quinta-feira, 25 de junho de 2015




Às vezes me perdendo na saudade
Busquei ao fim do dia estar liberto,
Perdido já nem sei tranqüilidade,
Meu mundo desabou e foi bem perto.
Agora que conheço esta verdade
Não quero mais saber de amor deserto.

Deixando o que encontrei; puro deserto,
Não tenho nem resquícios de saudade,
Eu quero desfrutar de uma verdade
Que possa transformar preso em liberto.
Sentindo outro perfume estou bem perto
De ter o que mais quis: tranqüilidade.

Não posso desejar tranqüilidade
A quem semeia ventos no deserto,
Por isso minha amiga; estou por perto
Embora não mais tenha uma saudade,
Eu sinto o coração bater liberto
Usufruindo o sonho da verdade.

Bebendo em mansa fonte tal verdade
Eu vejo renascer tranqüilidade
E nisso vou seguindo mais liberto,
Tempestade caindo no deserto
Não deixa mais nem traços da saudade
Sabendo que o futuro anda por perto.

Longínquas esperanças vão bem perto,
E nisso desfrutando da verdade
Deixando uma tristeza na saudade
Mergulho em claro mar: tranqüilidade
Arando o que já fora tão deserto
Trazendo o peito aberto e mais liberto.

O canto em alegria, enfim liberto
E quem quiser que esteja sempre perto
Prometo que não fujo nem deserto,
Eu quero amor que seja de verdade
Podendo bendizer tranqüilidade,
Do velho não restou nem a saudade.

Não tendo mais saudade vou liberto,
Total tranqüilidade aqui por perto,
Deságuo uma verdade em teu deserto.

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48




O amor que canto em versos, sem descanso,
Moldura em que minha alma se encontrou,
Vestido de esperança sempre avanço,
Buscando aonde estrela mergulhou
O coração feliz, batendo manso,
Já sabe o que procuro, aonde vou;

Encontro uma alegria e sempre vou
Jamais necessitando de descanso
Meu passo se tornando bem mais manso
Portando o sonho raro que encontrou.
Olhar que dentro em ti já mergulhou
Permite que se louve cada avanço.

Imerso neste sonho, amor, avanço
Sabendo o que mais quero, cedo vou
No abraço mais perfeito mergulhou
Buscando tão somente algum descanso
A paz que procurava se encontrou
Encantos que me fazem bem mais manso.

O mundo que tentara ser mais manso
Na luz que assim me toca enquanto avanço
Certeza sem tormentas encontrou
Sentindo o teu carinho logo eu vou
Os olhos nos teus olhos eu descanso
O amor que em plena paz já mergulhou.

A vida sem temores mergulhou
Em lago mais sereno e sei tão manso,
Lugar quase perfeito pro descanso
Do coração guerreiro em que eu avanço
Sabendo o que mais quero agora eu vou
Seguindo o que o amor puro encontrou.


O rumo entre as estrelas encontrou
No mar de amor imenso mergulhou
Mostrando o claro azul por onde vou
Trazendo o coração agora manso,
Sem medo e sem tristezas eu avanço
No cais do amor intenso, o meu descanso.

Quem teve o seu descanso e se encontrou
Em cada novo avanço mergulhou
Já sabe o rumo manso aonde eu vou...


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49


Já não comportaria o quanto sinto
Nem mesmo outro caminho em volta à luz
Recebo cada sonho como fosse
Apenas um momento e nada mais,
Vencendo o que se fez em alegria
Vertendo este cenário em rara paz.

O quanto se procura ter em paz
Expressa na verdade o que ora sinto
E sei deste cenário em alegria
E tento imaginar a imensa luz
E sinto neste instante um pouco mais
Além do que pensara ou mesmo fosse.

Aonde quer que o tempo sempre fosse
Regido pela imensa e clara paz
O tanto se aproxima e sei do mais
E neste caminhar a sorte eu sinto,
E bebo este clarão, superna luz
Traçando a minha dita em alegria,

O mundo se desenha em alegria
E dita esta emoção e como fosse
Um raio gigantesco em forte luz
Trazendo ao meu olhar a rara paz
E tanto que pudera ainda sinto
E tento na verdade muito mais,

Ainda quando quero e sei do mais
A vida não renega esta alegria,
E toda esta razão trama o que sinto
Gerando com brandura o quanto fosse
Cerzindo este infinito em rara paz
Significando enfim a bela luz.

Cercando com ardor, buscando a luz
Querendo com certeza muito mais,
O quanto mais quisera dita a paz
E mostra este momento em alegria
E toda esta ilusão deveras fosse
Resumo do que tanto quero e sinto.

Eu sei o quanto sinto e em viva luz
Tecendo como fosse um pouco a mais
Recebo da alegria a vida em paz.
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50



Não quero acreditar num fim de caso
A vida traz diverso caminhar
Das lamas, tramas, chamas, fúria e medo
Enredos entre quedas, sonho e caos,
Ainda que pudesse ter no olhar
Um dia mais sublime, não viria.

O quanto da esperança inda viria
E nisto se demonstra cada caso
Gerando o quanto traço em meu olhar
E dita o mais difícil caminhar
Até a própria sorte ter no caos
Apenas o retrato em dor e medo,

Meu canto se desdenha e sei do medo
E nele toda a audácia que viria
Traçando no final o imenso caos
Destarte o desejar tramando o caso
E nisto quanto possa caminhar
Trazendo amanhecer num raro olhar.

O tanto quanto pude em teu olhar
Traçasse tão somente o vago medo
E tento com firmeza caminhar
E sei que nada além inda viria
E neste procurar um velho caso
Supera o que pudesse aquém do caos.

Negando esta esperança, sei do caos
E busco a fantasia num olhar
E sei quanto tentara a cada caso
E neste delirar o imenso medo
Expressa o que deveras não viria
Nem mesmo se eu quisesse caminhar,

A vida num perpétuo caminhar
Levando ao fim de tudo em mero caos
Embora na verdade não viria
Trazendo o raro brilho a cada olhar
E sei do quanto possa além do medo
Talvez justificasse cada caso.

O mundo neste caso ao caminhar
Tramando em raro medo todo o caos
Tocando o meu olhar, nada viria.




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51


A vida traduzida em farta guerra
Não deixa que se veja uma esperança
E o quanto do passado ainda trama
Uma expressão além da que se mostre
Marcando com temor um rude tempo,
O canto em agonia se espalhando.

Meu mundo no vazio se espalhando
Expressa o teu olhar em dor e guerra
E nada mais supera o próprio tempo
Matando o que restara em esperança
E quando a realidade assim se mostre
O fim representando a leda trama.

O mundo se enredando nesta trama
E a fúria sem sentido ora espalhando
Apenas sofrimento a vida mostre
Gestando o que viria em dura guerra
Morrendo sem saber de uma esperança
Ousando se entregar ao louco tempo.

O canto sonegasse qualquer tempo,
E nisto outro caminho a sorte trama
Terror ditando o fim de uma esperança
E o medo pouco a pouco se espalhando
Qual fosse com certeza a velha guerra
Embora este perder a vida mostre.

E quantas vezes sei do quanto mostre
Trazendo este cenário noutro tempo
E vendo no final a dor e a guerra
Expressa na verdade a leda trama
Enquanto esta incerteza se espalhando
Matasse o quanto tenho em esperança.

A luta por talvez uma esperança
Enquanto na verdade o mundo mostre
Meu canto sem sentido se espalhando
Vencendo o que pudesse neste tempo
Ainda que moldasse o que se trama
Neste ar intempestivo em plena guerra.


Quem traz em si a guerra ou esperança
Mudando nesta trama o quanto mostre
Lutando contra o tempo e se espalhando.


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52


Ainda quando ouvisse o canto aquém
Do tanto quanto quis e não tivera
A senda mais diversa que se espera
Abrasa o que se tenta e não mais vem
Vencido pela sorte em tal desdém
Marcando o que pudesse e destempera

Enquanto o dia a dia destempera
Seguindo da esperança sempre aquém
O mundo se desenha em tal desdém
E toda a sensação que inda tivera
Ditando o que deveras já não vem
Negando o quanto esta alma quer e espera.

Ainda quando o vento a vida espera
E nisto cada passo destempera
Matando o que deveras já não vem
Dos dias mais felizes sigo aquém
E mesmo que alegria inda tivera
Deixando no passado este desdém.

O quanto a cada olhar diz do desdém
Enquanto outro caminho a gente espera
E toda a sensação que já tivera
E quando a realidade destempera
Do todo desenhado sigo aquém
E o mundo noutro rumo doma e vem.

Meu canto na verdade nunca vem
E sinto ultrapassar qualquer desdém
E mesmo que prossiga até aquém
Apenas outro passo a sorte espera
E quantas vezes tanto destempera
Bem mais do que pudesse ou já tivera.

O mundo na verdade não tivera
E quanto do passado chega e vem
Enquanto a fantasia destempera
Deixando a cada instante este desdém
E sinto a solução quando se espera
Ou mesmo se moldara sempre aquém.

E sei o quanto aquém nada eu tivera
A vida tanto espera e quando vem
Olhar que com desdém já destempera.


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53



Meu tempo noutro tempo dita a foz
E molda outro cenário e vez em quando
Soltando com firmeza a minha voz
O tanto quanto possa me informando
Do canto sendo o mundo atroz
O sonho noutro rumo desfiando,

Meu canto no vazio desfiando
Expressa o que pudesse em cada foz
E sei do dia a dia mais atroz
E nisto se adivinha como e quando
O todo na verdade me informando
Tentando num instante a firme voz.

Ainda sem saber da minha voz
O tanto quanto vejo desfiando
Meu dia mais gentil já se informando
Estende o meu caminho até a foz
E sinto o quanto pude desde quando
Meu mundo não se molde mais atroz.

A luta na verdade sei que atroz
Mantendo com certeza a minha voz
E neste desejar sabendo quando
Enquanto a cada verso desfiando
Expresso da emoção a rara foz
E o dia noutro passo me informando,

E quantas vezes tétrico informando
Deixando para trás um passo atroz
Encontro tão somente a velha foz
E nisto com certeza aumento a voz,
Talvez outro caminho desfiando
Ditame que se mostra sempre e quando.

A vida não trouxesse o sonho quando
Meu passo na verdade se informando
E o tanto quanto quero desfiando
Embora o mundo siga sendo atroz
Ouvindo do passado a leda voz
Encontro na esperança a minha foz.

Seguindo para a foz buscando quando
Ausenta a sorte, a voz nada informando
E um passo mais atroz já desfiando.

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54


Ainda trago o sonho de quem ama
Vencendo os desafios e percebe
A luta inusitada em rara trama
Trazendo em alegria a mansa sebe
E quanto na verdade sei da chama
Na qual a minha sorte ora se embebe

A vida em emoção rara se embebe
E dita esta expressão qual fosse uma ama
E quando novo encanto enfim nos chama
E o todo com firmeza; a paz percebe
Domina inteiramente a dura sebe
E um raro amanhecer a sorte trama.

O quanto se desenha nesta trama
E nesta fantasia o sonho embebe
Tornando mais sublime a velha sebe
E nisto se traduz o quanto se ama
Aos poucos novo rumo se percebe
Enquanto esta emoção em luz nos chama,

Amar e ter no olhar a rara chama
E o mundo se desenha a cada trama
Vibrando este momento, amor percebe
E sinto o que se vê quando se embebe
Na mais sublime luz o quanto se ama
Dourando com beleza a nobre sebe,

Meu rumo se aproxima em tua sebe
E nesse caminhar a sorte chama
E dita o que em verdade diz quem ama
Traçando com ternura a rara trama,
Num átimo meu canto em ti se embebe
E o raro amanhecer já se percebe.

Assim, neste momento o que percebe
Traduz a maravilha de uma sebe
E nela toda a glória em sonho embebe
E quando a noite em lua vem e chama
O céu que em rara prata dita a trama
Presume o que deveras quero e se ama.

Quem sabe o quanto se ama já percebe
E nesta bela trama traz a sebe
E nesta clara chama, em paz se embebe.


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55



Não quero outro momento nem tentasse
Vencer esta incerteza que nos ronda,
A luta se mostrando noutra face
A vida traduzindo no mar esta onda
E quanto mais o todo gera impasse
A sorte no final não corresponda.

E quando meu caminho corresponda
Ao todo que deveras já tentasse
Trazendo todo dia um novo impasse
Enquanto a lua faz a sua ronda
Deitando sobre a areia o mar em onda
A luta se desenha em clara face,

Ainda que pudesse nesta face
Viver o quanto cabe ou corresponda
Singrando a poesia como uma onda
E nisto outro cenário se tentasse
A vida noutro passo já me ronda
Deixando para trás qualquer impasse,

Incerto este caminho a cada impasse
Tocando especular, diversa face
Ousando mergulhar enquanto ronda
E ao todo desejado corresponda
Enquanto na verdade se tentasse
Além do quebra mar, nesta imensa onda.

A cena se repete e traz nova onda
Vencendo o que pudesse ser impasse
E mesmo quando a sorte se tentasse
No todo disfarçando a velha face
E sempre com certeza corresponda
Ao quanto se deseja e a vida ronda

A luta se desenha enquanto ronda
Marcando a sensação do quanto em onda
Ao nada meu caminho corresponda
E sei que venceria tal impasse
Mostrando sutilmente a mesma face
Ou nova se possível, ou tentasse

O quanto se tentasse e o tempo ronda
Trazendo nesta face o mar numa onda
Que nunca a vago impasse corresponda.


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56


Querendo algum momento em rara paz
Espero cada passo ou quanto vejo
E sei do que ditando este desejo
Mudasse outro momento mais audaz,
E quando em cada verso a vida traz
O todo mais sublime agora almejo,

O canto aonde o tempo além almejo
E dita o que pudera ser em paz
No tanto que teria o quanto traz
Viceja no horizonte amor que vejo
Trazendo noutro passo mais audaz
Ditando o que em verdade mais desejo,

Ainda quando o mundo mais desejo
E traça este futuro que ora almejo
Gestando outro caminho mais audaz
E nisto se aproxima a rara paz
E noutro caminhar tudo o que vejo
Enquanto este cenário a sorte traz,

A luta a cada dia já me traz
Moldando o quanto quero e mais desejo
Espero perceber o quanto vejo
E sei do grande amor enquanto almejo
Seguindo o meu caminho ainda em paz
Traçando o quanto pude ser audaz,

E quando se mostrasse mais audaz
O manto na verdade o tempo traz
Vivendo dentro em pouco a rara paz
E sinto quanto possa este desejo
Vestindo a noite aonde o quanto almejo
Transcende ao que decerto eu busco e vejo,

E sei o quanto quero e sei que vejo
Num passo mais suave e mesmo audaz
Trazendo a cada instante o quanto almejo,
A vida na verdade nada traz
E o manto desenhando o que desejo
Gestando este cenário em rara paz,

Momento vivo em paz aonde eu vejo
Traçando o que desejo sendo audaz
E nisto amor se traz e além almejo.


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57


Jamais se poderia acreditar
Nos ermos de quem tenta e não seguindo
O passo enquanto eu pude desenhar
Cenário sem igual, atroz e findo,
Gerando outro momento; outro lugar
Aos poucos noutro todo prosseguindo,

Ainda que pudesse prosseguindo
Vivendo aonde pude acreditar
Trazendo esta esperança e no lugar
Ousando sem temor e te seguindo
Aonde se mostrara agora findo
O mundo noutro rumo desenhar.

Somente poderia desenhar
E tento noutro passo prosseguindo
Embora cada luta; eu tento ou findo
Podendo neste tempo acreditar
E quando no final tento seguindo
Traçando na esperança o meu lugar.

Meu sonho se presume e em seu lugar
Ainda quando pude desenhar
E neste mesmo rumo vou seguindo
Lutando e de tal forma prosseguindo
Não posso e não queria acreditar
Enquanto o meu caminho; o vejo findo.

E quando este momento agora eu findo
Teimando e procurando algum lugar
E quanto mais ainda acreditar,
Além do que pudera desenhar
E neste mesmo passo prosseguindo
E cada novo dia além seguindo.

E sinto cada luz já me seguindo
Resumo o que pudera enquanto findo
O todo noutra face prosseguindo
Buscando com firmeza algum lugar
E quando se pudera desejar
Consigo na verdade acreditar,

Ainda acreditar e te seguindo
Do sonho; desenhar o que ora findo
Buscando este lugar já prosseguindo.

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58


Na ausência do que fora liberdade
Algemas entre sonhos domam passos
E quanto da esperança assim se evade
Deixando os meus caminhos mais escassos
Negando o que pudesse em claridade,
Os dias destroçando velhos traços.

E quantas vezes; tento em novos traços
O quanto ainda vejo em liberdade
Ousando percorrer em claridade
Marcando com ternura os ledos passos
E sei destes anseios mais escassos
E nisto uma esperança além evade,

O tanto sem destino agora evade
E sigo com firmeza velhos traços
E sei dos meus cenários onde escassos
Caminhos não trariam liberdade,
E dita o que se vendo em velhos passos
Negasse a mais suave claridade,

E quando a vida trama em claridade
O passo sem destino enfim evade
E mata o que pudera noutros passos
E deixa como rastros velhos traços
E tento conceber da liberdade
Meus dias entre sonhos mais escassos,

Ainda que pudessem ser escassos
Os dias sonegando claridade
Marcando com temor a liberdade
E quando na verdade o tempo evade
Deixando do passado velhos traços
E nisto sigo além dos duros passos.

Percebo no final os tantos passos
Embora meus momentos mais escassos
Não deixem nem sequer os meros traços
E nisto ainda tento em claridade
O quanto da alegria agora evade
E nega ao caminhante a liberdade.

A vida em liberdade teima em passos
Enquanto ora se evade, sei escassos
Momentos. Claridade deixa traços...

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59




Quantas vezes prazeres testemunha
Em noites que rolamos sobre si,
De tantas fantasias que vivi,
Os olhos que me viam não sabiam
Que todos os meus sonhos consistiam
Nos barcos dos desejos em que punha...

Aonde cada passo o sonho punha
Apenas do vazio; testemunha
E nisto meus anseios consistiam
E traz toda a emoção voltando a si
Enquanto os dias tantos não sabiam
Do quanto sem saber, pois eu vivi.

E cada novo tempo onde vivi
O sol que na verdade além se punha
E os dias com firmeza não sabiam
E amor a cada passo testemunha
Tramando o quanto traz e cai em si
E nisto passos claros consistiam,

E tanto quanto possa consistiam
Meus dias onde o sonho; em paz vivi
O tanto desenhando o quanto em si
E nisto cada passo onde se punha
E quando esta verdade testemunha
Caminhos que meus olhos não sabiam.

Os dias na verdade mal sabiam
Aos poucos noutros fatos consistiam
E o tempo traz assim a testemunha
E nisto esta esperança que vivi
Marcando o que decerto não mais punha
O mundo desabando sobre si,

E tanto quanto possa sei que em si
Os dias noutro rumo não sabiam
Do quanto a cada passo a vida punha
E nisto na verdade consistiam
Os dias mais audazes que vivi
E traçam o que olhar já testemunha,

A luta em testemunha traz pra si
Além do que eu vivi e mal sabiam
Amores consistiam onde me punha.


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60


Espero alguma luz mesmo se tendo
Apenas o não ser em referência
Hedônicos caminhos traçam metas
E nada se moldara além do tempo,
Contemplo com firmeza tais altares
Alhures nada resta senão sombras,

Dos passos mais antigos, meras sombras
O tanto quanto possa nada tendo
Buscando da ilusão raros altares
Amar o que pudera em referência
E nisto se trouxesse novo tempo
E dito do passado velhas metas,

As horas transtornando antigas metas
E sigo envolto em brumas, névoas, sombras
Vencendo o que pudesse noutro tempo
E sei do quanto vejo e mesmo tendo
Ousando neste todo em referência
Tentando transformar velhos altares.

Os dias seduzindo meus altares
E neles outros passos traçam metas
E quando na verdade a referência
Adentra este cenário feito em sombras
O manto que pudera nada tendo
Reveste em alegria o claro tempo,

Meu verso ultrapassando mesmo o tempo
Erige da esperança seus altares
A vida se moldando e sempre tendo
Além dos descaminhos outras metas
Rondando meus anseios, velhas sombras
E o tanto noutra face em referência,

E quantas vezes; tento em referência
A imensa solidão rondando o tempo
Trazendo do passado falsas sombras
E nisto desenhando meus altares
E sei que na verdade simples metas
Ditando o que decerto eu sigo tendo

A vida sempre tendo em referência
Além das velhas metas outro tempo
Bebendo dos altares, raras sombras.


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Já não suportaria a dura ausência
De quem se fez a deusa, a ninfa, a diva,
E o tanto quanto a sorte dita paz
E nisto outra palavra poderia
Vencer o que talvez mesmo pudesse
Gerar dentro do peito a liberdade,

Meu mundo se trazendo em liberdade
Das dores e temores tal ausência
Ainda que deveras não pudesse
Tramar esta esperança, rara diva
Assim o meu caminho eu poderia
Viver e ter certeza desta paz,

O todo desenhando em rara paz
Ousando muito além da liberdade
E nisto o quanto pude ou poderia
Ditame mais suave desta ausência
Na lua soberana, rara diva
O tanto quanto quis e mais pudesse,

Ainda que talvez nada pudesse
Sabendo da verdade em plena paz
E o quanto poderia a estrela, diva
Traçar como um cometa, a liberdade
E nisto se transforma em rara ausência
O tanto quanto quero ou poderia.

A luta na verdade poderia
E quando outro caminho já pudesse
Vencer a solidão em leda ausência
Trazendo o quanto resta em plena paz
Viver o todo ou mais em liberdade
Gestando a cada instante a bela diva,

Seguindo cada rastro desta diva
Meu sonho com firmeza poderia
Ditame de uma nobre liberdade,
E quantas vezes; tento o que pudesse
Vestir esta emoção em rara paz
Vencendo da emoção qualquer ausência,

A vida em numa ausência mata a diva
E quando já sem paz não poderia
Quem sabe ao fim pudesse; a liberdade?


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62


Não quero acreditar na fantasia
Que possa me trazer alguma luz
E quando no final pudesse ver
O mundo se desenha tão diverso
Ainda que pudesse ser além
Meu sonho se aproxima do teu rumo,

E quantas vezes tento e sempre rumo
E nesta solidão se fantasia
Seguindo cada dia mesmo além
E traz o que pudera nova luz
E sigo sem sentido ou já diverso
Tentando outro cenário agora ver

Meu tempo desenhando o que ora ver
No todo desenhando em raro rumo
Gerando outro caminho e sei diverso
A luta se aproxima em fantasia
E quanto mais pudera em rara luz
Sentindo este desejo sempre além,

O mundo se aproxima e sigo além
E quanto mais pudesse sempre ver
Vagando neste sonho em rara luz
E nisto sempre sigo e tento um rumo
Vestindo a mais suave fantasia
E sinto este momento mais diverso,

Ainda quando o mundo foi diverso
Cerzindo o que viera logo além
A luta se transforma em fantasia
Deixando outro caminho sempre ver
E nisto cada passo sempre rumo
E nisto o meu alento traça a luz,

Brilhando muito além a rara luz
E nela este momento mais diverso
Ditasse o quanto quero e sempre rumo,
Meu mundo se aproxima e sigo além
Do quanto eu poderia mesmo ver
Tocando dentro da alma a fantasia,


A sorte fantasia a rara luz
E nisto eu posso ver sempre disperso
Aonde eu possa ver o velho rumo.


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63


Já não suportaria a tua empáfia
Tampouco esta faceta mais atroz
De quem se pensa além e nega a sorte
Ainda que pudesse ser diverso,
Meu mundo desabara e mesmo assim,
Encontro nos escombros; liberdade.

A vida se transcorre em liberdade
E superando enfim qualquer empáfia
Traduz o que inda resta e mesmo assim
Ao menos não pudera ser atroz
Quem segue este caminho mais diverso
Deixando o pensamento à própria sorte.

O tanto quanto pude dita a sorte
E dela se adivinha a liberdade,
O tempo num ditame mais diverso
Supera o quanto houvera em tal empáfia
E quando a realidade fora atroz
O tempo se perdendo logo assim.

Seara desenhada e sei que assim
O quanto se anuncia em rara sorte
A vida poderia, sendo atroz
Ousar noutro caminho em liberdade,
E nisto cada passo dita empáfia
Num ato tão feroz e sei diverso.

Meu mundo que se fez bem mais diverso
Expressa o quanto trago e quando assim
A luta se desenha numa empáfia
Vagando no sabor da própria sorte
Tentando vislumbrar a liberdade,
Mas sei o quanto o mundo é vago e atroz.

Não quero o descaminho sendo atroz
Nem mesmo outro cenário mais diverso
Que negue a cada passo a liberdade,
E o todo desenhando sempre assim
Explode noutro rumo e mata a sorte
Deixando sem sentido a tua empáfia.

O quanto desta empáfia fora atroz
Meu rumo noutra sorte vai diverso
Tentando mesmo assim, a liberdade.

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64


Já não reclamaria desta dita
Por vezes tão feroz quanto dispersa,
E sei da solidão e até desejo
Momento em paz ou mesmo ensimesmado
Vagando pelas ruas do meu sonho
Avenidas de um tempo abandonado.

Meu canto num porão abandonado,
Palavra sem sentido sendo dita
E os ermos tão doridos do meu sonho
Enquanto a minha luta se dispersa
O sonho quando muito ensimesmado
Expressa a realidade em tal desejo.

E quantas vezes tento algum desejo
Embora siga só e abandonado
Por vezes quase mesmo ensimesmado
Tentando imaginar a velha dita
E a senda se desenha onde dispersa
Deixando no passado riscos, sonho.

E os ermos do caminho trama o sonho
Negando o quanto pôde este desejo
E quando a solidão teima e dispersa
Cenário sem certeza e abandonado
Encontra a luta feita em nova dita
E o tanto quanto eu quis, ensimesmado.

Olhando para trás e ensimesmado
Refém dos meus caminhos, ledo sonho
O todo sem sentido o nada dita
Trazendo o quanto possa e mais desejo
Num passo sem destino e abandonado
Na noite mais sublime e até dispersa.

Minha alma sem sentido enfim dispersa
E o tempo se desenha ensimesmado
Num antro pelo tempo abandonado,
Desfeito na verdade velho sonho
Aonde houvesse a sombra de um desejo
Já nada nem o tempo doma e dita.

A luta faz da dita o que dispersa
Tramando este desejo, ensimesmado
Matando cada sonho; abandonado...


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65


Apenas caberia te dizer
Dos tantos e diversos sentimentos
Que embora dominando cada fato
Esgotam por si só toda esperança,
A pérfida ilusão ditando o rumo
E o medo de seguir em tais borrascas.

E quando ao enfrentar estas borrascas
O tempo sem ter nada a nos dizer
Além deste vazio agora eu rumo
Expondo os mais diversos sentimentos
Ditando a cada passo uma esperança
E nisto o sentimento expressa o fato.

O rústico cenário, eu sei de fato
Embora costumeiras tais borrascas
Não matam o que traz em esperança
E sei do quanto possa te dizer
Dos passos quando vejo em sentimentos
O tanto quanto quero e além eu rumo.

O manto se desvenda em raro rumo
Ditando esta esperança em vero fato
Ousando nos meus vários sentimentos
Traçando o que pudera em tais borrascas
E nada mais pudera te dizer
Aonde ainda houvesse uma esperança,

A luta traduzisse esta esperança
E tendo em minhas mãos a rota e o rumo
O quanto eu poderia te dizer
Expressa a sensação de um velho fato
E na verdade sinto tais borrascas
Matando os mais antigos sentimentos,

A vida se desdenha em sentimentos
E posso no final noutra esperança
Vencer as mais diversas, vis borrascas
E quando para o etéreo mundo eu rumo,
Tramando o que pudera neste fato
Somente o que inda sinto te dizer.

Pudesse te dizer dos sentimentos
A cada novo fato ou esperança
Acerto ainda o rumo entre borrascas.
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66


Nos erros mais banais aprendo a vida
E sei do quanto possa e não tivera
Ousando na esperança mais sutil
Enquanto a vida expressa a solidão,
Meu canto sem sentido perde a estrada
E a vida se traduz em dor e medo.

Apenas neste olhar o tédio e o medo,
A tradução perfeita de uma vida
Perdida há tanto tempo nesta estrada
Embora qualquer sonho que eu tivera
Traçando a cada engodo a solidão
De forma mesmo atroz e mais sutil.

Um brilho num nuance tão sutil,
Cenário desenhado em raro medo
Expressa a mais dorida solidão
E nisto se apresenta a própria vida
Além do que em verdade eu mais tivera
Tornando sem sentido a velha estrada.

A luta se aproxima em cada estrada
E gera após a queda mais sutil
O quanto desejei e não tivera
Deixando como marca o imenso medo
E nisto se perdendo toda a vida
Moldando no final a solidão,

Cansado de lutar, em solidão
Seguindo da esperança a velha estrada
Encontro a cada curva desta vida
Um dia aonde pude ser sutil
Vencendo o quanto tenho em tanto medo
Embora tanta luz; jamais tivera.

E quando no final sonho eu tivera
Ao enfrentar a dura solidão
Cerzindo a cada passo imenso medo,
Trazendo dentro da alma a velha estrada
E sendo mais atroz, mesmo sutil,
Perdendo o que restara desta vida.

Assim a minha vida não tivera
Ainda que sutil em solidão
A rara e bela estrada além do medo.

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67



Jazigo da alegria, morte plena
As marcas do passado em tatuagem
O vento se traduz aonde eu pude
Vencer qualquer arroubo sem temores,
Sentindo o raro aroma da esperança
A luta não trouxera outro momento.

E quanto na verdade este momento
Expressa a solidão e a luta plena
Deixando adormecida uma esperança
O sonho como fosse tatuagem
Entranha e dissemina seus temores
Deixando para trás o quanto pude,

Ainda que talvez; enquanto pude
Tramar esta ilusão noutro momento
Os dias se entranhando em tais temores
A solidão deveras sendo plena
Encontra no meu passo a tatuagem
E nela adentro os ermos da esperança.

A trama sonegando esta esperança
Marcando muito aquém do quanto eu pude
Vestindo como fosse tatuagem
O tanto quanto quero e mesmo pude
Deixando a sensação atroz e plena
Vicejam com certeza meus temores.

Os ermos deste passo em tais temores
Não deixam menor sombra de esperança
E dizem da alegria rara e plena
E nela o que tentasse e sei que pude
Ousando na verdade outro momento
Traçando em cicatriz e tatuagem,

Além do que pudera em tatuagem
Vencer os meus caminhos e temores
Podendo acreditar noutro momento
Mergulho no que possa uma esperança
E sei da própria vida enquanto eu pude
Vestir a minha ausência enquanto plena.

A vida sendo plena, a tatuagem
Enquanto sei que pude em tais temores
Marcando esta esperança num momento.


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68


Expresso a solidão a cada verso
E tento novamente alguma luz
Reveses costumeiros dia a dia
Ainda quando trago em nostalgia
Lançando a minha voz ao vago espaço
Realço cada brilho em tom audaz.

Meu passo na verdade sendo audaz,
Expressa o quanto possa enquanto verso
E tendo em meu olhar o ledo espaço
Bebendo cada passo em rara luz
E nisto o meu momento em nostalgia
Trouxesse no final o raro dia,

Enquanto cada passo diz do dia
E nele se presume mais audaz
Encontro o que pudera em nostalgia
Tentando traduzir a cada verso
O quanto poderia haver em luz
E o tempo se perdendo noutro espaço.

A senda mais tranquila, vago espaço
Expressa o quanto pude em novo dia
Reflexo especular de rara luz
E sendo de tal forma mais audaz
Ainda trago vivo último verso
Vivendo desta frágil nostalgia.

Cultivo dentro da alma a nostalgia
E sigo procurando algum espaço
E neste caminhar enquanto eu verso
Tramando o que pudera noutro dia
Versando sobre um mundo mais audaz
Qual fora algum inseto em forte luz.

O tanto que pudera nesta luz
Deixando no passado a nostalgia
Mostrando este cenário mais audaz,
E quantas vezes tento neste espaço
A imensidão serena de algum dia
E neste caminhar além eu verso,

Vagando quando verso em clara luz
Meu mundo neste dia em nostalgia
Expressa novo espaço, mais audaz.


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69


Adentro o velho mar e sei do nada
Deixando para trás o quanto houvera
Da velha sensação audaz e fera
Tramando sem sentir a dura estrada,
E nela a solidão reinando após
Tocando com audácia o que há em nós.

Rompendo do passado laços, nós
A sorte traduzisse o mesmo nada
E quando a vida traça logo após
Ainda que decerto; a luta houvera
Desdenha-se o caminho e noutra estrada
Atocaiada vejo a dura fera.

E mesmo quando invade a noite, a fera
Expressa o que pudesse vivo em nós
Marcando com temor a velha estrada
E sei que após o tanto, resta o nada
E sinto muito além, mesmo que houvera
Tentando adivinhar o passo após,

A luta se aproxima e quando após
Esqueço a tempestade, dura e fera
Aos poucos cada engano que inda houvera
Vagando sem sentido dentro em nós
Desenha em realidade o mesmo nada
E cerzi do passado a rude estrada.

A lua iluminando a bela estrada
Já não comportaria o tanto após
E sei que no final não resta nada
Somente numa espreita a amarga fera
Trazendo no que possa para nós
Gerando o quanto quero e nunca houvera,

Arcando com o engano quando houvera
Depois de cada curva desta estrada
Tramando o que vencesse sempre em nós
E sei o quanto tento ver após
Marcando a solidão, imensa fera
Deixando amortalhado, o velho nada.

Aonde vejo o nada ou mesmo houvera
A solidão tão fera dita a estrada
E sei que logo após, aumenta os nós.


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70



Meu canto se perdendo sem sentido
Os erros contumazes, sonho e tédio
Apraza-me saber do que viria
E neste desenhar outra verdade
Ainda que se faça ou só permita
Imensa liberdade me anuncia.

Verdade é que deveras se anuncia
Tomando o quanto possa e já sentido
O medo se aproxima e não permita
Além do que pudera em tento tédio
Somando cada passo, na verdade
Apenas o não ser inda viria.

O canto que decerto além viria
Trazendo o que o futuro me anuncia
E nisto procurando uma verdade
E nela mergulhando este sentido
Aonde se esboçara apenas tédio
O mundo noutra face se permita,

E quando a realidade enfim permita
Traçar o que deveras não viria
Gerando após o medo a dor e o tédio
E nisto novo prazo se anuncia
Enquanto qualquer medo faz sentido
Rondando o quanto quero de verdade

Ainda prioriza esta verdade
Quem sabe e tantas vezes já permita
Marcando com temor o não sentido
E disto se desenha o que viria
E a noite num instante me anuncia
O fim do que se fez em dor e tédio.

Após o sentimento em tanto tédio
A marca mais audaz desta verdade
Enquanto na verdade se anuncia
Um novo caminhar já se permita
Aonde novo dia em paz viria
E ao fim desenha em paz algum sentido,

Jamais teve sentido o velho tédio
E quando não viria outra verdade
Enquanto se permita o que anuncia.


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71


Um dia tão bizarro e sem saída
Ainda que pudesse noutro rumo
O tanto quanto quero e assim resumo
Ousando com certeza o que se fez
Num passo sem sentido, em tal verdade
Marcando o que pudesse apenas medo,

O marco se decifra em tanto medo
E impede dos meus passos a saída
E quando noutro instante outra verdade
E para novo encanto tento e rumo
Enquanto na verdade o que se fez
Traduz de meu caminho este resumo,

Ainda que pudesse eu já resumo
Sabendo no final do imenso medo
E nisto cada instante a vida fez
Deixando para trás uma saída
E tanto quanto pude noutro rumo
Tramando muito mais que uma verdade.

A vida não pudesse na verdade
Tentar o quanto quero e até resumo,
E nisto quantas vezes tento e rumo
Marcando o meu caminho com tal medo
E vejo no final rara saída
Aonde o meu cenário o tempo fez.

A luta noutra face; já se fez
E sei do quanto possa na verdade
Tentando imaginar uma saída
E sei que no final sigo o resumo
E embora tão comum se veja o medo
O tempo se perdendo noutro rumo.

E quando para além procuro e rumo
Meu canto no vazio ora se fez
Resquícios de outras eras, tanto medo
Ausenta-se do olhar qualquer verdade
E faço do meu mundo este resumo
Buscando simplesmente uma saída.

Pudesse uma saída em novo rumo
E tento este resumo onde se fez
Saber desta verdade traz o medo.

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72

Não pude imaginar outro momento
E nada se traduz aonde eu quero
Sentindo outro lamento em noite vaga,
O peso do passado me envergando
E o canto noutro infando desenhar
Tragar o que pudera e não viera,

O tempo se desdenha e não viera
Tramando o que pudera num momento
E nisto se permita desenhar
O tanto quanto busco e mesmo quero
A sorte pouco a pouco se envergando
Tocando em mansa areia cada vaga,

A vida se desenha e sempre vaga
Ainda quando o todo não viera
E a sorte sem desejo se envergando
Tomando na verdade este momento
E trago muito além do que mais quero
E tento outro futuro desenhar.

