Teu corpo se anuncia em plenitude
E traz sensualidade à flor da pele
E quando com loucura me compele
Traduz o quanto possa e sei me ilude,
Ainda que vivesse a juventude
Enquanto a sensação que nos revele
O tanto quanto quero e sei atrele
Meu passo aprofundando esta atitude.
Viceja dentro da alma esta alegria
E bebo muito além do que traria
A sorte mais audaz em claridade,
E sei da minha vida nos teus braços
Jogado sobre os sonhos mais devassos,
Adentro o quanto possa e nos invade.
Tocar tua nudez e perceber
As sendas fabulosas onde o tanto
Que quero sem temor ou desencanto
Traduzam simplesmente este prazer
Depois de loucamente me perder
Nas ânsias onde o farto ora garanto
Viceja dentro da alma o raro canto
E nele novo mundo a se verter,
Depois da solidão aonde um dia
Meu mundo se perdera em agonia
Agora se anuncia intensamente
O todo numa noite majestosa
E quanto do meu sonho se antegoza
Vibrando o quanto quero e se apresente.
3
Jamais se imaginasse em pleno sonho
O tanto quanto quero e se desvenda
A sorte noutro tempo em tal contenda
Expresse este cenário onde componho
Meu mundo sem saber enquanto enfronho
O todo que deveras já se estenda
Marcando como fosse clara lenda
O verso desejado onde o proponho,
Não pude e não teria noutro passo
Sequer o que deveras tento e faço
Ao semear meu verso além do cais,
E bebo dos anseios, seios, sinas
E sei do quanto podes e fascinas
Com teus requebros loucos, sensuais.
4
Já não me caberia ser assim
E mesmo noutro passo eu quis a sorte
Que tanto com certeza nos conforte
Trazendo o quanto possa vivo em mim,
Depois da imensidão chegando enfim
E nisto o que decerto nos comporte,
Vivendo sem saber o quanto aporte
Na plena sensação deste jardim,
A luta se anuncia e deste jeito
O quanto na verdade sei que aceito
Expresse a claridade que virá
Acrescentando ao tempo em tom suave
Bebendo em tua boca e desde já
O gozo tão sublime e sem entrave...
Teu corpo se anuncia em tal nudez
E vejo o quanto possa acreditar
Na sorte sem destino a se mostrar
E nisto outro momento agora vês,
E navegando além desta altivez
Gerando com ternura o que ao notar
Pudesse desejar cada lugar
E nele a sensação de insensatez,
O mundo se anuncia sem temores
E sinto no teu corpo as raras flores
Pousando um colibri sobre teus lábios,
Os dedos percorrendo mansamente
O quanto na verdade se apresente
Em dias mais suaves, claros sábios.
6
Ainda quando a sorte se fez mais
Do que pudera um dia sem temor
Vivendo com ternura o sedutor
Momento entre diversos sensuais,
Bebendo em tua boca sem jamais
Traçar o quanto possa e como for
Ousando sem sentir a bela cor
Dos dias entre tantos desiguais
Orgástica loucura nos tomando
E vejo deste tanto o quanto é brando
O mundo aonde anseio a libertária
Vontade sem saber do que mais possa
Viver esta alegria imensa e nossa
Deixando esta emoção diversa e vária.
Num corpo que se mostre ora desnudo
O vértice do sonho diz do encanto
E quando se anuncia sem quebranto
O tempo noutro passo mais agudo,
Pressinto o quanto queira e não me iludo
Efervescência dita o que garanto
Marcando com ternura o velho manto
E nada do que possa ora amiúdo,
Desvendo sem temor o que viria
Ou mesmo no final em alegria
O passo sem anseio dita a paz,
E nada do que trace se anuncia
Marcando com brandura a poesia
Que tanto quanto a vida amor nos traz.
8
Jamais imaginasse nova sorte
Senão a que deveras pude ver
Depois de tanto tempo em desprazer
Aonde esta certeza ora conforte,
E bebo da esperança em raro aporte,
No quanto se perceba amanhecer
E disto na verdade tente crer
No novo caminhar onde comporte,
Meu mundo na insensata fantasia
E tanto quanto possa e se teria
Somente esta semente em raro chão,
Ainda que se veja novamente
O amor quando demais sempre apresente
Na louca noite imensa esta amplidão.
9
Teu corpo junto ao meu em noite intensa
Vibrando em consonância, loucamente
O quanto se deseja e me apresente
Decerto a cada instante além compensa
Da doce sensação que ora convença
Que tenta e na verdade plenamente
Entregue sem domínio, intensamente
Nesta ternura audaz e sinto imensa,
Refaço dos meus sonhos o teu sonho
E vendo o quanto possa desvendar
Ousando sem temor de me entregar
Ao todo que deveras já componho,
Não tendo qualquer cais que nos comporte
Amor nos dando enfim raro suporte.
10
No tanto que desejo cada toque
E nada mais se faz além do tanto
E nisto se desenha em raro encanto
Amor que tanto amor ora provoque,
Apenas conviver onde convoque
A sorte que decerto ora garanto
Meu mundo na verdade eu adianto
E sei do interminável louco estoque
Em ânsias e vontades quando o todo
Invade sem temor ou mesmo engodo
O rumo mais audaz em tua pele,
Na vida se desenha esta esperança
E quando insanamente o sonho avança
Meu passo ao teu caminho ora compele.
11
Já não me caberia outro caminho
Apenas desvendar cada querer
E nisto se desenha tal prazer
Aonde o meu cenário eu adivinho
E bebo do que possa e se me alinho
Nas ânsias delicadas possa ver
O tanto em frenesi e perceber
O verso aonde o sonho em paz aninho,
Não tendo outra vontade senão esta
A sorte se desenha e sempre gesta
Um dia em tal loucura que nos guia,
E sei do meu caminho em plenitude
E mesmo quando a vida desilude
Eu tenho junto a ti a poesia.
12
Negar o meu anseio e crer na paz,
Aonde com certeza nada houvera
Senão esta verdade onde sincera
A luta se aproxima contumaz,
E o que desejo além e já se faz
Presume com firmeza o que se espera
Da noite sem temores, primavera
Aonde poderia ser audaz,
Revelo com meus versos a vontade
Que tanto com beleza nos invade
E traça noutro passo rumo ao tanto,
E bebo em tua boca o raro mel
Ousando imaginar além do céu
O mundo feito em sonho e me agiganto.
13
Seguir cada momento sendo teu
Sem nada que me impeça o sensual
Cenário aonde o mundo fosse igual
E nisto outro delírio reviveu
Meu canto aonde o todo percebeu
O verso outrora rústico e banal
Agora desenhando em ritual
Prazer onde o meu canto se perdeu,
Restando do meu sonho esta verdade
E nela um passo dita a realidade
E invade plenamente sem defesas
As tramas onde tanto pude ver
Em ti o mais sublime amanhecer
Meus olhos de teus olhos, mansas presas.
14
Encontro a cada passo o quanto quero
E sei do meu anseio junto a ti
E vendo o quanto possa e percebi
O verso se tornara mais sincero,
E sigo enquanto em luzes me tempero
Pousando no cenário onde vivi,
Restando dentro da alma em frenesi
O mundo mais audaz, ferrenho e fero,
Apresentando enfim o que se quis
E sei e posso mesmo ser feliz
Vibrando em consonância com teu gozo
Um templo feito em rara solidez
Gerado deste amor que agora vês
Um mundo com certeza majestoso.
15
Meu sonho se entranhando aonde há tanto
O canto se pudera ser diverso
Vivendo a plenitude deste verso
E nele outro momento em luz garanto,
Desvendo este cenário e já fomento
O caminhar sem medo no universo
Aonde em farta luz o que disperso
Expressa com certeza o quanto tento,
Não tendo mais respostas sigo além
Do todo aonde a vida nos convém
Vestindo a fantasia que nos traça
Fortuna desenhando na nudez
Além do quanto possa a sensatez,
Ousando esta esperança em rara Graça.
16
Não quero acreditar no que seria
Ousando novamente noutro passo
Vivendo o que deveras tento e traço
E nisto o meu anseio em fantasia,
Vibrando com ternura em alegria
O tanto quanto quero e agora faço
Marcando o dia a dia e sei do escasso
Momento aonde o todo moldaria
Apenas um cenário mais gentil
E deste desenhar o que se viu
Expresse com brandura o verso em paz,
Ainda que se molde outra existência
A vida no final dita a ciência
Do mundo que deveras luz nos traz.
17
Das plagas mais diversas do infinito
Eu vejo a rara estrela constelando
O tempo aonde o mundo fora brando
E nisto todo o sonho eu necessito,
Presumo o quanto quero ou acredito
No tanto sem temor se desenhando
Resolvo cada encanto desde quando
O mundo se fizera mais bonito,
Apresentando o risco mais audaz
O tanto quanto quero satisfaz
Orgásticos anseios noite afora,
E vendo o quanto a vida se promete
Meu passo no teu rumo se arremete
E toda esta vontade em sonho ancora.
18
Eternamente tento algum instante
Aonde o que se fez pudesse dar
O tanto quanto quero e em teu luar
Apenas o cenário radiante,
Não vejo o que pudera e se garante
Ausento do meu mundo e ao te buscar
Não quero novo rumo desenhar
E nada mais se veja doravante,
Retiro tua roupa mansamente
Num jogo sensual que não termina
E quando esta vontade cristalina
Invade sem saber o corpo e a mente
Apressando o que tento sem fronteiras
Também anseio logo que me queiras.
19
Não tema cada noite enquanto a sorte
Mudasse a direção em luz e nobre
Caminho aonde o tanto se recobre
No passo enquanto o mundo nos conforte,
O verso se anuncia e já comporte
Apenas o que tanto se descobre
Pousando mansamente onde se dobre
O sonho sem temor e bem mais forte,
Vagando pelos seios, coxas, pernas
Eu sinto estas vontades quase eternas
De noite insaciável sem descanso,
E quando se anuncia este desejo
O tanto quanto possa e agora vejo
Traduz a imensidade que ora alcanço.
20
Ainda que bancasse esta inocente
Que tanto desejasse e não falara
Da sorte mais sutil e ora escancara
O quanto se desenha e mais se sente,
O verso noutro rumo iridescente
O manto se anuncia em tal seara
Marcando com beleza o que declara
E vaga sem saber onde apresente,
Sequer a tempestade ou mesmo o frio
Ainda quando o todo desafio
Encara com ternura cada passo,
E vendo-te desnuda em minha cama,
Vontade contumaz ora reclama
O tanto quanto quero e em luz eu traço.
21
Teu corpo me convida para a festa
E sei do quanto possa a cada instante
E nisto este cenário me garante
O tanto que decerto a vida atesta,
Não tendo mais temor o que se empresta
Gerando a sensação que doravante
Mudando a minha vida me adiante
O todo desejado em cada fresta,
Semeias esperança e colhendo
Este prazer em raro dividendo
Adentro este infinito que se faz
No canto mais sublime da alegria
E tendo o todo quanto mais queria
Percebo o meu caminho em luz e audaz.
22
Mergulho sobre o corpo ora desnudo
E vibro em consonância com teu sonho
E quanto mais deveras recomponho
O tempo noutro passo eu amiúdo
Bebendo da esperança não me iludo
E vejo a sensação de amor e enfronho
Vagando sem temor onde me ponho
Vivendo a plenitude e vou com tudo,
Negar esta vontade e crer no fim
Do grande e imenso amor dentro de mim,
Sem ter onde se creia em sonho imenso,
No tanto que se quer e sem perder
As chances mais audazes do prazer,
Em ti a cada instante sempre penso.
Marcando com meu verso esta emoção
E vendo o tanto quanto pude outrora
A fonte sem temor já nos devora
E traz na imensidade a sensação
Do tempo aonde os dias moldarão
A sorte desenhada e sem demora,
O rumo se desvenda e quando aflora
Expressa no teu corpo a imensidão
Desta amplidão e nela bebo a luz
E tanto desejar já me conduz
Vestindo em fonte rara o que se trama,
Deixando para trás o que perdesse
Ainda que outro rumo se tecesse
Em ti eu sei da imensa e bela chama.
24
Não possa a vida ser decerto aquém
Do tanto que desejo e mesmo queira
No passo aonde a sorte verdadeira
Expressa o que decerto sempre tem,
A luta se anuncia e sem desdém
O verso se traduz e nos inteira
Gerando como amor esta bandeira
Deixando no passado o que não vem
E sigo cada rastro que deixaste
E sei do quanto possa sem desgaste
Contrastes entre o tanto e o que se quer,
Na nua maravilha esta mulher
Desenha o meu anseio sem limites
E nisto cada instante onde o permites.
Não tento em tom disperso ter somente
O quanto poderia se calasse
A voz que emoldurando num repasse
Gerasse o caminhar onde se sente,
Pousando no teu corpo mansamente
Bebendo com ternura o que se trace
Vestindo a imensidão e nesta face
O tanto que se quer não mais desmente,
A vida sem temor ou mesmo tédio
Amar e ser feliz? Santo remédio
E dele quando abuso eu sinto o bem,
Que tanto poderia permitir
O mundo desenhando em tal porvir
O canto aonde o mundo em paz já vem.
