terça-feira, 2 de novembro de 2010

19101a 19200

1

Um ariano adora sacanagem,
Não nego a minha raça, quero mais.
Fazendo no teu corpo uma viagem
Adentro com tesão úmido cais.

Vem logo que eu preciso de massagem
Prometo mil carinhos sensuais
Na chama que se acende, uma miragem
Da deusa tão safada. É bom demais!

Levanta a tua saia e vemos nessa
Que a noite vem chegando. Quero tudo,
Sem nada de porém, mas ou contudo

A gente não se cansa de jogar
O jogo que me deixa quase mudo,
Depois me faz gemer e até gritar!


2

Um aprendiz do amor, divina dama,
Eu sonho com teu sonho, esteja certa;
O amor que na verdade já nos chama
Deixando uma porteira sempre aberta

Ao vento que distante te reclama
E ronda a fantasia e nos alerta
Que a vida se extasia quando a trama
Da solidão cruel assim deserta.

Saber quanto é preciso cada passo
Que traz uma esperança em liberdade,
É todo o meu desejo quando faço

O verso que enaltece a sobriedade
Porém ao entreabrir um riso eu traço
Caminho virtual: felicidade!
Marcos Loures


3


Vestido de Natal quando te vi,
Amigo, numa infância já distante,
Não tinha nem noção de quem ali
Seria aquele aniversariante.

Neguei tua amizade depois disto,
Negando sem saber, o próprio amor;
Ao qual, sem perceber já não resisto,
E faço desta forma meu louvor.

Não vejo-te na cruz, te quero vivo,
Em cada novo dia, um novo amigo.
Não quero mais ser tolo, ser passivo,
Nem permissivo e frágil, nem altivo.

Te peço mil perdões, com humildade,
Em Ti descubro a força da amizade...


4

Versejo com minha alma exposta aqui,
Falando deste amor que se faz forte,
Felicidade encontro sempre em ti,
Da vida, com certeza és o meu norte.

Depois de tantas dores que senti,
A cicatriz se faz em cada corte,
Mostrando que encontrei, a minha sorte.
Tu és a redenção que eu já pedi

A Deus em um momento de tormenta,
Não deixe que isto acabe, vem comigo.
Por mais que a noite venha violenta,

Tu tens a solução que assim persigo,
Tua palavra acalma e me apascenta,
Afasta pra bem longe um vão perigo...
Marcos Loures


5

Verdeja em nosso peito, a liberdade,
Quarando nossas roupas no varal
Dos sonhos estampados na saudade
Que ronda a nossa casa em vendaval.

Aval que procurara no passado
Insônias provocadas pela ausência
De quem andara sempre lado a lado
E agora me deixou. Vã penitência.

Não quero estar liberto, pois cativo
Do sonho mais feliz que eu pude ter.
Apenas, tão somente sobrevivo
Distante deste amor, vou sem prazer.

Maldita liberdade que verdeja,
Em lágrimas meu peito, assim goteja...


6

Verdeja em nosso peito, a liberdade,
Rompendo estes grilhões que nos atavam,
Nas mãos que há tanto tempo já mostravam
Quanto é possível ter tranqüilidade.

Deixando para trás e sem saudade
Os dias em que as horas não passavam,
As frias madrugadas não deixavam
Sequer raiar aurora. Ansiedade...

Agora que percebo ser possível
O canto matinal dos passarinhos
Tornando o coração quase invencível

Mudando toda a sorte em um momento,
À sombra tão serena dos carinhos
Eu sinto a brisa mansa, em calmo vento.


7

Ventura em minha vida tal destino
Que nada mais permite nem consente.
Divido minha vida, de repente,
Em tudo o que permito, perco o tino.

Agora se não queres desatino,
Não busque meu caminho. Sou urgente
E beijo tua boca, qual serpente.
Que sempre destilou veneno fino.

Fortuna distraída nada diz.
Imagens superpostas, minha atriz,
Estrela que persigo, num encanto.

As cores desta estrela, em seu matiz,
Permitem que eu me veja mais feliz.
Embora sempre tímido, entretanto...
Marcos Loures


8


Venha aqui comigo, amor não temas,
Noite qual criança sem juízo
Te chama a conhecer de perto as gemas
Que são como portais do paraíso...

Amar demais concebe nossos lemas
E cada vez mais forte e mais conciso,
Subirmos nossos rios, piracemas,
Nos cios se tornando mais preciso...

Eu quero o teu sussurro em meu ouvido,
Falando o que bem sabes que desejo.
O fogo em que queimamos, não duvido

É tudo o que queremos. Eu me atiro
Em frente à tua boca e peço beijo,
Depois... Só quero ouvir o teu suspiro...


9



Vendido nos melhores magazines
Nas lojas e nos shoppings da cidade
Brinquedos, roupas, vários nas vitrines
Uma ave de rapina em saciedade.

Lotando as dependências, nas cabines
Risonhos imbecis – felicidade!
No crédito permitem que já assines
Na dívida beirando eternidade.

Um crápula vestido de vermelho
Vendendo pros infantes a ilusão
A mesma imagem sempre neste espelho

Matando em nascedouro o bom judeu,
Virando esta cruel liquidação,
Por ter nascido já se arrependeu.


10

Vencido pelo mar de tantos medos
Singrando uma esperança sem ter fim.
Na busca por caminhos sem degredos,
Vagando a tempestade dentro em mim...

O cálice partido dos segredos,
Rasgando o que pudera ser assim;
Invento no meu mundo, meus enredos,
Arranco toda a flor deste jardim.

Sou parte inexistente deste sonho
Morto, sem virtudes, esquecido...
Não tenho nem o resto que proponho,

Retrato meu descaso com a vida,
Nem mesmo a sensação: dever cumprido,
Preparo assim, a minha despedida...


11

Vencido pela noite que chegava,
Deitado sobre a cama sem prazeres
Distante dos amores e quereres.
Aquela a quem amara não deixava

Sequer a sua sombra. Não contava
Com os olhos sombrios das mulheres
Que nunca mais teria. Mas se feres
Com a boca em mordida que beijava

Não podes entender que, nesta vida,
Nem sempre aguardarei a despedida.
Pois quem nos dá carinho nos reflete.

Portanto não se esqueça da semente
Que maltratada torna-se serpente,
Mas se bem cultivada já promete...



Vencido pela noite que chegava,
Deitado sobre a cama sem prazeres
Distante dos amores e quereres.
Aquela a quem amara não deixava

Sequer a sua sombra. Não contava
Com os olhos sombrio das mulheres
Que nunca mais teria. Mas se feres
Com a boca em mordida que beijava

Não podes entender que, nesta vida,
Nem sempre aguardarei a despedida.
Quem nos dá carinho nos reflete.

Portanto não se esqueça da semente
Que maltratada torna-se serpente,
Mas se bem cultivada dá Susete!
Marcos Loures


12

Vencida a minha angústia, aguardo a claridade.
Ferido pelo beijo, eu vivo uma mudança;
Qual velho eremita, em plena castidade,
O beijo que me deste, é pleno de esperança!