No canto que pudesse desenhar
Meu passo sem sentido; sempre vaga
Ditando o quanto posso e mesmo quero
A luta sem sentido não viera
Tramando cada engano num momento
E o mundo pouco a pouco me envergando

A luta noutro passo ora envergando
E cada novo tempo desenhar
O todo se apresenta num momento
E sei do quanto possa e a vida vaga
Assim o mesmo rumo não viera
Trazendo o quanto pude e não mais quero,

Ao menos na verdade o que ora quero
Enquanto cada fato me envergando
E sei que na incerteza mal viera
E o canto se pudesse desenhar
Ainda que tentasse a sorte é vaga
Mudando cada passo num momento.

Ainda no momento que eu mais quero
A sorte sempre vaga e se envergando
Podendo desenhar e o fim viera.


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73

Jorrando feito um poço de ilusão
Meu mundo se esvaindo em tal ruptura
E o caos se desenhando noutro fato,
O marco se traduz em dor e tédio,
Ainda que pudesse ser diverso
Meu canto se aproxima do que eu quero,

E quando na verdade sempre quero,
Amor trazendo ao sonho esta ilusão
E sei do quanto possa e sou diverso
Causando com temor cada ruptura
E traça o meu momento em raro tédio
E trama o que pudera ter de fato.

Na imensa dimensão de um velho fato
Expresso o que em verdade busco e quero
Apenas o vazio trama o tédio,
Ainda que tramasse uma ilusão
A sorte se apresenta em tal ruptura
Trazendo outro momento mais diverso,

Ainda que pudesse ser diverso
Gerando no final um novo fato
Resumo cada engodo em tal ruptura
E sei do quanto busco e mesmo quero
Marcando com ternura esta ilusão
Tramando na verdade o imenso tédio.

E quantas vezes; sinto em nós o tédio
Traçando este caminho mais diverso
Grassando no vazio em ilusão
E sinto o que pudera noutro fato
E sei que com firmeza busco e quero
Deixando no passado tal ruptura,

O quanto demonstrasse enfim ruptura
E vejo o meu momento em ledo tédio
Translado para o sonho o que mais quero
E embora um pensamento tão diverso
E mostre com beleza um raro fato
E nisto não seria uma ilusão.

A vida em ilusão e sem ruptura
Traçando em cada fato além do tédio
Caminho mais diverso, ainda o quero.


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74


Directo deste sonho aonde eu possa
Viver esta emoção em plenitude
E quando se apresenta além do canto
Verdade se desenha desde então
Moldando com firmeza o novo dia
E nele se traçando a fantasia.

O mundo desenhando em fantasia
Além do que em verdade sempre possa
Tramando o que deveras noutro dia
Ainda se tentara em plenitude
Traçando cada passo desde então
Ousando neste tanto enquanto canto,

A luta se desenha em cada canto
E nisto poderia e fantasia
Uma alma que mostrasse desde então
O quanto cada verso tenta e possa
Tramar com tal certeza a plenitude
E nisto se mostrasse um novo dia,

A luz que se apresenta em raro dia
Mudando o que decerto busco e canto
Vagando neste espaço em plenitude
E assim tudo trouxesse em fantasia
E quanto cada sonho além se possa
Mostrando este cenário desde então,

O todo desenhara e sei que então
Marcando com ternura um novo dia
Bem antes que deveras tente e possa
Dizer da maravilha feita em canto
E sinto esta presença em fantasia
Vibrando com brandura em plenitude,

A sorte se moldando, plenitude
Tramando cada passo desde então,
E sinto enquanto o rumo fantasia
E quando na verdade novo dia
Traçasse o que pudesse a cada canto
E nisto se desdenha o quanto possa,

Depois do que se possa em plenitude
Desenha em novo canto desde então
Trazendo em belo dia a fantasia.

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75


Acasos sao comuns e sei do tanto
Aonde poderia mergulhar
E sei deste cenário a se moldar
E nele cada dia além garanto,
Traçando neste instante o imenso mar
Trazendo com temor meu medo e pranto,

Restando tão somente o velho pranto
Eu sinto o que pudera noutro tanto
Bebendo a solidão tomando o mar
E quando poderia mergulhar
Além do quanto possa e mais garanto
Tramando aonde eu possa me moldar,

A vida sem caminho onde moldar
Frisando tão somente cada pranto
Depois do que pudera e já garanto
Mostrasse na verdade o como e tanto
E neste teu desejo mergulhar
Tocando com firmeza o raro mar

O sol deitando raios sobre o mar
E possa noutro enredo já moldar
Aonde se pretende mergulhar
Secando com firmeza o ledo pranto
E sei do quanto quero e vejo tanto
O sonho onde meu dia em paz garanto

O manto desenhado hoje eu garanto
Enquanto se aproxima o cais, o mar
E bebo desta sorte o mais que tanto
Pudesse noutro instante ora moldar
Trazendo muito além do mero pranto
Abismo aonde eu teime em mergulhar,

E quantas vezes tento mergulhar
E neste mesmo instante hoje eu garanto
Bebendo com temor o sal do pranto
Marcando dentro da alma íntimo mar
E quando poderia me moldar
Encontro o que pensara sempre e tanto,

E neste rumo tanto mergulhar
Podendo hoje moldar o que garanto
Enchendo inteiro o mar com dor e pranto.

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76
Jamais eu poderia acreditar
No canto sem temor ou mesmo rude
E neste desenhar não mais pudesse
Vencer o que se quer e não tramasse
Gerando muito além do próprio engano
O quanto se aproxima e não se quer,

O mundo quando muito sempre quer
E tenta no futuro acreditar
Presume na verdade o ledo engano
E sei o quanto sigo sendo rude
Sentindo o que talvez já se tramasse
E sinto o quanto quero e pudesse.

O tanto com certeza; não pudesse
Trazer o que em verdade não se quer
E sei do quanto possa e assim tramasse
O quanto já não posso acreditar
E sinto este cenário atroz e rude
Tramando o quanto possa e não me engano.

Meu mundo com firmeza sempre engano
No fundo outro cenário se pudesse
Ainda quando sei mordaz e rude
O nada com certeza; não se quer
E posso noutro mote acreditar
Resisto ao que decerto eu mal tramasse,

E quando no final inda tramasse
E sendo de tal forma o quanto engano
Já nada mais se mostra; acreditar
No tanto que inda quero e mais pudesse
Mostrando o quanto tento e sei que quer
Deixando para trás um mundo rude,

Cenário sem razão, deveras rude,
E nele tão somente se tramasse
O quanto não tentasse e não se quer
E a cada nova sorte mais me engano
Resumo do que tanto mal pudesse
Ainda sem sentido acreditar,

Tentasse acreditar, mas sendo rude
Além do que pudesse ou já tramasse
O rumo em tal engano não se quer.



77

Meu canto se esvaindo sem remédio
E o verso não traduz o que ora sinto,
A vida na verdade não teria
Sequer a direção que tanto espero
E vejo o meu momento mais atroz
Caminho sem sentido ou direção,

E quando na incerteza a direção
Impede qualquer sorte, em vão remédio
Meu mundo se desenha mais atroz
E nada deste tanto ainda sinto
Apenas o vazio que ora espero
Negando o que decerto em paz teria,

O tanto que pudera e mais teria
Expressa o quanto trago em direção
Ao ermo caminhar, e nada espero
Senão cada momento em vão remédio
E nisto outro cenário eu sei que sinto
O vento mais temido e tanto atroz,

A luta se desdenha e sendo atroz
O quanto na verdade não teria
E sei quanto pudera e mesmo sinto
Além do que teimasse em direção
Diversa do que possa e em tal remédio
Apenas o não ser agora espero.

Presumo no final o que inda espero
Deixando o meu momento mais atroz
Marcando o que vencesse sem remédio
Diverso do desejo que teria
Tomasse noutro passo a direção
Diversa do que eu quero e mesmo sinto.

O mundo na verdade não mais sinto
Tramando o que deveras não espero
Mudando com certeza a direção
E sei do quanto posso mais atroz
E sigo o dia a dia e não teria
Ninguém já moldaria algum remédio.

Tentando este remédio aonde o sinto
E o mundo não teria o quanto espero
Meu canto sendo atroz sem direção.




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78


O tanto quanto quis e não pudesse
Vencer a tempestade mais audaz,
A voz silenciando nada além
Da sorte desejosa não viria,
E o marco sem sentido nem razão
Apenas outro engodo, noutro rumo,

Querendo alguma paz, em vão eu rumo
E sei do quanto mais mesmo pudesse
E nisto outros momentos sem razão
E sinto o que pudesse ser audaz
Vivendo o que deveras já viria
Sentindo o meu caminho muito além.

O tanto se desenha e sigo além
Do manso ribeirão por onde rumo
Sabendo que estuário não viria
E quando no final inda pudesse
Trazer o meu caminho mesmo audaz
Perdendo ao fim de tudo esta razão,

A luta se demonstra em tal razão
E o caos gerando em nós o mundo além
Traçando o quanto pude ser audaz
Reparo com certeza o quanto em rumo
Ainda que em verdade não pudesse
E mesmo noutro passo não viria.

Meu canto sem temor não mais viria
E nisto se perdendo uma razão
Traçasse o que deveras mal pudesse
E sigo com vigor ou mesmo além
Do quanto em contra-senso não mais rumo
E sinto que pudera ser audaz.

Marcando com temor o passo audaz
Bem sei o que deveras não viria
E sei do quanto possa e quando rumo
Perdendo ou me esvaindo sem razão
Permite o que se traduz e segue além
E nisto novo instante em paz pudesse.

Ainda que pudesse ser audaz
O mundo muito além do que viria
Jamais sem ter razão inútil rumo.


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79


Enquanto imaginasse e nada posso
O dia noutro rumo visionário,
Ainda que tentasse acreditar
No passo mais audaz, mesmo impreciso
Além do quanto pude não tivera
Marcando o meu caminho em árdua estrada.

O sol atravessando cada estrada
E nisto outro cenário tento e posso
Vencendo cada passo onde tivera
O tempo noutro tempo visionário
Enquanto com certeza um impreciso
Momento não pudera acreditar,

Ainda quando tente acreditar
Vagando pelo medo em leda estrada
Meu tempo com certeza é impreciso
O quanto a cada dia não mais posso
Sabendo ser no fim um visionário
O manto com certeza mal tivera.

O todo que eu buscara não tivera
Sequer o quanto possa acreditar
Num verso muito além do visionário
E nisto se aproxima a mesma estrada
E nela outro momento; eu já não posso
Sabendo ser o tempo este impreciso.

O passo se traduz mesmo impreciso
E traz o quanto eu quero e não tivera
E sei que na verdade nada posso
Ainda num rompante acreditar
Tentando descobrir quem sabe estrada
Aonde fora outrora visionário,

Um tempo traduzindo o visionário
E nisto o quanto possa em impreciso
Cenário desenhando noutra estrada
E quando no final pouco tivera
Pudesse com certeza acreditar,
Porém já tão cansado, nada posso.

E quando tento e posso; um visionário
Tentando acreditar neste impreciso
Meu passo não tivera alguma estrada.





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80



A faca no pescoço o olhar sem nexo
O tempo se esgueirando pelas ruas
A velha prostituta, o sonho e o sexo
Estrelas sobre as camas, rotas, nuas,
O sonho de outro caos algum reflexo
E sobre todos vêm imensas luas.

Trazendo meu caminho sob luas
Pudesse imaginar ou mesmo em nexo
Diverso conceber qualquer reflexo,
E párias nas esquinas, velhas ruas
Disfarces em belezas quase nuas
Delírio se consome em álcool, sexo.

Motéis, bordéis bordeis sonhos em sexo
E deitas sobre a cama deusas luas
As tramas de outros tempos quase nuas
O mundo procurando qualquer nexo
Espectros desfilando pelas ruas
Do meu anseio vejo qual reflexo.

O tanto se aproxime em tal reflexo
Deitando sobre nós delito e sexo
As orlas, praças, becos, antros ruas
Esboçam dos neons as falsas luas
E o mundo procurando qualquer nexo
Apenas entranhando as tramas nuas,

E vejo no final as almas nuas
E delas sou somente algum reflexo
Tentasse caminhar e até com nexo
Ousando querer mais que mero sexo
Romântica delícia invade luas
E expresso o quanto quero em largas ruas,

Porém a solidão invade as ruas
As almas desfilando acaso nuas
E bebo da emoção em raras luas
Sabendo em teu olhar cada reflexo
E o quanto fora apenas mero sexo
Já toma o meu juízo e perco o nexo,

Amor quando sem nexo em vagas ruas
Trazendo além do sexo as almas nuas
Tramando o teu reflexo, imensas luas.


81


Usando da palavra como uma arma
E mesmo após a queda, nada levo
Somente o que a verdade ainda alarma
E gera o meu caminho amargo e sevo,
A vida desenhada em ledo carma
Num sofrimento atroz, duro e longevo,

O medo se tornando além longevo
O coração aos poucos quando se arma
Tramasse na verdade em vago carma
O quanto do vazio que ora levo
Num dia a dia amargo, duro e sevo
Apenas o temor audaz me alarma,

Enquanto cada engodo sempre alarma
Meu mundo que pudera ser longevo
Aos poucos destruído, e sendo sevo
A amarga sensação aos poucos arma
E quando desta vida sempre levo
A solidão imensa, como um carma.

Pudesse transformar o velho carma
E neste caminhar já sem alarma
O passo quando muito quero e levo
Tramando este sentido mais longevo
Fazendo da emoção somente uma arma
Deixando para trás um tempo sevo.

O quanto cevo e fujo deste sevo
Cenário transformado em dor e carma
A solidão diversa, como uma arma
Enquanto a cada engodo a vida alarma
Trazendo a pena atroz, medo longevo
Apenas um sorriso amargo eu levo.

E quando na verdade ainda levo
Depois de um dia a dia um tanto sevo
O quanto poderia ser longevo
Ao destoar do tempo em duro carma
A sorte noutro engano já se alarma
E faz da poesia esta única arma.

O canto sendo uma arma que ora levo
O sonho já me alarma e dita o cevo
Sofrer em mundo sevo, em dor longevo.

82



Rondando pelas ruas da cidade
A madrugada traz em bruma e sonho
O quanto se perdera e se degrade
Ou mesmo no final já decomponho,
Ainda que pudesse na verdade
Viver outro caminho, o vão proponho.

E assim já sem sentido o que proponho
Expressa cada esgoto da cidade
E o tempo se anuncia e em tal verdade
O mundo que pudesse e não mais sonho
Aos poucos no vazio o decomponho
E sei desta expressão que ora degrade,

No quanto cada passo enfim degrade
O manto já puído eu não proponho
E quando no final me decomponho
Nas velhas avenidas da cidade
Ainda que pudesse ser um sonho,
A luta se anuncia em vã verdade.

O corpo se presume e sem verdade
Enquanto esta emoção tanto degrade
Alguma nova luz ao fundo eu sonho
E sei que após o tanto que proponho
Vagando inebriado na cidade
Aos poucos sem defesa, decomponho,

E o coração que vil, já decomponho
Tentando acreditar noutra verdade
Expressa a solidão desta cidade
Que a cada nova esquina se degrade
Embora a solução tente e proponho
Eu sei que isto seria um mero sonho.

E quando no final apenas sonho
E nas entranhas várias decomponho
Meu mundo que tentasse e até proponho
Mostrando face a face esta verdade
No quanto a cada instante se degrade
Destrói cada segundo em vã cidade,

A luz que na cidade fosse um sonho
Enquanto se degrade eu decomponho
Resumos da verdade que proponho.



83


Jamais eu poderia imaginar
Alguma luz sequer após o nada
E sei do quanto quero navegar
Ou mesmo ter a noite enluarada
Distante do que seja o imenso mar,
A noite não se vendo iluminada.

O quanto desejara iluminada
Porém bastou somente imaginar
E vendo sempre ausente cais e mar
Meu tempo se resume em quase nada
A senda do meu sonho enluarada
O tanto sem destino a navegar,

E quando ainda pude navegar
Durante esta expressão iluminada
A sorte desenhada e enluarada
Apenas mal pudera imaginar
Restando no final somente o nada
Aonde desenhei um raro mar,

Após saber ausente o belo mar
Sem ter sequer um rumo a navegar
Trazendo no final o mesmo nada
Enquanto a vida fora iluminada
Apenas no meu tolo imaginar
A vida se quisera enluarada,

Seara pelo sonho, enluarada
Ousando muito além do nosso mar
Deixando tão somente imaginar
E tanto que tentara navegar
Moldando a minha rota iluminada,
Porém já no final não resta nada.

Minha alma nestas ondas tenta e nada
E sorve cada fase enluarada
Na noite sem igual e iluminada
Trazendo para mim inteiro o mar
Aonde se pudesse navegar
Ou pelo menos, tolo, imaginar.

Pudesse imaginar aonde o nada
Mostrando ao navegar enluarada
Beleza sobre o mar. Iluminada?!



84



Meu tempo se desenha no vazio
E sei deste non sense que domina
A luta aonde o tempo eu desafio
E a face mais atroz já determina
O quanto poderia por um fio,
Enquanto a morte ronda e dita sina.

O tanto que se tenta noutra sina
O passo se tornando este vazio
Aonde a minha lida traça em fio
Na senda mais audaz que me domina
Destarte o que deveras determina
Apenas gera incauto desafio.

Temor que agora bebo e desafio
Navego enquanto perco rumo e sina
E o vago deste olhar já determina
Somente o que pudera ser vazio
A luta se transforma e me domina
E o tempo se perdendo a cada fio.

Atravessando o tempo um longo fio
E nada mais pudera e desafio
E assim cada momento onde domina
Meu passo se apresenta em rara sina
E sinto no final quanto é vazio
O passo aonde o nada determina,

A vida na verdade determina
O quanto se apresenta em novo fio
E o mundo que se visse mais vazio
O passo sem sentido desafio
E a luta desdenhosa, em dita e sina
Enquanto o que me resta mal domina.

A luta com certeza já domina
Cenário mais diverso e determina
O quanto poderia nesta sina,
Tocando meu cabelo, em cada fio
Trazendo o que pudera e desafio,
Deixando meu final ermo e vazio.

O quanto que vazio não domina
Uma alma em desafio determina
O mundo por um fio, leda sina...



85


No tempo mais diverso, sonho e medo
Apoio procurado e nunca visto,
Aos poucos noutro rumo me concedo
E tento caminhar mesmo malquisto
Meu canto sem sentido segue ledo
E ao fim apenas sonho; mero, avisto.

O meu momento em paz que nem avisto
O rumo do meu passo trama em medo
O quanto se mostrasse sempre ledo
E nisto o que pudera já ter visto
Expressa o que se foi sempre malquisto
E agora noutro engodo eu mal concedo,

A luta sem sentido onde eu concedo
O mundo mais audaz que tento e avisto
Ainda que já fosse tão malquisto
Expressa na verdade o imenso medo
E quando se presume o que foi visto
Meu canto se desenha além e ledo.

Um dia mais tranquilo? Apenas ledo
E quando no final tento e concedo
O quanto se quisera e sendo visto
Depois da tempestade mal avisto
Trazendo ao pensamento um claro medo
Moldando este cenário tão malquisto,

O verso que maldito e até malquisto
Um ato repetido e sinto ledo
Desdenha cada engodo e gera o medo
E quando no final; a lua; concedo
Pudesse imaginar e nada avisto
Senão quanto tentasse o quanto visto.

E a fantasia torpe que ora visto
Depois deste momento onde malquisto
Apenas o vazio da alma, avisto
Sabendo do meu dia atroz e ledo
O quanto poderia e até concedo
Vencendo com certeza o imenso medo.

Meu mundo em medo agora sendo visto
Enquanto me concedo e até malquisto
Meu verso sendo ledo; nada avisto.



86


O amor se desenhasse aonde a sorte
Pudesse muito além e nada veio,
A luta sem saber do que comporte
O tempo desdenhando em tal receio
E o verso mais audaz e sem proveito
Enquanto no vazio enfim me deito.

E quando na esperança em vão me deito
Trazendo ao meu caminho a rara sorte
Negando o quanto pude em meu proveito
Seguindo esta esperança em duro veio
E nisto dissemina o que receio
Ainda que tal fato não comporte,

O mundo que quisera mal comporte
E neste desenha além me deito,
Enquanto na verdade o que eu receio
Expressa a solidão diversa sorte,
E nada do que possa eu sei que veio,
E mata o quanto quis em meu proveito.

O canto se desenha em tal proveito
E o nada que deveras mal comporte
O mundo onde se faça novo veio
E nisto com certeza quando deito
O sonho se entregando à própria sorte
Tramando o quanto ausento e além receio.

O todo se traduz neste receio
E quando meu caminho sem proveito
Deixando este canário em rara sorte
Ainda que deveras mal comporte
Ousando na verdade onde me deito
Expressa o grande amor que nunca veio.

Apenas desfrutando cada veio
Por onde poderia sem receio
Enquanto no vazio ora me deito
Ainda que tentasse algum proveito
O tanto quanto tento e já comporte
Traduz em solidão diversa sorte.

O mundo aonde a sorte nunca veio
Enquanto não comporte outro receio
Seguindo sem proveito, onde me deito.

87


O quanto na verdade se ditasse
Marcando com a voz outro momento
E neste caminhar em nova face
O tempo com certeza desalento
E bebo da sangria em raro amor,
Tentando após o caos algum louvor.

Meu verso que tentasse num louvor
E mesmo o sentimento enfim ditasse
Os ermos mais suaves de um amor
E neste caminhar noutro momento
A vida se traçando em desalento
Mostrando já marcada em ruga a face.

O mundo se apresenta noutra face
E o quanto poderia ser louvor
Ainda que no fim em desalento
Meu canto em desvario mal ditasse
Moldando na verdade outro momento
Aonde se pudera crer no amor.

Meu verso que queria em pleno amor
Expressa outra emoção, deturpa a face
Mutante se desdenha num momento
E quantas vezes; tento sem louvor
O corte que em verdade mal ditasse
Gerando tão somente o desalento,

E quando na verdade eu desalento
Deixando sem sentido algum o amor
O prazo noutro rumo mal ditasse
Demarca no vazio a velha face
E tenta acreditar noutro louvor
E a sorte se traduz; raro momento.

Pudesse acreditar neste momento
Imerso no terrível desalento
Enquanto na verdade em vão louvor
O tanto quanto possa em raro amor
E traz noutra expressão a velha face
E sei da solidão que em dor ditasse.

O tempo se ditasse num momento
Mostrando a velha face em desalento
Buscando num amor, claro louvor.


88


Marcando em discordância cada passo
Vencendo os meus antigos dissabores
Aonde na verdade o quanto traço
Desfaz o quanto eu quero; desamores
Os dias com temor a cada escasso
Momento se tramando em mortas flores

Ainda a primavera sem as flores
E nela cada ausência dita o passo
E quanto mais quisera sinto escasso
Meu mundo se perdendo em dissabores
E nisto vejo apenas desamores
Enquanto o meu caminho em vão eu traço,

Do todo que desejo sequer traço
E nisto outros momentos, velhas flores
Numa expressão atroz os desamores
Ditame do que pude noutro passo
E sei do quanto traz em dissabores
O tempo sendo atroz em gozo escasso,

O prazo se tornara mais escasso
E nisto se percebe a cada traço
Somente o quanto pude em dissabores
Ousando nos meus sonhos, tuas flores
E quando no final ao largo eu passo
Encontro em teu olhar os desamores,

Pudesse imaginar os desamores
Enquanto o meu caminho; o sei escasso
Do todo desejado noutro passo
Ainda se apresenta um leve traço
E nele tais espinhos matam flores
Gestando tão somente dissabores,

Ousar saber além dos dissabores
E crer no quanto doem desamores
Deixando para trás buquês e flores
Sabendo ser o sonho mais escasso
Do quanto mais queria sequer traço
Meu mundo se apresenta; enquanto eu passo.

O tempo noutro passo, dissabores
E quando alheio traço desamores
O sonho mais escasso rega as flores.


89


Ainda quando pude ter no olhar
Além deste horizonte mais feliz,
O quanto a cada instante se desdiz
Impede tão somente de sonhar
A luta se desenha e quando eu quis
Não vira neste céu sequer luar.

Tentando ver além claro luar
O mundo se desenha a cada olhar
E nisto se aproxima quando eu quis
E sinto finalmente ser feliz
O quanto desejara além sonhar
E o tempo noutro engodo se desdiz,

E o quanto se pudera e já desdiz
Negando o quanto possa algum luar
Tramando esta incerteza ao mal sonhar
E quando se apresenta mais feliz
O tempo na verdade nada quis,

O canto quando a sorte mal se quis
E o tanto sem sentido já desdiz
Mostrando o quanto resta e ser feliz
E neste imenso céu, claro luar
Ditando o que pudesse num olhar
Ousando noutro instante enfim sonhar,

Não resta mais sequer o que sonhar
Talvez se merecesse o quanto eu quis
Vislumbro esta emoção a cada olhar
E o tanto quanto possa eu contradiz
Mudando cada fase qual luar
E deixa este cenário em paz, feliz.

E nada do que possa ser feliz
Esbarra no caminho e num sonhar
Diverso do que possa no luar
E o tanto quanto tento molda e quis
O verso sem certeza já desdiz
Marcando com ternura cada olhar.

O quanto num olhar não fui feliz
A vida já desdiz o meu sonhar
E tudo que mais quis, nega o luar.



90

Vereis uma emoção que é vencedora,
Nas garras da alegria, demarcada,
A sorte que se mostra redentora,
Espalha luz divina em minha estrada;
Amor que não tem tempo nem tem hora
Refaz a nossa vida em alvorada.

O quanto poderia em alvorada
Traçar a nova senda vencedora
E nisto se desenha sem ter hora
A mesma imagem sendo demarcada
E nisto se apresenta a cada estrada
A imagem mais sublime e redentora.

A luta se aproxima redentora
Trazendo no final outra alvorada
E trama com firmeza a mesma estrada
E quando a sorte eu vejo vencedora
Na sorte tantas vezes demarcada
O todo se perdendo e já sem hora.

A vida se aproxima e sei que esta hora
Mostrasse imagem clara e redentora
Na face mais sutil e demarcada
Aonde poderia em alvorada,
A senda mais brilhante e vencedora
Vivendo com prazer a mansa estrada,

A sorte se aproxima em rara estrada
O canto se transforma e sem ter hora
Ousando nesta face vencedora
Palavra mais sutil, pois redentora
Invade o coração qual alvorada
E dita a velha senda demarcada,

Imagem pelos sonhos demarcada
Trazendo em todo olhar a mesma estrada
Presume no final esta alvorada
E gera o que pudera e sem ter hora
A face mais audaz e redentora
Traduz a minha senda, vencedora?

Na trama vencedora e demarcada
A sorte redentora dita estrada
Chegando: mágica hora, uma alvorada.


91

Caio a teus pés servil e delirante
Amando como nunca imaginei
Porém quando meu passo vacilante
Em tantas madrugadas que passei
Esperam pela lua que não veio,
Deitado no remanso do teu seio...

O tanto quanto solta noutro seio
E traça outro cenário delirante
E nisto tão somente o velho veio
Marcando o que pudera e imaginei
Eu vejo cada estrada onde passei
Embora tantas vezes vacilante,

O quanto possa mesmo vacilante
E nisto mal presume além do seio
E quando se mostrara onde passei
O canto com vontade delirante
Ainda quando tanto imaginei
E sei que na verdade nada veio.

O mundo quando encontra um ledo veio
E nisto sou deveras vacilante
Toando o que decerto imaginei
Beleza de mulher em rijo seio
Num toque mais sutil e delirante
Traduz cada momento que eu passei.

E quantas vezes; tento e já passei
Tragando no final o mesmo veio
Que tanto desejara delirante
Embora se apresente vacilante
Tocando com delírio cada seio
Da deusa que no fim imaginei.

Ainda quando muito imaginei
Ousando muito além do que passei
E sinto o perfumado e belo seio
Caminho para o céu, superno veio
Não deixa que prossiga vacilante
Quem quer este momento: delirante.

O quanto delirante imaginei
Estrada vacilante onde passei
Um doce e manso veio, em rumo ao seio.


92



Como fui tão estúpido, querida,
Não sabes deste amor que é colossal.
Porquanto quanto tempo andei na vida
Em busca deste canto sem igual
Agora nas agruras que carrego,
Meu peito navegante, não sossego...

Enquanto na verdade inda sossego
Depois da sorte atroz, outra querida
O templo dentro da alma; hoje carrego
Sabendo deste instante colossal
E nele outro sutil jamais igual
Ao quanto imaginasse nesta vida.

A sorte desenhando em paz a vida
Trazendo o quanto quero e assim sossego
Deixando outro momento e noutro igual
O tempo se desenha em ti querida
Imagem transparente e colossal
Que ainda viva na alma em paz carrego.

O tempo quando em sonhos o carrego
Traduz o mais suave desta vida
E tanto quanto possa colossal
Cenário aonde tanto ora sossego
Na fonte desenhada e tão querida
Um dia inusitado, sem igual,

O passo noutro rumo, quando igual
Expressa o que pudera e enfim carrego
Deixando a bela imagem tão querida
No altar em raridade, dita a vida
Aonde com ternura e luz sossego
Mergulho nesta mina colossal,

O canto se espalhando, colossal
Ainda que pudesse ser igual
E nisto com certeza se eu sossego
Tramando cada brilho que carrego
Mostrasse o que melhor há nesta vida
Deveras tantas vezes, mais querida.

A sorte mais querida e colossal
Traçando nesta vida sem igual
Explode onde a carrego e assim sossego.


93




No brilho destes tantos pirilampos
Fugazes como amores e prazeres,
Passando por estradas, sendas, campos,
Espero, meu amor o que tu queres,
Eu vivo tão somente por pensar
Que a noite me trará novo luar...

A noite se apresenta em tal luar
E nisto estrelas vivas, pirilampos
Tramando o quanto pude até pensar
Disseminado enfim os bons prazeres
E sei do quanto e teimo e sei que queres
Ousando muito além dos vastos campos.

Meus dias invadindo pampas, campos
Neste horizonte vejo enfim luar
E sei do quanto tanto além tu queres
Vagando sobre os céus, mil pirilampos
E tanto se mostrasse em tais prazeres
E sinto permissível o pensar.

O tanto quanto mais pudera até pensar
Os olhos invadindo além os campos
E tramam com firmeza tais prazeres
E sinto bem mais próximo o luar,
Meus olhos procurando pirilampos
Mostrando o que pudera e sei que queres.

O mundo se desenha aonde o queres
E neste desenhar já sem pensar
Encontro nos meus passos pirilampos
Ditando na verdade além dos campos
Moldando com ternura este luar
E dele se apresentam tais prazeres.

Aonde percebera mais prazeres
E sigo muito além do que mais queres
Tentasse com beleza outro luar
E quando na verdade o bom pensar
Tramando em sutileza raros campos
Trazendo para os sonhos, pirilampos,

Olhar os pirilampos, em prazeres
Invado mesmo os campos onde queres
O quanto faz pensar neste luar.


94

No brilho destes tantos pirilampos
Fugazes como amores e prazeres,
Passando por estradas, sendas, campos,
Espero, meu amor o que tu queres,
Eu vivo tão somente por pensar
Que a noite me trará novo luar...

A noite se apresenta em tal luar
E nisto estrelas vivas, pirilampos
Tramando o quanto pude até pensar
Disseminado enfim os bons prazeres
E sei do quanto e teimo e sei que queres
Ousando muito além dos vastos campos.

Meus dias invadindo pampas, campos
Neste horizonte vejo enfim luar
E sei do quanto tanto além tu queres
Vagando sobre os céus, mil pirilampos
E tanto se mostrasse em tais prazeres
E sinto permissível o pensar.

O tanto quanto mais pudera até pensar
Os olhos invadindo além os campos
E tramam com firmeza tais prazeres
E sinto bem mais próximo o luar,
Meus olhos procurando pirilampos
Mostrando o que pudera e sei que queres.

O mundo se desenha aonde o queres
E neste desenhar já sem pensar
Encontro nos meus passos pirilampos
Ditando na verdade além dos campos
Moldando com ternura este luar
E dele se apresentam tais prazeres.

Aonde percebera mais prazeres
E sigo muito além do que mais queres
Tentasse com beleza outro luar
E quando na verdade o bom pensar
Tramando em sutileza raros campos
Trazendo para os sonhos, pirilampos,

Olhar os pirilampos, em prazeres
Invado mesmo os campos onde queres
O quanto faz pensar neste luar.


95


Amor que qual mortalha dilacera
E teima em queimar tão friamente.
A boca que me morde e me tempera
Nas horas mais cruéis tão firmemente.
Reveses que carrego se acumulam,
Amores que vieram me estimulam...

Os sonhos que deveras estimulam
Enquanto esta verdade dilacera
E os erros com certeza se acumulam
E o todo se desenha friamente
Aonde se buscara firmemente
Apenas o vazio nos tempera,

Ainda a sorte não tempera
O passo, novos cantos estimulam
E sigo o quanto possa firmemente
Enfrento o que pudesse e dilacera
Assim o meu caminho, friamente
No tempo aonde os ritos acumulam.

Assim os dias tanto se acumulam
E neste desenhar o que tempera
E sei do que pudesse friamente
Ousando aonde os dias estimulam
E tanto quanto adentra, dilacera
E sei do meu cenário, firmemente.

O quanto se pudera firmemente
E quando na verdade se acumulam
O tempo sem sentido dilacera
E o prazo quando a sorte se tempera
E sei que com delírio se estimulam
Marcando cada engodo friamente,

Ainda que pudesse friamente
Manter o mesmo olhar tão firmemente
E assim dias gentis quando estimulam
E os passos entre tantos acumulam
E o prazo na verdade não tempera
E o tanto quanto possa dilacera.

O mundo dilacera friamente
E nada se tempera firmemente
Cenários que acumulam, estimulam?


96


Mas nada do que penso será cedo,
A morte talvez seja meu castigo,
Quem teve nessa vida tanto medo,
Não sabe que viver é um perigo.
Agora que não posso mais fingir,
Perdoe meu amor se vou partir...

A senda desenhando onde partir
E trago cada sonho aonde eu cedo
O passo sem saber e nem fingir
Tramando o que deveras já castigo
E neste delirar enfim perigo
E traz no dia a dia o imenso medo,

Ainda que pudesse sem ter medo
Vencer o quanto tento e no partir
Aonde se mostrara este perigo
Ditando o meu caminho desde cedo
E quando no final vejo o castigo
Não tento e nem consigo ora fingir,

A vida tantas vezes ao fingir
Declara o que tivesse em tanto medo
Depois do meu caminho em vão castigo
Desejo finalmente em paz partir
E sei que mesmo sendo tarde ou cedo
O mundo se transforma num perigo,

Apenas desenhando este perigo
Tentando novamente mal fingir
O quanto deste amor ainda cedo
Ditando ao coração somente o medo
Define o que pudera e no partir
O canto superando este castigo,

E quando mesmo aquém eu me castigo
Ousando o que pudera sem perigo
Tentando noutro rumo enfim partir,
Assim mal poderia então fingir
E tanto se desenha em corte e medo
O sonho que alimento desde cedo.

E quando agora cedo e não castigo
Traduzo cada medo num perigo
Pudesse não fingir e em paz partir.

97


A porta da chegada é da partida,
O campo dos prazeres e das dores.
A morte se aproxima dolorida
Em vão, quero beijar divinas flores...
Não sabes do que trago no passado,
Amor que sempre foi meu triste fado...

Meu mundo se perdera neste fado
E gera outro momento onde perdida
A sorte se presume e no passado
Expressa a solidão em tantas dores
Aonde desejara ver as flores
A imagem mais atroz e dolorida,

No quanto se veria dolorida
A luta desenhando amargo fado
E nisto primavera viva em flores
Ousando noutro passo, na partida
E trama muito além das velhas dores
Deixando o sofrimento no passado,

O tanto quanto quis e no passado
Previne cada cena dolorida
E nisto multiplica tantas dores
Qual fosse necessário ter tal fado
Ousando imaginar nova partida
E nela semeando raras flores.

Canteiro em tantas cores, várias flores
Apresentando o quanto do passado
Ainda se desenha na partida
E mesmo sendo a sorte dolorida
Ouvindo esta esperança como um fado,
Ultrapassando em paz as tantas dores,

E mesmo quando a vida trama em dores
Espinhos não superam raras flores
Mudando num instante todo o fado,
Deixando esta tristeza no passado
Estrada tantas vezes dolorida
Agora se apresenta de partida,

Assisto na partida o fim das dores
A noite dolorida trama as flores
Deixando no passado o amargo fado.


98


Mas nada me impediu de te querer,
Embalde tantas vezes te perdi.
Sangrando desde sempre quero crer
Que sempre estiveste por aqui...
Mas cada vez que penso distancio,
O canto que te trouxe, duro e frio...

