terça-feira, 22 de maio de 2018


Horríveis paisagens nexo ausente
O término da vida se apresenta
E sem sequer alguém que me apascenta
Mergulho no vazio, incoerente

Por mais que ainda lute e mesmo tente
Sangria se mostrando violenta
A morte que quisera, mais sangrenta
Dos deuses é deveras um presente.

Esguichando-se artérias, vasos nobres
Mortalha que me dês enquanto cobres
Descobrem podres vícios de alma imunda,

E estranhos rituais, demônios sorvo,
Rondando este cadáver torpe corvo,
Nas entranhas em vida, se aprofunda...


MARCOS LOURES

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