TEU CANTO
Quer calar teu canto, meu amigo.
Querem sangrar teus sonhos e esperanças
Acreditam que, em ti, vive o perigo.
Temem a tua glória de crianças
Temem mais que isso tudo, o belo brilho,
Na trilha, teus pés marcam tuas lutas,
As velhas lutas; viva teus filhos,
Presas, outrora, fáceis das astutas.
Raposas velhas, sádicas, cruéis;
Que, destroçando sonhos, matam vida.
Devoram tudo, nem restam anéis.
Querem-te morto e cego; sofrida.
Curva de estrada triste, de viés.
Na guerra santa, bela e aguerrida.
MARCOS LOURES
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PARA TANTOS, PRINCIPALMENTE MARCOS GABRIEL, MARCOS DIMITRI E MARCOS VINÍCIUS. MINHA ESPERANÇA. RITA PACIÊNCIA PELA LUTA.
sábado, 21 de abril de 2018
ASSOMBRAÇÃO
ASSOMBRAÇÃO
Seu moço presta atenção;
Eu falo de coração,
Não tenho medo de nada
Sei andar na madrugada,
Como se fosse de dia,
E isso não é valentia.
Mas as coisas tão ficando
Complicadas, tão mudando.
Aqui nessa minha terra
Tem dado de aparecer,
Lá pro alto dessa serra,
Coisa estranha de se ver;
Uns bichos meio assombrado,
Um negócio complicado,
Que não dá para entender,
Umas coisas esquisitas
Que só vendo para crer,
E não é das mais bonitas!
Quem viu, me jura por Deus,
Que no meio desses breus;
Pega, sugando o sujeito
Deixa o cabra anemiado,
Não dá para ver direito
A cara desse safado!
Bicho feio deve ser,
É só vendo para crer.
Desses tempos para cá,
O que eu posso te dizer
É que não dá pra apostar
Quando vai aparecer.
Nas noites de lua cheia
Não é sempre que vadeia,
Nos dias de sexta – feira
Às vezes vem, outras não,
Nem sempre ele dá bandeira
E tem fama de ladrão.
Meu companheiro Zé Pito,
Conhecedor, pelo grito,
Dos bichos da região,
Jura, se bem não me engano,
Que o tal do bicho papão,
Tá parecendo tucano.
Pode ser, bem acredito,
Falo de novo, e repito,
Que por ter bico comprido,
Esse bicho é bem capaz,
Sangrar o desprevinido,
Roubar o pobre rapaz.
Destruir moça donzela,
Não deixando nada dela,
Que possa se aproveitar,
Esse bicho é bem safado,
Gosta de ludibriar,
Deixando tudo acabado.
Me contam, os mais sabido,
Que esse bicho deslambido,
Lá na nossa capital,
Andou fazendo seu ninho,
Deixando o povo bem mal,
Roubando até pobrezinho.
Esse bicho só tem medo
Me contaram esse segredo,
Duma coisa diferente,
Quando no céu se incendeia,
Brilhando prá toda gente,
Uma estrela das vermeia.
Então vamos, minha gente;
Deixar o povo contente;
Acabar com ladroagem
Desse bicho fedorento,
O resto tudo é bobagem,
É palavra de jumento.
É preciso estarmos juntos;
Prá transformar em defuntos;
Esses tucanos ladrão;
Bichos amaldiçoados,
Nessas terras do sertão;
Devem ser exterminados.
Não falo nem de tiro e guerra,
Pois aqui, na nossa terra;
Disso não tem precisão;
É só não fazer bobagem
Nos tempos dessa eleição,
Expulsar pra outras paragem.
Pois o bicho é arredio
Num guenta passar o frio,
Num guenta sair do ninho,
Nem fica muito contente
Quando vê povo pobrinho,
Pois o bicho num tem dente.
Só tem bico sugador,
Adora ser chupador
Do sangue desses coitado,
Que num tem quem os proteja,
Nós juntos, não tem mais lado,
Apois então, assim seja!
MARCOS LOURES
Seu moço presta atenção;
Eu falo de coração,
Não tenho medo de nada
Sei andar na madrugada,
Como se fosse de dia,
E isso não é valentia.
Mas as coisas tão ficando
Complicadas, tão mudando.
Aqui nessa minha terra
Tem dado de aparecer,
Lá pro alto dessa serra,
Coisa estranha de se ver;
Uns bichos meio assombrado,
Um negócio complicado,
Que não dá para entender,
Umas coisas esquisitas
Que só vendo para crer,
E não é das mais bonitas!
Quem viu, me jura por Deus,
Que no meio desses breus;
Pega, sugando o sujeito
Deixa o cabra anemiado,
Não dá para ver direito
A cara desse safado!
Bicho feio deve ser,
É só vendo para crer.
Desses tempos para cá,
O que eu posso te dizer
É que não dá pra apostar
Quando vai aparecer.
Nas noites de lua cheia
Não é sempre que vadeia,
Nos dias de sexta – feira
Às vezes vem, outras não,
Nem sempre ele dá bandeira
E tem fama de ladrão.
Meu companheiro Zé Pito,
Conhecedor, pelo grito,
Dos bichos da região,
Jura, se bem não me engano,
Que o tal do bicho papão,
Tá parecendo tucano.
Pode ser, bem acredito,
Falo de novo, e repito,
Que por ter bico comprido,
Esse bicho é bem capaz,
Sangrar o desprevinido,
Roubar o pobre rapaz.
Destruir moça donzela,
Não deixando nada dela,
Que possa se aproveitar,
Esse bicho é bem safado,
Gosta de ludibriar,
Deixando tudo acabado.
Me contam, os mais sabido,
Que esse bicho deslambido,
Lá na nossa capital,
Andou fazendo seu ninho,
Deixando o povo bem mal,
Roubando até pobrezinho.
Esse bicho só tem medo
Me contaram esse segredo,
Duma coisa diferente,
Quando no céu se incendeia,
Brilhando prá toda gente,
Uma estrela das vermeia.
Então vamos, minha gente;
Deixar o povo contente;
Acabar com ladroagem
Desse bicho fedorento,
O resto tudo é bobagem,
É palavra de jumento.
É preciso estarmos juntos;
Prá transformar em defuntos;
Esses tucanos ladrão;
Bichos amaldiçoados,
Nessas terras do sertão;
Devem ser exterminados.
Não falo nem de tiro e guerra,
Pois aqui, na nossa terra;
Disso não tem precisão;
É só não fazer bobagem
Nos tempos dessa eleição,
Expulsar pra outras paragem.
Pois o bicho é arredio
Num guenta passar o frio,
Num guenta sair do ninho,
Nem fica muito contente
Quando vê povo pobrinho,
Pois o bicho num tem dente.
Só tem bico sugador,
Adora ser chupador
Do sangue desses coitado,
Que num tem quem os proteja,
Nós juntos, não tem mais lado,
Apois então, assim seja!
MARCOS LOURES
BEIJO
BEIJO
Beijo da noite, a boca sensual,
Percorrendo nos olhos desse dia,
Recordando meu velho carnaval,
Onde sangrava em cada fantasia
Confundindo nas pernas, meu lual,
Nesse sedento corte, na poesia
A vingança sem culpa, n’embornal
Que trago no meu peito, nem devia...
Beijo as pernas sangrentas dessa vida,
Que foge, percorrendo minhas matas,
Que segue, fosse louca despedida,
Nesse braço da morte que arrebatas,
Quedando sem lutas da partida,
Restando, solitária me arrematas...
MARCOS LOURES
Beijo da noite, a boca sensual,
Percorrendo nos olhos desse dia,
Recordando meu velho carnaval,
Onde sangrava em cada fantasia
Confundindo nas pernas, meu lual,
Nesse sedento corte, na poesia
A vingança sem culpa, n’embornal
Que trago no meu peito, nem devia...
Beijo as pernas sangrentas dessa vida,
Que foge, percorrendo minhas matas,
Que segue, fosse louca despedida,
Nesse braço da morte que arrebatas,
Quedando sem lutas da partida,
Restando, solitária me arrematas...
MARCOS LOURES
INSENSATO
INSENSATO
Falaria do amor mais insensato,
Que transborda por todas essas margens,
Que invade, vai correndo qual regato
Que se agiganta, invade essas paragens
Falaria do verso mais cordato,
Que transporto por todas as viagens;
Mas, no fundo, incapaz de ser pacato
Traz no peito, saudades e bobagens.
Vem desfeito, carrega triste sina,
De não poder conter nem ser contido
Carregando, na luz mais cristalina,
Os medos do meu reino, já perdido,
Desse tempo guardado na retina,
Triste tempo do tempo não vivido...
MARCOS LOURES
Falaria do amor mais insensato,
Que transborda por todas essas margens,
Que invade, vai correndo qual regato
Que se agiganta, invade essas paragens
Falaria do verso mais cordato,
Que transporto por todas as viagens;
Mas, no fundo, incapaz de ser pacato
Traz no peito, saudades e bobagens.
Vem desfeito, carrega triste sina,
De não poder conter nem ser contido
Carregando, na luz mais cristalina,
Os medos do meu reino, já perdido,
Desse tempo guardado na retina,
Triste tempo do tempo não vivido...
MARCOS LOURES
A MINHA LUTA
A MINHA LUTA
A minha luta transformada em pranto.
Na serena manhã desta tempesta.
Traduzindo verdades no meu canto,
Libertando meus sonhos nesta festa.
Na loucura fiel de teu encanto,
No silêncio voraz do que me resta .
Cobertura serena do teu manto,
A vida vista aberta, pela fresta.
No perdão vigoroso que me deste,
Na luxúria delícia do teu sexo,
No sabor sensual, doce e agreste
No não ter no final, nada nem nexo
Do poder te dizer, pedir, me empreste
O teu louco desejo, tão complexo.
MARCOS LOURES
NÃO PODEMOS DESCANSAR
NÃO PODEMOS DESCANSAR
No amor divino e difícil do homem pelo homem, do perdão às ofensas e injúrias, da mansidão ao enfrentar as feras incontidas.
Nesse clamor diário pela justiça, embaçada e ofuscada pelos poderosos, tratantes e facínoras.
Nossa luta nunca deve descansar, nem pode, pois é nosso ar, nosso rumo e prumo, nossa atitude perante a vida, nunca pode ser contida ,nem pode esperar; ela é coerentemente combativa e ativa; hiperativa mesmo, pois traduzirá por onde irá o amanhecer.
Nos nossos ídolos e heróis imolados e estrangulados pelas bestas feras do passado, do presente e que virão; pelo intransigente amor ao homem, devemos nos preparar para a batalha.
Para meus filhos, em cujos trilhos haverá mais brilho, mais atino, melhor destino...
Meninos que crescem com a espera do dia seguinte, nada mais que o perdão pelos nossos erros e pelas mazelas que tentamos mitigar.
Dói a luz da dor aos olhos que teimam em não enxergar, mas logo passa, a vida recomeça e a mão volta a maltratar os que não tem pés, nem pernas livres; atados que são na corrente eterna da escravizadora injustiça.
O sacrifício de milhares de crianças nos guetos e favelas, somente passam e não alcançam; a dor dos homens é o mote das “caridades” aos domingos, nas preces fingidas de quem não conhece e, pior, teme o cheiro pútrido das vielas infestadas dos cadáveres insepultos dos números das estatísticas, da dor física e da malidição dos flagelados.
Não digo que sejam abutres, nem isso são, somente representam o acaso, o sem querer, o nada ver e, se ver, nada fazer, passar de viés, através da ponte que criam sobre os mortos-vivos.
O mar de mártires diários, nos campos famintos nordestinos e mineiros, nos vales dos vários Jequitinhonhas, nos agrestes e sertões, nada representam senão um olhar de banda, por cima de tudo, inatingível.
É cabível outra sina? É possível outro tema? Quando a saga dos sem sangue, anêmicos, devorados por dentro e por fora pelos parasitas inconsequentes e vorazes, percorre as ruas, as janelas se fecham, o corpo estremece e o coração teme, tremem os velhos e meninos bem vestidos, os cães ladram e mordem, arrancam e devoram aquela carne em decomposição em plena vida.
Devemos lutar pelos inválidos e desvalidos, apáticos e agônicos, na sinfonia do planeta terra, da terra brasilis, do umbigo humano, eterno cordão que nos ata à Terra, mãe genereosa, filhos ingratos e agressivos, filhos ambiciosos, mesmo que cientes, inconsequentes na volúpia devoradora, devastadora, destruidora de tudo.
Mudo não fico, me inundo de brios, meus fios acendo, ascendo a Marte, a São Jorge, a Ogum, na luta diária, com a mansidão de um Betinho, com o carinho de Irmã Dulce, mas também com a fúria de um Guevara, varas e carícias à mercê de minha batalha.
Vamos, irmãos, não deixemos cair no olvido, o telhado de zinco, o barraco de sapé, o bicho de pé e as lombrigas das almas.
Vamos em rumo ao SOCIALISMO, nosso canto e rito, nosso sonho bendito, nosso porvir e visão.
Nosso alento e alimento, nosso rumo e cimento, nossa consagração.
Sangrando as mãos, se preciso, num ato conciso e fortemente cristão.
Nosso chão e teto, escada e cometa, nossa promessa de dádiva, de vida , na profecia bendita, desse mar de agora, mar de podres injustiças, com o nosso começo, sem tropeço, sem medos, virar um sertão; e o sertão da miséria, da fome que impera, com a nossa luta, nossa batalha, num momento de glória, virar um maravilhoso mar de amor, de louvor à vida, na multiplicação dos pães, no sangue revivido, compartilhado, numa cadência maviosa, de piedade e justiça, de caridade sem cobiça, do homem irão do homem.
Não vamos perder esse momento, onde o início de tudo isso se torna nossa luz.
Obrigado Jesus, por ter me dado esses dias, onde vislumbro alegrias ao povo sofrido, onde o grito contido, possa se transformar numa canção de amor e fé.
Teu Evangelho, pro velho, pro menino, pros pobres miseráveis, pros sem esperança, pros que não tinham teto, comida ou afeto; para quem, de concreto, a vida só deu os pés cansados e descalços, as mãos calejadas e vazias; os olhos opacos e sem rumo, esse teu Evangelho começa a ser transformado, devagar, mas constantemente, no vagar das olas , nos cadernos e livros, no renascer dos brilhos dos filhos e nos fios da energeziante e contagiante glória dos nossos rebentos; arrebatando e arrebentando as correntes.
No cheiro gostoso da boca que come, dos antes dementes, que agora pressentem o final dessa estrada que, se um dia não em deu em nada, cada vez mais traduz alegria.
Tenho comigo, os gritos da morte, as crianças esquálidas e invalidadas pelas cordilheiras desabadas, flores rasteiras, condenadas ao nada.
Nos hospitais e necrotérios, tenho ainda vívido esse grito, o aflito desespero da fome.
Se houver entre nós, alguma dignidade, e creio que esse é o nosso maior legado, NÃO PODEMOS DESCANSAR NUNCA DESSA BATALHA.
ELA É O OXIGÊNIO QUE CIRCULA PELOS NOSSOS VASOS SANGUÍNEOS.
É O QUE NOS PERMITE DIZERMOS QUE SOMOS CAPAZES DE NOS CONSIDERARMOS, REALMENTE HOMENS.
Por fim, sem delongas, ponho meus olhos na primavera, e nela espelho o reflexo dos sonhos, amanhã, os frutos benditos do SOCIALISMO.
Que Deus nos ilumine e nos dê forças para a LUTA.
MARCOS LOURES
No amor divino e difícil do homem pelo homem, do perdão às ofensas e injúrias, da mansidão ao enfrentar as feras incontidas.
Nesse clamor diário pela justiça, embaçada e ofuscada pelos poderosos, tratantes e facínoras.
Nossa luta nunca deve descansar, nem pode, pois é nosso ar, nosso rumo e prumo, nossa atitude perante a vida, nunca pode ser contida ,nem pode esperar; ela é coerentemente combativa e ativa; hiperativa mesmo, pois traduzirá por onde irá o amanhecer.
Nos nossos ídolos e heróis imolados e estrangulados pelas bestas feras do passado, do presente e que virão; pelo intransigente amor ao homem, devemos nos preparar para a batalha.
Para meus filhos, em cujos trilhos haverá mais brilho, mais atino, melhor destino...
Meninos que crescem com a espera do dia seguinte, nada mais que o perdão pelos nossos erros e pelas mazelas que tentamos mitigar.
Dói a luz da dor aos olhos que teimam em não enxergar, mas logo passa, a vida recomeça e a mão volta a maltratar os que não tem pés, nem pernas livres; atados que são na corrente eterna da escravizadora injustiça.
O sacrifício de milhares de crianças nos guetos e favelas, somente passam e não alcançam; a dor dos homens é o mote das “caridades” aos domingos, nas preces fingidas de quem não conhece e, pior, teme o cheiro pútrido das vielas infestadas dos cadáveres insepultos dos números das estatísticas, da dor física e da malidição dos flagelados.
Não digo que sejam abutres, nem isso são, somente representam o acaso, o sem querer, o nada ver e, se ver, nada fazer, passar de viés, através da ponte que criam sobre os mortos-vivos.
O mar de mártires diários, nos campos famintos nordestinos e mineiros, nos vales dos vários Jequitinhonhas, nos agrestes e sertões, nada representam senão um olhar de banda, por cima de tudo, inatingível.
É cabível outra sina? É possível outro tema? Quando a saga dos sem sangue, anêmicos, devorados por dentro e por fora pelos parasitas inconsequentes e vorazes, percorre as ruas, as janelas se fecham, o corpo estremece e o coração teme, tremem os velhos e meninos bem vestidos, os cães ladram e mordem, arrancam e devoram aquela carne em decomposição em plena vida.
Devemos lutar pelos inválidos e desvalidos, apáticos e agônicos, na sinfonia do planeta terra, da terra brasilis, do umbigo humano, eterno cordão que nos ata à Terra, mãe genereosa, filhos ingratos e agressivos, filhos ambiciosos, mesmo que cientes, inconsequentes na volúpia devoradora, devastadora, destruidora de tudo.
Mudo não fico, me inundo de brios, meus fios acendo, ascendo a Marte, a São Jorge, a Ogum, na luta diária, com a mansidão de um Betinho, com o carinho de Irmã Dulce, mas também com a fúria de um Guevara, varas e carícias à mercê de minha batalha.
Vamos, irmãos, não deixemos cair no olvido, o telhado de zinco, o barraco de sapé, o bicho de pé e as lombrigas das almas.
Vamos em rumo ao SOCIALISMO, nosso canto e rito, nosso sonho bendito, nosso porvir e visão.
Nosso alento e alimento, nosso rumo e cimento, nossa consagração.
Sangrando as mãos, se preciso, num ato conciso e fortemente cristão.
Nosso chão e teto, escada e cometa, nossa promessa de dádiva, de vida , na profecia bendita, desse mar de agora, mar de podres injustiças, com o nosso começo, sem tropeço, sem medos, virar um sertão; e o sertão da miséria, da fome que impera, com a nossa luta, nossa batalha, num momento de glória, virar um maravilhoso mar de amor, de louvor à vida, na multiplicação dos pães, no sangue revivido, compartilhado, numa cadência maviosa, de piedade e justiça, de caridade sem cobiça, do homem irão do homem.
Não vamos perder esse momento, onde o início de tudo isso se torna nossa luz.
Obrigado Jesus, por ter me dado esses dias, onde vislumbro alegrias ao povo sofrido, onde o grito contido, possa se transformar numa canção de amor e fé.
Teu Evangelho, pro velho, pro menino, pros pobres miseráveis, pros sem esperança, pros que não tinham teto, comida ou afeto; para quem, de concreto, a vida só deu os pés cansados e descalços, as mãos calejadas e vazias; os olhos opacos e sem rumo, esse teu Evangelho começa a ser transformado, devagar, mas constantemente, no vagar das olas , nos cadernos e livros, no renascer dos brilhos dos filhos e nos fios da energeziante e contagiante glória dos nossos rebentos; arrebatando e arrebentando as correntes.
No cheiro gostoso da boca que come, dos antes dementes, que agora pressentem o final dessa estrada que, se um dia não em deu em nada, cada vez mais traduz alegria.
Tenho comigo, os gritos da morte, as crianças esquálidas e invalidadas pelas cordilheiras desabadas, flores rasteiras, condenadas ao nada.
Nos hospitais e necrotérios, tenho ainda vívido esse grito, o aflito desespero da fome.
Se houver entre nós, alguma dignidade, e creio que esse é o nosso maior legado, NÃO PODEMOS DESCANSAR NUNCA DESSA BATALHA.
ELA É O OXIGÊNIO QUE CIRCULA PELOS NOSSOS VASOS SANGUÍNEOS.
É O QUE NOS PERMITE DIZERMOS QUE SOMOS CAPAZES DE NOS CONSIDERARMOS, REALMENTE HOMENS.
Por fim, sem delongas, ponho meus olhos na primavera, e nela espelho o reflexo dos sonhos, amanhã, os frutos benditos do SOCIALISMO.
Que Deus nos ilumine e nos dê forças para a LUTA.
MARCOS LOURES
MÃOS CANSADAS
Nas minhas mãos cansadas, a luta incessante da lida, os ouvidos atentos, espreitando o canto do amanhecer, refletido na lida distante e constante, na tímida fragilidade das esperanças acalentadas pelo gosto da aurora, brilhando por sobre os edifícios e barracos.
Minha vingança nunca tarda, retrata o tempo esgotado, o ardor mitigado da dor da contradança consumada num ato insensato de perdão.
Quero a pretensão de ser livre e morrer no mar, no amor e marte, na sorte dos destinos sem tatos e sem tinos, sentidos expostos e impressionantemente vagos.
Quero o vagão do trem passando pela porta da namorada, na amada alma, animada festa, pela fresta da porta entreaberta, na cidadezinha pacata, acatando o recato e o recado das meninas, que me ninam e me transitam, corpo e alma...
Quero o orgasmo da chama ardente no peito, no contrasenso imenso, imerso, às avessas, bailando a esmo por entre sentimentos e lamentos, meus momentos mais frágeis e cruéis.
Nos reveses, as lacaias dores, amores vencidos e passados a limpo, num timpânico reboliço, noviço e vicioso, contraposto e audacioso, num exposto e nevrálgico alento.
Quero ter o termômetro e o tormento, o acento e o incestuoso desejo de amar a mã terra, minha origem e meu ocaso, por acaso, companheira de tantos tempos e temores.
Na natureza soluçante de meu amante peito, perto e completo, complexo e sem nexo como o vai e vem das ondas, das vastas ondas do meu mar, marés e manhãs são, sobremaneira enfáticas nas mãos cansadas da tarde crepuscular da da existência.
Quero a clemência pelos pecados, pelos olfatos e carícias, pelas delícias algozes, vorazes e velozes que me conduzem ao orgasmo.
Quero o marasmo da vida o cansaço do depois, após o cio, o vazio do prazer satisfeito, do tudo feito e nada compreendido, no sarcástico sorriso preciso e necessário, dos vários modos de amores- perfeitos, mesmo contrafeitos, do feitio exato, do ato exalando o olor de todas as dores que o prazer proporciona.
Sei ser o não fui, nem sei nem serei, sei ser o calado, o mudo e sensato, mesmo que, na insensatez da tez que a vida apresenta, sei me conter no infinito, no rito mais melodioso dos cantos mais belos, nos vôos perfeccionistas das artistas borboletas.
Sei o amor da mãe, numa manhã, numa manha, numa sanha que assanha e debocha, desabrocha no outro colo, no solo do amor maior.
Do amor divino pelo atino e desatino, desalinhando cabelos e novelos da lã mais bonita, numa multicolorida esperança.