O mundo se desenha além do frio
Somente o meu caminho e já querer
Enquanto do momento sentencio
Trazendo o que decerto ontem perdi
Tentando adivinhar e desde aqui
Eu posso na verdade sempre crer.

O quanto com certeza eu possa crer
E trama mesmo quando em pleno frio
Dos medos me perdendo enfim aqui
E busco com firmeza o bem querer
Ditando o que decerto ora perdi
E sei que quando possa distancio.

O tanto quanto teimo e distancio
E nisto outro cenário se faz crer
Aonde com certeza eu me perdi
Depois do que adentrasse com o frio
Ainda que pudesse te querer
Mostrando o quanto possa ser aqui.

E quando com beleza vejo aqui
O tanto quanto possa e distancio
Alçando o que pudera num querer
Vivendo o que tentasse e busco crer
Marcando o que pudera ser o frio,
Ditando sem saber e me perdi,

Ainda quando em nada me perdi
Tramando o que pudera ser aqui
E sei o quanto diga e neste frio
E quando no final me distancio
Ouvindo novamente o que quis crer
E gera este vazio em tal querer,

E quanto no querer eu já perdi
Mostrando o quanto crer e desde aqui
Assim me distancio e sinto frio.

99




Não vejo mais saída, quero o cais,
Perdendo cada vez sempre distante,
Amor que não terei, enfim jamais,
Envolto nas saudades, delirante...
O sentimento queima, duro e forte.
Amada, te desejo boa sorte...

A vida se traduz e molda a sorte
Meu barco se permite e trama o cais
Depois de cada instante encontro o forte
Momento aonde eu vejo mais distante
No quanto poderia delirante
Somente se mostrasse enfim jamais,

O quanto poderia ser jamais
Apenas determina a mesma sorte
Tramando cada passo delirante
E nisto o que pudesse em cais
E o mundo se aproxima e já distante
Ousando ser decerto bem mais forte,

O coração invade torre e forte
E neste caminhar mesmo jamais
Ainda que se passe, além distante
Traçando o que pudesse noutra sorte
E sei do quanto vivo em raro cais
Cenário tantas vezes delirante.

O tanto quanto pude delirante
E nisto se fizera bem mais forte
O manto se apresenta como um cais
Deixando no passado o que jamais
Mudasse no final a velha sorte
E trama nova estrada mais distante,

E sei do que se vendo hoje distante
Expressa num momento delirante
Ditando com firmeza a melhor sorte
E quando se pudesse ser mais forte
Vivendo o que não pude, pois jamais
A vida se presume além do cais.

O quanto deste cais sigo distante
E mesmo se jamais sou delirante
Ousando ter mais forte a velha sorte.


100


Vivendo num palácio sem pudores,
As gralhas esquecidas sugam sangue.
Olhos esfomeados, lutos, dores...
O perfume emanado, lembra mangue,
A praça não cabendo esses atores.
Nas mãos estropiadas trazem flores...

Ainda que pudesse ter em flores
O mundo se aproxima e em tais pudores
E neste desenhar somos atores
A vida se explodindo em dor e sangue
Pisando com terror em ledo mangue
E mostra com ternura raras dores,

E quando se vencessem tantas dores
Cevando com cuidado raras flores,
Apesar de saber do imenso mangue
E quando se desdenha dos pudores,
E mostra este cenário em pus e sangue
E deste caminhar somos atores,

No todo se desenham tais atores
Trazendo no final, diversas dores
A sorte se traduz em medo e sangue
Ainda que pudesse em raras flores
Vencendo quaisquer medos e pudores
No tanto quanto possa em meio ao mangue.

O mundo se traduz apenas mangue
Ousando além do quanto são atores
Os olhos se mostrando entre pudores
Falando tão somente destas dores
E espalho com ternura e sonho flores,
E o tempo se traduz em medo e sangue.

A vida se explodindo em ledo sangue
A senda se aprofunda em mar e mangue
Aonde se queriam tantas flores
Os sonhos são deveras quase atores
Marcando a cada dia novas dores
Vivendo sem temor raros pudores.

E quanto em tais pudores trama em sangue
Ainda quando em dores vejo o mangue
Ousando além de atores, nossas flores.

101


O tempo sem ter tempo de seguir
Aonde nada existe nem talvez
O mundo que domina enquanto vês
Matando o quanto possa ainda vir,
A lua se derrama e amor desfez
O quanto pude outrora conseguir.

O quanto inda tentasse conseguir
Invés de simplesmente te seguir
Enquanto o nosso passo se desfez
Sem trégua sem sequer algum talvez
E mesmo que teimasse e ousasse vir
Apenas falsa estrela; e nada vês

Meu mundo sem ter nada o quanto vês
Ou mesmo inda tentara conseguir
Segundo todo instante que há de vir
E neste desvario te seguir
Sem nada ou mesmo até noutro talvez
Enquanto o que lúdico desfez.

O manto aonde o tempo se desfez
E neste desenhar escuso vês
A vida sem saber do que talvez
Tentasse no final já conseguir
E quando este caminho em ti seguir
Restara alguma luz quando inda a vir.

E o tempo desenhando o que há de vir
E nem a própria sorte ora desfez
Depois de tentar ver e além seguir
Sabendo que também nada mais vês
Presumo o quanto eu possa conseguir
Ou mesmo até quem sabe, além. Talvez...

O amor que tanto dita onde talvez
Ainda se consiga e quando o vir
Depois de reticente conseguir
Unir o quanto a vida já desfez
Só sei que em tal caminho nada vês
Nem mesmo a bela imagem; vais seguir

E quanto além seguir sem ter talvez
O quanto não mais vês nem há de vir
Rever o desfez, vou conseguir?

102


Aprendo com meu erro e até depois
Da queda se imagina o quanto tente
Vencer o que deveras para dois
Ousasse muito além do previdente,
Assim se desenhando o nosso ocaso
Amor quando mais, traduz atraso,

O tanto quanto posso e já me atraso
Deixando este sutil mundo depois
Trazendo no meu peito o vago ocaso
E quantas vezes busque ou mesmo tente
Num passo que pudera previdente
Tramando outro momento pra nós dois.

E o quanto se tentara sempre em dois
Caminhos divergentes, sempre atraso
E possa ser deveras previdente
Deixando todo encanto pra depois
Ainda que outro sonho busque e tente
Viver o quanto vem após o ocaso,

A vida se desenha noutro ocaso
E sigo sempre em volta de nós dois
E neste caminhar ainda tente
Arcando com meu erro e se me atraso
Cumprindo com legado, vou depois
Sem ter no passo o rumo previdente,

Cerzido quando fora previdente
Tentando renegar algum ocaso,
Não deixo quase nada pra depois
E mesmo que isto envolva mais que dois
A vida em desamor, enorme atraso
E nega o quanto busque e mesmo tente,

A luta se desenha aonde eu tente
Vencer o dia a dia e, previdente
A cada novo engano o velho atraso
Depois deste apogeu virá o ocaso
Tornando tão sozinho um de nós dois,
Não deixando se crer no que há depois;

E quando sei depois do quanto tente
Tecer entre nós dois o previdente
Caminho aonde ocaso em paz, atraso.


103

Quisera tão somente desvendar
As tramas que me enredam num segundo
E quando noutras tantas me aprofundo
Buscando aonde possa divagar,
O tempo dita o quanto neste mundo
Pudesse mesmo embalde caminhar.

Ainda quando tente caminhar
Diversos universos desvendar
Ousando penetrar em novo mundo
No quanto possa ver neste segundo
Meu pensamento tanto a divagar
Expressa o quanto tente e me aprofundo.

Aonde e em que cenário eu aprofundo
E cismo mesmo em vão num caminhar
Sem rumo sem destino a divagar
Sem nada que pudesse desvendar,
Nem vaga eternidade de um segundo
Cabendo dentro da alma, inteiro o mundo.

A farsa que desenhe um novo mundo
Expressa o sonho e nele me aprofundo
Tentando nem seque seja um só segundo,
Por entre tais espinhos caminhar,
E tendo o quanto possa desvendar
Procuro noutras tramas divagar.

O pensamento segue a divagar,
Grassando o que pudera em raro mundo,
E neste novo encanto a desvendar
Tramando aonde possa e me aprofundo
Por vezes me permito caminhar,
E galgo este universo num segundo.

O quanto poderia num segundo
Depois de tanto tempo a divagar
Entre penedos tento caminhar
Trazendo dentro da alma inteiro o mundo
E quando neste sonho me aprofundo,
O rumo se permita desvendar.

Pudesse desvendar neste segundo
O quanto me aprofundo a divagar
E tendo um novo mundo a caminhar...

104


Coubesse dentro da alma uma esperança
Ou mesmo algum afeto que pudesse
Traçar outro cenário e me entorpece
Enquanto no vazio o tempo lança
Marcando com ternura cada prece
Gerando no final a confiança.

O quanto se tentara em confiança
Gerara dentro de nós esta esperança
Que trace muito além de mera prece
No todo que deveras mais pudesse
A voz sem mais temores já se lança
E o sonho feito em luz nos entorpece.

Amor quando em verdade me entorpece
Trazendo novamente a confiança
Ao infinito agora enfim me lança
E molda mais que tudo na esperança
Tramando o quanto tente e mais pudesse
Qual fosse dentro da alma rara prece.

Louvando esta presença em mansa prece
O amor que nos seduz quando entorpece
Ditame mais feroz onde pudesse
Mesmo que tenha plena confiança
Vencer com mais denodo em esperança
O medo aonde o passo em vão se lança.

Meu canto noutro rumo o tempo lança
E sinto esta ventura feita em prece
Grassando dentro da alma uma esperança
Que tanto me seduz quanto entorpece
Traçando no final a confiança
Aonde novo tempo em paz pudesse.

Ainda que em verdade mal pudesse
Tramar este cenário onde se lança
A voz na mais perfeita confiança
Regida pelo amor, divina prece,
No quanto o dia a dia me entorpece,
Encontro nos teus braços, a esperança.

Rever uma esperança se eu pudesse
A voz que me entorpece também lança
O sonho feito em prece e em confiança.


105

Não quero ter nas mãos tão simplesmente
A fúria de quem sabe o quanto a vida
Por vezes sonegando uma saída
Deveras com certeza tanto mente,
E nisto minha luta se divida
No ser ou no viver tão plenamente.

Aonde se pudera plenamente
Tentar outro caminho simplesmente,
A sorte de tal forma se divida
Que além do marcara cada vida
Rondando sem defesas já nos mente
E impede no final qualquer saída.

Procuro finalmente esta saída
Que me liberte enfim e plenamente
E mesmo quando o tempo volve e mente
Meu mundo desnudado simplesmente
Tramasse o renascer da doce vida
Enquanto a direção além divida.

O tanto que pudera e se divida
Não deixa perceber-se uma saída
Trazendo em perspicácia toda a vida
E nisto se moldando plenamente,
Aonde se tentara simplesmente,
A ríspida incerteza tanto mente.

E quando a própria essência volta e mente
No quanto poderia e se divida
A luta se desenha simplesmente
Sem ter e nem deixar uma saída
E o tempo desnudado plenamente
Transcende com certeza a rude vida.

Não quero e nem tivesse em minha vida
O todo que deveras tanto mente
Vivendo o meu caminho plenamente
Enquanto a realidade me divida
Deixando para trás uma saída
Que tanto deseja, simplesmente.

E tendo simplesmente em minha vida
O que fora saída, porém mente,
No engano que divida. Plenamente...

106

Apenas permitindo alguma luz
Aonde no final mais nada havia
O tempo se desenha em fantasia
E o corte noutro tom se reproduz,
O mundo tão somente me traria
O quanto na verdade eu me propus.

O tanto quanto possa e além propus
Vencendo a escuridão, tramando a luz,
Que pouco a pouco o sonho me traria,
Sabendo no final do quanto havia
E traça o que deveras reproduz
Além de meramente fantasia.

O tempo tantas vezes fantasia,
Grassando este caminho que propus
E nisto outro momento reproduz
O quanto recebera em força e luz
Tramando muito além do quanto havia
E mesmo noutra face me traria.

Meu canto num ditame que traria
Além do quanto cabe em fantasia
Gerando muito além do quanto havia
E nisto tendo o tanto que propus
Reinasse sobre o todo, a paz e a luz,
Que cada ser por si já reproduz.

Minha alma que deveras reproduz
Um novo amanhecer logo traria
Reinando sobre o céu a intensa luz
Que esta alma necessita e fantasia
Vivendo todo encanto que propus
Vencendo o quanto em dor decerto havia.

E tendo muito além do quanto havia
Num átimo meu mundo reproduz
O quanto ou mesmo além do que propus
E nisto o que decerto me traria
Moldasse com beleza a fantasia
Traçada pelo encanto em rara luz.

No quanto em farta luz o peito havia
Além da fantasia reproduz
Decerto me traria o que propus.


107


Aonde poderia num instante
Viver a redenção e ser feliz,
O corte se mostrando na raiz,
Apenas o vazio me garante,
E sei do quanto possa e mesmo quis
Sonhar alguma sorte fascinante.

O mundo se tornando fascinante
A quem imaginasse num instante
O tanto que deveras sempre quis
Sabendo plenamente ser feliz
E o todo noutro aspecto se garante
Marcando esta esperança na raiz,

Sentindo o quanto tramas, a raiz
Dos sonhos se fizera fascinante
E o tanto que deveras se garante
Grassasse este universo num instante
E sendo de tal forma mais feliz
Tivesse finalmente o que mais quis,

E sei que na verdade o quanto eu quis
Mostrasse novo tempo e da raiz
Gerasse o sentimento: ser feliz,
Um templo tão sutil e fascinante
Que a vida simplesmente num instante
Transcende ao que pudera e nos garante.

O mundo de tal forma se garante
E traça o quanto possa e bem mais quis
Vivendo cada tempo em seu instante
Num ato que permita na raiz
Tramar um sonho claro e fascinante,
E ser após o todo, enfim, feliz.

O meu caminho expressa o quão feliz
Delírio que decerto se garante
Num ato tão gentil e fascinante
Mostrando na verdade o quanto eu quis
Dos sonhos mais audazes, a raiz,
Exposta a cada passo, em todo instante.

Pudesse num instante ser feliz
O amor cuja raiz isto garante
Traduz o quanto eu quis, tão fascinante...


108


Jamais me imaginasse em tom diverso
Dos quantos poderia em vida e história
A sorte se guardando na memória
Meu mundo se desenha nalgum verso
E sinto o quanto pude em rude glória
Viver o meu caminho mais disperso.

E quando no final tanto disperso
O sonho que pudera mais diverso
Tentando mesmo aquém de qualquer glória
Singrar o pensamento em rude história
E nisto quando em mar distante verso
O mundo se apagando da memória.

Apenas restaria tal memória
De um ato tantas vezes mais disperso,
E sendo a fantasia um mero verso
Ainda que num passo tão diverso
Vagando sem um porto em leda história
Negasse ao sonhador a menor glória.

O quanto se apresente em plena glória
Tramasse muito além desta memória
Vivendo cada fato de uma história
Num tempo mais audaz e tão disperso
Sentindo este cenário onde diverso
Caminho se emoldura em prosa e verso.

O tanto que pudera e quando verso
Sem ter mesmo ao final a menor glória,
Gerasse um tempo atroz e tão diverso
Daquele que inda guardo na memória
E quando o meu cantar tento e disperso
A vida se renova em torpe história,

Assim ao desenhar a minha história
Tentasse na verdade em todo verso
Singrar este caminho mais diverso
E tendo uma esperança feita em glória
Guardando cada fato na memória
O mundo transcendo qualquer verso,

No fato mais diverso, leda história,
Tramando na memória cada verso
Buscasse ao menos glória e me disperso...

109

Ainda que se faça do futuro
Incógnita que tente adivinhar
Ao menos poderia divagar
Enquanto noutro tom eu configuro
O porto que pudera imaginar
Deveras ser decerto mais seguro,

E quando no final tento um seguro
Caminho que me trague algum futuro
Não posso realmente imaginar
Nem mesmo se tentasse adivinhar
O quanto passo a passo configuro,
Presumo outro cenário a divagar.

E quanto mais tentasse divagar
Num mundo que se faça ora seguro
O corte da esperança configuro
E vivo imaginando algum futuro
Cansado de tentar adivinhar,
Ou mesmo de outra sorte imaginar.

Enquanto eu poderia imaginar
O tanto quanto tente divagar
No errático cenário, adivinhar,
Um tempo mais suave e mais seguro
Vivendo já de perto o meu futuro
Que cismo e noutro rumo configuro.

O sonho aonde o passo configuro
Transcende ao que se tente imaginar
E sei do quanto trace no futuro
Enquanto mais tentasse divagar
Exposto ao que vier, mesmo seguro,
Não posso simplesmente adivinhar.

E mesmo quando tente adivinhar
Somente uma ilusão eu configuro
E disto não estou sequer seguro
Tampouco poderia imaginar
O quanto se mostrara a divagar
Gerando no final, algum futuro,

Quem possa o seu futuro adivinhar
Ainda a divagar, eu configuro,
Pudesse imaginar porto seguro...

110


Ainda quando a vida preparasse
Alguma nova rota eu deveria
Tentar acreditar na fantasia
Mostrando da esperança inteira a face
Que aos poucos noutro tom se moldaria
Gerando muito além de algum impasse.

O quanto a solidão ditara impasse
E mesmo alguma senda preparasse
Somente o meu caminho moldaria
E nisto, simplesmente, deveria,
Expor a verdadeira e tosca face
Além do que vendera em fantasia

Minha alma com certeza fantasia
E sei que da incerteza deste impasse
A luta se expressando em cada face
Aos poucos novo rumo preparasse
E nisto muito mais que deveria
Eterna claridade moldaria,

E sinto o quanto o tempo moldaria,
Grassando os ermos tons da fantasia
E tanto que se mostre e deveria
Após o quanto reste em ledo impasse
No fundo tão somente preparasse
O mundo na diversa e clara face.

Mostrando sem temores minha face
Não deixo o quanto o mundo moldaria
Ainda quando a sorte preparasse
O tanto feito em luz ou fantasia
Tramando no final o mesmo impasse
Vivendo muito mais que deveria.

O quanto do meu canto deveria
Traçar ao me mostrar, inteira a face,
Supero num instante algum impasse
E bebo o que esta sorte moldaria,
Vencendo o quanto a mente em fantasia
Apenas noutro engano preparasse.

Bem mais que preparasse eu deveria
Saber da fantasia a vária face
E assim se moldaria algum impasse.


111

Não quero acreditar no que disseste
A vida não pudera ser assim,
O tanto se aproxima deste fim,
E nele o quanto tente e mais se ateste
O sonho destruindo este jardim
Num tempo mais dorido e mesmo agreste.

O quanto da esperança fora agreste
E nisto o que me resta e tu disseste
Expressaria intenso este jardim
Que a primavera expressa sempre assim,
E nisto cada passo agora ateste
Tramando o grande amor, início e fim.

E bebo da alegria até o fim
Sabendo que amanhã o mundo agreste
Trará o quanto resta e mais se ateste
Marcando com terror o que disseste
Vivendo e procurando ser assim,
Qual fosse nova flor, velho jardim...

Minha alma se expressa num jardim
E nisto tendo a vida como um fim,
Tocasse todo o sonho e sendo assim
Após um dia a dia mais agreste
Vibrando com o quanto me disseste
Sabendo da esperança que se ateste.

O mundo noutra face já me ateste
Do brilho mais intenso em tal jardim,
E nele todo encanto que disseste
E nisto consistisse a meta, o fim,
Vencendo o duro estio mais agreste
Sabendo ser a vida mesmo assim,

E quando se presume sempre assim
A sólida expressão decerto ateste
Que mesmo neste solo mais agreste
Que assola num instante este jardim
A seca qualquer dia tendo fim
Confirma o quanto outrora me disseste.

O quanto me disseste, é sempre assim,
Trazendo como fim o quanto ateste
Florada num jardim, jamais agreste.

112


Meu verso se perdendo sem sentido
Nos ermos de um caminho aonde expresso
O quanto na verdade mal confesso
Gerando dentro da alma o que duvido,
Meu passo noutro rumo dividido
Transcende ao que pudera em vão regresso.

E quando dos meus sonhos eu regresso
Trazendo o meu anseio ora sentido
Marcando um mundo atroz e dividido
E nisto cada instante; além, expresso,
Somente o que no fundo eu já duvido
E trama cada engano que confesso.

E sei que se deveras mal confesso
O tanto que pudera no regresso
Vivendo cada passo onde duvido
O vento se perdendo em tal sentido
Grassando cada verso aonde expresso
O mundo sempre alheio e dividido,

Meu tempo entre deveres dividido
Eu sei que no final sou réu confesso
E tanto quanto pude agora expresso
Tentando no final algum regresso
E vendo o quanto trame o já sentido
Momento aonde eu tento, mas duvido.

E sei do que deveras mais duvido
Num passo sempre em vão e dividido
Perdendo a dimensão e sem sentido,
Apenas o que tente e já confesso
Tramando aonde e como a ti regresso,
No tanto quanto em vão enfim me expresso.

O mundo que permita o que ora expresso
Expondo sem temor o amor, duvido,
E quando no final, tento e regresso,
Embora tantas vezes dividido,
Gerando cada engano que confesso,
Num mundo que não tem nenhum sentido

E quando o mais sentido enfim expresso
O amor que te confesso, mas duvido,
Gerando; dividido, o meu regresso...

113


O tempo na verdade nada traz
Somente se perdendo a dimensão
Do quanto se perceba em direção
Ao que pudesse ser bem mais audaz,
O verso se mostrasse mais tenaz
Grassando as esperanças que virão.

E sei de outros momentos e virão
As sortes que alegria sempre traz
E nisto mesmo busque o mais tenaz
Caminho sem temer a dimensão
E mesmo se fazendo tão audaz
A fantasia toma a direção,

No quanto a vida trace em direção
Diversa das que tanto inda virão
Eu possa ser decerto agora audaz
Enquanto outro cenário a sorte traz
Mal importando mesmo a dimensão,
Gerando este tormento tão tenaz.

O quanto a vida mostra ser tenaz
Moldando no final a direção
Tramando no infinito a dimensão
Dos dias mais doridos que virão
E neles o que a lida sempre traz,
Um passo tão dorido quanto audaz.

E sei quando pudesse ser audaz
Lutando e realmente mais tenaz
Viver o que esperança sempre traz
Mal importando até a direção
Dos ermos que por certo inda virão
Traçando a mesma rude dimensão,

E nesta mais diversa dimensão,
O quanto se fizera tanto audaz
Encontra novos tempos e virão
Na luta tão sofrível quão tenaz
Tomando mesmo rumo e direção
Que a vida noutro instante enfim nos traz.

E quanto mais se traz em dimensão
O passo em direção que seja audaz
Do sonho mais tenaz, outros virão...


114

Ainda se tentara nova dita
Envolta nas mais raras claridades
E quando noutro passo além invades
A sorte que pudera tanto aflita,
Minha alma se vertendo qualidades
Diversas da que o tempo me permita,

O quanto se tentara e não permita
Viver a sensação que esta alma dita
Trazendo novos tons e qualidades
Matizes tão diversos, claridades,
Que mesmo numa luta tão aflita
Transcende ao quanto em vão agora invades.

E quando noutro passo ainda invades
O tanto que meu mundo já permita
Apesar desta farsa rude e aflita
Tramar o quanto a vida traz em dita
Grassando além das tantas claridades
Ousando crer em novas qualidades.

E tendo da esperança as qualidades
No tanto que decerto agora invades
Vertesse sobre nós as claridades
Do quanto a cada passo se permita
Tentando o quanto possa e mais se dita
Na luta sem descanso, tanto aflita,

E nesta solidão, a vida aflita,
Esquece das divinas qualidades
E como fosse amarga e rude dita
Permite o quanto em vão agora invades
E nisto em todo engodo que permita
O céu já não traria claridades,

E sei que imerso em tantas claridades
O verso superando a voz aflita
Talvez mesmo afinal já me permita
Trazer feito esperança as qualidades
Do tempo que deveras quando invades
Transformas num segundo a tosca dita,

E quando já se dita em claridades
A porta que ora invades, fora aflita,
Mas raras qualidades; já permita.


115

Sentindo a mansidão da nova aragem
Que toca os meus anseios, meu desejo,
Apenas o que tanto agora vejo
Expressa novamente esta paisagem
E nela todo o canto em raro ensejo,
Tramasse muito além de uma miragem.

O amor que se fizera qual miragem
Trazendo com ternura a doce aragem
E nisto se mostrasse em novo ensejo,
Vivendo todo o sonho que desejo,
E nisto enobrecendo tal paisagem
Que em plena sensação de paz eu vejo,

E sei do quanto possa enquanto vejo
Mesmo que seja apenas qual miragem,
O belo a dominar toda a paisagem
E nisto se mostrasse em rara aragem
O tanto quanto possa algum desejo
Marcando com brandura cada ensejo,

A vida se mostrara neste ensejo
Além do que deveras sinto e vejo
A sorte mais audaz de algum desejo
E tanto se anuncia qual miragem
O sonho desenhando em clara aragem
O amor que ora se estende na paisagem

Retrato dentro da alma uma paisagem
Que possa me trazer em novo ensejo
Além da fantasia em mansa aragem
E sei do quanto tente e mesmo vejo
O que julgara ser simples miragem,
Eclode nas loucuras do desejo.

E o tanto quanto pude e mais desejo
Transformaria enfim toda a paisagem
E mesmo que pareça uma miragem
O sonho se apresenta neste ensejo
Marcando o que deveras busco e vejo
Trazendo em esperança a bela aragem.

Tramando noutra aragem meu desejo
O belo quando vejo em tal paisagem
Fazendo deste ensejo, uma miragem...

116

Nos meus anseios vários vejo a vida
Servida num banquete, esta iguaria,
Marcada pela dor e mostraria
Talvez o que pudesse noutro dia
Trazer na mesma face presumida
O quanto se desenha sem saída,

A luta não prevendo uma saída
Jamais se imaginasse em mansa vida
E sei da sorte amarga e presumida
Negando qualquer sonho ou iguaria,
E nisto o que se tente a cada dia
Deveras nada além me mostraria,

O quanto no silêncio mostraria
Além do quanto tenho uma saída,
Resumos do que possa em novo dia
Grassando sem sentido inteira a vida
E nisto a mais sutil, rara iguaria,
Seria esta beleza presumida.

Açoda-me a verdade presumida
Que há tanto sem temores mostraria
O quanto se degusta esta iguaria
E veja após a queda uma saída
Trazendo e retornando à própria vida
O que já se perdera noutro dia.

O mundo se mostrasse dia a dia
Na senda mais audaz e presumida
Gestando e desenhando a sorte, a vida,
E a cada novo passo mostraria
A quem procura mesmo uma saída
Certeza deste encanto, uma iguaria,

Em tua boca sinto esta iguaria
E renascendo após um velho dia
Expresso na emoção rara saída
E vendo a minha história presumida
No quanto a cada passo eu mostraria
A sensação de plena e intensa vida,

E sei do quanto a vida, esta iguaria,
Apenas mostraria novo dia
Na luz já presumida; uma saída...


117

Ao menos poderia ter a sorte
De crer noutra esperança que conforte
Gerando outro caminho bem mais forte,
E nisto o dia a dia se apresenta
Vencendo o que gerasse uma tormenta
Na face mais audaz e mais sangrenta.

Enquanto a vida fosse tão sangrenta
Grassando a mais diversa e rude sorte
O todo transformado na tormenta
Que nada mais deveras nos conforte
A face dolorosa se apresenta
Num ato tão feroz e mesmo forte.

Ao invadir decerto cada forte
Na luta que se fez dura e sangrenta
O tanto que pudesse se apresenta
Mudando com certeza a nossa sorte,
E nada no final inda conforte
Quem segue sempre exposto em tal tormenta.

Eu vejo quando a vida em vil tormenta
Marcasse com a mão audaz e forte
Sem nada que deveras nos conforte
Em trama tão renhida quão sangrenta
Marcando com terror a nossa sorte
No quanto este vazio se apresenta.

A fúria que decerto ora apresenta
Vencesse no final qualquer tormenta
Tramando novo rumo, nova sorte,
E o passo com firmeza, sempre forte,
Embora veja a farsa mais sangrenta,
No fundo tão somente nos conforte,

Sabendo do que possa e já conforte
O sonho noutro enredo se apresenta
E sei da sensação atroz, sangrenta,
Que trame no final cada tormenta
E torne o dia a dia bem mais forte
Regendo em sutileza nossa sorte,

No quanto a rara sorte nos conforte
Um canto bem mais forte se apresenta
Vencendo esta tormenta ora sangrenta.


118


Meu mundo se perdera totalmente
Nas tramas deste sonho aonde a luta
Enquanto se desenha em força bruta
Tramasse o que deveras se apresente
E quando a realidade não reluta,
Uma esperança envolve e já nos mente.

Enquanto o dia a dia sempre mente
Grassando o que pudera totalmente
Na força sem igual não se reluta
E vejo a cada instante a mesma luta
Que ao menos a verdade me apresente
Traçando esta palavra atroz e bruta,

E mesmo sendo a vida dura e bruta,
Procuro quem deveras tanto mente
Num horizonte manso o que apresente
E viva cada passo totalmente
Ousando muito além da mera luta,
E frente à tempestade não reluta.

A vida que por vezes já reluta
Expressa esta incerteza e sei da bruta
Noção que me tramasse cada luta
E quando o meu anseio toma e mente
A sorte se mostrara totalmente
No quanto outro caminho ora apresente

E mesmo quando a vida se apresente
O passo com firmeza não reluta
E sigo o quanto pude totalmente
Vencendo a mesma espúria amarga e bruta
Loucura que deveras tanto mente
Enquanto sem descanso trame a luta.

O tempo na verdade expressa a luta
E nisto o quanto possa ou apresente
Gerando o que deveras tanto mente
Negando o quanto possa e; se reluta,
Resume no final a força bruta
E nisto tudo muda totalmente,

Envolto totalmente pela luta
Na senda que mais bruta se apresente.
Quem ousa não reluta e jamais mente.


119


Jamais imaginasse alguma fonte
Diversa de esperança onde pudera
Grassar a mais diversa e mais sincera
Verdade que vislumbre no horizonte,
O quanto raro amor enfim se aponte
Traduza o quanto queira e mais se espera

A vida noutro tanto sempre espera
O quanto poderia em rara fonte
E nisto cada passo ora me aponte
O tanto que decerto inda pudera
Trazer nesta expressão este horizonte
Que molde o quanto houvera em luz sincera,

E quando se mostrasse tão sincera
A sorte que deveras já se espera
Traçando raro brilho no horizonte
E nisto se moldasse a bela fonte
E tanto quanto veja ou mais pudera
No fundo outro caminho em paz aponte,

E sei desta emoção que a vida aponte
E embora se apresente ora sincera
Tramando com certeza o que pudera
Além do que deveras já se espera
Bebesse da emoção em rara fonte
Na luz que dominasse este horizonte,

Ainda quando vejo no horizonte
O quanto o coração bem mais aponte
Presumo da esperança a rara fonte,
Que possa tanto ser clara e sincera
E nisto todo o bem que ali se espera
Tramasse muito além do que eu pudera.

E tendo toda a sorte, inda pudera,
Viver a cada instante este horizonte
No qual o sol imenso ora se espera
E nesta maravilha já se aponte
Palavra mais suave e tão sincera
Que seja do meu sonho a clara fonte.

O quanto desta fonte mais pudera
Moldar a luz sincera no horizonte
Ditando o que se espera e a vida aponte.

120


Repare o céu que traça em diadema
Diversos brilhos, formas constelares,
E nisto se deveras tu notares
A vida neste tom já nada tema,
E vejo nos teus olhos, os altares,
Rompendo com meu medo cada algema,

O sonho que em tal cena em paz se algema
Tramando em multicores, diadema,
Moldando no infinito tais altares
Envolto pelas luzes constelares
Ousando na esperança como um tema
Que sinto a cada instante além notares,

Bem sei que quando enfim o amor notares
Sabendo não haver qualquer algema
No libertário encanto, o mesmo tema,
Trazendo deste espaço o diadema
Brilhante dos anseios constelares
Erguendo ao grande amor raros altares,

Na sorte que transcenda aos meus altares
A cada novo mundo que notares
Verás em formas claras, constelares,
O quanto deste encanto nos algema
Trazendo dentro da alma um diadema
Que a cada novo instante nada tema,

O mundo com firmeza não mais tema
E saiba da esperança em seus altares
Grassando muito além do diadema
Vivendo cada luz que enfim notares
E não temendo mais qualquer algema
Expressando delírios constelares,

E sei das maravilhas constelares
E desta sensação qual raro tema
Negando com certeza a tola algema
Tocando esta beleza em tais altares
E sei que na verdade se notares
Verás do amor a glória em diadema.

Nos céus em diadema, os constelares,
Momentos que ao notares- raro tema,
Gerando mil altares, sem a algema...

121

Nas velhas e diversas emoções
Que tanto a vida trama em avidez
Somente o quanto possa se desfez
Enquanto novo passo em ilusões
Dispersas com certeza tu propões
E nisto se perdendo a lucidez

Ainda quando possa a lucidez
Deixar bem mais expostas emoções
O tanto que se trame e me propões
Gerasse no final esta avidez
Marcando as mais diversas ilusões
No quanto a fantasia se desfez,

E sei do que restara e além desfez
Matando o quanto houvera em lucidez
E nisto se desvenda as ilusões
Grassando sobre tantas emoções
Aonde se pudera em avidez
Tramar o que de fato já propões,

E nada do caminho onde propões
A sorte pouco a pouco se desfez
E nesta senda feita em altivez
Deixando para trás a lucidez
Revigorando frágeis emoções
Vivendo tão somente de ilusões,

E o passo traduzindo as ilusões
Enquanto novo dia me propões
Tramasse dentro da alma as emoções
E nisto o que restara se desfez
Matando com ardor a lucidez
Revigorando a vida em avidez.

O sonho se mostrara na avidez
Expondo o dia a dia em ilusões
Aonde poderia a lucidez
Trazer o quanto resta e me propões
E sei que no final tudo desfez
Matando as mais diversas emoções.

E destas emoções em avidez
Meu mundo se desfez em ilusões
Negando o que propões: a lucidez...


122


Quisera acreditar noutro momento
Vencendo as tempestades mais frequentes
E quando dos meus olhos tu te ausentes
Um novo amanhecer, decerto eu tento,
E sei do quanto possa contra o vento
Em dias tantas vezes mais ardentes,

Nos sonhos que pudessem tão ardentes
A vida se desnuda num momento
E sei do quanto enfrente em fúria e vento
E nisto meus enganos mais frequentes
Tramando o que deveras teimo e tento
Embora deste olhar, luzes ausentes,

E sinto quando possas ou ausentes
Viver além das tramas tão ardentes
O mundo que decerto busco e tento
Seguindo com brandura algum momento
E sendo os meus anseios tão frequentes
Aberto coração exposto ao vento.

O sonho se eclodindo traz no vento
Os passos mais suaves ou ausentes
E sinto quando os ermos que frequentes
Tocando com furor os mais ardentes
Cenários num instante, num momento,
Tramassem muito além do que ora tento,

E sei que na verdade o quanto eu tento
Vencendo com ternura o forte vento
Gerasse a cada passo outro momento
E nisto se pudessem mais ausentes
Os passos entre ritos tão ardentes
E neles o que agora em vão frequentes,

Os dias entre tantos mais frequentes
Grassando este caminho que ora tento,
E nele outros anseios tão ardentes
Levados sem sentido pelo vento
Marcando o quanto queres ou ausentes,
Na imensidão de algum breve momento,

E sei que este momento onde os frequentes
Anseios que ora ausentes tanto eu tento
Trazer além do vento os sóis ardentes...

123

Ainda tenho as marcas do passado
Imensas cicatrizes tatuadas
Nas tramas entre tramas enredadas
As sortes noutro rumo, mesmo enfado,
E busco tão somente o desejado
Cenário entre mentiras desenhadas,

E sendo as minhas lutas desenhadas
Nos ermos de uma luz de meu passado
O quanto poderia desejado
Traçar entre loucuras tatuadas
No tempo se tramando em rude enfado
As horas entre tantas enredadas,

Palavras que desenho ora enredadas
Nas sendas entre tantas desenhadas
Marcadas pela sorte em ledo enfado
Trazendo o que pudera do passado
Vestígios de esperanças tatuadas
Num dia muito além do desejado,

Meu canto noutro encanto desejado
Transcende às vagas sortes enredadas
E tendo dentro da alma tatuadas
As sendas entre tantas desenhadas
Grassando cada fato de um passado
No quanto pude aquém do velho enfado,

E sei do caminhar em tolo enfado
Cenário que pudesse desejado
Vestindo as mesmas rondas de um passado
Nas lutas entre tantas enredadas
E nelas outras sortes desenhadas
Nesta alma, doravante, tatuadas,

E sinto as esperanças tatuadas
Julgando sem sentido cada enfado
Nas horas entre as lutas desenhadas
O verso muitas vezes desejado
Expressa estas palavras enredadas
Marcando cada engano do passado,

E sei do meu passado em tatuadas
Verdades enredadas neste enfado
No sonho desejado, desenhadas...