Meu mundo no teu canto se presume
E bebo da esperança onde se vendo
O tanto que pensara ser horrendo
E agora traz em nós raro perfume,
E chego sem temor ao longe, ao cume
E nisto o que se mostra percebendo
A cena aonde o tanto me embebendo
Expressa muito além de mero ardume,
Cardumes de esperança em verso e luz
Ao quanto na verdade me conduz
Adentra este infinito de nós dois.
E sendo de tal forma concordante
Amar e ser feliz ora garante
O tanto que se quer, mesmo depois.
27
Restauro com anseios a vontade
De ser somente teu e nada mais,
E quanto noutro rumo já te esvais
Percebo este delírio que me invade,
E volto sem saber da realidade
No passo que enfrentasse vendavais
E bebo destes sonhos magistrais
E sei do quanto possa em liberdade,
No encanto sem sentido e mesmo audaz
O tanto quanto quero e já se faz
Presume o teu encanto onde o derramas,
E vivo sem temer o que viria,
Cevando dentro da alma a poesia
E nela não veria velhos dramas…
Cadenciando o passo quando o sonho
Já não mais permitisse nova luta
A vida se desenha e não reluta
Enquanto a paz em nós hoje componho,
E sei do que em verdade mais proponho
Amor vencendo sempre a força bruta
E a sorte desenhada se desfruta
Deixando para trás dia medonho,
O verso se aproxima do infinito
E quanto mais procuro e necessito
Audaciosamente vejo a luz
E dela se anuncia esta esperança
E quando o meu caminho agora avança
A senda sem igual se reproduz.
29
Não pude imaginar outro caminho
Não fosse este estupendo desenhar
E nele todo o sonho a se moldar
Jamais me deixaria então sozinho,
E quando nos teus braços eu me alinho
E sorvo teu prazer doce vagar
Pousando nas entranhas do luar,
Teu corpo se anuncia como um ninho;
Vislumbro esta esperança e nela bebo
O tanto quanto possa e já concebo
Imensa claridade em olhos claros,
E sei dos meus anseios onde eu possa
Trazer esta verdade agora nossa
Em dias tão supremos quanto raros.
30
Ainda que se faça em louca senda
O amor quando não cabe dentro em nós
E sei do sentimento mais feroz
Que toda esta vontade agora estenda
E bebo a sensação que se desvenda
Vestindo este cenário em rara voz,
Vivendo o quanto vibra logo após
O sonho que em teu sonho já se atenda
Não quero e não pudera ser diverso
Tramando dentro da alma este universo
E nele novo dia se anuncia,
Armando dentro da alma a tempestade
E nisto cada raio onde se brade
Transforma em luz imensa a fantasia.
31
Seguir e em cada rastro que tu deixas
Vencer as dores fartas da ilusão
No tempo aonde os dias moldarão
Além do que já foram velhas queixas
E quanto mais se quer e se aprofunda
A senda feita em luz nos permitindo
O tempo mais audaz e sei tão lindo
Aonde o que se sonha ora me inunda,
A luta desenhada em verso e sol
E nisto outro momento se desenha
Enquanto esta emoção deveras venha
Tomando com firmeza este arrebol,
Pousando na crisálida esperança
A cálida alegria nos alcança.
Vivendo sem temer qualquer desvio
E tendo dentro da alma o que se quer
No corpo delicado da mulher
Cada momento traça o desafio
E vendo este caminho onde desfio
O mundo sem temor o que vier,
Prismática emoção e sem qualquer
Temor quando se mostra este pavio
E no estopim dos sonhos o que vejo
Traduz cada momento e noutro ensejo
Seduzes com sutil vontade e traças
Ainda que pudesse presumir
O tanto desejado no sentir
Das noites mais audazes e devassas.
Restando do meu sonho cada passo
E vejo sem temor o que talvez
Pudesse traduzir na insensatez
E nela outro momento busco e traço,
Realces deste mundo onde me faço
Vivendo sem temer a lucidez
E tanto deste encanto que ora vês
Presume muito além do meu cansaço,
Resulto deste tanto em tom diverso
E bebo com ternura cada verso
Imerso nos anseios mais audazes,
E quando com ternura tu me tramas
Momentos sem saber dos velhos dramas,
Os dias entre luzes tu me trazes.
Reparo cada engano do passado
E vejo no futuro este momento
E nele cada sonho eu alimento
Deixando o sofrimento agora ao lado,
No tanto que pudesse desenhado
E nisto sem temor ora fomento
O mundo se presume em raro vento
E tento novo dia desejado,
Marcantes emoções ditando a rota
Deixando para trás cada derrota
Denotam sorte clara em luz intensa,
E sei do que deveras adivinho
Vivendo com ternura o raro ninho
Aonde esta emoção teima e compensa.
35
Não pude e não teria qualquer chance
De crer noutro cenário que não este
E quando tanto amor tu concebeste
A vida com certeza nos alcance
E marque com ternura este nuance
E nada se perdendo percebeste
O manto aonde o mundo recebeste
Depois do quanto a sorte sempre avance,
Depositando o verso aonde um dia
Pudesse desejar em fantasia
Apenas o que a vida me arremeta
O manto desenhando esta beleza
E faço da nudez da amada presa
A senda mais audaz deste cometa.
36
Não pude ter além deste momento
E nada do que tente eu vejo ainda
E sei desta impressão que se deslinda
E nela me entregando em manso vento,
O prazo determina aonde tento
Cerzir com emoção a luz que brinda
O olhar de quem se fez e quando blinda
A vida desta dor, vago tormento,
Não pude e nem quisesse ser talvez
Somente o que esta história já desfez
Deixando para trás uma esperança
Meu passo se aproxima do que tente
A vida aonde o tanto ora frequente
Ao menos no futuro em paz avança.
No prazo sem sentido e sem razões
Apresentando a vida em tom suave
Sem nada que deveras nos entrave
Encontro o quanto queres e compões,
Nos versos mais suaves emoções
Diversas onde o tanto não agrave
A sorte que se mostre em luz e nave
Vivendo as mais diversas dimensões.
E tento acreditar no que se faça
Deixando para trás velha fumaça
Sem ter sequer um manto onde cobrir,
Em esperança tento novo rumo
E sei do que decerto ora presumo
Vivendo com ternura o que há da vir.
Não pude e não teria qualquer sonho
Senão a mesma face mais audaz
De quem se desenhando ora me traz
O tempo aonde o todo em paz componho,
E vivo a plenitude onde me enfronho
E sei do quanto a vida ora já faz
Depois de cada encanto pertinaz
Vivendo o meu caminho onde me ponho,
Marcando com ternura o que viria
Ébrio momento feito em poesia
Resumos de tormentos do passado,
Agora que se creia no futuro
Estando do teu lado eu asseguro
O sonho tantas vezes desejado.
Não pude acreditar no que não vinha
E sei da luta inútil vida afora
E sinto que deveras me apavora
A luta que julgara ser tão minha,
O prazo desta sorte mais daninha
O barco que deveras já se ancora
A senda aonde a vida volve e aflora
A rústica impressão clara e mesquinha
Do tempo sem ter tempo de sonhar
E nisto o que se molde a desenhar
Expresse a realidade mais audaz,
E sei do que pudesse ser decerto
Um tanto quanto quero e se me alerto
Encontro este momento em rara paz.
40
No tempo sem temor e sem anseio
O verso desvendando esta beleza
Aonde a vida volte sem surpresa
E traga com certeza o quanto veio
Cerzindo cada passo aonde alheio
Aos erros do passado em tal leveza
Bebendo em tua boca a sutileza
Do mundo feito em passo e devaneio,
Resumos de outros dias mais sutis
E sei do quanto possa e nada diz
Senão desta expressão mais clara e rara,
O verso no seu vértice desenha
O quanto na verdade sempre venha
E tanto desejar ora declara.
41
Salivas no teu corpo ora desnudo
E nesta maravilha em luzes fartas
Enquanto dos meus sonhos não te apartas
Em ti tenho certeza eu me amiúdo,
E bebo desta luz e não me iludo
Querendo cada rumo que compartas
Ainda que deveras não repartas
O tanto quanto possa e vou com tudo
Semeias na beleza desta sorte
O quanto com ternura ora comporte
O tanto que se quer e muito mais,
Dos ventos do desejo, tempestades
E rompo dos temores velhas grades
Insano invado em rudes temporais.
42
No corpo delicado a derrocada
Sem nada que pudesse me conter
Vivendo em tanta luz raro prazer
Deixando a noite imensa desejada,
Ainda quando a vida traz no nada
A senda mais suave a se verter
Ousando no que possa agora ter
Adentro no furor da madrugada
A sorte sem saber do que viria
E nisto cada passo em ousadia
Expressa muito mais do que se sonha,
Apresentando o tanto que se quis
Deveras do teu lado sou feliz
E vejo a vida além clara e risonha.
43
A tua boca mata esta sedenta
Vontade de viver e ser bem mais
Que tantos entre dias desiguais
E sei do quanto a sorte agora tenta
Ausento do passado e da tormenta
Aonde exposto aos velhos vendavais
Pudesse noutros dias sensuais
Saber o quanto quero e já me alenta,
O canto sem temor ora reveste
O dom de se mostrar além, celeste
Vibrando em consonância noite e dia,
O tanto quanto possa desenhar
O mundo neste mesmo caminhar
Ousando no que tanto se queria.
44
Insanamente busco no teu sal
Meu sol e sei do quanto em vivos gomos
Traçamos o que em luzes sei que somos
Momento sem temor consensual,
Ousando noutro passo sem igual
O tempo se traduz em velhos tomos
E sinto que deveras do que fomos
O mundo se mostrara radical,
Prevejo tão somente o que se quer
Marcando com delírio esta mulher
Ansiosamente mesmo procurada.
E sigo com ternura o quanto possa
Da sorte desejada mesmo nossa
E nisto nossa sorte desvendada.
45
Não pude acreditar no fim de tudo
E sei do que virá nos redimir
Proponho com certeza no porvir
O tanto quanto quero e não me iludo,
Vestindo a sensação e sei que mudo
Meu rumo quando o sol quando surgir
Trará o tanto quanto se há de vir
Deixando para trás o canto mudo,
Resulto do que tanto pude crer
E sei do claro sonho a me trazer
Amanhecer diverso em tom suave,
E nada do que possa ser assim
Tramando o quanto existe dentro em mim
Na liberdade feita como uma ave.
46
Restando muito pouco a se fazer
Somente se entregar e sem temores
Ainda se deveras não te opores
Verás um novo tempo ao bel prazer,
Depois do quanto mesmo pude ver
E nisto se desenham várias cores,
Tecendo o meu destino aonde fores
Vencendo o dia em claro amanhecer,
Somando cada passo eternidade
Gerando o que se quer em liberdade
Moldando em tal constância o quanto quis
Sabendo desde sempre esta nobreza
Do mundo aonde o sonho em realeza
Expressa o quanto possa ser feliz.
No tanto que se fez em claros dias
E neles outros tantos já tentara
Vencer a solidão desta seara
Traçando com ternura fantasias,
E todo imenso bem que me trarias
Marcando com delírio a noite clara
E nela a imensidão quando se ampara
A sorte em luzes claras, alegrias,
Resplandecendo o sol onde se tenta
Vencer em mansidão qualquer tormenta
Negando outro momento em dor e medo,
Aos olhos mais sutis desta esperança
Meu mundo na verdade ora se alcança
E gera o que pudera sem segredo.
48
Não tema o que se faz eternamente
E beba desta luz em claro sonho
E quando na verdade eu te proponho
Amor quando demais a gente sente,
E tenta do passado este envolvente
Momento mesmo quando mais bisonho
O mundo aonde o tanto quero e ponho
E nisto cada verso se apresente,
Marcantes emoções em dias vãos
E nisto se espalhando novos grãos
Presumem a colheita da esperança
E sei do que deveras tanto quero
Podendo ser decerto mais sincero
Vivendo com brandura onde se alcança.
Não tento outro momento e não se visse
Cenário em turbulência em tal fortuna
E sei do grande amor que ora nos una
E nisto não se vê qualquer tolice
Ainda quando o tanto agora ouvisse
Cerzindo outro cenário em praia e duna
A sorte mais audaz que nos reúna
Expressa todo amor que permitisse,
Depois de cada queda novo sonho
E nisto outro momento em paz componho
Pousando dentro da alma em claridade,
Jorrando como um gêiser mais audaz
Amor quando demais amor nos traz
E neste caminhar o todo invade.
Apresentando em voz suave e mansa
O tanto que se quer e se deseja
A noite que pudera benfazeja
Agora sem temor algum me alcança
Ousando ter a imensa confiança
Do brilho onde tudo que se almeja
Traduza outro cenário onde se veja
A vida sem temor, clara mudança
Não possa e não teria novamente
O tanto quanto quero e não desmente
O passo em rumo claro e luz suave,
Depois da tempestade mais sutil,
O verso se desenha onde se viu
O canto aonde nada mais o entrave.
