sábado, 5 de maio de 2018

PAVOR


“Que pavor tão profundo me causara”
Saber o quanto em nada se transforma
A vida sonegando qualquer norma
Vagando sem destino e não declara

Senão este vazio que me toma,
Aonde imaginara outrora em paz,
Agora tão somente mais mordaz
Impede na verdade qualquer soma.

Vencido e sem saber se poderia
Viver uma alegria que não trago,
A morte me deforma e sem afago

Nem tenho mais sequer a fantasia
E corro contra o tempo, sigo alheio
Ao mundo que deveras mais receio.

DANTE


MARCOS LOURES

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