124



Já mal comportaria alguma luz
Enquanto o vento trace o que não pude
A sorte se mostrando em atitude
Apenas o passado reproduz
E sei do quanto eu viva o que me ilude
E nada mais teria onde me pus,

E quando na verdade o que ora pus
Gerasse após a sombra alguma luz
Cenário que deveras tanto ilude
E nisto traduzindo o que ora pude
Enquanto o dia a dia reproduz
A farsa numa sórdida atitude,

E sei do quanto possa em atitude
Tramar o quanto resta enquanto eu pus
No sonho o que outro sonho reproduz
E nisto se buscasse alguma luz
Bem mais do que deveras tanto pude
E quando no final, somente ilude,

O verso que deveras já me ilude
Expressa este vazio em atitude
Deixando para trás o que não pude
Tramando o quanto tente aonde eu pus
Vestindo mansamente a mesma luz
Que molde o quanto a vida reproduz,

Cenário que esperança reproduz
E sei quanto em verdade já me ilude
Trazendo no final a rara luz
E nisto se aproxima em atitude
Além do quanto tenha e mesmo pus
Enquanto o meu caminho além já pude,

E sei desta verdade que ora pude
Ditar no quanto a sorte reproduz
Vivendo plenamente aonde eu pus
O passo que se tente e sempre ilude
Marcando com temor cada atitude
Negando da esperança a própria luz

E sei que desta luz eu sempre pude
No quanto uma atitude reproduz
O passo que me ilude além eu pus.

125


Jamais se imaginasse qualquer rumo
Diverso do que tomo ou mesmo tente,
A vida sendo audaz e impertinente
Traduz o quanto tento e não resumo
E nisto cada dia noutro prumo,
O verso se mostrara inconsequente,

A luta sendo sempre inconsequente
Expressaria a perda de algum rumo
E vejo tão somente o ledo prumo
Ainda que deveras mesmo tente
Vencer o que decerto ora resumo
Num ato tão atroz e impertinente,

O canto que pudera impertinente
Gerando o dia a dia inconsequente
Negando no final algum resumo
E quando para além do sonho eu rumo,
Um novo amanhecer em paz eu tente
E nisto perco enfim o velho prumo,

Ousando caminhar além do prumo
Num ato que pareça impertinente
Ainda que esperança nova eu tente
O mundo se mostrara inconsequente
E sendo de tal forma o quanto rumo
Gerando do total mero resumo,

O medo se traduz em vão resumo
Diverso do que mostre em manso prumo
E tendo em minhas mãos o mesmo rumo
Enquanto fora sempre impertinente
Ou mesmo tanta vez inconsequente
Ainda que esperança teime e tente,

O passo no caminho onde se tente
Expressaria o sonho e se o resumo
Ousando ser decerto inconsequente
Tentando com certeza um novo prumo
Ainda neste tanto impertinente
Envolto nos caminhos onde rumo,

E quando novo rumo ainda tente
Um passo impertinente enfim resumo
E quem não tenha um prumo: inconsequente...

126


Jazigo da esperança, o desalento,
Tocando firmemente meu anseio,
E quando na verdade o nada veio,
Bebesse tão somente o sofrimento
E quando noutro rumo o passo eu tento
Ousasse acreditar no que rodeio,

E o tempo novamente ora rodeio
Marcado pela angústia e desalento
E nisto outra saída sempre tento
Gerada pela fúria em raro anseio
E sinto bem mais perto o sofrimento
Das tramas mais atrozes, ledo veio.

O quanto poderia e sei que veio
Nas tramas onde possa e em vão rodeio
Além do que sentisse em sofrimento,
E nisto outro caminho, desalento,
Marcasse o que deveras mais anseio
Trazendo esta esperança que ora tento,

Enquanto a solução em vão eu tento,
O todo noutro passo sei que veio
Gestando o quanto quero e mesmo anseio
Enquanto outro caminho ora rodeio,
Cerzido pelo mesmo desalento
Que trague tão somente o sofrimento,

E sei do quanto possa em sofrimento
Singrar este vazio enquanto eu tento
Vencer o mais completo desalento
E sinto que esperança possa e veio
Traçando o quanto em vida mais rodeio
No todo que pudesse e sei que anseio,

Sangrando cada verso que eu anseio
Tomado pelos tons do sofrimento
E nisto cada passo ora rodeio,
Embora no final o que mais tento
Transcende o quanto possa e sei que veio
Marcando o dia a dia em desalento,

E tanto desalento traz o anseio
E quando sinto e veio o sofrimento
Um tempo novo tento sem rodeio...


127

Já não comportaria qualquer sonho
E mesmo que inda possa restaurar
A luta se desdenha devagar
Enquanto novo passo ora proponho,
Vagando sem sentido céu e mar,
O todo se anuncia em tom medonho,

Olhando para trás vejo o medonho
Caminho desolado e quando sonho
Adentro sem temor o imenso mar
E tento novamente restaurar
O todo que deveras te proponho
Seguindo o dia a dia devagar,

O prazo se esvaindo e devagar
Reparto cada passo onde medonho
Cenário traz o quanto te proponho
E nisto se inda possa ou mesmo sonho
Buscando mansamente restaurar
O que se desenhasse no teu mar,

A vida se anuncia e sei do mar
Maré irá subindo devagar
E nisto o quanto pude restaurar
Grassasse após o tempo mais medonho
Gerando tão somente o que ora sonho
Ou mesmo noutro tom perco e proponho,

O verso que decerto em vão proponho
Não deixa que se sinta inteiro o mar
E sigo cada rastro deste sonho
Embora caminhando devagar
No quanto este cenário ora medonho
Jamais eu desejasse restaurar.

O quanto pude mesmo restaurar
Do que deveras busco e te proponho
Ainda sob um sol brusco e medonho
Sem ter sequer no olhar inteiro o mar
Seguindo cada passo devagar
E nisto sonegasse cada sonho,

E quando enfim eu sonho em restaurar
Um passo devagar eu te proponho
Ainda quando o mar se faz medonho.

128

Ainda que se faça de tal forma
A luta mais insana se promete
Gerando o quanto tente e não compete
A quem noutro cenário a vida informa,
O sonho se fizera em leda norma
E o todo noutro tom não compromete.

Ainda quando o tanto compromete
A vida em avidez trama e se forma
E vejo o quanto possa nesta norma
Que tantas vezes teima e em vão promete
O quanto desta luta ora me informa
Do que deveras busca e mais compete,

O todo quando a nós cede e compete
Grassando no infinito compromete
O sonho que deveras nos informa
E tendo da esperança a vaga forma
Ainda quando o sonho se promete
Jamais se comportasse a qualquer norma,

O tempo dita o rumo e sei que a norma
Expressaria o pouco e se compete
Vagando sobre o tanto que promete
E sendo de tal sorte, compromete,
Marcando com temor a rude forma
Que a vida a cada engodo nos informa,

O tempo do que fora tanto informa
E segue o quanto errôneo dita a norma
Moldando a cada passo nova forma,
E o quanto ao sonhador tanto compete
No bojo da questão já compromete
E trama o que deveras se promete.

A vida não sonega o que promete
Tampouco de outro rumo nos informa,
Enquanto uma incerteza compromete
Mudando num momento a velha norma
O sonho que deveras me compete
Tramasse o quanto em vão meu mundo forma,

E quando desta forma se promete
O que já nos compete ora se informa
E mesmo a velha norma, compromete.

129


Ainda se apresenta o que pensara
Talvez pudesse mesmo ser diverso
Do quanto apresentando em cada verso
Presume a solidão desta seara.
Nos ermos de minha alma se prepara
A nova solução, e se disperso,

Meu passo no final segue disperso
Além do quando mesmo inda pensara
E nisto cada engodo me prepara
E tento caminhar, onde em diverso,
Cenário reproduza tal seara
Na qual sem mais saída tento e verso,

Eu sei da imprecisão de cada verso
E sigo sem sentido, além, disperso,
Revejo cada passo e em tal seara
E quando na verdade inda pensara
Tentando acreditar no ser diverso
Que a cada novo engano se prepara.

O tempo traz a sorte que o prepara
E trama na verdade enquanto eu verso
O mundo tantas vezes mais diverso
Ainda que se faça tão disperso
Jorrando do que um dia além pensara,
Tornando sem sentido esta seara.

O passo em direção a tal seara
Aos poucos sem porque já me prepara
Marcando o que decerto se pensara
Na fúria pela qual caminho e verso
E quando no final sigo disperso
Encontro o descaminho mais diverso,

Meu mundo num sentido onde diverso
Do quanto poderia em tal seara
Traçar todo caminho onde disperso
Meu canto quando a vida se prepara
E nisto se em verdade busco e verso
Somente na esperança inda pensara.

E sei que se pensara no diverso
Enquanto sigo e verso em tal seara
O sonho se prepara onde o disperso.



130

Meu tempo se tornara um empecilho
E nada mais vencesse o que se quer
Vagando sem saber onde sequer
Houvesse na verdade um manso trilho,
E quando na esperança traço um brilho,
O pouco resumindo o que vier,

E sei que com certeza se vier,
O passo superando este empecilho
Talvez ainda possa num frágil brilho
Tramar o que desejo e tanto quer
Uma alma sem sentido e nisto eu trilho
Sem ter um sofrimento além, sequer,

E tanto se pudera sem sequer
Vivendo cada angústia que vier
Vagar por onde tente e mesmo trilho
Supero sem temor tal empecilho,
E sinto esta esperança e o sonho quer
Traçar outro cenário aonde eu brilho,

Vagando sem destino e já sem brilho
Nem mesmo alguma luz mansa sequer
O todo noutro instante já se quer
E tendo muito além quando vier
Ultrapassando enfim tal empecilho
Enquanto este infinito em sonhos, trilho,

O tanto que pudera a cada trilho,
Resume na incerteza o quanto brilho
Deixando no passado outro empecilho,
E sem uma esperança além, sequer,
Encaro qualquer medo que vier,
Embora a paz minha alma busca e quer,

E sendo o quanto possa o que mais quer
No tanto aonde veja o velho trilho
No passo mais audaz, quando vier,
Deixando no passado qualquer brilho
Sem ter uma esperança enfim sequer
Supero a cada dia outro empecilho

Quem faz deste empecilho o que bem quer
Não teme nem sequer diverso trilho
E trama cada brilho que vier.

131

Já não me caberia ter no olhar
As tantas ilusões que amor prometa,
A vida se desenha num cometa
Sem tempo nem espaço a divagar,
O verso se moldara e ao se mostrar
No tanto quanto busco se arremeta,

O quanto da esperança me arremeta
Aonde poderia meu olhar
Talvez noutro caminho me mostrar
E tudo que deveras se prometa
Expressa uma esperança a divagar
Em cada novo engano que cometa.

A sorte se fazendo qual cometa
Que neste espaço além já se arremeta
E siga sem destino, divagar,
Trazendo cada brilho em seu olhar
Bem mais do que decerto ora prometa
E possa noutro instante se mostrar,

O quanto queira a vida me mostrar
Traçando cada engano que cometa
Ousando mesmo até quando prometa
Vestir o que esperança me arremeta
Boiando mansamente em cada olhar
Somente neste espaço a divagar,

O quanto se pudesse divagar
E ter outro caminho a se mostrar
Reflete na verdade cada olhar
E quando no final já me arremeta
Transcende ao ledo engano que cometa
Vivendo o quanto a vida não prometa.

E sei que a cada engano se prometa
Além de simplesmente divagar
O mundo onde esperança me arremeta
Desnudo totalmente a se mostrar
E quanto mais enganos já cometa
Mais perco a direção do meu olhar.

A cada novo olhar que se prometa
Qual fosse algum cometa a divagar
E nisto a se mostrar onde arremeta.


132


Ainda que deveras venha a vida
Marcando com temor cada momento,
O sonho mais audaz que agora invento,
A noite noutra farsa construída
E o peso deste ledo sentimento,
Matando já de início uma saída.

O quanto poderia sem saída
Vencer o que inda houvera em minha vida
Tramando sem porvir o sentimento
E nisto se mostrara num momento
A sorte sobre areia construída
Marcando com temor tal rude invento,

E quando simplesmente amor invento
Sem ter e nem achar uma saída
A farsa a cada dia construída
Presume no final que a própria vida
Não passe na verdade de um momento
Enquanto expressa o turvo sentimento,

E sei do quanto possa o sentimento
Grassando a solução que agora invento
Vivendo na incerteza de um momento,
Sem ter e nem achar qualquer saída
Que possa retornar de novo à vida
Uma esperança amarga, construída.

E quando se presume construída
Em volta do que fora sentimento
Reparo cada passo desta vida
E nova solução decerto invento
Buscando sem sentido uma saída,
Vivendo sem temor cada momento.

E tendo a sensação deste momento
Enquanto a falsa imagem construída
Não deixa que se veja uma saída
Provoca com terror o sentimento
O amor não passaria de um invento,
Que toma e já domina inteira a vida,

E quando a minha vida em vão momento
No quanto mais invento, construída,
Transforma em sentimento sem saída...

133

Ainda que se veja após tempesta
O tanto que esta vida ora me empresta
E o passo mais atroz onde se gesta
O risco de viver sem mais ternura
E sinto que esperança configura
A face mais atroz de uma tortura,

O quanto deste sonho me tortura
Renova no final cada tempesta
Enquanto o dia a dia configura
E nisto outra ilusão de fato empresta
Deixando para trás qualquer ternura,
Apenas solidão, meu tempo gesta,

E sei deste vazio que ora gesta
O passo feito em medo e em vã tortura
E nisto se negando uma ternura
Trajando a mais brumosa e vil tempesta
Que quanto mais o sonho além se empresta
A morte em plena vida configura,

O todo que deveras configura
A cada novo engodo tenta e gesta
Marcando com terror o quanto empresta
Trazendo esta palavra que tortura
E nisto se presume na tempesta
O quanto é necessária uma ternura,

O verso se moldando em tal ternura
A cada novo instante configura
E superando enfim qualquer tempesta
Um novo amanhecer deveras gesta
E mesmo quando a vida me tortura
O sonho noutro encanto ora se empresta,

Ainda quando encanto em luz empresta
O mais que na verdade tal ternura
Supere o que deveras me tortura
Na senda onde esperança configura
Minha alma calmamente a paz já gesta,
Vencendo sutilmente tal tempesta,

Vivendo esta tempesta o tempo empresta
O quanto enfim se gesta com ternura
O bem se configura e não tortura.

134

Não quero o que pudesse ser aquém
Do quanto em vida trouxe esta esperança
E quando no final o sonho vem
A sorte sem destino em vão se lança
E bebo o que pudera e sem ninguém,
O passo na verdade tanto cansa,

Minha alma que deveras já se cansa
Da luta desenhada muito aquém
Do tanto que pudera, mas ninguém,
Enquanto restaria uma esperança
Ao fim deste caminho ora me lança
E sigo enquanto a noite queda e vem,

O todo que deveras nunca vem
O medo de lutar quando me cansa
Tramando o que deveras já se lança
Ou mesmo no final ficando aquém
Do sonho feito em luz e em esperança
Traduz o quanto sou: vago ninguém,

O tanto se desenha onde ninguém
Singrasse o que em verdade já não vem
E nisto sonegando uma esperança
Que tanto quanto rege ora me cansa
E deixa cada passo bem aquém
Do todo que decerto enfim se lança,

Meu verso como fosse leda lança
Buscasse no final o que ninguém
Ousasse acreditar e sigo aquém
Do quanto na verdade tenta e vem,
Porém o dia a dia tanto cansa
Matando em nascedouro uma esperança,

E a vida sem sentido ou esperança
Enquanto no vazio ora se lança
Expressa o que deveras tanto cansa
Grassando aonde vejo que ninguém
Tramasse o que pudera e já não vem,
Da vida prosseguindo muito aquém,

E quando sigo aquém desta esperança
O passo que ora vem logo me lança
Aonde o ser ninguém deveras cansa.


135

Não mais se permitisse qualquer ato
Enquanto o meu anseio não se trama
No vértice do sonho que constato
Trazendo no final a leda chama
E sigo sem sentido e me retrato,
No quanto a fantasia ora reclama,

Meu mundo na verdade já reclama
E sei que em cada verso enfim se me ato
Expresso a sensação deste retrato
Jogado nalgum canto em vaga trama
E tendo com firmeza a imensa chama
O sonho sem destino ora constato,

E quando no final nada constato
Sequer o que esperança ora reclama
O mundo se fizera em leda chama
E nisto sonegando o quanto em ato
Diverso do que possa a velha trama
Esboço este caminho e me retrato,

O tanto quanto viva e se retrato
O prazo noutro instante ora constato
E nisto o que se tente volta e trama
Enquanto a fantasia enfim reclama
Do quanto poderia em sonhos e ato
Viver expressamente a forte chama,

Meu mundo se resume nesta chama
E sigo mansamente o que retrato
E na verdade apenas quando me ato
O rumo mais audaz tento e constato
Embora o dia a dia, já reclama,
Do quanto poderia e nada trama,

A vida se traçando nesta trama
Expressa o quanto viva a cada chama
E nisto esta vontade se reclama
Gerando o que deveras mais retrato
No passo onde decerto o que constato
Traduz a imensidão deste insano ato.

Fazendo em qualquer ato a mesma trama
Apenas já constato a fúria, a chama,
E a vida que retrato, em vão reclama...

136


Marcando cada passo aonde um dia
Vencesse a tempestade mais cruel
O tempo que deveras deveria
Rastreio neste encanto em claro céu
E bebo a mais suave fantasia,
No amor que imaginasse um belo véu

E sigo o meu caminho além do véu
De estrelas que moldasse a cada dia
Um tempo aonde a vida fantasia
Deixando para trás o tom cruel,
Do quanto se perdera em pleno céu
O todo que pudera ou deveria,

Ainda quando a sorte deveria
Ousar numa esperança feita em véu
O mundo se deitando sob o céu
Transforma a noite escura em claro dia
E vence o mais dorido e tão cruel
Mudando o simples tom da fantasia.

A vida na verdade, fantasia,
E sabe do que possa e deveria
Embora saiba o mundo vão, cruel,
Tramando uma esperança fosse um véu
E nele esta certeza a cada dia
Vagando sem destino em belo céu,

O quanto se aproxima deste céu
Minha alma na diversa fantasia
Que possa transformar a cada dia
O todo que quem sabe deveria
Sentir como se fosse imenso véu
Deixando no passado o mais cruel,

Aonde o mundo fora enfim cruel,
Permita-se sentir num novo céu
A magnitude rara deste véu
Que possa e na verdade fantasia
O quanto se deseja e deveria
Viver com tal beleza imenso dia,

A cada novo dia o ser cruel
Decerto deveria além do céu
Fazer da fantasia superno véu.


137


Ainda se fizera qualquer sonho
Enquanto a vida fosse de tal jeito
No canto mais suave o quanto aceito
Do mundo mesmo vago e tão medonho,
Tentando o que deveras trace o leito,
Eu bebo o meu passado e o decomponho,

Enquanto este cenário decomponho,
Ainda que se faça em novo sonho
Espero e tenho apenas o meu leito
E nele vou vivendo de tal jeito
Que mesmo sendo o passo tão medonho,
No fundo qualquer tom decerto aceito,

E sei o quanto possa ser aceito
E mesmo se de fato decomponho
Meu mundo noutro tom turvo e medonho
Numa expressão que trace novo sonho
Apenas poderia dar um jeito
E crer na mansidão deste meu leito,

E vendo o quanto possa neste leito
Tramar o que deveras sei que aceito
Vivendo o dia a dia de tal jeito
Enquanto o meu caminho decomponho
Pudera traduzir em luz e sonho,
O que se fez outrora tão medonho,

Meu passo rumo ao fardo mais medonho,
Encontra a solidão em vago leito
E quando na verdade dita o sonho
Expresso o quanto queira e mais aceito
E nisto o que me trazes decomponho,
E tomo desta fúria forma e jeito,

O mundo na verdade não tem jeito
Prossegue o seu caminho tão medonho
E quando no final me decomponho
Resumo o pensamento neste leito
E finjo que decerto agora aceito
O quanto fora apenas mero sonho,

Vivendo cada sonho encontro um jeito
E quando ora me aceito e sou medonho
Imerso no meu leito, o decomponho...

138

Meu passo se perdendo num instante
Ainda que se faça muito mais
Vencesse na verdade os temporais
Que a própria persistência hoje garante
E sigo noutra face, num rompante,
Vivendo o que pudera ser jamais,

E sinto quanto a vida diz jamais
E bebo o que se mostra noutro instante
Trazendo a cada passo outro rompante
E nisto se desenha o quanto mais
Pudera e se de fato já garante
Bonança após os tantos temporais,

Os olhos entre vários temporais
Encontram no final o ser jamais
E tanto quanto a vida me garante
Marcando com ternura todo instante
E nisto se pudesse mais e mais
Grassar este infinito num rompante,

O mundo se anuncia em tal rompante
Gerindo com firmeza os temporais
E sigo o que pudera muito mais
Do quanto se apresente sem jamais
Viver a sensação de cada instante
Aonde raro encanto a paz garante,

Sem nada que pudesse o que garante
Tramasse toda a sorte num rompante
Tocando este infinito neste instante
Em plenos rudes, ledos temporais,
No tanto que pudera ser jamais
A vida se mostrara sempre a mais,

O quanto se quisera ou muito mais
Deveras noutro fato me garante
O que inda se fizesse sem jamais
Lutar e crer na sorte qual rompante
E tendo nos meus olhos, temporais,
Renovo o pensamento a todo instante,

E sei que num instante eu quero mais
Em plenos temporais já se garante
Somente no rompante o ser jamais.


139


Não quero e nem pudera ser sutil
E sei das esperanças mais atrozes
E vivo entregue à fúria dos algozes
No quanto cada passo presumiu
O verso que pudera em vivas vozes
Tramar outro momento mais gentil,

E embora me fizesse tão gentil
O canto se traçasse onde é sutil
Grassando no infinito ledas vozes
Sentindo os meus anseios mais atrozes
O quanto desta vida presumiu
Atocaiados botes dos algozes,

E tendo em meu caminho tais algozes
Ainda que pudesse ser gentil
Meu mundo noutro instante presumiu
O sonho mais agudo ou tão sutil
Seguindo passos rudes quando atrozes
Tramando sem sentido ledas vozes,

Ouvisse da emoção diversas vozes
Refém dos meus amargos, vis algozes,
Ainda em sonhos ledos tão atrozes
Quisera ser deveras mais gentil,
Um dia mais feliz, mesmo sutil,
Enquanto o meu caminho presumiu

E o passo noutro enredo presumiu
O quanto se fizera em fartas vozes
No tanto que se tente mais sutil
Vencendo tão somente meus algozes
Quisera ser de fato até gentil,
Em meio aos dias rudes tão atrozes,

E sei dos descaminhos onde atrozes
Cenários cada sonho presumiu,
E tento acreditar que ao ser gentil
Marcando o dia a dia em firmes vozes
Supere com vigor tantos algozes,
Aonde quis um dia mais sutil,

Embora o ser sutil, mesmo em atrozes,
Caminho onde há algozes; presumiu,
Em frente às várias vozes, ser gentil.


140


Ouvindo este marulho me recordo,
Do tempo aonde a vida fora além
Do tanto que pudera e sempre vem
A cada novo instante e quando acordo
Procuro tão somente por alguém
E nada se percebe agora a bordo,

O quanto se tentara ter a bordo
Do sonho que deveras mal recordo
Trazendo a sensação de ser alguém
E nisto o que pudera mesmo além
Grassasse cada farsa e sei que acordo
Enquanto a solidão ao longe vem,

O tanto que pudera e nada vem
Demonstra a sensação de estar a bordo
Do encanto que deveras se eu acordo
Jamais em novo dia, enfim recordo,
E sigo o quanto pude mesmo além
Tentando no final já ser alguém...

O mundo se desenha quando alguém
Transcende o que em verdade sempre vem
Ou mesmo se aproxima e deixa além
Levando esta esperança sempre a bordo
Do todo que deveras mal recordo,
E nisto sem temor algum, acordo.

E quando nos teus braços eu acordo
Sabendo deste amor que traga alguém
Enquanto no final tanto recordo
E sinto que esperança sempre vem
Deixando o pensamento ledo a bordo
Dos dias com certeza a mais e além,

O mundo se mostrara enquanto além
Do tanto quanto veja mal acordo
Tramando outro cenário, subo a bordo,
Tentando noutro rumo ser alguém
E quando uma procela ao longe vem
Dos erros cometidos me recordo.

O quanto já recordo e sei que além
O sol que cedo vem quando me acordo
Trouxesse sempre alguém comigo a bordo.


141


No quanto poderia ter nas mãos
Os sonhos mais diversos, improváveis,
Os ermos de minha alma inalcançáveis
Os dias sempre seguem rudes, vãos,
E sei dos meus anseios entre os nãos.
E os passos tão diversos incontáveis.

Enganos que bem sei são incontáveis
E trazem com certeza rudes mãos
Envoltas na firmeza destes nãos
Grassando em dias rudes e improváveis
Ainda que se tente em dias vãos
Os mundos que procuro inalcançáveis.

Os tempos quando sigo inalcançáveis
Momentos entre farsas incontáveis
Expressam tão somente os mesmos vãos
E trago com firmeza em minhas mãos
Os riscos mais atrozes e improváveis
Gerando no final diversos nãos.

Os sonhos expressando os vários nãos
Esbarram nos sutis e inalcançáveis
Ainda que se mostrem improváveis
As vagas ilusões são incontáveis
E trazem no vazio destas mãos
Os mesmos desencantos, ermos, vãos,

E sei dos meus apelos todos vãos
E neles as respostas, tantos nãos,
Trazendo fundo corte nestas mãos
E sendo no final inalcançáveis
Os erros que pudera ora incontáveis
São ermos e bem sei tão improváveis,

Aonde se tentassem improváveis
Caminhos que tramassem entre os vãos
Anseios se mostrando ora incontáveis
Marcando com terrores vários nãos
Em dias quando vejo inalcançáveis
Distantes dos meus olhos, minhas mãos,

E quando em minhas mãos são improváveis
Sonhos inalcançáveis todos vãos
A vida dita os nãos, ora incontáveis...

142


Não mais se perderia alguma chance
No tanto sem sentido feito em vida
A luta noutro engodo decidida
Enquanto no vazio a voz se lance
Sem nada que deveras mais alcance
A sorte se desenha ora perdida,

Percebo o quanto possa estar perdida
História que se mostre sem ter chance
Do quanto a própria senda em raro alcance
Vagasse sem proveito em minha vida,
E nisto o meu anseio ora se lance
Na sorte há muito tempo decidida,

E quando se apresenta decidida
Ainda que pudesse a já perdida
Noção do que deveras tanto lance
Marcando cada engano em cada chance
Tramando o quanto resta desta vida
E nisto outro vazio ora se alcance,

O mundo se perdera e nada alcance
E sei da sorte mesmo decidida
Gerando no final qual nova vida
A senda mais distante ora perdida
E nisto se desenha nova chance
Enquanto o verso ao longe enfim se lance,

E sinto o quanto possa noutro lance
Viver o que meu canto agora alcance
Trazendo no final a velha chance
Que fora no passado decidida
Embora a sorte veja enfim perdida
Encontro rastros raros, minha vida...

Há tanto o que buscar e desta vida
Ao tanto que pudesse e já se lance
A sorte mesmo estando assim perdida
Presume o quanto possa e nunca alcance
Deixando a minha luta decidida
Sem ter sequer no fundo alguma chance,

E desta velha chance a minha vida
Às vezes decidida num só lance
Decerto agora alcance a luz perdida.


143

Ousasse noutro instante acreditar
E mesmo quando possa ter o senso
Do mundo que deveras tanto penso
E nele cada instante a se mostrar,
Vagando sob as tramas do luar
Num sonho tão imenso quanto intenso,

E vivo sem temor o mais intenso
Cenário aonde possa acreditar
Gerando a cada noite outro luar
E nisto se tramasse em raro senso
O mundo noutro tom a se mostrar
Enquanto no infinito sempre penso,

Vestindo esta ilusão, enfim eu penso,
No tempo que pudera mais intenso
E sigo a cada instante a me mostrar
No quanto deveria acreditar
E quando percebesse no bom senso
Um raio mais suave do luar,

E tento mesmo após cada luar
O manto mais suave e nele penso
Tentando acreditar que em raro senso
O mundo se fizera mais intenso
E possa na verdade acreditar
No todo mansamente a se mostrar,

Pudera num instante enfim mostrar
Argêntea maravilha de um luar
E nisto num momento acreditar
E sei que se decerto em ti eu penso
Meu mundo se tornara mais intenso
Ultrapassando até qualquer bom senso,

E sei deste cenário em raro senso
Deixando esta beleza a me mostrar
Num canto tantas vezes mais intenso
Trazendo dentro da alma algum luar
Enquanto no infinito sempre penso.
O sonho se permite acreditar.

Pudesse acreditar que qualquer senso
Gerasse o quanto penso a se mostrar,
Tramando este luar, decerto intenso.


144

Ainda se permita qualquer passo
Deixando no final o intenso rastro
E quando em ilusões ora me alastro,
O mundo noutro rumo agora traço,
E sei do sentimento onde no espaço
O amor se moldaria como um astro,

Vagando sem destino, um frágil astro,
O tempo noutro encanto sempre passo,
E nisto o que pudera neste espaço
Marcando com vigor provável rastro
E nisto perseguindo cada traço
Ao infinito sonho enfim me alastro,

E quando nos vazios eu me alastro
Deixando no passado qualquer astro
Vivendo a sensação de mero traço
Toando meu anseio passo a passo,
E nisto se presume qualquer rastro
Deixado sem proveito em ledo espaço.

Meu mundo neste imenso e raro espaço
Determinando o quanto além me alastro
Expressa a sensação e deixa em rastro
O caminhar distante de algum astro
E nisto se presume a cada passo
O quanto se desenha em rude traço,

E sei da sensação do imenso traço
Grassando sem destino o farto espaço
Marcando a minha vida a cada passo,
E sigo enquanto possa ou já me alastro
Tentando então seguir um diverso astro
Sem mesmo permitir que reste um rastro.

E quando no final meu sonho em rastro
Expressaria além de qualquer traço
A sensação etérea feita em astro
Na imensidão diversa deste espaço
Enquanto noutro rumo já me alastro
Permito no meu anseio a cada passo,

E cada novo passo deixa em rastro
O quanto já me alastro enquanto traço
Perdido em pleno espaço, fosse um astro...


145


Ouvisse da esperança algum alento
E nisto se teria a solução
Dos ermos que tocando o coração
Expressariam quanto mesmo tento
Na farsa mais atroz o pensamento
Moldara a minha vida sempre em vão,

E sei do descaminho e mesmo vão
O quanto se fizera em tal alento,
Não possa resumir no pensamento
Tramando sem sentido a solução
E quando outro cenário agora tento,
Esbarro no que dita o coração,

A vida se mostrara em coração
E nisto o quanto pude sei que é vão
E noutro caminhar deveras tento
Vencer e mesmo até num raro alento
Tramar o que se faça em solução
Grassando o mais suave pensamento,

Regido pelo manso pensamento
Vibrando com ternura o coração
Achando do passado a solução
E sei do dia a dia mesmo em vão
Marcando com ternura o farto alento
Que tanto acreditasse ou mesmo tento,

E sei deste cenário aonde eu tento
Vagar e ter além do pensamento
Certeza de algum sonho em manso alento
Batendo bem mais forte o coração
E nisto o quanto pude ter em vão
Expressaria apenas solução.

Ao ver neste momento a solução
Do que deveras teime e quando tento
Trazendo a cada passo o rumo em vão
Tocando mansamente o pensamento
E quando se invadisse o coração
Teria tão somente novo alento,

E sei que meu alento é solução
Do quanto em coração deveras tento
Mudando o pensamento, outrora vão.


146

O mundo se anuncia em verso e prosa
Gerando o quanto possa em meu jardim
Trazendo esta esperança viva em mim
No quanto se tentara a majestosa
Vontade de viver cevando a rosa
Que possa demonstrar além do fim,

O tanto quanto tive traz o fim
E tenta na verdade além da prosa
A sensação suave de uma rosa
Vicejando deveras no jardim
E sendo esta rainha majestosa
A imagem se guardando dentro em mim,

O tanto que pudera vir a mim
Tramasse no começo, o meio e o fim,
Na senda mais sutil e majestosa
Ainda que se tente a cada prosa
Viver a deusa nobre do jardim,
De todas; a rainha. Minha rosa.

Olores delicados desta rosa
Traçando uma esperança além em mim
E nisto se cevando este jardim
Que possa traduzir bem mais que o fim
Grassando o quanto viva reste a prosa
De todas, mais sincera e majestosa.

A luta se fizera majestosa
E nisto se cultua em toda rosa
Certeza de uma vida bem mais prosa
E viva mais feliz dentro de mim
O quanto se tramasse até o fim,
Na sutileza rara de um jardim,

Ainda sendo a vida este jardim
E a senda mais sutil e majestosa
Ditando uma alegria como um fim,
Marcasse sem espinhos cada rosa
E nisto desenhando para mim,
A vida feita em bela e clara prosa.

A deusa toda prosa no jardim,
Trazendo para mim a majestosa
Beleza desta rosa além do fim.

147

Nas tramas em diversas fantasias
Os erros cometidos no passado
Ao menos quando possa em raro enfado
Traçar o quanto quero e tu me guias
Vencendo as mais diversas ironias
O sonho noutro rumo desvendado,

Ainda quando possa desvendado
Tramar este cenário em fantasias,
Sabendo das mais duras ironias
Deixando o pensamento no passado
E sei que quanto mais além me guias
Traduzo o dia a dia neste enfado,

E sigo mergulhando e se me enfado
Percebo este caminho desvendado
E nele tão somente ora me guias
Gerando muito além das fantasias
Qual marca mais atroz do meu passado
As várias e temíveis ironias.

Vestindo com temor tais ironias
O marco se desenha em puro enfado
E sei do meu momento onde o passado
Tramando o quanto fora desvendado
Grassando com ardor as fantasias
E nelas tão somente ora me guias,

Ousando acreditar no quanto guias
Meu passo muito além das ironias
Cerzindo esta esperança em fantasias
O quanto se resume num enfado
O todo transformando o desvendado
Caminho numa sombra do passado,

E tudo quanto houvera no passado
Traduz o que se tente enquanto guias
Gerando o sonho mesmo desvendado
Envolto nas dispersas ironias
E nisto se moldando num enfado
As mais diversas tolas fantasias,

E destas fantasias meu passado
Supera algum enfado quando guias
Segredos e ironias desvendados...


148


Negar o que inda reste do que um dia
Pudera mesmo ser ou nada além
Do tanto que de fato me convém
Vestindo a mais sobeja poesia,
E nisto o quanto possa ser alguém
Presume o verso em voz mansa e macia,

A vida se pudesse ser macia
E nisto demonstrasse a cada dia
O quanto é necessário ter alguém
E vejo ou mesmo tento estar além
Usando tão somente a poesia,
No todo que deveras mais convém,

O sonho com certeza ora convém
E gera a sensação clara e macia
Versando sobre cada poesia
E nisto se moldasse novo dia
Ou mesmo desenhasse muito além
A face desejada deste alguém

O tanto que pudera noutro alguém
Exprime o quanto a vida me convém
E sigo ou mesmo tento muito além
Da sorte tão diversa quão macia
Grassando no infinito a cada dia
Gerando dentro da alma a poesia,

E sei que possa além da poesia
Viver o quanto trama novo alguém
Um sonho se desenha a cada dia
E nisto todo o sonho ora convém,
No quanto a luta fosse mais macia
O verso se anuncia muito além,

E sigo o meu caminho, e vou além,
Traçando dentro da alma a poesia
Que possa me tramar em voz macia
O quanto desejoso fosse alguém
No tanto que pudera e se convém
Tramasse uma esperança em novo dia,

Meu mundo neste dia ou mesmo além
Trouxesse o que convém em poesia
Ternura deste alguém, clara e macia...


149

Jogado sobre as pedras, simplesmente,
Meu barco se perdera desta rota
E o quanto na verdade se denota
Presume uma esperança que ora mente,
E vejo este cenário impertinente
Trazendo a sensação de uma derrota,

E quando a solidão já me derrota
Marcando a vida rude, simplesmente,
O quanto fora outrora impertinente
Expressa na verdade a velha rota
E sei do quanto a sorte agora mente
E nisto novo tempo se denota,

O tanto que deveras mais denota
Meu mundo desenhado em tal derrota
Resume o que esperança tanto mente
E sigo o meu caminho simplesmente
Errando a direção, e em tosca rota,
Tentasse novo passo, impertinente.

O verso que se fez impertinente
Apenas o vazio ora denota
E tendo a imensidão qual fosse rota
Gerando no final nova derrota
Vencido pela vida simplesmente
A própria leda história tanto mente.