Falo do tempo, do tento, do invento e contrato, do cadarço do sapato que a surpresa desamarrou, no tropeço mais distante, num concerto mais vibrante, consertando o que fora erro e desterro de um sonhador.
Meu gesto tresloucado, atado a cada passo, num compreensível desgaste, num arremate fatal, trazendo a tradução do trabalho que atalha o complexo processo de batalhas pela sobrevida anunciada, com os medos e cantigas esquecidos no fundo da memória.
Marcho para o misto de broto e poda, num eterno ziguezaguear do parto e morte, arrematando-me integralmente para o futuro, escuro e vago da brisa e tempesta, da festa e sofrimento que acalentam e acalmam, que riscam, cometas e cometem as mesmas intransigências que nem as clemências nem as impotências podem traduzir mais corretas.
Por fim, tenho meu mundo nas mãos cansadas, mas soltas, arrematadas para o amanhã.
Ditos e mitos são meus cálices onde mergulho e naufrago, onde me embebedo nos tragos trazidos pelo transitar dos meus segredos, os medos e os cantos.
Meu pomar de carinho, meus ninho, aninho-me, te acarinho, mas morro, sozinho...
MARCOS LOURES
Minha vingança nunca tarda, retrata o tempo esgotado, o ardor mitigado da dor da contradança consumada num ato insensato de perdão.
Quero a pretensão de ser livre e morrer no mar, no amor e marte, na sorte dos destinos sem tatos e sem tinos, sentidos expostos e impressionantemente vagos.
Quero o vagão do trem passando pela porta da namorada, na amada alma, animada festa, pela fresta da porta entreaberta, na cidadezinha pacata, acatando o recato e o recado das meninas, que me ninam e me transitam, corpo e alma...
Quero o orgasmo da chama ardente no peito, no contrasenso imenso, imerso, às avessas, bailando a esmo por entre sentimentos e lamentos, meus momentos mais frágeis e cruéis.
Nos reveses, as lacaias dores, amores vencidos e passados a limpo, num timpânico reboliço, noviço e vicioso, contraposto e audacioso, num exposto e nevrálgico alento.
Quero ter o termômetro e o tormento, o acento e o incestuoso desejo de amar a mã terra, minha origem e meu ocaso, por acaso, companheira de tantos tempos e temores.
Na natureza soluçante de meu amante peito, perto e completo, complexo e sem nexo como o vai e vem das ondas, das vastas ondas do meu mar, marés e manhãs são, sobremaneira enfáticas nas mãos cansadas da tarde crepuscular da da existência.
Quero a clemência pelos pecados, pelos olfatos e carícias, pelas delícias algozes, vorazes e velozes que me conduzem ao orgasmo.
Quero o marasmo da vida o cansaço do depois, após o cio, o vazio do prazer satisfeito, do tudo feito e nada compreendido, no sarcástico sorriso preciso e necessário, dos vários modos de amores- perfeitos, mesmo contrafeitos, do feitio exato, do ato exalando o olor de todas as dores que o prazer proporciona.
Sei ser o não fui, nem sei nem serei, sei ser o calado, o mudo e sensato, mesmo que, na insensatez da tez que a vida apresenta, sei me conter no infinito, no rito mais melodioso dos cantos mais belos, nos vôos perfeccionistas das artistas borboletas.
Sei o amor da mãe, numa manhã, numa manha, numa sanha que assanha e debocha, desabrocha no outro colo, no solo do amor maior.
Do amor divino pelo atino e desatino, desalinhando cabelos e novelos da lã mais bonita, numa multicolorida esperança.
Falo do tempo, do tento, do invento e contrato, do cadarço do sapato que a surpresa desamarrou, no tropeço mais distante, num concerto mais vibrante, consertando o que fora erro e desterro de um sonhador.
Meu gesto tresloucado, atado a cada passo, num compreensível desgaste, num arremate fatal, trazendo a tradução do trabalho que atalha o complexo processo de batalhas pela sobrevida anunciada, com os medos e cantigas esquecidos no fundo da memória.
Marcho para o misto de broto e poda, num eterno ziguezaguear do parto e morte, arrematando-me integralmente para o futuro, escuro e vago da brisa e tempesta, da festa e sofrimento que acalentam e acalmam, que riscam, cometas e cometem as mesmas intransigências que nem as clemências nem as impotências podem traduzir mais corretas.
Por fim, tenho meu mundo nas mãos cansadas, mas soltas, arrematadas para o amanhã.
Ditos e mitos são meus cálices onde mergulho e naufrago, onde me embebedo nos tragos trazidos pelo transitar dos meus segredos, os medos e os cantos.
Meu pomar de carinho, meus ninho, aninho-me, te acarinho, mas morro, sozinho...
MARCOS LOURES
MINHAS ESPERANÇAS
MINHAS ESPERANÇAS
seriam tantas, minhas esperanças
que nunca mais tentar, conseguiria
tenho na boca, o gosto das lembranças
dos beijos e da farta fantasia...
seriam tolas, loucas as andanças
por vagas noites, noites de Maria
doce menina, belas negras tranças,
além do mar, do sonho em que podia,
transportar os meus barcos no teu mar,
cravar de meus delírios, os teus seios,
amar além do cais, no caos, amar,
viver sem ter mais medos nem receios,
compor as melodias ao luar,
saber-te mais feliz, nos meus anseios...
MARCOS LOURES
seriam tantas, minhas esperanças
que nunca mais tentar, conseguiria
tenho na boca, o gosto das lembranças
dos beijos e da farta fantasia...
seriam tolas, loucas as andanças
por vagas noites, noites de Maria
doce menina, belas negras tranças,
além do mar, do sonho em que podia,
transportar os meus barcos no teu mar,
cravar de meus delírios, os teus seios,
amar além do cais, no caos, amar,
viver sem ter mais medos nem receios,
compor as melodias ao luar,
saber-te mais feliz, nos meus anseios...
MARCOS LOURES
TANTO MAR
TANTO MAR
Tanto mar, quantos meus desejos pedem
Tanta vida, meus mares perceberam
Esses carinhos, tentadores, cedem
Por mãos mais que fiéis, te conceberam
Nesse último instante, em que se medem,
O quanto fora vida que me deram
Num prenúncio cruel dos que antecedem
As dores dessa angústia, me fizeram
Buscar, nessas cansadas, manhãs vivas,
Um trapo, restos, cárceres privados
Onde alimento tantas mais cativas
Quanto forem meus ritos mais calados
Mais contidos, qual flores que cultivas,
No meu ato final, desesperado...
MARCOS LOURES
Tanto mar, quantos meus desejos pedem
Tanta vida, meus mares perceberam
Esses carinhos, tentadores, cedem
Por mãos mais que fiéis, te conceberam
Nesse último instante, em que se medem,
O quanto fora vida que me deram
Num prenúncio cruel dos que antecedem
As dores dessa angústia, me fizeram
Buscar, nessas cansadas, manhãs vivas,
Um trapo, restos, cárceres privados
Onde alimento tantas mais cativas
Quanto forem meus ritos mais calados
Mais contidos, qual flores que cultivas,
No meu ato final, desesperado...
MARCOS LOURES
NÓIS É TUDO OTÁRIO
NÓIS É TUDO OTÁRIO
Me contam, não acredito,
Que esse homem, que é de Deus
Que eles falam que é bendito,
Contam dois amigos meus,
Seguidores dessa trilha
Que fala muito em família.
Me fala que é bom cristão
Que é, de Deus homem temente,
Fala muito de oração,
Conversa com o povo crente,
No rádio toda manhã,
Promete belo amanhã.
Como pode um homem desse
Se meter nessa lambança.
Seu moço, fale confesse
Mas finja que eu sou criança;
Que é pra eu poder entender
Que que ele foi fazer?
Descobriram troço feio,
Coisa pouca é que não é
Tem caroço nesse meio,
Fede pior que chulé;
Ninguém faz essa tal greve,
O pecado não foi leve...
Pelo que eu soube, é verdade?
Que por dentro desse embrólio
Tem empresa, de maldade,
Querendo furar os óio,
Mas descobriram, de fato
Umas contas de contrato
Feitas até com bandido,
Um preso lá na cadeia,
Cabra do povo, banido
Por conta de coisa feia,
Companheiro de campanha
Que bate, mas não apanha...
Dos dinheiro recebido,
Prá fazer o que não fez;
Esses homens mais sabido
Desviava, todo mês,
Pras contas do teu partido,
Um cascalho bem sortido.
A ser verdade o que falam,,
Quero dizer prá você,
Essas coisa toda abalam
Bota seu nome a perder.
Eu já perdi minha calma,
E nem garanto sua alma
MARCOS LOURES
Me contam, não acredito,
Que esse homem, que é de Deus
Que eles falam que é bendito,
Contam dois amigos meus,
Seguidores dessa trilha
Que fala muito em família.
Me fala que é bom cristão
Que é, de Deus homem temente,
Fala muito de oração,
Conversa com o povo crente,
No rádio toda manhã,
Promete belo amanhã.
Como pode um homem desse
Se meter nessa lambança.
Seu moço, fale confesse
Mas finja que eu sou criança;
Que é pra eu poder entender
Que que ele foi fazer?
Descobriram troço feio,
Coisa pouca é que não é
Tem caroço nesse meio,
Fede pior que chulé;
Ninguém faz essa tal greve,
O pecado não foi leve...
Pelo que eu soube, é verdade?
Que por dentro desse embrólio
Tem empresa, de maldade,
Querendo furar os óio,
Mas descobriram, de fato
Umas contas de contrato
Feitas até com bandido,
Um preso lá na cadeia,
Cabra do povo, banido
Por conta de coisa feia,
Companheiro de campanha
Que bate, mas não apanha...
Dos dinheiro recebido,
Prá fazer o que não fez;
Esses homens mais sabido
Desviava, todo mês,
Pras contas do teu partido,
Um cascalho bem sortido.
A ser verdade o que falam,,
Quero dizer prá você,
Essas coisa toda abalam
Bota seu nome a perder.
Eu já perdi minha calma,
E nem garanto sua alma
MARCOS LOURES
SÃO LÁGRIMAS DE MARIA
SÃO LÁGRIMAS DE MARIA
Aqui, nesse fim de mundo
Contam histórias estranhas
Contam casos de defunto
Perdidos nas montanhas
Coisa que assustam o homem
Histórias de lobisomem,
Contam contos da saudade
De um tempo que não vivi,
Juram que é bem mais verdade
Que todas as que eu já vi...
Falam das moças perdidas,
De tristezas, de amor, vidas...
Falam de tanta esperança
De esperar por mais alguém,
Que só vive na lembrança,
De quem tanto quis seu bem,
Esquecidos pelo tempo,
Nomes perdidos no vento...
Contam do amor de Maria
Que morreu no meio do mar,
Saudades de quem queria,
Com Maria se casar...
Mas o canto da sereia,
O levou, longe da areia...
Contam desse desespero,
Já nem dá mais pra escutar,
Virou do mar, o tempero
Tanto foi o seu chorar,
Choro tão desesperado
Que tornou o mar salgado...
Por isso, pelo seu pranto,
Pelo seu choro sofrido,
Começando, por encanto,
Por causa do amor perdido,
Tanta, tanta salgaria,
São lágrimas de Maria...
A Pobre moça, assombrada,
Vagueou pelas estradas
Sem rumo, amor, sem mais nada
Perambula as madrugadas,
A procura de vingança,
Só lhe resta esta esperança...
Por isso tudo se sabe,
Antes que o dia comece,
Uma luz azul não cabe,
De tão bela fosse prece,
Quem vê dessa luz padece,
Vai perdido, se enlouquece.
MARCOS LOURES
Aqui, nesse fim de mundo
Contam histórias estranhas
Contam casos de defunto
Perdidos nas montanhas
Coisa que assustam o homem
Histórias de lobisomem,
Contam contos da saudade
De um tempo que não vivi,
Juram que é bem mais verdade
Que todas as que eu já vi...
Falam das moças perdidas,
De tristezas, de amor, vidas...
Falam de tanta esperança
De esperar por mais alguém,
Que só vive na lembrança,
De quem tanto quis seu bem,
Esquecidos pelo tempo,
Nomes perdidos no vento...
Contam do amor de Maria
Que morreu no meio do mar,
Saudades de quem queria,
Com Maria se casar...
Mas o canto da sereia,
O levou, longe da areia...
Contam desse desespero,
Já nem dá mais pra escutar,
Virou do mar, o tempero
Tanto foi o seu chorar,
Choro tão desesperado
Que tornou o mar salgado...
Por isso, pelo seu pranto,
Pelo seu choro sofrido,
Começando, por encanto,
Por causa do amor perdido,
Tanta, tanta salgaria,
São lágrimas de Maria...
A Pobre moça, assombrada,
Vagueou pelas estradas
Sem rumo, amor, sem mais nada
Perambula as madrugadas,
A procura de vingança,
Só lhe resta esta esperança...
Por isso tudo se sabe,
Antes que o dia comece,
Uma luz azul não cabe,
De tão bela fosse prece,
Quem vê dessa luz padece,
Vai perdido, se enlouquece.
MARCOS LOURES
CORAÇÃO
CORAÇÃO
Meu amor traz no peito bem marcado,
Com garras penetrando, bem profundo
Meu canto, de tristezas, compassado
Um grito, me trazendo o fim do mundo.
Amor meu, de teus beijos sou, me inundo
Meus abraços nos braços teus, atado
Vou, conheço o mergulho em que me afundo,
Nesse louco prazer, desesperado.
Quero, bem mais que tudo conhecer,
Os limites sem rumo da paixão,
Beijando, em tua boca conceber,
Tudo quanto pudera, o coração,
Quero aprender a ler nesse abc,
Vou me perder nas trilhas, teu sertão...
MARCOS LOURES
Meu amor traz no peito bem marcado,
Com garras penetrando, bem profundo
Meu canto, de tristezas, compassado
Um grito, me trazendo o fim do mundo.
Amor meu, de teus beijos sou, me inundo
Meus abraços nos braços teus, atado
Vou, conheço o mergulho em que me afundo,
Nesse louco prazer, desesperado.
Quero, bem mais que tudo conhecer,
Os limites sem rumo da paixão,
Beijando, em tua boca conceber,
Tudo quanto pudera, o coração,
Quero aprender a ler nesse abc,
Vou me perder nas trilhas, teu sertão...
MARCOS LOURES
FECUNDIDADE, O AMANHECER
FECUNDIDADE, O AMANHECER
O amanhecer repete o gosto do desejo reprimido, repetido na boca doce da madrugada,no beijo dado na esperança de uma aurora mais fecunda.
O gosto da vida inunda os pastos, a lavoura, a alma, no pólen que se espalha, preso nas patas das abelhas, no vento na explosão de fecundidade.
A avidez pela sobrevivência confunde pernas e penas, sêmen e sementes, espectros passeiam loucos, desvairados, orgísticos.
Num místico canto, da terra emanam os sons do amor divino, num hino de louvor ao nascimento, ao contínuo ato de amor, orgásmico e acalentador.
Das estranhas do solo, florescem entre poros, os olhos risonhos dos brotos e dos filhos;
Nesse momento místico, o transe da terra, numa transa sem trâmites, sem nexo, o sexo pulula, amanhece o dia e a vaga poesia invade tudo.
Transborda por todos os cantos, num mantra, num cântico, entre tantas esperas, num desesperado gesto, um incesto sem protesto, uma dança profusa, confusa, abusa de tantas rimas e climas, atiça o desejo, sem beijo, sem traumas.
Na aparente calma, um tornado em torno de todos e tudo, transita pelos galhos, pelas folhas, voando nas borboletas, nas asas das libélulas, em todas as células e gametas, cometas são estrelas da vida, dívida paga, da vida devida, afaga e completa-se.
Nessa profusão de cores, de amores e de flores, nessa confusão bendita, neste solo acariciado, marcado por mãos divinas.
Nesse néctar, ser poeta é fácil, vira vício, é o início da revivida manhã, da sortida alegria desse dia, novo dia, novo canto, meu encanto, poesia...
O cheiro do amanhecer me toma inteiro, nesse janeiro do meu país; em busca da farra fantástica da igualdade, da brincadeira à esmo, do gosto do torresmo, do cheiro da dama da noite, da distância do açoite, do vento assoprando suave.
Da chave da felicidade, na feliz cidade, no gosto do beijo da história.
Na vitória inadiável, no amor incontrolável, na paz capaz de vingar.
No fim da noite sangrenta, no dia que arrebenta; que profuso, faz o cafuso sonhar.
Com o gosto da goiabada, o beijo da mulher amada, o cheiro intenso do café, da fé de saber-se imenso, maior que tudo, o mar...
Brasil, me abrasa teu rumo, chegaste, afinal ao prumo, agora ninguém te detém.
Nesse louco cataclismo, o meu, teu socialismo, me traz teu novo refrão; o de fecundar o solo, de transmudar todo poro de tua gente em perfume.
Agora, atrás do teu lume, iluminando o continente, cheio de gente contente, que atravessa por cordilheiras, por matas, abrindo bandeiras, atrás de rica esmeralda;
Esmeras, pois és Eldorado, mundo mais que encantado, é tua a solução.
Para se acabar com os soluços tantas vezes convulso, da triste América católica, extropiada e frágil, agora, correndo ágil, em busca da liberdade.
Da liberdade do solo que, na sua fecundidade transporta o belo amanhã.
MARCOS LOURES
O amanhecer repete o gosto do desejo reprimido, repetido na boca doce da madrugada,no beijo dado na esperança de uma aurora mais fecunda.
O gosto da vida inunda os pastos, a lavoura, a alma, no pólen que se espalha, preso nas patas das abelhas, no vento na explosão de fecundidade.
A avidez pela sobrevivência confunde pernas e penas, sêmen e sementes, espectros passeiam loucos, desvairados, orgísticos.
Num místico canto, da terra emanam os sons do amor divino, num hino de louvor ao nascimento, ao contínuo ato de amor, orgásmico e acalentador.
Das estranhas do solo, florescem entre poros, os olhos risonhos dos brotos e dos filhos;
Nesse momento místico, o transe da terra, numa transa sem trâmites, sem nexo, o sexo pulula, amanhece o dia e a vaga poesia invade tudo.
Transborda por todos os cantos, num mantra, num cântico, entre tantas esperas, num desesperado gesto, um incesto sem protesto, uma dança profusa, confusa, abusa de tantas rimas e climas, atiça o desejo, sem beijo, sem traumas.
Na aparente calma, um tornado em torno de todos e tudo, transita pelos galhos, pelas folhas, voando nas borboletas, nas asas das libélulas, em todas as células e gametas, cometas são estrelas da vida, dívida paga, da vida devida, afaga e completa-se.
Nessa profusão de cores, de amores e de flores, nessa confusão bendita, neste solo acariciado, marcado por mãos divinas.
Nesse néctar, ser poeta é fácil, vira vício, é o início da revivida manhã, da sortida alegria desse dia, novo dia, novo canto, meu encanto, poesia...
O cheiro do amanhecer me toma inteiro, nesse janeiro do meu país; em busca da farra fantástica da igualdade, da brincadeira à esmo, do gosto do torresmo, do cheiro da dama da noite, da distância do açoite, do vento assoprando suave.
Da chave da felicidade, na feliz cidade, no gosto do beijo da história.
Na vitória inadiável, no amor incontrolável, na paz capaz de vingar.
No fim da noite sangrenta, no dia que arrebenta; que profuso, faz o cafuso sonhar.
Com o gosto da goiabada, o beijo da mulher amada, o cheiro intenso do café, da fé de saber-se imenso, maior que tudo, o mar...
Brasil, me abrasa teu rumo, chegaste, afinal ao prumo, agora ninguém te detém.
Nesse louco cataclismo, o meu, teu socialismo, me traz teu novo refrão; o de fecundar o solo, de transmudar todo poro de tua gente em perfume.
Agora, atrás do teu lume, iluminando o continente, cheio de gente contente, que atravessa por cordilheiras, por matas, abrindo bandeiras, atrás de rica esmeralda;
Esmeras, pois és Eldorado, mundo mais que encantado, é tua a solução.
Para se acabar com os soluços tantas vezes convulso, da triste América católica, extropiada e frágil, agora, correndo ágil, em busca da liberdade.
Da liberdade do solo que, na sua fecundidade transporta o belo amanhã.
MARCOS LOURES
MINHA CRUZ
Quanto mais eu pudesse lhe dizer
Do quanto sempre quero seu amor,
Se nada mais me importa, nem viver,
Se nada tenho, tento lhe compor
Nau errante sou, sigo sem saber
Nesse tropismo louco, seu calor
Me leva a procurar, cadê você?
Eu lhe procurarei por onde for.
Nada mais temo, quero sua luz
Quero seu colo, corpo e pensamento.
No reflexo mais belo que produz
O meu olhar transcende sofrimento,
O meu tormento é tanto, minha cruz,
Que transformo procura em alimento...
MARCOS LOURES
Do quanto sempre quero seu amor,
Se nada mais me importa, nem viver,
Se nada tenho, tento lhe compor
Nau errante sou, sigo sem saber
Nesse tropismo louco, seu calor
Me leva a procurar, cadê você?
Eu lhe procurarei por onde for.
Nada mais temo, quero sua luz
Quero seu colo, corpo e pensamento.
No reflexo mais belo que produz
O meu olhar transcende sofrimento,
O meu tormento é tanto, minha cruz,
Que transformo procura em alimento...
MARCOS LOURES
TU ÉS LUZ
EU ESTREITO TUAS MÃOS EM MEU PEITO
MEIO CONTRAFEITO, MAS CONTENTE
ÉS O NASCENTE, MEU RUMO
ME APRUMO E TE DESEJO
UM SEIXO ROLANDO NO RIO
MEU ÓCIO É TEU VÍCIO
MEU CIO TEU CONFORTO
MEU PORTO O TEU MAR
MEU MUNDO TUA LUA
A RUA QUE TRAFEGAS
ME COMPLETA, ME TRADUZ
SE SOU POETA, TU ÉS LUZ
MARCOS LOURES
MEIO CONTRAFEITO, MAS CONTENTE
ÉS O NASCENTE, MEU RUMO
ME APRUMO E TE DESEJO
UM SEIXO ROLANDO NO RIO
MEU ÓCIO É TEU VÍCIO
MEU CIO TEU CONFORTO
MEU PORTO O TEU MAR
MEU MUNDO TUA LUA
A RUA QUE TRAFEGAS
ME COMPLETA, ME TRADUZ
SE SOU POETA, TU ÉS LUZ
MARCOS LOURES
APRISIONADO
Eu falo desse povo aprisionado,
No cárcere sangrento de injustiças,
Ouvindo seu lamento, seu recado;
Composto nas tavernas mais mortiças
Nos medos seus segredos e notícias,
Nas dores desse corpo maltratado
Vítima mais cruel dessas sevícias,
Trazendo a cruz nos ombros, vai pesado...
Cravado pelas marcas dos senhores,
Dos donos desses gados, dos humanos
No jogo, já marcados perdedores
Esquecidos por Deus, atrás dos panos
No teatro bem vivo dos horrores...
Das vítimas do olvido, dos enganos...
MARCOS LOURES
No cárcere sangrento de injustiças,
Ouvindo seu lamento, seu recado;
Composto nas tavernas mais mortiças
Nos medos seus segredos e notícias,
Nas dores desse corpo maltratado
Vítima mais cruel dessas sevícias,
Trazendo a cruz nos ombros, vai pesado...
Cravado pelas marcas dos senhores,
Dos donos desses gados, dos humanos
No jogo, já marcados perdedores
Esquecidos por Deus, atrás dos panos
No teatro bem vivo dos horrores...