PARA TANTOS, PRINCIPALMENTE MARCOS GABRIEL, MARCOS DIMITRI E MARCOS VINÍCIUS. MINHA ESPERANÇA. RITA PACIÊNCIA PELA LUTA.
sábado, 12 de março de 2011
O amor em tantas faces mais sutis
Expressaria o muito aonde enreda
O passo e na verdade mesmo em queda
Transcende ao quanto possa e mesmo quis,
Negar outro momento e ser feliz
Ousando acreditar, podre moeda
E nisto qualquer luz agora seda
Quem sempre desvendara e nada fiz,
Meu verso se apresenta sem talvez
E crendo no caminho onde desfez
O passo sem o prazo necessário,
Erguendo um manso brinde a quem se dera
Tentando renascer em primavera
Realço o mesmo velho itinerário.
Não tendo em minhas mãos esta certeza
Que possa me trazer nova emoção
Os tempos se desenham desde então
Lutando contra a firme correnteza,
E sei do teu olhar, rara beleza
E enveredando as sortes que virão
Marcar com mais ardor cada ilusão
E nisto me sentindo feito em presa,
Mergulho nos teus braços e prossigo
Tentando acreditar em firme abrigo
Aonde com ternura se tentara
Adivinhar o passo em tal seara
E mesmo quando a vida se apresenta
A sorte não se fez ora sangrenta.
Negar o meu anseio e prosseguir
Depositando o sonho noutro instante
E sei do quanto possa e se garante
O amor que tanto vejo a resumir
Meu canto no caminho a repartir
O tempo que se molde doravante
E nada mais se vendo onde agigante
O prazo quando muito inda há de vir.
Não tento navegar contra esta fúria
E sei da solidão, a velha incúria
Que um dia fora amarga companheira,
E sinto isento o verso e nele pude
Marcar com mais ardor a juventude
Ousando acreditar em tal bandeira.
4
Nos trâmites comuns da velha sorte
O tanto que se quer e não consigo
Embora se apresente o vento amigo
O verso noutro rumo não comporte,
Meu tempo sem ter tempo não conforte
E deixo para trás o desabrigo
Vencendo qualquer tom, medo e perigo
Ainda me imagino bem mais forte,
Negar o quanto venha e tenha além
Do quanto na verdade não convém
Ao velho caminheiro em luz suave,
Do tanto que se fez imensidão
Os olhos procurando outra estação
Enquanto cada sonho vira entrave.
5
Avisos e convites me convêm
Pressinto novo dia e quero mais
Do quanto poderia em desiguais
Cenários caminhando sem desdém,
A rude sensação de ter alguém
Anseios entre tantos vendavais
E neles se aproximam velhos cais
Enquanto a solidão inda não vem,
Mas quando enamorado tudo passa
E sei desta emoção, diversa traça
Puindo uma esperança ou mesmo o brilho
Que tanto poderia ser diverso
E tento dedicando novo verso
Ousar aonde em paz deveras trilho.
Resplandecente luz que tanto quis
E nada mais se vira além do fim,
Ainda se alimenta vivo em mim
O sonho de talvez ser mais feliz,
E quando se aproxima e por um triz
Invado sem sentido este jardim,
O tanto que se queira traz assim
O verso pelo qual amor eu fiz,
No vórtice da vida sem sentido,
O manto já puído e destruído
O vento se anuncia em dimensão
Diversa da que tanto procurei
E invade sem defesas esta grei,
Causando na verdade este tufão.
7
No tanto quanto pude pela vida
Acreditar na luz de uma alegria
E nisto novo tempo moldaria
A sorte que julgara já perdida,
E vendo o quanto tento e se lapida
No verso feito em brilho e na magia
Do tempo que traduz esta harmonia
Há tanto desejada e ora sentida,
Rondando qual falena a lua imensa
E sendo no final a recompensa
Na consciência plena em paz e sonho,
O tanto quanto pude e agora vejo
As sombras ardorosas do desejo
Aonde em tanta paz busco e componho.
Não tento caminhar sempre em vazios
Cenários turbulentos ou atrozes
Ouvindo da esperança suas vozes
Invado com ternura desafios,
E sei das alegrias nestes rios
E neles outros tantos mesmas fozes
Restando sem temor destes algozes
Os olhos que julgara mais sombrios,
Agora se aproxima de nós sonho
E vejo enquanto o canto recomponho
O tanto que pudera e mais se quis,
Pousando mansamente no teu colo,
O mundo aonde em paz e encanto assolo
Deixando o caminheiro enfim feliz.
9
Um riso francamente mais suave
Rondando cada sonho onde me dera
Tramando com firmeza a primavera
Sem nada que decerto ainda agrave
O passo libertário a sorte a nave
Enquanto se desenha o quanto espera
Gestando dentro da alma o que tempera
A vida sem saber onde se entrave,
Respondo com meu canto mais sutil,
E bebo da alegria onde se viu
O tanto desenhado em tom maior,
Estrada que me leve ao teu caminho
E nela vença o medo mais mesquinho
Decerto em pouco tempo eu sei de cor.
10
Na pequenina mão de quem se fez
A deusa em mais suprema dimensão
As horas se desenham desde então
E nisto o quanto vale a sensatez?
Meu rumo no teu rumo aonde o vês
Presume a mais completa direção
Dos dias que decerto me trarão
Ao fim de cada sonho a lucidez.
Vestindo esta emoção que não desbota,
A sorte mais feliz nega a derrota
E trama após o todo novo dia,
E sendo de tal forma esta beleza
Aonde a vida traça em tal surpresa
O quanto com certeza, enfim, queria.
11
Com sede e mil vontades de te ter
Vencendo cada passo em falso quando
Meu tempo no teu mundo transbordando
Presume qualquer forma de prazer,
Ainda quando possa amanhecer
E nisto novo tempo se moldando
Nas ânsias da esperança transformando
O tanto que pudera perceber,
Não vejo sequer queda aonde um dia
Vivesse com ternura em harmonia
O vento em concordância e lealdade
Depois de tanto quanto acreditei
A sorte sem destino onde entranhei
Traduz o sonho em paz que agora invade.
Em noite de carinhos, pleno amor
O tanto que te quis já se alimenta
Da sorte mais audaz ora sedenta
Do tempo feito em glória luz e cor,
E seja da maneira como for,
O canto em consonância me orienta
E gera após o caos, velha tormenta
A calmaria inteira ao meu dispor,
Vestindo esta emoção em primavera
No quanto uma ilusão agora espera
E transmitindo enfim o que mais queira,
A luta se anuncia sem bravata
E toda a sensação que ora constata
Expressa na alegria esta bandeira.
13
Rondando em nossa cama a claridade
Da lua que se fez deusa sem par
Pudesse nos teus braços mergulhar
E conceber enfim a liberdade,
O passo noutro rumo ora me invade
E gera o que tentasse desvendar
Após esta certeza a se mostrar
Mudando com certeza realidade,
Nefasta solidão do meu passado
E quando noutro rumo já me evado
Invado a sensação de ser feliz,
E sendo de tal forma impertinente
Ainda que se queira e mesmo tente
Meu canto traduzindo o quanto a quis.
Meu verso se aproxima do que um dia
Ainda quis decerto ter nas mãos
Cevando da esperança os tantos grãos
E neles percebendo a fantasia
E tanto quanto possa ou mais queria
Vestindo os dias antes duros vãos
Envolto na incerteza de tais nãos
Meu canto noutro canto se irradia,
Ecoa dentro da alma esta esperança
E quando na verdade a voz se lança
Após tanta loucura noutro fato,
O tempo sem temor agora vejo
E bebo em tua boca o meu desejo
Enquanto tanta luz em ti retrato.
15
Das chaves da ilusão em tom audaz
Apresentando em nós esta fartura
Enquanto o quanto quero se procura
O mundo se desenha pertinaz
E o tanto se aproxima enquanto traz
Bem mais do que pudesse em amargura
E o verso se desenha onde a ternura
Encontra firmemente o mundo em paz
Restando muito pouco do que um dia
Gerasse noutro encanto esta utopia
Audaciosamente agora já desnuda
Eu sigo sem temor o meu anseio
E brindo com meu passo o que ora veio
Tramando na verdade em clara ajuda.
Ousar nesta inocência de quem ama,
Tentando adivinhar outro momento
E quando na incerteza busco e tento
Viver o que se fez outrora em chama,
A luta quando invade e assim reclama
O tanto desenhado no tormento,
Presume no final o sofrimento
E disto se desfaz o velho drama,
Restauro com meu sonho o que deveras
Enfrente sem temor as tantas feras
E nada mais se faz além do enredo
Aonde cada passo determina
O quanto nesta luta cristalina
Transcende ao quanto possa e me concedo.
17
Pudesse ainda ter viva no olhar
Imagem de quem tanto desejei
E sei do meu passado e mergulhei
Aonde se apresenta o caminhar
Diverso do que tanto ao mergulhar
Nos ermos do cenário onde entranhei
Vagando sem sentido o que terei
Deixando para trás cada luar,
Não tento e não pudera ser diverso
Ao adentrar meu mundo onde perverso
Anseio dominasse esta emoção,
Restando muito pouco ou quase nada
A luta se desenha emaranhada
Nas tramas que deveras nos verão.
Os dias mais felizes que se vissem
No tanto quanto a vida me afirmasse
Deixando para trás o ledo impasse
E sei das emoções que não previssem
Ainda que meus erros dividissem
A vida noutro rumo em nova face
O manto se desvenda onde mostrasse
Em som diverso, e dores abstraíssem,
Marcar com harmonia o quanto quero
E sei de outro cenário mais sincero
Sentindo a profusão em sentimento,
E quando no final já nada vejo
Apenas o que tanto diz desejo
O mundo mais sutil agora invento.
19
A sorte não desabe noutro enredo
E sinto o meu caminho mais sutil
Efervescente mundo onde se viu
O amor que na verdade em paz concedo,
O tanto quanto possa em teu segredo
Pousar onde o momento que previu
Expresse o meu anseio mais gentil
E nele o tempo mostre desde cedo
A senda mais suave que apresenta
A vida após o caos, leda tormenta
Deixando no momento a solução
Que possa alimentar minha existência
E deste desenhar ao ter ciência
Momentos mais suaves se verão.
20
Em divagar por vezes se anuncia
A imensidão de um tempo que não veio,
E quando se apresenta sem rodeio
A senda mais suave em alegria,
O verso noutro verso se faria
E nisto o quanto possa em devaneio
Tentando acreditar e crer num meio
Aonde veja além da fantasia.
Meu verso em paz se molde e trace a sorte
Que tanto nos conceba e nos conforte
Sem prazo e sem temor, apenas sendo,
Depois de alguma sorte sem proveito
O quanto na verdade quero e aceito
E nisto esta emoção é dividendo.
21
Restando dentro da alma alguma luz
Embora a treva tome este cenário
O mundo possa ter no itinerário
Diverso o que deveras reproduz,
Marcando com ternura o que produz
Resumo meu anseio e qual corsário
Enfrento outro momento aonde é vário
O tempo sem ter tempo e nos seduz.
Esvaio dentro da alma o que não vira
Sangrando tão somente em tal mentira
E nada do que o dia anunciasse
Grassando no infinito deste sonho
E quando na verdade o que componho
Já não se mostraria em turva face.
Sequer eu poderia ainda ver
O sonho sem saber deste destino
E quando no final não me alucino
Encontro o quanto possa converter
No raro e mais suave amanhecer
Meu verso aonde em vão foi cristalino
O sonho mais audaz deste menino
E agora sem sentido a se perder,
No tanto quanto cabe dentro da alma
Apenas a certeza que me acalma
Presume novo rumo ou sensação,
Depois desta desdita feita em luta
A sorte sem temor algum reluta
E molda novos tempos desde então.
23
Sem luz em meu olhar que poderia
Vencer este horizonte mais sombrio
O amor se desvendando em desafio
Traçando além da sorte atroz e fria,
O risco de sonhar em fantasia
A luta sem sentido aonde eu crio
Meu verso noutro tom e em desvario
A porta no final não se abriria.
Invento cada passo e sei do fim,
Ainda que vivesse dentro em mim
O brilho inusitado da paixão
Meu passo sem destino e sem certeza
Marcando com terror, sou mera presa
E dela vejo a mesma ingratidão.
24
A luz onde pudera desvendar
Ainda o quanto é rude esta promessa
Ainda quando o mundo em vão tropeça
Ousando noutro tanto caminhar,
Encontro sem saber cada lugar
Enquanto a poesia se confessa
Marcando itinerário sem a pressa
Que tanto nos permita desenhar
O mundo mais audaz e nele o quanto
Ainda se aproxime em raro encanto
Enfrentaria apenas o que tento
Depois de comungar mesma vontade
O tanto que se mostre em liberdade
Expressa a imensidão de um forte vento.