O quanto no vazio o tempo mente
E trame novo passo impertinente
Deixando para trás e simplesmente
Enquanto o mesmo nada se denota
Acumulando enfim nova derrota
Meu mundo se perdendo em leda rota,

E quando na verdade sei da rota
Que possa me trazer o quanto mente
Gerando a cada engano outra derrota
Singrando este momento impertinente
Palavra sem sentido ora denota
O todo que vivera, simplesmente,

E sei que simplesmente a mesma rota
Enquanto o vão denota também mente
Grassando impertinente, outra derrota.

150


Ourives da esperança um sonho a mais
Expressaria além dos claros dias,
O quanto na verdade me trarias
Embora saiba tantos vendavais,
O que se traduzisse em fantasias
Permite no final, um manso cais,

O barco procurando qualquer cais
Que possa traduzir e ser a mais
Que todos os meus ermos, fantasias,
E nisto emoldurasse tantos dias
Após os mais diversos vendavais
E o medo que deveras me trarias.

Presumo cada engano onde trarias
Além do que pudera noutro cais
Ao enfrentar sem medo os vendavais
E nisto novo passo sempre a mais
Traçasse o que se busca em tantos dias
Além das mais diversas fantasias,

Grassando sem limites, fantasias,
O tanto que pudera e me trarias
Tocasse com certeza novos dias,
E neles a alegria sendo um cais
Vivesse o que pudesse tendo a mais
Que torpes desesperos, vendavais,

Enfrentaria além dos vendavais
Os sonhos, ilusórias fantasias,
E sendo que decerto nunca mais
O mundo de tal forma me trarias
E nisto outra esperança sendo um cais
Vencesse mansamente rudes dias,

E sei dos meus anseios, novos dias,
Enquanto desenhando em vendavais
Deixando para trás o porto e o cais
Ousando nas diversas fantasias
Que tanto quanto possa me trarias
E nisto se deseja muito mais,

O quanto fora a mais em novos dias
Deveras me trarias vendavais
Tramando em fantasias todo cais.


151


Nos versos que pudesse traduzir
O quanto quero a vida num momento
E vejo a sedução em pensamento
Do quanto tente mesmo no porvir
A voz se perde além do próprio vento
E nisto outro caminho a se seguir,

Pudesse novamente te seguir
E tanto e raro amor ao traduzir
Ditando em esperança rumo ao vento
No quanto se fizesse num momento
O todo se traçando no porvir
Marcando com ternura o pensamento,

E vivo com firmeza o pensamento
E tento novo instante e irei seguir
O quanto se pudera e sem porvir
Ainda se tentasse traduzir
O mundo neste raro e bom momento
Trazendo a tua voz esparsa ao vento,

E sinto a maciez do manso vento
Tocando suavemente o pensamento
Tramando a cada instante outro momento
E nele cada passo a se seguir
Pudesse simplesmente traduzir
O quanto ainda tente no porvir,

E sei da vida amarga sem porvir
Envolta no diverso e rude vento
Enquanto pude ao menos traduzir
Tomado por intenso pensamento
No quanto percebesse e irei seguir
A vida a todo instante, outro momento,

E sinto o quanto possa num momento
Ditar com esperança o meu porvir
E nisto mesmo os rastros a seguir
Deixando o coração exposto ao vento
E tanto quanto possa o pensamento,
Somente um raro afeto traduzir,

Pudesse traduzir neste momento
Além do pensamento o meu porvir
E neste calmo vento te seguir...


152

A cada novo dia o sacrifício
Repete-se decerto em fome e guerra
Assim desde o princípio, turvo início,
Da vida humana sobre a pobre Terra,
E quando uma esperança se desterra
Encontro tão somente o precipício,

O mundo se anuncia em precipício
E traz num novo instante o sacrifício
E nisto tão somente a alma desterra
Grassando a cada passo nova guerra
Tornando mais difícil a própria Terra,
E do final prevejo o seu início,

O quanto se fizera desde o início
Traçando sem defesa o precipício
Matando pouco na pouco a nossa Terra
Que entregue num temível sacrifício
Exposta aos turbilhões e em cada guerra
Um pouco mais distante se desterra.

Minha alma noutro rumo ora desterra
E tenta novamente um manso início
Sem ter nos olhos fúria, angústia e guerra,
Sem crer no mais profano precipício
E nisto não se quer o sacrifício
Da mãe que nos acolhe em paz, a Terra.

E o tanto desvendado sobre a Terra
Aos poucos noutro rumo se desterra
Não vale na verdade o sacrifício
E sei que a tempestade desde o início
Grassasse sobre imenso precipício
Marcado pela fúria em leda guerra.

A vida se mostrasse em plena guerra
E destruindo inteira a própria Terra
Gerando tão somente o precipício
Enquanto uma ilusão já se desterra
E nisto se sabendo desde o início
Na sórdida expressão do sacrifício,

O velho sacrifício traça a guerra
E quando em seu início, fere a Terra,
O sonho se desterra em precipício.


153


Ainda sem sentido e sem razão
Meu mundo se transforma noutro instante
E o verso que afinal nada garante
Expressa o que pudera doravante
Vivendo sem sentido e dimensão
O tanto que quisera e me adiante,

O quanto desejasse e se adiante
Marcando a cada dia esta razão
Diversa da mais clara dimensão,
Tocar a cada sonho noutro instante
Presume o dia a dia doravante
Enquanto a sutileza além garante.

O mundo com certeza se garante
E mesmo quando o passo ora adiante
Não sigo o que vivesse doravante
Buscando no final qualquer razão
Que gere a cada sonho novo instante
Na mais diversa sorte em dimensão,

E tendo do meu mundo a dimensão
Que a própria persistência já garante
Vivendo tão somente num instante
O quanto se permite ou adiante
Trazendo a cada passo uma razão
Que trame novo rumo doravante,

E vivo tão somente doravante
A sorte na diversa dimensão
E tento conceber qual a razão
Que mostre a vida enquanto se garante
O mundo que se veja ora adiante
E renovado sonho a cada instante,

Meu mundo se fizera num instante
E sei do que pudera doravante
Ainda que decerto me adiante
O tanto noutro fato e dimensão
Grassando aonde o sonho se garante
Trazendo na esperança esta razão,

Vivesse e com razão a cada instante
O mundo se garante doravante
E nova dimensão já se adiante...

154


Não mais que meramente quis a sorte
Vencendo os meus temores do passado,
E sinto o quanto possa simplesmente
Viver o que deveras me conforte
E tendo esta esperança lado a lado,
A dor decerto agora vejo ausente,

E quando se transforma em tom ausente
O todo se moldando em rara sorte
Trazendo novo dia sempre ao lado
Do quanto poderia no passado
Verter onde o caminho que conforte
Tramasse novo rumo, simplesmente,

E sei do quanto pude simplesmente
Ainda que se tente e sinta ausente
O verso mais audaz já me conforte
E nisto se desenha inteira a sorte
Do tempo que percorro e do passado
Deixasse o sofrimento enfim de lado

O que se desejara dita o lado
Que possa na verdade simplesmente
Traçar o que vivera no passado
E quando noutro engano já se ausente
A vida desenhada em rara sorte
Presume o que deveras nos conforte,

E sei do quanto mais ora conforte
E tramo o meu anseio e sigo ao lado
Da luta feita em glória e rara sorte
Grassando este caminho simplesmente
E tendo o que se faça agora ausente
Sonegue velhos erros do passado.

O tanto que se fez do meu passado
Embora o meu futuro ora conforte,
Não deixa que se veja o tom ausente
Do quanto poderia ter ao lado
Vivendo o quanto queira simplesmente,
Sabendo da esperança em nobre sorte,

O quanto desta sorte diz passado,
Ou mesmo simplesmente nos conforte
Deixando a dor de lado, agora ausente...

155

Ainda quando possa desvendar
Segredos da existência de quem busca
Vencer a solidão e neste ponto
A cada novo dia sempre traz
O verso mais audaz e mesmo o quanto
Presume num anseio sem final,

O vento se mostrara no final
Tentando cada passo desvendar
E sei deste luar e nele o quanto
A vida algum sentido tanto busca
E toda a fantasia agora traz
O mundo mais contumaz e ponto a ponto,

O conto que se faça em cada ponto
Errando de caminho e sem final
Meu verso com firmeza sempre traz
O todo que pudera desvendar
E nisto cada passo ora se busca
Vivendo sem sentido tanto quanto,

O passo se mostrara e nisto o quanto
Tramasse com certeza novo ponto
E sigo a cada passo a velha busca
E sei do que pudera no final
Ao menos com certeza desvendar
O que cada momento agora traz,

O verso se desenha enquanto traz
O todo neste engodo, mas sei quanto
Da vida se mostrara a desvendar,
E nisto se traduza em todo ponto
Além do que mais possa no final
Tramar o quanto houvera em leda busca,

E quando esta incerteza a sorte busca
O mundo se anuncia e já me traz
Somente o que pudera no final
Sem mesmo desejar decerto o quanto
Traçasse noutro rumo e em cada ponto
Outro cenário apenas desvendar,

E possa desvendar além da busca
O todo em cada ponto que se traz
Vivendo tanto quanto o meu final.


156


Não mais se imaginasse alguma luz
Nem mesmo a sorte imensa de sonhar
E vendo o quanto pude desvendar
O passo no vazio me conduz,
Certeza que pudesse imaginar
Na fúria que deveras reproduz,

O sonho tão somente reproduz
O quanto se deseja em plena luz
E busco na verdade imaginar
O todo que pudesse ora sonhar
E sei do quanto a vida me conduz
E nisto outro cenário a desvendar,

O mundo se presume a desvendar
E quando outro caminho reproduz
Além do quanto possa e se conduz
Gerando dentro da alma a rara luz
Que possa permitir e meu sonhar
Expressa o quanto pude imaginar,

A vida noutro tom, imaginar,
E sigo cada passo a desvendar
O todo que desejo e no sonhar
Um ato mais diverso reproduz
O tanto que pudera em rara luz
E nisto uma esperança me conduz,

O tempo na verdade ora conduz
Bem mais do que pudera imaginar
Trazendo ao pensamento a rara luz
Que possa meu destino desvendar
E tudo o quanto possa reproduz
O mundo quando vivo este sonhar,

A vida desenhando o que sonhar
Ao topo da esperança me conduz
E tanto quanto possa, reproduz,
Presume o que se tente imaginar
E nisto pouco a pouco desvendar
O verso feito em glória e plena luz,

Assim da imensa luz o meu sonhar
Pudesse desvendar o que conduz
E o farto imaginar se reproduz...

157



Singrando Paraísos entre enganos
Ouvisse da esperança algum apelo
E tendo mais que mero pesadelo
Ainda tendo na alma o sonho e vê-lo
Vivendo tão somente a fantasia
Nas tramas entre luzes e segredos

Ousasse acreditar em teus segredos
E nisto cometendo os meus enganos
Enquanto uma alma busca e fantasia
Traçando o quanto possa em raro apelo
E possa neste instante ou sempre vê-lo
Vencer ansiedade e pesadelo,

O mundo desenhando em pesadelo
Vagasse entre os diversos vãos segredos
E amor quando pudesse em sonho vê-lo
Mesmo que se sentissem os enganos
O tanto se fizera noutro apelo
E nisto prosseguisse em fantasia,

O manto recobrindo, a fantasia,
Deveras se tornando um pesadelo
E nisto a todo instante novo apelo
Deixando para trás os meus segredos
E neles outros ermos são enganos
E o verso se moldara aonde vê-lo,

E quando meu caminho, eu posso vê-lo,
No quanto a cada passo fantasia
Minha alma feita em tantos vãos enganos
E quando se percebe em pesadelo
Ainda se presumem os segredos
No quanto o sonho dita algum apelo,

O mundo se mostrara num apelo
E o quanto poderia sempre ao vê-lo
Tramar entre detalhes e segredos
O tempo aonde tanto a fantasia
Ultrapasse enfim o pesadelo
Gerando tão somente os meus enganos,

E quando dos enganos tento o apelo
A cada pesadelo eu possa vê-lo
E tendo a fantasia em meus segredos...


158


O tempo se anuncia mais tranquilo
E vejo após a dura tempestade
O quanto em calmaria se percebe
E vivo tão somente esta esperança
Da sorte mais diversa e mais sublime
Que tantas vezes doma o pensamento,

Ainda quando tenha em pensamento
Um dia com certeza tão tranquilo
Num ar tão delicado quão sublime
Aonde houvera dor e tempestade,
Restando dentro da alma uma esperança
Que o canto mais suave ora percebe,

A vida de tal forma se percebe
Tocando suavemente o pensamento
E nisto se concebe esta esperança
Trazendo este momento mais tranquilo
E quando se anuncia a tempestade
O passo sobrepuja em paz sublime,

O quanto o meu caminho for sublime
E tendo esta certeza, já percebe,
A vida que tivera a tempestade
Toando dentro da alma o pensamento
Gerando outro caminho mais tranquilo
Marcando com ternura uma esperança,

O verso se traduz em esperança
E traça o dia a dia onde é sublime
O caminhar deveras mais tranquilo,
E nisto com certeza se percebe
O mundo resumindo em pensamento
O quanto sobreviva à tempestade,

Não pude suportar que a tempestade
Marcasse com vigor uma esperança
Tocando bem mais fundo o pensamento
Enquanto eu quis um passo mais sublime.
Um novo amanhecer já se percebe
E nele o canto seja mais tranquilo,

Um passo tão tranquilo, a tempestade
Jamais toca e percebe. Na esperança
Tramasse o mais sublime pensamento.


159

Jogando com o tempo eu poderia
Vencer os mais diversos medos quando
A sorte noutro passo desabando
O mundo se transforme a cada dia
E nisto o que e faça em alegria
Pudera desenhar um novo encanto,

E quando se anuncia noutro encanto
O tanto quanto queira e poderia
Versar com mais ternura esta alegria
E sem saber sequer nem como ou quando
Gerasse o tempo feito dia a dia
E o tanto noutro instante desabando,

O mundo se percebe desabando
E tendo em minhas mãos o raro encanto
Que possa transcender ao próprio dia,
O todo sem sentido eu poderia
Traçar o quanto queira desde quando
O mundo se moldasse em alegria,

E sei do quanto possa na alegria
E mesmo quando vejo desabando
Meu mundo se apresenta desde quando
Tramasse com certeza novo encanto
Enquanto cada passo eu poderia
Trazer uma vontade a cada dia,

O todo se anuncia em novo dia
E nisto se presume uma alegria
Que tanto quanto queira e poderia
Marcasse o todo agora desabando
E tendo na ternura o meu encanto
Cerzisse esta esperança e nela o quando,

O tempo se mostrara desde quando
Lutasse sem sentido a cada dia
Gerando no final o raro encanto
Que possa me trazer em alegria
Vencendo esta ilusão já desabando
E nela o que decerto eu poderia,

O mundo poderia desde quando
Um sonho desabando a cada dia
Marcasse em alegria um nobre encanto.


160

Aonde o tempo trace alguma sorte
Diversa da que um dia concebesse
Quem tanto noutro rumo se perdera
Vivendo o seu outono em tais conflitos
E tendo a perspectiva de um inverno
Não possa compreender qualquer nevasca.

Minha alma quando exposta à vã nevasca,
Embora reconheça sua sorte
Adentra estes limites de um inverno
E mesmo que o verão já concebesse
Perdendo simplesmente estes conflitos
Há tanto esta batalha enfim perdera,

E quem ao caminhar tudo perdera
E enfrenta sem defesas a nevasca
Mal vendo ser comum a nossa sorte
Gerando dentro em si vários conflitos,
Nos sonhos outro rumo concebesse
Bebendo simplesmente tal inverno

E tendo em seu olhar o duro inverno
Há tanto noutro rumo se perdera
E mesmo que ilusão já concebesse
A vida traz de novo esta nevasca
Tramando no final a rude sorte
Envolta em temores e conflitos

Os tantos e diversas vis conflitos
Eclodem num temor, num vago inverno,
E tendo no final a mesma sorte
De quem a direção enfim perdera
Tocado pela fúria da nevasca
Um novo tempo apenas concebesse,

E quando este final mal concebesse
Após tantas batalhas e conflitos
Arcando com a dor de uma nevasca
Numa expressão atroz do último inverno
Há muito nesta senda se perdera
Sabendo ser enfim a nossa sorte.

E quando a própria sorte concebesse
Somente se perdera em tais conflitos
Tocando seu inverno estas nevascas...

161

Não mais que meramente vejo o sonho
Numa expressão diversa e tão sutil,
O medo trama o quanto em contratempo
Restasse dentro da alma em cada ausência
E sinto o vento audaz do meu passado
Grassando sobre os prados da existência,

E sei que no final cada existência
Presume muito além de qualquer sonho
E nisso o que pudera no passado
Marcasse com um passo mais sutil
Deixando que se veja numa ausência
Somente o mais diverso contratempo.

A cada novo engodo, um contratempo,
Resume no vazio esta existência
E tento após saber da imensa ausência
Tomando com terror o manso sonho,
Embora nos pareça mais sutil,
Traduz o que se fora no passado,

O verso simboliza o meu passado,
E nisto o quanto trame em contratempo
Versando de maneira mais sutil
Ousando acreditar numa existência
Que possa transcender ao próprio sonho
Vencendo o quanto exista em tal ausência.

Meu mundo se perdendo e nesta ausência
Revivo a cada dia o vão passado
E tento traduzir o novo sonho
Gerado pelo imenso contratempo
Tomando sem defesas a existência
Que mostre ser decerto mais sutil,

E o manto feito em versos, tão sutil,
Simbolizando apenas velha ausência
Do quanto concebera em existência
Erguendo este fantasma do passado,
Já não comportaria um contratempo
E nem sequer coubera num só sonho,

E quando deste sonho o ser sutil
Expressa um contratempo: pura ausência,
Resquício do passado na existência...


162

Já não coubera mais o ser além
Do todo que pensara ora plausível
O verso num caminho mais sensível
Expressa o que em verdade não contém,
Ainda que se veja neste incrível
Cenário traduzira em vago bem,

O tanto que se possa, imenso bem,
Gerando o dia a dia e muito além
Num tempo demonstrado agora incrível
Cerzindo o quanto fora mais plausível
E nisto toda a vida nos contém
Tramando qualquer tom, bem mais sensível,

O sonho se transforma onde é sensível
E gera após o medo, um raro bem,
E crendo no final no que contém
Seguindo passo a passo ou muito além
Do quanto poderia ser plausível
Grassando este momento mais incrível,

Aonde o inusitado e tão incrível
Caminho quantas vezes mais sensível
Gerindo o quanto fora enfim plausível
E nisto consistindo o raro bem
Que possa e na verdade siga além
Do quanto em fantasia nos contém,

O amor que com certeza a paz contém,
Envolto num cenário mais incrível
Enfrenta este caminho e segue além
Envolto neste sonho mais sensivel
Sabendo no final que; tudo bem,
O sonho finalmente sei plausível,

Enquanto for a vida em paz plausível,
Um novo amanhecer já nos contém
E sigo este momento em raro bem
Ainda que isto fora quase incrível
Um novo amanhecer se faz sensível
E traça o quanto possa muito além,

E quando sigo além do mais plausível
Um canto mais sensível já contém
O mundo intenso, incrível, deste bem...

163

O verso sem proveito e sem sentido,
O canto noutro tom ecoa na alma
E o vento que pudera e não me acalma
Restando tão somente em leve brisa
Do quanto deveria e nada visa,
Senão este cenário prometido,

O quanto fora outrora prometido,
Versando neste mundo sem sentido
Apenas o que possa crer já visa
E sei quanto se trama dentro da alma
A doce sensação da mansa brisa
Que ao fim somente em paz agora acalma,

O mundo sem guerrilhas quando acalma
Vivesse muito além do prometido
E tendo tão somente a mera brisa
Traçando no infinito o seu sentido
Adentra sem limites e dentro da alma
Um novo caminhar em paz já visa.

O tanto quanto a vida mesmo visa
No fundo com certeza tanto acalma
Gerando a perspectiva viva na alma
Grassando muito além do prometido
E nisto se perdendo este sentido
Esbarro tão somente nesta brisa,

A vida feita em paz, qual fora brisa,
Enquanto este cenário tenta e visa
Marcando com ternura este sentido
E nisto tão somente ora me acalma
Vivendo o quanto fora prometido
No sonho que tocasse fundo esta alma,

O tempo desenhando dentro da alma
Além desta sublime e rara brisa
Moldando muito além do prometido
No fundo outro caminho também visa
E o todo quando vejo e já me acalma
Num sonho feito em paz e ora sentido

O quanto sem sentido vejo esta alma
E apenas o que acalma trama a brisa
No quanto amor já visa o prometido.


164



Ainda quando a vida se fizera
Diversa do que tanto desejei
O mundo traduzisse no final
O sonho sem sentido e sem razão
Vivendo por viver cada momento,
No engano mais cruel, a tempestade.

O quanto trace em nós a tempestade
Que o sonho sem defesas já fizera
E nisto se perdendo outro momento
Marcando o que deveras desejei
Tramando num sentido esta razão
Vagando desde início até o final,

E sei do quanto possa no final
E sigo sem temor a tempestade
Que trace desde cedo esta razão
E nisto cada passo se fizera
Marcando o que deveras desejei
Gerando outro caminho, outro momento,

E sei que na verdade este momento
Adentra a paisagem no final
E o mundo que decerto desejei
Enfrentaria toda a tempestade
E nisto cada passo se fizera
Trazendo no seu bojo uma razão.

Da vida o quanto possa em tal razão
Arcar com novo sonho num momento
E tendo todo o encanto que fizera
Preparando o seu bote no final
Aonde se anuncie a tempestade
Diversa do que um dia desejei,

A paz quando em verdade a desejei
Tocando mansamente esta razão
Vencendo a mais temida tempestade
O mundo se moldando num momento
Deixando o bem melhor para o final,
A sorte que no amor já se fizera,

O quanto ora fizera e desejei
Traria no final qualquer razão
Não tema um só momento a tempestade.


165


Restando muito pouco para o fim
Apenas o que vejo traduzisse
No fundo a mesma farsa, uma tolice,
Guardada a sete chaves dentro em mim,
E o tempo se anuncia na mesmice
Marcada pela angústia a cada passo,

O mundo se tramasse enquanto passo
Vencendo o temporal chegando ao fim,
E nisto se redunda outra mesmice
Que possa e na verdade traduzisse
Apenas revivendo agora em mim
O quanto fora ausência ou mais, tolice.

Na vida feita em lutas tal tolice
Presume no final o quanto passo
Grassando sem temores dentro em mim,
O verso desenhando o próprio fim
No quanto a cada farsa traduzisse
Somente o dia a dia, uma mesmice,

E sei que no final esta mesmice
Versando sobre toda uma tolice
Tocando no que agora traduzisse
O mundo que presumo passo a passo
E resta tão somente agora o fim,
Que trago bem mais vivo envolto em mim,

E sei do quanto exista e viva em mim
Embora se transforme na mesmice
Que traça do começo, o meio e o fim,
Marcando a cada instante esta tolice
Mesclando com firmeza todo passo,
Aonde uma esperança traduzisse,

O mundo enquanto o sonho o traduzisse
Eclode a fantasia e sei de mim,
No quanto poderia novo passo
E mesmo que pudesse tal mesmice
Resumos entranhados na tolice
Trazendo tão somente o ledo fim.

E quando o mesmo fim se traduzisse
Tramando outra tolice viva em mim
Tocasse com mesmice o velho passo.

166

Ainda se fizera qualquer dia
Após a dolorida persistência
Do mundo sem saber desta indulgência
No quanto a vida trace em agonia
Deixando para trás a fantasia
E tendo do não ser clara anuência,

A sorte se desenha em anuência
E vivo com firmeza o dia a dia
E nesta solidão a fantasia
Traduz o quanto possa a persistência
E gera no final farta agonia
Aonde se quisera uma indulgência.

O mundo sem saber desta indulgência
Encontra na mortalha uma anuência
E molda a cada passo uma agonia
Resumos que permitam novo dia
Vencendo a mais diversa persistência
Trazendo tão somente a fantasia,

Meu passo se prevendo em fantasia
Moldando a cada engano outra indulgência
Traçando com denodo e persistência
Buscando pouco a pouco uma anuência
Que trame no futuro um claro dia
Sem mágoas, sem temor, sem agonia.

Ainda quando sinto esta agonia
Tocando a minha clara fantasia
Ousasse perceber num novo dia
Embora desenhando em indulgência
O quanto se quisera em anuência
Viver além da mera persistência,

A vida traduzisse em persistência
Bem mais que meramente uma agonia
Que encontre a cada não vaga anuência
E quando se perceba em fantasia
O mundo se moldando na indulgência
Expressa o quanto viva num só dia.

Tramando a cada dia a persistência
Que sem tal indulgência é agonia
Bebesse a fantasia em anuência.


167

Meu verso se perdendo noutro espaço
Enquanto sem sentido sigo e volto
Ao prazo que deveras determina
A vida em vago rumo, este cansaço,
Encontro e na verdade se me perco
Ousasse acreditar em solução.

Não tendo com firmeza solução
Espero desenhar em cada espaço
O rumo onde deveras se me perco
Tramasse o que deveras busco e volto
Depois do quanto houvera em tal cansaço
Enquanto o dia a dia determina,

O mundo noutro engano determina
O que demonstraria em solução
E sei do meu momento onde o cansaço
Tocando com terror o ledo espaço
Tramasse o que pudera e quando volto
Sem ter qualquer noção, enfim me perco,

O tanto quanto possa e agora perco
Gerando o que a palavra determina
Entranha este momento e sei que volto
Buscando no vazio a solução
Tentando usufruir de cada espaço
Vencendo qualquer dor, medo e cansaço.

Ainda que no rosto este cansaço
Exponha o que ora tente e já me perco
Num ermo e tão distante rude espaço
Minha alma sem sentido determina
O mundo na repleta solução
Enquanto para trás enfim me volto,

O quanto se mostrara quando volto
Trazendo agora apenas o cansaço
Não tendo na verdade solução
Ainda sem sentido algum me perco
E a vida tão somente determina
O quanto restaria neste espaço,

Ousando neste espaço eu sempre volto
E a luta determina o meu cansaço
E sei quando enfim perco a solução.



168


Espero após a chuva alguma sorte
Que possa transformar em tal bonança
O quanto fora apenas a procela
E vendo o que decerto nos conforte
O passo no final somente alcança
Enquanto esta emoção em paz revela,

Presumo o quanto tento e se revela
A vida num momento feito em sorte
E nisto novo rumo agora alcança
Quem tente na verdade esta bonança
E o mundo com certeza me conforte
Deixando para trás qualquer procela,

Meu barco ao adentrar esta procela
Novo caminho busca e já revela
Um tempo que deveras me conforte
E nisto se presume nova sorte
Expressa tão somente na bonança
Que o coração aberto enfim alcança,

E quando outro caminho em paz alcança
Depois de se encontrar rude procela
O mundo se desvenda e na bonança
O sonho mais sutil já se revela
E tanto quanto reste em plena sorte
A vida novamente me conforte,

O prazo sem temor quando conforte
Encontra o quanto possa e sempre alcança
Um dia mais suave e mesmo a sorte
Depois do quanto houvera em vã procela
Somente este caminho me revela
E nele se presume uma bonança,

O quanto fora além desta bonança
Decerto ao fim de tudo nos conforte
E sinto o quanto a vida nos revela
E nisto a sensação que em paz se alcança,
Vencendo no caminho a vã procela
Moldasse na verdade a rara sorte,

O quanto desta sorte diz bonança
Após qualquer procela me conforte
E o sonho que se alcança amor revela...


169

Meu verso se aproxima do que um dia
Tentasse acreditar ser mais profundo
E vendo esta incerteza sobre o mundo
O quanto na verdade cedo havia,
Marcando com ternura a alegoria
Na qual e pela qual tanto me inundo,

Qual fora mera margem quando inundo
Cenário se repleta noutro dia
E sinto da esperança a alegoria
Num sonho mais audaz, sono profundo,
E quando no final mais nada havia
Restara dentro da alma inteiro mundo,

Unindo com firmeza cada mundo
Que possa traduzir enquanto inundo
O tanto quanto resta ou mais havia
E sendo o meu caminho em novo dia
Procuro algum espaço onde profundo
Tramasse mais que vaga alegoria,

E o manto da esperança, alegoria,
Que toma num instante todo o mundo
Enfrenta o temporal bem mais profundo
E quando de saudades eu me inundo
Soubesse da certeza de outro dia
Que apenas dita o quanto em nós havia,

O medo tantas vezes quando havia
Ao superar em si a alegoria
Tramando a redenção de um novo dia
Expressa esta incerteza em vago mundo
E quando na ilusão tanto me inundo,
Percebo este caminho mais profundo,

E sei do quanto possa ser profundo
O tanto que deveras sempre havia
Grassando cada passo e já me inundo
Além do que fizera alegoria,
E nisto procurando um novo mundo
Renovo esta esperança a cada dia,

E sei que neste dia, o tom profundo,
Transcende e neste mundo sempre havia
A velha alegoria onde me inundo.


170

Quisera tão somente a vida em paz
E sei quanto é difícil ser feliz,
E mesmo quando o sonho em luz se faz,
O tempo dita o todo num instante
E vejo a sorte rude e contumaz
Tentando muito além do que mais quis,

E quando na verdade o sonho eu quis
Viver somente o mundo em plena paz
O passo num sentido contumaz
Tramasse o quanto possa ser feliz
Deixando passo a passo em vago instante
O que deveras sinto e a luta faz,

O prazo terminando e nada faz
Quem tanto desejara ou mesmo quis
Vencer a velha luta e neste instante
Ainda que se tente ver em paz
Eu possa finalmente ser feliz
Num sonho mais audaz e contumaz,

O verso se fizera contumaz
E nisto outro caminho a sorte faz
Deixando o coração bem mais feliz
E tendo o que em verdade sempre eu quis
Encontro nos teus braços esta paz
Ao menos num segundo num instante,

E quando o todo perco neste instante
Ainda sendo o medo contumaz
Vibrando em consonância a rara paz
Marcando o quanto a sorte quer e faz
Percebo o que em verdade bem mais quis
E tento acreditar no ser feliz.

Ainda quando possa ter feliz
O dia anunciado neste instante
Cerzindo com ternura o quanto eu quis
E sendo este cenário, o contumaz,
A vida noutra face tanto faz
Que molde simplesmente a imensa paz.

E quando vivo a paz e sou feliz,
O sonho a vida faz e neste instante
Se torna contumaz o que eu mais quis

171

Espero qualquer dia após o tanto
Que a vida sonegasse sem razão
No verso quando o sonho em paz garanto
A luta se moldando em dimensão
Suprema presumindo o mesmo espanto
Tomando dia a dia a direção,

E possa traduzir a direção
Que um dia imaginara noutro tanto
E sei do quanto viva e se me espanto
A sorte perde o rumo e da razão
Apresentando enfim tal dimensão
Grassasse aonde o nada em vão garanto,

O prazo determina o que garanto
E nisto se moldara a direção
Diversa do que pude em dimensão
Gerar o que se tente pouco ou tanto
E nada quando viva tal razão
Expresse além do medo em tolo espanto,

E sei que na verdade o que ora espanto
Não dita nem sequer quando garanto
Vivendo sem motivo esta razão
Rumando noutra farsa em direção
Ao quanto se deseja e neste tanto
Meu verso em sordidez, vã dimensão,

E sei da vida em leda dimensão
Trazendo com firmeza o quanto espanto
E nisto se anuncia o quando e o tanto
Singrando o mar que tento e já garanto
Sem ter sequer caminho e direção
Na farsa feita agora, sem razão,

O quanto poderia ter razão
Vivendo a mais diversa dimensão
Erguendo o meu olhar em direção
Ao quanto poderia e se me espanto
No fim cada momento que garanto
Determinando o como, quando e tanto.

Ainda sendo tanto o que a razão
Decerte ora garanto em dimensão
Tramando deste espanto a direção...


172


Respiro este ar decerto poluído
E vivo sem poder qualquer anseio,
Presumo meu caminho dividido
E sei desta expressão em ledo veio,
E quando no final já consumido,
Reparto a cada instante um devaneio

E sei que quanto mais eu devaneio
O mundo se moldara poluído
E tanto quanto possa é consumido
E nisto tudo além do quanto anseio
Transcende o que deveras sei que veio
Num sonho entre pedaços dividido,

O rumo noutro rumo dividido
A vida se presume e devaneio
Vagando sobre a estrada, rude veio,
E sinto o coração já poluído
E quando se fizera em tolo anseio,
Meu sonho fora apenas consumido,

O todo se desenha em consumido
Momento tantas vezes dividido
E nisto se percebe o que ora anseio
Traçando o meu caminho em devaneio
E embora seja o tempo poluído
Apenas o final traz o que veio,

O quanto se fizera em raro veio
Aos poucos noutro tom foi consumido
Deixando o sentimento poluído
Num passo sem sentido e dividido
Ousando muito além de um devaneio
Tramando com certeza o que eu anseio,

E sei da solidão e neste anseio
Um novo amanhecer deveras veio
Marcando o quanto fora devaneio
No sonho tantas vezes consumido,
Embora dia a dia dividido,
Meu mundo futilmente poluído,

E sei do poluído e tolo anseio
Que segue dividido e em cada veio
Resume o consumido devaneio...

173

Tramando alguma chance de escapar
Da fúria em tempestades, pesadelos,
Ousando acreditar no que viria,
Trazendo na verdade uma alegria
Num raio precioso de luar
Envolto meu anseio em teus cabelos,

O vento que tocasse estes cabelos
Demonstra o quanto em vão tente escapar
Das teias maviosas de um luar
Matando em nascedouro os pesadelos
Traçando a cada passo uma alegria
Num mundo aonde o sonho em paz viria,

O tanto que se tente e assim viria
Na maciez tão terna dos cabelos
Que tracem muito além farta alegria
E nada se permita ora escapar
Ainda quando venha em pesadelos
Encontro o raro alento no luar,

E sinto a imensidão deste luar
E nele todo o sonho que viria
Vencendo os mais diversos pesadelos
Roçando com brandura os meus cabelos
É quando se permite ora escapar
Da dor enaltecendo uma alegria,

E sinto tão somente esta alegria
Expondo o meu caminho que ao luar
Jamais se pensaria em escapar
E mesmo quando além a dor viria
A brisa envolvendo estes cabelos
Negasse a todo instante os pesadelos,

E sem saber sequer tais pesadelos
O mundo desenhasse em alegria
Num tom bem mais suave, os teus cabelos,
E o tempo com certeza em paz viria
Qual fosse imensamente este luar
E o verso em paz permita-se escapar.

E possa ora escapar dos pesadelos
E quando enfim viria uma alegria
Reflexo do luar toca os cabelos...


174


Um dia se fizera mais que o todo
Presumindo o cenário onde suave
A vida sem temer o quanto agrave
Não deixa mais se ver algum engodo,
O fim anunciado não se faz
E bebo a minha sorte feita em paz,

Do quanto desejara a imensa paz
Vestindo da esperança além do todo
Meu verso em harmonia hoje se faz
E sigo este momento mais suave
Supero noutro passo o velho engodo
Jamais se permitindo o quanto agrave,

A vida que deveras não agrave
O todo noutro rumo ausente paz
Vestígio resumido de um engodo
Trazendo na verdade deste todo
Um dia mais tranquilo e até suave
Que tanto se deseja e assim se faz,

O verso quando a vida mesmo faz
Sem nada que pudera e mais agrave
Grassando num terreno tão suave
Expressaria além da imensa paz
O canto que se mostra agora todo,
Sem ermos nem enganos nem engodo,

O sonho que já fora algum engodo
E noutro caminhar a vida faz
Tomando num momento o mundo todo
Sem nada que pudera e mais agrave
Tramasse com certeza a nossa paz
Num novo amanhecer raro e suave,

O vento da esperança mais suave
Não se deixa iludir, vencendo o engodo,
E quando se anuncia e busco a paz
Meu mundo de tal forma ora se faz
Que nada mais presume o quanto agrave
O sonho ou mesmo a vida como um todo.

E quando sinto o todo tão suave
O mundo não agrave e sem engodo
O tanto ora se faz em plena paz...


175

Invento qualquer cais e tento apenas
Vencer as tempestades com ternura,
E tanto quanto a vida em paz perdura
Gerando na verdade belas cenas,
Deveras o que possa em tal brandura
Tramar noites suaves e serenas,

E quando pouco a pouco me serenas
O tempo não viria mesmo apenas
Traçando quanto possa em tal brandura
Vivendo simplesmente esta ternura
E nisto se presumem várias cenas
Enquanto esta vontade em paz perdura,

O mundo se transforma e assim perdura
Nas horas mais tranquilas e serenas
Deixando no passado velhas cenas
E nisto o quanto tente, mesmo apenas,
Expressa esta verdade em tal ternura
Que possa recender rara brandura,

O vento me tocando com brandura
Enquanto além a dor tanto perdura
Invade este caminho em tal ternura
E sendo que deveras me serenas
O tanto não seria mais apenas
Momento feito em rudes, falsas cenas,

Do tempo consagrando raras cenas
Ousasse perceber farta brandura
E não somente o quanto agora, apenas,
Traçasse este caminho onde perdura
A vida entre alegrias mais serenas
Envolta plenamente por ternura,

O verso desenhando com ternura
Em tons maravilhosos da brandura
Transcende ao que pudesse noutras cenas
Singrando noites calmas e serenas
Enquanto uma alegria em paz perdura
Vivendo muito além do medo, apenas...

