sábado, 11 de dezembro de 2010

Não mais me caberia acreditar
nas ânsias tão diversas da emoção
os dias onde traçam direção
e nisto não consigo mais lutar,
pudesse na verdade decifrar
e ter nas minhas mãos o mesmo não
aonde a sorte traça a indecisão
deixando bem distante porto e mar.
Negar cada momento e não poder
seguir o que talvez pudesse crer
num ermo que cultivo dentro d alma,
a ausência da esperança dita a regra
de quem a cada instante desintegra
e sabe o quanto a morte agora acalma.


Não creio na esperança, há tanto morta
nem mesmo no que possa inda trazer
depois de tantos sonhos, desprazer
e a própria fantasia o tempo aborta.
Aonde se quisesse e me deporta
ousando noutro engodo a me fazer
apenas sonegando o amanhecer
mantendo assim fechada a velha porta.
Espero algum alento, embora saiba
do quanto na verdade já na caiba
sequer noutro cenário ou vã miragem.
Apena-me o saber que nada traça
o corte sem sentido em cicatriz
e quando esta verdade contradiz,
o tempo se esvaindo em vã fumaça.

Não mais traria na alma esta certeza
erráticos momentos vida alheia
e quando o pensamento devaneia
a sorte não seria tão ilesa,
de todos os meus erros, mera presa
a luta que se molda e me incendeia
traçando a cada impasse a velha teia
deixando para lá qualquer surpresa.
Não faço e nem pudesse inda trazer
além do quanto resta em desprazer
matando os meus resquícios, mera sombra
e a face caricata em garatuja
da sorte que surtando trama e suja
a vida quando a mesma vem e assombra.

Já não suportaria qualquer sonho
tampouco poderia acreditar
nos ermos de minha alma sem lugar
aonde o meu caminho decomponho,
e o quanto na verdade não proponho
expressa outro cenário a se moldar
gerando o que pudesse demonstrar
embora o verso meu seja enfadonho.
Açoda-me a vontade de sentir
sem nada no presente ou no porvir,
marcando cada engano com a sorte
diversa do que tanto acreditei
a luta se desenha em nova grei
sem nada que deveras me conforte.

O amor em Jesus Cristo, libertário
Trazendo a liberdade a cada dia
E nesta maravilha se teria
A vida noutro rumo; imaginário
Fazendo do teu corpo este sacrário
Vivendo o quanto possa em harmonia
No encanto dominando, sintonia,
O mundo desejável, solidário.
Pudesse sempre ser a vida assim,
O sonho desenhando dentro em mim
O máximo da paz em luz, perdão,
Ousando em cada verso nova prece
Futuro com justiça, a sorte tece
No amor que nos unisse, enfim, cristão.

Falar do amor em tons onde igualdade
Expressa este ideal que tanto busco,
Num mundo sanguinário ou mesmo fusco
Que agora se espalhou na humanidade,

O quanto da esperança o peito brade
E traz este cenário mesmo brusco
Não seja um verso apenas mais velhusco
E gere ao fim de tudo a liberdade.

Amar em Cristo Rei e ter nas mãos
Certeza dos milhares, meus irmãos,
Num ato em concordância, amor infindo.

Assim ao se prever um novo dia
Aonde o mundo beba em alegria
O tempo mais audaz, sublime e lindo.

Recebo-te Senhor em oração,
Meu peito a ti se abrindo sem defesas,
Vencendo as tempestades, correntezas
Os dias mais sublimes moldarão,

O quanto se apresenta em direção
Aos tantos caminhares sem represas,
Já não havendo feras nem mais presas
O todo se traçando em união,

O amor que nos redima e nos unisse
Além do quanto eu vejo, uma mesmice
Trazendo o próprio Céu à louca Terra,

Na face mais suave da esperança
O amor ao superar a fria lança
A eternidade em si, agora encerra.
Já nada poderia desde quando
o tempo não deixasse prosseguir,
ousando no que um dia conseguir
ou mesmo sem sentido, procurando.

O tempo se desenha e mesmo brando
renega o quanto possa no porvir
marcando o que pudesse e ao me impedir
por entre as tempestades, divagando.

Não quero e não consigo retornar
ao nada aonde pude desenhar
cenários discrepantes: vida e morte

ao ver o que pudesse nunca veio,
seguindo este caminho em devaneio
sem nada que decerto me conforte..


Pensasse de outra forma não teria
sequer a menor chance numa esfera
marcando o quanto pude e a vida espera
gerando no final mera utopia.