Moldasse novo rumo aonde o tanto
Que quis já não coubera ou me servisse
A vida se presume em tal crendice
E vejo o quanto possa e não garanto
Sequer o dia claro aonde espanto
A solidão e mesmo que se visse
A noite enluarada não previsse
Talvez o que iludisse o velho pranto,
Marcante caminhada rumo ao mundo
Diverso do que tento e se aprofundo
Meu passo não traria novo passo,
E quando na verdade nada veio
Apenas o vazio ora rodeio
Enquanto cada sonho ora desfaço.
26
Enleios onde a vida poderia
Trazer algum momento feito em luz
E quanto mais do nada se produz
A sorte se desenha amarga e fria,
Ouvindo da esperança a melodia
E tendo nos meus olhos o que faz jus
A quem se procurasse e reproduz
O verso aonde o tanto se queria,
Não vejo outro momento em tom atroz
E sigo meu alento e logo após
Cruzar os desenredos da esperança
A sorte mais sutil se aproximando
De um tempo aonde o todo mostra quando
A senda mais feliz meu passo alcança.
As rosas da clemência em tom suave
O tempo em mais diversa sensação
Marcando com meu sonho desde então
Ainda que o cenário não se agrave,
Uma expressão gentil aonde entrave
Não deixe que se veja a dimensão
Dos dias mais felizes que verão
A luta sem saber da velha trave,
Aprendo com enganos e prossigo
Tentando acreditar em novo abrigo
Aonde na verdade nada houvera
Senão a sensação do que viria
Marcando com ternura a fantasia
Apascentando enfim a dura fera.
As neves sobre os montes do passado
E neles andarilhos sonhos vão,
E nisto a dolorida direção
Enquanto num momento agora invado
O risco sem sentido e desenhado
Nas tramas mais doridas, solidão,
Vencendo a tormentosa ingratidão
E bebo o quanto possa desenhado
Apresentando o rumo que se visse
Marcando com anseio após mesmice
O mundo em novo brilho, claramente
E tanto quanto possa e se desnuda
A sorte mesmo tenta sendo aguda
Beber o que nos toca corpo e mente.
29
Brotasse dentro da alma uma esperança
Pousando mansamente no meu peito
E sei do que pudera e mesmo aceito
Enquanto o tempo além domina e avança
Deixando no passado esta criança
Que tanto te deseja e de tal jeito
Encontra este caminho contrafeito
Marcado pelas ânsias da lembrança.
Amar e ser feliz, coincidência?
A vida se mostrando em eloquencia
Envolve cada dia quem sonhara,
Não tento desvendar qualquer mistério
E sei da solidão vago minério
Tornando a vida dura e sempre amara.
30
Um brilho mesmo estranho presumisse
O tanto desenhado noutro espaço
E quando o meu anseio em ti eu traço
O todo noutro passo resumisse,
Desvendo qualquer sonho e sem crendice
O mundo que deveras fora escasso
Atando com ternura cada laço
Expressa o que por certo ora se visse.
Não tento acreditar no que não veio
E sigo o que pudera sem receio
Depois desta incerteza mais fugaz,
A luta se anuncia em ritmo audaz
E quando na verdade a luz anseio
Eu busco tão somente a velha paz...
31
Não valeria o sonho de quem tenta
Vencer a imensidão sem ter apoio
E sei que na verdade sendo o joio
Enfrentarei decerto esta tormenta
A vida quando em vida ora se inventa
E segue passo a passo este comboio
E nisto o quanto tente em novo arroio
Presume nova sorte e se apascenta,
Depois do caminhar em tempestade
Apresentar o rumo onde se evade
A sorte mais feliz e com certeza,
Depositando o sonho nos teus braços
Após o desejar em novos passos
O mundo com delírio e em tal firmeza.
Apresso meu anseio e busco após
A senda inusitada um rumo enquanto
O todo se anuncia onde eu garanto
Certeza mais audaz e nada atroz,
Meu canto se desenha e mais feroz
A luta se aproxima em desencanto
E bebo do infinito e me adianto
Vencendo o quanto reste em nova foz,
Resplandecente sonho em libertário
Momento aonde venço itinerário
Diverso do que tanto quero e possa,
Esta certeza toma cada instante
E o verso na verdade me garante
A imensa sensação da sorte nossa.
Não tento acreditar na fúria vaga
E sei do quanto possa em novo tom,
A luta desvendando o quanto é bom
Meu mundo quando agora em ti divaga,
A sorte desvendando cada adaga
O manto recoberto no neon
Aonde uma esperança fora dom
E a vida não realça a velha chaga,
Apenas o que possa ser assim,
Vivendo a plenitude dentro em mim,
E nisto o meu anseio se promete
No tom onde a verdade sobressai
O verso na verdade não mais trai
Quem tanto quis e em luzes se acomete.
Não quis e nem pudera acreditar
Nas tramas mais audazes de quem sonha
E a vida que se mostre ora enfadonha
Encontra na esperança onde vagar,
E bebo cada passo devagar
E tramo o que deveras traz e ponha
A noite quando o verso ora se enfronha
Vagando pelas ânsias de um luar,
Não quero e não teria melhor sorte
Se não tivesse a luz que me conforte
E gere depois disso este momento
Aonde em tom suave sigo em frente
E quanto mais a sorte se apresente
E nisto novo rumo agora invento.
35
Encontro os meus sinais e volto a crer
No mundo aonde o tempo tem a sorte
De quem noutro caminho mal conforte
O passo sem sentido a se prever,
E quando se quisesse amanhecer
Depois da sensação do imenso corte
E nada aonde possa e se suporte
Aporte meu momento num prazer,
Respaldos tão diversos verso e luz
Aonde na verdade o que conduz
Expressará tormento e no indigente
Astuciosamente quedo e sigo
O mundo aonde vejo o desabrigo
E nele todo o canto ora se ausente.
36
Arcar com o que seja desengano
E crer noutro momento aonde a vida
Pudesse desejar nova saída
Mudando com certeza o velho plano
E sei do quanto possa e não me ufano
Vencido pela sorte distraída
Jogado sobre o vão em despedida,
O lento caminhar expressa o dano,
Não tento mais ousar em novo passo
E vejo o meu anseio e sei do escasso
Cenário feito em glória ou mesmo em paz,
Do tanto que se fez em primavera
Apenas o cenário destempera
E gera o quanto possa mais audaz.
Negar alguma trilha e crer no fato
Aonde o que se mostre seja além
Do pouco enquanto o tanto que se tem
Traduz a ingratidão que ora constato,
Marcando o que pudera e não resgato
Sequer o que em verdade nunca vem
Deixando para trás o olhar de alguém
E nisto o meu anseio não retrato,
Efervescência dita o quanto pude
Vencer e crer na sorte em plenitude
Depois de cada engano simplesmente
Não tento acreditar no que não veio
E vivo o dia a dia sem receio
Do tanto que deveras volta e mente.
Jogar a sorte aonde nada vinha
Somente a mesma imagem sem reflexo
Do tempo que perdera e quando em nexo
A luta se desenha agora é minha
E sei da mesma face mais daninha
E nisto o meu anseio mais complexo
Traduz o quanto pude e sei do anexo
Momento sem certeza onde se alinha
A marca mais sutil e mesmo rude
De quem se mostra aquém da plenitude
Vencido pelo caos e nada veio,
Somente o que se visse após o fardo
E quando na verdade ora retardo
Meu passo se mostrasse sempre alheio.
39
Bebendo em tua boca esta emoção
Diversa da que tanto quis um dia
Vencido pelo caos onde traria
As sombras desta espúria indecisão,
Os tempos noutros tantos moldarão
O verso que deveras tenta e adia
A vida sem saber da hipocrisia
E nisto deixo além a solidão,
Apenas resultando no vazio
Aonde cada sonho eu desafio
Vestindo a mesma face do passado,
No caos que se desenha no horizonte
E nisto na verdade o que se aponte
Não deixa sequer sombra e já me evado.
40
Restando do passado a sombra quando
O verso se anuncia e traz o fim
Deixando apodrecer velho jardim
Enquanto a flor presumo desfolhando
O tempo sem sentido destroçando
O tanto quanto trago vivo em mim
E bebo da esperança até que assim
Esteja noutro rumo desabando.
Um vórtice se molda e vejo apenas
Aonde com certeza me envenenas
Matando o que inda fosse fantasia,
A senda se desvenda em lenda e medo
E tendo no final o desenredo
Apenas o que resta em nós veria...
41
Não quero acreditar no que se veja
Ainda quando a sorte se faz tanta
E nisto este cenário se garanta
A luta inusitada onde se almeja
Imensidade feita em benfazeja
Vontade que deveras me agiganta
E marque com ternura e nos levanta
Além do quanto possa e sempre seja
A vida sem proveito ou mesmo quando
O tempo noutro rumo se tomando
Vagando contra a fúria que não veio
Tramando sem sentido a fantasia
E todo o meu momento onde queria
Expressa outra emoção e sem receio.
E sinto o meu anseio sem temores
E seja como for nada mais tento
Somente o meu anseio e desatento
Mergulho sem saber por onde fores,
E tento acreditar noutros albores
E beijo a solidão mero tormento,
Porém se deste amor eu me alimento
Estendo o meu olhar em belas flores.
Não vejo qualquer luz onde se creia
Tramando muito mais e a lua cheia
Derrama cada raio sobre nós
E tanto quanto pude imaginar
Viceja esta esperança a se mostrar
Aonde o meu caminho expande a voz.
43
Não tento perceber outro cenário
Senão aquele mesmo do passado
Aonde com firmeza se me evado
Enfrento o dia em manso itinerário,
Vencer o que pudera imaginário
E crer noutro momento em tal enfado
Restando dentro da alma o desolado
Caminho tantas vezes temerário.
Não posso e não possuo algum alento
E tanto quanto possa busco e tento
Após a plenitude deste verso
Ousar acreditar no meu anseio
E quando esta ilusão deveras veio
O sonho mais feliz ora disperso.
Não tendo novo tempo a não ser este
O quanto deste encanto se fez nosso
E quando do infinito em ti me aposso
Vivendo o que deveras convenceste,
Meu rumo no teu rumo percebeste
Vagando sem temor aonde posso
Viceja esta esperança e sem destroço
Meu canto no teu sonho concebeste,
Restando da esperança o tom suave
E nada com certeza; trame a trave
Ou deixe minha vida assim exposta,
E prazerosamente vejo em nós
A vida sem saber do quanto após
Espero sem sentido uma resposta.
Não tento acreditar noutro momento
E sei do quanto pude e não viera
Somente a solidão, velha quimera
Inebriada estância em desalento,
E quando na verdade eu busco e tento
Saber da imensidão da longa espera
A sorte desenhando em primavera
Audaciosamente traça o vento,
E sinto o quanto pude e mesmo quis
Vestindo o meu anseio, um aprendiz
Jogado pelas pedras sem defesa
E nisto farto amor se tentaria
Marcar com os anseios da alegria
Vencendo do temor tal correnteza.
46
Atravessando as ruas do passado
Apenas se entranhando no vazio
Aonde cada instante desafio
O tempo noutro tanto desprezado,
Numa avidez sem rumo, desejado
Somente o que se faz em desvario,
Invado e penetrando em manso rio
O tanto quanto quero e não me evado,
Expressamente sonho e se este anseio
Enfrenta o quanto possa e não rodeio
Deixando para trás cada momento
E nisto quando insisto vejo a paz
E nela o que deveras já se faz
Apenas dita o tanto quanto tento.
Acreditar na luz que nos tomando
Invade cada verso e traz o brilho
Aonde no passado este andarilho
Apenas se mostrara mais infando,
Agora se apresenta desde quando
O passo onde se tente em novo trilho
Vencer este temor e se me pilho
Somente na esperança agora ousando,
Encontro esta certeza e quero além
Do quanto sem temor a vida tem
E marca com ternura o que se via
Deixando com firmeza o dia em paz
E neste caminhar o quanto faz
Presume muito mais que a fantasia.
48
Marcantes emoções a vida trama
E deixa que se veja muito mais
Que meros e diversos temporais
Traçando com ternura a imensa chama
E o verso se anuncia além do drama
E navegando em raros rituais
Expresso o desejar e sem jamais
Ousar no que em verdade não mais clama,
Encontro a concordância aonde um dia
O tempo noutro caos não moldaria
Sequer o verso feito em esperança
Restando de meu mundo apenas sombra,
Nem mesmo uma saudade agora assombra
Enquanto no futuro o passo avança.
49
Negar alguma luz e ter no olhar
Apenas o vazio e nada além
Do quanto na verdade mais convém
A quem se desejara sempre amar,
O verso com sublime desenhar
O tanto quanto possa e sem ninguém
Que trace tão somente este desdém
Gerando novo dia par em par,
O manto mais sublime da esperança
Enquanto o caminhar além avança
Espera qualquer tom em liberdade,
Pulsando dentro da alma o que liberte
A sorte mais feliz ainda acerte
O verso em mais completa claridade.