Machuca enquanto cura, esmera-se em saudade;
Embora benfazejo, esconde uma vingança.
A boca mira o alvo, amor é sua lança.
Beijo ressuscitou amarga e má lembrança!

Por que fizeste assim, reviveste o tirano
Adormecido em mim durante mais de um ano.
Guardo no coração, as dores que vivi...

Dentro do meu peito, a fina, atroz areia.
Espalha um novo canto, encanto de sereia
Trazendo imensidade estando sempre aqui.


13


Vem logo pro teu macho, uma alma gêmea
Tocada pelo fogo do tesão,
Te quero assim safada, minha fêmea
Aberta pronta pra navegação

Dos corpos misturados, gozo insano,
Trazendo para a festa nova dança,
Um jogo bem gostoso e bem putano
Envolto nesta louca fudelança;

Deixando para trás qualquer marasmo
A tua bucetinha em minha boca,
Bebendo cada gota deste orgasmo
Na fúria que se faz audaz e louca.

Na boca, em tua xana, em teu cuzinho,
No fogo abençoado, com carinho...


14

Vem logo meu amor, bem safadinha
Que eu quero desfrutar todo o prazer
Que vem da tua boca e da xaninha,
Jamais me cansarei de te dizer:

Te quero nesta noite, assim, putinha,
Deixando na verdade acontecer
Inundação em fogo na grutinha
Cheirosa e molhadinha a me aquecer.

Teus seios, tuas coxas bem abertas,
Em mel, sou teu, é meu, os nossos gozos,
Recomeçamos logo tu despertas

E novamente sinto que tu queres,
A santa que em pecado mais gostosos,
Bendita maravilha entre as mulheres...


15

Vem logo meu amor, meu coração...
Meus olhos te procuram sem sucesso,
Quem sabe tu me dás o teu perdão
Pois todos os meus erros já confesso...

Eu fiz destes meus versos, mensageiros
Na busca pela paz que já perdi.
São, pois, meus sentimentos verdadeiros,
E tudo o de melhor encontro em ti.

Meus erros são demais para entender,
Mas quero que consigas perdoar.
Como farei, meu bem, só sei viver,
Ao lado de quem sonho tanto amar...

Não quero te perder, és alegria,
Motivo que me impele à poesia...


16

Vontade de sentir cada pedaço
Do doce que trouxeste, bom bocado.
Embora na verdade eu não disfarço
Desejo cada beijo bem molhado.

Ardentes são as noites prometidas
Em lábios e vontades saciadas.
Atando num desejo duas vidas,
Que querem ser felizes. Alvoradas

Trarão num brilho intenso, nova sorte
Depois de tantos dias sem juízo.
Percebo que talvez já não me corte
A trama que se mostra sem aviso.

Só sei que cada seio, sem receio,
Anseio num molejo, e me incendeio...
Marcos Loures


17

Vontade de poder, ao te encontrar,
Trazer a bela aurora em raio intenso,
Vivendo neste amor, eu sempre penso
Nas horas em que possa te tocar.

Beijando a tua boca, devagar,
Num sonho mavioso; claro, intenso.
A cada novo dia eu me convenço
De quanto é bom poder, pra sempre amar

Esta mulher divina num instante
Aonde uma alegria delirante
Poreja em minha pele, em alegria.

Sentindo o coração vivo e liberto,
Depois de tanto tempo andando incerto,
Percebo em teu caminho, o que eu queria.


18


Vontade de poder estar contigo,
E ter o teu carinho junto a mim,
O sonho mais gostoso que eu persigo
Encontro tão somente no jardim

Aonde um jardineiro busca abrigo
E sabe que é feliz – amor sem fim,
Perfume uma esperança no meu peito,
Cevada em bela flor – amor perfeito.

Depois das noites frias que passei,
Procura quase insana pela luz,
Falena que se perde, eu encontrei

Caminho que ilumina e reproduz
Beleza deste amor em que sonhei
Tivesse a divindade em que propus
Marcos Loures


19

Vontade de poder estar contigo,
Em versos exalando o meu desejo.
Embora tão tristonho, assim, prossigo
Na espera divinal de um simples beijo...

Tu sabes que te quero, amor amigo,
Além de todo o bem que já prevejo.
Além de toda a sorte que consigo,
Tu és muito mais forte que um lampejo.

Formando em união tal sintonia
Que nada nos impeça de sonhar.
Refaço esta ilusão, pois sei que um dia,

Além de toda a terra e todo o mar,
Meus olhos tocarão o teu olhar
Banhando nosso sonho em alegria...


20

Vontade de beijar-te por inteiro
Descendo minha boca em teu pescoço,
Sentindo com certeza o doce cheiro
Que ascende devagar, dando alvoroço.

A mão pousada sobre os belos seios
Roçando minha barba no teu rosto,
Desnudo- te em completo, sem receios,
E tenho em belo corpo descomposto

Prazeres que bem sei são infinitos,
No gozo que percebo te tomando,
Perfaço repetindo santos ritos,
Ao ver o teu prazer vir-te inundando

E bebo desta maga sensação
Orgástica beleza de um vulcão...


21

Volúpias e desejo insaciável,
Caminhos deleitosos que percorro,
Tocando nosso amor imaginável,
Prazeres onde; insano, eu me socorro.

Teu corpo é meu altar e nele vejo
Delícias e loucuras, nossa prece,
Na convulsão gostosa do desejo
Carícia delicada se oferece

Tocar a tua pele com meus lábios,
Bebendo cada gozo, teu rocio,
Meus dedos te vasculham, mansos, sábios
Na fonte inesgotável do teu cio.

E assim, extasiados viajantes
Tornados em orgasmos, dois amantes...
Marcos Loures


22

Voltei pra ti querida
Depois de tantos dias,
Sem rumo ou alegrias,
Minha alma já perdida

Pensava-se esquecida
Em meio a fantasias
Porém nas poesias
Encontro uma saída

Pra dura solidão
Que invade quem te adora,
Eu peço-te perdão,

Eu não vou mais embora,
Saiba, o meu coração
Bate por ti, agora...
Marcos Loures


23

Você, tão delicada e bela rosa
Que um dia vi nascer no meu jardim,
Menina mais faceira vai dengosa
Plantando um puro amor dentro de mim...

Canteiros e quintais... Maravilhosa;
Nasceu para viver amor sem fim.
Tua pele macia é mais cheirosa
E nela vou colher alvo jasmim...

Rosa morena sei de teu perfume
E sinto em tua tez perfeito viço.
A lua que é cigana traz feitiço

E acende no caminho, claro lume.
Meus versos dedicados ao meu bem
Chamando com desejo: Agora, vem!
Marcos Loures


24

Você, minha cachaça predileta,
Embriagado sigo; sem ressaca...
Minha comida, mesa mais repleta,
Banquete, minha fome nunca aplaca...

bebendo do seu corpo cada gota,
Entorno o meu prazer em sua boca
A fome que se tem jamais se esgota
Na fúria que se faz intensa e louca

não canso de querer e sempre mais,
do jeito que me dá nunca é demais,
num laço que não rompe e nem desata.