Vagando sem sentido dia a dia
o medo na verdade destempera
atocaiada sorte, leda fera
matando o quase nada que inda havia


ocasos entre quedas, caos e casos,
momentos mais diversos, velhos prazos
aonde nada mais pudesse além

cerzindo o quanto pude ou mesmo quis,
cultivo a cada ausência a cicatriz
que é tudo o quanto esta inda contém.


Não pude acreditar em nova rota
aonde o meu caminho se perdendo
não trouxe nem sequer algum adendo
e nisto o meu cenário não denota
senão a mesma face da derrota
e o corte noutro senso se tecendo
aonde poderia ser remendo
a luta não cessando não se esgota.
Esqueço cada passo e morro aquém
sabendo que ao final já nada vem
senão a mesma face, num reflexo
satânica figura se desenha
amor já não traduz e nega a senha
deixando o meu olhar vago e perplexo.

Se mal suportaria outro momento
após a senda atroz em tom brumoso,
aonde me permita em antegozo
sentir imensidão e nada eu tento,

vencer o que pudesse alheamento
e crer noutro caminho pedregoso,
apenas o meu mundo majestoso
sonhado e renegado em ledo vento.

Não pude discernir sortes diversas
e quando noutro enredo desconversas
matando o que inda resta em fantasia

sonego alguma luz e morro só,
dos passos que deixara, nem o pó
minha alma com certeza inda veria.

Revejo a minha face em cada espelho
e nada mais trouxesse em distorção
apenas outros dias me trarão
negando o que pudesse e me ajoelho,
a vida se desdenha em tal conselho
e mata o que inda resta em dimensão
diversa de outros tempos que virão
matando o que inda resta enquanto engelho,
navego contra a fúria e sei que a praia
distando dos meus sonhos se transforma
nas ondas onde o mar em rara forma,
sem ter qualquer sentido sempre traia,
vagando em tom sombrio ou mesmo rude,
amei mais que quisera, enquanto pude.

Mergulho nos meus erros e prossigo
vencendo os contra-sensos costumeiros
sabendo dos encantos derradeiros
ousando na esperança qual abrigo
jamais eu poderia estar comigo
o tempo traduzindo os verdadeiros
e atrozes entre flores e canteiros
procuro o quanto possa e não consigo.
Apenas a mortalha me coubera
marcando em invernal a primavera
de um sonho já perdido e sem motivo.
Destarte sem saber qualquer momento
ainda quando possa, busco e tento,
embora tão somente eu sobrevivo


Pudesse ter nas mãos esta certeza
De um dia mais tranquilo, mas a vida
A muito se mostrara consumida
Nas dores mais terríveis, sem surpresa…

Minha alma da ilusão é mera presa,
E quando pouco a pouco dilapida
O quanto restaria desta lida
Nadando contra a forte correnteza.

Cansado de lutar, inutilmente
O todo se afastando e o corpo sente
As marcas de um passado sem ter paz.

Olhando para além já nada vejo,
Sequer a menor sombra de um desejo,
Apenas este mundo vão, mordaz.

Marcos Loures

2

Apenas este mundo vão, mordaz?
Não creio que tu penses desta forma,
A vida a cada passo se transforma
Bastando para tal ser mais audaz,

Olhando mansamente para trás
Um sonho pouco s pouco nos informa,
Quem faz desta esperança sua norma
No olhar um brilho intenso sempre traz.

Amar e ser feliz, crer no futuro,
E nisto ao perceber o que procuro
Nos braços de um amigo, sigo em frente

No canto feito em glória num louvor
Aprendo a conceber o bem do amor
Vencendo o sofrimento impertinente.

PB


3

Vencendo o sofrimento impertinente,
Apenas impressões de quem sonhando
Não vê o seu castelo desabando
Tampouco um novo dia em paz pressente,

O mundo se mostrando, de repente
A sorte me levando em contrabando,
O todo desenhado desde quando
A luta sem sentido invade e mente.

Restando dentro da alma a solidão
Os dias dolorosos que virão
Apenas representam cada passo

Vagando sem sentido e sem destino,
Aos poucos com temor eu me alucino
Errático cometa, o nada eu traço.

ML


4

Errático cometa, o nada eu traço,
Mas sei que logo após terei o brilho
Do amor aonde em paz tento e palmilho,
Embora a vida trague este cansaço.