50
Negar qualquer acesso ao que deveras
Pudesse nos tramar nova emoção
Eu sei dos dias tantos que virão
Expondo o coração às rudes feras,
E sei do que pudesse e destemperas
Ousando noutra imensa dimensão
E sei das acres ânsias desde então
Marcando os meus momentos vis quimeras,
E nada do que possa em tom sublime
Gerando mo que de fato nos redime
Presume no final esta nobreza
E nisto tanto amor se vestiria
Além da mera luz da fantasia
Da clara mansidão em fortaleza.
Expressaria o muito aonde enreda
O passo e na verdade mesmo em queda
Transcende ao quanto possa e mesmo quis,
Negar outro momento e ser feliz
Ousando acreditar, podre moeda
E nisto qualquer luz agora seda
Quem sempre desvendara e nada fiz,
Meu verso se apresenta sem talvez
E crendo no caminho onde desfez
O passo sem o prazo necessário,
Erguendo um manso brinde a quem se dera
Tentando renascer em primavera
Realço o mesmo velho itinerário.
Não tendo em minhas mãos esta certeza
Que possa me trazer nova emoção
Os tempos se desenham desde então
Lutando contra a firme correnteza,
E sei do teu olhar, rara beleza
E enveredando as sortes que virão
Marcar com mais ardor cada ilusão
E nisto me sentindo feito em presa,
Mergulho nos teus braços e prossigo
Tentando acreditar em firme abrigo
Aonde com ternura se tentara
Adivinhar o passo em tal seara
E mesmo quando a vida se apresenta
A sorte não se fez ora sangrenta.
Negar o meu anseio e prosseguir
Depositando o sonho noutro instante
E sei do quanto possa e se garante
O amor que tanto vejo a resumir
Meu canto no caminho a repartir
O tempo que se molde doravante
E nada mais se vendo onde agigante
O prazo quando muito inda há de vir.
Não tento navegar contra esta fúria
E sei da solidão, a velha incúria
Que um dia fora amarga companheira,
E sinto isento o verso e nele pude
Marcar com mais ardor a juventude
Ousando acreditar em tal bandeira.
4
Nos trâmites comuns da velha sorte
O tanto que se quer e não consigo
Embora se apresente o vento amigo
O verso noutro rumo não comporte,
Meu tempo sem ter tempo não conforte
E deixo para trás o desabrigo
Vencendo qualquer tom, medo e perigo
Ainda me imagino bem mais forte,
Negar o quanto venha e tenha além
Do quanto na verdade não convém
Ao velho caminheiro em luz suave,
Do tanto que se fez imensidão
Os olhos procurando outra estação
Enquanto cada sonho vira entrave.
5
Avisos e convites me convêm
Pressinto novo dia e quero mais
Do quanto poderia em desiguais
Cenários caminhando sem desdém,
A rude sensação de ter alguém
Anseios entre tantos vendavais
E neles se aproximam velhos cais
Enquanto a solidão inda não vem,
Mas quando enamorado tudo passa
E sei desta emoção, diversa traça
Puindo uma esperança ou mesmo o brilho
Que tanto poderia ser diverso
E tento dedicando novo verso
Ousar aonde em paz deveras trilho.
Resplandecente luz que tanto quis
E nada mais se vira além do fim,
Ainda se alimenta vivo em mim
O sonho de talvez ser mais feliz,
E quando se aproxima e por um triz
Invado sem sentido este jardim,
O tanto que se queira traz assim
O verso pelo qual amor eu fiz,
No vórtice da vida sem sentido,
O manto já puído e destruído
O vento se anuncia em dimensão
Diversa da que tanto procurei
E invade sem defesas esta grei,
Causando na verdade este tufão.
7
No tanto quanto pude pela vida
Acreditar na luz de uma alegria
E nisto novo tempo moldaria
A sorte que julgara já perdida,
E vendo o quanto tento e se lapida
No verso feito em brilho e na magia
Do tempo que traduz esta harmonia
Há tanto desejada e ora sentida,
Rondando qual falena a lua imensa
E sendo no final a recompensa
Na consciência plena em paz e sonho,
O tanto quanto pude e agora vejo
As sombras ardorosas do desejo
Aonde em tanta paz busco e componho.
Não tento caminhar sempre em vazios
Cenários turbulentos ou atrozes
Ouvindo da esperança suas vozes
Invado com ternura desafios,
E sei das alegrias nestes rios
E neles outros tantos mesmas fozes
Restando sem temor destes algozes
Os olhos que julgara mais sombrios,
Agora se aproxima de nós sonho
E vejo enquanto o canto recomponho
O tanto que pudera e mais se quis,
Pousando mansamente no teu colo,
O mundo aonde em paz e encanto assolo
Deixando o caminheiro enfim feliz.
9
Um riso francamente mais suave
Rondando cada sonho onde me dera
Tramando com firmeza a primavera
Sem nada que decerto ainda agrave
O passo libertário a sorte a nave
Enquanto se desenha o quanto espera
Gestando dentro da alma o que tempera
A vida sem saber onde se entrave,
Respondo com meu canto mais sutil,
E bebo da alegria onde se viu
O tanto desenhado em tom maior,
Estrada que me leve ao teu caminho
E nela vença o medo mais mesquinho
Decerto em pouco tempo eu sei de cor.
10
Na pequenina mão de quem se fez
A deusa em mais suprema dimensão
As horas se desenham desde então
E nisto o quanto vale a sensatez?
Meu rumo no teu rumo aonde o vês
Presume a mais completa direção
Dos dias que decerto me trarão
Ao fim de cada sonho a lucidez.
Vestindo esta emoção que não desbota,
A sorte mais feliz nega a derrota
E trama após o todo novo dia,
E sendo de tal forma esta beleza
Aonde a vida traça em tal surpresa
O quanto com certeza, enfim, queria.
11
Com sede e mil vontades de te ter
Vencendo cada passo em falso quando
Meu tempo no teu mundo transbordando
Presume qualquer forma de prazer,
Ainda quando possa amanhecer
E nisto novo tempo se moldando
Nas ânsias da esperança transformando
O tanto que pudera perceber,
Não vejo sequer queda aonde um dia
Vivesse com ternura em harmonia
O vento em concordância e lealdade
Depois de tanto quanto acreditei
A sorte sem destino onde entranhei
Traduz o sonho em paz que agora invade.
Em noite de carinhos, pleno amor
O tanto que te quis já se alimenta
Da sorte mais audaz ora sedenta
Do tempo feito em glória luz e cor,
E seja da maneira como for,
O canto em consonância me orienta
E gera após o caos, velha tormenta
A calmaria inteira ao meu dispor,
Vestindo esta emoção em primavera
No quanto uma ilusão agora espera
E transmitindo enfim o que mais queira,
A luta se anuncia sem bravata
E toda a sensação que ora constata
Expressa na alegria esta bandeira.
13
Rondando em nossa cama a claridade
Da lua que se fez deusa sem par
Pudesse nos teus braços mergulhar
E conceber enfim a liberdade,
O passo noutro rumo ora me invade
E gera o que tentasse desvendar
Após esta certeza a se mostrar
Mudando com certeza realidade,
Nefasta solidão do meu passado
E quando noutro rumo já me evado
Invado a sensação de ser feliz,
E sendo de tal forma impertinente
Ainda que se queira e mesmo tente
Meu canto traduzindo o quanto a quis.
Meu verso se aproxima do que um dia
Ainda quis decerto ter nas mãos
Cevando da esperança os tantos grãos
E neles percebendo a fantasia
E tanto quanto possa ou mais queria
Vestindo os dias antes duros vãos
Envolto na incerteza de tais nãos
Meu canto noutro canto se irradia,
Ecoa dentro da alma esta esperança
E quando na verdade a voz se lança
Após tanta loucura noutro fato,
O tempo sem temor agora vejo
E bebo em tua boca o meu desejo
Enquanto tanta luz em ti retrato.
15
Das chaves da ilusão em tom audaz
Apresentando em nós esta fartura
Enquanto o quanto quero se procura
O mundo se desenha pertinaz
E o tanto se aproxima enquanto traz
Bem mais do que pudesse em amargura
E o verso se desenha onde a ternura
Encontra firmemente o mundo em paz
Restando muito pouco do que um dia
Gerasse noutro encanto esta utopia
Audaciosamente agora já desnuda
Eu sigo sem temor o meu anseio
E brindo com meu passo o que ora veio
Tramando na verdade em clara ajuda.
Ousar nesta inocência de quem ama,
Tentando adivinhar outro momento
E quando na incerteza busco e tento
Viver o que se fez outrora em chama,
A luta quando invade e assim reclama
O tanto desenhado no tormento,
Presume no final o sofrimento
E disto se desfaz o velho drama,
Restauro com meu sonho o que deveras
Enfrente sem temor as tantas feras
E nada mais se faz além do enredo
Aonde cada passo determina
O quanto nesta luta cristalina
Transcende ao quanto possa e me concedo.
17
Pudesse ainda ter viva no olhar
Imagem de quem tanto desejei
E sei do meu passado e mergulhei
Aonde se apresenta o caminhar
Diverso do que tanto ao mergulhar
Nos ermos do cenário onde entranhei
Vagando sem sentido o que terei
Deixando para trás cada luar,
Não tento e não pudera ser diverso
Ao adentrar meu mundo onde perverso
Anseio dominasse esta emoção,
Restando muito pouco ou quase nada
A luta se desenha emaranhada
Nas tramas que deveras nos verão.
Os dias mais felizes que se vissem
No tanto quanto a vida me afirmasse
Deixando para trás o ledo impasse
E sei das emoções que não previssem
Ainda que meus erros dividissem
A vida noutro rumo em nova face
O manto se desvenda onde mostrasse
Em som diverso, e dores abstraíssem,
Marcar com harmonia o quanto quero
E sei de outro cenário mais sincero
Sentindo a profusão em sentimento,
E quando no final já nada vejo
Apenas o que tanto diz desejo
O mundo mais sutil agora invento.
19
A sorte não desabe noutro enredo
E sinto o meu caminho mais sutil
Efervescente mundo onde se viu
O amor que na verdade em paz concedo,
O tanto quanto possa em teu segredo
Pousar onde o momento que previu
Expresse o meu anseio mais gentil
E nele o tempo mostre desde cedo
A senda mais suave que apresenta
A vida após o caos, leda tormenta
Deixando no momento a solução
Que possa alimentar minha existência
E deste desenhar ao ter ciência
Momentos mais suaves se verão.
20
Em divagar por vezes se anuncia
A imensidão de um tempo que não veio,
E quando se apresenta sem rodeio
A senda mais suave em alegria,
O verso noutro verso se faria
E nisto o quanto possa em devaneio
Tentando acreditar e crer num meio
Aonde veja além da fantasia.
Meu verso em paz se molde e trace a sorte
Que tanto nos conceba e nos conforte
Sem prazo e sem temor, apenas sendo,
Depois de alguma sorte sem proveito
O quanto na verdade quero e aceito
E nisto esta emoção é dividendo.
21
Restando dentro da alma alguma luz
Embora a treva tome este cenário
O mundo possa ter no itinerário
Diverso o que deveras reproduz,
Marcando com ternura o que produz
Resumo meu anseio e qual corsário
Enfrento outro momento aonde é vário
O tempo sem ter tempo e nos seduz.
Esvaio dentro da alma o que não vira
Sangrando tão somente em tal mentira
E nada do que o dia anunciasse
Grassando no infinito deste sonho
E quando na verdade o que componho
Já não se mostraria em turva face.
Sequer eu poderia ainda ver
O sonho sem saber deste destino
E quando no final não me alucino
Encontro o quanto possa converter
No raro e mais suave amanhecer
Meu verso aonde em vão foi cristalino
O sonho mais audaz deste menino
E agora sem sentido a se perder,
No tanto quanto cabe dentro da alma
Apenas a certeza que me acalma
Presume novo rumo ou sensação,
Depois desta desdita feita em luta
A sorte sem temor algum reluta
E molda novos tempos desde então.
23
Sem luz em meu olhar que poderia
Vencer este horizonte mais sombrio
O amor se desvendando em desafio
Traçando além da sorte atroz e fria,
O risco de sonhar em fantasia
A luta sem sentido aonde eu crio
Meu verso noutro tom e em desvario
A porta no final não se abriria.
Invento cada passo e sei do fim,
Ainda que vivesse dentro em mim
O brilho inusitado da paixão
Meu passo sem destino e sem certeza
Marcando com terror, sou mera presa
E dela vejo a mesma ingratidão.
24
A luz onde pudera desvendar
Ainda o quanto é rude esta promessa
Ainda quando o mundo em vão tropeça
Ousando noutro tanto caminhar,
Encontro sem saber cada lugar
Enquanto a poesia se confessa
Marcando itinerário sem a pressa
Que tanto nos permita desenhar
O mundo mais audaz e nele o quanto
Ainda se aproxime em raro encanto
Enfrentaria apenas o que tento
Depois de comungar mesma vontade
O tanto que se mostre em liberdade
Expressa a imensidão de um forte vento.