Você, o meu maior, grande, desejo...
Nesses seus olhos tristes, azulejo...
Uma armadilha; cuida, mas maltrata...
Marcos Loures


19125

Você, na divindade em que foi feita,
Uma preciosidade imensurável.
Não tenho mais a vida contrafeita,
Apenas seu sorriso mais amável.
Minha alma nos seus braços, satisfeita,
Além do que julgara imaginável.

Você que é feita em luz e fantasia,
De tudo o que mais quero, plena essência.
Amar além do bem que me trazia
A vida com seus traços de excelência
Viver tanto desejo com magia
Já tendo deste amor, toda ciência...

Prevejo nos seus braços, alvorada
Em toda plenitude, ensolarada...


26

Voar em sonhos, breve dirigível
Que embarca ao infinito em risos plenos.
Amor vai nos tornando mais serenos,
Enquanto nos traduz em céu incrível.

Amor que é para uma alma, combustível,
Quem dera se pudesse ter ao menos
Teus braços do meu lado, tão amenos
Voaria decerto em alto nível.

Simplesmente seria como um deus
Atado, com certeza aos braços teus
Podendo me elevar, ganhar espaços

Alçando num momento aos universos
Vibrando na cadência dos teus versos
Perpetrando no céu gigantes passos.
Marcos Loures


27


Viver sem ter motivos, esperanças,
É como se perder no dia-a-dia,
Não tenho nem mais forças prá vinganças;
Não resta em minha vida, uma alegria.

Apenas sobrevivo das lembranças
Deixadas n;algum canto. A poesia
Convida para a lua e para as danças;
Que faço se morreu a fantasia?

Talvez numa jornada derradeira
Tu possas escutar enfim, meu pranto,
E vir para os meus braços, mais inteira

Sem medos, com os olhos no futuro.
Escute meu amor; eu te amo tanto,
Às cegas, nesta angústia, te procuro...



28

Viver sem ter motivos, esperanças,
É como se perder no dia-a-dia,
Não tenho nem mais forças prá vinganças;
Não resta em minha vida, uma alegria.

Apenas sobrevivo das lembranças
Deixadas n;algum canto. A poesia
Convida para a lua e para as danças;
Que faço se morreu a fantasia?

Talvez numa jornada derradeira
Tu possas escutar enfim, meu pranto,
E vir para os meus braços, mais inteira

Sem medos, com os olhos no futuro.
Escute meu amor; eu te amo tanto,
Às cegas, nesta angústia, te procuro...


29

Viver intensamente um grande amor
Que é feito de desejos e carícias.
No sonho em que mergulho, te propor
Um mundo delicado em mil delícias.

Tocando com carinho e com malícias
O corpo da mulher, encantador,
Buscando deste cedo, nas primícias
Vislumbro o teu prazer, sou sonhador.

E deixo que me leve o pensamento
Chegando num minuto ao belo cais,
Atado a cada passo, eu sigo em frente.

E vejo nosso amor, por um momento
Do jeito que tu queres, bom demais,
Deixando o coração bater contente...
Marcos Loures


30


Viver apaixonado, sem medidas,

Saber que a noite chega e o dia vem

Por mais que sejam duras despedidas

Não se poupar jamais. Não morrer sem



Ter tido tantas lutas aguerridas

Na busca da esperança. Nada zen,

Mas é melhor tentar ter tantas vidas

Quantas vidas a vida sempre tem.



Paixão. Um sentimento intenso e soberano

Que amarga com ternura ou com tortura

Rompendo cada dique e todo plano,



Desfazendo o já feito e refazê-lo

Numa velocidade sem brandura.

E depois demonstrar carinho e zelo...



31

Vivendo tantas vezes por viver
Vencido por cansaço e sofrimento.
Espelho onde custei reconhecer
As marcas, cicatrizes do tormento.

Não quero mais um porto, nem um cais,
Seguindo minha vida sem timão,
Um sonho, ser feliz, não sonho mais;
O vento derradeiro, furacão...

Não posso mais falar, vou sem sentido...
Em tudo fracassei, isso é verdade.
Meu mundo, num segundo repartido,
O que posso dizer? Sequer saudade...

E surges mansamente e me domina,
A luz, que ao fim do túnel, ilumina...


32

Vivendo do teu lado, sem aperto
Durante tanto tempo, um sonho eu vi.
Escuto a tua voz de peito aberto,
Amor que eu tanto quis e já perdi.

Sangrando o coração neste deserto,
Meus olhos vão buscando só a ti.
A cada novo dia, mal eu desperto
Procuro e não encontro nada aqui.

Um dia tu virás. Algo me diz...
Serei então, de novo, tão feliz
Distante do temor em desabrigo.

Ternuras sem igual eu preconizo
Negando a tempestade, sem granizo,
Felicidade imensa em amor, digo...
Marcos Loures

33


Vivendo do teu lado, satisfeito
Não tenho nem lembranças do passado,
Amor ao invadir a mente e o peito
Transforma em alegria um duro Fado.

Eu tenho sempre em ti a solução
De todos os problemas que enfrentei
Amor tornando clara a direção
É toda uma certeza que eu busquei

Clareza sem igual que compartilho
Com quem iluminou a minha vida.
Outrora um coração vago andarilho
Encontra em ti decerto uma saída.

Eu quero estar contigo a vida inteira,
Mulher amada amante, companheira...
Marcos Loures

34

Vivendo a plenitude deste amor,
Encontro a liberdade em cada verso,
Buscando tão somente o teu calor,
Num sentimento nobre e tão diverso,

Encontro no jardim perfeita flor.
Vagando em alegria este universo
Estrela radiosa que me guia,
A certeza absoluta de alegria,

Paixão que nos domina, verdadeira,
Escravo deste amor, simples cativo,
Fazendo da emoção nossa bandeira
Nas fimbrias deste sonho, eu sempre vivo,

A noite se mostrando alvissareira,
Trazendo um brilho nobre e mais altivo.

Marcos Loures


35


Viva a revolução, sonhos e sentidos,
Aprendemos os medos e temores.
Os dias que tivemos; desvalidos,
Montanhas desabando sobre flores;

Os reinos que dissemos repartidos,
Vendidos pelas ruas, sem louvores.
Os vinhos e aguardentes mal bebidos,
O céu já se perdeu em cinzas cores.

As entranhas da terra não se abriram,
Caímos nos abismos, nada além
Do barco que na história cega o trem,

E apenas sonhadores juram, viram,
Seguimos nossos rastros pelas ruas,
Porém estrelas morrem, pasmas, nuas...


36

Viva a Revolução! Que a liberdade
Espalhe pelos campos a esperança.
No olhar extasiado da criança
Promessa da real felicidade;

O gosto do futuro nos invade,
Na terna sensação que agora avança
O medo não passando de lembrança
Triste. O vento arrebenta qualquer grade

E deixa exposto o peito sonhador,
Sangrando extasiado em tanto amor,
Hemorrágica delícia nos tomando...

E após tantas batalhas, finalmente,
Rompendo do passado, esta corrente,
Mil estrelas magníficas rondando...