Das vítimas do olvido, dos enganos...
MARCOS LOURES
PROCURO PELA ESSÊNCIA
PROCURO PELA ESSÊNCIA
procuro pela essência sem clemência, de um canto novo
onde posso escapar devagarinho, como fora um rio
instigado a conhecer o mar, imenso mar onde espero
por doces brilhos de luares mansos, onde espero o que
por ser o que é, só por ser, venero, e não alcanço;
procuro pelo colo amigo, sem perigo, sem transtorno
onde poderia de retorno à vida, encontrar perdidos dias
vazias as mãos, o peito aberto, recoberto, descoberto
insensatamente exposto, num agosto qualquer,
a procura de um silencioso reflexo de um por de sol
nesse mar intenso que penso ser meu porto, onde
vivo ou morto, pouco importa, descansaria
procuro pelo canto singelo de um pássaro, qualquer
pelo afago de mãos carinhosas, quaisquer.
por um trago doce de uma boca amiga
que nada mais faria a não ser abençoar
a força inaudita e bendita que nos faz capaz
de sermos o infinito, um maravilhoso grito
um grito fantástico e formidável
amável, sereno um canto de paz...
MARCOS LOURES
procuro pela essência sem clemência, de um canto novo
onde posso escapar devagarinho, como fora um rio
instigado a conhecer o mar, imenso mar onde espero
por doces brilhos de luares mansos, onde espero o que
por ser o que é, só por ser, venero, e não alcanço;
procuro pelo colo amigo, sem perigo, sem transtorno
onde poderia de retorno à vida, encontrar perdidos dias
vazias as mãos, o peito aberto, recoberto, descoberto
insensatamente exposto, num agosto qualquer,
a procura de um silencioso reflexo de um por de sol
nesse mar intenso que penso ser meu porto, onde
vivo ou morto, pouco importa, descansaria
procuro pelo canto singelo de um pássaro, qualquer
pelo afago de mãos carinhosas, quaisquer.
por um trago doce de uma boca amiga
que nada mais faria a não ser abençoar
a força inaudita e bendita que nos faz capaz
de sermos o infinito, um maravilhoso grito
um grito fantástico e formidável
amável, sereno um canto de paz...
MARCOS LOURES
OLHOS DISTANTES
PODEREI TRAZER OLHOS MAIS DISTANTES,
VÃO PERDIDOS, SEM RUMO, NAVEGANDO,
EM TRISTES ROTAS, MARES INCONSTANTES.
PROCURA POR TEUS OLHOS, FLUTUANDO
NAS VAGAS SOMBRAS, LUZES VÃO BAILANDO,
NOS ÚLTIMOS COMPASSOS, DELIRANTES;
PERDER-ME, ALUCINADO, SABER QUANDO,
PODER SER O QUE SONHO SER, BEM ANTES
DA DERRADEIRA DANÇA NOS TEUS BRAÇOS,
QUE ME CONDUZ, VADIO POR ESPAÇOS,
NOS COMPASSOS SERENOS DO TEU CANTO,
NO QUE ME DERA,EM VIDA TANTO ENCANTO
NO QUE PUDERA SER ME DESENCANTO,
MAS QUE, GLORIOSA, VIVE EM MEUS ABRAÇOS...
MARCOS LOURES
VÃO PERDIDOS, SEM RUMO, NAVEGANDO,
EM TRISTES ROTAS, MARES INCONSTANTES.
PROCURA POR TEUS OLHOS, FLUTUANDO
NAS VAGAS SOMBRAS, LUZES VÃO BAILANDO,
NOS ÚLTIMOS COMPASSOS, DELIRANTES;
PERDER-ME, ALUCINADO, SABER QUANDO,
PODER SER O QUE SONHO SER, BEM ANTES
DA DERRADEIRA DANÇA NOS TEUS BRAÇOS,
QUE ME CONDUZ, VADIO POR ESPAÇOS,
NOS COMPASSOS SERENOS DO TEU CANTO,
NO QUE ME DERA,EM VIDA TANTO ENCANTO
NO QUE PUDERA SER ME DESENCANTO,
MAS QUE, GLORIOSA, VIVE EM MEUS ABRAÇOS...
MARCOS LOURES
TIRADENTES - SEM TEMER
A LUTA DE NOVO, RECOMEÇA NO GOLE DE CACHAÇA, NO CANTO DO POVO HUMILDE, NAS PRAÇAS, NOS BOTEQUINS NAS VIELAS, FAVELAS, FÁBRICAS NAS ESCOLAS, NOS PORTÕES DE NAMORADAS.NESSA GUERRA, SEM TRÉGUAS PERTO, OU LÉGUAS DAQUI,VAMOS À TRINCEHIRA NOVAMENTE,NA MENTE O SONHO REDIVIVO, ALTIVO PEITO MESMO CONTRAFEITO, NUM CANTO DE AMOR ETERNO NO TERNO, NO JALECO, NO GIZ, NO UNIFORME, NO TRABALHO, ENFIM A CADA DIA, NOVO BRILHO, SEM ESQUECER O PASSADO,TRAZENDO AO LADO, A BANDEIRA A VIDA INTEIRA, BATALHAS...NÃO DEIXEMOS ROUBAREM A ESPERANÇA DA CRIANÇA INDEFESA, DO VELHO CANSADO,DO POVO APRESSADO, QUEM NEM PERCEBE A CILADA. VAMOS TODA MADRUGADA, A CADA DIA QUE NASCE FAZER COM QUE RENASÇA A GLÓRIA DA HISTÓRIA NA MÃO IRMÃO, DÊ TUA MÃO E PALAVRA ACORDE QUEM ADORMECE,NOSSO OURO, NOSSA LAVRA, NOSSO MUNDO INUNDADO DE TERNURA, NA BRANDURA SERENA MAS, CONVICTA, VENCENDO A CORRUPTA CANALHA QUE NÃO FALHA, SEMPRE VOLTA, TENTA E, NÃO SATISFEITA DESFEITA A TRAMA DA LAMA, NEGA A PRÓPRIA FACE,NÃO PODEMOS NOS CALAR, OMITIR JAMAIS PELA VIDA, PELA PAZ, PELOS OLHOS DOS NOSSOS FILHOS,PELOS TRILHOS DA HISTÓRIA, ONDE SOMOS ATORES E SENHORES,NUNCA IREMOS DESISTIR, RESISTIR É A ORDEM CONTRA ATACAR TODO DIA, NUMA SINFONIA, CUJA SINTONIA É O FUTURO DO POVO, CANTAR DE NOVO, RENOVO MEU CANTO E, NO ENCANTO DESSA LUTA, SENSATA LUTA, BRUTA,BRUSCA, NA BUSCA DA LUZ QUE OFUSCA, QUE TRADUZ NOVOS TEMPOS, SEM CONTRA TEMPOS, SEM INJUSTIÇAS.VAMOS, SÃO MORTIÇAS AS NOTÍCIAS DAS MAIS DIVERSAS MILÍCIAS, DAS PROSTITUTAS DA PENA, QUE APENAS FAZEM O JOGO HIPÓCRITA DA CANALHA SEM ÉTICA, SEM MORAL, DESAVERGONHADA NAS CILADAS DOS JORNAIS, NA PODRIDÃO DA IMPRENSA ONDE O CRIME COMPENSA, O PRECONCEITO É MAIS FORTE;VAMOS LUTAR, ATÉ A MORTE, SE PRECISO, NUNCA RETORNAR SEM O GOSTO DA BATALHA, CONTRA A CANALHA QUE SE ESPALHA PELOS MAIS VARIADOS CANTOS.MAS, NÃO RESISTEM AOS CANTOS DO POVO UNIDO, SOFRIDO,MARTIRIZADO PELA VIDA,BANDIDA VIDA, CRUEL, PERDIDA MUITAS VEZES.MAS AOS REVESES DA SORTE, DE REPENTE A LUZ SE ACENDE NO UNIFORME DA MENINA, NA ENXADA DO RAPAZ, UM NOVO CANTO DE PAZ, PODE DE NOVO SE OUVIR,MAIS FORTE QUE OS BERROS INSANOS DOS CANALHAS TUCANOS, DOS PILANTRAS DE ALUGUEL.E, CRISTO, SORRINDO, NO CÉU, VÊ SEUS FILHOS EM OUTROS TRILHOS, NA BEM AVENTURANÇA NA ESPERANÇA DOS HUMILDES.A NOSSA TAREFA É GLORIOSA, E SERÁ VITORIOSA,NUNCA SERÁ VÃ, TAREFA CRISTÃ, DE SEMEAR NESSE CHÃO,O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO.POR ISSO, TE PEÇO AMIGO, NÃO TEMAS O PERIGO, NÃO RECHACES A LUTA ISSO É CONTIGO, COMIGO, CONOSCO.EM CADA EMBOSCADA, LEVANTE TEUS OLHOS, E SEMEIE NOSSO CANTO EM CADA CANTO, DESSE AMADO PAÍS.SEM MEDO DE SER FELIZ!!!
MARCOS LOURES
MARCOS LOURES
TE DIZER
PODERIA NESSE CANTO TE DIZER,
RISCAR ESPAÇOS, TRAMAS E GUERRILHAS
ATRAVESSAR MONTANHAS, SERRAS, ILHAS.
JUNTAR TEUS SONHOS , LINDOS DE VIVER
OUVIR AS VOZES, DOCES MARAVILHAS
SEMELHANTE AO PRENÚNCIO, AMANHECER.
EM LUTA CONTRA OS CÃES, CRUÉIS MATILHAS,
GRITANDO PELO NOME, SEM SABER
ESCONDIDO DOS MEDOS DE VINGANÇA
NESSAS CRUÉIS TORTURAS, QUE SOFRESTE
OUVINDO; LÁ, DISTANTE O SOM DA DANÇA
INVADINDO TEU CORPO DE CIPRESTE
NAVEGAR TEU SILÊNCIO, DE ESPERANÇA,
ORGULHOSO DO TANTO QUE FIZESTE.
MARCOS LOURES
RISCAR ESPAÇOS, TRAMAS E GUERRILHAS
ATRAVESSAR MONTANHAS, SERRAS, ILHAS.
JUNTAR TEUS SONHOS , LINDOS DE VIVER
OUVIR AS VOZES, DOCES MARAVILHAS
SEMELHANTE AO PRENÚNCIO, AMANHECER.
EM LUTA CONTRA OS CÃES, CRUÉIS MATILHAS,
GRITANDO PELO NOME, SEM SABER
ESCONDIDO DOS MEDOS DE VINGANÇA
NESSAS CRUÉIS TORTURAS, QUE SOFRESTE
OUVINDO; LÁ, DISTANTE O SOM DA DANÇA
INVADINDO TEU CORPO DE CIPRESTE
NAVEGAR TEU SILÊNCIO, DE ESPERANÇA,
ORGULHOSO DO TANTO QUE FIZESTE.
MARCOS LOURES
LUA MARAVILHOSA
EU QUERO FALAR, PENSAR
NA LUA MARAVILHOSA
TROCAR UM DEDO DE PROSA
BRINCANDO NESSE LUAR
QUE CATIVA QUIEM PERMITE
TER O CÉU COMO O LIMITE.
LIMITE DE TUA BOCA
NESSA DANÇA SEM FINAL,
QUE NÃO CANSA. MINHA LOUCA
TRANSFORMANDO EM CARNAVAL
TUDO QUE TOCAS, QUAL MIDAS
FAZES OURO QUE ME BRINDAS
QUERO TE CONTAR AMOR
HISTÓRIAS QUE JÁ VIVI
COM MEUS SONHOS TE COMPOR
TE FAZER MEU COLIBRI.
QUIERO VIVER TEU POEMA
CONHECER A TUA GEMA
QUERO O GOSTO MAIS PRECISO
MEU PRECIOSO VENENO
ISSO É TUDO QUE EU PRECISO
CONVULSO, MAS MAIS SERENO
DO QUE NUNCA IMAGINEI
SABER-ME BEM MAIS QUE SEI.
QUERO TUA PRECISÃO
QUERO TUA ALEGORIA
BRILHAR EM TEU CORAÇÃO
VERTER TUA NOITE EM DIA
AMADA AMIGA, MEU RUMO
SEM TI; VAGO, VOU SEM PRUMO.
MARCOS LOURES
NA LUA MARAVILHOSA
TROCAR UM DEDO DE PROSA
BRINCANDO NESSE LUAR
QUE CATIVA QUIEM PERMITE
TER O CÉU COMO O LIMITE.
LIMITE DE TUA BOCA
NESSA DANÇA SEM FINAL,
QUE NÃO CANSA. MINHA LOUCA
TRANSFORMANDO EM CARNAVAL
TUDO QUE TOCAS, QUAL MIDAS
FAZES OURO QUE ME BRINDAS
QUERO TE CONTAR AMOR
HISTÓRIAS QUE JÁ VIVI
COM MEUS SONHOS TE COMPOR
TE FAZER MEU COLIBRI.
QUIERO VIVER TEU POEMA
CONHECER A TUA GEMA
QUERO O GOSTO MAIS PRECISO
MEU PRECIOSO VENENO
ISSO É TUDO QUE EU PRECISO
CONVULSO, MAS MAIS SERENO
DO QUE NUNCA IMAGINEI
SABER-ME BEM MAIS QUE SEI.
QUERO TUA PRECISÃO
QUERO TUA ALEGORIA
BRILHAR EM TEU CORAÇÃO
VERTER TUA NOITE EM DIA
AMADA AMIGA, MEU RUMO
SEM TI; VAGO, VOU SEM PRUMO.
MARCOS LOURES
MARES
TANTOS AMARES SÃO TODOS LUGARES
SE NOS MEUS PRÓPRIOS MARES NAVEGAR
BUSCANDO NO MEU CANTO TANTO MAR
TANTO QUANTO, POSSÍVEL FOR AMARES.
TANTO QUANTO SERIAM TEUS LUARES
NOS TEUS MARES, MEUS SONHOS NAUFRAGAR
COMER TODAS AS FRUTAS, TEU POMAR
TANTO QUANTO IMPOSSÍVEL, O SONHARES.
COM PERDIDAS MANHÃS PARA HABITARES
NO MUNDO MÁGICO CABEM MEUS DIAS
VAGANDO LOUCO PROCURANDO PARES
VOU PROCURANDO ESPELHOS, FANTASIAS
ROLANDO NOITES, LOUCAS NESSES BARES
ONDE DERRAMAS PASSOS E POESIAS...
MARCOS LOURES
SE NOS MEUS PRÓPRIOS MARES NAVEGAR
BUSCANDO NO MEU CANTO TANTO MAR
TANTO QUANTO, POSSÍVEL FOR AMARES.
TANTO QUANTO SERIAM TEUS LUARES
NOS TEUS MARES, MEUS SONHOS NAUFRAGAR
COMER TODAS AS FRUTAS, TEU POMAR
TANTO QUANTO IMPOSSÍVEL, O SONHARES.
COM PERDIDAS MANHÃS PARA HABITARES
NO MUNDO MÁGICO CABEM MEUS DIAS
VAGANDO LOUCO PROCURANDO PARES
VOU PROCURANDO ESPELHOS, FANTASIAS
ROLANDO NOITES, LOUCAS NESSES BARES
ONDE DERRAMAS PASSOS E POESIAS...
MARCOS LOURES
MEU BARCO
minha vida vai louca arrastando meu barco
esperando meu tempo ouvindo nas cantigas
que o tempo mais voraz, me traz, vozes antigas
que renascem na voz, na alegoria do marco.
cantar dessa sereia amada onde me embarco
na solidão a esmo, ouvindo t'as intrigas
no final dessa estrada amiga se perigas
a minha solidão descreve-se em teu arco
minha vida, insensata amargando teus beijos
numa serena mata adormecida luta,
invadindo meu mar, pocuro meus desejos
de te ter sem perder, na tua força bruta
nos meus sonhos, servis dos sonhos benfazejos
de poder, mais feliz, saber tua batuta
MARCOS LOURES
esperando meu tempo ouvindo nas cantigas
que o tempo mais voraz, me traz, vozes antigas
que renascem na voz, na alegoria do marco.
cantar dessa sereia amada onde me embarco
na solidão a esmo, ouvindo t'as intrigas
no final dessa estrada amiga se perigas
a minha solidão descreve-se em teu arco
minha vida, insensata amargando teus beijos
numa serena mata adormecida luta,
invadindo meu mar, pocuro meus desejos
de te ter sem perder, na tua força bruta
nos meus sonhos, servis dos sonhos benfazejos
de poder, mais feliz, saber tua batuta
MARCOS LOURES
SE NADA MAIS DESEJO
se nada mais desejo neste mundo
é que almejo viver em liberdade
de cada beijo novamente inundo
transportando no peito essa saudade
quando percebo em ti a claridade
de sonhos tantos, loucos, mais profundo
mergulho cego, amar-me pois, quem há de?
pois deste amor, traduz bem mais fecundo
o que fora somente lucidez
na procura de tanto nada fez
senão a angústia voraz, pétrea tez
que a cada instante, doce insensatez
trasmuda-se audaz a cada vez
num martírio cruel, que se desfez...
MARCOS LOURES
é que almejo viver em liberdade
de cada beijo novamente inundo
transportando no peito essa saudade
quando percebo em ti a claridade
de sonhos tantos, loucos, mais profundo
mergulho cego, amar-me pois, quem há de?
pois deste amor, traduz bem mais fecundo
o que fora somente lucidez
na procura de tanto nada fez
senão a angústia voraz, pétrea tez
que a cada instante, doce insensatez
trasmuda-se audaz a cada vez
num martírio cruel, que se desfez...
MARCOS LOURES
MINHA ESPERA
Minha espera, atrás da porta
na espreita, observando
cada momento, o bote
o norte perdido, meus medos e segredos
minha gula e sensibilidade.
Procuro, cidades e vales
quanto vale a espera?
Na caça da luminosidade
dos olhos da madrugada.
Nada mais quero, nem desejo
talvez teu beijo, talvez num átimo,
um último desejo, sem nexo
sem sexo, apenas abraço
cansaço e manhas, artes e manhas,
artimanhas da saudade.
Saudade do já pensado, sonhado;
nunca vivido. Sempre na espera;
da vésper estrela, cometa errático
que cometa todos os erros e acertos.
Mas que prometa todos as esperanças
para essa criança coração.
Minha nunca, sempre não...
MARCOS LOURES
na espreita, observando
cada momento, o bote
o norte perdido, meus medos e segredos
minha gula e sensibilidade.
Procuro, cidades e vales
quanto vale a espera?
Na caça da luminosidade
dos olhos da madrugada.
Nada mais quero, nem desejo
talvez teu beijo, talvez num átimo,
um último desejo, sem nexo
sem sexo, apenas abraço
cansaço e manhas, artes e manhas,
artimanhas da saudade.
Saudade do já pensado, sonhado;
nunca vivido. Sempre na espera;
da vésper estrela, cometa errático
que cometa todos os erros e acertos.
Mas que prometa todos as esperanças
para essa criança coração.
Minha nunca, sempre não...
MARCOS LOURES
SE NADA MAIS DESEJO
SE NADA MAIS DESEJO
se nada mais desejo neste mundo
é que almejo viver em liberdade
de cada beijo novamente inundo
transportando no peito essa saudade
quando percebo em ti a claridade
de sonhos tantos, loucos, mais profundo
mergulho cego, amar-me pois, quem há de?
pois deste amor, traduz bem mais fecundo
o que fora somente lucidez
na procura de tanto nada fez
senão a angústia voraz, pétrea tez
que a cada instante, doce insensatez
trasmuda-se audaz a cada vez
num martírio cruel, que se desfez...
MARCOS LOURES
se nada mais desejo neste mundo
é que almejo viver em liberdade
de cada beijo novamente inundo
transportando no peito essa saudade
quando percebo em ti a claridade
de sonhos tantos, loucos, mais profundo
mergulho cego, amar-me pois, quem há de?
pois deste amor, traduz bem mais fecundo
o que fora somente lucidez
na procura de tanto nada fez
senão a angústia voraz, pétrea tez
que a cada instante, doce insensatez
trasmuda-se audaz a cada vez
num martírio cruel, que se desfez...
MARCOS LOURES
NAVE PERDIDA
Teu colo, corpo colado no meu
na dança atroz que vai queimando tudo
na claridade, louca luz no breu
tal que me deixa pasmo, quieto mudo
as mãos macias, sabem, sonho ateu
nas delícias, em todas, corte agudo
na carne dolorida que nasceu
somente para ser teu corpo e escudo.
quero insensatamente tresloucado
beber no doce cálice da vida
meu rumo torto, pálido, calado
repete em ti meus rumos sem guarida
cometo os mesmos erros do passado
minha alma segue em ti, nave perdida...
MARCOS LOURES
na dança atroz que vai queimando tudo
na claridade, louca luz no breu
tal que me deixa pasmo, quieto mudo
as mãos macias, sabem, sonho ateu
nas delícias, em todas, corte agudo
na carne dolorida que nasceu
somente para ser teu corpo e escudo.
quero insensatamente tresloucado
beber no doce cálice da vida
meu rumo torto, pálido, calado
repete em ti meus rumos sem guarida
cometo os mesmos erros do passado
minha alma segue em ti, nave perdida...
MARCOS LOURES
AS BEM AVENTURANÇAS
AS BEM AVENTURANÇAS
Bem aventurados os que tem um coração de pobre - ou seja, aqueles que não têm na ganância, na busca do poder de qualquer forma, do desejo absoluto de ser maior, superior, da falta de capacidade de aceitar as diferenças, de se sentir superior, pelo simples fato de ter tido maiores oportunidades, por sentir a "grandeza" na riqueza material, num conhecimento mais abrangente, embora na maioria das vezes, pequeno, inútil, ou muitas vezes cruel - bem aventurados os humildes, que sabem o tamanho pequeno perante a humanidade, mas que, nesse sentimento se torna importante, tanto quanto qualquer peça desse quebra cabeças genial chamado sociedade, que sabe respeitar as peças outras, quaisquer que sejam. A QUE RESPEITA O SER HUMANO POR SER UMA CRIATURA ÚNICA, FEITA À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS.
Bem aventurados os que choram, porque serão consolados - o choro da injustiça social, o choro da planta esmagada pelas cordilheiras, o choro da criança faminta no colo e do desespero não mitigado. O choro da alma sensível perante tantas mazelas causadas pelos poderosos, o choro desse povo, vítima diária do PODER, dos desgovernos, essa multidão de esquecidos, párias de uma sociedade cruel e injusta. E, que quando têm quem olha por eles, são chamados de vagabundos, de escória, de massa de manobra, nunca de seres humanos, seus filhos são menores, nunca crianças, suas casas são barracos, suas esperanças são criticadas e esquecidas. Seus bens, enquanto sociedade, são vendidos à esmo, seu paisaziado de esperança e vendido à quilo para as empresas donas do poder econômico, velhas senhoras, com a concordância de seus governantes.
Bem aventurados os mansos, pois possuirão a terra - a terra que é do HOMEM, não é de Deus nem do DIABO, essa terra sangrando, essa terra grilada, roubada invadida pelos poderosos, donos do país, donos do poder econômico, dono dos créditos, que quando os pequenos passam a ter os mesmos direitos das salvaguardas contra as intempéries, querem retirar isso, para devolver aos donos dos grandes latifúndios, senhores feudais que, antes contavam com as benécies dos antigos donos do poder, protegidos na grilagem, na invasão, no verdadeiro descalabro que foi a ocupação dessa terra.
Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados - não basta ser justo, é necessária a sede e a fome de justiça. é necessária a luta diária para tentar-se acabar com a miséria, mesmo que isso receba crítica dos que nada fizeram contra ela ou tudo fizeram para aumentá-la. Quando se tem vontade política de redimir-se, isso é criticado, até por alas da própria Igreja de Pedro, quanto mais por aqueles que, durante toda a história foram os geradores dessas injustiças; quando se permite o acesso dos injustiçados ao conhecimento, a alimentação, a esperança, se critica e muito, e os principais críticos são aqueles mesmos, os maiores alimentadores dessas injustiças.
Bem aventurosos os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia - o que dizer de misericórdia para quem nunca admitiu idéias diferentes das suas, para quem sempre teve nos pobres, mais que tudo, palanque fácil e alvo de promessas de campanhas nunca cumpridas, já que o simples fato de cumpri-las tiraria o aspecto "caritoso" das medidas de salvaguarda, das indústrias da seca, das indústrias da prostituição das crianças, da venda da juventude ao tráfico, da desesperança dos mais pobres, para lhes vender uma falsa misericórdia. Quando essa esperança se inicia, os destruidores da esperança esperneiam pois a verdadeira misericórdia é deixar a planta crescer, ajudá-la com adubo, e torná-la forte e independente e não a pseudo caridade que só se advinha nas portas das eleições.
Bem aventurados os pacíficos de coração, porque serão chamados filhos de Deus - O que dizer do nosso povo, simples, amoroso, sereno, a vida inteira esperando por um dia que nunca veio, onde seus filhos serão tratados com o respeito que merecem, onde seu trabalho será mais justamente recompensado, onde seu amanhã poderá ser mais digno, isso, pacificamente, sem ódio, sem rancor e, quando isso se aproxima de uma realidade palpável; vem os mesmos belicosos, rancorosos, de alma pequena e coração vingativo, querendo matar os sonhos deles, incendiando o mundo, se preciso, para negar-lhes o próprio DEUS, que existe nos olhos dos seus iguais, de seus irmãos.
Bem aventurados os puros de coração, porque verão Deus - esses vêm Deus no seu próximo, no seu vizinho, nos seus filhos, em todos os seres humanos e em todas as obras divinas da natureza. Ao contrário daqueles acostumados a tratar os outros, mais simples, como se não fossem cidadãos, como se não houvesse neles uma alma, aqueles preconceituosos, que têm preconceitos de raça, de credo e, pior PRECONCEITO COM RELAÇÃO À CLASSES SOCIAIS DIFERENTES, como um ex-presidente se referiu ao pobre, ao aposentado, ao negro. Esses cegos funcionais nunca verão DEUS, POIS O DEUS QUE ELES ACREDITAM EXISTIR ESTÁ DENTRO DA BARRIGA DELES MESMOS, e nem um haraquiri espiritual poderá expor esse deus todo pessoal para eles, já que nada existe além deles, somente seus iguais, numa visão extremamente absurda e prepotente.
Bem aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos Céus - aqueles a quem a luta pela justiça da igualdade, da dignidade, da oportunidade igual para os filhos de Deus, ou seja todos, independente de clero, classe social, raça, sexo, traduz-se, na boca dos impios, dos injustos, dos caluniadores, dos mentirosos, dos traidores , dos donos do poder sócio-econômico, das elites prostituídas e prostituidoras, em ofensas e ameças; serão moradores do reino de DEUS, em toda sua glória e eternidade.
BEM AVENTURADOS SEREIS QUANDO VOS CALUNIAREM E DISSEREM FALSAMENTE TODO O MAL CONTRA VÓS POR CAUSA DE MIM.
Deus menino, Deus Pai, presente na justiça, na igualdade, no respeito aos irmãos, TODOS NÓS, iguais no vermelho do sangue, na morte e no nascimento, diferenciados pela vida afora pelos injustos, pelos donos do poder sócio-econômico, pelos criadores dos demônios do analfabetismo, da prostituição, da exploração do trabalho alheio, pelos demônios do preconceito em todas as formas, pelos fomentadores da ignorância em todos os sentidos.
PELOS DESGOVERNOS QUE FAZEM DO POVO REFÉM, PARA QUEM OS SONHOS DOS MAIS POBRES REPRESENTAM UMA AMEAÇA.
Bem aventurados enfim, todos aqueles que sonham com uma sociedade mais justa, mais cristã. E para aqueles que, em nome desse sonho são caluniados, são perseguidos e são martirizados a cada ataque orquestrado contra a esperança dos mais simples, promovido pelos antigos vendilhões do povo, que SABEM MUITO BEM O QUE FAZEM
MARCOS LOURES
Bem aventurados os que tem um coração de pobre - ou seja, aqueles que não têm na ganância, na busca do poder de qualquer forma, do desejo absoluto de ser maior, superior, da falta de capacidade de aceitar as diferenças, de se sentir superior, pelo simples fato de ter tido maiores oportunidades, por sentir a "grandeza" na riqueza material, num conhecimento mais abrangente, embora na maioria das vezes, pequeno, inútil, ou muitas vezes cruel - bem aventurados os humildes, que sabem o tamanho pequeno perante a humanidade, mas que, nesse sentimento se torna importante, tanto quanto qualquer peça desse quebra cabeças genial chamado sociedade, que sabe respeitar as peças outras, quaisquer que sejam. A QUE RESPEITA O SER HUMANO POR SER UMA CRIATURA ÚNICA, FEITA À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS.
Bem aventurados os que choram, porque serão consolados - o choro da injustiça social, o choro da planta esmagada pelas cordilheiras, o choro da criança faminta no colo e do desespero não mitigado. O choro da alma sensível perante tantas mazelas causadas pelos poderosos, o choro desse povo, vítima diária do PODER, dos desgovernos, essa multidão de esquecidos, párias de uma sociedade cruel e injusta. E, que quando têm quem olha por eles, são chamados de vagabundos, de escória, de massa de manobra, nunca de seres humanos, seus filhos são menores, nunca crianças, suas casas são barracos, suas esperanças são criticadas e esquecidas. Seus bens, enquanto sociedade, são vendidos à esmo, seu paisaziado de esperança e vendido à quilo para as empresas donas do poder econômico, velhas senhoras, com a concordância de seus governantes.
Bem aventurados os mansos, pois possuirão a terra - a terra que é do HOMEM, não é de Deus nem do DIABO, essa terra sangrando, essa terra grilada, roubada invadida pelos poderosos, donos do país, donos do poder econômico, dono dos créditos, que quando os pequenos passam a ter os mesmos direitos das salvaguardas contra as intempéries, querem retirar isso, para devolver aos donos dos grandes latifúndios, senhores feudais que, antes contavam com as benécies dos antigos donos do poder, protegidos na grilagem, na invasão, no verdadeiro descalabro que foi a ocupação dessa terra.
Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados - não basta ser justo, é necessária a sede e a fome de justiça. é necessária a luta diária para tentar-se acabar com a miséria, mesmo que isso receba crítica dos que nada fizeram contra ela ou tudo fizeram para aumentá-la. Quando se tem vontade política de redimir-se, isso é criticado, até por alas da própria Igreja de Pedro, quanto mais por aqueles que, durante toda a história foram os geradores dessas injustiças; quando se permite o acesso dos injustiçados ao conhecimento, a alimentação, a esperança, se critica e muito, e os principais críticos são aqueles mesmos, os maiores alimentadores dessas injustiças.
Bem aventurosos os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia - o que dizer de misericórdia para quem nunca admitiu idéias diferentes das suas, para quem sempre teve nos pobres, mais que tudo, palanque fácil e alvo de promessas de campanhas nunca cumpridas, já que o simples fato de cumpri-las tiraria o aspecto "caritoso" das medidas de salvaguarda, das indústrias da seca, das indústrias da prostituição das crianças, da venda da juventude ao tráfico, da desesperança dos mais pobres, para lhes vender uma falsa misericórdia. Quando essa esperança se inicia, os destruidores da esperança esperneiam pois a verdadeira misericórdia é deixar a planta crescer, ajudá-la com adubo, e torná-la forte e independente e não a pseudo caridade que só se advinha nas portas das eleições.
Bem aventurados os pacíficos de coração, porque serão chamados filhos de Deus - O que dizer do nosso povo, simples, amoroso, sereno, a vida inteira esperando por um dia que nunca veio, onde seus filhos serão tratados com o respeito que merecem, onde seu trabalho será mais justamente recompensado, onde seu amanhã poderá ser mais digno, isso, pacificamente, sem ódio, sem rancor e, quando isso se aproxima de uma realidade palpável; vem os mesmos belicosos, rancorosos, de alma pequena e coração vingativo, querendo matar os sonhos deles, incendiando o mundo, se preciso, para negar-lhes o próprio DEUS, que existe nos olhos dos seus iguais, de seus irmãos.
Bem aventurados os puros de coração, porque verão Deus - esses vêm Deus no seu próximo, no seu vizinho, nos seus filhos, em todos os seres humanos e em todas as obras divinas da natureza. Ao contrário daqueles acostumados a tratar os outros, mais simples, como se não fossem cidadãos, como se não houvesse neles uma alma, aqueles preconceituosos, que têm preconceitos de raça, de credo e, pior PRECONCEITO COM RELAÇÃO À CLASSES SOCIAIS DIFERENTES, como um ex-presidente se referiu ao pobre, ao aposentado, ao negro. Esses cegos funcionais nunca verão DEUS, POIS O DEUS QUE ELES ACREDITAM EXISTIR ESTÁ DENTRO DA BARRIGA DELES MESMOS, e nem um haraquiri espiritual poderá expor esse deus todo pessoal para eles, já que nada existe além deles, somente seus iguais, numa visão extremamente absurda e prepotente.
Bem aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos Céus - aqueles a quem a luta pela justiça da igualdade, da dignidade, da oportunidade igual para os filhos de Deus, ou seja todos, independente de clero, classe social, raça, sexo, traduz-se, na boca dos impios, dos injustos, dos caluniadores, dos mentirosos, dos traidores , dos donos do poder sócio-econômico, das elites prostituídas e prostituidoras, em ofensas e ameças; serão moradores do reino de DEUS, em toda sua glória e eternidade.
BEM AVENTURADOS SEREIS QUANDO VOS CALUNIAREM E DISSEREM FALSAMENTE TODO O MAL CONTRA VÓS POR CAUSA DE MIM.
Deus menino, Deus Pai, presente na justiça, na igualdade, no respeito aos irmãos, TODOS NÓS, iguais no vermelho do sangue, na morte e no nascimento, diferenciados pela vida afora pelos injustos, pelos donos do poder sócio-econômico, pelos criadores dos demônios do analfabetismo, da prostituição, da exploração do trabalho alheio, pelos demônios do preconceito em todas as formas, pelos fomentadores da ignorância em todos os sentidos.
PELOS DESGOVERNOS QUE FAZEM DO POVO REFÉM, PARA QUEM OS SONHOS DOS MAIS POBRES REPRESENTAM UMA AMEAÇA.
Bem aventurados enfim, todos aqueles que sonham com uma sociedade mais justa, mais cristã. E para aqueles que, em nome desse sonho são caluniados, são perseguidos e são martirizados a cada ataque orquestrado contra a esperança dos mais simples, promovido pelos antigos vendilhões do povo, que SABEM MUITO BEM O QUE FAZEM
MARCOS LOURES
PARA QUE A NOITE TRAGA
PARA QUE A NOITE TRAGA -
PARA QUE A NOITE TRAGA AOS TEUS SONHOS,
A DELÍCIA DE SABER-TE BELA E SERENA.
QUE, NO TEU COLO, A CRIANÇA DESCANSE
A MACIEZ DE TEUS CABELOS,
A DOÇURA DE TEUS LÁBIOS.
PARA QUE SAIBAS QUE O AMOR TE FAZ BELA.
QUE O BRILHO DAS ESTRELAS ROMPE A AURORA
E TRAZ A SENSIBILIDADE MARAVILHOSA
DO PODER ESTAR E SER, DO QUERER E TRANSGREDIR.
DO NUNCA MAIS ESTAR E SER SÓ.
PARA QUE SINTAS O VENTO ROÇANDO TEU ROSTO
EXPOSTO AO CALOR DAS CARÍCIAS,
DAS DELÍCIAS DE SABER-TE MINHA;
E, POR FIM, PARA QUE TENHAS UMA BELA NOITE
E UM MELHOR AMANHECER.
TE QUERO
MARCOS LOURES
PARA QUE A NOITE TRAGA AOS TEUS SONHOS,
A DELÍCIA DE SABER-TE BELA E SERENA.
QUE, NO TEU COLO, A CRIANÇA DESCANSE
A MACIEZ DE TEUS CABELOS,
A DOÇURA DE TEUS LÁBIOS.
PARA QUE SAIBAS QUE O AMOR TE FAZ BELA.
QUE O BRILHO DAS ESTRELAS ROMPE A AURORA
E TRAZ A SENSIBILIDADE MARAVILHOSA
DO PODER ESTAR E SER, DO QUERER E TRANSGREDIR.
DO NUNCA MAIS ESTAR E SER SÓ.
PARA QUE SINTAS O VENTO ROÇANDO TEU ROSTO
EXPOSTO AO CALOR DAS CARÍCIAS,
DAS DELÍCIAS DE SABER-TE MINHA;
E, POR FIM, PARA QUE TENHAS UMA BELA NOITE
E UM MELHOR AMANHECER.
TE QUERO
MARCOS LOURES
O AMOR EM TI
O AMOR EM TI
AH! COMO EU PODERIA TE DIZER
DA SENSAÇÃO CRUEL DESSA SAUDADE
DIZER-TE QUE, SEM TI , MELHOR MORRER!
VOU PROCURAR-TE EM TODA CLARIDADE.
JAMAIS EU SABERIA QUEM HÁ DE
INFORMAR A ESSE LOUCO SEM PORQUÊ
EM QUE CANTO, EM QUE RUA NA CIDADE
EM QUE MUNDO ELE SOUBE TE PERDER?
AGORA QUE AS PALAVRAS SÃO NEFASTAS.
AGORA QUE MEU MUNDO JÁ PERDI
QUANTO MAIS ME APROXIMO, MAIS T'AFASTAS
MAIS SINTO A ANGÚSTIA MAIS CRUEL, SORRIR.
SE, QUANTO MAIS DE DOR, MEU PEITO, ABASTAS;
SUPLICO, POR FAVOR, O AMOR EM TI
MARCOS LOURES
AH! COMO EU PODERIA TE DIZER
DA SENSAÇÃO CRUEL DESSA SAUDADE
DIZER-TE QUE, SEM TI , MELHOR MORRER!
VOU PROCURAR-TE EM TODA CLARIDADE.
JAMAIS EU SABERIA QUEM HÁ DE
INFORMAR A ESSE LOUCO SEM PORQUÊ
EM QUE CANTO, EM QUE RUA NA CIDADE
EM QUE MUNDO ELE SOUBE TE PERDER?
AGORA QUE AS PALAVRAS SÃO NEFASTAS.
AGORA QUE MEU MUNDO JÁ PERDI
QUANTO MAIS ME APROXIMO, MAIS T'AFASTAS
MAIS SINTO A ANGÚSTIA MAIS CRUEL, SORRIR.
SE, QUANTO MAIS DE DOR, MEU PEITO, ABASTAS;
SUPLICO, POR FAVOR, O AMOR EM TI
MARCOS LOURES
PAISAGENS
Se as lúgubres paisagens descortino
E adentro com furor ou mesmo impávido
O gosto se mostrara bem mais ávido
Tomando sem pensar o meu destino.
O corpo lacerado e quase esquálido,
Restando o velho sonho de menino
E nele com certeza me ilumino
Por mais que o dia siga sempre pálido.
Equânime e sombria fantasia
Aguarda o meu final e se sacia
Nas artimanhas toscas que hoje enreda
E o pano se fechando no cenário,
O que pensara outrora temerário
Nem mesmo a paisagem torpe veda...
MARCOS LOURES
E adentro com furor ou mesmo impávido
O gosto se mostrara bem mais ávido
Tomando sem pensar o meu destino.
O corpo lacerado e quase esquálido,
Restando o velho sonho de menino
E nele com certeza me ilumino
Por mais que o dia siga sempre pálido.
Equânime e sombria fantasia
Aguarda o meu final e se sacia
Nas artimanhas toscas que hoje enreda
E o pano se fechando no cenário,
O que pensara outrora temerário
Nem mesmo a paisagem torpe veda...
MARCOS LOURES
FACETAS
Assumo estas facetas mais vulgares
E beijo o que se fez em luz sombria
Figura melancólica se erguia
Toando os seus acordes nos altares
E vejo recriados lupanares
Em meio a mais soturna fantasia
E dela o meu passado se recria
Atravessando em fúria tantos mares.
E o gosto de vingança ora se apura
A vida perpetua a mesma e escura
Estrada aonde um velho caminhante
Moldara o seu destino de andarilho
E quando sobre o pó ainda trilho
A morte se aproxima neste instante...
MARCOS LOURES
E beijo o que se fez em luz sombria
Figura melancólica se erguia
Toando os seus acordes nos altares
E vejo recriados lupanares
Em meio a mais soturna fantasia
E dela o meu passado se recria
Atravessando em fúria tantos mares.
E o gosto de vingança ora se apura
A vida perpetua a mesma e escura
Estrada aonde um velho caminhante
Moldara o seu destino de andarilho
E quando sobre o pó ainda trilho
A morte se aproxima neste instante...
MARCOS LOURES
UM NOVO DIA
Quisera perceber um novo dia
Aonde a fantasia desmorona
Uma alma mais ferina até ronrona
Enquanto cada garra mais afia.
E a sorte que conheço, tão bravia
Durante a tempestade vem à tona
Das estradas que traço já se adona
Fazendo do meu mundo, a montaria.
Por vezes imagino em turbulência
O que pensara outrora em convivência
E sei ser impossível entre dois
Que tanto se engalfinham e se cortam,
E quando as fantasias nos exortam,
Sabemos quão sombrio este depois...
MARCOS LOURES
Aonde a fantasia desmorona
Uma alma mais ferina até ronrona
Enquanto cada garra mais afia.
E a sorte que conheço, tão bravia
Durante a tempestade vem à tona
Das estradas que traço já se adona
Fazendo do meu mundo, a montaria.
Por vezes imagino em turbulência
O que pensara outrora em convivência
E sei ser impossível entre dois
Que tanto se engalfinham e se cortam,
E quando as fantasias nos exortam,
Sabemos quão sombrio este depois...
MARCOS LOURES
MORTALHA
MORTALHA
Mortalha que reciclo a cada verso
E nele me entranhando em sombra plena
Enquanto a fantasia ainda acena
Eu ando sem destino, vou disperso
Adentro esta ilusão seguindo imerso
Nem mesmo a poesia me serena
E quando a morte surge vaga e amena
Permito-me sonhar com o universo
Dicotomias tantas, luzes fartas
E delas sem querer, silente apartas
Os meus momentos sóbrios onde eu creio
Na libertária voz que me sacia
E dela reencontrando a fantasia
Embora prosseguisse em vão e alheio..
MARCOS LOURES
Mortalha que reciclo a cada verso
E nele me entranhando em sombra plena
Enquanto a fantasia ainda acena
Eu ando sem destino, vou disperso
Adentro esta ilusão seguindo imerso
Nem mesmo a poesia me serena
E quando a morte surge vaga e amena
Permito-me sonhar com o universo
Dicotomias tantas, luzes fartas
E delas sem querer, silente apartas
Os meus momentos sóbrios onde eu creio
Na libertária voz que me sacia
E dela reencontrando a fantasia
Embora prosseguisse em vão e alheio..
MARCOS LOURES
PRECIOSAS GEMAS
Cinzéis em preciosas gemas tramam
Arquétipos de jóias eternais
E quanto em minhas mãos vós derramais
Momentos mais audazes que reclamam
Aquém da realidade em se exclamam
Entranho velhos portos, ledos cais
E neles fantasias sensuais
Saudosas emoções por vezes clamam.
E sendo-vos leal não poderia
Ultrapassar sequer tal fantasia
Vivenciada em pranto, medo e dor,
Mas pálida figura se aproxima
Tornando mais pesado ainda o clima
Gerando tão somente um vil terror...
MARCOS LOURES
Arquétipos de jóias eternais
E quanto em minhas mãos vós derramais
Momentos mais audazes que reclamam
Aquém da realidade em se exclamam
Entranho velhos portos, ledos cais
E neles fantasias sensuais
Saudosas emoções por vezes clamam.
E sendo-vos leal não poderia
Ultrapassar sequer tal fantasia
Vivenciada em pranto, medo e dor,
Mas pálida figura se aproxima
Tornando mais pesado ainda o clima
Gerando tão somente um vil terror...
MARCOS LOURES
SUTIS IMAGENS
Sutis imagens voltam do passado
E trama incoerências onde um dia
O medo que deveras já se urdia
Seguindo da esperança o vão traçado.
E o peso se é menor compartilhado
Ainda mesmo assim em mim ardia
Deixando mais silente a poesia
Moldando o figurino amortalhado.
Tecesse desde então nova saída
E quanto mais atroz a despedida
Maior o meu temor, esteja certa.
E quase ser feliz já não me basta
A face da verdade agora gasta
Aos poucos meu caminho em vão deserta...
MARCOS LOURES
E trama incoerências onde um dia
O medo que deveras já se urdia
Seguindo da esperança o vão traçado.
E o peso se é menor compartilhado
Ainda mesmo assim em mim ardia
Deixando mais silente a poesia
Moldando o figurino amortalhado.
Tecesse desde então nova saída
E quanto mais atroz a despedida
Maior o meu temor, esteja certa.
E quase ser feliz já não me basta
A face da verdade agora gasta
Aos poucos meu caminho em vão deserta...
MARCOS LOURES
MARAVILHA
Tracejo uma sobeja maravilha
Envolta nos mistérios do desejo,
E quanto mais deveras eu protejo
A estrela com certeza nunca brilha.
E assim tanta tristeza se moldara
No vago de uma vida sem sentido,
O tempo muitas vezes soerguido
Produz imensa chaga, vil escara.
E teimo em prosseguir contra a maré
Sabendo que depois só terei resto
E quanto mais mordaz, torpe e funesto
Mais firmemente sinto tais galés
E delas não consigo me livrar,
E a morte se aproxima, devagar...
MARCOS LOURES
Envolta nos mistérios do desejo,
E quanto mais deveras eu protejo
A estrela com certeza nunca brilha.
E assim tanta tristeza se moldara
No vago de uma vida sem sentido,
O tempo muitas vezes soerguido
Produz imensa chaga, vil escara.
E teimo em prosseguir contra a maré
Sabendo que depois só terei resto
E quanto mais mordaz, torpe e funesto
Mais firmemente sinto tais galés
E delas não consigo me livrar,
E a morte se aproxima, devagar...
MARCOS LOURES
LICOR
Percebo tão sutis quanto inexatos
Caminhos que me levem ao teu braço
E quando nova rota ainda traço
Os dias se perdendo em tolos fatos.
Postergo os meus anseios, sinto ingratos
Momentos em que sigo cada passo
Levando à incerteza de um espaço
Torturas permitindo tais contratos.
Assisto ao meu final de camarote
E quando a realidade dita o mote
Profiro meu poema feito em dor
E sinto ser possível ter na mão
Além de se mostrar a exatidão
Pudesse destilar o bom licor...
MARCOS LOURES
Caminhos que me levem ao teu braço
E quando nova rota ainda traço
Os dias se perdendo em tolos fatos.
Postergo os meus anseios, sinto ingratos
Momentos em que sigo cada passo
Levando à incerteza de um espaço
Torturas permitindo tais contratos.