Moldasse novo rumo aonde o tanto
Que quis já não coubera ou me servisse
A vida se presume em tal crendice
E vejo o quanto possa e não garanto
Sequer o dia claro aonde espanto
A solidão e mesmo que se visse
A noite enluarada não previsse
Talvez o que iludisse o velho pranto,
Marcante caminhada rumo ao mundo
Diverso do que tento e se aprofundo
Meu passo não traria novo passo,
E quando na verdade nada veio
Apenas o vazio ora rodeio
Enquanto cada sonho ora desfaço.
26
Enleios onde a vida poderia
Trazer algum momento feito em luz
E quanto mais do nada se produz
A sorte se desenha amarga e fria,
Ouvindo da esperança a melodia
E tendo nos meus olhos o que faz jus
A quem se procurasse e reproduz
O verso aonde o tanto se queria,
Não vejo outro momento em tom atroz
E sigo meu alento e logo após
Cruzar os desenredos da esperança
A sorte mais sutil se aproximando
De um tempo aonde o todo mostra quando
A senda mais feliz meu passo alcança.
As rosas da clemência em tom suave
O tempo em mais diversa sensação
Marcando com meu sonho desde então
Ainda que o cenário não se agrave,
Uma expressão gentil aonde entrave
Não deixe que se veja a dimensão
Dos dias mais felizes que verão
A luta sem saber da velha trave,
Aprendo com enganos e prossigo
Tentando acreditar em novo abrigo
Aonde na verdade nada houvera
Senão a sensação do que viria
Marcando com ternura a fantasia
Apascentando enfim a dura fera.
As neves sobre os montes do passado
E neles andarilhos sonhos vão,
E nisto a dolorida direção
Enquanto num momento agora invado
O risco sem sentido e desenhado
Nas tramas mais doridas, solidão,
Vencendo a tormentosa ingratidão
E bebo o quanto possa desenhado
Apresentando o rumo que se visse
Marcando com anseio após mesmice
O mundo em novo brilho, claramente
E tanto quanto possa e se desnuda
A sorte mesmo tenta sendo aguda
Beber o que nos toca corpo e mente.
29
Brotasse dentro da alma uma esperança
Pousando mansamente no meu peito
E sei do que pudera e mesmo aceito
Enquanto o tempo além domina e avança
Deixando no passado esta criança
Que tanto te deseja e de tal jeito
Encontra este caminho contrafeito
Marcado pelas ânsias da lembrança.
Amar e ser feliz, coincidência?
A vida se mostrando em eloquencia
Envolve cada dia quem sonhara,
Não tento desvendar qualquer mistério
E sei da solidão vago minério
Tornando a vida dura e sempre amara.
30
Um brilho mesmo estranho presumisse
O tanto desenhado noutro espaço
E quando o meu anseio em ti eu traço
O todo noutro passo resumisse,
Desvendo qualquer sonho e sem crendice
O mundo que deveras fora escasso
Atando com ternura cada laço
Expressa o que por certo ora se visse.
Não tento acreditar no que não veio
E sigo o que pudera sem receio
Depois desta incerteza mais fugaz,
A luta se anuncia em ritmo audaz
E quando na verdade a luz anseio
Eu busco tão somente a velha paz...
31
Não valeria o sonho de quem tenta
Vencer a imensidão sem ter apoio
E sei que na verdade sendo o joio
Enfrentarei decerto esta tormenta
A vida quando em vida ora se inventa
E segue passo a passo este comboio
E nisto o quanto tente em novo arroio
Presume nova sorte e se apascenta,
Depois do caminhar em tempestade
Apresentar o rumo onde se evade
A sorte mais feliz e com certeza,
Depositando o sonho nos teus braços
Após o desejar em novos passos
O mundo com delírio e em tal firmeza.
Apresso meu anseio e busco após
A senda inusitada um rumo enquanto
O todo se anuncia onde eu garanto
Certeza mais audaz e nada atroz,
Meu canto se desenha e mais feroz
A luta se aproxima em desencanto
E bebo do infinito e me adianto
Vencendo o quanto reste em nova foz,
Resplandecente sonho em libertário
Momento aonde venço itinerário
Diverso do que tanto quero e possa,
Esta certeza toma cada instante
E o verso na verdade me garante
A imensa sensação da sorte nossa.
Não tento acreditar na fúria vaga
E sei do quanto possa em novo tom,
A luta desvendando o quanto é bom
Meu mundo quando agora em ti divaga,
A sorte desvendando cada adaga
O manto recoberto no neon
Aonde uma esperança fora dom
E a vida não realça a velha chaga,
Apenas o que possa ser assim,
Vivendo a plenitude dentro em mim,
E nisto o meu anseio se promete
No tom onde a verdade sobressai
O verso na verdade não mais trai
Quem tanto quis e em luzes se acomete.
Não quis e nem pudera acreditar
Nas tramas mais audazes de quem sonha
E a vida que se mostre ora enfadonha
Encontra na esperança onde vagar,
E bebo cada passo devagar
E tramo o que deveras traz e ponha
A noite quando o verso ora se enfronha
Vagando pelas ânsias de um luar,
Não quero e não teria melhor sorte
Se não tivesse a luz que me conforte
E gere depois disso este momento
Aonde em tom suave sigo em frente
E quanto mais a sorte se apresente
E nisto novo rumo agora invento.
35
Encontro os meus sinais e volto a crer
No mundo aonde o tempo tem a sorte
De quem noutro caminho mal conforte
O passo sem sentido a se prever,
E quando se quisesse amanhecer
Depois da sensação do imenso corte
E nada aonde possa e se suporte
Aporte meu momento num prazer,
Respaldos tão diversos verso e luz
Aonde na verdade o que conduz
Expressará tormento e no indigente
Astuciosamente quedo e sigo
O mundo aonde vejo o desabrigo
E nele todo o canto ora se ausente.
36
Arcar com o que seja desengano
E crer noutro momento aonde a vida
Pudesse desejar nova saída
Mudando com certeza o velho plano
E sei do quanto possa e não me ufano
Vencido pela sorte distraída
Jogado sobre o vão em despedida,
O lento caminhar expressa o dano,
Não tento mais ousar em novo passo
E vejo o meu anseio e sei do escasso
Cenário feito em glória ou mesmo em paz,
Do tanto que se fez em primavera
Apenas o cenário destempera
E gera o quanto possa mais audaz.
Negar alguma trilha e crer no fato
Aonde o que se mostre seja além
Do pouco enquanto o tanto que se tem
Traduz a ingratidão que ora constato,
Marcando o que pudera e não resgato
Sequer o que em verdade nunca vem
Deixando para trás o olhar de alguém
E nisto o meu anseio não retrato,
Efervescência dita o quanto pude
Vencer e crer na sorte em plenitude
Depois de cada engano simplesmente
Não tento acreditar no que não veio
E vivo o dia a dia sem receio
Do tanto que deveras volta e mente.
Jogar a sorte aonde nada vinha
Somente a mesma imagem sem reflexo
Do tempo que perdera e quando em nexo
A luta se desenha agora é minha
E sei da mesma face mais daninha
E nisto o meu anseio mais complexo
Traduz o quanto pude e sei do anexo
Momento sem certeza onde se alinha
A marca mais sutil e mesmo rude
De quem se mostra aquém da plenitude
Vencido pelo caos e nada veio,
Somente o que se visse após o fardo
E quando na verdade ora retardo
Meu passo se mostrasse sempre alheio.
39
Bebendo em tua boca esta emoção
Diversa da que tanto quis um dia
Vencido pelo caos onde traria
As sombras desta espúria indecisão,
Os tempos noutros tantos moldarão
O verso que deveras tenta e adia
A vida sem saber da hipocrisia
E nisto deixo além a solidão,
Apenas resultando no vazio
Aonde cada sonho eu desafio
Vestindo a mesma face do passado,
No caos que se desenha no horizonte
E nisto na verdade o que se aponte
Não deixa sequer sombra e já me evado.
40
Restando do passado a sombra quando
O verso se anuncia e traz o fim
Deixando apodrecer velho jardim
Enquanto a flor presumo desfolhando
O tempo sem sentido destroçando
O tanto quanto trago vivo em mim
E bebo da esperança até que assim
Esteja noutro rumo desabando.
Um vórtice se molda e vejo apenas
Aonde com certeza me envenenas
Matando o que inda fosse fantasia,
A senda se desvenda em lenda e medo
E tendo no final o desenredo
Apenas o que resta em nós veria...
41
Não quero acreditar no que se veja
Ainda quando a sorte se faz tanta
E nisto este cenário se garanta
A luta inusitada onde se almeja
Imensidade feita em benfazeja
Vontade que deveras me agiganta
E marque com ternura e nos levanta
Além do quanto possa e sempre seja
A vida sem proveito ou mesmo quando
O tempo noutro rumo se tomando
Vagando contra a fúria que não veio
Tramando sem sentido a fantasia
E todo o meu momento onde queria
Expressa outra emoção e sem receio.
E sinto o meu anseio sem temores
E seja como for nada mais tento
Somente o meu anseio e desatento
Mergulho sem saber por onde fores,
E tento acreditar noutros albores
E beijo a solidão mero tormento,
Porém se deste amor eu me alimento
Estendo o meu olhar em belas flores.
Não vejo qualquer luz onde se creia
Tramando muito mais e a lua cheia
Derrama cada raio sobre nós
E tanto quanto pude imaginar
Viceja esta esperança a se mostrar
Aonde o meu caminho expande a voz.
43
Não tento perceber outro cenário
Senão aquele mesmo do passado
Aonde com firmeza se me evado
Enfrento o dia em manso itinerário,
Vencer o que pudera imaginário
E crer noutro momento em tal enfado
Restando dentro da alma o desolado
Caminho tantas vezes temerário.
Não posso e não possuo algum alento
E tanto quanto possa busco e tento
Após a plenitude deste verso
Ousar acreditar no meu anseio
E quando esta ilusão deveras veio
O sonho mais feliz ora disperso.
Não tendo novo tempo a não ser este
O quanto deste encanto se fez nosso
E quando do infinito em ti me aposso
Vivendo o que deveras convenceste,
Meu rumo no teu rumo percebeste
Vagando sem temor aonde posso
Viceja esta esperança e sem destroço
Meu canto no teu sonho concebeste,
Restando da esperança o tom suave
E nada com certeza; trame a trave
Ou deixe minha vida assim exposta,
E prazerosamente vejo em nós
A vida sem saber do quanto após
Espero sem sentido uma resposta.
Não tento acreditar noutro momento
E sei do quanto pude e não viera
Somente a solidão, velha quimera
Inebriada estância em desalento,
E quando na verdade eu busco e tento
Saber da imensidão da longa espera
A sorte desenhando em primavera
Audaciosamente traça o vento,
E sinto o quanto pude e mesmo quis
Vestindo o meu anseio, um aprendiz
Jogado pelas pedras sem defesa
E nisto farto amor se tentaria
Marcar com os anseios da alegria
Vencendo do temor tal correnteza.
46
Atravessando as ruas do passado
Apenas se entranhando no vazio
Aonde cada instante desafio
O tempo noutro tanto desprezado,
Numa avidez sem rumo, desejado
Somente o que se faz em desvario,
Invado e penetrando em manso rio
O tanto quanto quero e não me evado,
Expressamente sonho e se este anseio
Enfrenta o quanto possa e não rodeio
Deixando para trás cada momento
E nisto quando insisto vejo a paz
E nela o que deveras já se faz
Apenas dita o tanto quanto tento.
Acreditar na luz que nos tomando
Invade cada verso e traz o brilho
Aonde no passado este andarilho
Apenas se mostrara mais infando,
Agora se apresenta desde quando
O passo onde se tente em novo trilho
Vencer este temor e se me pilho
Somente na esperança agora ousando,
Encontro esta certeza e quero além
Do quanto sem temor a vida tem
E marca com ternura o que se via
Deixando com firmeza o dia em paz
E neste caminhar o quanto faz
Presume muito mais que a fantasia.
48
Marcantes emoções a vida trama
E deixa que se veja muito mais
Que meros e diversos temporais
Traçando com ternura a imensa chama
E o verso se anuncia além do drama
E navegando em raros rituais
Expresso o desejar e sem jamais
Ousar no que em verdade não mais clama,
Encontro a concordância aonde um dia
O tempo noutro caos não moldaria
Sequer o verso feito em esperança
Restando de meu mundo apenas sombra,
Nem mesmo uma saudade agora assombra
Enquanto no futuro o passo avança.
49
Negar alguma luz e ter no olhar
Apenas o vazio e nada além
Do quanto na verdade mais convém
A quem se desejara sempre amar,
O verso com sublime desenhar
O tanto quanto possa e sem ninguém
Que trace tão somente este desdém
Gerando novo dia par em par,
O manto mais sublime da esperança
Enquanto o caminhar além avança
Espera qualquer tom em liberdade,
Pulsando dentro da alma o que liberte
A sorte mais feliz ainda acerte
O verso em mais completa claridade.
