Sou plâncton, sou tão ínfimo poeta
E nada além do que já poderia
Trazer alguma forma de alegria
Deveras coração não tendo meta
Pudera ter a boca predileta
E nela um grande amor se fantasia,
Além do que se vê, melancolia,
Entendo esta ilusão que me completa.
Servir a quem se torna amo e senhor,
Não posso desfazer qualquer temor
Que ainda qual fornalha me alimenta,
A sede de sentir tua presença,
É tudo o que deveras recompensa
A vida que se fez tão violenta.
MARCOS LOURES
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