37

Visão do amor em plena liberdade
Vagando sem destino por aí,
Distante das loucuras da saudade,
É tudo o que sonhei e que pedi
Magia feita em lume, claridade,
Encontro, sem ter dúvidas, em ti.

Jamais se permitindo ser calado,
Voando sem ter asas, ganha espaço,
Ganhando cercanias, senda prado,
Querida, amor pegado, assim à laço.
Deixando o coração apaixonado,
Em busca de carinho, quer abraço

E toda a sensação de ser feliz,
Nos passos deste amor que eu sempre quis..


38

Violeiro tocando seus acordes
Nas cordas do sonoro coração,
Depressa minha amada vem, acodes
Senão irei perdendo a direção.

Acordas coração destemperado
Que em cortes quase perde o seu caminho.
Vivendo o tempo todo apaixonado,
Um coração não sabe ser sozinho...

Eu quero o teu desejo para mim,
Menina que sonhei e Deus me deu.
Não deixe um violeiro triste assim,
Com medo deste amor que já perdeu...

Deitando meu amor em fortes laços
Eu quero adormecer em teus abraços!


39

Vinda da noite, estrela que me guia,
Seu brilho transformando minha vida.
O canto desta noite, fantasia,
A lua não pretende despedida.

Nos olhos dos cometas, ventania,
Minha alma, em desalento, vai perdida.
Silêncio nos amantes, noite fria,
A noite vai morrendo, amanhecida...

Embora tão distante, dos meus braços,
O canto que se escuta, não disfarça.
Teu rosto nos espaços, finos traços...

Coretos alegrando plena praça,
Em gracioso desejo, branca garça.
Vai Ana, caminhando, plena graça!
Marcos Loures


40

Vieste redentora, nuvem clara
Que borda este meu céu em fantasias.
Beleza inalcançável, fina e rara,
Moldura de meus sonhos, alegrias...
Minha alma alçando vôo se prepara
Imersa em ilusões, doces magias...

Fragilidade mostras nuvem bela,
Estou a te conter em cada verso,
Na busca vespertina por estrela
Que leve este meu canto ao universo.
Difícil me calar, somente vê-la
Demonstra um bom futuro, tão diverso

Dos dias que passei em solidão.
Ó nuvem passageira... na amplidão...


41


Vieste em redenção ao peito amargo
Que um dia foi feliz, mas se perdeu.
Mudando o meu caminho, sem embargo,
Trouxeste tanto alento ao peito meu.

Um pobre passarinho sem ter rumo,
Amor não concebia outra verdade.
Tragando de teu corpo gomo e sumo,
Encontro no final, felicidade.

Mas tenha mais cuidado, isto eu te peço,
Meu coração é um barco sem saída
Depois de tantas quedas, de um tropeço,
No fio que me resta desta vida

Eu quero estar contigo meu amor,
Não deixe que eu prossiga, sofredor...
Marcos Loures


42

Vieste apascentando a minha vida
Que outrora fora um mar tão tenebroso.
A sorte que julgara decidida
Em um futuro obscuro e andrajoso

Refeita em teu sorriso muda a lida
E molda um dia claro e mais formoso,
Estrada solitária já vencida
Mostrando um novo encanto, fabuloso.

Remanso que ofereces em teus braços,
Um porto mais seguro e benfazejo
Na calmaria a senda que prevejo

Fortalecendo sempre nossos laços.
Augúrios em bonança, sedutores,
São marcas consagradas, belas flores...
Marcos Loures


43

Viemos das entranhas das Gerais
No sangue violeiro uma esperança
Que adentrando profundo não sai mais,

No rosto que se queima força e dança,
Na busca da igualdade em santa paz,
Na broa com café, sapê, lembrança.

Viemos dos católicos batismos,
Dos dízimos, folias, reis, congadas.
Dos ricos e dos pobres, seus abismos,
Das cores matinais nas alvoradas,

Viemos deste sonho em liberdade
Do mesmo inconfidente do passado,
Do amor que resplandece em amizade,
Do sonho que merece ser sonhado.


44

Vida passa depressa minha amada,
E saiba que esse tempo não tem volta.
Mal vemos já raiou outra alvorada
Não adianta penas nem revolta.

Vivemos tantas coisas, nem sentimos...
Depois de tudo feito, nada importa
Por isso é que te peço, tanto vimos
Que não se necessita desta porta.

Abrindo o coração, viver em festa,
Por todos os momentos sem pensar.
O tempo de viver que já nos resta,
Que bom se reservássemos p’ra amar.

Não penses que na vida eu tenho pressa,
O que mais quero, amor, viver depressa...


45

Vibrando em frenesi quando te toco
As coxas, pernas, seios e virilhas,
Olhares desejos eu desloco
E sinto este fremir em maravilhas,

Prazeres que busquei aonde aloco
O quanto bem te quis, percebo as trilhas
Tomando com certeza todo o foco
Vertentes de vontades andarilhas.

Beijando o teu pescoço, um arrepio
Que corre por teu corpo te excitando,
Teu seio tão gostoso, assim macio,

Aos poucos mansamente te desnudo,
E sinto este desejo me encharcando,
E invado teus caminhos, vou com tudo...
Marcos Loures


46

Viajo no teu corpo, onda e cais
Descubro em cada atol a nova fonte
Que leva às profundezas abissais
Tornando o vento, o sol, neste horizonte
Fazendo meu querer, te querer mais,
Atando nossos portos, rumo e ponte...

Viajo sem ter rumo e sem vergonhas,
Cabendo meu destino em tuas praias.
Acordo enquanto sinto que tu sonhas,
Os olhos vão seguindo tantas saias
Que passam pelas ruas bem risonhas,
Enquanto em meu prazer cedo desmaias...

Vivo do não sei que nem sei aonde,
O olhar quase que a esmo em ti se esconde....


47

Viajo no teu corpo, sei-te inteira
Em cada novo toque te conheço,
Esta ânsia de viver tão verdadeira
Revira nossos corpos, põe do avesso...

Nos lânguidos momentos de paixão
Neste mergulho intenso ao infinito.
Em cada fantasia, a sedução,
Mudando sempre em nós quebrando o rito.

Não sabes o quanto amo e te desejo.
Não fujas deste amor que é todo nosso,
Eu quero te invadir em cada beijo,
Bem mais do que pensaste. Mais que posso!

No fundo; nos queremos e sonhamos...
Nos versos derradeiros, nos amamos...


48

Viajo em teu silêncio e te pergunto

Do amor que tanto sinto e sabes bem.

Poder estar contigo, sempre junto,

Depois e antes de ti, não há ninguém.



Meu canto com teu canto, um só conjunto

De sonhos expressados mar além,

Às vezes, disfarçando; mudo o assunto

Bem sei que isso acontece em ti também.



Vamos hipnotizados; tão unidos,

Por esse sentimento belo e raro

Que traz nossos destinos decididos



Há muito pelos deuses. No torpor

Divino que nos serve de anteparo,

A voz silenciosa deste amor...


49

Zelando pelo sono de quem amo,
Trazendo toda a paz que é necessária,
Além de toda sorte imaginária,
Não mais de solidão, amor; reclamo.