50
Negar qualquer acesso ao que deveras
Pudesse nos tramar nova emoção
Eu sei dos dias tantos que virão
Expondo o coração às rudes feras,
E sei do que pudesse e destemperas
Ousando noutra imensa dimensão
E sei das acres ânsias desde então
Marcando os meus momentos vis quimeras,
E nada do que possa em tom sublime
Gerando mo que de fato nos redime
Presume no final esta nobreza
E nisto tanto amor se vestiria
Além da mera luz da fantasia
Da clara mansidão em fortaleza.
Reavendo esperança após o nada
Jazendo noutro canto desta casa
O quanto do vazio não embasa
A história noutra lenda revelada,
Ainda que se veja desenhada
A lenda mais audaz, intensa brasa
O passo sem sentido algum se atrasa
E não se deixa ver a velha estrada
Há tanto consumida pelo fogo
Perdida mesmo quando em firme rogo
O tempo não perdera alguma luz,
Porém de tanto crer no que não vinha,
A senda mais feliz jamais foi minha
E apenas ao vazio me conduz.
Cansado de lutar contra o que venha
E ter no meu olhar esta impressão
Do tolo caminhar em direção
Ao quanto com certeza não convenha,
Ainda que se saiba a velha lenha,
Os dias com firmeza me trarão
Apenas a saudade de um verão
E nele cada passo nunca tenha
Somente outra certeza senão esta
Do medo que deveras nos atesta
A sórdida presença da lembrança
Rondando o quanto teime no futuro
E do não ser apenas me asseguro
Enquanto sem sentido a voz se lança.
3
Já não me caberia acreditar
Nas curvas do caminho ou mesmo até
Por onde a vida trace em leda fé
As tramas mais audazes de um luar,
Não tendo nem sequer onde parar,
A sorte se desdenha e sei quem é
Que tanto poderia e mesmo a pé
Não deixa do infinito procurar,
Um sonho que se faz realidade?
Apenas um lampejo em claridade
Ou mero ocaso em vida discrepante,
O tanto que me reste, finalmente
Somente toma parte do que mente,
E molda o quanto ausência me garante.
4
São versos que se fazem sem temer
A sorte desairosa do jamais
Poder ter no futuro atemporais
Momentos mais repletos de prazer,
Não tento acreditar e mesmo ver
Após os velhos erros, vendavais
Os dias que se mostrem desiguais
Negando qualquer calmo amanhecer,
Resulto deste infausto e sigo assim
Procuro algum lugar dentro de mim
Aonde eu não perdesse a dimensão,
Dos erros costumeiros e talvez
Ainda quanto mais já se desfez
Enfrente novos tempos que virão.
5
Acredita decerto piamente
Nos dias mais felizes? Mero fardo
Aonde cada passo eu já retardo
E tento acreditar no que se mente,
E mato sem saber uma semente
E gero invés do sonho um novo cardo,
Cada palavra dita, algum petardo
E nele o mundo perde o quanto sente.
Restando muito pouco ou quase nada
Daquilo que se fez em nova estada
Apresentando apenas incerteza
Do passo sem firmeza em plena queda,
E o prazo aonde o fim já se envereda
Não deixa que se vença a correnteza.
6
Um universo novo em meio ao caos?
Apenas ledo sonho de algum santo
Ou mesmo a cena feita em desencanto
A sorte não se eleva em tais degraus,
Os dias mais audazes, mesmo maus
E o que me resta apenas traz no canto
Dos velhos infestados pelo manto
Puído ou se perdendo em podres naus,
Apresentar no olhar uma esperança
E crer ser mais possível a mudança
É como alimentar a imensa fera,
E sei que na verdade desde agora
Somente o que inda reste nos devora
E deixa o quanto quis em tosca espera.
Não tento acreditar no que não veio
E sei jamais viria para mim,
A florescência morta no jardim
Expressa o meu caminho em devaneio,
Não pude acreditar e se receio
A história se desenha sempre assim,
Iniciando em vão no mesmo fim,
O tempo se presume sempre alheio,
Arcando com meu mundo sem sentido
Apenas me entranhando aonde olvido
O passo num vazio interminável
Depois de cada engodo, novo engano
E o mundo onde decerto ora me dano,
Jamais seria enfim mais habitável.
Negar uma vontade e crer, cismar
Vencendo o quanto possa ressurgir
E ter no olhar além do vão porvir
A imensidão espúria deste mar,
Já não pudera mesmo me entregar
E vendo o quanto possa redimir
O engano de quem tanto ao presumir
Não teve outro caminho a se mostrar.
Apenas o que vejo dita o rumo
E deste navegar onde me esfumo
Enfrentaria a sorte desumana,
E tendo tão somente a negação
Ausenta deste passo outra versão
Enquanto a própria história hoje me engana.
Jogado sobre as pedras deste cais
Meu barco não traria nova senda
E quando imaginasse em tal contenda
O tempo noutros dias desiguais,
Reúno os meus anseios temporais
E vejo o quanto o sonho não desvenda,
E sei desta emoção em leda lenda
E nela outros anseios onde trais,
Vestígios de uma sorte morta e crua
Olhando para além eu busco a lua
E bruscamente a mente nada vendo
Envolta no silêncio desta sorte,
Apenas sem ter nada que conforte,
O mundo se anuncia amargo e horrendo.
10
Desnuda-se ilusão e o passo traça
A fútil sensação de novo encanto
E quando procurasse em todo canto
Uma emoção expressa tal fumaça
E o prazo determina o quanto embaça
E nisto o que se visse em luta e pranto
Apenas desenhando o desencanto
Marcando com terror a rua e a praça,
Não pude e não tivera qualquer ponto
Aonde sem saber onde me apronto
Eu vivo esta incerteza do vazio
E nele se anuncia o que não veio
Olhando para além vivo o receio
De quem adentra o sonho mais sombrio.
11
Durante tantas noites solitárias
Imerso nas lembranças de outros dias
Enquanto na verdade não virias
As horas são audazes e corsárias
E invadem sendas loucas, temerárias
E tentam transformar em melodias
As ânsias mais atrozes e trarias
Somente as mesmas vagas luminárias,
Encontro nos anseios de quem ama
Apenas a verdade me mera chama
E dela me aproximo embora saiba
Que toda fantasia tendo um fim
Jamais eu poderia crer em mim
Aonde esta emoção já não mais caiba.
Negar outro momento e crer no verso
Ansiosamente exposto nas janelas
E quando este vazio me revelas
Talvez como se fosse este universo
Audaciosamente enquanto imerso
Nos ermos onde tanto em dor atrelas
Seguindo este cenário rompo celas
E tento acreditar onde o disperso,
Repare cada luz e saiba bem
Do quanto da esperança nisto tem
Embora inutilmente, este é o fato,
E sigo sem proveito e sem razão
Vivendo os dias tolos que virão
E neles solidão; sempre constato.
13
As mãos da vida tecem no vazio
A imensa sensação da queda e sigo
O tempo sem saber de algum abrigo
Enquanto cada passo eu desafio,
Vestindo esta ilusão e sei do frio
E nada mais que possa inda persigo
Sabendo inconsequente do perigo
E nele outro momento ora desfio,
E bebo o sortilégio de assim ser
Tentando adivinhar mero prazer
Aonde no final nada haveria,
Somente esta esperança tola e rude
E quando o dia a dia desilude
Restando dentro da alma esta agonia.
As flores de uma vida sem futuro
Despetaladas ânsias de outro sonho
E sei do quanto possa e decomponho
Ousando neste passo em ledo escuro,
E quando alguma luz cedo procuro
Ainda sendo o passo mais bisonho,
Apenas o vazio onde componho
Meu verso se traduz em solo duro,
Não pude e não teria qualquer chance
De crer no passo aonde o tanto alcance
Marcando com acordos mais sutis
Os nobres desenhares, vida amarga
E o tanto quanto tenho a voz embarga
E nega na verdade o que mais quis.
15
Consolo-me em saber do fato quando
A vida se pressente noutro rumo,
Mas sei do quanto possa e já resumo
O tempo noutro vago desabando,
O marco mais atroz se desenhando
E nele cada passo traz no sumo
O tanto quanto pude e se me esfumo
O mundo se perdera em contrabando,
No caos sem ter apenas um alento,
O todo desenhando o quanto tento
Vestindo esta esperança em luz e sorte,
Apenas do meu mundo sem proveito
O quanto se quisesse e não aceito
Transforma qualquer sonho que conforte.
Nos seios sempre fartos do querer
Por vezes me entranhando e me perdendo
No canto aonde o tanto fora adendo
A vida se desenha em desprazer,
O quanto pude mesmo conceber
E sei do todo ou quando sou remendo
Vivesse tão diverso do que estendo
A luta sem sentido a se prever,
Não tento acreditar em luz nem mesmo
Enquanto solitário eu ensimesmo
E vago por estrelas que não vêm,
Depois de certo tempo sem apoio,
A vida se perdendo do comboio
Outra esperança chega e perde o trem.
17
No corpo de quem tanto fora mais
Do que se imaginara no passado,
O verso sem sentido enquanto brado
Expressa o que se faz em temporais,
Não tendo na verdade novo cais
O barco sem saber do desolado
Anseio deste tempo desfraldado
Imerso sob fúrias, vendavais,
Não quero que se faça o que não tente
Sequer o meu caminho imprevidente
Ou mesmo sem saber do quanto resta
Minha alma se anuncia sem proveito
E bebo do que possa e não aceito
Sequer a noite amarga e mais funesta.
18
Respiro o quanto reste da esperança
E nada mais pudera ter nas mãos
Tentando acreditar em podres grãos
Que o tempo em solo espúrio agora lança
Jogado contra o medo da mudança
Os dias adentrando velhos vãos,
Os passos se repetem entre os nãos
E deixam para trás a confiança
Marcar em discordância o que não veio
E ter no olhar apenas tal receio
Pousando no infinito enquanto sinto,
Meu mundo sem temor e sem discórdia
A vida se moldando em tal mixórdia
Amor quando existira foi extinto.
Jamais irei contigo, companheira
O passo em mais diversa direção,
Expressa os dias tolos que verão
A sorte que julgara costumeira,
Não tendo na verdade quem me queira
A luta se desenha em solo vão
E o bando se perdendo em dimensão
Diversa da que possa e não se inteira,
A marca da pantera, o beijo bom,
Teus lábios e a delícia de um batom
Pousando sobre os meus em noite cálida
E quando se imagina a sorte pálida
Ressurge do passado em força tal
Tramando outro momento sem igual.
20
Nos ermos mais distantes e sombrios
Dos sonhos entre incautos passos vejo
O tanto quanto possa e se desejo
A vida se expressando em mansos rios,
Deixando no passado os desafios
E neles outro engodo malfazejo,
O rumo que deveras eu prevejo
Acende da esperança tais pavios,
Encontrarei a sorte que desenho
E nela quanto mais em ledo empenho
Ainda em aproximo do jamais,
E bebo em tua boca o que queria
E nisto imensa luz em fantasia
Encontra mansamente o calmo cais.
Não quero a dor aguda que ora trace
O tempo aonde o mundo não traria
Sequer a menor sombra da alegria
E nem sequer o quanto diz repasse
Das dores do passado e se mostrasse
Apenas o que resta em ironia
Ou mesmo na verdade moldaria
A luta aonde o tempo destroçasse
O verso sem sentido e sem proveito
Do quanto com certeza me deleito
Em erros costumeiros da emoção,
Uma esperança ronda esta janela
E sei desta nudez que se revela
Em sórdida e diversa dimensão.
22
Respiro alguma sorte e nada vindo
Somente o que se fez em tom feroz,
A vida se perdendo em nova foz
O manto se descobre agora findo,
E o verso noutro verso se abstraindo
Enquanto nada vejo além e após
Aposto no que tento e sendo atroz
O marco de um passado se sentindo,
Depois do que viria em tom suave
A luta na verdade mais agrave
Engodos entre caos e nada além
Da marca mais audaz, felicidade
Que quanto mais inútil ora se brade
Expressa o que deveras nunca vem.
23
Os sonhos que pudessem persistir
Envoltos nesta luz e nada além
Do tempo aonde o tanto não mais vem
Perdendo qualquer rumo de um porvir,
E sei do quanto possa redimir
E vicejando a vida sem ninguém
E nela o que se mostre sei tão bem
Do verso que tentasse presumir,
Ocasionando a queda de quem tenta
Vencer em mansidão qualquer tormenta
E nada mais se vendo senão isto,
O pantanal dos sonhos envolvendo
O corte mais audaz atroz e horrendo
Enquanto simplesmente ora desisto.
Cantos enamorados da ilusão
Aonde uma esperança habitaria
Vencendo o quanto resta em utopia
Matando pouco a pouco outra emoção,
Jorrando como fosse uma explosão
E nada mais do tanto em fantasia
Explode aonde o cais se moldaria
Nos erros de um espúrio coração,
Alego o que não veio e nem se faz
Apenas o que tanto sei mordaz
E atrás desta incerteza o rumo seda
Marcantes dias mortos do passado
E o verso noutro tempo desolado,
Pagando com terror, mesma moeda.