Assisto ao meu final de camarote
E quando a realidade dita o mote
Profiro meu poema feito em dor
E sinto ser possível ter na mão
Além de se mostrar a exatidão
Pudesse destilar o bom licor...
MARCOS LOURES
SIGO
Se resignadamente sigo agora
Depositando em lágrimas o quanto
Encontro a cada canto em desencanto
Certeza do não ser já me apavora.
O bêbado que pária em mim se aflora
Devora cada parte e traz no pranto
A súbita impressão de um vil quebranto
O monstro que assim gero não demora
E torna as minhas garras afiadas
Vasculha deste inferno tais entradas
E grava a ferro e fogo dentro em mim
Temáticas diversas, sonho e morte
E enquanto esta pantera eu não aborte
O corte me levando a espúrio fim...
MARCOS LOURES
Depositando em lágrimas o quanto
Encontro a cada canto em desencanto
Certeza do não ser já me apavora.
O bêbado que pária em mim se aflora
Devora cada parte e traz no pranto
A súbita impressão de um vil quebranto
O monstro que assim gero não demora
E torna as minhas garras afiadas
Vasculha deste inferno tais entradas
E grava a ferro e fogo dentro em mim
Temáticas diversas, sonho e morte
E enquanto esta pantera eu não aborte
O corte me levando a espúrio fim...
MARCOS LOURES
BRADOS
Brados entre brandas madrugadas
Estúpidos gemidos de um fadado
A ter dentro de si sempre o passado
E as horas em penúria decifradas
Escracho caminheiro em vãs estradas
E nelas o meu corpo lacerado
Espalha o cheiro podre e adocicado
Carcaças decompostas, malfadadas.
Satânicas orgias, noite espúria
Nos olhos deste ser a farta incúria
Expressa o nada ter que me incendeia
E a lua em plenilúnio debochada
Transforma em pesadelo a torpe estada
Brumosa criatura segue alheia...
MARCOS LOURES
Estúpidos gemidos de um fadado
A ter dentro de si sempre o passado
E as horas em penúria decifradas
Escracho caminheiro em vãs estradas
E nelas o meu corpo lacerado
Espalha o cheiro podre e adocicado
Carcaças decompostas, malfadadas.
Satânicas orgias, noite espúria
Nos olhos deste ser a farta incúria
Expressa o nada ter que me incendeia
E a lua em plenilúnio debochada
Transforma em pesadelo a torpe estada
Brumosa criatura segue alheia...
MARCOS LOURES
DEVORANDO
Na transubstanciada dor presente
Aufiro os meus estranhos caminhares
E se fores astuta ao me notares
Verás o que deveras se pressente
No olhar deste fantasma qual demente
Ansiosa previsão em vagas, mares
Mudando em tempestades mansos ares
E neles permaneço incoerente
Evoco os meus demônios e prossigo
A cada nova espreita um inimigo
Vestindo este fantoche que sou eu
Mortalhas que ora visto visam ter
Após a fúria imensa algum prazer
Devorando o que em mim já se perdeu...
MARCOS LOURES
Aufiro os meus estranhos caminhares
E se fores astuta ao me notares
Verás o que deveras se pressente
No olhar deste fantasma qual demente
Ansiosa previsão em vagas, mares
Mudando em tempestades mansos ares
E neles permaneço incoerente
Evoco os meus demônios e prossigo
A cada nova espreita um inimigo
Vestindo este fantoche que sou eu
Mortalhas que ora visto visam ter
Após a fúria imensa algum prazer
Devorando o que em mim já se perdeu...
MARCOS LOURES
SOMBRIA VOZ
Reboa dentro em mim sombria voz
Danando o meu destino em vagas luzes
Aonde se pensaram flores, urzes
E a própria juventude é meu algoz.
O olhar entediado e quase atroz
Medonhas criaturas reproduzes
E tantas vezes vejo as mesmas cruzes
E nelas ansiedade estreita os nós.
Das díspares noções ações diversas
Imersas emoções ditam quimeras
E quanto mais assim te desesperas
As palidezes tantas vão dispersas
Universalizando o sofrimento
Não tendo noutro tento mais alento...
MARCOS LOURES
Danando o meu destino em vagas luzes
Aonde se pensaram flores, urzes
E a própria juventude é meu algoz.
O olhar entediado e quase atroz
Medonhas criaturas reproduzes
E tantas vezes vejo as mesmas cruzes
E nelas ansiedade estreita os nós.
Das díspares noções ações diversas
Imersas emoções ditam quimeras
E quanto mais assim te desesperas
As palidezes tantas vão dispersas
Universalizando o sofrimento
Não tendo noutro tento mais alento...
MARCOS LOURES
CORTE E SÂNDALO
Moléculas diversas me compondo
E delas podridão já se percebe
A vida se perdendo desta sebe
E mesmo que respire decompondo
O que restou de mim agora expondo
Em caricata face que percebe
Do avinagrado sonho que ora bebe
Putrefato caminho em vão repondo.
Descrevo os meus demônios com palavras
Que sorrateiramente ainda lavras
Usando larvas, moscas, vermes, vândalos.
Eviscerada imagem marginal
Mudando o tão profícuo ritual
Negando essencialmente corte e sândalo...
MARCOS LOURES
E delas podridão já se percebe
A vida se perdendo desta sebe
E mesmo que respire decompondo
O que restou de mim agora expondo
Em caricata face que percebe
Do avinagrado sonho que ora bebe
Putrefato caminho em vão repondo.
Descrevo os meus demônios com palavras
Que sorrateiramente ainda lavras
Usando larvas, moscas, vermes, vândalos.
Eviscerada imagem marginal
Mudando o tão profícuo ritual
Negando essencialmente corte e sândalo...
MARCOS LOURES
NATURA
Natura se recria em minha vida
Esgotando a terrível mocidade
Enquanto bebo agora a insanidade
Percebo a minha força em despedida
A cada passo a sorte sendo urdida
Vencido pela incúria que me invade
Degrado-me em temível falsidade
Falências que carrego em voz perdida.
Agarro-me aos escombros, vãos destroços
E neles recompostas ilusões
Enquanto reproduzem aversões
Expondo apodrecidos, frágeis ossos
Na carcomida imagem me retrato
Um ser medonho e tênue quase abstrato...
MARCOS LOURES
Esgotando a terrível mocidade
Enquanto bebo agora a insanidade
Percebo a minha força em despedida
A cada passo a sorte sendo urdida
Vencido pela incúria que me invade
Degrado-me em temível falsidade
Falências que carrego em voz perdida.
Agarro-me aos escombros, vãos destroços
E neles recompostas ilusões
Enquanto reproduzem aversões
Expondo apodrecidos, frágeis ossos
Na carcomida imagem me retrato
Um ser medonho e tênue quase abstrato...
MARCOS LOURES
FÁTUO
Um feto que tão fátuo fui fugaz
Das fráguas frequentara farsas fartas
Fuligem, farpa féretro e me enfartas
Com falsas e falazes, fútil paz
Feneço num falsete ou tanto faz
Se enfados ou fagulhas já descartas
Assisto à derrocada enquanto partas
E atento ao tempo tramo e entranho o antraz.
Noite aterrorizante antes do intento
E quando um brando andor ainda invento
Aceito teus conselhos velhos vãos
Espelho dentro da alma alça o vazio
E quando a vaga eu venço ou desafio
Desfio a fantasia em novos grãos...
MARCOS LOURES
Das fráguas frequentara farsas fartas
Fuligem, farpa féretro e me enfartas
Com falsas e falazes, fútil paz
Feneço num falsete ou tanto faz
Se enfados ou fagulhas já descartas
Assisto à derrocada enquanto partas
E atento ao tempo tramo e entranho o antraz.
Noite aterrorizante antes do intento
E quando um brando andor ainda invento
Aceito teus conselhos velhos vãos
Espelho dentro da alma alça o vazio
E quando a vaga eu venço ou desafio
Desfio a fantasia em novos grãos...
MARCOS LOURES
A MENTE
Sistematicamente a mente, mente
Ou omite emitindo falsos guizos
Em vandalismos cismo se imprecisos
Vários versos versando insanamente
E quando tanto ou mais sigo descrente
Atento aos violentos Paraísos
Em virulências feitas ânsias sisos
Conciso ou preciso se envolvente
Venéreas maravilhas vencem sismos
Em viscerais vitórias cataclismos
Abismos, precipícios ócios, vícios
E pendulares âncoras do tempo
Estampam no meu peito o contratempo
Volvendo aos versos frágeis: meus inícios...
MARCOS LOURES
Ou omite emitindo falsos guizos
Em vandalismos cismo se imprecisos
Vários versos versando insanamente
E quando tanto ou mais sigo descrente
Atento aos violentos Paraísos
Em virulências feitas ânsias sisos
Conciso ou preciso se envolvente
Venéreas maravilhas vencem sismos
Em viscerais vitórias cataclismos
Abismos, precipícios ócios, vícios
E pendulares âncoras do tempo
Estampam no meu peito o contratempo
Volvendo aos versos frágeis: meus inícios...
MARCOS LOURES
REGALOS
Regalos de uma lúgubre bacante
Enlanguescidamente dita normas
E quanto mais voraz tu me deformas
E tomas minha vida a cada instante
Aonde se pensara deslumbrante
Demônio em que decerto te transformas
E quando do teu âmago me informas
És serpe disfarçada em diamante.
Imagem tão sutil, paradisíaca
Hedônica figura que é satânica
Paralisia causas, pois tetânica
Vulcânica explosão que, demoníaca
Vendendo uma emoção quase que orgástica,
Depois se gargalhando vil sarcástica...
MARCOS LOURES
Enlanguescidamente dita normas
E quanto mais voraz tu me deformas
E tomas minha vida a cada instante
Aonde se pensara deslumbrante
Demônio em que decerto te transformas
E quando do teu âmago me informas
És serpe disfarçada em diamante.
Imagem tão sutil, paradisíaca
Hedônica figura que é satânica
Paralisia causas, pois tetânica
Vulcânica explosão que, demoníaca
Vendendo uma emoção quase que orgástica,
Depois se gargalhando vil sarcástica...
MARCOS LOURES
REVÉIS
Revéis já transmudando os meus anseios
Esgoto vãs audácias, passos firmes
E quanto mais deveras reafirmes
Rebeldes caminhares ditam veios
Diversos dos meus vagos vãos rodeios
E neles mesmo quando tu me afirmes
E traces novas bases em que firmes
Os passos se perdendo em devaneios
Revelo-me volúvel, mas velado
As vastidões vasculho e em meu passado
Ventanilhas abertas não mais vejo
Vogara entre naufrágios e procelas
Borrascas entre farsas me revelas
E as velas enfronhando tempestades
À custa do viver incêndio e rosas
Esvaio-me em volúpias vaporosas
Enquanto em tanto encanto tu me invades...
MARCOS LOURES
Esgoto vãs audácias, passos firmes
E quanto mais deveras reafirmes
Rebeldes caminhares ditam veios
Diversos dos meus vagos vãos rodeios
E neles mesmo quando tu me afirmes
E traces novas bases em que firmes
Os passos se perdendo em devaneios
Revelo-me volúvel, mas velado
As vastidões vasculho e em meu passado
Ventanilhas abertas não mais vejo
Vogara entre naufrágios e procelas
Borrascas entre farsas me revelas
E as velas enfronhando tempestades
À custa do viver incêndio e rosas
Esvaio-me em volúpias vaporosas
Enquanto em tanto encanto tu me invades...
MARCOS LOURES
CADA FARSA
Broqueio cada farsa em falsa espera
Fenestrando deveras teus engodos
E neles transpassando vários lodos
Com os quais a vida degenera
E beijo a boca espúria desta fera
Prazeres enfronhados; quero todos
Nublando brandos bandos, antros godos,
Apenas pênsil pêndulo me espera
E contumazes erros cometidos
Gerados pela insânia das libidos
O olvido não repõe partos erráticos
Nem sátiros caminhos percorridos
Serão de qualquer forma, pois, ungidos
Tampouco os meus enganos sistemáticos...
MARCOS LOURES
Fenestrando deveras teus engodos
E neles transpassando vários lodos
Com os quais a vida degenera
E beijo a boca espúria desta fera
Prazeres enfronhados; quero todos
Nublando brandos bandos, antros godos,
Apenas pênsil pêndulo me espera
E contumazes erros cometidos
Gerados pela insânia das libidos
O olvido não repõe partos erráticos
Nem sátiros caminhos percorridos
Serão de qualquer forma, pois, ungidos
Tampouco os meus enganos sistemáticos...
MARCOS LOURES
MEUS DEMÔNIOS
Exorto os meus demônios e exorcizo
Os erros dos medonhos ecos trago
E cada vez venal o velho estrado
Aonde ondeio em dias, impreciso.
Descrédito de um édito sem siso
Proclamo enquanto tramo algum afago
Qual fora algum efebo ingênuo drago
Amores entre cores que matizo.
Esquemas ditam temas entre algemas
Das gemas preciosas que lapido
Furor extasiante da libido
Do pleito insatisfeito faço emblemas
Pulsares e quasares siderais
Em vossas vozes vibram vendavais...
MARCOS LOURES
Os erros dos medonhos ecos trago
E cada vez venal o velho estrado
Aonde ondeio em dias, impreciso.
Descrédito de um édito sem siso
Proclamo enquanto tramo algum afago
Qual fora algum efebo ingênuo drago
Amores entre cores que matizo.
Esquemas ditam temas entre algemas
Das gemas preciosas que lapido
Furor extasiante da libido
Do pleito insatisfeito faço emblemas
Pulsares e quasares siderais
Em vossas vozes vibram vendavais...
MARCOS LOURES
ÊXTASE
Num êxtase sem luxo e sem estase
Uma explosão sidérea em luz profana
Da qual eclode sonho e voz se emana
Fogoso gozo aonde o gosto apraze
Equânime loucura, escusa base
Avinagrada sorte desengana
Sagrada madrugada ora se empana
E os pântanos diversos versam fase
Acídula vergasta em gesto bruto
Um títere que, lúgubre, reluto
Astuto vendaval verte delírios
E deles círios negam azinhavres
Por mais que na verdade desagraves
Agravam-se deveras meus martírios...
MARCOS LOURES
Uma explosão sidérea em luz profana
Da qual eclode sonho e voz se emana
Fogoso gozo aonde o gosto apraze
Equânime loucura, escusa base
Avinagrada sorte desengana
Sagrada madrugada ora se empana
E os pântanos diversos versam fase
Acídula vergasta em gesto bruto
Um títere que, lúgubre, reluto
Astuto vendaval verte delírios
E deles círios negam azinhavres
Por mais que na verdade desagraves
Agravam-se deveras meus martírios...
MARCOS LOURES
DIVERSOS
Burburinhos diversos versos versam
Versões de outros verões que não veria
Quem veste vergastada fantasia
Enquanto cantos, contos, desconversam.
Seguindo sem adendo se dispersam
Os passos em espaços, traço guia
E faço se disfarço em agonia
Submersos abissais que em ti conversam.
E arrastando os demônios que converges
Traçando os dias tétricos que imerges
Num âmago insensato atos entranhas
Díspares destes ímpares começos
E as messes que prometes são tropeços
Do avesso tuas vestes vãs e estranhas.
MARCOS LOURES
Versões de outros verões que não veria
Quem veste vergastada fantasia
Enquanto cantos, contos, desconversam.
Seguindo sem adendo se dispersam
Os passos em espaços, traço guia
E faço se disfarço em agonia
Submersos abissais que em ti conversam.
E arrastando os demônios que converges
Traçando os dias tétricos que imerges
Num âmago insensato atos entranhas
Díspares destes ímpares começos
E as messes que prometes são tropeços
Do avesso tuas vestes vãs e estranhas.
MARCOS LOURES
REBELIÕES
Rebeliões; empilhas aos milhões
Humilhas com teus risos vãos, sardônicos
Gerando bandos tantos desarmônicos
Tetânica e apoplética me expões
Esplêndidas belezas, turbilhões
Que tramas entre algemas e histriônicos
Caminhos muitas vezes vis e hedônicos
Voláteis astros e anjos; decompões.
Careço de cadências confiáveis
Padeço das demências mais palpáveis
E nelas são aráveis solos meus,
Angustiadamente a mente enriste
Um ar que, secular e ancestral triste
Prepara a amara morte em vago adeus...
MARCOS LOURES
Humilhas com teus risos vãos, sardônicos
Gerando bandos tantos desarmônicos
Tetânica e apoplética me expões
Esplêndidas belezas, turbilhões
Que tramas entre algemas e histriônicos
Caminhos muitas vezes vis e hedônicos
Voláteis astros e anjos; decompões.
Careço de cadências confiáveis
Padeço das demências mais palpáveis
E nelas são aráveis solos meus,
Angustiadamente a mente enriste
Um ar que, secular e ancestral triste
Prepara a amara morte em vago adeus...
MARCOS LOURES
NOITE IMENSA
Vagando em noite imensa, penso e crio
Em solilóquio vão venço ou me perco
E as dores entranhando fecham cerco
Acerco-me deveras do vazio.
E o vento vergastando em vasto frio
Do sonho mais bisonho adubo e esterco
E quando de algum terço ou reza acerco
Invernal e abismal granizo estio
Mudando a direção de vento e sombra
A sórdida impressão de novo assombra
Mundana fantasia estribo e açoite
Sem ter quem tentaria trazer luz
O vendaval revolta e me conduz
Traçando em treva e neve o meu pernoite.
MARCOS LOURES
Em solilóquio vão venço ou me perco
E as dores entranhando fecham cerco
Acerco-me deveras do vazio.
E o vento vergastando em vasto frio
Do sonho mais bisonho adubo e esterco
E quando de algum terço ou reza acerco
Invernal e abismal granizo estio
Mudando a direção de vento e sombra
A sórdida impressão de novo assombra
Mundana fantasia estribo e açoite
Sem ter quem tentaria trazer luz
O vendaval revolta e me conduz
Traçando em treva e neve o meu pernoite.
MARCOS LOURES
SENDAS FALSAS
Exóticos caminhos, sendas falsas
Florescendo os abrolhos mais temíveis
Refolham-se ilusões em vãos terríveis
E as almas geram traumas, pois descalças
Em espinheiros fartos, cortes alças
Das balsas e dos botes implausíveis
Erráticos desníveis previsíveis
Em insensíveis trevas tu realças
Aonde há cibernético futuro
O passo descompassa e traz o escuro
Negando o resplendor pleno e temático.
Moldando assim enfim caleidoscópios
Porém não resistindo aos microscópios
O teu virulento ar, tão sorumbático
MARCOS LOURES
Florescendo os abrolhos mais temíveis
Refolham-se ilusões em vãos terríveis
E as almas geram traumas, pois descalças
Em espinheiros fartos, cortes alças
Das balsas e dos botes implausíveis
Erráticos desníveis previsíveis
Em insensíveis trevas tu realças
Aonde há cibernético futuro
O passo descompassa e traz o escuro
Negando o resplendor pleno e temático.
Moldando assim enfim caleidoscópios
Porém não resistindo aos microscópios
O teu virulento ar, tão sorumbático
MARCOS LOURES
MARTÍRIOS
Martírios entre tiros, pedras, balas
E tramas das entranhas teus enredos
Segregas com vigor, falhas e medos
E quanto mais eu peço mais te calas.
As bases do meu mundo quando abalas
Deixando rastros falsos, passos ledos
São lassos os meus dias e em degredos
Transcrevo estes segredos noutras falas.
Falaz hipocrisia cria quem
Sabendo que o desvelo me contém
Aquém do que podia sendo amiga
Vencer a ventania mais freqüente,
Mas quando mais preciso que apascente
Tempesta que geraste desabriga.
MARCOS LOURES
E tramas das entranhas teus enredos
Segregas com vigor, falhas e medos
E quanto mais eu peço mais te calas.
As bases do meu mundo quando abalas
Deixando rastros falsos, passos ledos
São lassos os meus dias e em degredos
Transcrevo estes segredos noutras falas.
Falaz hipocrisia cria quem
Sabendo que o desvelo me contém
Aquém do que podia sendo amiga
Vencer a ventania mais freqüente,
Mas quando mais preciso que apascente
Tempesta que geraste desabriga.
MARCOS LOURES
LÚGUBRE
Na lúgubre figura asseguraste
O peso de uma obesa fantasia
E dela quando em pântanos desfia
Caminho para o sórdido desgaste
Ultraje que geraste como um traste
Que vaga pela insólita agonia
Assoberbadamente em utopia
A senda sendo sóbria; renegaste.
Mortalha onde queria paz equânime
Teu ódio contra ti em voz unânime
Permite um triste algoz que ora porfias
E nele te retratas muito bem
Fazendo o que deveras te convém
Como se fossem t’as fotografias.
MARCOS LOURES
O peso de uma obesa fantasia
E dela quando em pântanos desfia
Caminho para o sórdido desgaste
Ultraje que geraste como um traste
Que vaga pela insólita agonia
Assoberbadamente em utopia
A senda sendo sóbria; renegaste.
Mortalha onde queria paz equânime
Teu ódio contra ti em voz unânime
Permite um triste algoz que ora porfias
E nele te retratas muito bem
Fazendo o que deveras te convém
Como se fossem t’as fotografias.
MARCOS LOURES
RECATOS
Recatos entre os medos mais vulgares
Expressam o temor do amor que fere
Ainda que o prazer domine e impere
Estendo esta beleza em meus olhares.
Senzalas, salas, medos, deles pares
E quando o sonho morte regenere
Meu mundo neste mundo já se insere
Quereres redundando dos sonhares...
Antúrio enlanguescente, tinhorões
Venenos maviosos que me expões
Nas ansiosas noites mais veladas.
Das liras bardos fazem melodias
E vendo, temerosa, que tremias
Luxúrias em recatos declaradas...
MARCOS LOURES
Expressam o temor do amor que fere
Ainda que o prazer domine e impere
Estendo esta beleza em meus olhares.
Senzalas, salas, medos, deles pares
E quando o sonho morte regenere
Meu mundo neste mundo já se insere
Quereres redundando dos sonhares...
Antúrio enlanguescente, tinhorões
Venenos maviosos que me expões
Nas ansiosas noites mais veladas.
Das liras bardos fazem melodias
E vendo, temerosa, que tremias
Luxúrias em recatos declaradas...
MARCOS LOURES
ALINHO-ME
Alinho-me aos anseios que me trazes
E neles me perdendo vez em quando
Porquanto se mostrasse em contrabando
O olhar auspicioso engenha pazes.
Patéticos momentos, toscas bases
E o todo num pedaço se mostrando
Na visceral certeza trucidando
Prendendo-me em algemas e tenazes.
Vencesse calmamente outras manhãs,
Mas herdo prematuras, estas cãs
Que tanto agrisalharam a esperança
Numa irascível sombra de nós dois
O agora se perfila sem depois
Enquanto martiriza, sempre avança...
MARCOS LOURES
E neles me perdendo vez em quando
Porquanto se mostrasse em contrabando
O olhar auspicioso engenha pazes.
Patéticos momentos, toscas bases
E o todo num pedaço se mostrando
Na visceral certeza trucidando
Prendendo-me em algemas e tenazes.
Vencesse calmamente outras manhãs,
Mas herdo prematuras, estas cãs
Que tanto agrisalharam a esperança
Numa irascível sombra de nós dois
O agora se perfila sem depois
Enquanto martiriza, sempre avança...
MARCOS LOURES
CAMINHOS
Quebrantados caminhos se perdendo
Em meio aos costumeiros vendavais
E neles percebendo ao longe um cais
Quem sabe meu final seja estupendo?
Em vossas mãos a fúria se vertendo
E quando meus desejos sonegais
Aonde quis agora é nunca mais.