Valoro do arvoredo, cada ramo
Pois sei que toda dor é temporária
E a fantasia, quando mandatária
Transforma todo o amor bendito em amo.

Percebo na ventura de ser teu
A sorte que sonhara, tão tranqüila.
Sentindo nesta noite a leve brisa

Concebo nosso sonho de himeneu,
Paixão que em coração feliz se asila,
Felicidade então, já se divisa...
Marcos Loures


19150

Vou bêbado de luz, caçando a fonte
Que encontro após lutar a noite inteira,
Da lua que renasce no horizonte
A prata maravilha costumeira,

Enquanto a vida amarga desaponte
A sorte se demonstra alvissareira
Atravessando em paz a velha ponte
Tornando uma esperança verdadeira.

Eu quero poder ter em seu olhar,
Farol que me guiando, já liberte.
Com sonhos benfazejos vou num flerte

Tentando tão somente adivinhar,
Depois da tempestade esta colheita,
Por isso meu amor, vê se me aceita..
Marcos Loures


51
Vou bêbado de luz, uma falena
Na busca deste intenso clarear,
Vontade que deleita enquanto acena,
Magnitude suprema de um luar.

A gente se descobre em bela cena
Passeia por estrelas, ganha o mar,
A noite prometida, outrora, amena
Explode num intenso borbulhar.

Fagulhas do desejo incendeiam
Estendem- se em raríssimo fulgor.
Enquanto estas vontades nos ateiam

Recebo de teu corpo fogaréus,
Quem fora tão somente um sonhador,
Eleva-se sem tréguas, alça os céus...
Marcos Loures


52

Vontades tão intensas , tentações;
De afagos e loucuras incessantes,
No brilho cristalino, diamantes
Que explodem desejo, alucinações...

Teu corpo no meu corpo... seduções...
As noites são divinas e escaldantes
Desafios de cios galopantes
Na fúria de gostosos furacões...

No movimento leve dos quadris,
No requebro fogoso, bamboleios.
Minhas mãos, os meus lábios, os teus seios...

Mostrando o quanto a gente é mais feliz.
As ondas que percorrem, pensamentos...
Delícia de viver nossos momentos...
Marcos Loures


53

Vontade de viver, vida desdiz
E num momento busco outra paragem
Que traga finalmente alguma aragem
A sorte se mostrando meretriz.

Nas mãos que se fizeram imbecis
Amor passando a ser qualquer bobagem,
Apenas o que resta, uma visagem
De um tempo onde esperança foi atriz.

Carpindo cada lágrima que trago
Espero e talvez tenha algum afago
Nos mares da ilusão, mesmo fatal

Eu teimo a redenção desta palavra
Iludido, meu peito ainda lavra
Mergulho carinhoso e triunfal


54

Vontade de viver
Uma amizade traz.
Não posso me esquecer
Do bem que ela me faz

Trazendo com prazer
Louvando sempre a paz
Amiga eu posso ver
Do quanto se é capaz

Quem tem uma amizade
Que seja mais leal
Transforma a realidade,

Num sonho sem igual,
Transborda na verdade,
E afasta todo o mal


55


Vontade de tocar teu corpo inteiro,
Distante de teus olhos, mas aqui
Viajo procurando o que perdi,
Destino tantas vezes sorrateiro...

O olhar de um sonhador, aventureiro
Que busca desde sempre estar em ti.
Estrela pela qual tanto vivi
Vagando pelo espaço. Vou ligeiro

Caçando cada rastro que deixaste,
Vivendo este fatal, louco contraste,
Da angústia e da esperança de poder

Sentir o teu perfume novamente
No sonho que procura e que pressente
Ápice dos meus dias, reviver...
Marcos Loures


56

Vontade de tocar teu corpo inteiro,
Beijar-te, mansamente... Que vontade!
Ser teu e me entregar, sentir teu cheiro;
Beber de tua boca, a tempestade

Em loucas fantasias, desfrutar.
A pele tão sedosa em maciez
Beijando com carinho e devagar,
Até chegar... total insensatez...

Amor mais que perfeito... com ternura
Em plena insanidade, sal e mel.
É feito de alegria e nos tortura,
Viaja em nossos corpos, ganha o céu

Depois, no belo colo, o meu cansaço
Deitado extasiado em teu regaço...


57

Vontade de te amar é tão urgente
E nada impedirá, tenho a certeza
O quanto quero ser da fera, a presa,
Permite que eu me sinta mais contente.

A cada novo beijo se pressente
A força desse amor que em correnteza
Espalha todo o sonho que se preza
Tomando a nossa vida esta torrente.

Semeias em meus olhos a esperança
Semente que se mostra benfazeja,
Enquanto as alegrias já retornam

Cravando no meu peito a sua lança,
Eros trazendo o bem que se deseja:
Encantos deste amor que me transtornam
Marcos Loures


58

Vontade de sentir o teu perfume
Depois de tanto tempo, que saudade!
O amor quando traduz felicidade
Trazendo pra quem sonha um raro lume.

Não há quem com tristezas se acostume
Preciso deste amor que é de verdade,
Teu cheiro inigualável ora me invade
Calando qualquer forma de queixume.

Venha que eu te espero, e quero ter
Na vida o que me resta de prazer
Ao lado de quem amo intensamente.

Saber que tu chegaste me conforta
Do coração, abrindo cada porta
Eu poderei dizer que estou contente...


59

Vontade de sentir o teu perfume
Tocando levemente os meus cabelos,
Nos olhos desta Diva raro lume
Sentidos, num momento; concebe-los.

Tu vives, és eterna dentro em mim,
Jamais te esquecerei. Eu te amo tanto,
Florindo esta lembrança em meu jardim,
Meu verso enamorado. Agora eu canto.

Bebendo a claridade de teus olhos,
Saudades de poder estar contigo
Arranco dos caminhos, os abrolhos,
Com passo bem mais firme, ora prossigo

Sabendo que ao final da longa estrada
Saudade em nosso amor, recompensada...
Marcos Loures

19160

Zelando por quem busco a cada instante
Vagando por espaços mais diversos
Ousando caminhar tais universos
Num mundo aonde a sorte não garante,
O dia tão volátil doravante,
Os olhos são deveras mais perversos,
E os sonhos traduzidos noutros versos,
Presumo o quanto eu perco: desgastante.

A vida não pudera ser assim,
O tanto se resume início e fim,
Ocasos entre engodos tão somente.
E o caos se apresentando num momento
E quando escapatória; inútil, tento
O sonho, uma esperança tola; mente.

1

Vórtices tão diversos, temporais
E os dias se repetem com constância
A vida se moldara noutra estância
Saudade respondendo: nunca mais.

O tempo entre resquícios mais banais
A morte traz em si tal discrepância
E o canto desenhando em importância
Momentos refletidos onde esvais.

E assim quando pudesse acreditar
Talvez nalguma força a me tocar
Um mundo traduzindo uma alegria.

Diversa desta espera quase atroz,
Rompendo o que pudera vivo em nós,
O sonho simplesmente assim se adia.

