanto possa e sei que siga
Expressa o que em verdade não alcance
Encontro a solidão que desabriga
E tanto se mostrara num nuance
Aonde se demonstre mais amiga
A sorte que desenha nova chance

Buscando alguma chance ainda siga
Na face mais amiga que se alcance
O todo num nuance, desabriga.

MARCOS LOURES

SOMAR


Somar é ter nas mãos o quanto possa
Vencer os meus anseios costumeiros
E quando se imagina novos dias
A luta se transforma e já destroça
Apenas demonstrando na calada
O tempo sem sentido, o mesmo nada.

E quando se desenha a farsa e em nada
A dor que se permite e mesmo possa
Trazer esta expressão rude a calada
Ousar além dos dias costumeiros
Traçar cada palavra que destroça
Matando uma esperança: mansos dias

Sabendo o sortilégio destes dias
Que o tempo resumira em quase nada
O tanto que este mundo ora destroça
E tenta muito além do quanto possa
Vencer os desafetos costumeiros
Deixando uma esperança ora calada,

Uma alma sem sentido e já calada
Expressaria o quanto em duros dias
Marcasse com temores costumeiros
A sombra tantas vezes quando em nada
Traduz o que deveras tente e possa
Tramar o que decerto nos destroça,

O tanto quanto veja e se destroça
E nisto outra verdade onde calada
A voz de quem se mostre quando possa
Vestir esta ilusão em rudes dias
E todo o caminhar ao dar em nada
Moldasse desafetos costumeiros,

Os erros tantas vezes costumeiros
O quanto em descaminho se destroça
A luta na verdade dita o nada
E sei do quanto a vida já calada
Enfrenta com certeza novos dias,
E neles tão somente o que não possa,

E sei do quanto possa em costumeiros
Anseios que esperança ora destroça
E sigo na calada ousando em nada.

MARCOS LOURES

SOMANDO ESTES CADÁVERES


Somando estes cadáveres que trago
Na vida sem sentido em dor e mágoa
O tempo se anuncia mais brumoso
E o vento não dissipa tempestades,
Adentro entre paredes, velhas ruínas,
O canto sem sentido ora se cala,

A vida quando o tempo teima e cala
O sonho que em verdade trama um trago
Que possa suplantar da alma ruínas
E crer que na verdade a velha mágoa
Embora se transforme em tempestades
Não deixe o tempo assim, sempre brumoso,

O quanto poderia ao ser brumoso
Marcar com tom feroz o que se cala
E crer apascentar as tempestades
Enquanto este vazio na alma eu trago,
E bebo pouco a pouco toda a mágoa
De um tempo feito em guerras e ruínas,

O tanto que se veja onde há ruínas
E o passo contra o muito que brumoso
Gerasse no vazio tanta mágoa
E nisto o que deveras não se cala
Expressa o quanto tento e agora trago
Vestindo as mais diversas tempestades,

E nestas dolorosas tempestades
Andando sem destino em tempestades
O quanto se produz em tais ruínas
Escombros de minha alma em tom brumoso
E sendo tanto omissa ora se cala
E ainda se expressasse em rude mágoa!

O verso traduzindo o quanto em mágoa
Pudesse caminhar em tempestades
Tramando o quanto vejo e a voz se cala
Deixando uma esperança em vãs ruínas
E o tempo que se faça mais brumoso,
Enquanto algum sorriso falso eu trago,

Nas mãos agora trago apenas mágoa
E sei quanto brumoso em tempestades
Ao ver tantas ruínas, a alma cala...

MARCOS LOURES

SOMENTE O VERSO


Restando ao sonhador somente o verso
Que possa traduzir o que buscara,
A vida se transcorre em cada escara
E o tempo noutro rumo mais diverso,
Ousando acreditar no que disperso,
A sorte sem limites nada amara,

O fonte da esperança tanto amara
E o prazo determina o quanto verso
Lutando pela sorte que disperso
E nisto outro cenário em paz buscara
E sei do meu anseio mais diverso
Ainda que eclodisse numa escara,

Tramando a cada ausência nova escara
O todo se mostrara e quando amara
A via se perdera em tom diverso
Gerando com angústia último verso
De quem uma esperança vã buscara
E sabe do cenário mais disperso,

O tanto que se mostre ora disperso
Aumenta a cada dia a velha escara
E o tempo sem sentido quando verso
Expressa o que pudera e mesmo amara
Ainda que se veja ali um verso
O sonho da verdade é tão diverso,

O passo sobre o qual tento diverso
Caminho que me leve onde o disperso
Tramando com ternura o quanto verso
Ousando acreditar que a velha escara
Pudesse na verdade enquanto amara
Traçar este caminho que eu buscara,

O todo que deveras eu buscara
No tempo sem sentido e mais diverso
Ainda que em sonho o amor; amara,
Seguindo o quanto possa e até disperso
Marcando com ternura cada escara
Que possa traduzir o rude verso,

E sei do quanto o verso se buscara,
Na noite sem escara onde é diverso
O mundo que disperso e tanto amara.


MARCOS LOURES

O QUE PERDI


Jamais se imaginara o que perdi
Envolto pelas brumas da esperança
E quando no final o nada trama
O medo de quem busca alguma paz
O tempo se anuncia em tempestade
E o verso sem sentido a vida traz,

O pouco que inda resta e não se traz
Resume o quanto aquém eu já perdi,
E sigo a cada passo a tempestade
Matando em nascedouro uma esperança
Que possa traduzir a mera paz
E o vento se perdendo em rude trama,

O verso se envereda e quando trama
Alguma luz deveras nada traz
Somente o que restara desta paz
Que há tanto na verdade eu já perdi
E sinto algum alento da esperança
E bebo sem limites, tempestade.

O tanto se desenha em tempestade,
O corte se expressasse noutra trama,
O mundo restaurasse uma esperança
Que nada poderia e não se traz
Vagando entre os caminhos que perdi,
Deixando sem sentido a minha paz,

Ousando acreditar no quanto em paz
Enfrentaria a rude tempestade
E o tempo que deveras já perdi
Vestígios de uma vida em rude trama
Expressa o que em verdade não mais traz
Senão estes resquícios da esperança,

A luta se desenha em esperança
E o corte deixa atrás a velha paz
E nada do que possa a vida traz
Marcando com terror esta esperança
Que tanto quanto quero em nova trama
Embora com certeza; eu já perdi,

O mundo que perdi, sem esperança,
O tempo não mais trama qualquer paz,
Somente tempestade o mundo traz...

MARCOS LOURES