E sinto quando apenas sem ternura
A dor ora perdura e rouba as cenas,
Mas singro esta brandura e me serenas...


176

Ouvindo a voz distante da esperança
Que marque firmemente novo dia,
Presumo muito além do que teria
E nisto o sentindo agora avança
E sei do quanto possa em confiança
Vagar nas velhas tramas da utopia,

Amor sem ter limites? Utopia...
Embora ainda viva esta esperança
Perdendo pouco a pouco a confiança
Encontro na verdade um novo dia
E a vida de tal forma sempre avança
Ditando muito mais do que teria,

E assim a cada instante eu mais teria
O mundo feito em paz, mesmo utopia,
E nisto o passo segue e sempre avança
Trazendo tão somente uma esperança
Que renovasse enfim a cada dia
Gerando dentro da alma, confiança,

E sinto a mais sublime confiança
E nela cada verso em paz teria
Vivendo a mansidão de um novo dia
Ainda que se pense em utopia
O verso traduzindo esta esperança
Que invade mansamente, e logo avança,

O quanto do caminho a paz avança
E trame com ternura a confiança
Gerando dentro da alma esta esperança
E sinto que talvez, quando a teria,
Tornando mais possível a utopia
No amor que se renova a cada dia,

E sinto o quanto possa neste dia
Viver o que em ternura sempre avança
Ainda quando seja uma utopia
Mostrando fielmente confiança
O passo na verdade já teria
Um sonho de viver, rara esperança,

E sei desta esperança a cada dia
E nisto se teria o quanto avança
Cerzindo a confiança. Uma utopia?


177


O mundo se transforma quando vejo
Num tempo mais sublime o quanto quero,
E sei que sendo sempre mais sincero,
O tanto se desenha em raro ensejo
E sei do quanto possa e mais desejo,
Vivendo todo encanto que ora espero,

E sendo de tal forma o quanto espero
Transcende na verdade ao que ora vejo
Reinando dentro da alma este desejo
Vestindo uma esperança que mais quero
E nisto se moldara noutro ensejo
O mundo neste tom franco e sincero,

Ainda se mostrara ora sincero
E nisto todo encanto agora espero
Vagando sem temor a cada ensejo
E tanto quanto possa eu busco e vejo
Sentido no que agora sinto e quero,
Traçando a cada instante o meu desejo,

Restauro este momento onde desejo
Um ato tão sutil quanto sincero
E nisto cada fase sei e quero
Ousando te dizer e mesmo espero,
Trazendo esta verdade que ora vejo,
Vibrando com ternura a cada ensejo,

E sinto se fazendo em raro ensejo
O todo mais sublime, o meu desejo,
E quando outro caminho além eu vejo,
Procuro na verdade ser sincero
Ditando muito além do quanto espero,
Ao traduzir o mundo que hoje quero,

E sei do meu momento quando o quero
E vago a cada passo neste ensejo
E sinto muito além do que ora espero
Tocado pelas sendas do desejo
E trago dentro da alma este sincero
Anseio que na rara luz eu vejo,

E sei do quanto vejo e também quero
E sendo tão sincero a cada ensejo,
Cumprir nosso desejo: o que ora espero...


178


Jamais se acreditasse no que outrora
A vida poderia ser e nada
Do tanto que buscara em alvorada
Ausenta dos meus olhos desde agora
E sei que na verdade o quanto aflora
Expressa esta beleza abandonada,

E quando vejo a sorte abandonada
Aonde tanta luz houvera outrora
Passado num instante volve e aflora,
Porém não vejo enfim sequer mais nada
E o todo se presume desde agora
Matando em nascedouro esta alvorada

A sorte tramaria outra alvorada
E nisto esta seara abandonada
Restando tão somente desde agora
A luta que decerto ainda outrora
Marcasse o dia a dia neste nada
Enquanto a fantasia em vão se aflora,

E quando a poesia na alma aflora
Nos sonhos envolvendo esta alvorada
Ainda que em resumo surja o nada
A estrada há tanto tempo abandonada
Expressa o quanto fora e desde outrora
A farsa desenhada, a vejo agora,

E tanto se pudera quando agora
Uma esperança a mais ainda aflora
Reinando sobre as tramas desde outrora,
Resumos de uma sorte em alvorada
Na luta sem sentido, abandonada,
Numa expressão amarga dita o nada.

E sei que na verdade deste nada
O mundo desenhasse o todo agora
E mesmo que se veja abandonada
A sorte noutro tom decerto aflora
E renovando enfim esta alvorada
Revela o quanto pode em sonho outrora,

A vida desde outrora quando em nada
Tramasse esta alvorada e a vejo agora
Estrada aonde aflora; abandonada...


179

Por que não sei falar dessa maneira,
Usando os verbos vagos, virulentos,
É que perdi meu tempo, uma bandeira,
Desfraldada por sobre os excrementos
De quem tentou ferir sobremaneira
A quem amara, em todos os momentos.

E sei que na verdade tais momentos
Tramassem no final outra maneira
E quando se tentou sobremaneira
Vencer os passos rudes, virulentos,
A sorte se expressando em excrementos
Deixara na ilusão frágil bandeira,

E quando se anuncia em tal bandeira
O sonho penetrando estes momentos
Esbarro nos enganos e excrementos
E tento ser feliz, busco a maneira,
E sinto os descaminhos virulentos
Tocando o ser mais vil, sobremaneira,

E tudo o que restou sobremaneira
Tramasse na esperança uma bandeira
Ao enfrentar os rumos virulentos
Que possam dominar vagos momentos
E nisto de tal forma em vã maneira
Acumulando apenas excrementos,

No adubo da esperança os excrementos
Vivendo com ardor sobremaneira
Traçando no final qualquer maneira
Da vida que se trace em tal bandeira
Marcando com terror estes momentos
Em passos com certeza virulentos,

E sei dos meus anseios virulentos
Resumos do passado em excrementos
Que ditem na verdade tais momentos
E possa caminhar sobremaneira
Fazendo da palavra uma bandeira,
No amor que segue além, rara maneira,

Não tendo outra maneira, os virulentos,
Usando por bandeira os excrementos
Versos sobremaneira em vãos momentos...

180

A vida me ensinando não temer,
Eu vou correndo sempre, mas sem rumo,
Quis tragar melodias e senzalas,
Não pude mais conter esse chicote.
Mas das costas lanhadas nada falas
Tramando num sinal o que derrote,

O quanto esta esperança amor derrote
Deixando o dia a dia e no temer
O passo quando fútil tu me falas
Sem ter aonde ao menos busque, eu rumo,
Cortado pelas fibras do chicote
Minha alma enfim guardada em vis senzalas

E sei das turbulências em senzalas
Aonde o que pudera nos derrote
E trace a cada passo outro chicote
E nisto novamente a se temer
Meu verso já perdendo qualquer rumo,
E sei que tão somente em vão tu falas,

A vida decorando suas falas,
Expressa a cada engodo as vis senzalas
E nisto para o nada agora eu rumo,
E tanto quanto o tempo nos derrote
Apenas tendo a sorte de temer
Nas mãos de quem tortura; este chicote,

No quanto se marcando com chicote
Ousando acreditar e nada falas
E passo com certeza a te temer
Expressas na verdade tais senzalas
Toando esta emoção que me derrote
Meu mundo se perdendo em ledo rumo,

E quando para além do sonho eu rumo,
Encontrarei somente este chicote
E nisto cada engano me derrote
Embora com certeza o que ora falas
Resume tão somente estas senzalas
Que eu possa perceber e não temer,

O quanto a se temer perdesse o rumo
Marcando estas senzalas o chicote
O que traduza as falas me derrote...


181

No mundo mais cruel que concebias,
Cabia meu tormento em tuas liras,
Percorrendo vazio, tantos dias,
Sem saber que fingias- vis mentiras-
Nas penumbras fatais, sem melodias,
De tua mão, sentida flecha, atiras.

E quando sem destino certo atiras
As lutas noutros ermos concebias
Deixando sem sentido as melodias
Calando com certeza minhas liras,
E tanto se mostrasse em tais mentiras
Marcando com terror os vários dias,

E sei do quanto houvesse em ledos dias
Vagando enquanto além tu mesmo atiras
E trazes neste olhar claras mentiras
Ousando aonde tanto concebias
Tornando sem sentido as tantas liras
Mudando da esperança as melodias,

E quando escuto ao longe as melodias
Que falem de um amor em velhos dias,
Ainda imaginando versos, liras,
Sem ter sequer por que tu vens e atiras
E a morte que deveras concebias
Ultrapasse as sendas das mentiras,

E sei das emoções, tantas mentiras,
E nelas são inúteis melodias
Legado que deveras concebias
Traçando sem sentido tantos dias
Enquanto noutro encanto agora atiras,
Marcando com terror cantos e liras,

E sei das minhas dores, busco em liras,
Vencer as tempestades e mentiras,
Enquanto na verdade tanto atiras,
Singrando o coração em melodias
Que trazem no final, amargos dias,
E um sórdido cenário; concebias.

E quando concebias novas liras,
Ousando em duros dias tais mentiras
Nas turvas melodias, vens e atiras.

182

Querendo sufocar minha cantiga,
De tantas quanto herdei a mais amiga...
Vivendo essa funérea desventura,
Que traduz a verdade em sofrimento,
Concebo claridade, minha jura,
Tragada pela luta, meu tormento...

Olhando para trás cada tormento
Calando dentro da alma uma cantiga
Enquanto na verdade a sorte jura
Tentando se mostrar enfim amiga
Aonde transformada em sofrimento
Gerasse no final tal desventura,

A vida se anuncia em desventura
E trama a cada engano outro tormento,
Singrando o grande mar do sofrimento,
Sirenas espalhando esta cantiga
Que nos pareça sempre mais amiga,
E nega uma emoção em rude jura,

O verso quando possa e traz a jura
Vencesse no final a desventura
E tendo esta palavra enfim amiga,
Cessasse no final todo o tormento,
Marcando com cadência esta cantiga
Que negue a cada passo o sofrimento.

Carpindo a minha vida em sofrimento,
O tempo quanto mais procura e jura
Eclode num lamento qual cantiga,
Gerando tão somente a desventura
Tocando bem mais fundo este tormento,
Aonde quis a sorte enfim amiga,

E sei da farsa feita em torpe amiga,
Marcada pelo engodo e sofrimento,
Armando esta tocaia num tormento,
Enquanto falsamente tanto jura
Explode no final em desventura
Tornando sem valor mansa cantiga,

Ouvindo esta cantiga aonde amiga
Gerasse desventura e sofrimento,
Restando o quanto jura um vil tormento.


183

Amargo o vinho, no âmago, a tortura,
Na amargura de todo meu lamento.
Amei-te, no passado mais distante,
Por sorte, meu amor foi inconstante...
Bem sei que naufragaste outro desejo,
De quem não poderia te negar.

E o tempo que percorro a se negar
Expressa a solidão que nos tortura
E vejo tanto quanto ora desejo
O sonho sem saber de algum lamento,
E nisto se mostrara ora inconstante
O olhar noutro caminho, mais distante,

E quando se anuncia este distante
Cenário aonde possa enfim negar
O passo transformado, ora inconstante,
Ainda quando tanto diz tortura
Expressa o quanto apenas eu lamento
Matando em nascedouro este desejo,

E sei do que se faz em vil desejo,
Mergulho nesta insânia e vou distante
Trazendo em minhas mãos cada lamento
E nisto o quanto pude a ti negar
Ainda que se faça qual tortura
Um dia mais audaz, mesmo inconstante,

O passo tantas vezes inconstante
Transforma o quanto pude e mais desejo
Na dura sensação quando tortura
Deixando o meu olhar bem mais distante
E nisto cada verso a se negar
Gerasse no final velho lamento,

E quando a minha sorte assim lamento,
Num ato tão atroz quanto inconstante
Não tendo nem podendo mais negar
O olhar se mostraria sem desejo,
Vagando no horizonte e tão distante
Enquanto a solidão tanto tortura.

A vida me tortura e enfim lamento
O sonho mais distante ora inconstante
Moldando este desejo a se negar.


184


Escárnio de quem possa procurar
Em ti, por algo além do sensual,
És página virada dum jornal!
Não vejo em ti, portanto nada além
De restos esquecidos sobre a mesa,
Se eu já te quis, agora me és ninguém,

Acidas a minha alma, mas ninguém,
Deveras talvez possa procurar
Aonde se moldara a frágil mesa
Na senda mais audaz e sensual,
E nisto se tentara mesmo além
Marcando cada folha de um jornal,

O amor não se estampasse e do jornal
Manchetes traduzindo este ninguém
Que trama sem certeza e dita além,
Ousando na verdade procurar
Um fato corriqueiro ou sensual,
As cartas espalhadas sobre a mesa,

O tanto que pudera vir à mesa
Rasgasse totalmente este jornal,
E quando se tentasse sensual
No fundo não teria mais ninguém
E tendo esta certeza a procurar
Somente o que se mostre e tente além,

O verso se moldando mesmo além
Do quanto a própria vida vira a mesa
Cansada de outro espaço procurar
Nas linhas tão sutis deste jornal,
Grassando o mesmo rumo e sem ninguém
O sonho se perdera; sensual,

Os lábios desta deusa sensual
Enquanto na verdade trama além
Do quanto se mostrara e mais ninguém
Soubera do que possa em plena mesa
Trazendo o sanguinário e vil jornal
Que nunca desejasse procurar,

E tento procurar o sensual
Caminho que o jornal ditasse além,
Mas sei redonda mesa, sem ninguém...


185


Porta aberta permite mansos ventos,
Amores que escancaro na cidade...
Receba suavemente meu recado,
Permita que consiga te dizer,
Do coração que sangra apaixonado,
Rasgando todo medo de morrer!

Não tendo mais vontade de morrer
Aberto o coração bebendo os ventos
E nisto tão somente apaixonado
Vagando sem destino na cidade
Pudesse simplesmente te dizer
No quanto a vida dita o seu recado,

O mundo desdenhando este recado
Deixando o grande sonho enfim morrer
Sem nada que pudesse ora dizer
Espalha qualquer sonho aos quatro ventos
E traz noutro caminho esta cidade
Num ar de quem vivesse apaixonado,

Embora muita vez apaixonado,
Escuto da esperança algum recado
E vivo a cada passo esta cidade
No quanto a sorte dita e no morrer
As cinzas espalhadas pelos ventos
Trazendo o quanto possa te dizer,

Não possa simplesmente enfim dizer
De um verso tão sutil e apaixonado,
Enquanto se perdendo em tantos ventos
Ousando perpetrar novo recado
Sem medo de lutar ou de morrer
Andando pelos becos da cidade,

A sorte se traduz nesta cidade
E o tempo vem depressa me dizer
Do quanto é necessário enfim morrer
E mesmo quando esteja apaixonado,
Eternidade trama seu recado
E traz aos nossos sonhos mansos ventos,

Ouvindo destes ventos na cidade
Algum claro recado a me dizer
Que embora apaixonado, hei de morrer...

186

Voando pelos campos, beija a flor.
Revoando por mares, cordilheiras...
Encontra esta beleza, e esplendor.
Pesado, coração voa de lado,
As noites são amigas, companheiras,
Nos braços delicados, meu amor.

As sendas que me trazem este amor
Transbordam em belezas; cada flor,
Ao ter em maravilhas companheiras,
Viceja com tal brilho e lado a lado,
Elevo o pensamento às cordilheiras,
Em toda a sensação deste esplendor,

E tendo no horizonte um esplendor
Envolvo com ternura nosso amor,
Mantendo uma esperança sempre ao lado,
E sei do quanto possa um beija-flor
Vencer as mais incríveis cordilheiras
Buscando sortes raras, companheiras,

E tendo as esperanças, companheiras,
A cada novo dia este esplendor
Do sol ao dominar as cordilheiras
Traçado pelo sonho em raro amor,
Expressaria além da bela flor
Inteira a primavera ora ao meu lado,

E sigo esta esperança lado a lado
Envolto pelas tramas, companheiras,
Cultivo a cada instante nova flor,
Vivendo tão somente este esplendor
Que possa traduzir o farto amor
Alçando da alegria, cordilheiras,

Avassalando o sonho, cordilheiras,
Das tantas emoções, seguindo ao lado,
Ditames tão serenos de um amor,
Que tenha em suas mãos as companheiras
Num ato inigualável, o esplendor,
Tramasse em meu canteiro, cada flor,

A flor que me remete às cordilheiras
Traçando este esplendor que trago ao lado,
Ilusões, companheiras deste amor.


187


Quimeras, gargalhadas, solução?
Não vivo sem lamber o sofrimento...
A morte muitas vezes, o meu pão.
Os raios desta angústia, o firmamento...
Não falo das renúncias nem conquistas,
Vou tresloucadamente embora lúcido.

Um passo que pudera bem mais lúcido
Talvez se preparasse em solução
Olhando para trás, vagas conquistas,
E nisto tão somente o sofrimento
Domina no final o firmamento
E nega o quanto possa em vinho e pão,

E a cada amanhecer, café com pão,
Expressa o que jamais se fez tão lúcido,
Ainda quando vago o firmamento,
Procuro pelo menos solução
E venço a cada dia o sofrimento
Comemorando em paz minhas conquistas,

É quando em sutileza me conquistas
Trazendo com ternura o amor, meu pão,
Cessando o quanto houvera em sofrimento
Deixando este caminho e agora lúcido
Encontro nos teus braços solução
Traçando a cada olhar o firmamento,

E tendo em minha frente o firmamento
A cada instante busco tais conquistas
E nisto se transforma em solução
Ao garantir deveras o meu pão
Tramando um dia a dia bem mais lúcido
Calando o quanto tenha em sofrimento,

Embora a vida seja sofrimento,
A luz ao penetrar no firmamento
Permite um pensamento agora lúcido
E nisto se percebem as conquistas
Que possam transcender ao próprio pão
Ditando com certeza a solução,

E quanto à solução do sofrimento,
Além do mero pão, meu firmamento.
Expressa estas conquistas de um ser lúcido.


188

Meus barcos não me gritam: terra à vista!
Opacos meus destinos, são bem parcos.
Espelho não reflete, pois translúcido...
Não sei nadar, procuro por teus barcos...
Amor, sem teu carinho, perco o cais.
Por isso, não se perca nunca mais!

E quando procurasse mais e mais
O tanto que pudera sob a vista
Ousando perceber diverso cais
E nisto os meus temores, antes parcos,
Agora se transportam- tantos barcos-
Num mundo onde o queria mais translúcido,

Aonde sendo opaco foi translúcido
Ditando o quanto perca e sei bem mais
Que meramente rotas, sonhos, barcos,
O todo se desnuda em leda vista
E os ermos mesmo quando os vejo parcos,
Já não adentrariam o meu cais,

A vida se transforma e deste cais,
Um mar em raro tom, claro e translúcido,
Trazendo os meus temores ora parcos,
Deixando o quanto houvera sem ter mais
Sequer uma esperança sob a vista
De quem faz de um amor seus tantos barcos,

E quando na verdade, sinto os barcos
Vagando sem saber de porto ou cais,
Ainda que pensasse em terra à vista
O mundo não seria tão translúcido
E o verso se mostrando aonde mais
Os dias de alegria fossem parcos.

Meus sonhos quando são decerto parcos,
Tramando no oceano frágeis barcos,
Vencendo o quanto segue sempre a mais
Buscando na esperança qualquer cais,
Meu mundo se moldara então translúcido,
E a luz ultrapassasse a sorte vista,

Procuro e sei que à vista sonhos parcos
Aonde fui translúcido os meus barcos,
Sabendo que algum cais; não terei mais...


189


Noite se abrindo , mágicos pendores...
Nas esperas, cansaços e canções...
Vestida de ilusão, trazendo flores,
Destroça, mansamente, corações...
Noite, testemunhando meus amores,
Retrata nos seus brilhos, os perdões...

Cultivo dentro da alma enfim, perdões,
E sei do quanto a vida em seus pendores
Traduz além dos tantos bons amores,
Beleza incontestável das canções,
E tramo com ternura os corações
Quais fossem no jardim diversas flores,

Os sonhos inundados pelas flores
Erguendo a cada passo mil perdões
E nisto ao invadir os corações
Expressam da esperança seus pendores,
E possa com certeza em tais canções
Traçar o quanto vivo em meus amores,

Ainda trago em paz raros amores
E desta primavera, tantas flores,
Num único momento, estas canções,
Trazendo no seu bojo enfim perdões
E neste se desenham tais pendores
Que toquem mansamente os corações,

Vibrando em harmonia, corações,
Recendem à beleza dos amores,
E nisto se desenham tais pendores
Ousando sem espinhos belas flores,
E dela o perfume dos perdões
Traduzem sabiamente estas canções,

O mundo se anuncia e das canções
Eclodem com certeza os corações
Marcando com ternura os tais perdões
Vibrando em sintonia, co’os amores,
Brilhando no jardim as tantas flores
E nelas os anseios e pendores.

A vida traz pendores e canções,
Cultivam raras flores, corações,
Inundando os amores em perdões.


190


Quem pensa na beleza dos albores
Desconsidera o rumo das paixões...
Imagino um deserto, lua plena.
O vento acaricia um belo rosto.
A vida que sonhamos, tão serena...
Em tudo nosso amor em mansa lua

Deitando sob os raios desta lua
Aguardo com ternuras os albores
E sei do quanto a vida me serena
Ousando muito além nestas paixões
As marcas que desenhas no meu rosto,
Numa emoção voraz, porém tão plena,

A vida se mostrara agora plena
E nisto se percebe além, na lua,
A prata refletida no teu rosto,
E após o renascer em teus albores
Sinal mais evidente das paixões
Que tanto me apavora e me serena,

A sorte se fizera mais serena
E vendo esta emoção diversa e plena
Envolto pelas tramas das paixões
Ousando imaginar em ti a lua
Pressinto o raro brilho nos albores
Reflexo deste amor sobre teu rosto,

E tendo em meu olhar o manso rosto
Daquela que se fez sempre serena,
Ainda me permito aos teus albores
Numa alegria imensa e mesmo plena,
Restando dentro da alma a rara lua
Numa expressão sublime das paixões,

E singro o paraíso onde as paixões,
Traduzem a expressão em cada rosto,
Num átimo mergulho e bebo a lua
Que sinto mais suave e tão serena,
E a vida se fizera agora plena
Deixando que se vejam os albores,

A vida em seus albores e paixões
Imagem que tão plena mostra o rosto
Que tanto me serena, a bela lua.


191


Volúpias e desejos no cetim.
Estás sensualíssima e me clamas
Nas erupções vulcânicas, festim...
No jogo sedutor, acesa a chama,
A fogueira queimando dentro em mim...
Delícias produzindo louca trama,

A cada novo instante onde se trama
O sonho feito em sedas e cetim,
O tanto que inda guardo dentro em mim
Expressa o que deveras tanto clamas
Mantendo sempre viva a rara chama,
O verso mais que mero e vão festim,

Ainda quando trazes em festim
O todo que decerto esta alma trama
O mundo para a vida vem e chama
E nisto estes lençóis, puro cetim,
Traduzem a vontade com que clamas
Vivendo todo amor que exista em mim,

E sei do quanto tenha e trague a mim
Bem mais que tão somente algum festim,
E quando loucamente tu me clamas,
O amor emoldurando toda a trama
Deitado sobre as redes de cetim,
Enreda o quanto possa em fúria e chama,

O manto descoberto a nudez chama
E o vivo desejar presente em mim
Na maciez suave do cetim,
Além do sonho feito em tal festim
Enceta neste instante a doce trama
E sinto este delírio com que clamas,

E nesta sensação diversa clamas
Vivendo a cada instante intensa chama
No amor que na verdade sempre trama
Vibrando em consonância e sei de mim,
Envolto nos anseios de um festim
Rolando sobre sedas e cetim,

E sei quando em cetim deveras clamas,
Além de algum festim amor me chama,
E sinto dentro em mim a rara trama.

192


Quem dera, toda vida fosse assim...
As bocas desbravando cada trilha,
Audazes dedos tecem linda renda...
O mundo transbordando em maravilha.
Devoro e me devoras neste jogo
Que queima tanto quanto fosse fogo.

Ardendo esta vontade em fúria e fogo
O mundo se desnuda e sendo assim,
Ao perpetrar divino e belo jogo,
Minha alma com certeza a tua trilha
E bebe da sobeja maravilha
Envolto nestas teias, bela renda,

E quanto da esperança sempre renda
O mundo se desenha e traz em fogo
O tanto que a vontade maravilha
Trazendo o quanto possa e quero assim
Gerando o que deveras trame a trilha
Na sorte tão dileta deste jogo,

E quando a sensação do intenso jogo
Expressa esta emoção, lençóis em renda,
Desnudo sem temores cada trilha
E na querência imensa feita em fogo,
O sonho se desenha e tanto assim
Qual fora meu anseio, maravilha,

A sorte traduzida em maravilha
O tempo traz enfim delírio e o jogo
Marcado desde sempre e o vejo assim,
Tocado e aprisionado em bela renda
Ousando muito além de qualquer fogo,
Seguindo da esperança a nobre trilha,

Meu mundo junto ao teu, o tempo trilha,
E nisto se desenha a maravilha
Mantendo sempre aceso o velho fogo,
E nisto não desisto deste jogo
Envolto e assim desejo a rara renda
Que trazes nos teus braços, sempre assim...

E sendo agora assim o quanto trilha
Minha alma nesta renda maravilha,
E traça neste jogo, anseio e fogo...


193


As danças e desejos neste vinho...
Dispenso tais solenes, vis afagos...
Mergulho no horizonte, sem caminho...
Os olhos multiplicam, viram magos.
Quem me der novo beijo, seu carinho,
Navegará por certo os vários lagos.

O mundo traduzisse nestes lagos
A perspectiva viva de tal vinho,
E sei do quanto possa em teu carinho
Viver a imensidão destes afagos,
Os dias com certeza seguem magos
E traçam no infinito este caminho,

E quando junto a ti sempre caminho,
Vislumbro a maravilha de tais lagos
E os olhos refletindo sonhos magos
Inebriadamente um raro vinho
E nele os sentimentos, teus afagos,
Traduzem muito além deste carinho,

O quanto com certeza diz carinho
E traça a cada passo do caminho
Ousando mergulhar em teus afagos
Os ermos da ilusão, meus tantos lagos,
No sonho emoldurado em pão e vinho,
Traduz os sentimentos claros, magos.

Os dias são deveras raros magos
E nisto se transformam num carinho
Que a vida se moldando em raro vinho
Deixasse esta certeza no caminho
Ultrapassando em paz diversos lagos,
Na doce sensação dos teus afagos,

E sei do quanto vivo em tais afagos
Nos dias mais tranquilos, raros, magos,
Ousando mergulhar, plácidos lagos,
E tendo de teus braços, o carinho,
Encontro tão somente este caminho
E bebo em tua boca, mel e vinho,

O amor que feito vinho em seus afagos
Traduz raro caminho em dias magos,
E traz este carinho; belos lagos...


194

O meu corpo procura e pede ninho!
Bocas unidas, beijos sensuais..
Os tragos deste vinho, sou refém...
No pêssego do rosto, manuais...
As bocas se procuram mansamente
Distante desta boca sou ninguém.

E sei que no final quando ninguém
Ousasse destruir o sonho, o ninho,
Ainda que se veja mansamente
Anseios são deveras sensuais,
Jamais se aprende amor nos manuais,
E sou deste desejo qual refém,

Fazendo da esperança uma refém
Não temo com certeza mais ninguém,
E traço muito além dos manuais
O quanto se moldara em novo ninho,
E bebo os teus anseios sensuais
Adentro os seus caminhos mansamente,

E sei do quanto a vida mansamente
Traduz a imensidão de ser refém
Do amor em ritos loucos, sensuais,
E quando se desenha sem ninguém,
O mundo perde o rumo e já sem ninho,
Perdido entre diversos manuais,

Os ermos e distantes manuais
Não falam do que possa mansamente
Viver e desenhar nesta alma um ninho
E dele ser além de algum refém
Deixando para trás o ser ninguém
Em passos mais vorazes, sensuais,

Os olhos tão audazes, sensuais,
Não ditam na verdade manuais
E nisto não escuto mais ninguém
Adentro este infinito mansamente
Enquanto da esperança sou refém
Encontro nos teus braços o meu ninho...

E faço ser meu ninho, os sensuais
Momentos e refém sem manuais,
Seguindo mansamente ouço ninguém...


195

Sou barco que deriva sem convés,
A paz em minha vida, nunca mais,
Saudades de te ter, amado bem...
Teu beijo me queimando, uma fogueira...
Ardendo nos meus olhos, qual fumaça...
Amar-te, prometi, a vida inteira.

A sorte se desnuda a vejo inteira
Adentra a minha vida e no convés
Bem mais que meramente uma fumaça
Expressa o quanto eu possa sempre a mais
E nisto emoldurando uma fogueira
Transforma todo o mal em raro bem,

Nas noites desejosas do meu bem
A vida se fizesse sempre inteira
E nisto esta emoção, rara fogueira,
Permite que se veja em tal convés
O quanto se deseja e muito mais
Moldando tanto além de uma fumaça,

A sorte não seria qual fumaça
E mesmo quando sinto em raro bem
O verso desenhando tanto a mais
Mostrasse esta esperança rara e inteira
E tendo com firmeza em meu convés
Fazendo do delírio esta fogueira,

Acendo com ternura uma fogueira
E bebo e me sacio na fumaça
Trazendo em minha sorte este convés
Que possa garantir o nosso bem,
E vendo esta emoção sublime, inteira,
Eu vivo o quanto possa e quero mais,

O mundo se mostrara sempre a mais
Erguendo no infinito esta fogueira
Tramando uma verdade que ora inteira
Vencendo a turbulência, e da fumaça
Transcende o quanto possa em raro bem,
Na embarcação dos sonhos, meu convés,

E sei deste convés e trago mais
Encanto em raro bem, viva fogueira,
Aonde houve fumaça amor se inteira.


196

O tempo desgraçado, tudo embaça...
Muitas vezes sonhei: minha bandeira
Jogada, abandonada em plena praça.
Amor que não renova faz besteira,
No vento sem saber, depressa passa...
Te quero minha amada sonhadora,

Ainda se mostrara sonhadora
A sorte que decerto o tempo embaça
Enquanto a solidão já não mais passa
O tempo faz do sonho uma bandeira
E mesmo que pareça uma besteira,
Amor no coração sentando praça,

E vejo passeando em plena praça
Esta alma tão gentil e sonhadora,
E mesmo após ouvir qualquer besteira
Enquanto o meu anseio o tempo embaça
Trazendo da esperança esta bandeira
Vontade de te ter, amor, não passa.

O quanto se perdera e sei que passa
Distante dos meus olhos noutra praça
A luta desfraldada, esta bandeira,
Que molde nossa história sonhadora,
Enquanto o que eu vivera ainda embaça
Ciúmes no final simples besteira,

Arcar com desenganos, na besteira
Que tanto quanto a vida também passa,
E sinto esta emoção e tudo embaça
Marcando com ternura, rua e praça,
Vivendo esta magia, sonhadora,
Trazendo neste encanto uma bandeira,

Desfraldo nos teus braços a bandeira
Do amor que superando uma besteira
Expressaria a sorte sonhadora,
E nisto uma ilusão deveras passa,
Rondando cada canto desta praça
E nada, nem o medo nos embaça,

A sorte quando embaça esta bandeira
Vagando pela praça. Uma besteira
Deveras sempre passa. É sonhadora...


197

Quero a cada segundo, a cada instante...
Margarida dos sonhos, logo aflora...
Permita que este pobre delirante,
Em versos se declare teu amante.
A vida sem amor, não vale nada,
Quem me dera viver amor constante...

O tempo que desejo, ora constante,
Expressa o quanto possa neste instante
Vivendo com ternura a dor é nada
E sei desta emoção que toma e aflora
Vibrando com a fúria de um amante
Num sonho tão sublime e delirante,

Vagando em teu caminho, delirante,
Seguindo com firmeza o mais constante
Momento feito em glória, faz amante
O tanto que imagino em raro instante
E a vida simplesmente agora aflora
Não traz mais do passado quase nada,

A luta se desenha e tendo o nada
Que molde cada passo delirante
Em plena fantasia agora aflora,
Eclode sem temores mais constante
E sei desta expressão a todo instante
E possa se tramar em ti a amante,

A vida traduzindo a doce amante
Erguendo o paraíso aonde o nada
Reinasse sem descanso, um só instante,
Marcando com ternura o delirante
Cenário aonde amor puro e constante
Deveras se renova enquanto aflora,

Meu canto no teu canto ora se aflora
E possa ser deveras teu amante,
Vivendo esta emoção rara e constante
Depois do que passara, etéreo nada,
Meu verso se moldando delirante
Revela tanto amor a cada instante,

E sei que neste instante o que se aflora
Tramasse o delirante e manso amante,
Não temendo mais nada ao ser constante.


198

Percebo nos teus olhos, tanto frio;
Certezas, já não tenho, nem as sei.
Amores são segredos, vou vazio,
Lembranças desse tempo em que fui rei.
Agora, que não temo mais, vadio.
Confesso que não penso e nem pensei,

Jamais noutro momento enfim, pensei,
E sei do quanto possa imerso em frio,
E o velho coração tanto vadio,
Transcende na verdade o quanto eu sei
Aonde poderia ser um rei,
Apenas prosseguindo tão vazio,

O copo se mostrando ora vazio,
Renega tudo aquilo que pensei
E quando me quisera feito rei,
Somente a solidão, no intenso frio,
E o pouco que deveras tento e sei,
Marcasse o coração, todo e vadio,

E sei do quanto fora mais vadio
Cenário que se mostre enfim vazio,
E nisto cada passo agora eu sei
E deixo para trás o que pensei,
Embora na verdade sinta o frio
Vivendo sem reinado, triste rei,

E o tempo destronando o velho rei
Espalha o sentimento mais vadio,
E sigo com certeza em tanto frio
O coração prossegue ora vazio,
E tudo quanto outrora em vão pensei
Expressa o que decerto não mais sei,

E todo o meu passado agora eu sei,
Marcasse com temor castelo e rei,
E nisto mal concebo o que pensei,
Sabendo ser enfim tanto vadio
O canto sem vigor, morto e vazio,
Trazendo dentro da alma imenso frio,

E quando em tanto frio nada sei,
Um reino ora vazio, tenta um rei,
Mas quando em vão pensei, sobrara o frio...


199

Em todos os momentos mais difíceis
Que passamos na vida, companheira;
Nas guerras que nos trazem bombas, medos,
Na luta mais cruel e verdadeira,
Amor sempre será o vencedor
Nada pode vencer o nosso amor!

Ainda quando penso neste amor
Envolto em dias rudes e difíceis
Tramando sem vitória o vencedor
E tendo a mesma sorte, companheira,
Palavra se mostrara verdadeira
E nisto se perdendo além os medos,

Os dias entre tantos ditam medos
Resisto o quanto possa, mas o amor
Traçando a minha história verdadeira
Supera em tom gentil dias difíceis
E sei do quanto possa a companheira
Ditando a cada passo um vencedor

O tanto que eu pudesse- vencedor-
Deixando para trás erros e medos
Na luta mais audaz, a companheira,
Expressa com pureza o raro amor
E vence estes tormentos tão difíceis
Numa expressão sutil e verdadeira,

A luta se mostrara verdadeira
E traz em firmes mãos o vencedor,
Das tramas mais audazes e difíceis
Supero a cada dia tantos medos
Em nome do que seja raro amor,
Marcando a sorte, velha companheira,

E sigo na esperança, companheira,
Que possa ser leal e verdadeira
Trazendo com pureza o farto amor,
E sendo de tal forma vencedor
Ainda que presuma tantos medos,
Não vejo tais caminhos mais difíceis,

Em dias tão difíceis, companheira,
Supero qualquer medo, e a verdadeira
Visão do vencedor traduz o amor.


200

Quando o cansaço surge ao fim do dia
Nossa alma empoeirada e maltratada
Pelos vários espinhos desta estrada
E quase morta toda a fantasia,
Quando o tempo parece que não corre
A saudade machuca e o peito dói,

Sem ter uma esperança a vida dói
E mata sempre um pouco a cada dia
Vagando sem destino, o tempo corre,
Deixando a nossa vida maltratada
E nisto o quanto trame a fantasia
Seguisse pela rude e vaga estrada,

O tempo se anuncia e nesta estrada
O todo sem limites sempre dói,
E quando outro cenário, fantasia,
Minha alma se perdendo em novo dia
Expressa esta vertente maltratada
E para o que acalenta tenta e corre,

Assim a luta esboça e o quanto corre
Traçando no vazio a velha estrada,
Deveras tantas vezes maltratada
E nisto tão somente fere e dói,
Marcando duramente o dia a dia,
Deixando no passado a fantasia,

O sonho que se fez em fantasia
Não traça outro caminho e quando corre
A velha sensação do morto dia
Resume o que pudera nesta estrada
E tanto quanto fere, corta e dói,
A senda mais atroz e maltratada,

A vida sendo assim tão maltratada
Enquanto sonegasse a fantasia,
Deveras tantas vezes vem e dói
E quando sem sentido algum, já corre,
Percorre cada ponto desta estrada
E busca uma alvorada, novo dia.

