sexta-feira, 20 de abril de 2018

SAUDADE

SAUDADE


Perfume de mulher, doce delícia,
Que emanas e decerto me inebrias,
Acende num segundo as fantasias,
Sorriso sensual, mansa malícia.

Depois que tu partiste, nem notícia,
As horas solitárias, ermas, frias,
Estrelas tão opacas, fugidias,
Sequer da ventania uma carícia...

E bebo tão somente por saber
Que este perfume nunca mais terei,
Abismos, precipícios mergulhei,

Morrendo a cada dia; pobre ser
Que outrora foi feliz, hoje se mata
Saudade que perfuma e me maltrata.

MARCOS LOURES

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