E o sonho em pesadelo está morrendo.
Ingratidão selando o que deveras
Já fora no passado mais sadio
O tempo sem limites desafio
E nele sei que o todo degeneras
Deixando como herança esta mortalha
E a faca que mais fundo corta e talha.
MARCOS LOURES
Em meio aos costumeiros vendavais
E neles percebendo ao longe um cais
Quem sabe meu final seja estupendo?
Em vossas mãos a fúria se vertendo
E quando meus desejos sonegais
Aonde quis agora é nunca mais.
E o sonho em pesadelo está morrendo.
Ingratidão selando o que deveras
Já fora no passado mais sadio
O tempo sem limites desafio
E nele sei que o todo degeneras
Deixando como herança esta mortalha
E a faca que mais fundo corta e talha.
MARCOS LOURES
LÂNGUIDA
Na lânguida expressão quase que irônica
Deitada calmamente sobre alfombras
Deixando em minhas ânsias fartas sombras
Nefasta maravilha serpe hedônica
Resumes minha vida em histriônica
Mortalha sobre a qual ainda assombras
Submetes meu olhar quando me alfombras
Com teu delírio atroz em voz harmônica
Numa expressão diversa da que outrora
A vida se mostrara e em paz decora
Perfil de um caminheiro envelhecido
Produzes maremoto em calmaria
Martirizado enredo que te guia
Numa explosão sobeja da libido...
MARCOS LOURES
Deitada calmamente sobre alfombras
Deixando em minhas ânsias fartas sombras
Nefasta maravilha serpe hedônica
Resumes minha vida em histriônica
Mortalha sobre a qual ainda assombras
Submetes meu olhar quando me alfombras
Com teu delírio atroz em voz harmônica
Numa expressão diversa da que outrora
A vida se mostrara e em paz decora
Perfil de um caminheiro envelhecido
Produzes maremoto em calmaria
Martirizado enredo que te guia
Numa explosão sobeja da libido...
MARCOS LOURES
REVELO-ME
Revelo-me em revólver e engatilho
Pensando no final mais condizente,
Sem ter sequer um porto que apascente
Seguindo este esperado e torpe trilho.
Aonde houvera outrora um andarilho
Agora se percebe em ar demente
Um ser que desta vida vai descrente
Cansado de escutar mesmo estribilho.
Audácia não se faz em suicídio
A vida se transforma num dissídio
E deste caminhar eu já me aparto
Depois de tantos dias e inseguro
Na ponta do revólver asseguro
A solução de um mundo vago e farto.
MARCOS LOURES
Pensando no final mais condizente,
Sem ter sequer um porto que apascente
Seguindo este esperado e torpe trilho.
Aonde houvera outrora um andarilho
Agora se percebe em ar demente
Um ser que desta vida vai descrente
Cansado de escutar mesmo estribilho.
Audácia não se faz em suicídio
A vida se transforma num dissídio
E deste caminhar eu já me aparto
Depois de tantos dias e inseguro
Na ponta do revólver asseguro
A solução de um mundo vago e farto.
MARCOS LOURES
INEXATAS
São inexatas formas as que trago
E trafegando em ruas mais diversas
Quando deveras vês e desconversas
Percebo como fosse algum afago
O gosto desta insânia quase mago
Nas horas que nos sonhos vão imersas
Imagens desenhadas e dispersas
Versando sobre o nada, não apago.
Acendo outro cigarro e fumo além
Do que em verdade posso ou me convém,
Porém a morte traz esta saída
Que tanto procurara e não sabendo
Na angústia meu legado e dividendo
Uma esperança? Segue ao ar, perdida...
MARCOS LOURES
E trafegando em ruas mais diversas
Quando deveras vês e desconversas
Percebo como fosse algum afago
O gosto desta insânia quase mago
Nas horas que nos sonhos vão imersas
Imagens desenhadas e dispersas
Versando sobre o nada, não apago.
Acendo outro cigarro e fumo além
Do que em verdade posso ou me convém,
Porém a morte traz esta saída
Que tanto procurara e não sabendo
Na angústia meu legado e dividendo
Uma esperança? Segue ao ar, perdida...
MARCOS LOURES
DISSONANTES
Entoas entre tons mais dissonantes
Momentos variáveis e ferinos
Atando aos nossos pés tais desatinos
Perpetuando luzes deslumbrantes
Bem querência; tomaste em vãos instantes
Dobrando com furor último sino
E quando em brando vento me alucino
Destróis inlapidado diamante.
Embrutecida acidas nossa vida
E trazes em mil fases, despedida
Acidulando agora o que restara.
E a cândida ilusão se torna fútil,
O passo em contrabando segue inútil
O tempo em voz velada se dispara...
MARCOS LOURES
Momentos variáveis e ferinos
Atando aos nossos pés tais desatinos
Perpetuando luzes deslumbrantes
Bem querência; tomaste em vãos instantes
Dobrando com furor último sino
E quando em brando vento me alucino
Destróis inlapidado diamante.
Embrutecida acidas nossa vida
E trazes em mil fases, despedida
Acidulando agora o que restara.
E a cândida ilusão se torna fútil,
O passo em contrabando segue inútil
O tempo em voz velada se dispara...
MARCOS LOURES
GRINALDAS
Grinaldas desfraldadas pela lua
No vértice de um céu em pratas feito,
Audaciosamente insatisfeito
O pleito mais distante, atroz, flutua
O sonho que ora enfronho e ledo atua
Enquanto em quarto escuro e frio deito,
A claridade invade e me deleito
Imagem qual miragem bela e nua.
Ondulo entre o não ser e o ser além
E quanto encanto o canto ainda tem
Que possa confessar em versos lúdicos,
Momentos entre tantos temporais
E quando em brando vento mergulhais
Em vosso olhar luares quase lúbricos...
MARCOS LOURES
No vértice de um céu em pratas feito,
Audaciosamente insatisfeito
O pleito mais distante, atroz, flutua
O sonho que ora enfronho e ledo atua
Enquanto em quarto escuro e frio deito,
A claridade invade e me deleito
Imagem qual miragem bela e nua.
Ondulo entre o não ser e o ser além
E quanto encanto o canto ainda tem
Que possa confessar em versos lúdicos,
Momentos entre tantos temporais
E quando em brando vento mergulhais
Em vosso olhar luares quase lúbricos...
MARCOS LOURES
VÉUS BRANCOS
Véus brancos em venéreas maravilhas
As aves em seus voos vão levando
Ao vento o tempo atento em raro bando
Enquanto mais atenta em luzes trilhas.
Ancoras em corais, sobejas ilhas
Expressam recomeço imerso quando
Aos poucos furnas, urnas desnudando
Mudando a direção conforme brilhas.
Exalas o perfume e me iluminas
Num lume extasiante e tão fugaz,
Lascívia perpetrada em loucas minas
Esguia silhueta se desnuda
Delírio que em martírio satisfaz
Cenário em tom tão vário se transmuda...
MARCOS LOURES
As aves em seus voos vão levando
Ao vento o tempo atento em raro bando
Enquanto mais atenta em luzes trilhas.
Ancoras em corais, sobejas ilhas
Expressam recomeço imerso quando
Aos poucos furnas, urnas desnudando
Mudando a direção conforme brilhas.
Exalas o perfume e me iluminas
Num lume extasiante e tão fugaz,
Lascívia perpetrada em loucas minas
Esguia silhueta se desnuda
Delírio que em martírio satisfaz
Cenário em tom tão vário se transmuda...
MARCOS LOURES
LÚBRICOS
Venusianos montes versam gozos
Impudicos caminhos entranhados
E neles ânsias feitas em pecados,
Mordazes, mas audazes, maviosos.
Em lúbricos detalhes prazerosos
Olores tão diversos desenhados
Sidérea fantasia em nossos Fados
Volúveis, mas sutis, voluptuosos...
Alvíssima manhã das cãs distante
Imensidade em raio deslumbrante
Partícipes de insânias venturosas
E nelas entre luzes mais profanas,
Deliciosamente tu me explanas
Delírios no momento em que mais gozas...
MARCOS LOURES
Impudicos caminhos entranhados
E neles ânsias feitas em pecados,
Mordazes, mas audazes, maviosos.
Em lúbricos detalhes prazerosos
Olores tão diversos desenhados
Sidérea fantasia em nossos Fados
Volúveis, mas sutis, voluptuosos...
Alvíssima manhã das cãs distante
Imensidade em raio deslumbrante
Partícipes de insânias venturosas
E nelas entre luzes mais profanas,
Deliciosamente tu me explanas
Delírios no momento em que mais gozas...
MARCOS LOURES
ANSEIOS
São purificadores os anseios
Que tanto encanto trazem e me tomam,
Poéticas loucuras já nos domam
Com sôfregos delírios, belos seios.
E adentro os teus caminhos sei dos veios
Dois corpos quando em fúria ora se somam
Harmônicos prazeres nos assomam
Tentáculos divinos nos enlaçam
E as trevas bem distante quando passam
Realçam o teu brilho inusitado,
Em abordagem lúbrica um corsário
Tomando de teu corpo este estuário
Luxurioso templo emoldurado...
MARCOS LOURES
Que tanto encanto trazem e me tomam,
Poéticas loucuras já nos domam
Com sôfregos delírios, belos seios.
E adentro os teus caminhos sei dos veios
Dois corpos quando em fúria ora se somam
Harmônicos prazeres nos assomam
Tentáculos divinos nos enlaçam
E as trevas bem distante quando passam
Realçam o teu brilho inusitado,
Em abordagem lúbrica um corsário
Tomando de teu corpo este estuário
Luxurioso templo emoldurado...
MARCOS LOURES
MINHA ROTA
Carnais delírios tomam minha rota
E entranham delicadas maravilhas
Aonde com furor as armadilhas
Permitem a delícia em bancarrota.
Minha alma neste instante sente e nota
Diversas emoções aonde trilhas
Molduras tão sublimes formas, brilhas,
E o sonho tal beleza em luz adota.
Arranco do passado a dor venal
Aflora-se o desejo em sol e sal
Mareias com teu corpo em água clara.
Excelsos os caminhos percorridos
E os sândalos que exalas, percebidos
Nos gozos em que a fúria se declara...
MARCOS LOURES
E entranham delicadas maravilhas
Aonde com furor as armadilhas
Permitem a delícia em bancarrota.
Minha alma neste instante sente e nota
Diversas emoções aonde trilhas
Molduras tão sublimes formas, brilhas,
E o sonho tal beleza em luz adota.
Arranco do passado a dor venal
Aflora-se o desejo em sol e sal
Mareias com teu corpo em água clara.
Excelsos os caminhos percorridos
E os sândalos que exalas, percebidos
Nos gozos em que a fúria se declara...
MARCOS LOURES
ALVAS FORMAS
Florescem alvas formas nos meus olhos
E delas encetando meus delírios
Crisântemos, verbenas, dálias, lírios
Prazeres reconheço e colho aos molhos.
Por mais que tantas vezes acidula
A vida não se perde em poucas luzes,
Arranco do canteiro torpes urzes,
Mergulho no teu corpo, em fúria e gula
E teimo em descumprir qualquer tratado,
Fronteiras não conheço nem limites,
E quando em minhas mãos, mais te permite
O sonho se desenha desvendado.
E esplêndidas manhãs anunciadas
Em luzes mais profanas consagradas...
MARCOS LOURES
E delas encetando meus delírios
Crisântemos, verbenas, dálias, lírios
Prazeres reconheço e colho aos molhos.
Por mais que tantas vezes acidula
A vida não se perde em poucas luzes,
Arranco do canteiro torpes urzes,
Mergulho no teu corpo, em fúria e gula
E teimo em descumprir qualquer tratado,
Fronteiras não conheço nem limites,
E quando em minhas mãos, mais te permite
O sonho se desenha desvendado.
E esplêndidas manhãs anunciadas
Em luzes mais profanas consagradas...
MARCOS LOURES
MOMENTOS
Astênicos momentos desfraldados
Antrazes entre lutas e batalhas,
Nas ânsias mais profundas, as navalhas
E os cortes tão terríveis, lacerados.
Evisceram caminhos entranhados
Ancoram quando ausente tu mais falhas
No peito o falso gozo de medalhas
Ascendem aos inúteis vãos recados,
Terríveis ventanias, porto além
E quando se percebe nada vem
Nem mesmo este prazer em que sacias
Na terebrante e insólita facada
A mesma sensação do eterno nada
E as mãos que tu me deste estão vazias...
MARCOS LOURES
Antrazes entre lutas e batalhas,
Nas ânsias mais profundas, as navalhas
E os cortes tão terríveis, lacerados.
Evisceram caminhos entranhados
Ancoram quando ausente tu mais falhas
No peito o falso gozo de medalhas
Ascendem aos inúteis vãos recados,
Terríveis ventanias, porto além
E quando se percebe nada vem
Nem mesmo este prazer em que sacias
Na terebrante e insólita facada
A mesma sensação do eterno nada
E as mãos que tu me deste estão vazias...
MARCOS LOURES
ERRÁTICAS
Erráticas e espúrias ilusões
Ascendem ao jamais poderei ter
E quanto neste nada o teu prazer
O mundo em crua face tu me expões.
Negrejas os meus dias, vãs neblinas
E tramas com furor outros vazios,
E em plenas esperanças desafios
Que aos poucos com terror tomas, dominas.
E assisto aos meus momentos terminais
E deles purulentas pestilências
Aonde proferisses inocências
Momentos tenebrosos tão iguais
E o pântano que legas como herança
Traçando um vago plano de vingança...
MARCOS LOURES
Ascendem ao jamais poderei ter
E quanto neste nada o teu prazer
O mundo em crua face tu me expões.
Negrejas os meus dias, vãs neblinas
E tramas com furor outros vazios,
E em plenas esperanças desafios
Que aos poucos com terror tomas, dominas.
E assisto aos meus momentos terminais
E deles purulentas pestilências
Aonde proferisses inocências
Momentos tenebrosos tão iguais
E o pântano que legas como herança
Traçando um vago plano de vingança...
MARCOS LOURES
SUAVE SENTIMENTO
Delicado e suave sentimento
Já não comporta um peito que se deu
Ao mais terrível medo e bebe o breu
No qual com mui prazer eu me atormento.
E sendo tão volúvel quanto o vento
O mundo que deveras concebeu
Quem morto em plena vida sabe o seu
Caminho em tempestade e me arrebento.
Nas pedras e falésias, cais distante,
Aonde se entregara um navegante
Se tudo não passou de falso sol.
E tendo inebriado o timoneiro,
O encanto em podridão é derradeiro
E nega a quem veleja algum farol.
MARCOS LOURES
Já não comporta um peito que se deu
Ao mais terrível medo e bebe o breu
No qual com mui prazer eu me atormento.
E sendo tão volúvel quanto o vento
O mundo que deveras concebeu
Quem morto em plena vida sabe o seu
Caminho em tempestade e me arrebento.
Nas pedras e falésias, cais distante,
Aonde se entregara um navegante
Se tudo não passou de falso sol.
E tendo inebriado o timoneiro,
O encanto em podridão é derradeiro
E nega a quem veleja algum farol.
MARCOS LOURES
NEGA ESTA MANHÃ
Iridescências, nega esta manhã
Que tanto desejara em outra face
Esgarço o meu caminho em tal impasse
E a vida preconiza a fria cã
Agrisalhado olhar, espúria e vã
Farsante que meu dia ainda embace
Estraçalhado sonho em que passe
A vida sempre atroz, cruel, malsã...
E vingo-me das hordas que me deste
E bebo mesmo pútrido ou agreste
Em fartos goles, todo o desatino,
E quando me percebes muito além
Sorrir com ironia é o que convém
E vendo o teu esgar, eu me alucino...
MARCOS LOURES
Que tanto desejara em outra face
Esgarço o meu caminho em tal impasse
E a vida preconiza a fria cã
Agrisalhado olhar, espúria e vã
Farsante que meu dia ainda embace
Estraçalhado sonho em que passe
A vida sempre atroz, cruel, malsã...
E vingo-me das hordas que me deste
E bebo mesmo pútrido ou agreste
Em fartos goles, todo o desatino,
E quando me percebes muito além
Sorrir com ironia é o que convém
E vendo o teu esgar, eu me alucino...
MARCOS LOURES
ANÁLOGOS CAMINHOS
Análogos caminhos percorridos
Pelos viventes seres desta Terra
E quando a morte chega e o ciclo encerra
Distantes dias morrem nos olvidos.
E os sons que outrora em vozes já perdidos
A porta com firmeza agora cerra,
Sobrando algum sinal da torpe guerra
Travada contra os sonhos e as libidos.
Assim hereditárias ilusões
Idênticas às tantas que me expões
Mutantes emoções proferem vagas
E quando devorada pelos vermes
Os restos destroçados, pois inermes
Serão do que desejas, tuas pagas...
MARCOS LOURES
Pelos viventes seres desta Terra
E quando a morte chega e o ciclo encerra
Distantes dias morrem nos olvidos.
E os sons que outrora em vozes já perdidos
A porta com firmeza agora cerra,
Sobrando algum sinal da torpe guerra
Travada contra os sonhos e as libidos.
Assim hereditárias ilusões
Idênticas às tantas que me expões
Mutantes emoções proferem vagas
E quando devorada pelos vermes
Os restos destroçados, pois inermes
Serão do que desejas, tuas pagas...
MARCOS LOURES
CONTRALUZ
Exóticas visões em contraluz
São fatos corriqueiros e banais,
Mas quando nestas farsas demonstrais
Caminho que deveras nos seduz
Espúrias emoções expondo a cruz
Que tanto, sem saberes desejais
E nela se anuncia o ledo cais
Marcado a ferro e a fogo, peste e pus.
Estéticas diversas vos dominam
E nelas vossos sonhos determinam
Arcaicas fantasias de beleza.
Após a podridão vos conhecer,
E nada do que vedes irei ver
Não há como enfrentar tal correnteza...
MARCOS LOURES
São fatos corriqueiros e banais,
Mas quando nestas farsas demonstrais
Caminho que deveras nos seduz
Espúrias emoções expondo a cruz
Que tanto, sem saberes desejais
E nela se anuncia o ledo cais
Marcado a ferro e a fogo, peste e pus.
Estéticas diversas vos dominam
E nelas vossos sonhos determinam
Arcaicas fantasias de beleza.
Após a podridão vos conhecer,
E nada do que vedes irei ver
Não há como enfrentar tal correnteza...
MARCOS LOURES
DELÍRIOS
Hominais delírios, Paraísos,
Infestam os meus olhos e não creio
Que apenas tendo enfim qualquer receio
Os dias poderão ser mais precisos.
A sorte em morte trama seus avisos
E goza do final, cruel anseio,
Enquanto do vazio sigo alheio
Vou contabilizando os prejuízos.
Juízos se finais ou nada tendo,
O mundo se desnuda em estupendo
Momento quando estás e nada além.
Após a podridão deste teu cerne
Uma alma em negação, ao fim se hiberne
Enquanto novas levas sempre vêm.
MARCOS LOURES
Infestam os meus olhos e não creio
Que apenas tendo enfim qualquer receio
Os dias poderão ser mais precisos.
A sorte em morte trama seus avisos
E goza do final, cruel anseio,
Enquanto do vazio sigo alheio
Vou contabilizando os prejuízos.
Juízos se finais ou nada tendo,
O mundo se desnuda em estupendo
Momento quando estás e nada além.
Após a podridão deste teu cerne
Uma alma em negação, ao fim se hiberne
Enquanto novas levas sempre vêm.
MARCOS LOURES
LÚGUBRES
Se lúgubres parecem paisagens
Os antros que frequentas dentro em ti
Extraem o que há tanto apodreci
Eternizando assim em toscos gens.
E vândalos porfiam tais miragens
Escandalosamente eu percebi
O quão se faz do nada mesmo aqui
Distante das benditas vãs paragens.
E quando as engrenagens se emperrando
As águias e os demônios revoando
Percebem teu olor adocicado
E o fardo se tornando bem mais leve,
Tua alma em lama feita, já se atreve
Aos prazeres ausentes no passado...
MARCOS LOURES
Os antros que frequentas dentro em ti
Extraem o que há tanto apodreci
Eternizando assim em toscos gens.
E vândalos porfiam tais miragens
Escandalosamente eu percebi
O quão se faz do nada mesmo aqui
Distante das benditas vãs paragens.
E quando as engrenagens se emperrando
As águias e os demônios revoando
Percebem teu olor adocicado
E o fardo se tornando bem mais leve,
Tua alma em lama feita, já se atreve
Aos prazeres ausentes no passado...
MARCOS LOURES
PESADELOS
Decorrem dos meus vários pesadelos
Metáforas que traçam morte e dor
E quando me percebo em vão andor
Momentos terminais eu posso vê-los
E bebo da ansiedade seus apelos
Sentindo a minha face a decompor,
E nela se adivinha este sol-pôr
Envolto pelos medos e desvelos.
Incréu vasculho restos do que fora
E a morte mesmo sendo sedutora
Propaga dentro em mim lamas diversas
E pantanoso dia se anuncia
Matizando em gris minha agonia
Inebriantes féis que em mim tu versas...
MARCOS LOURES
Metáforas que traçam morte e dor
E quando me percebo em vão andor
Momentos terminais eu posso vê-los
E bebo da ansiedade seus apelos
Sentindo a minha face a decompor,
E nela se adivinha este sol-pôr
Envolto pelos medos e desvelos.
Incréu vasculho restos do que fora
E a morte mesmo sendo sedutora
Propaga dentro em mim lamas diversas
E pantanoso dia se anuncia
Matizando em gris minha agonia
Inebriantes féis que em mim tu versas...
MARCOS LOURES
VELAS
Revelas entre velas e velórios
Mordazes emoções em rito falso
E quando bebo em ti meu cadafalso
Momentos que vivera tão simplórios
Atando com denodo em tons mais vários
A cada caminhada outro percalço
E sigo em pregos, brasas, me descalço
Compartilhando tantos adversários.
Um execrável ar empesteando
Aonde se pensara bem mais brando
Fenecendo a ilusão que não sustento.
Ao deus-dará seguindo em prontidão
Vencido pelas trevas que verão
O derrotar de um sonho, violento...
MARCOS LOURES
Mordazes emoções em rito falso
E quando bebo em ti meu cadafalso
Momentos que vivera tão simplórios
Atando com denodo em tons mais vários
A cada caminhada outro percalço
E sigo em pregos, brasas, me descalço
Compartilhando tantos adversários.
Um execrável ar empesteando
Aonde se pensara bem mais brando
Fenecendo a ilusão que não sustento.
Ao deus-dará seguindo em prontidão
Vencido pelas trevas que verão
O derrotar de um sonho, violento...
MARCOS LOURES
CAMINHEIROS
Vetustos caminheiros fragilmente
Estendem seus cadáveres em sonho
E quando num conjunto decomponho
A sorte se tornando mais ausente
Em cândidos momentos que se tente
Viver além de um ar tosco e bisonho,
Reconstituo a senda e assim me oponho
Ao que seria inútil penitente.
Azedam-se as vontades e esperanças
Articulando em vão as fortalezas,
E quando em voz sonante tais defesas
Ainda que tão frágil vês e alcanças
Gerando pandemônios entre risos
Legando ao nada ser, cruéis avisos...
MARCOS LOURES
Estendem seus cadáveres em sonho
E quando num conjunto decomponho
A sorte se tornando mais ausente
Em cândidos momentos que se tente
Viver além de um ar tosco e bisonho,
Reconstituo a senda e assim me oponho
Ao que seria inútil penitente.
Azedam-se as vontades e esperanças
Articulando em vão as fortalezas,
E quando em voz sonante tais defesas
Ainda que tão frágil vês e alcanças
Gerando pandemônios entre risos
Legando ao nada ser, cruéis avisos...
