sábado, 5 de maio de 2018

UM DIA APÓS A QUEDA 533


Um dia após a queda, nada veio,
Minha Bastilha, inútil, sem proveito,
E somo a cada passo o devaneio
É quando solitário enfim me deito,
O tanto que se faça e não rodeio,
Somente no final me iludo e aceito,

A vida sendo assim enquanto aceito,
O risco se mostrasse noutro veio,
Enquanto a solidão vejo e rodeio,
E o passo sem sentido diz proveito
E quando no vazio ora me deito,
Somente sem sentidos, devaneio,

O mundo se resume em devaneio?
Não quero acreditar e quando aceito
A força inusitada quando deito
Meus olhos no vazio e sei que veio
Somente o que se trama e sem proveito
O mundo que desejo não rodeio.

O tempo sem sentido algum rodeio
E vago pelos ermos; devaneio,
Tateio e na verdade o vão proveito
Expressa o quanto possa e não aceito,
Enquanto se percebe o quanto veio,
Meu mundo me desdenha enquanto deito,

E sei do quanto pude e assim me deito,
Nas tramas onde possa e já rodeio,
Vagando sem sentido o que inda veio
Moldando o descaminho em devaneio,
Ainda quando o fim percebo e aceito,
Nas tramas do infinito atroz proveito,

E o tempo sem saber de algum proveito,
O prazo transcorrendo quando deito
E o mundo que deveras mal aceito,
Encontraria o fim que ora rodeio,
Vagando sem saber e devaneio,
Tentando da esperança, ter o veio,

E quando agora veio sem proveito,
O quanto devaneio em vão me deito,
E sei do que rodeio e não aceito,


MARCOS LOURES

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