O quanto a cada dia é maltratada
Ousando noutra estrada, a fantasia,
Decerto tanto corre quanto dói.


201

A noite tenebrosa, aos poucos desce
Vemos que a esperança já se escorre
Deixa-nos, lentamente, em carne viva
O mundo nos matando já nos priva
E impede a caminhada pelas ruas
Enquanto se perdesse uma esperança.

Ao menos poderia na esperança
Viver enquanto o sonho, manso, desce,
E invade esta cidade e suas ruas
No quanto o tempo voa e além escorre
O tanto que restara ora nos priva
Ainda quando a luz se faz mais viva,

Presumo a cada instante o quanto eu viva
Trazendo nos meus olhos a esperança
E o verso se fizera aonde priva
O quanto mais pudera, e quando desce
Escadarias tantas, o sonho escorre
Vagando sem sentido, ledas ruas.

E sei das agonias nestas ruas
Tentando uma alegria bem mais viva,
Porém em minhas mãos, o tempo escorre,
E mata lentamente uma esperança
O tanto que pudera agora desce
E o sonho da verdade ora me priva,

Vestígio de ilusão que tanto priva
Meu passo se perdendo em becos, ruas,
E quando do apogeu, a vida desce,
Ainda que pudesse crer e viva
Sentido mais sutil desta esperança
Que aos poucos noutro passo em vão escorre.

O verso se desenha e o medo escorre
No quanto esta verdade enfim me priva
Matando lentamente uma esperança
Trazendo dentro da alma antigas ruas
E nisto cada passo que ora viva
Versando sobre o tanto, jamais desce,

E sei que a vida desce e além se escorre
Do quanto trama e viva não se priva
Vertendo pelas ruas, a esperança...


202


Distantes desses sonhos que desejo
Flores despetaladas, quase nuas.
O sorriso se esconde e não ressurge,
A vida nos parece triste senda.
Vontade de morrer, tão simplesmente.
Felicidade mostra-se uma lenda.

O tanto deste sonho dita a lenda
Marcando com terror cada desejo
Vagando sem sentido simplesmente
As esperanças seguem vagas, nuas,
E quando se moldara nova senda
Nem mesmo algum sorriso ora ressurge,

O tempo sem sentido já ressurge
Tramando este caminho, mera lenda,
E sei da solidão em cada senda
No topo da vontade o meu desejo,
E sei destas verdades, mesmo nuas,
E tento novo rumo, simplesmente.

O amor já não seria simplesmente
A fênix que decerto ao fim ressurge,
E deixa tão somente rudes, nuas,
Palavras decorando cada lenda,
Marcada pela angústia de um desejo
Que vaga sem sentido em torpe senda,

E tanto quanto pude nesta senda
Viver ou tanto crer que simplesmente
Gerasse na verdade o que desejo
Enquanto a solidão tanto ressurge
O sonho se desfaz em mera lenda
Deixando as alegrias, mortas, nuas.

E tanto quanto surjam noites nuas
Marcando com temor a rude senda
Meu canto se perdendo, mera lenda,
O todo se negando, simplesmente,
Ainda quando além tudo ressurge
O quanto me restara é vão desejo,

Ainda assim desejo estrelas nuas
Esperança ressurge em nova senda,
Mas sei ser simplesmente a mesma lenda...


203

Em meio à tempestade violenta
Toda dor dentro d’alma se arrebenta.
Quando estamos sozinhos, sem um norte,
A solidão renasce como fera,
Invade e nosso mundo nada espera
A não ser este frio e a dura morte.

O sonho quando expressa o medo e a morte,
A luta se fizera violenta
E nisto cada passo dita a espera
E sei quando a verdade me arrebenta
Trazendo sempre viva a rude fera,
Deixando meu caminho já sem norte,

O tanto que pudesse neste norte,
Além do quanto trace a minha morte
Grassasse mesmo quando a viva fera
Tramasse o quanto o todo violenta
E o mar que nestas rocas se arrebenta
Negasse o quanto possa em rude espera,

O verso traduzindo o que me espera,
E sigo sem saber sequer de um norte,
A luta a cada passo me arrebenta,
E deixa que se veja apenas morte
Na farsa mais audaz e violenta
Marcada pela angústia, leda fera,

O tanto que se faz em torpe fera
O manto noutro tom jamais espera
Que a sorte se desenhe violenta,
E sigo o meu caminho, o mesmo norte,
Sabendo que ao final, verei a morte,
E o peso do vazio me arrebenta,

Sem nada a se fazer já se arrebenta
O tempo se moldando em sorte fera,
Trazendo no silêncio desta morte
O fim que tão somente dita a espera
E trama o quanto invade e violenta,

A vida violenta e me arrebenta
Tomando como norte a rude fera,
Enquanto só se espera, o fim e a morte...


204


O amor com toda a força e rebeldia
Aparece e comanda uma mudança
Feita a base do sonho e da alegria
Nos mostra um novo brilho de esperança.
E transformando nossa realidade
Em todos os espaços, santo, invade...

O quanto do desejo agora invade
E traça muito além da rebeldia
E quando se fizera a realidade
No todo se transmuda, e esta mudança,
Gerando novamente uma esperança
Traçasse o quanto resta em alegria,

A vida traduzida em alegria
Aos poucos sem defesas nos invade,
Promove a cada instante uma esperança
Supera mansamente a rebeldia
E transformando após cada mudança
O quanto fora outrora realidade,

Esta avidez que molde a realidade
E trame com fineza esta alegria
Marcando com ternura uma mudança
E tanto quanto possa agora invade
Deixando no passado a rebeldia
Vertendo em meu caminho esta esperança,

Pousando dentro da alma uma esperança
Deixando a mais dorida realidade
Aonde houvera apenas rebeldia
Expressa sutilmente uma alegria
Que tanto quanto possa agora invade
E traz em seus caminhos tal mudança,

Olhando para trás vejo a mudança
E tendo no futuro esta esperança
Que aos poucos nos domina e sempre invade,
Grassando a mais diversa realidade
Moldando no caminho esta alegria,
Calando o quanto fora rebeldia,

Na antiga rebeldia, esta mudança,
Presume em alegria uma esperança
E a doce realidade em paz me invade...

205


Eu não conheço o medo nem a dor
Disfarço o sentimento e tento a sorte,
Por vezes me imagino quase mudo
Mas sempre me pretendo um sonhador.
Amor me faz gigante e temerário,
Não sinto mais a noite e vago só,

O mundo se desenha aonde só
Pudesse imaginar a franca dor,
Que possa na verdade em temerário
Caminho traduzir a leda sorte
De um velho tão somente sonhador,
Num passo aonde siga e quede mudo,

O tanto se mostrara e quando mudo,
Um tempo desenhado atroz e só,
Enquanto fora apenas sonhador
Vencendo simplesmente a imensa dor,
Tentando noutro rumo nova sorte,
Embora cada passo, temerário,

Meu tempo de sonhar é temerário,
E deixa o coração silente, mudo,
Ainda que vislumbre alguma sorte
Diversa da que eu tenha, sempre só,
O mundo se eclodindo em rude dor
Traçando em descaminho, o sonhador,

Apenas o que possa o sonhador,
Viver e ter no olhar mais temerário
O quanto se fizera em farta dor
E nisto me presumo quieto e mudo,
Ainda sem destino, rumo só,
Tentando no final a nova sorte,

E sei do quanto a vida traz tal sorte,
Num átimo mergulho, sonhador,
E sinto que pudesse, mesmo só,
Vencer o dia a dia temerário
E quando se mostrasse tanto mudo,
Negasse em tom solene qualquer dor,

A vida traz a dor, mas noutra sorte,
O coração de um mudo sonhador
Embora temerário, não vai só.


206

O vaso não se quebra e vou vadio
Em busca do meu mundo solidário.
Invisto meus desejos, mas me calo,
Não posso mais fugir, por isso encaro,
Quem traz um sentimento assim tão raro
Não pode receber o duro estalo,

A vida se transforma e num estalo
O quanto se fizera mais vadio
Transforma o dia a dia num dom raro
E o passo se mostrara solidário
Enquanto outro temor; enfim o encaro,
E tento reagir, porém me calo,

E quando na esperança o sonho calo,
O todo me transporta e neste estalo
O tanto quanto fira agora encaro,
Sabendo na verdade que é vadio
O quanto imaginara solidário,
Grassando este caminho audaz e raro,

O tempo de viver tramando um raro
Cenário que transformo e não mais calo,
Vivendo o quanto possa solidário,
E tramo novo sonho. Rude estalo,
De um velho coração torpe e vadio,
Mas sei que mesmo assim, a dor encaro,

E tanto quanto possa e sei que encaro
Ousando penetrar num ermo e raro
Caminho sem limites. Vou vadio,
E falo tanto quanto ora me calo
A vida se trazendo num estalo
Marcando o quanto eu quis ser solidário,

Meu passo junto ao teu, vai solidário,
E tantas ilusões decerto encaro,
E vejo tão somente noutro estalo
O quanto poderia ser mais raro,
E nisto sem segredos eu me calo,
No passo mais audaz, sigo vadio,

E sendo ora vadio e solidário
Decerto eu já me calo, mas encaro,
O sonho bem mais raro, e num estalo.


207

Quem faz de todo açoite seu carrasco,
Nas borrascas perdido nunca ganha
Nem mesmo a tempestade já sossega
E passa a ter da vida nojo e asco.
Eu guardo meus desejos, não espalho,
Pois sinto que talvez siga profano,

O mundo que conheço em tom profano
Expressa na ilusão cada carrasco
E o verso noutro rumo em vão espalho,
E sei do quanto a vida nada ganha,
Trazendo na verdade este imenso asco,
Que nada mais decerto enfim sossega,

Palavra sem sentido não sossega
Uma alma que se fez no mais profano
Cenário turbulento aonde em asco
Grassasse sobre mim rude carrasco,
E quando imaginara a sorte ganha,
Somente este vazio enfim espalho,

E sinto a solidão enquanto espalho
Uma alma sem sentido não sossega
E vejo o quanto a vida jamais ganha
E tanto quanto possa o ser profano
Expressa a sordidez deste carrasco,
Marcando o dia a dia em fúria, em asco,

Meu verso traduzisse enfim tal asco,
E tento tão somente enquanto espalho
Além desta esperança o ser carrasco
Que tanto nos maltrate e não sossega,
E quanto mais audaz, bem mais profano,
Somente insanidade assim se ganha,

A vida que pudera ver já ganha
Agora se transforma em tétrico asco
E vejo quando a sorte ora profano,
Enquanto o desconforto agora espalho,
Minha alma com certeza não sossega
E segue cada passo do carrasco,

Amor este carrasco sempre ganha
E nada mais sossega gerando asco,
E o verso que ora espalho, é vão, profano...


208

O maior dos delírios, soberano,
Que cobre como fosse frágil manta
Porém assim percebo cada dia
Um novo se transforma totalmente,
As noites entre sonhos, pesadelos,
E cada verso mostra a fantasia.

Ainda trago viva a fantasia
De um tempo mais suave e soberano,
E nisto após diversos pesadelos,
A solidão negando qualquer manta
O medo toma conta totalmente
E a sorte se perdendo dia a dia,

O quanto se esperasse pelo dia
Não mais permitiria a fantasia
E quando se envolvesse totalmente
Num ato muitas vezes soberano
Ainda quando busque a velha manta
O quanto me restara: pesadelos...

Envolto pelos duros pesadelos
O sonho renegasse novo dia,
E sei do quanto a vida traz em manta
Apenas tão somente a fantasia,
E nisto o tempo toma, soberano,
Meu mundo já calando totalmente,

E o passo que pudera totalmente
Diverso do que siga em pesadelos,
Tramasse outro momento soberano,
Deixando que se veja noutro dia
Além do quanto houvera em fantasia
Gerando da esperança, a bela manta,

Estendo minhas mãos, procuro a manta,
E sei do quanto possa totalmente
Tramar noutro cenário a fantasia,
E mesmo quando venham pesadelos,
O mundo me trouxesse um novo dia
Num ato tão sublime e soberano,

O tempo é soberano e traça a manta
Que trague a cada dia totalmente,
Invés de pesadelos; fantasia...

209


O tempo não demora e me maltrata
O corte tão profundo me arrebata
E lega ao meu futuro um duro fado.
Te peço não me deixes, estou farto
Das dores que latejam sem descanso,
E tento pelo menos ser feliz,

Somente desejara o mais feliz
Caminho enquanto a vida ora maltrata,
E nisto sem sequer qualquer descanso,
A fúria tão somente me arrebata
E quando me imagino, mesmo farto,
Refaz-se nesta angústia o ledo fado,

O tanto que pudera além do fado
Talvez me permitisse ser feliz,
Porém desta esperança andando farto,
Sabendo o quanto a sorte me maltrata
O sonho noutro instante ora arrebata
E nisto sigo além e não descanso,

E quando procurasse algum descanso,
Eu sei da imensa luta em rude fado,
E tanto quanto a fúria me arrebata
Aonde me quisera mais feliz,
A vida sem temor algum maltrata,
E deixa o dia a dia, amargo e farto,

Eu sei que na verdade eu sigo farto
E tanto procurasse ter descanso,
Nas tramas outro engodo ora maltrata
E sigo sem sentido o velho fado,
E quando procurara ser feliz,
A mesma solidão já me arrebata

Enquanto este vazio ora arrebata
Trazendo o coração ferido e farto,
Ainda se pensara em ser feliz,
E dar ao sofrimento algum descanso,
Mas sei que tanto aceito o rude fado,
Que tanto me provoca e me maltrata,

A vida que maltrata ora arrebata
Singrando o ledo fado, eu sigo farto,
Talvez quando descanso, eu sou feliz...


210


Nas horas mais difíceis te conheço
Bastam que essas quimeras tramem dores
Que todos deste mundo possam ver
Que amor igual ao teu eu não mereço,
Meus erros, meus enganos, meus defeitos,
São todos testemunhas; mas eu te amo,

E sei que na verdade o quanto eu amo
Traduz cada momento onde conheço
E sigo concebendo os meus defeitos,
E neles outras tantas vagas dores,
E quando alguma sorte; ao fim mereço,
Meu mundo possa em glória tanto ver,

O todo que tentara sempre ver,
E nisto traduzindo o quanto eu amo,
Ou mesmo nova senda onde mereço,
Ousar quem sabe além, quando eu conheço,
Vencendo os meus anseios, tantas dores,
Sabendo desde já velhos defeitos,

Ainda que se atente nos defeitos
O tanto que pudera agora ver
Deixando no passado ledas dores,
E sei que simplesmente quando eu amo
No passo mais suave que conheço
Expresso o quanto julgue que mereço,

Certeza do que possa e enfim mereço
Apesar de saber tantos defeitos,
O Paraíso em ti, hoje conheço,
E sinto o quanto o possa mesmo ver,
E tanto se expressando o quanto eu te amo
Jamais venham de novo as tantas dores,

Os olhos no horizonte, mortas dores,
E sinto o que em verdade ora mereço,
No tempo mais suave, traz o que amo,
Supero pouco a pouco os meus defeitos
E novo sonho agora eu posso ver
Já que deidade sem igual ora conheço,

No quanto ora conheço além das dores
Eu passo mesmo a ver e até mereço,
Pois mesmo com defeitos, eu tanto amo...

211

Cevando esta saudade no meu peito,
Eu sigo o meu caminho e sei das tramas
Enquanto invadem sonhos, vida, leito,
Aumentam dissabores, lutas, dramas,
Mas sei que no final em verso enfeito
Efeitos que produzem tantas chamas

E quando noutro instante tu me chamas
Tocando com ternura o velho peito,
Em sonho mais felizes já me enfeito
Enredo-me deveras nestas tramas,
E mesmo quando veja meros dramas,
A poesia chega e toma o leito,

Nos rios da esperança, cada leito,
Nas sendas mais audazes fúrias, chamas,
E superando assim diversos dramas
A vida renascendo no meu peito,
E tanto quanto possa também tramas
O mundo em cujas luzes vãs me enfeito

Palavra que deveras quando enfeito
Traslado para junto a mim, no leito,
Enredando o caminho nestas tramas
Mantendo da alegria fartas chamas
Viceja dentro da alma, no meu peito,
Supera o quanto houvera em rudes dramas.

A vida traz em si diversos dramas,
Porém sendo um poeta logo enfeito
O quanto resistisse neste peito
Singrando este infinito desde o leito
E quando em noite imensa tu me chamas,
A vida se refaz em belas tramas,

Enredam-se decerto as tantas tramas
Aonde se sentiram tantos dramas
E nisto resumindo nossas chamas
O pensamento enfim agora enfeito
E faço da alegria no meu leito
Razão que traz a paz ao rude peito,

E quando no meu peito sinto as tramas
Tocando neste leito medos, dramas,
Meu sonho em luz enfeito, quando chamas...

212


Nas tuas mãos, relíquias maviosas,
Pintores mais felizes buscam tela
Na alvura tão suave desta pele
A mansidão serena deste rio...
Não há nenhum momento que disfarce
O quanto sinto agora e me domina,

O amor que na verdade já domina
E trama sendas raras, maviosas,
E nisto não há como quem disfarce
Ousando imaginar sobeja tela
E nela como fosse um manso rio,
Vagando na textura desta pele,

A vida nos tocando, à flor da pele,
Deveras mansamente nos domina,
Desvenda teus caminhos, margem rio,
E as tramas que senti tão maviosas
Expressam como fosse em rara tela
O quanto da esperança não disfarce,

E quando esta ternura assim disfarce
Roçando mansamente a nossa pele
Emoldurando a sorte em cada tela
Que tanto nos ensina e nos domina,
E sendas sempre assim tão maviosas
Eclodem na beleza deste rio,

E desço mansamente pelo rio
E nada do que eu queira além disfarce
As tramas sempre vivas, maviosas,
Arrepiando toda a minha pele,
Eclodem no delírio que domina
Traçando no infinito a rara tela,

E quando se desenha enfim tal tela
As margens verdejantes deste rio.
Enquanto ao raro amor já nos domina
Sem nada que a vontade enfim disfarce
Sentindo tua pele em minha pele
As noites são divinas, maviosas.

E sendo maviosas ditam tela
Que tramam nossa pele em calmo rio
E a vida sem disfarce nos domina...


213



A brandura feliz do desafio.
Amor, cabedal frêmito, loucura
Penúrias das canduras e dos medos...
Cortando friamente sem pudores
Frenéticos sentidos; deliro,
E bebo esta esperança a cada dia,

O sonho se renova dia a dia
E quando cada passo eu desafio
Marcando o quanto possa e assim deliro,
Chegando mesmo às raias da loucura,
E vivo sem sequer saber pudores,
Deixando para trás temores, medos.

E sei do quanto a vida trouxe os medos
E neles se moldando novo dia
Aonde se perdessem vãos pudores
Num passo feito em raro desafio,
E nisto se moldando tal loucura
Expressa tão somente o que deliro,

E quando noutro tom busco e deliro,
A vida não permite mais os medos,
E sei da maravilha na loucura
Que possa me trazer sagrado dia,
Enquanto o tempo mesmo desafio,
Não creio mais sequer nestes pudores,

A luta se traçando e sem pudores,
O sonho se esbaldando e além deliro
E nisto se porfia em desafio,
Vencendo com ternura tantos medos,
E vivo mansamente todo dia
Nas tramas mais sutis de uma loucura,

O quanto se resume na loucura
Esbarra nos meus dias, meus pudores,
E gera noutro espaço, um raro dia,
E quando sem temor algum deliro,
Aonde se plantassem tolos medos,
Seria muito mais que um desafio,

E sei que desafio esta loucura
Deixando tantos medos e pudores,
No quanto ora deliro, um novo dia.

214

Amores sem desejos morrem cedo
Estimas sem amores, amizades.
Os sonhos superassem velhas grades
E algemas já partidas, liberdade.
Que toque muito além do desenredo
A vida sem temor e sem segredo,

Não deixo que transforme este segredo
Num ato mais voraz e desde cedo
Vivesse além do tolo desenredo
Tramando no caminho as amizades
E tendo tão somente a liberdade
Na ausência dos temores, rudes grades,

E quando na verdade sei das grades
Que possam transformar sonho em segredo,
Ousasse perpetrar a liberdade
E nisto este cenário desde cedo,
Bebesse esta alegria em amizades
Negando na verdade o desenredo,

E quantas vezes trazes desenredo
E nisto refazendo firmes grades
Escondes o que fossem amizades
Negando qualquer forma de segredo,
O mundo que eu quisera morre cedo
Sem ter sequer o sonho em liberdade,

Ouvir dentro do peito a liberdade
Que possa transformar o desenredo
Marcando o meu caminho desde cedo,
Deixando no passado velhas grades,
O amor conhece bem cada segredo
E trama as mais audazes amizades,

E sei dos claros tons em amizades
Tramando o quanto possa em liberdade
Grassando cada senda de um segredo,
E mesmo quando exista o desenredo,
Supero mansamente velhas grades
E tento aproveitar que ainda é cedo,

E desde bem mais cedo as amizades
Rompendo velhas grades: liberdade!
Supera os desenredos, sem segredo...


215



Depois do sol, me conte esse segredo!
As mãos que ali passeiam sem juízo
Sem nexo sem fronteira e sem limite
Nos beijos que roubamos, maravilhas,
Num tempo tantas vezes majestoso,
O mundo se fazendo em claridade,

O quanto se anuncia em claridade
Não deixa que se veja este segredo,
E trama num caminho majestoso
O tanto que se fez, perco o juízo,
E vivo junto a ti mil maravilhas,
No amor que não conhece algum limite.

E tanto quanto a vida não limite
Esbarro nos teus olhos, claridade,
Sabendo desta sorte em maravilhas
Vivendo cada dia sem segredo
E nisto já não tendo algum juízo,
O mundo se desnuda majestoso,

O quanto se ansiava em majestoso
Cenário que não tendo quem limite
Expressa o quão distante é meu juízo
Deixando no passado a claridade
E nisto com certeza este segredo
Que trame noutro enredo, maravilhas,

E sei das mais diversas maravilhas,
Num tempo tantas vezes majestoso
E tendo uma esperança – o meu segredo-
O céu ou mais além vira o limite
E bebo desta imensa claridade
No quanto ainda resta de juízo,

E sinto se esvaindo o meu juízo
Singrando as mais diversas maravilhas,
Grassando o quanto possa em claridade
E nisto este caminho majestoso
Não tendo mais fronteira nem limite
Eclode no delírio sem segredo,

E faço do segredo algum juízo,
Ousando sem limite as maravilhas
Num tempo majestoso: a claridade!


216



Antítese venal, amor doloso.
Recíproca fatal, versos em branco...
Amores traduzindo a majestosa
Sangria; um vendaval que não estanco...
Mentores de favores tão diversos
Os sonhos invadindo ora meus versos

E quando se aproximam tantos versos
Num ato que bem sei fora doloso,
O tempo traz cenários tão diversos
E deixo cada folha agora em branco,
E tanto quanto possa mesmo estanco
Na sorte que tentara majestosa,

A vida se fizera majestosa,
E sinto o quanto vivo em ledos versos
O mundo que talvez enquanto estanco
Não fosse com certeza tão doloso,
E sei deste cenário em fundo branco,
Traçando ora matizes mais diversos,

Os olhos seguem rumos que diversos
Tramassem nova senda majestosa
E o tempo se mostrara agora em branco
Sem nem sequer pensar em novos versos.
O sonho possa ser mesmo doloso,
Porém esta vontade eu não estanco,

E quando outro caminho – em vão- estanco,
Buscando outros momentos mais diversos
Ainda que se faça ora doloso
O tempo numa senda majestosa
Tramasse na certeza destes versos
Um brilho aonde houvera o vago, o branco,

E presumindo as cores onde é branco,
Meus passos sem temores não estanco,
Usando qual pincel meus tantos versos
E nisto se moldando os mais diversos
Cenários numa tarde majestosa
Negando qualquer tom rude e doloso,

O quanto foi doloso o mundo em branco,
A sorte majestosa não estanco,
Caminhos tão diversos, traçam versos...


217


Não vejo mais futuro nestes planos
Não quero ser servil nem ser tão vil
Que pense que este sonho pueril
Traduza tão somente meus enganos.
Imagem que pensara redentora,
Esvai-se na fumaça do tormento.

A vida se expressasse no tormento
Que mude com certeza velhos planos
E mate a sorte audaz e redentora
Deixando este cenário atroz e vil,
Marcado pelos ermos desenganos,
Aonde se tentasse pueril,

Um sonho tantas vezes pueril,
Não deixa que se veja tal tormento,
Sequer ao adentrar tantos enganos
Mudando a direção dos vagos planos
Não vendo mais senão a sorte vil,
A sorte não seria redentora,

Procuro uma esperança redentora
E nela mesmo sendo pueril
Ainda quando o todo trama vil
O tanto que se faça em novos planos
Deixando no passado algum tormento,
Que possa me tomar em tais enganos

Apenas coletando meus enganos
A luta não seria redentora
Nem mesmo que se veja em novos planos
Um tempo mais suave e pueril,
Tramando além do caos e do tormento,
Certeza que inundasse novos planos,

E sei quando dos planos mundo vil,
Ainda é pueril em seus enganos,
Mas vida é redentora sem tormento...


218



Quem trama esse terrível sentimento
Não é, hoje, nem sombra do que fora.
Por isso minha amada não lamente
A culpa, com certeza não foi tua
A vida sem seus braços, continua;
Minha alma é que alimenta esta serpente!

Encontro nos teus olhos a serpente
Que tome com terror o sentimento,
Enquanto a sorte atroz já continua
Vagando muito aquém do quanto fora
Minha alma que se tanto fora tua,
Agora noutro engodo só lamente,

O mundo cada perda ora lamente,
Mas sinto o quanto possa esta serpente
E nisto o desenredo em alma tua
Marcando com temor o sentimento,
Vivendo muito aquém do quanto fora
E a culpa na verdade continua

E sei do quanto possa e continua
Rogando cada engano que lamente
E tanto quanto possa e nunca fora
No bote preparado da serpente,
Ausente o mais suave sentimento,
Na fúria sem limite inteira e tua,

Enquanto toda noite fora tua,
Apenas o vazio continua
E a morte enfim precoce, o sentimento,
Deixando que deveras só lamente
A fúria sem limites da serpente
Que muda num repente o quanto fora,

O mundo quando em sonhos sempre fora
Presença desejada, intensa e tua,
Porém ao desnudar esta serpente
E agora em tal veneno continua,
Permite tão somente que eu lamente,
O quanto fora falso o sentimento,

De tanto sentimento que já fora
Uma alma se lamente a fúria tua,
No quanto continua- a vil serpente.

219

Se pago, com amor, a penitência
Por erros que cometo a cada dia,
Deveras aumentando tal sangria,
Aos poucos vou perdendo a consciência.
A morte talvez seja uma esperança
Que o louco amor por vezes desobriga,

Eu sinto quando o tempo desobriga
A sorte noutro rumo em penitência
O tanto que pudera uma esperança
Gerando outro momento em novo dia
E nisto dominando a consciência
O mundo não reduz farta sangria,

Meu sonho se perdendo na sangria
Enquanto o descaminho desobriga
O nada me tomando a consciência
Grassando aonde apenas penitência
Marcasse o quanto resta neste dia
Do quanto fora outrora uma esperança,

A vida não teria esta esperança
E sei do quanto é rude tal sangria
Vivendo o sofrimento dia a dia
E nisto o meu anseio desobriga
O quanto se moldara em penitência
Deixando para trás a consciência,

Quem tem de sua vida, a consciência,
Presume no final leda esperança
E tanto se desenha em penitência
O mundo feito em dor, medo e sangria,
E nisto cada passo desobriga
O quanto se tentasse noutro dia,

O passo mostra assim o novo dia,
E nele toda a rude consciência
Por vezes nos ataca ou desobriga,
O mundo se perdendo em esperança
Diversa da que possa tal sangria,
Marcando com terror em penitência,

A sorte em penitência noutro dia
Provoca esta sangria e a consciência
Sem ter uma esperança a desobriga.

220


Se em minha juventude já castiga
A cada novo tempo uma vingança.
Quando chegar, enfim, o meu inverno,
Mal posso imaginar se terei vida.
Melhor antecipar a despedida
Do que viver a vida neste inferno!

O mundo se transforma neste inferno
Enquanto a solidão teima e castiga
Prepara no final a despedida
E nisto não se vendo uma vingança,
O quanto se sonega a nossa vida
Expressa o quanto é rude cada inverno,

E sei desta expressão em ledo inverno,
Vivendo propriamente num inferno
O que ora me restara desta vida,
A sorte sem juízo me castiga
E preparando além nova vingança
Lapida a mais dorida despedida,

E quando se aproxima despedida
O tempo se demonstra num inverno
Que gélido redescende em tal vingança
Moldando em plena Terra o meu inferno
Eu sei que o desamor tanto castiga
Marcando em férrea luta a nossa vida.

O tanto que pudera ter na vida
Agora se expressando em despedida
Não deixa mais sinais, porém castiga,
E trama eternamente último inverno
E vivo nas entranhas deste inferno,
Sem ter e nem poder qualquer vingança

Quem sabe dos temores, a vingança,
No caos aonde expressa toda a vida,
E nisto resumindo o duro inferno
Enfronha nos seus passos, despedida,
E nada mais viver além do inverno
Enquanto a própria história enfim castiga,

O quanto ora castiga e diz vingança
Trazendo rude inverno para a vida
Após a despedida, trama o inferno...


221

Suspiras por alguém que não te quer,
Pressentes, com tristeza e tanto medo,
Que embalde tentarás um novo enredo,
Usando teus segredos de mulher.
Não sabes que a Fortuna, tão ingrata,
Por vezes se alimenta dos enganos.

No tanto que se faça em mil enganos
Apenas a verdade ora se quer,
E nisto outra palavra mais ingrata
Expressa a solidão em tanto medo,
Vivendo as armadilhas da mulher
Que traça a cada passo um novo enredo,

E quando se anuncia neste enredo
O tempo feito em medos, em enganos,
Ousasse ter nos olhos a mulher,
O sonho que em verdade tanto quer
Não deixa que se sinta mais o medo
Nem mesmo se perceba a luta ingrata,

O canto noutro tom, a vida ingrata,
O mundo se desenha neste enredo
E sei do quanto possa e deste medo
Jamais comportariam meus enganos
E tendo tudo o bem que a vida quer
Dentro da alma guardasse esta mulher,

O quanto se deseja na mulher
Que possa traduzir a não ingrata
Noção que na verdade tanto quer
Ousando num momento em raro enredo,
E sei dos mais difíceis vãos enganos,
Marcando o dia a dia em farto medo,

Pressinto muito além de qualquer medo,
As ânsias mais volúveis da mulher
E nisto cometendo meus enganos
Ainda quando a luta fora ingrata
O tempo traz apenas noutro enredo
O quanto na verdade não se quer,

O todo que se quer expresse o medo,
E nisto o velho enredo, uma mulher,
Que traz por ser ingrata, os desenganos.


222


Se perdes, por acaso, verdes anos,
Ao veres, teus cabelos quase prata.
Não deixes que estas falsas esperanças
Dominem os teus dias mais felizes.
Ciúmes, com certeza já me dizes,
Por teres desprezado as alianças

A vida se promete em alianças
Diversas em tormentas, longos anos,
E quando a cada passo nada dizes,
A lua se derrama em rara prata
E gera estes momentos mais felizes
E neles revivendo as esperanças,

O tempo traduzisse em esperanças
Ousando ter nos olhos alianças
E nisto outros momentos mais felizes,
Assim passando os dias, meses, anos,
Grisalha fantasia traz em prata
Os sonhos que jamais decerto, dizes,

E sei das emoções que tanto dizes
E delas ressurgissem esperanças
No tanto que se faça em pura prata
Tramando no futuro as alianças
Ao invadir com fúria os tantos anos
Não verão meus olhares mais felizes,

E quando sejam sonhos tão felizes,
Ou mesmo o que em verdade não me dizes,
A sorte se deslinda em rudes anos
E bebo a conta-gotas as esperanças
Vagando sem sentido em alianças
Que trazem o vazio invés da prata,

O tempo noutro tom renega a prata
Na farsa de momentos mais felizes
E neles outros tons, vis alianças,
E sigo a cada instante o que ora dizes
Marcando com temores e esperanças
Os sonhos que perdera em longos anos,

Nos meus diversos anos possa a prata
Da lua em esperanças mais felizes
Tramar o quando dizes: alianças...


223

Amor que, tresloucado, ofereci.
Desculpe se te trago, inda no peito,
Amar parece ser inda um direito
Embalde, com certeza eu te perdi.
Mas saibas que não quero mais a chama
Que, um dia, incendiara minha vida;

E vejo claramente o quanto a vida
Que tanto sem defesa ofereci
Expressa o que deveras não mais chama
E traz imersa apenas no meu peito,
O tanto que deveras eu perdi,
E nisto já não tenho algum direito,

O sonho que trouxera este direito,
Agora não expressa mais a vida,
E o rumo com certeza enfim perdi,
E tanto quanto possa ofereci
Vibrando em harmonia no meu peito,
A imensa sensação da rara chama,

A luta nos clamando quando chama
Expressa o quanto possa ser direito,
E trago bem mais viva no meu peito
Razão que impulsione além, a vida,
E o tempo que decerto ofereci
Não mais traduziria o que perdi,

O tempo que deveras já perdi,
E sinto o se apagar da imensa chama,
Ousando no que há tanto ofereci
Expressaria o sonho, qual direito,
E vejo a mais sublime e rara vida,
Vibrando com vigor dentro do peito,

O sonho se expandindo toma o peito
Refaz cada momento que perdi,
E sei do quanto trace em minha vida
O verso que deveras tanto chama
Marcando passo a passo o que é direito,
No tanto em ilusão te ofereci,

E quando ofereci aberto o peito,
O quanto foi direito e já perdi,
Resoluto me chama para a vida.



224

Sustenta minha vida , essa esperança
Nascida num momento mais feliz
Poder ter, finalmente, o que mais quis,
Um vento que transforma, de mudança.
O bem que mais queria, confiado
Aos braços tão cansados desta luta.

E quanto mais a gente tenta e luta
O tempo renegasse esta esperança
Num ato tantas vezes confiado
A quem pudera mesmo ser feliz,
O tempo anunciando tal mudança
Expressa o que em verdade sempre quis,

E sei desta ilusão enquanto a quis
E vivo o que pudera em tanta luta,
Sabendo a cada curva uma mudança
E nisto possa além desta esperança
Traçar um dia a dia onde, feliz,
O mundo noutro rumo é confiado,

E sei do passo mesmo confiado
Às tramas do que tanto outrora eu quis,
O sonho de poder viver feliz,
Embora a cada instante; a nova luta,
Marcasse o dia a dia da esperança
E sinto mansamente esta mudança

O mundo se prepara e na mudança
O quanto pode ser já confiado
A quem se fez além de uma esperança
E nisto desenhasse o quanto eu quis,
Tramando o quanto a vida toma e luta
Deixando o coração bater feliz,

Ainda que se faça mais feliz
O peso sem sentido da mudança
Esbarra no vazio de uma luta
E neste novo sonho confiado,
O todo que pudera e sempre quis
Negasse qualquer forma de esperança,

Aonde uma esperança é mais feliz,
Somente o quanto quis, numa mudança,
O canto confiado em leda luta.


225


Minha alma sequiosa não se enluta
Nos olhos deste amor, sou sustentado.
Suspiros que arrancara, há tantos dias,
Nos trêmulos carinhos que não tive,
De tais recordações minha alma vive,
Embora se permitam fantasias,

O quanto na verdade fantasias
E traz a solidão que nos enluta,
Tramando o quanto a sorte rude vive
Num tempo pelo medo sustentado,
Ousando acreditar no que não tive
Invado sem saber diversos dias,

E sinto em minhas mãos, os ermos dias,
E deles simplesmente fantasias,
Que possa até tentar, mas nunca tive,
O passo sem sentido nos enluta
E o rumo noutro enredo sustentado
Expressa o quanto tento e não se vive,

O mundo se perdendo aonde vive
Deixando para trás os tantos dias
No engodo tão somente sustentado,
E nisto resumindo fantasias
A sorte desairosa nos enluta
E o gozo mais sincero eu nunca tive,

Caminho sem porvir, tudo o que tive,
E nesta solidão minha alma vive
Ainda quando a sorte agora enluta,
Ousasse imaginar os novos dias
E neles outras tantas fantasias
Mantendo o velho sonho, sustentado,

E quem deste vazio é sustentado,
Não traz o quanto possa e jamais tive,
As sortes são deveras fantasias,
E nelas o que possa já não vive
Tentando tatear diversos dias,
Seguindo este cortejo que ora enluta,

O quanto nos enluta o sustentado
Cenário destes dias que não tive,
Somente o que ora vive; fantasias...