MARCOS LOURES
UM PORTO ALÉM
UM PORTO ALÉM
Qual fora um tempestade um porto além
Do que pensara outrora ancoradouro,
Nas ânsias mais vulgares, nascedouro
Do pântano que uma alma vil contém.
E sendo que deveras sou ninguém
E disto faço a glória de um tesouro,
O sonho que pensara imorredouro
Desnudo se transforma e nada vem.
Adentro a fantasia, vil senzala
E a voz que se inebria já se cala
E escalando paredes a alpinista
Vontade transcorrendo em vagas ondas
E mesmo quando fútil me respondas
Nenhum sinal de paz aqui se avista...
MARCOS LOURES
Qual fora um tempestade um porto além
Do que pensara outrora ancoradouro,
Nas ânsias mais vulgares, nascedouro
Do pântano que uma alma vil contém.
E sendo que deveras sou ninguém
E disto faço a glória de um tesouro,
O sonho que pensara imorredouro
Desnudo se transforma e nada vem.
Adentro a fantasia, vil senzala
E a voz que se inebria já se cala
E escalando paredes a alpinista
Vontade transcorrendo em vagas ondas
E mesmo quando fútil me respondas
Nenhum sinal de paz aqui se avista...
MARCOS LOURES
HORRIVELMENTE
HORRIVELMENTE
Horrivelmente imerso em trevas sigo
E tanto quanto posso ainda creio
Que enquanto houver um sonho ou mesmo um veio
Ainda se verá quem sabe, abrigo.
Empesteando a vida não consigo
Vencer a fantasia que rodeio
E dela muitas vezes mesmo alheio
Percebo bem sutil, medo e perigo.
Enveredando sendas mais profanas
Proféticos oráculos; predizes
E tentas discernir gozo de dor,
E quando vejo o encanto decompor
Chagásicas imagens: cicatrizes...
MARCOS LOURES
Horrivelmente imerso em trevas sigo
E tanto quanto posso ainda creio
Que enquanto houver um sonho ou mesmo um veio
Ainda se verá quem sabe, abrigo.
Empesteando a vida não consigo
Vencer a fantasia que rodeio
E dela muitas vezes mesmo alheio
Percebo bem sutil, medo e perigo.
Enveredando sendas mais profanas
Proféticos oráculos; predizes
E tentas discernir gozo de dor,
E quando vejo o encanto decompor
Chagásicas imagens: cicatrizes...
MARCOS LOURES
NOITES BRUMOSAS
NOITES BRUMOSAS
Das noites que brumosas eu enfrento
Após as tão sonhadas calmarias
Diversas das que em sonho fantasias
Tocadas pela mão de intenso vento.
E quando em luzes frágeis inda tento
Vencer os meus terrores tu me guias
E levas aos demônios que recrias
Tomando este arrebol medo e lamento.
Angústias tão comuns de quem procura
Um tempo aonde possa ser feliz,
E quando mais distante ou por um triz
No olhar ensimesmado, tal loucura
Abisma com seu vário ingrediente
Por mais que a solução audaz se tente...
MARCOS LOURES
Das noites que brumosas eu enfrento
Após as tão sonhadas calmarias
Diversas das que em sonho fantasias
Tocadas pela mão de intenso vento.
E quando em luzes frágeis inda tento
Vencer os meus terrores tu me guias
E levas aos demônios que recrias
Tomando este arrebol medo e lamento.
Angústias tão comuns de quem procura
Um tempo aonde possa ser feliz,
E quando mais distante ou por um triz
No olhar ensimesmado, tal loucura
Abisma com seu vário ingrediente
Por mais que a solução audaz se tente...
MARCOS LOURES
SEQUER ESTRELA
SEQUER ESTRELA
Sequer estrela pálida percebo
Na treva que tomando a minha vida
Há tanto em fúria imensa decidida,
Diversa da esperança que concebo.
Eu sei que novo sonho é um placebo
E a cada amanhecer outra ferida
Expressando uma noite mal dormida
E da aguardente amarga – amor – eu bebo.
Pudesse ter nas mãos o meu destino
A faca, a foice, o tiro em desatino
O medo escancarando este delírio
E vendo tão somente o que hora herdei,
Vazio que deveras encontrei
Traduz sem ter retoques meu martírio...
MARCOS LOURES
Sequer estrela pálida percebo
Na treva que tomando a minha vida
Há tanto em fúria imensa decidida,
Diversa da esperança que concebo.
Eu sei que novo sonho é um placebo
E a cada amanhecer outra ferida
Expressando uma noite mal dormida
E da aguardente amarga – amor – eu bebo.
Pudesse ter nas mãos o meu destino
A faca, a foice, o tiro em desatino
O medo escancarando este delírio
E vendo tão somente o que hora herdei,
Vazio que deveras encontrei
Traduz sem ter retoques meu martírio...
MARCOS LOURES
MAR
MAR
Um mar feito em sargaços e corais
Distintas cores traçam o oceano
E quando se percebe cada engano
Os dias em procelas são venais.
Vagasse por espaços, siderais
Momentos em que vejo o ser humano
Na mórbida impressão de perda e dano,
Vislumbro atocaiados animais
Vorazes e insensatos neste bote
Aonde a mortandade se denote
Por tanta estupidez e vilania.
Porém esgoto pútrido e feroz
Ouvindo mais distante a sua voz
Covardia se torna valentia...
MARCOS LOURES
Um mar feito em sargaços e corais
Distintas cores traçam o oceano
E quando se percebe cada engano
Os dias em procelas são venais.
Vagasse por espaços, siderais
Momentos em que vejo o ser humano
Na mórbida impressão de perda e dano,
Vislumbro atocaiados animais
Vorazes e insensatos neste bote
Aonde a mortandade se denote
Por tanta estupidez e vilania.
Porém esgoto pútrido e feroz
Ouvindo mais distante a sua voz
Covardia se torna valentia...
MARCOS LOURES
DERRADEIRO SONHO
DERRADEIRO SONHO
Assisto ao derradeiro sonho que alimento
E vivo entre as neblinas, noites fartas
E quando dos teus dias me descartas
Deveras assumindo o meu tormento.
Assíduas ilusões e o pensamento
Jogando sobre a mesa as mesmas cartas
Dos âmagos profanos nunca apartas
Quem tanto se envolveu em sofrimento.
Perfaço o meu caminho em falso passo
E quando dos meus erros me desfaço
Não traço soluções, apenas sigo
E nesta invalidez uma alma insana
Medonha caricata tanta engana
Sonega ao penitente algum abrigo.
MARCOS LOURES
Assisto ao derradeiro sonho que alimento
E vivo entre as neblinas, noites fartas
E quando dos teus dias me descartas
Deveras assumindo o meu tormento.
Assíduas ilusões e o pensamento
Jogando sobre a mesa as mesmas cartas
Dos âmagos profanos nunca apartas
Quem tanto se envolveu em sofrimento.
Perfaço o meu caminho em falso passo
E quando dos meus erros me desfaço
Não traço soluções, apenas sigo
E nesta invalidez uma alma insana
Medonha caricata tanta engana
Sonega ao penitente algum abrigo.
MARCOS LOURES
ALMA SEM DESTINO
ALMA SEM DESTINO
Agora que me chamas também tento
Buscar esta esperança que perdi
E dela redundando sempre em ti
Olhar tão carinhoso e sempre atento,
Vencer os dissabores, meu intento
E deles traduzir melhor aqui
Num verso demonstrando o que senti,
Após um tempo amaro e turbulento.
Estando solitário e a depressão
Negando nos meus olhos um verão
Incendiando em fúria cada dia.
E nele a rotineira dor traçava
Numa alma sem destino e quase escrava
A morte do que fora poesia...
MARCOS LOURES
Agora que me chamas também tento
Buscar esta esperança que perdi
E dela redundando sempre em ti
Olhar tão carinhoso e sempre atento,
Vencer os dissabores, meu intento
E deles traduzir melhor aqui
Num verso demonstrando o que senti,
Após um tempo amaro e turbulento.
Estando solitário e a depressão
Negando nos meus olhos um verão
Incendiando em fúria cada dia.
E nele a rotineira dor traçava
Numa alma sem destino e quase escrava
A morte do que fora poesia...
MARCOS LOURES
OLHOS DISPERSIVOS
OLHOS DISPERSIVOS
Com olhos dispersivos, me perdera
Do rumo já traçado em poesia
E a sombra do passado ainda urdia
Matando o que esperança concebera.
E o vento benfazejo de um sorriso
Ameno transformando o gelo em brisa,
Maturidade chega e já me avisa
Do passo necessário e mais preciso.
Vestindo esta emoção que é temporã
O amor rompe barreiras e, acredite,
Não respeitando enfim qualquer limite
Promete um sol imenso na manhã
Legado que pretendo cultivar
Imerso neste encanto a me tomar...
MARCOS LOURES
Com olhos dispersivos, me perdera
Do rumo já traçado em poesia
E a sombra do passado ainda urdia
Matando o que esperança concebera.
E o vento benfazejo de um sorriso
Ameno transformando o gelo em brisa,
Maturidade chega e já me avisa
Do passo necessário e mais preciso.
Vestindo esta emoção que é temporã
O amor rompe barreiras e, acredite,
Não respeitando enfim qualquer limite
Promete um sol imenso na manhã
Legado que pretendo cultivar
Imerso neste encanto a me tomar...
MARCOS LOURES
DEPRESSA
DEPRESSA
O mundo bem depressa modifica
As ordens naturais e transformando
O que pensara outrora bem mais brando
Agora se não luto, mortifica
E tudo transcorrendo não explica
O medo sobre nós já desabando
E o todo a cada dia mais pesando
A teoria aqui nunca se aplica.
Imprevisível passo leva à queda
E quando noutras tramas vida enreda
Percebo quão inútil deve ser
Quem tanto se perdendo em nada crer
No abismo feito em trevas já mergulha
E não vê da esperança uma fagulha...
MARCOS LOURES
O mundo bem depressa modifica
As ordens naturais e transformando
O que pensara outrora bem mais brando
Agora se não luto, mortifica
E tudo transcorrendo não explica
O medo sobre nós já desabando
E o todo a cada dia mais pesando
A teoria aqui nunca se aplica.
Imprevisível passo leva à queda
E quando noutras tramas vida enreda
Percebo quão inútil deve ser
Quem tanto se perdendo em nada crer
No abismo feito em trevas já mergulha
E não vê da esperança uma fagulha...
MARCOS LOURES
ESTAR CONTIGO
ESTAR CONTIGO
Querendo estar contigo e vendo que
Caminhos diferentes a trilhar
Cerzida sorte em tétrico tear
Procuro o meu retrato, mas cadê?
Se tudo o que deveras já se crê
Persiste muito aquém do imenso mar,
Aonde com firmeza navegar,
Se uma alma se tortura e nada vê
Sequer as velhas sombras do que fomos,
E quando desta vida em frágeis gomos
Expresso a mais completa solidão
Querendo ou não querendo sigo assim,
Apenas aguardando então meu fim
Deixando para trás qualquer verão...
MARCOS LOURES
Querendo estar contigo e vendo que
Caminhos diferentes a trilhar
Cerzida sorte em tétrico tear
Procuro o meu retrato, mas cadê?
Se tudo o que deveras já se crê
Persiste muito aquém do imenso mar,
Aonde com firmeza navegar,
Se uma alma se tortura e nada vê
Sequer as velhas sombras do que fomos,
E quando desta vida em frágeis gomos
Expresso a mais completa solidão
Querendo ou não querendo sigo assim,
Apenas aguardando então meu fim
Deixando para trás qualquer verão...
MARCOS LOURES
NOITE FRIA
NOITE FRIA
E traz na noite fria esta dormência
A ausência de quem tanto desejara
A vida ao mesmo tempo desampara
E leva pouco a pouco a tal demência
E tendo mais diversa uma cadência
A sorte se desfia, crua e amara,
Na poesia a luz que se escancara
Talvez seja uma forma de clemência.
A quiromante tanto me dissera
Que amor não resistindo à primavera
Teria tal inverno rigoroso,
Auspiciosos sonhos? Pesadelos,
E a cada noite posso enfim revê-los,
Distante do que foi prazer e gozo.
MARCOS LOURES
sexta-feira, 20 de abril de 2018
CADA BEIJO
CADA BEIJO
Desejo cada beijo que me dês
Em fúria tão suave delicia.
Fomento de esperança e de alegria
Sem medo nem pudores, sem porquês;
Apenas discernindo o que tu crês
Amar em perfeição, em sintonia,
Toando em nosso canto, em euforia,
Tornado que revolve, insensatez.
Aguardo os teus sinais, ausculto o vento
Que chama por meu nome, tua voz
De todos os prazeres, mar e foz
Marcando minha vida em doce alento,
Outrora a noite fora mais atroz
Agora em nosso amor, eu me sustento...
MARCOS LOURES
Desejo cada beijo que me dês
Em fúria tão suave delicia.
Fomento de esperança e de alegria
Sem medo nem pudores, sem porquês;
Apenas discernindo o que tu crês
Amar em perfeição, em sintonia,
Toando em nosso canto, em euforia,
Tornado que revolve, insensatez.
Aguardo os teus sinais, ausculto o vento
Que chama por meu nome, tua voz
De todos os prazeres, mar e foz
Marcando minha vida em doce alento,
Outrora a noite fora mais atroz
Agora em nosso amor, eu me sustento...
MARCOS LOURES
MINHA INSPIRAÇÃO
MINHA INSPIRAÇÃO
Tu és inspiração pura e perfeita
Que assola um coração apaixonado,
Meu corpo em alegria se deleita
Quando adormece, manso do teu lado.
Palavra benfazeja de esperança
Audaz serenidade, glória e riso;
Divina sensação de festa e dança,
Certeza de adentrar ao paraíso...
Tu és a minha estrela, meu caminho,
A doce redenção de quem sofreu.
Meu mundo no teu mundo, nosso ninho
Que sabes ser somente meu e teu.
Vivamos nosso amor que todo dia
Encharca nossa vida em poesia...
MARCOS LOURES
Tu és inspiração pura e perfeita
Que assola um coração apaixonado,
Meu corpo em alegria se deleita
Quando adormece, manso do teu lado.
Palavra benfazeja de esperança
Audaz serenidade, glória e riso;
Divina sensação de festa e dança,
Certeza de adentrar ao paraíso...
Tu és a minha estrela, meu caminho,
A doce redenção de quem sofreu.
Meu mundo no teu mundo, nosso ninho
Que sabes ser somente meu e teu.
Vivamos nosso amor que todo dia
Encharca nossa vida em poesia...
MARCOS LOURES
AO DEUS AMOR
AO DEUS AMOR
Sagrar tanta emoção ao deus amor.
Que traz em suas setas, explosões,
Idílio tão fantástico a propor
Na vida as mais perfeitas soluções
Embora tantas vezes por pudor
Deixamos que se calem emoções.
Bom Deus quando se pôs ao bel dispor
No amor firmou as Suas redenções.
Porém ao ver que o homem, se liberto,
Não serve de cordeiro, pois é forte,
Mudando de caminho em outro norte
Facínoras venderam o deserto
Escravizando assim o seu rebanho,
Deixando ao homem resto tão tacanho...
MARCOS LOURES
Sagrar tanta emoção ao deus amor.
Que traz em suas setas, explosões,
Idílio tão fantástico a propor
Na vida as mais perfeitas soluções
Embora tantas vezes por pudor
Deixamos que se calem emoções.
Bom Deus quando se pôs ao bel dispor
No amor firmou as Suas redenções.
Porém ao ver que o homem, se liberto,
Não serve de cordeiro, pois é forte,
Mudando de caminho em outro norte
Facínoras venderam o deserto
Escravizando assim o seu rebanho,
Deixando ao homem resto tão tacanho...
MARCOS LOURES
NUM ABISMO
NUM ABISMO
Jogaste num abismo os nossos sonhos,
Mergulho atrás das marcas e pegadas,
As horas já perdidas; emboscadas,
Em meio a confusão, seres medonhos.
Os dias vão vazios e tristonhos,
Supero as mais incríveis paliçadas,
E busco nas entranhas, nas estradas,
Momentos que já foram mais risonhos...
Escuto a tua voz? Alarme falso,
Adentro maltrapilho um cadafalso,
Masmorras de minha alma carcomida...
Quem sabe te encontrar renovaria,
E após a tempestade e a ventania,
Traria novamente à tona, a vida...
MARCOS LOURES
Jogaste num abismo os nossos sonhos,
Mergulho atrás das marcas e pegadas,
As horas já perdidas; emboscadas,
Em meio a confusão, seres medonhos.
Os dias vão vazios e tristonhos,
Supero as mais incríveis paliçadas,
E busco nas entranhas, nas estradas,
Momentos que já foram mais risonhos...
Escuto a tua voz? Alarme falso,
Adentro maltrapilho um cadafalso,
Masmorras de minha alma carcomida...
Quem sabe te encontrar renovaria,
E após a tempestade e a ventania,
Traria novamente à tona, a vida...
MARCOS LOURES
FOGOSO
FOGOSO
Amor que se mostrou ser tão fogoso
Não pode sossegar um só momento,
Um fogo que nos queima mais violento
Ardendo sem limite e bem gostoso
Num toque mais sutil e prazeroso
Desvendo com certeza o sentimento;
E todos os temores; apascento
Trazendo um bom futuro, venturoso...
Amor que se faz forte, em profusão
Uma avassaladora sensação
Que nos domina e toma os meus sentidos.
Os sonhos devem ser sempre vividos
Amor que não permite ter fronteiras
Palavras proferidas, verdadeiras...
MARCOS LOURES
Amor que se mostrou ser tão fogoso
Não pode sossegar um só momento,
Um fogo que nos queima mais violento
Ardendo sem limite e bem gostoso
Num toque mais sutil e prazeroso
Desvendo com certeza o sentimento;
E todos os temores; apascento
Trazendo um bom futuro, venturoso...
Amor que se faz forte, em profusão
Uma avassaladora sensação
Que nos domina e toma os meus sentidos.
Os sonhos devem ser sempre vividos
Amor que não permite ter fronteiras
Palavras proferidas, verdadeiras...
MARCOS LOURES
PAIXÃO
PAIXÃO
Na espiral de meu tempo, temporal...
Nas lânguidas manhãs, sonhei-te tanto,
Do pântano, charneca, brota o pranto
Enlameio meus olhos... És fatal!
Meus anseios, meus óleos, sou frugal;
Otimizo, remeto mito, encanto,
Mas nada vingará, és puro espanto,
Sombreando os arquétipos, carnal!
Teimo na seiva, queres pura essência,
Me trazes, veramente, tal demência,
Que não posso mais vê-la sem velar...
As pontas, tuas lanças, são mordazes,
Rasgando minhas ondas, vão audazes.
Tsunamis provocadas no meu mar...
MARCOS LOURES
Na espiral de meu tempo, temporal...
Nas lânguidas manhãs, sonhei-te tanto,
Do pântano, charneca, brota o pranto
Enlameio meus olhos... És fatal!
Meus anseios, meus óleos, sou frugal;
Otimizo, remeto mito, encanto,
Mas nada vingará, és puro espanto,
Sombreando os arquétipos, carnal!
Teimo na seiva, queres pura essência,
Me trazes, veramente, tal demência,
Que não posso mais vê-la sem velar...
As pontas, tuas lanças, são mordazes,
Rasgando minhas ondas, vão audazes.
Tsunamis provocadas no meu mar...
MARCOS LOURES
AMIZADE PROFÍCUA
AMIZADE PROFÍCUA
Amizade profícua, encontro em ti
Regada todo dia com carinho.
Distante mas tão próxima daqui.
Tu sabes e conheces o caminho
Que leva ao coração de um sonhador;
Teus versos embelezam minha vida
Poema mavioso e sedutor
Trazendo uma esperança já perdida...
Não deixe que amizade assim termine,
São poucas as que temos, com certeza.
Que em Deus o nosso rumo se ilumine
E traga a sensação mais benfazeja
Florindo tua senda com beleza
É o que este teu amigo te deseja.
MARCOS LOURES
Amizade profícua, encontro em ti
Regada todo dia com carinho.
Distante mas tão próxima daqui.
Tu sabes e conheces o caminho
Que leva ao coração de um sonhador;
Teus versos embelezam minha vida
Poema mavioso e sedutor
Trazendo uma esperança já perdida...
Não deixe que amizade assim termine,
São poucas as que temos, com certeza.
Que em Deus o nosso rumo se ilumine
E traga a sensação mais benfazeja
Florindo tua senda com beleza
É o que este teu amigo te deseja.
MARCOS LOURES
DESEJO ILIMITADO
DESEJO ILIMITADO
Também trouxe um desejo ilimitado
De ter a formosura da morena,
No corpo derramei doce melado
E a língua se mostrou audaz e plena.
Depois do teu prazer ter saciado
A noite se mostrou curta e pequena
Deitamos, de mansinho lado a lado
E a noite adormeceu calma e serena...
Amanheci e fiz com mortadela
Uma omelete cheia de carinho.
Um cozinheiro bom só se revela
Depois, na sobremesa que fizer.
Doce mel que me deste, açúcar, vinho,
Em toda variedade que quiser...
MARCOS LOURES
Também trouxe um desejo ilimitado
De ter a formosura da morena,
No corpo derramei doce melado
E a língua se mostrou audaz e plena.
Depois do teu prazer ter saciado
A noite se mostrou curta e pequena
Deitamos, de mansinho lado a lado
E a noite adormeceu calma e serena...
Amanheci e fiz com mortadela
Uma omelete cheia de carinho.
Um cozinheiro bom só se revela
Depois, na sobremesa que fizer.
Doce mel que me deste, açúcar, vinho,
Em toda variedade que quiser...
MARCOS LOURES
AO MEU QUARTO
AO MEU QUARTO
Ao meu quarto depois da meia noite
A luz ainda acesa, o peito aberto,
O vento me pegando inda desperto
Batendo na janela, frio açoite.
É como se chamasse e me trouxesse
Notícias de quem foi e não voltou,
O pouco de você que aqui sobrou
Permite se pensar num sonho doce.
Mas quando a realidade volta à cena,
Vazia a madrugada, novamente,
O olhar da solidão já me condena
Somente a ventania ainda mente
E diz que voltarás; tolice imensa,
Eu não terei da vida, a recompensa...
MARCOS LOURES
Ao meu quarto depois da meia noite
A luz ainda acesa, o peito aberto,
O vento me pegando inda desperto
Batendo na janela, frio açoite.
É como se chamasse e me trouxesse
Notícias de quem foi e não voltou,
O pouco de você que aqui sobrou
Permite se pensar num sonho doce.
Mas quando a realidade volta à cena,
Vazia a madrugada, novamente,
O olhar da solidão já me condena
Somente a ventania ainda mente
E diz que voltarás; tolice imensa,
Eu não terei da vida, a recompensa...
MARCOS LOURES
A SENSAÇÃO DE SER FELIZ
A SENSAÇÃO DE SER FELIZ
Eu quero em cada verso que fizer
Falar da sensação de ser feliz,
No canto que se mostra o que se diz
Nos olhos tão bonitos da mulher
Que um dia, talvez possa me entender
E ser além de tudo o que eu mais quis,
Um coração em sonhos, aprendiz,
Irá buscar em ti o que mais quer.
Viver cada momento em aconchego
Querendo tão somente este sossego
Que é dado num carinho, num afago.
Pois saibas, companheira predileta
Que a vida se mostrando mais poeta
Já sabe deste canto que eu te trago..