A luz ao ocupar o imenso espaço
Expressa esta emoção e sei que trilho
Ousando muito além e compartilho,
Cerzindo meu momento num abraço.

Durante muitos anos, solitária
Agora após a noite procelária
Eu vejo o raro e nobre amanhecer,

Nos veios de meu Pai, a Natureza
O mundo se moldando em tal beleza,
Gerando a cada instante o bem querer.


PB

5

Gerando a cada instante o bem querer
Pudesse ser a vida sempre assim,
Porém nesta aridez feita em jardim,
O mundo na verdade a se perder,

O quanto poderia conceber
E nada me trazendo a paz enfim,
Mortalha da esperança viva em mim
Aonde quis apenas o prazer.

Já nada mais carrego dentro da alma
Nem mesmo esta ilusão tomando acalma
Quem tanto se entregara além do amor,

E a vida sem sentido nem razão,
Os dias mais doridos me trarão
Cenário dolorido em vã, gris cor.

ML

6


Cenário dolorido em vã, gris cor.
A vida muitas vezes nos maltrata,
Mas quando noutro olhar a sorte é grata
Ousando neste encanto com louvor,

Abrindo o coração ao redentor,
A vida num instante se resgata
E o todo que me envolve e me arrebata
Traduz o verdadeiro e raro Amor.

Não tema o que virá, somente veja
O quanto recebeste da sobeja
E rara divindade feita em luz,

Destarte ao prosseguir contra as marés
Terás toda a noção de quem tu és
Levando com brandura a tua cruz.

7

Levando com brandura a tua cruz?
Já não suporto mais sequer um passo,
E o todo desenhado em rude traço
Expressa este caminho onde eu me pus.

Vagando sem destino, faço jus
Ao nada que carrego em ermo laço,
O todo se perdendo em vago espaço,
Negando uma esperança que compus.

Apenas me restando o fim do jogo,
Não vejo mais razão para este rogo
E o tanto que pudera se perdeu,

Meu mundo sem sentido e sem proveito,
Na imensa solidão quando me deito
O velho coração, atroz e ateu.

ML


8

O velho coração, atroz e ateu
Precisa renovar-se, sabes disso,
O mundo tantas vezes movediço
Entre as estrelas/brumas se perdeu.

O amor que a vida trouxe e concebeu
Refaz a cada instante o belo viço,
E tendo toda a luz que ora cobiço
Meu canto uma esperança conheceu.

Atinge este apogeu em Cristo Rei
E sei do quanto possa e mergulhei
Nas furnas da esperança feita em vida.

A luta não termina, e continua
Ousando na alegria, bebo a lua
Minha alma se renova e a dor olvida.

PB

9

Minha alma se renova e a dor olvida,
Porém noutro momento a queda traça
O quanto poderia e sempre passa
Deixando para trás em despedida

A sorte o tempo rói e dilapida,
A lua se perdendo na fumaça
Aonde poderia ver em graça
Apenas a incerteza toma a vida.

A morte talvez seja a solução,
Os erros que carrego, um mundo em vão,
Meu tempo se esgotando a cada instante

Do todo que sonhei apenas resta
A imagem dolorida e mais funesta
Da luta sem porvir e degradante.


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Da luta sem porvir e degradante
Sinais abandonados, sem sentido,
O quanto a cada passo mais lapido
Um novo amanhecer raro garante,

O tanto quanto eu quis num novo instante
Amanhecendo em paz, e não duvido
Até no coração empedernido
Promessa de outro tempo deslumbrante.

Perdão renova sempre este caminho
E quando amor se mostra e ali me aninho
A liberdade ronda o pensamento,

Amigo; não se deixe mais levar
E beba a maravilha do luar
Expondo-se ao suave e manso vento.


PB

11

Expondo-se ao suave e manso vento,
Durante a juventude fui feliz,
Mas quando o meu cabelo, agora gris
Marcando com a dor e o sofrimento

Trazendo outro caminho, ainda tento,
Mas sei que na verdade, o quanto eu quis
Perdendo pela estrada em tal matiz
Traduz somente o medo e alheamento,

Pudesse renovar minha esperança
Minha carcaça pútrida se lança
E gera tão somente este fastio,

O tempo ultrapassando o quanto quero
E sei deste cenário duro e fero
Enquanto cada sonho, eu desafio.