2

Somando cada engano aonde outrora
A vida em mais tenaz vicissitude
Ainda que o caminho teime e mude
Saudade pouco a pouco vem e ancora.
O risco de sonhar já não tem hora
E o passo se demonstra em atitude
Diversa da que expressa audaz e rude
E a fúria num instante toma, aflora.
Esvaio nos meus erros, desenganos,
Assumo a derrocada destes planos
E o caos gerado em mim depois de tanto.
Aprendo, mas sei bem do quão vazio
O tempo enquanto o passo eu desafio
E aos poucos no porão eu me adianto.


3


Desabam estruturas gigantescas
E os sonhos sem saída, nada vindo,
Aos poucos o que fora se esvaindo
Em cenas tão ferozes e dantescas,
O quanto poderia em quixotescas
Loucuras, mas deveras hoje eu findo
E quando me imagino ou mesmo brindo
Revivo tais angústias tão grotescas.
Esbarro nos meus erros, mas prossigo
A cada novo instante este perigo
Após a curva exposta e nada resta,
Somente a sorte esmaga o que inda venha
Dos vales observando a imensa penha
Do sonho nada vejo, senão fresta.

4


Antológica noite em maravilhas
Diversas, dos sentidos o festejo
E quando um sonho eu tento ou já desejo
Deveras, sem saber; reinando, brilhas.
A vida preparando as armadilhas
E o mundo se sonhara em tal verdejo,
Mas quando; a solidão decerto a vejo
Os riscos me rondando, vis matilhas.
Amar e acreditar noutro cenário,
Ainda que se saiba imaginário
O tempo não permite qualquer sorte.
Sequer os meus anseios, desengano
E quando no final tento e me dano,
Já nada mais resiste ou me conforte


19165

Represando os meus atos, sigo em frente
E tento acreditar noutro momento
E sei do quanto possa em violento
Cenário aonde a sorte não se sente.
Vagando pelo caos, completamente
O todo sem sentido ainda tento
Meu passo se resume, e segue lento
O amor vai dominando o corpo, a mente
Já não comportaria acreditar
Sequer se existe meta, algum luar
Ou tudo não passara de ilusão.
Depois de tanta luta, sem proveito
O quanto deste enfado ainda aceito
Traduz os dias turvos que virão.

19166

Acendo a cada instante outra fogueira
E busco nesta frágua uma esperança
E enquanto o passo lento, segue, avança
A vida se mostrara onde não queira.
Espúria e sem sentido esta bandeira
A porta se travando em tal mudança
Deixando no passado a confiança
O sonho pelas mãos, ainda esgueira
Resulto do vazio que carrego
E sei do passo dado, do nó cego,
Cevando as ilusões; lavra maldita.
E o quanto se pudera na colheita
Minha alma na verdade não aceita
Não tendo nem sequer onde reflita.

19167

Amar e perdoar, ser libertário
E crer noutro momento após a queda
Aonde o dia a dia se envereda
Moldando outro caminho, necessário.
Não crer e não forjar um adversário
Ousando no futuro onde se seda
A dor e se presume por moeda
Um dia mais feliz em tom tão vário.
Resplandece um cenário multicor
Gerado de outros tantos, desiguais
Surgindo em pleno estio a rara flor,
E nela outras sementes, belas quais
Os tempos se moldando enquanto for
Possível vencer tantos vendavais.

19168

Na sorte de se crer em novo dia
Acordo e não percebo esta vontade,
Morrendo a cada passo onde se evade
O tanto quanto quis e não podia,
Espero com ternura e galhardia
A sorte que deveras não degrade
Ousando muito além, realidade
Fragilizado sonho em utopia.
Mecânicas diversas; mesmo engodo,
Ao fim reflete em pouco, o vasto, o todo
E o peso se transforma, intolerante.
A morte se anuncia sem sentido,
E quanto mais presumo e não lapido
Sequer uma ilusão inda adiante.

19169

Não mais me caberia qualquer sorte
Sequer a que deveras me trouxesse
O olhar abençoado em rara messe
E o tempo aonde o mundo não comporte
O todo sem sentido, ledo norte
A vida a cada passo enfim se esquece,
Bem antes que decerto já tropece
Pressinto o meu final, ausência e morte.
Não mais me caberia qualquer passo,
E quando algum momento em vão eu traço
Gerando este vazio dentro da alma,
E o pântano se expondo, o lamaçal,
Olhar por vezes tolo e tão banal,
Mas sinto que afinal, isto me acalma.

19170


Repare cada estrela que eu te trago
E beba desta luz sem mais medida,
A sorte em tal momento resumida,
O mundo não permite algum afago,
E o peso do passado causa estrago,
Matando o que restara em minha vida,
Negando a cada ausência a despedida
Inutilmente tento e mesmo indago.
Vislumbro estes moinhos de Cervantes
E assim caminhos tortos, quase errantes
Esvaem na fumaça de um passado,
Aonde o que restara dita o quase
Bem antes que meu passo em vão se atrase
Dos sonhos mais audazes, já me evado.

19171

Te enganas quando pensas num futuro
Aonde a sorte venha e nos complete,
A vida na verdade pinta o sete
E o passo se mostrara em solo escuro,
Ainda quando tento e não procuro
O tempo enquanto o todo não repete
A morte noutro engodo me arremete
Ao solo tão atroz, porquanto duro.
Esqueço cada passo enquanto um dia
O tanto quanto quis não poderia
Ousar sequer num átimo, somente.
E vejo relegado ao mesmo engano
O passo aonde aos poucos eu me dano
E o todo em desencanto, ronda e mente.

19172


Obscuridade toma a minha vida
E nada mais consigo senão isto,
E sinto na verdade que resisto
Enquanto o dia a dia sempre agrida,
A sorte noutra face construída,
O parto desenhado antes benquisto
Agora tão somente; o fim que assisto
Imagem da mortalha refletida.
Já não me caberia quase nada,
Sequer a mesma face desenhada
No ocaso desta tarde em tom sombrio,
Na complacente espera sem sentido,
O todo noutro engano, eu dilapido,
E o passo sem destino, eu desafio.

19173

Não deixa mais vestígios quem um dia
Pudera acreditar noutro caminho,
E quando muito além eu já me alinho
A morte na verdade não queria.
Porém a realidade atroz e fria
Rondando a minha sorte toma o ninho
E sigo contra a fúria, vou sozinho
Nem mesmo resta em paz a poesia.
Esgoto cada passo e nada vindo,
Apenas o que possa; outrora infindo
Desenha este vulgar cenário escuso.
E o pêndulo da vida se apresenta
Gerando após a brisa outra tormenta,
E o sórdido caminho eu entrecruzo.

19174


Embates tão diversos, sorte alheia
Aos erros contumazes e vulgares,
Ainda que deveras tu tentares
A sorte no final nada receia,
A morte iluminando, uma candeia
Adentra sem sentido os vãos lugares
E tenta desenhar novos altares
Aquém da lua imensa, bela e cheia.
Esgoto cada passo no vazio
E sei do quanto posso e desafio
Fragilizando o canto em harmonia.
O tétrico cenário se apresenta
E a vida desenhando esta tormenta
Mostrando muito aquém do que podia.