MARCOS LOURES
Eu quero em cada verso que fizer
Falar da sensação de ser feliz,
No canto que se mostra o que se diz
Nos olhos tão bonitos da mulher
Que um dia, talvez possa me entender
E ser além de tudo o que eu mais quis,
Um coração em sonhos, aprendiz,
Irá buscar em ti o que mais quer.
Viver cada momento em aconchego
Querendo tão somente este sossego
Que é dado num carinho, num afago.
Pois saibas, companheira predileta
Que a vida se mostrando mais poeta
Já sabe deste canto que eu te trago..
MARCOS LOURES
BELA JORNADA
BELA JORNADA
Da nossa vida; amor – bela jornada-
Relembro cada passo que nós demos,
Levando esta esperança que trazemos
Em busca da manhã iluminada,
Seguindo com carinho, nossa estrada,
Fazendo da alegria, nossos remos,
Além do que podíamos, sabemos
Que tudo o que nos resta, minha amada
É o sonho de vivermos serenatas
Fazendo de um momento, eternidade,
As noites em prazer, divinas festas.
A lua nos tocando em claras pratas
Promessas de real felicidade,
Em sonho, madrigais, tantas serestas...
MARCOS LOURES
Da nossa vida; amor – bela jornada-
Relembro cada passo que nós demos,
Levando esta esperança que trazemos
Em busca da manhã iluminada,
Seguindo com carinho, nossa estrada,
Fazendo da alegria, nossos remos,
Além do que podíamos, sabemos
Que tudo o que nos resta, minha amada
É o sonho de vivermos serenatas
Fazendo de um momento, eternidade,
As noites em prazer, divinas festas.
A lua nos tocando em claras pratas
Promessas de real felicidade,
Em sonho, madrigais, tantas serestas...
MARCOS LOURES
PELO TODO SE TOMA A PARTE
PELO TODO SE TOMA A PARTE
Lindo e sutil trançado, que ficaste
em penhor do remédio que mereço,
se só contigo, vendo te, endoudeço,
que fora cos cabelos que apertaste?
Aquelas tranças d'ouro, que ligaste,
que os raios do Sol têm em pouco preço,
não sei se para engano do que peço
se para me atar, os desataste.
Lindo trançado, em minhas mãos te vejo,
e por satisfação de minhas dores
como quem não tem outra, hei de tomar te.
E se não for contente meu desejo,
dir lhe hei que, nesta regra dos amores,
pelo todo também se toma a parte.
Luis de Camões
Ao ver os teus cabelos enfeitados
Com conchas que encontraste em alva areia,
Qual fora simplesmente uma sereia,
Meus dias desde então enfeitiçados.
Desejo de poder tê-los tocados,
Na insânia que domina e me incendeia,
E imenso fogaréu do amor se ateia,
Ao crê-los tão macios, perfumados...
Somente por poder vê-los por perto,
No sentimento imenso que desperto,
Levando o meu amor sempre adiante,
Ao conhecer apenas o adereço,
A plena maravilha; reconheço,
Do dedo se adivinha o que é gigante...
MARCOS LOURES
Lindo e sutil trançado, que ficaste
em penhor do remédio que mereço,
se só contigo, vendo te, endoudeço,
que fora cos cabelos que apertaste?
Aquelas tranças d'ouro, que ligaste,
que os raios do Sol têm em pouco preço,
não sei se para engano do que peço
se para me atar, os desataste.
Lindo trançado, em minhas mãos te vejo,
e por satisfação de minhas dores
como quem não tem outra, hei de tomar te.
E se não for contente meu desejo,
dir lhe hei que, nesta regra dos amores,
pelo todo também se toma a parte.
Luis de Camões
Ao ver os teus cabelos enfeitados
Com conchas que encontraste em alva areia,
Qual fora simplesmente uma sereia,
Meus dias desde então enfeitiçados.
Desejo de poder tê-los tocados,
Na insânia que domina e me incendeia,
E imenso fogaréu do amor se ateia,
Ao crê-los tão macios, perfumados...
Somente por poder vê-los por perto,
No sentimento imenso que desperto,
Levando o meu amor sempre adiante,
Ao conhecer apenas o adereço,
A plena maravilha; reconheço,
Do dedo se adivinha o que é gigante...
MARCOS LOURES
EM FANTASIA
EM FANTASIA
Eu te procurei como se procura
A boia que nos salva de um naufrágio,
Antídoto que salva e que nos cura,
Um sonho de ternura, um tanto frágil.
A vida se mostrando, às vezes dura,
Cobrando em cada sonho um imenso ágio,
Moldando em alegria tal candura
Que, lúcida, me torna bem mais ágil
Depois de procurar a vida inteira
Em todos os caminhos, nas andanças;
Refaço as quase mortas esperanças
E tendo uma visão sem pó, poeira,
Eu vejo enfim em ti o que eu queria,
Tão próxima e distante. Em fantasia..
MARCOS LOURES
Eu te procurei como se procura
A boia que nos salva de um naufrágio,
Antídoto que salva e que nos cura,
Um sonho de ternura, um tanto frágil.
A vida se mostrando, às vezes dura,
Cobrando em cada sonho um imenso ágio,
Moldando em alegria tal candura
Que, lúcida, me torna bem mais ágil
Depois de procurar a vida inteira
Em todos os caminhos, nas andanças;
Refaço as quase mortas esperanças
E tendo uma visão sem pó, poeira,
Eu vejo enfim em ti o que eu queria,
Tão próxima e distante. Em fantasia..
MARCOS LOURES
EXCRESCÊNCIAS
EXCRESCÊNCIAS
Ainda vejo em ti tais opulências
Figuras estrambóticas, cenários
Momentos tão diversos são falsários
Mostrando desta vida uma excrescência
Aonde havia há tempos, florescência
Apenas os retalhos de um fadário
Do velho batistério, um relicário
O medo destruiu logo a inocência...
As farpas entre dentes, olhos, garras
Enquanto me devoras já desgarras
E deixas a carcaça como herança
Hienas e chacais, abutres; vermes,
Os restos devastados vãos inermes
Do que fizeste crer ser esperança...
MARCOS LOURES
Ainda vejo em ti tais opulências
Figuras estrambóticas, cenários
Momentos tão diversos são falsários
Mostrando desta vida uma excrescência
Aonde havia há tempos, florescência
Apenas os retalhos de um fadário
Do velho batistério, um relicário
O medo destruiu logo a inocência...
As farpas entre dentes, olhos, garras
Enquanto me devoras já desgarras
E deixas a carcaça como herança
Hienas e chacais, abutres; vermes,
Os restos devastados vãos inermes
Do que fizeste crer ser esperança...
MARCOS LOURES
FALAR DESTAS ESTRELAS
FALAR DESTAS ESTRELAS
Podia te dizer destas estrelas
Quais pirilampos livres lá no céu.
Prazer de perceber e de contê-las
Forjando no infinito um raro véu.
Podia te dizer que ao percebê-las
Eu lembro-me, querida, de teu mel,
Dizer das alegrias ao revê-las,
Montado por desejo, o seu corcel...
Podia te dizer do mar imenso
Aonde em profusão, belas sereia,
De um sonho divinal, pra sempre intenso
Que não permitirá cativo ou amo,
Mas só devo dizer em frase cheia
Somente que eu te adoro, enfim, que eu te amo!
MARCOS LOURES
Podia te dizer destas estrelas
Quais pirilampos livres lá no céu.
Prazer de perceber e de contê-las
Forjando no infinito um raro véu.
Podia te dizer que ao percebê-las
Eu lembro-me, querida, de teu mel,
Dizer das alegrias ao revê-las,
Montado por desejo, o seu corcel...
Podia te dizer do mar imenso
Aonde em profusão, belas sereia,
De um sonho divinal, pra sempre intenso
Que não permitirá cativo ou amo,
Mas só devo dizer em frase cheia
Somente que eu te adoro, enfim, que eu te amo!
MARCOS LOURES
MEU CANTO EM TEUS ENCANTOS
MEU CANTO EM TEUS ENCANTOS
Meu canto em teus encantos, satisfeito,
Transborda em alegria, calmamente,
Felicidade muda em seu conceito
Do amor vira sinônimo e pressente
Que o mundo em nova face, dê direito
A quem necessitar ser mais contente
Invade em luz imensa o nosso peito,
Ao ampliar tal brilho, rara lente.
Deixando o sofrimento já perdido,
Distante, sempre ausente, e sem sentido
Percebo nos teus olhos, minha amiga
O rastro das estrelas e da lua.
Minha alma em transparência já flutua,
E o coração em paz, em ti se abriga.
MARCOS LOURES
Meu canto em teus encantos, satisfeito,
Transborda em alegria, calmamente,
Felicidade muda em seu conceito
Do amor vira sinônimo e pressente
Que o mundo em nova face, dê direito
A quem necessitar ser mais contente
Invade em luz imensa o nosso peito,
Ao ampliar tal brilho, rara lente.
Deixando o sofrimento já perdido,
Distante, sempre ausente, e sem sentido
Percebo nos teus olhos, minha amiga
O rastro das estrelas e da lua.
Minha alma em transparência já flutua,
E o coração em paz, em ti se abriga.
MARCOS LOURES
PERDÃO
PERDÃO
A chuva desabando no telhado,
Alagamentos vários na cidade.
O tempo totalmente alucinado,
Tempestas muito além da realidade.
Raios, trovões gritando em alto brado,
O medo pouco a pouco, tudo invade,
O mundo que sonhei já destroçado.
Não há na cercania quem não brade
E em meio a tal loucura, perco o rumo,
Os erros e pecados, quando assumo,
Perplexa calmaria toma a cena.
E o Cristo, Pai supremo, Deus e irmão,
Na força inexorável do perdão,
Um claro amanhecer, ao longe acena...
MARCOS LOURES
A chuva desabando no telhado,
Alagamentos vários na cidade.
O tempo totalmente alucinado,
Tempestas muito além da realidade.
Raios, trovões gritando em alto brado,
O medo pouco a pouco, tudo invade,
O mundo que sonhei já destroçado.
Não há na cercania quem não brade
E em meio a tal loucura, perco o rumo,
Os erros e pecados, quando assumo,
Perplexa calmaria toma a cena.
E o Cristo, Pai supremo, Deus e irmão,
Na força inexorável do perdão,
Um claro amanhecer, ao longe acena...
MARCOS LOURES
SAUDADE
SAUDADE
Perfume de mulher, doce delícia,
Que emanas e decerto me inebrias,
Acende num segundo as fantasias,
Sorriso sensual, mansa malícia.
Depois que tu partiste, nem notícia,
As horas solitárias, ermas, frias,
Estrelas tão opacas, fugidias,
Sequer da ventania uma carícia...
E bebo tão somente por saber
Que este perfume nunca mais terei,
Abismos, precipícios mergulhei,
Morrendo a cada dia; pobre ser
Que outrora foi feliz, hoje se mata
Saudade que perfuma e me maltrata.
MARCOS LOURES
Perfume de mulher, doce delícia,
Que emanas e decerto me inebrias,
Acende num segundo as fantasias,
Sorriso sensual, mansa malícia.
Depois que tu partiste, nem notícia,
As horas solitárias, ermas, frias,
Estrelas tão opacas, fugidias,
Sequer da ventania uma carícia...
E bebo tão somente por saber
Que este perfume nunca mais terei,
Abismos, precipícios mergulhei,
Morrendo a cada dia; pobre ser
Que outrora foi feliz, hoje se mata
Saudade que perfuma e me maltrata.
MARCOS LOURES
PODER SONHAR CONTIGO
PODER SONHAR CONTIGO
Jamais me arvoraria a ser poeta,
Apenas repentista e nada além.
A vida sem amor, sendo incompleta,
Anunciando a noite que ora vem.
Errantes andarilhos, velha seta,
Errante caminheiro sou também,
Quem tem felicidade como meta,
Espera na estação que perde o trem...
Mineiro desconfia até do Santo,
Não acredito em bruxas nem encanto,
E quando canto, faço bem baixinho...
Nas asas da andorinha, tanta história,
Poder sonhar contigo é uma glória,
Quem dera se eu tivesse o meu cantinho..
MARCOS LOURES
Jamais me arvoraria a ser poeta,
Apenas repentista e nada além.
A vida sem amor, sendo incompleta,
Anunciando a noite que ora vem.
Errantes andarilhos, velha seta,
Errante caminheiro sou também,
Quem tem felicidade como meta,
Espera na estação que perde o trem...
Mineiro desconfia até do Santo,
Não acredito em bruxas nem encanto,
E quando canto, faço bem baixinho...
Nas asas da andorinha, tanta história,
Poder sonhar contigo é uma glória,
Quem dera se eu tivesse o meu cantinho..
MARCOS LOURES
SÓ NA LEMBRANÇA
SÓ NA LEMBRANÇA
Deixando a solidão só na lembrança
Amor não me permite mais sofrer,
Voltando novamente a ser criança
Encontro nos teus braços bem querer,
Uma alegria enorme já me alcança
E ajuda, com certeza a reviver
A noite de uma infância calma e mansa,
Na rara sensação: puro prazer.
Amor quando se faz em tal partilha
Não deixa qualquer dúvida em meu peito,
Vislumbro finalmente a maravilha
De um dia que virá com luz intensa,
Agora que eu sinto satisfeito
Tenho em amor a glória e recompensa...
MARCOS LOURES
Deixando a solidão só na lembrança
Amor não me permite mais sofrer,
Voltando novamente a ser criança
Encontro nos teus braços bem querer,
Uma alegria enorme já me alcança
E ajuda, com certeza a reviver
A noite de uma infância calma e mansa,
Na rara sensação: puro prazer.
Amor quando se faz em tal partilha
Não deixa qualquer dúvida em meu peito,
Vislumbro finalmente a maravilha
De um dia que virá com luz intensa,
Agora que eu sinto satisfeito
Tenho em amor a glória e recompensa...
MARCOS LOURES
NA MÃO QUE ACARICIA
NA MÃO QUE ACARICIA
Na mão que acaricia e me treslouca,
A sorte do viver vai decidida,
Se a dor já se anuncia audaz e louca,
Apenas vislumbrando uma saída;
Depois de uma ventura rara e pouca
Amor muda o sentido em minha vida,
Bebendo todo o mel de tua boca
Concebo esta alegria recebida
Nos olhos de quem amo, luz intensa,
Sabendo ser possível recompensa
De um dia mais feliz, manso e perfeito.
Quem tem amor por glória e redenção
Levado pelo gozo em sedução
Já sente o fogo ardente no seu leito.
MARCOS LOURES
Na mão que acaricia e me treslouca,
A sorte do viver vai decidida,
Se a dor já se anuncia audaz e louca,
Apenas vislumbrando uma saída;
Depois de uma ventura rara e pouca
Amor muda o sentido em minha vida,
Bebendo todo o mel de tua boca
Concebo esta alegria recebida
Nos olhos de quem amo, luz intensa,
Sabendo ser possível recompensa
De um dia mais feliz, manso e perfeito.
Quem tem amor por glória e redenção
Levado pelo gozo em sedução
Já sente o fogo ardente no seu leito.
MARCOS LOURES
MINHA HISTÓRIA
MINHA HISTÓRIA
Promete ao fim da luta uma vitória,
Um coração que a ti já se entregou.
Recebe em euforia tal vanglória
E mostra a perfeição que te moldou,
Não tendo mais tristezas na memória
Agora que meu rumo te encontrou,
Mudando num momento a minha história
Contigo ao infinito, sempre vou.
E vejo ser possível nova sorte
Calando o meu destino aventureiro.
Nos braços de quem amo tal suporte
Não deixa o passo ser titubeante
Quem tem amor sincero e verdadeiro
Decerto, nesta vida é um gigante.
MARCOS LOURES
Promete ao fim da luta uma vitória,
Um coração que a ti já se entregou.
Recebe em euforia tal vanglória
E mostra a perfeição que te moldou,
Não tendo mais tristezas na memória
Agora que meu rumo te encontrou,
Mudando num momento a minha história
Contigo ao infinito, sempre vou.
E vejo ser possível nova sorte
Calando o meu destino aventureiro.
Nos braços de quem amo tal suporte
Não deixa o passo ser titubeante
Quem tem amor sincero e verdadeiro
Decerto, nesta vida é um gigante.
MARCOS LOURES
PRA VOCÊ
PRA VOCÊ
Muitas vezes vencendo meus tormentos
Adormeço nos jardins dessa casa;
Sem saber mergulhando numa brasa.
Não permite esquecer dos velhos ventos,
As vagas vozes volvendo, vão lentos
Todos os totens, tolo tempo atrasa.
Soube sentir, sem sonhos; só me embasa
O jasmim nos jardins dos sofrimentos...
Em mim nada assim, símio sinto o fim;
E cravo meu agravo tudo enfim;
Nos galhos da roseira. Sou espinhos...
Nas dálias risos, falhas fiz enredo,
Desses lírios, delírios, sem segredo...
Hibiscos, passarinhos... Cadê ninhos?
MARCOS LOURES
Muitas vezes vencendo meus tormentos
Adormeço nos jardins dessa casa;
Sem saber mergulhando numa brasa.
Não permite esquecer dos velhos ventos,
As vagas vozes volvendo, vão lentos
Todos os totens, tolo tempo atrasa.
Soube sentir, sem sonhos; só me embasa
O jasmim nos jardins dos sofrimentos...
Em mim nada assim, símio sinto o fim;
E cravo meu agravo tudo enfim;
Nos galhos da roseira. Sou espinhos...
Nas dálias risos, falhas fiz enredo,
Desses lírios, delírios, sem segredo...
Hibiscos, passarinhos... Cadê ninhos?
MARCOS LOURES
INSPIRAÇÃO DIVINA
INSPIRAÇÃO DIVINA
A inspiração divina fez aquela
A quem tanto devoto amor sincero,
Dizendo muito além do que mais quero,
A velha fantasia se revela,
Sentir o seu perfume e ser só dela,
O corpo que endeusando até venero,
Estando agora ausente, desespero
E busco num cenário, mudo a tela
Oferto o que ora tenho de melhor,
O sonho em que talvez se realize
No amor já não cabendo algum deslize
A luz significando o bem maior,
Que apascentando sempre traz o brilho,
Aonde em calmos passos, manso trilho.
MARCOS LOURES
A inspiração divina fez aquela
A quem tanto devoto amor sincero,
Dizendo muito além do que mais quero,
A velha fantasia se revela,
Sentir o seu perfume e ser só dela,
O corpo que endeusando até venero,
Estando agora ausente, desespero
E busco num cenário, mudo a tela
Oferto o que ora tenho de melhor,
O sonho em que talvez se realize
No amor já não cabendo algum deslize
A luz significando o bem maior,
Que apascentando sempre traz o brilho,
Aonde em calmos passos, manso trilho.
MARCOS LOURES
PUDESSE PELO MENOS AMAR
PUDESSE PELO MENOS AMAR
São tantas incertezas, mas eu tento
Vencer as tentações e estar alerta,
A vida vai cumprindo o seu intento,
Minha alma a cada sonho, mais desperta.
Cansado de saber do sofrimento
A vida de quem ama é tão incerta,
Aguardo pelo menos um momento
Aonde a fantasia faça a oferta
E trague pelo menos a ventura
De ter antes da minha sepultura
Ao menos a alegria de saber
Que existe neste mundo amor sincero,
É tudo, finalmente o que mais quero,
Um arremedo, ao menos, de prazer...
MARCOS LOURES
São tantas incertezas, mas eu tento
Vencer as tentações e estar alerta,
A vida vai cumprindo o seu intento,
Minha alma a cada sonho, mais desperta.
Cansado de saber do sofrimento
A vida de quem ama é tão incerta,
Aguardo pelo menos um momento
Aonde a fantasia faça a oferta
E trague pelo menos a ventura
De ter antes da minha sepultura
Ao menos a alegria de saber
Que existe neste mundo amor sincero,
É tudo, finalmente o que mais quero,
Um arremedo, ao menos, de prazer...
MARCOS LOURES
AS ÁGUAS ESCORRENDO
AS ÁGUAS ESCORRENDO
As águas escorrendo, beijam margens
E levam sem cessar, fertilidade.
Dos sonhos convertidos em miragens
De plácidas lagoas. Na verdade
Ao percorrer contigo, mil viagens
Enfim eu encontrei felicidade.
Sentindo, do Nordeste nas aragens
A brisa deste amor, sinceridade...
Tesouro incalculável sempre tem
Quem sabe da alegria que se deve
Ao fato de estar junto com alguém
O tempo vai passando bem mais leve.
Eu quero o teu amor, querido bem,
Pois sei o quanto a vida se faz breve...
MARCOS LOURES
As águas escorrendo, beijam margens
E levam sem cessar, fertilidade.
Dos sonhos convertidos em miragens
De plácidas lagoas. Na verdade
Ao percorrer contigo, mil viagens
Enfim eu encontrei felicidade.
Sentindo, do Nordeste nas aragens
A brisa deste amor, sinceridade...
Tesouro incalculável sempre tem
Quem sabe da alegria que se deve
Ao fato de estar junto com alguém
O tempo vai passando bem mais leve.
Eu quero o teu amor, querido bem,
Pois sei o quanto a vida se faz breve...
MARCOS LOURES
QUEM EM AMOR E DOR SE FEZ
QUEM EM AMOR E DOR SE FEZ
Sonho com melodias que não ouço
Nem faço e nem tampouco quis um dia,
O amor que me prepara o calabouço,
O mesmo que pensara salvaria.
Não faço por defesa, algum esboço,
A vida terminando pouco a pouco
E quando a corda toca meu pescoço,
Num grito, mesmo inválido, estou rouco.
Talvez seja meu último verão,
Quem sabe este Natal, o derradeiro,
Ao ver se aproximando a cova, o chão,
O verso se tornando verdadeiro
Exponho sem pudores a nudez
Daquele que em amor e dor se fez...
MARCOS LOURES
Sonho com melodias que não ouço
Nem faço e nem tampouco quis um dia,
O amor que me prepara o calabouço,
O mesmo que pensara salvaria.
Não faço por defesa, algum esboço,
A vida terminando pouco a pouco
E quando a corda toca meu pescoço,
Num grito, mesmo inválido, estou rouco.
Talvez seja meu último verão,
Quem sabe este Natal, o derradeiro,
Ao ver se aproximando a cova, o chão,
O verso se tornando verdadeiro
Exponho sem pudores a nudez
Daquele que em amor e dor se fez...
MARCOS LOURES
QUANDO DORMES
QUANDO DORMES
Tua beleza rara e estonteante
Fulgura e traz a lua ao nosso leito,
Poder ser teu amigo e teu amante,
Tornando o meu viver bem mais perfeito.
E quando adormecida, eu me deleito,
Viajo ao infinito e neste instante,
Já crendo por Bom Deus estar aceito,
O pensamento segue tão distante
Teus sonhos, não consigo decifrar,
Quem dera se eu pudesse adivinhar
Porém é bem melhor ficar assim,
Nos braços carinhosos de Morfeu,
Quem sabe o personagem não sendo eu
Ausente e indiferente então a mim..
MARCOS LOURES
Tua beleza rara e estonteante
Fulgura e traz a lua ao nosso leito,
Poder ser teu amigo e teu amante,
Tornando o meu viver bem mais perfeito.
E quando adormecida, eu me deleito,
Viajo ao infinito e neste instante,
Já crendo por Bom Deus estar aceito,
O pensamento segue tão distante
Teus sonhos, não consigo decifrar,
Quem dera se eu pudesse adivinhar
Porém é bem melhor ficar assim,
Nos braços carinhosos de Morfeu,
Quem sabe o personagem não sendo eu
Ausente e indiferente então a mim..
MARCOS LOURES
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