ML


12

Enquanto cada sonho, eu desafio
Trazendo neste olhar um novo dia,
A sorte de viver renovaria
Deixando o sofrimento por um fio,

Acendo deste amor o seu pavio
E bebo com ternura a fantasia
Tocada pelas mãos de uma alegria
Seguindo em mansidão o imenso rio,

Embora saiba bem das corredeiras
As horas mais sublimes costumeiras
Transbordam a emoção neste caminho,

Quem tem amor de Cristo no seu peito,
Mesmo que o rio fuja do seu leito
Encontra enfim a rosa e esquece o espinho.

PB


13

Encontra enfim a rosa e esquece o espinho
Quem cuida do jardim com mais cuidado,
Meu tempo há tanto fora degradado
E o quanto me restara é mais daninho,

Do fim já me aproximo e me avizinho,
O todo noutro rumo desenhado,
Apenas vejo inútil qualquer brado,
O amor se faz ausente e até mesquinho.

Mas te agradeço amiga, cada verso,
E quando em teu olhar este universo
Trazendo constelar sonho eu sinto

Que tudo o quanto vira outrora extinto
Ainda pode ao menos em teus passos
Traçar com magnitude novos traços.

ML


Traçar com magnitude novos traços
Independendo até do que se passaste,
A vida não renega e traz nesta haste
Mesmo que os dias sejam lassos,

Os erros costumeiros, os cansaços
A luta contra o vil e vão desgaste,
Não sei se na verdade tu notaste
O amor presume e trama em novos laços,

Abrindo o peito ao vento que virá
O sonho se permite e desde já
Renova-se esperança a cada instante,

A vida traz a dor e o lenitivo,
Destarte em alegria luto e vivo,
Sabendo de outro dia, radiante.

PB



Não mais se poderia acreditar
Nos rumos mais diversos de uma vida
Aonde cada passo dilapida
E gera outra incerteza a nos tocar,

Mas quando se apresenta o bem do amar
E nisto a nossa sorte é construída
Gerando muito mais do que duvida
Quem tanto se imagina no lutar,

A sorte se aproxima e muda o rumo,
Assim cada momento onde presumo
O amor igualitário e sem temores,

Trazendo o amanhecer em claridade,
Porquanto deste tanto que a alma brade
Permite cada passo aonde fores.


Saudade do que fomos, no passado,
A vida não repete a fantasia
E quando novamente se recria
O todo se desenha abandonado,

Deixando o quanto quis hoje de lado,
O corte aprofundando em agonia
Marcando o quanto em nós ainda havia,
O sonho se mostrara desolado.

Ainda que pudesse ser feliz,
Meu mundo na verdade nada quis
Senão a solidão que agora enfrenta

Pudesse refazer o meu caminho,
Meu tempo não seria tão mesquinho
Minha alma bem distante da tormenta...


Amar e ter certeza de outro dia
Imersa nos anseios da ilusão,
O tempo noutro rumo e direção
A luta sem descanso não se adia,

Traçando dentro da alma a fantasia
Bebendo desta mágica emoção
Os dias com certeza mostrarão
O quanto com firmeza eu mais queria.

Navego contra a fúria das tempestas
E sei do quanto amor, querido gestas
Marcando este compasso em liberdade,

Assim ao caminhar sem mais temores
Seguindo cada passo aonde fores
Verei ao fim de tudo a claridade.


RÚSTICA

Ser a moça mais linda do povoado.
Pisar, sempre contente, o mesmo trilho,
Ver descer sobre o ninho aconchegado
A bênção do Senhor em cada filho.

Um vestido de chita bem lavado,
Cheirando a alfazema e a tomilho...
- Com o luar matar a sede ao gado,
Dar às pombas o sol num grão de milho...

Ser pura como a água da cisterna,
Ter confiança numa vida eterna
Quando descer à "terra da verdade"...

Deus, dai-me esta calma, esta pobreza!
Dou por elas meu trono de Princesa,
E todos os meus Reinos de Ansiedade.


Florbela Espanca

Quem dera se pudesse ter no olhar
A marca mais suave da beleza
E tendo a cada instante esta certeza
Saber por onde sempre começar,

Vagando sem temer o que chegar,
Olhando para além com tal firmeza
Ao enfrentar a imensa correnteza
Chegar à maravilha feita em mar.

E ser após o tempo, novamente
O quanto se apresenta e não somente
Traduz um mero sonho adolescente,

A lua adentra em paz os meus umbrais,
E o sonho que entre tantos desiguais,
Minha alma com ternura e em paz pressente.