226

Ao fim de tal jornada, uma surpresa
Permite que eu sossegue meu lamento.
De tudo em minha vida, meu sustento,
Amor não me deixou sua leveza.
Agora que não tenho quase nada,
Que a noite se aproxima, em meu crepúsculo.

E quando se percebe este crepúsculo,
Já nada mais trouxera outra surpresa,
E sei do meu caminho e deste nada
Desfecho sem sentido ora lamento,
E quando percebesse uma leveza
O sonho mais audaz; quero e sustento,

Amor que já moldasse o meu sustento
E nisto até que chegue enfim crepúsculo,
Perdendo pouco a pouco tal leveza
O mundo na verdade sem surpresa
Tramasse o que deveras já lamento,
E dita no final o etéreo nada,

A sorte deslindando o ledo nada,
O quanto em luta inútil eu sustento
E mesmo sem temor algum, lamento,
O fim que se moldara no crepúsculo,
A lida segue calma e sem surpresa,
Deixando no passado esta leveza,

Ainda tendo na alma o que a leveza
Marcasse mesmo quando sobra o nada
O rumo se moldando diz surpresa
E traça no vazio o meu sustento,
Grassando sob as tramas do crepúsculo
Envolto tão somente em vão lamento,

E quando no final tento e lamento,
A sorte se transforma e da leveza
Resumos de uma vida no crepúsculo,
Expressam o momento feito em nada,
E disto sonegando algum sustento,
Prossigo sem jamais qualquer surpresa,

A vida sem surpresa eu não lamento,
E quando me sustento sem leveza,
Apenas resta o nada, vão crepúsculo...


227


Que te levou de mim, amado sonho
Que em tantas noites foi meu companheiro?
Procuro por teu braço o mundo inteiro,
Esquecido da sorte a que proponho.
Recebo estas lufadas do passado
Que dizem que jamais tu voltarás,

E quando sem sentido voltarás
Trazendo na verdade o quanto eu sonho,
Vivendo tão somente do passado
Um passo muito além de companheiro
É tudo que deveras te proponho
E nisto mergulhasse por inteiro,

E quando no caminho sou inteiro,
Percebo que no fim não voltarás,
E mesmo tendo além do que proponho,
O tanto quanto queira é ledo sonho,
E nisto o meu caminho, companheiro,
Expressa o quanto reste em meu passado.

O tempo desenhando este passado
E nele com certeza já me inteiro
E busco pelo encanto, companheiro,
E sei que na verdade voltarás
Ousando acreditar no raro sonho,
Que tanto desejara e enfim proponho,

O mundo que decerto ora proponho
Não diz sequer das sombras do passado,
E o verso se anuncia feito um sonho,
Que possa me trazer o todo, o inteiro,
E quando noutro enredo voltarás,
Terei neste cenário, um companheiro,

O mundo que tentara companheiro
Dos ermos quando além tento e proponho
Sabendo que deveras voltarás
E singro as avenidas do passado,
Sabendo ser assim e por inteiro,
O todo resumisse cada sonho,

Apenas quando o sonho é companheiro,
Tramando o mundo inteiro que proponho,
Do mais ledo passado, voltarás...

228


Por onde, quais caminhos, andarás,
Deixando –me deveras mais cansado.
Bem sabes que amputaste meu futuro
Ao veres a minha alma desnudada,
Em troca não deixaste quase nada
A não ser este vazio tão escuro.

E sinto que se perde num escuro
E mesmo quando insana ora andarás,
O tempo traduzindo o mesmo nada
Presumo o quanto esteja ora cansado,
E esta alma com certeza desnudada,
Já não trará sequer algum futuro,

O passo se apresenta sem futuro
Olhando para frente, tudo escuro,
E a sorte sem sentido desnudada,
Negando o quanto pude ou andarás,
E sei do que se mostre ora cansado,
Gerando no final o mesmo nada,

Ainda quando a vida dita em nada
Renega o quanto houvera no futuro
E deixa o sentimento em vão, cansado,
Trazendo no final o mesmo escuro
E nele em incertezas andarás,
Uma alma sem defesas, desnudada,

A luta se apresenta desnudada
E gera na verdade o mesmo nada
E nisto tão somente ora andarás,
O prazo determina o que o futuro
Expresse num caminho amaro e escuro
Neste ermo tantas vezes vou cansado,

E quando da esperança já cansado,
A senda desejada desnudada
O salto que se dera num escuro
Caminho traduzisse sempre o nada
E vivo sem saber de algum futuro
Nem mesmo em qual estrada ora andarás,

E sei quando andarás; e vou cansado
Da ausência de futuro desnudada
Traçando neste nada o ledo escuro.

229


Amor que vai sugando tudo em volta
Buraco negro, nada te resiste.
O tempo de viver que inda me existe
Não quero que se torne só revolta...
Amor que desamor trouxe em cuidado,
Chorando, minha sina continua.

E sei do quanto a vida continua
E traça cada passo enquanto volta
E gera o que deveras diz cuidado
Embora saiba bem que não resiste
O tempo traduzindo uma revolta
Que tanto quanto possa ainda existe,

O sonho sem sentido tanto existe
E mesmo após a chuva continua
Deixando a sensação desta revolta
E tudo se perdendo agora em volta
Do sonho que sem medo algum resiste
E traz em todo engano outro cuidado,

O sonho poderia ser cuidado
Com todo grande afeto que inda existe
E quando às tempestades já resiste
Expressa o que deveras continua
Marcando com ternura em sua volta
O quanto se fizera em vã revolta.

O mundo dita o quanto ora revolta
E gera sem sentido e sem cuidado
O tanto que pudera ter em volta
E sinto na verdade não existe,
E a sorte sem defesas continua,
E sei que bravamente inda resiste,

O amor ao qual ninguém jamais resiste,
Expressa tanto o riso qual revolta
E nesta tempestade continua
Sem ter e nem saber qualquer cuidado,
Ainda se presume e sei que existe
Tomando todo o mundo à sua volta.

O quanto a cada volta já resiste
O todo que inda existe e me revolta,
Ainda sem cuidado, continua...


230


Beleza traduzida nesse amor
Que salva e que me torna qual gigante
Promessas dum viver mais delirante
Em meio a maciez, manso vigor...
Vivendo deste amor em harmonia,
Preparo minha entrada ao paraíso,

Traçando neste sonho o paraíso
Que possa traduzir o raro amor,
E nisto cada passo em harmonia
Tramasse uma esperança tão gigante,
E quando se mostrasse em tal vigor
Trouxesse algum caminho delirante,

O quanto se mostrasse delirante
Um mundo feito em raro paraíso,
Moldando com firmeza e com vigor
A nobre sensação do puro amor,
Que tanto me fizera ora gigante
Tramando a cada instante esta harmonia,

O tempo se desenha em harmonia
E vivo sem temor o delirante
Cenário aonde encanto traz gigante
O passo rumo ao nobre paraíso,
E sei que na verdade o claro amor
Trouxesse esta esperança com vigor,

O quanto se desenha no vigor
Um ato feito em paz e em harmonia,
Marcando com ternura e tanto amor
O sonho mais audaz e delirante
Que trame no final o Paraiso
E deixe-me sentir feito um gigante,

A vida numa sorte além, gigante,
Tramasse o quanto possa com vigor
E vendo em minha frente o Paraiso
Expresso o verso feito em harmonia
E nisto o quanto houvera delirante
Agora se resume em pleno amor,

E quando deste amor, raro e gigante,
O sonho delirante traz vigor,
Uma harmonia trama o Paraiso...


231

De tudo, neste mundo, que preciso,
Encontro nesse encontro de alegria.
Amor que nos transporta em vivo sonho,
Por mares e cascatas e delírios
Na pureza, esperança traz a luz,
E sigo seu caminho sem temores,

O quanto se perdera em vãos temores
Num passo que jamais fora preciso,
Trazendo a mera ausência desta luz
Que negue no final uma alegria,
E nisto se transformem meus delírios
No quanto fosse um mero e ledo sonho,

E quando em mansidão decerto eu sonho,
Vagando sem sequer ter os temores,
Ousando tão somente nos delírios
O mundo mais audaz e mais preciso
Trouxesse finalmente esta alegria
E nela simplesmente a rara luz,

O quanto se apresente nesta luz
E gere tão somente o belo sonho,
Mergulha com firmeza na alegria
E não percebe mais sequer temores
Sabendo quanto amor quero e preciso,
Traçando em meu caminho estes delírios,

Aonde se mostrassem tais delírios
Envolto na beleza desta luz
O verso mais suave e tão preciso,
Marcasse com ternura o quanto sonho,
E nisto deixo atrás velhos temores
Vivo plenamente esta alegria,

O tempo desenhado em alegria,
O canto se traduz entre delírios
E sei dos meus momentos e temores
Bebendo a me fartar a imensa luz
Que possa transformar em vida, o sonho,
O quanto mais anseio e mais preciso,

E quando ora preciso da alegria,
Vivendo neste sonho os meus delírios,
Singrando plena luz já sem temores.


232

As flores me traduzem primavera
Assim como traduzem sofrimento.
As rosas que perfumam num momento
Em tantos vis espinhos transformadas,
Também amor em sonhos e alegria
Permite no final a claridade,

O tempo se desenha em claridade
E o quanto se anuncia a primavera.
Deixando rastros plenos da alegria
Após tanto tormento e sofrimento,
Palavras em delírios transformadas
E o tempo se anuncia em bom momento,

O amor que se transforma num momento
E gera muito além da claridade,
Nas horas em delírios transformadas,
Ousasse renovar a primavera
Negando tão somente o sofrimento,
E nisto se vivendo em alegria,

O mundo desenhasse esta alegria
No tanto que permita um bom momento,
Deixando sem sentido o sofrimento,
E nisto a mais sublime claridade
Expressa a redenção em primavera
Nas noites em delírios transformadas,

E quando vejo as sendas transformadas
No tanto quanto possa esta alegria,
Revivo a cada instante a primavera,
E nesta maravilha este momento,
Trazendo finalmente a claridade
Destroça o mais dorido sofrimento,

E sei do quanto a vida em sofrimento
Impede as dores rudes, transformadas,
E vendo no final a claridade
Que possa me trazer esta alegria,
O tempo não daria um só momento
Distante da sublime primavera,

E sei da primavera, o sofrimento,
As flores num momento transformadas,
Porém farta alegria em claridade.


233


Depois, modificando seu matiz
Nos mata e não permite fantasia...
Vencido pelas dores dos espinhos,
Assim como saudade nos amores,
Belezas e prazeres nestas flores,
Tal qual tramassem novos belos ninhos,

Ainda se percebe nestes ninhos
O sonho num superno e bom matiz,
E nisto se emolduram tantas flores
Aonde se mostrara em fantasia
O quando se tramassem mil amores
Deixando no passado seus espinhos,

A vida não traria tais espinhos
Nem mesmo maltratasse nossos ninhos,
Enquanto mais distantes os amores,
O sol dourando a terra e em tal matiz,
Eclode a maravilha em fantasia
Marcante primavera, raras flores,

E sei desta esperança em belas flores
E mesmo que inda veja alguns espinhos,
O sonho ao adentrar a fantasia,
Expressa o quanto volte a ver nos ninhos,
Um mundo aonde possa em tal matiz
Traçar em meu caminho, mil amores,

E sei do quanto mesmo em tais amores
O tempo se presume em tantas flores
E nisto a cada instante outro matiz,
Deixando no passado estes espinhos,
E renovando em paz os nossos ninhos
Envoltos pela nobre fantasia,

E quando se percebe a fantasia
Gerando na verdade mil amores
O quanto se presume noutros ninhos
Exala este perfume, raras flores,
E tanto quanto vejo tais espinhos,
Outrora agrisalhado este matiz,

Mas quando outro matiz se fantasia,
Arranco tais espinhos, vivo amores,
E espalho tantas flores – nossos ninhos...


234


Minha ventura exposta num contexto;
Expõe todo o meu peito em desventura,
A vida não seria essa aventura
Nem mesmo serviria de pretexto.
Vivendo sem temer todo momento
Pois muitas vezes arde, até machuca.

Uma esperança tola nos machuca
E gera a solidão noutro contexto,
E quando se tentou novo momento
Somente se colhesse desventura,
E não tendo sequer nenhum pretexto,
O amor seria simples aventura,

Minha alma no vazio se aventura
E sabe muito bem quanto machuca
A sorte sem sentido e sem pretexto,
O mundo se perdendo no contexto,
Grassando sem limites desventura
Eu sei, não conheceu este momento

Ainda quando em vão traço o momento,
O prazo determina esta aventura
E sigo sem temor em desventura
Enquanto o dia a dia me machuca,
O quanto vejo fora de contexto
O mundo sem sentido nem pretexto,

Ousasse na esperança qual pretexto
E tendo em falsa luz, rude momento,
O canto se traduz noutro contexto,
E mesmo quando o sonho se aventura,
A sorte sem limites me machuca
E gera no final, a desventura,

Vivendo sem promessas, desventura,
O sonho fora apenas um pretexto,
E sei quanto a verdade me machuca
E nega no final, claro momento,
E quando amor se faça uma aventura
Já nada mais se vê neste contexto,

A vida num contexto em desventura,
Apenas se aventura sem pretexto,
E sei que num momento nos machuca.

235


Meu tempo se mostrara de tal forma
Que nada mais pudesse ver além
E sinto tão somente este vazio
E dele vou sorvendo cada farsa,
Presumo algum momento no futuro,
Mas sei que no final nada haveria,

O quanto deste sonho inda haveria
Não deixa que se veja a vaga forma
E nisto sem saber de algum futuro
O mundo dos meus olhos vai além,
E vejo nesta luz a velha farsa,
E bebo do cenário ora vazio,

O quanto se fizera mais vazio,
Meu mundo sem sentidos, haveria
De ter noutros instantes; rude farsa,
E o quanto se mostrara em leda forma
Vagando sem destino traz além
E morre sem saber de algum futuro,

O passo sem descanso e sem futuro,
O canto noutro tom segue vazio
E o mundo que eu quisera sempre além
Deveras nada mais inda haveria,
E sei do quanto rude a vida forma
A cada novo instante nova farsa,

E sinto tão somente a velha farsa,
Marcando com temor o meu futuro
E nada do que tente desta forma,
Enfrente o meu caminho ora vazio,
E nisto tão somente o que haveria
Expressaria o pouco ou mesmo além,

Olhando para frente, vejo além,
E sigo cada passo desta farsa
Sabendo que decerto inda haveria
Um sonho que permita no futuro
Ousar bem mais que ver este vazio,
Tomando do meu peito inteiro a forma,

E sinto quando a forma dita o além
O mundo mais vazio, mera farsa,
E no futuro o fim inda haveria...

236



Nas lutas que travei contra a saudade,
Embalde muitas vezes derrotado
Desde que chegaste e tenho-a ao lado
Sem medos, consegui a liberdade!
Nossas armas usadas nas batalhas
Não foram nem serão mais descobertas.

E quando se anunciam descobertas
Diversas das que trazem a saudade
Percebo que afinal tanto batalhas,
E mesmo quando esteja derrotado,
Encontro junto a ti a liberdade
E a trago sempre aqui, junto, ao meu lado,

O verso se mostrara e lado a lado
Ousando entre as diversas descobertas
Procuro o quanto seja em liberdade
Tramando muito além de uma saudade
No quanto fora apenas derrotado,
Envolto pelas guerras e batalhas

E sinto na rudeza das batalhas
O mundo desabando, mas ao lado,
Aonde fora apenas derrotado,
Encontro novas raras descobertas,
E vivo as peripécias da saudade
Ousando muito além, na liberdade,

E tendo em minhas mãos a liberdade
Mal vejo o resultado das batalhas,
E sei que mesmo quando houver saudade
O todo seguirei contigo ao lado,
E tendo na esperança as descobertas
Verdades, não serei mais derrotado,

E o tempo noutro rumo derrotado,
Entoa dentro da alma a liberdade
E nisto as sortes sendo descobertas,
Deixando no passado as tais batalhas
Encontro o quanto quero sempre ao lado,
E vivo a fortaleza da saudade.

Nas tramas da saudade, derrotado,
Mantendo sempre ao lado, a liberdade,
As farsas das batalhas, descobertas.

237

Tampamos as feridas mais abertas,
E nunca demonstramos nossas falhas...
Nas guerras que travamos, sem sossego,
Os poucos arranhões ora curamos.
E cada vez mais fortes nos achamos,
Unidos a um desejo; nosso apego...

Ainda quando sinto o mesmo apego
Por sendas pelos sonhos ora abertas
E nisto cada fato agora achamos
Diversos dos que tanto em fartas falhas
Deveras com a paz tudo curamos
Na busca do que possa ser sossego,

A vida desenhada no sossego,
Transcende ao que tentara ser apego,
E quando no final nós já curamos
Escaras por angústias tão abertas,
Ao superarmos todas nossas falhas
A paz que tanto quis agora achamos,

E sei deste tesouro que ora achamos,
E tendo tão somente a paz, sossego,
Ao superarmos sempre nossas falhas
Criamos com a paz sublime apego,
E mesmo nestas tramas hoje abertas
E sinto que deveras nos curamos,

A cada novo engano que curamos,
O tempo traduzindo o quanto achamos
Adentramos estradas quase abertas
Vivendo simplesmente com sossego,
E nisto desenhando o raro apego
Que mostre e cicatrize tantas falhas,

Porém ao perceber o quanto falhas,
Dos erros cometidos nos curamos,
E nisso renovando cada apego,
O rumo sem temor algum achamos,
E tendo tão somente este sossego,
As almas se permitem mais abertas.

E quando são abertas mesmo em falhas
Apenas com sossego nos curamos
No amor que agora achamos, nosso apego.


238

A Fortuna invejosa desta sorte
Que se abate por sobre nossas vidas,
Profere em agonias desvalidas
E queda-se aliada à dura morte.
Em versos meus inflamo esse desejo
Que impeça tantas formas de desdém

E tendo nos meus olhos tal desdém
Ligando o meu caminho à rude sorte
E nisto o que pudera e mais desejo
E vejo tão somente nossas vidas
E nelas ao tramar enfim a morte
As lutas se anunciam desvalidas,

Aonde vejo estradas desvalidas
Marcadas pelos ermos de um desdém,
O todo que pudera dita a morte
E nisto configuro a minha sorte
E tento acreditar em novas vidas
Vivendo tão somente este desejo,

E quando outro cenário ora desejo,
As tramas mais diversas desvalidas
Envolvem totalmente nossas vidas
E nisso se desenha com desdém,
O todo que pudera noutra sorte
Grassar em esperanças sobre a morte,

Ainda que se perca em plena morte
O tanto quanto possa e mais desejo
Ousasse na verdade numa sorte
Que trame mesmo em sendas desvalidas
E nada do que possa tal desdém
Expressará no fim as nossas vidas,

E tento imaginar diversas vidas
E nelas desconheço o fim e a morte,
E quando se presume com desdém,
O sonho transformado num desejo
Enfrenta as horas rudes, desvalidas,
Tocando com firmeza nossa sorte,

E quando nesta sorte vejo as vidas
Que mesmo desvalidas, pós a morte,
Eclodem num desejo sem desdém...

239

Fortuna desejosa deste bem
Embalde nos tomando, num lampejo...
A pária solidão nos atocaia
E segue sem deixar sequer um sonho,
Marcando com furor uma esperança,
O quanto se pudesse acreditar,

A vida não permite acreditar
No quanto se pensara e sei tão bem,
E nisto se aproxima uma esperança
Do todo num momento, em vão lampejo,
E quando no final é mero sonho,
A sorte sem segredos me atocaia,

O tanto quanto a luta que atocaia
Traduza o que não pude acreditar
Deveras transformando o quanto sonho
Na sorte desdenhosa em rude bem,
E nisto simplesmente algum lampejo
Matando o quanto fora em esperança,

O prazo determina esta esperança
E a morte a cada passo me atocaia
Nos olhos a verdade num lampejo,
E o tanto quanto pude acreditar
Tramasse noutro rumo o vago bem,
Negando qualquer passo, qualquer sonho,

E quando no final deveras sonho,
Aguardo pelo menos a esperança
E dela já sorvendo o raro bem
Deixando para trás quem atocaia
Singrando o quanto pude acreditar
Além de meramente algum lampejo,

O tempo traz no tempo este lampejo
E vejo o quanto possa e mesmo sonho,
Tentando na verdade acreditar
Enquanto perpetrasse esta esperança
Que a vida sem sentido ora atocaia
E nega com veemência todo o bem

E sei que deste bem, mero lampejo,
A sorte que atocaia mata o sonho,
Mas resta uma esperança: acreditar!


240


Negando a maciez de um novo canto,
Aprisionado, pede liberdade...
Vencido pela dor e sofrimento;
Amor sem ter promessas se desfez.
Agora que a saudade toma a vez,
Nas dores desse amor, todo o lamento...

E quando tal momento ora lamento,
Apenas resumindo nalgum canto
O todo que deveras perde a vez
Expressa a mais dorida liberdade
E nisto todo o sonho se desfez,
Marcando com temor o sofrimento,

E neste caminhar, meu sofrimento,
Transcorre tão somente num lamento
E vejo o que esta vida ora desfez
E quando me percebo noutro canto
Perdendo o quanto houvera em liberdade,
Encontro do vazio, a sua vez,

E sei quando se tendo a rude vez
O sonho gera apenas sofrimento,
E tanto quanto possa a liberdade
Ainda que decerto em vão, lamento,
Pudera imaginar em algum canto
O mundo quando a sorte se desfez,

E tanto quanto a vida me desfez,
E nisto vem chegando a minha vez
E tento imaginar que um novo canto
Aliviasse enfim o sofrimento,
Resumo o dia a dia num lamento
E perco a minha imensa liberdade,

O verso se permite em liberdade
E nisto o quanto possa se desfez,
E nada do que viva além lamento
Encontraria em paz a sua vez,
Regido pelo velho sofrimento,
O mundo abandonado nalgum canto,

E quando neste canto há liberdade.
Ainda o sofrimento se desfez
E cessa ora de vez qualquer lamento.


241

Quem sabe se saneie por inteiro,
E possa ressurgir em novo tom
Sem ter sequer vergonha , ter amado,
De novo seja eterno companheiro.
Quiçá um novo dia, então, se faça
Erigido dos túmulos da dor,

O verso feito em lágrimas e a dor,
O tempo que pudera ser inteiro,
O sonho na verdade não se faça
E nem sequer talvez num novo tom
Encontre noutro encanto o companheiro
Que possa pela vida ser amado,

O quanto desejei ser tão amado,
E o medo transbordando em rude dor,
Negando cada anseio. Companheiro
Do nada que se veja por inteiro
Enquanto se perdera mesmo o tom,
E nisto dominado nada faça.

Ainda quando a vida em paz se faça
E trame o mais diverso eu tenho amado
Ousando em consonância, mesmo tom,
Volvendo o meu olhar mirando a dor,
E sendo de tal forma o que ora inteiro
Expresse um sonho amigo e companheiro,

Se eu sou das ilusões o companheiro,
E nisto o meu caminho ora se faça
A vida se pudesse por inteiro
Trazer o quanto tenho em vão amado,
No fim ao coletar somente dor,
O tempo se mostrasse em rude tom,

E quando na verdade noutro tom,
Meu verso não se faça companheiro
Do quanto se imagina em medo e dor,
Ainda que outra sorte a vida faça
O fato de querer ser tão amado,
Tomando o meu anseio, vou inteiro,

E sei do quanto inteiro perco o tom
O mundo mais amado, companheiro,
Que não se faça apenas nesta dor.


242

Nas penas que me causas, sem pudor,
Apagas belos lumes das estrelas,
E matas esperanças, minhas velas,
Naufragas meu saveiro em desamor...
Não podes traduzir as tempestades
Que foram, cada dia, mais potentes.

As fúrias ditam lutas e potentes
Cenários onde houvesse algum pudor
Gerando as mais diversas tempestades
Ao esconderem todas as estrelas
Eclodem num terrível desamor,
E os barcos perdem norte, rotas velas,

E sei dos mesmos erros, frágeis velas,
No quanto as sortes tentam ser potentes,
Somente desnudando o desamor
E nisto o quanto pude em vão pudor
Traçar neste horizonte tais estrelas
Apesar de viver em tempestades,

As horas refletindo tempestades,
E nelas são inúteis minhas velas
Tampouco se observando mil estrelas
Aonde poderiam ser potentes,
O mundo sem sentido e sem pudor,
Transcorre tão somente em desamor,

Plantando dentro da alma o desamor,
Enfrentaria enfim as tempestades
E nisto mesmo quando algum pudor
Expresse a solidão em ledas velas,
Os olhos procurando os mais potentes

Anseios negam crer em tais estrelas,
E sei onde eu perdera estas estrelas,
Nas teias do terrível desamor,
E quando se mostrassem vãs, potentes.
Os dias entre fúrias, tempestades,
Na sensação de imensas, firmes velas,
O verso se faria em tal pudor,

E quando com pudor, belas estrelas,
Desnudas raras velas, desamor,
Encontro tempestades mais potentes...


243


As dores se tornaram envolventes,
Sem o brilho estrelar, sem claridade,
Com o tempo, essas penas se agravando,
E não restam sequer mínimos traços.
Estrelas voltarão aos seus espaços
E as tramas dolorosas tomam tudo,

O tanto quanto pude e sei que tudo
Não deixa que se vejam envolventes
Cenários onde possa nos espaços
Tramar cada momento em claridade
E nisto percorrer os vários traços
Enquanto o medo vai tudo agravando,

O passo noutro tom vejo agravando
O quanto se tomara quase tudo,
E nisto não tendo sequer traços
Dos sonhos tantas vezes envolventes
Tocado pela rara claridade
Invado do infinito seus espaços,

E sei da vida feita em tais espaços,
E quando se percebe ora agravando,
O mundo sonegando a claridade,
Invade e não respeita e sendo tudo
Cercado por anseios envolventes
Não vejo nem sinais nem meros traços,

E tendo em minhas mãos os mesmos traços
Que possam dominar ledos espaços
Ou mesmo transformar em envolventes
Cenários, vejo o todo se agravando,
E bebo da esperança quase tudo,
E tento adivinhar a claridade,

O mundo sem sentido e claridade,
Apenas revolvendo velhos traços
Expressa no final e sei de tudo,
Enquanto se ocupassem tais espaços,
O sonho no final já se agravando,
Em medos e tormentos envolventes,

Sem tramas envolventes; claridade,
Aos poucos agravando velhos traços
Guardando nos espaços quase tudo.


244

Aguardo feramente tais mudanças,
Numa aspereza tal que já me estanho,
Pois depois desta perda virá ganho,
E os ares venenosos das vinganças!
E quando serpenteio sem destino.
Os olhos para além já se perdendo,

O tempo no vazio ora perdendo
Não deixa que se vejam as mudanças
E quando no final morto o destino,
As curvas do caminho agora estranho
E bebo do amargor destas vinganças
E nisto já não tenho nenhum ganho,

E quando alguma sorte enfim eu ganho,
No fim acabo sempre me perdendo
E sei dos meus anseios e vinganças
Propenso ao que pudesse co’as mudanças,
O tanto quanto possa e agora estranho
Enveredando as tramas do destino,

Ao quanto mais tentasse e me destino,
Jamais imaginasse qualquer ganho,
E nada do que possa mesmo estranho
E nisto cada passo vou perdendo,
E quando imaginara mais mudanças
Os olhos pedem fúrias e vinganças,

Mas sei quanto vazias as vinganças
Traçando no vazio algum destino,
E sigo meu caminho onde as mudanças
Ainda desenhassem qualquer ganho,
E sei ao quanto possa e me destino,
Embora outro cenário seja estranho,

O mundo tantas vezes traz o estranho
Sentido do que gere em tais vinganças
O rumo de tal forma se perdendo,
E nisto ao mais disperso me destino,
E tanto quanto possa perco e ganho,
A vida se refaz nestas mudanças

São tantas as mudanças, nada estranho,
E o tempo quando ganho, sem vinganças,
Expressa o meu destino se perdendo...


245


A sorte me acompanha, destemida,
Nos dias em que tenho teu amor.
Vencendo todo trágico temor,
Eu vejo renascer a minha vida...
Nos tempos mais doridos, quis a morte,
Que para minha sorte me esqueceu.

O mundo que deveras se esqueceu
Da sorte mesmo atroz ou destemida,
Gerando a solidão que bebe a morte
E nega qualquer forma de um amor,
E sei que não suporte mais a vida
Expressa a cada passo em tal temor,

Meu tempo se anuncia e no temor
Do passo sem sentido ora esqueceu
Do quanto poderia a própria vida
Tramar a história rude e destemida,
Gerada pelas tramas de um amor,
Que possa superar a própria morte,

E quando no final encontro a morte
Não tendo mais sequer qualquer temor,
Ousando penetrar no raro amor,
O mundo num momento me esqueceu
E sei da sorte amarga e destemida
Que trame na verdade o bem da vida,

O sonho se espalhando pela vida,
Enfrenta a cada passo a rude morte,
E sendo minha luta destemida,
O mundo desenhando em tal temor
O quanto se resume em medo e morte
Negasse no final o puro amor,

Lutando pelas sanhas de um amor,
O quanto se presume de uma vida,
Que o tempo sem valia ora esqueceu,
E sigo tão somente para a morte
No fundo já não tenho nem temor,
Apenas a verdade destemida,

E quando é destemida e traz no amor
A ausência de temor, a nossa vida,
O fim que gere a morte se esqueceu.


246



O mundo que perdia, fora ateu.
Hoje em teu braço, carinho que conforte.
Não vejo meu retrato na parede
Que trama toda a sorte da saudade,
Estou nas belas teias, realidade,
Das fontes onde mato minha sede.

E quando de justiça há tanta sede
Ainda quando seja mesmo ateu,
Ousando perceber a realidade
Que tanto nos maltrate e não conforte,
O canto quanto escuto diz saudade
E encosta esta verdade na parede,

O quanto nos separa, esta parede,
Marcando com terror a fome e a sede,
Não deixa nem sequer qualquer saudade,
O sonho de quem fora sempre ateu
Sem nada que decerto me conforte
Fugisse da temida realidade,

E quanto mais se vendo a realidade
Dos erros contumazes, a parede
Dos sonhos se envolvendo em plena sede
Embolorada nega o que conforte,
E marca cada passo em rumo ateu,
Sem mesmo permitir uma saudade,

O quanto me restara da saudade
E nisto presumível realidade
Expressa o coração de um vago ateu,
E erguendo no vazio esta parede
Marcando com angústia a velha sede
Sem nada que decerto me conforte,

O mundo se renega e não conforte
Quem vive e se alimenta da saudade,
E sei da solidão em rude sede
Matando o que pudera em realidade,
E quando se transforma em tal parede,
O coração perfila audaz e ateu,

Cenário aonde ateu peito conforte
Singrando na parede da saudade,
De uma realidade tenho sede...


247


Meus olhos te percebem nesta estrada
Distante dos meus olhos caminheiros,
O brilho que me mostras, verdadeiro
Reflete nesta noite enluarada...
Durante tanto tempo em minha vida,
Busquei pelo brilhar dos olhos teus,

Amores que em verdade meus e teus
Ousando nesta imensa e rara estrada
E nisto anunciando a nova vida
E dela somos velhos caminheiros,
Na senda mais sutil e enluarada
Um sonho que se mostre verdadeiro,

O amor quando de fato é verdadeiro,
Expressa no brilhar dos olhos teus
A vida com certeza enluarada
E trama a cada traço desta estrada
Os dias mais felizes caminheiros
Marcando com brandura nossa vida,

E vendo a maravilha em minha vida
De um templo feito em luz e verdadeiro,
Os pés estes cansados caminheiros,
Encontram nos momentos todos teus,
A força mais sutil da rara estrada
Que vejo eternamente enluarada,

O quanto se pudesse enluarada
A sorte que comanda nossa vida,
Grassando finalmente a bela estrada
Num ato tão gentil e verdadeiro,
Os dias sendo meus já serão teus
Nos ermos do infinito, caminheiros,

E quando nos vejamos caminheiros
Na senda mais gentil e enluarada
Vencendo com certeza os medos teus,
Vivendo finalmente a mesma vida
Num claro sonho expresso e verdadeiro
Seguirmos com firmeza nesta estrada.

E somos nesta estrada caminheiros
Clarão tão verdadeiro. Enluarada
Vontade em nobre vida, os passos teus...


248

Embalde nos teus olhos quis ver Deus,
Em cada nova aurora amanhecida.
Vestido da ilusão que me tomara,
O tempo se passou e te perdi.
Dos olhos que mostravas me esqueci,
A joia de viver tornou-se nobre,

Pudesse imaginar senda mais nobre
E nela o grande amor reinante: Deus,
Num sonho que jamais eu me esqueci
Na sorte sutilmente amanhecida
Ainda quando o rumo; em vão, perdi,
E a vida noutro ponto me tomara,

O quanto da esperança já tomara
O coração que um dia se quis nobre
E sei deste cenário onde perdi
O passo que levasse para Deus
A vida sutilmente amanhecida
E o rumo, infelizmente, ora esqueci

E sei do quanto possa ou esqueci
Singrando o que o vazio enfim tomara
E quando uma esperança amanhecida
Transcende ao quanto possa ser mais nobre
Expressaria ao fundo o amor a Deus
Que embora pecador, jamais perdi

O tanto do meu sonho que perdi,
O passo mais suave eu me esqueci,
Porém quando almejasse o todo em Deus
Tentando acreditar onde tomara
A dita mesmo rara, bela e nobre,
Na vida novamente amanhecida,

O quanto esta verdade amanhecida
Repara cada passo que perdi,
E gera com certeza outro mais nobre
Transforma o quanto houvera e me esqueci
E nisto a solidão tudo tomara,
Mas renasci no amor do grande Deus,

E possa ter em Deus a amanhecida
Verdade que tomara, eu não perdi,
E nem mesmo esqueci do amor tão nobre...


249


Perdoe meu amor em desatino,
Em tantas madrugadas me perdi,
Nos sonhos que jamais esqueceria
Traduzo as ilusões deste menino
Que mora sem licença no meu peito
De maltratar meu pobre coração!

Traçando uma esperança o coração
Após viver em pleno desatino,
Traduz o que pensara e traz meu peito
E neste caminhar se me perdi,
Voltando novamente a ser menino
Vivendo o quanto nunca esqueceria,

Meu mundo enquanto alheio, esqueceria,
Vibrando em consonância, coração,
Deixando sempre livre este menino
Que vence com ternura o desatino,
E sei quanto deveras me perdi,
Traçando uma ilusão no amargo peito,

Somente renovando o velho peito,
E nele toda a dor esqueceria,
Tramando o quanto possa e me perdi
Tomando por inteiro o coração
E nisto sem saber de desatino,
Voltasse novamente a ser menino,

O quanto desejara qual menino
Abrindo em maciez o rude peito,
E nisto mesmo após um desatino,
Percebo o quanto além esqueceria
Vibrando em consonância, o coração,
E me esquecesse tudo o que perdi,

O quanto na verdade já perdi,
Não traz sequer a sombra do menino
Que tanto ainda reina o coração
E tendo esta vontade no meu peito,
O todo que jamais esqueceria
Não deixa que se veja o desatino,

A vida em desatino, não me perdi,
Jamais esqueceria do menino
Que traz livre no peito, o coração...


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Agora que acendeste este luzeiro,
Não deixes que a fornalha nunca apague,
Bem sei que vez em quando, tanto medo
Esconde nosso caso verdadeiro.
Nas esporas teu corcel perdeu o rumo,
Pantera desdentada inda me beija.

A sorte que decerto não mais beija
Quem tenta acreditar neste luzeiro,
E tendo no vazio o velho rumo,
Ainda quando o sonho além se apague
O canto não seria verdadeiro
Somente enfim reinando o pleno medo,

E quando se desenha em tanto medo
O vento que deveras vem e beija
Trazendo outro cenário verdadeiro,
E nele se transforma este luzeiro
Que a vida com certeza um dia apague
E leve para além atroz, sem rumo,

E quando no vazio agora eu rumo,
E tente acreditar no rude medo,
Que possa traduzir o quanto apague
E nada no final a sorte beija
Negando qualquer forma de luzeiro,
Nem mesmo o quanto fora verdadeiro,

Amor não se mostrasse verdadeiro,
E sei que quando aquém do sonho eu rumo,
O tempo se anuncia em vão luzeiro,
E tenho com certeza tanto medo
Da que tanto me trai quanto me beija
E faz com que esperança já se apague,

A vida sem sentido quando apague
Expressa solitária o velho rumo
E nisto a solidão que ora me beija
Expressa no vazio o ledo rumo
E tento embora trace em tanto medo,
Ainda ver além qualquer luzeiro,

No olhar este luzeiro que se apague
E tendo o rude medo, o verdadeiro,
Cenário em torpe rumo ora me beija.