19175

Ressurges nos meus sonhos, companheira
E sei que; enquanto estás já não me vês
A vida se desenha sem porquês
E o tempo pouco a pouco em vão se esgueira.
Palavra tão sutil quão verdadeira
E nela se desdenha o que não crês
Ainda que pudesse, insensatez
A sorte mataria esta roseira.
Jazigo da esperança, o desamor,
A primavera exposta perde a cor
E o todo se transforma em vago estio,
Do nada revivendo o nada em mim,
Depois de certo tempo vejo o fim
E nisto cada engano, aqui desfio.

19176


Na pujança de um sonho sem sentido,
O espúrio caminhar de quem buscara
A sorte mais audaz, porquanto rara
E o passo noutro engano, presumido
O quanto desejara e não duvido
Esbarra no que posso em tal seara
Vagando a cada dia se prepara
A queda noutro engodo, não contido.
Escarpas são comuns, disto eu bem sei
E tento novamente em nova grei
O rumo entre as tormentas e vergastas,
E quando mais procuro; nada tendo
O amor já não seria mais que adendo
E as horas entre os nadas vãos desgastas.

19177

A humanidade segue rota e cega
Vislumbro ao fim da tarde um novo caos
E tento imaginar novos degraus
Aonde a solidão, teima e navega.
O passo noutro rumo já se emprega
E tento acreditar diversos graus,
A vida desdenhando minhas naus
A morte se traduz e nada alega.
Medonha e caricata humanidade
Que a cada novo instante se degrade
No gládio mais nefasto, dia a dia.
Vestindo a fantasia mais bisonha
Sem nada que decerto ainda oponha
Felicidade? Apenas utopia...

19178

Ojerizas diversas, sorte escassa
O tempo navegando no vazio
Descendo cada curva deste rio
O mundo em desengano sempre traça,
E o corte provocando tal devassa
E nisto em todo passo eu desconfio
Do amor que se moldasse sem um fio,
E a solidão invade a velha praça.
Esqueço dos meus erros, mas persiste
A imagem mais atroz, deveras triste
De quem se fez aquém do quanto pude,
E nada mais sensato se apresenta
Apenas esta escusa e vã tormenta
Num ato sem igual, mordaz e rude.


19179

Fortuna tão diversa nos espera
E o passo sem sentido nem proveito
Enquanto o dia a dia em vão aceito,
A morte se desenha, esta quimera,
Acordo sem saber da primavera
E sei quando sombrio infausto eu deito
E tanto quanto possa eu me deleito
E a morte a cada engodo destempera.
Num brusco caminhar em meio ao nada,
A sorte tantas vezes desenhada
Esqueço cada passo e sigo alheio,
Ainda quando pude ser feliz
O passo se desdenha e nada fiz
Senão cada momento em vago esteio.

19180


Não posso ser deveras otimista
Não tendo outro caminho senão isso,
E quando no sombrio tento o viço
A morte dos meus sonhos, vã, persista.
Apenas da ilusão, mera passista
A lua se mostrara em tom mortiço,
E o passo se moldara movediço
No palco da esperança, velha artista.
A dona do bordel, do lupanar
Deitando sob as redes do luar
Esboça algum sorriso de ironia,
E o tempo se perdendo sem sentido,
Ainda que pudesse não lapido
E a sorte sem sentido se esvaía...

181

A boca delicada de quem amo,
No olhar inebriante, poesia
E quantas vezes; tento o que teria
Ousando neste encanto, em novo ramo.
Ouvindo a tua voz tento e reclamo
Usando como vértice a agonia
No vórtice dos erros eu traria
O todo resumindo o quanto exclamo
E sigo sem sentido ou direção
A vida se resume em medo e vão
Exterminando os sonhos onde os há
E o tempo desenhando esta lacuna
Sem nada que decerto inda nos una
Resumos do vazio desde já.

182

Ardendo a noite inteira em brasa e fúria
A sorte não pudera ser assim,
E sigo sem saber do quanto eu vim
Ousando muito além de tal penúria,
A vida desenhando cada incúria
E o peso se desaba dentro eu mim,
Açoda-me o fantasma e vejo o fim
Somente delirando em vã penúria,
Ocaso após ocaso, o tempo passa
E o quanto represento queda e caça
A morte não traria o lenitivo,
Orçando no vazio o meu caminho
Ainda noutros erros eu me aninho
Dos cantos da esperança assim me privo.

183

Fogueira da paixão; louca insensata
E o corte se aproxima desde então
O tempo se perdendo agora em vão
Apenas o vazio se constata.
Porquanto a nossa vida seja ingrata
E o peso transformando em solidão
O mundo se desenha em negação
E o caos a cada instante se constata.
Já não comportaria algum momento
E sei que inutilmente busco e tento
Vestir a melhor roupa da esperança;
E nada do que eu busque ainda vejo
Somente este caminho onde o desejo
Sem rumo ou direção, decerto cansa.

184

Na fome, a feiticeira disfarçada
Marcando a cada engodo novo sonho,
E o quadro se desenha mais bisonho
Termina sem sentido em velha estrada,
Açoda todo passo a madrugada
Apenas no final, eu não me oponho
E sei do quanto possa e sou medonho
Redimo a sorte turva onde se evada.
Não pude e nem tentara ser feliz,
Arcando com meus erros sempre quis
Somente algum momento feito em paz,
E o todo se desdenha num instante
E sei que esta mortalha se garante
Enquanto uma esperança o nada traz.

185

Entrego o coração ao caos diário
E nada mais contendo senão isto
Aos poucos sem sentido algum desisto
Do mundo que julgara necessário.
Meu verso se perdendo, um lampadário
Espúrio caminheiro quando insisto
Tentando imaginar e em vão persisto
Matando o que pudesse um relicário.
Escondo-me decerto após a queda
Na morte da ilusão já se envereda
O passo sem sentido ou direção,
E nada mais teria, mesmo assim,
Encontro sem saber o que há de mim
Jogado sem proveito em ledo chão.


186

Na mão da companheira esta armadilha
Ousando nas mentiras contumazes
E quanta vez eu tento enquanto trazes
A sorte sem destino em vão me pilha.
Seguindo sem saber velha matilha
Os dias soam tristes e mordazes,
Os passos onde possa mais audazes
Momentos se negando em tosca trilha.
Escandalizo em louco sentimento
E quando do vazio eu me alimento
Redimo cada engano do passado,
E expresso sem sentido o verso vago
A fera a cada passo quando afago
Dos sonhos mais doridos não me evado.


187

Verdade e sedução? Desenho falso.
E o pânico desfaz cada momento
E sei do quanto possa e mesmo tento
Ousando noutro instante, um cadafalso.
E o peso do sonhar porquanto o calço
Expressa tão somente o desalento
Rondando sem sentido o pensamento
Vencendo com certeza algum percalço.
Metáforas diversas, sonho e luz
Aonde cada engano enfim eu pus
Adormecendo a sorte no final,
Resquícios de uma vida sem sentido
O resto dos meus sonhos; dilapido
A voz se perde além, em ledo astral.