O quanto poderia em noite solitária
Sonhar com quanta luz houvesse em cada olhar
No todo desejado o mundo a se moldar
Vencendo a sorte amarga e mesmo procelária,

A luta se aproxima e molda a temerária
Noção do quanto pude e quero acreditar
No tom suave e manso aonde o bem de amar
Expressa esta razão suave e solidária.

Não quero e nem permito um dia sem sentido
O manto que recobre, o canto onde lapido
O manto mais gentil, a luta sem descanso,

Meu verso se perdendo em busca do que tanto
Desejo e na verdade, apenas não garanto
E sei que em medo e dor, ao nada enfim me lanço.


Já não mais cabe o olhar em volta deste sonho
Qual fora a luminária e nela esta falena
Morrendo aonde a sorte em dor teima e condena
Ousando o caminhar imenso e mais medonho,

No quanto poderia e sinto que proponho,
A vida na verdade apresentando a cena
Audaz e magistral por onde se faz plena
Resume num alento o quanto em luz componho.

Apenas poderia acreditar na luz
E o todo se transforma e assim se reproduz
Um passo sem descanso atrás desta esperança

Que embora mais tardia, apenas traduzisse
O todo que bem sei, somente ser tolice
E o rumo em desvario, o olhar já não alcança.


Uma mulher se entrega sem defesas
E segue o quanto dita esta emoção,
Os dias mais sublimes que virão
Trazendo a cada passo outras surpresas,

As horas doloridas, incertezas
Os sonhos noutros tantos moldarão
O quanto se permite e com razão
As horas mais tranqüilas vão ilesas.

Amar e ter nas mãos o quanto quero
Sabendo deste instante mais sincero
Gerado dentro da alma que assim toca

Este infinito feito em claros tons
Momentos mais sublimes, raros, bons
Aonde o teu calor reina e provoca.


Amar e ter certeza deste sonho
E nada mais conter além da luz
E quando a fantasia reproduz
O canto mais audaz que ora componho,

Vencendo a tempestade ora me ponho
No todo desejado e sei que a cruz
Da solidão deveras não faz jus
Ao todo mais audaz que me proponho,

E sei que no final serás só meu,
O amor quando demais nos envolveu
Marcando com ternura o dia a dia,

E sendo esta mulher apaixonada,
A lua em minha noite, prateada
Espalha sobre nós a poesia.

Na doce maciez de teus cabelos
O vento traz o quanto desejara
E a noite se mostrando bem mais clara,
Meus olhos em teus olhos a envolvê-los

Os dias se refletem nestes zelos
E a vida não seria mais amara,
O quanto a cada instante se prepara
Trazendo com ternura estes novelos,

O rumo se aproxima do que busco
E sei do quanto possa e não me ofusco
Tentando acreditar num raro sol,

E sendo um helianto te procuro,
E mesmo quando o dia surge escuro,
Encontro no teu corpo o meu farol.

A todos um Natal maravilhoso
É tudo o que desejo e sei da vida
Até quando pareça já perdida
Merece algum momento majestoso,

O rumo se desenha pedregoso
E quando esta esperança agora acida,
Palavra do Senhor que sendo ungida
Define este cenário fabuloso.

Não sei e nem me importa qual a data
Real aonde o mundo hoje constata
Diversa realidade, pouco importa,

O quanto deste amor em Jesus Cristo
Permite acreditar e assim persisto,
Abrindo o coração, suave porta.


Não cabe acreditar nos desenganos
Tampouco imaginar novo momento
E quando a fantasia eu busco e tento
Depois de ter trazido velhos danos,

Os erros mais diversos e profanos
O quanto do vazio eu alimento
E bebo em solidão meu sofrimento,
Ultrapassando assim os vários anos.

Os medos; já não sinto e nem pudera
Apenas tão distante primavera
No inverno desta vida, muito embora

O tempo se renova dentro da alma
E a mansidão deveras que me acalma
Aos poucos meu caminho revigora.

Meu mundo se aproxima do final
E o cântico de paz que perfilara
Na vida em mansidão suave e clara
Deixando no passado a velha nau,

Subindo dia a dia outro degrau
A luta noutro rumo se escancara
A lua desenhando esta seara
Marcando o meu momento em rumo igual,

Não pude e não tivesse outro caminho
E quando nos meus sonhos eu me aninho,
Procuro pelo menos um alento,

A vida não presume senão isto
E quando com ternura amor insisto
Ao longe segue em paz meu pensamento.