188

Balançando a roseira em primaveras
Diversas das que tanto imaginara,
A sorte se tornando bem mais rara
Do todo sem sentido aonde geras
E sei de cada passo até deveras
Vencer a dolorida e rude escara
Gerando o quanto a vida se prepara
Expondo o coração às frias feras.
Resumos de uma vida sempre fútil
Pudera ser decerto bem mais útil
Não fosse o descaminho mais constante.
Escusas não resolvem tal infausto
E o peso de pensar, turvo holocausto
Somente este vazio ora garante.

189

Em plena floração primaveril
Desenha-se esperança dentro em mim,
Aos poucos percebendo a queda, o fim,
Cenário onde o vazio se reviu,
Espero cada passo, mesmo o vil
E bebo do meu mundo, sendo assim
O tanto neste ocaso um estopim
Aceso aonde o nada consumiu,
Escalo os meus medonhos infinitos
Momentos que pudessem mais bonitos
Apenas são resumos da esperança
Incauta caminheira sem destino,
E tento quanto possa e não domino
Vencer a fera atroz que vem e avança.

19190

Bebendo cada gota do veneno
Que um dia destilaste, sem sentido,
O quanto ainda possa e não duvido
Divido enquanto o passo não sereno,
E quando a cada engodo eu meu condeno
E o peso deste vago agora olvido
Um dia se desdenha e sendo urdido
Semente sem proveito, eu concateno.
Sonhar e nada ter. Eis o caminho
Assim se da mortalha eu me avizinho
Talvez perceba enfim a redenção,
Ocasos entre casos mais diversos
Inúteis com certeza são meus versos
E os sonhos nestes caos se moldarão...


191

Prazeres variados noite afora
E o cântico gerando este sombrio
Cenário enquanto o todo eu desafio
E o sonho noutro engodo me apavora;
A sorte se traduz e não devora
Marcando com terror o desvario
E o passo sem sentido desce o rio
Na foz sem direção se desancora.
Espelho refletido cada engano
E o peso se desenha onde me dano
Marcantes ilusões, momentos vagos
E sei dos meus caminhos sem proveito
E quando imaginara estar aceito
Sulfúrico terror invade lagos.

192

As águas dos riachos, as nascentes
Dos sonhos sem sentido ou direção,
Apenas os vazios se trarão
Enquanto no final nada apresentes.
Ainda quando fossem mais urgentes
Os erros noutro engodo, indecisão
Tomando a cada instante a negação
Gerando outros momentos vis, dementes.
Revisto cada passo e nada tendo
Sequer o que pudesse num adendo
Trazer com mansidão e mesmo em glória
A sorte se desdenha e nada traço
Somente o meu caminho em tal cansaço
E a vida se apresenta merencória.

193

Os olhos desta deusa enfurecida
Amortalhando o passo sem sentido,
E quando ainda tento ou mesmo olvido
A sorte não traduz sequer a vida,
A manta se promete e dilapida
O peso no caminho convertido,
E o prazo a cada engodo presumido
Não deixa mais sequer uma saída.
Exalas outro engano e sigo em vão,
A deusa se desnuda, ingratidão
E açoda cada passo rumo ao nada,
E o pânico domina cada verso
Num átimo percebo ser perverso
O quanto inutilmente a vida brada.

194

O mundo traz a velha fantasia
Uma armadilha a mais, outra talvez
E o pouco que em verdade ainda vês
Gerando o quanto quero e não teria.
Inúteis descaminhos, poesia
E a morte se inundando insensatez
Tomando do vazio a tosca tez
Incauto caminheiro em agonia.
Explodes noutro passo em voz espúria
E o quanto poderia em tal penúria
Um cômodo cenário, mas opaco,
E o prazo se esgotando a cada instante
Apenas o final já se garante
E a fúria sem sentido não aplaco.

195


Com marcas e latejo do passado
Vergastas açoitando cada sonho,
E o todo que deveras mais proponho
Enquanto do vazio ora em evado,
E o mundo se aproxima e; desolado
Esgoto cada engano e sou bisonho
E nada se aproxima do enfadonho
Cenário sem sentido degradado.
Escassas ilusões, versos vazios,
E os passos esgotando em desvarios
Sombrios dias matam esperanças,
E quando me percebes sem saída,
Apenas a saudade é traduzida
E nela em tempestades tu me lanças.

196

Nos olhos, podre engodo em tons venais
E o prazo determina o fim de tudo,
E quando a cada engano desiludo
Ainda mais distante tu te esvais,
Aonde poderia ter um cais
Aos menos no vazio eu me amiúdo
E quantas vezes tento ou mais me iludo
Jogado sem sentido aos vendavais.
O barco se abordando, sou corsário
Do medo sem sentido e temerário
Vacâncias de ilusões erros e quedas,
Assim que me permito nada crio
Somente este momento onde sombrio
Tormento enquanto em vão tu já me enredas.

197

O medo demonstrando a faca, a adaga
Apenas ao vazio me arremete
E a ponta do que fora um canivete
A jugular dos sonhos toca e afaga,
Ainda sem sentido algum alaga
E o peso se transforma e me acomete
A vida noutro ocaso se reflete
Domina a mais atroz e dura plaga,
Escassos dias morrem sem verão
E os ermos dos meus sonhos não verão
Sequer a menor luz e sendo assim,
O prazo se esgotando, a guilhotina
A morte num momento me alucina
E preconizo aos poucos ledo fim.

198

Quem trouxe no final algum sorriso
Traçando em ironia o quanto pude
Vencer mesmo diverso da atitude
Aonde o meu caminho diz granizo,
O passo que deveras mais preciso
Ainda quando o vejo amargo e rude,
A sombra do passado desilude
E mata com terror o espúrio siso.
Esqueço dos meus erros, mas no fim
Ainda se trazendo dentro em mim
A morte decifrada em ledo engano,
E o prazo determina o caos sem nexo,
E vejo neste cais o vão reflexo
Enquanto sem sentido algum me dano.

199

Formada pelas dores do passado
A sombra dos meus erros me acompanha,
Ao fundo da esperança esta montanha
Aonde em descaminhos eu me evado.
O passo sem sentido degradado,
A morte a cada enredo dita a sanha
De quem não poderia e além se arranha
Marcando com terror o velho enfado.
Já não suportaria outro momento
E quanta vez eu sigo sem saber
Sequer o que pudera amanhecer
E nisto outro cenário, inútil, tento.

19200

As águas escorrendo neste olhar
Sem ter sequer um rumo ou horizonte
A cada novo passo desaponte
E o passo se transcorre rumo ao bar;
Não quero e não consigo mais lutar
Secando da esperança qualquer fonte
Explodes numa angústia cada ponte
E o mundo desabando em tosco mar.
Desisto tão somente do futuro
E o prazo onde não vejo e não procuro
Sequer qualquer cenário mais sutil,
O medo se desenha após a queda
E o frágil delirar onde envereda
Presume o quanto a vida nada viu.

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