25
Ainda se buscara algum conforto
E confrontando a vida com o sonho
Apenas o que possa e não componho
Traduz o quanto sigo semimorto,
E sei desta expressão em fino aborto
Marcando com terror dia medonho,
E nada mais teria onde proponho
Somente após tempesta um manso porto,
Negar o meu caminho e crer no quanto
A vida se mostrara e quando canto
Tentasse num momento alguma sorte
Diversa da que toca e me desnuda
E nisto o quanto vejo em dor aguda
Apenas com certeza desconforte.
Nas armas esquecidas no porão
As tramas de quem tanto quis o brilho
Do rumo sem sentido aonde trilho
E vejo a mais dorida dimensão,
Dos erros costumeiros desde então,
Ensaio um passo além ledo andarilho
E bebo o caminho em empecilho
Diverso dos anseios que se vão,
Cevando neste solo mesmo ingrato
O tanto do vazio que resgato
Impede qualquer passo em firme luz,
Ao verso sem sentido e sem descanso
Enquanto na verdade nada alcanço
Meu mundo noutro engodo se produz.
27
Jorrasse em meu olhar outro futuro
Diverso do que tanto me legaste
A vida se desenha sem desgaste
E apenas outro cais quero e procuro,
O solo da esperança sendo duro
O vértice renega então esta haste
E o peso da verdade que negaste
Não deixa qualquer passo mais seguro,
Esbarro nos meus erros, e sei quando
Meu mundo noutro tanto desabando
Marcando com terror o dia a dia,
Não tendo qualquer chance, eu já me perco
E bebo do vazio e sei do cerco
Aonde o meu caminho eu perderia.
Não pude e nem tentara acreditar
Nas tramas mais audazes da paixão
E sei dos dias tolos que virão
E nada do que possa caminhar,
Jogado pelos cantos bar em bar,
Os ermos da esperança mostrarão
Apenas o que rege a solidão,
E dela nada possa aproveitar,
Somente o descaminho a se traçar
Negando novos dias e emoção
Diversa da que possa desde então
Apenas outro passo destroçar,
Jazendo sobre as pedras, nada tenho
E sei do quanto possa em ledo empenho
E venho com meus olhos plenos de água
Tentar acreditar noutro momento
E sei que na verdade ainda tento
Vencer o quanto tenho em medo e mágoa.
29
Nas tramas mais sutis onde se vendo
O temporal dos sonhos sem sentido
O mundo em manto velho e já puído
O canto se anuncia e me perdendo,
Aonde se quisera em estupendo
Caminho o tanto quanto dilapido
Do marco da esperança e desprovido
Do encanto vejo o todo qual remendo,
Apresentar encanto agora exposto
A vida na verdade a contragosto
Agostos enfileira em puro inverno
Nos antros de minha alma em horda e súcia
A sorte da mulher, doce pelúcia
Encontro como fosse o meu inferno.
30
Resumos entre espaços mais dispersos
Errático momento em tom atroz,
E nada poderia em minha voz
Sequer o quanto cresse em mansos versos,
No vento se perdendo em mais dispersos
Cenários sem saber por onde nós
Possamos desvendar momento após
A vida sem singrar tais universos.
Apresentando o fim e nele o fato
Aonde sem temor tento e resgato
Os erros costumeiros, sonho e queda,
Ainda quando muito me aproximo
Enfrento a tempestade em lodo e limo
E o passo no vazio se envereda.
31
A paz que se tentasse em tal intimidade
Viver sem mais temor e nisto acreditar
Na fonte que perdera a luz forte e solar
Vivendo o quanto quero em plena liberdade,
Mas quando se aproxima a fria realidade
O tanto que se quis já não podendo alçar
A vida se desenha e sei que sem lugar
Apenas o não ser agora toma e invade,
Vestígios de outra espera e nela em ondas tantas
Enquanto na verdade o quanto desencantas
Expressa muito mais que mera fantasia
E gera outra esperança embora mais sutil,
O quanto se quisera o tempo dividiu
E nada mais decerto aqui já restaria...
Não pude e nem talvez inda tentasse além
Da sorte desejada e há tanto adormecida
A senda mais audaz refuga enquanto a vida
No fundo sem juízo ao nada sempre vem,
E bebo do caminho enquanto em teu desdém
A luta se anuncia há muito consumida
Nas tramas do vazio e sei da empedernida
Vontade de lutar enquanto o nada tem,
Apresentar um passo e acreditar no fundo
Aonde com certeza eu busco e me aprofundo
Inundações diversas de sonhos do passado,
Um mar que se perdera em ondas sem sentido,
Do quanto ainda tenho o todo dilapido
E trago outro cenário apenas esboçado.
Reparo cada engano e vejo o que se visse
Depois do meu caminho em sórdida aventura
O tanto quanto resta a morte configura
E a vida não passasse enfim de uma tolice,
O marco mais audaz e nada mais se ouvisse
Senão a voz cansada e nela se assegura
A luta sem proveito em noite sempre escura
E sigo sem saber restando tal crendice,
O verso sem proveito a vida sem razão
Os tempos mais sutis e neles se verão
Apenas o que rege um passo sem saber
Do quanto poderia a sorte me mostrar
E quando se anuncia o tempo a desnudar
O tanto que se quis jamais gere prazer.
34
Beber do quanto possa em sonho tal
Depois do que se visse noutro engano
O mundo quando invade ledo plano
Expressa este momento desigual,
Encontro cada sonho em vão sinal
E sei do meu caminho e já me dano,
Ainda sem saber o quanto explano
O medo se transforma em ritual,
Não tento acreditar no quanto venha
E sei deste cenário em turva senha
Legado de outra sorte em descaminho,
Depois de tanto tempo solitário
Enfrento o mesmo rude itinerário
E sei que no final irei sozinho,
Resplandecesse o sol onde não há
Sequer a menor sorte ou esperança
E nada do que tento agora avança
Marcando com terror o que virá,
Negando o quanto reste aqui ou lá
Depois da solidão vivo a mudança
Sabendo do meu mundo em temperança
E a morte com certeza o rondará,
Nefastas noites dizem do vazio
E quando noutro passo desafio
O mundo sem segredo e sem apoio,
Ainda quando vejo o dia a dia,
A luta se transforma em agonia
Secando em vaga origem meu arroio.
36
Nas tramas mais audazes o que espero
Traduz além do nada que conheço
Sabendo já de cor seu endereço
O velho sentimento que insincero
Invade quando muito o que mais quero
E sei desta ilusão em adereço
E o meu caminho agora reconheço
Tropeço após tropeço em mundo fero,
Apresentar o caos e nada ter
Somente o que pudera recolher
Das mortes já deixadas no caminho,
E sei do meu anseio sem remédio,
A vida se anuncia em pleno tédio
E sigo o meu momento ora sozinho.
Não tive e não teria qualquer chance
De crer nalguma luz após a treva
E na alma o que se quer e não se ceva
Ainda no vazio ora me lance,
O verso sem saber por onde avance
A solidão espreita e sei que neva
Aonde esta emoção jamais longeva
Amortalhando o tanto num relance;
Depois deste nuance em esperança
A vida se perdendo sem pujança
A sórdida presença do real,
Expressa no caminho esta desdita
E quando novo sonho necessita
Eu bebo este oceano em mágoa e sal.
38
Não mais me caberia acreditar
Nas tramas de uma vida aonde o nada
Encontra com certeza a velha estrada
E perde o rumo logo ao mergulhar
E vejo quanto possa no luar
Beber a sorte tanto imaginada,
Depois do que se visse desenhada
A morte não se faz por esperar,
Apoio onde não resta nem o sonho,
E quando o meu anseio decomponho
Medonhamente eu vejo o fim de tudo,
Não tento caminhar contra este vento
E sei que mesmo quando a sorte eu tento,
No fim sem mais defesa ora me iludo.
Restauro com meu verso o meu caminho?
Não pude discernir qualquer sinal
E sigo sem saber do velho astral
Aonde com certeza irei sozinho,
Ainda que se perca em tanto espinho
Ousando acreditar no roseiral,
O manto se transforma e bem ou mal,
Apenas só não quero ser mesquinho.
Mas sei que do quanto espero inutilmente
E mesmo quando o sonho tanto eu tente
Invalidez transcende o canto em paz,
E nada do que se fez expressaria
A sorte mais audaz e noutro dia
O tempo sem sentido algum se faz.
40
Quisesse apresentar qualquer momento
Aonde o que se vê possa fazer
A vida mais diversa e no prazer
O tanto quanto quero e até fomento,
A solidão não traz este elemento
Que busco e sei no farto amanhecer
Ousando nas estâncias do querer,
Ainda sem temer o forte vento,
Um tempo após o tempo mais cruel
E abrindo em azulejo o imenso céu,
A vida poderia nos traçar
Um dia mais suave e em plenitude
O quanto do passado ora transmude
Expressa o mais divino caminhar...
41
Já não me caberia melhor sorte
Não fosse a minha vida mesmo assim,
Iniciando a queda chego ao fim
E nisto nada trago que suporte
Alento? Na verdade não conforte
Meu canto sem saber do que há em mim,
Apenas discordando de onde vim
Tentando no vazio o velho norte,
Ainda sem saber o que viria
Apresentando o caos em fantasia
A luta se desenha e sei do fato
Aonde com promessas não se faz
O mundo a cada ausência perde a paz
E apenas esperança vã constato.
Resgato cada passo e sigo em luta
Diversa com o tanto que me dera,
Deixando para trás a primavera
Ao menos a esperança é mais astuta,
Mas sei do quanto possa e já reluta
Marcando o que deveras destempera
E gera no vazio esta quimera
E nela a força traça sempre bruta,
Espero alguma luz e nada veio
Somente o mesmo prazo e sem anseio
O meio de seguir perdendo o lastro,
Ainda que se queira acreditar
Num rumo mais diverso e me moldar
Ao menos no não ser ora me alastro.
Encontraria apenas a verdade
Depois de tanta luta sem proveito
E quando nos espinhos onde deito
Enfrento o quanto tento e desagrade,
A rústica expressão que agora invade,
O manto se desfaz e nega o leito
Ao sonhador sem nexo e sem direito
De ter noutro caminho a liberdade,
Ausento dos meus passos e prossigo
Sem ter sequer a sombra de um abrigo
Ou mesmo acolhedora fantasia,
Negar qualquer espera noutro tom,
O dia se desenha e sei sem dom
O canto que decerto esperaria.
Não tento acreditar no que não veio
E sei que não viria de tal sorte
Que tanto quanto o passo me conforte
Apenas desenhando este receio,
Enfrento com temor o quanto anseio
E bebo sem sentido algum o corte
E nada do que deixe como aporte
Suporta o meu caminho em devaneio,
Esbarro nos enganos de quem sonha
E sei da solidão dura e medonha,
Mas tento acreditar noutro cenário,
Embora todo amor já não desnuda
A face mais atroz e sei aguda
Do passo onde se fez desnecessário.
45
Restauro com meu verso o que presumo
Talvez inda me salve do fastio
E bebo com ternura o desafio
E sei da solidão mero resumo,
Vivendo com temor onde me esfumo,
E vago sem saber do velho rio
Morrendo pouco a pouco ora desfio
O tempo sem saber onde o consumo,
Apenas o momento dita o não
E vejo noutro fardo a sensação
Do vago desvendar em passo rude,
Não tendo outra saída vou ao fim
Bebendo o quanto resta vivo em mim,
E deixo para trás a juventude.
Não quero e não pudesse ainda ver
O mundo mais diverso do que tento
E quando do passado num momento
A luta se desenha em desprazer
Não vejo o quanto quis amanhecer
Depois do meu caminho e desatento
Marcando com terror e sofrimento
O nada aonde o pouco pude ter,
Apenas o final se desenhando
Aponta o meu anseio desde quando
A luta se presume noutro passo,
E sei do quanto é rude o meu caminho
E marco com meu tempo mais daninho
O quanto na verdade me desfaço.
Não trago o coração liberto ou vejo
Após a tempestade esta bonança
E quando a solidão invade e avança
Eu bebo deste sonho benfazejo,
O manto mais audaz quando o prevejo
No fim de todo encanto teima e alcança
Deixando sem sentido a confiança
E nisto outro momento em paz desejo.
Restauro com meu sonho o que não tendo
Apenas semeasse o mesmo adendo
E vivo sem proveito o quanto teime,
Ainda quando a vida audaz nos queime
E mostre sem sentido a imprevisão,
As horas mais felizes se verão?
48
Nascera do vazio em tom audaz
E mesmo quando o rumo em reticência
Pudesse desenhar em consciência
O mundo aonde o pouco tenta ou faz,
Resulto do que um dia quis em paz
E vejo sem saber da impertinência
Do tanto quanto possa em vã ciência
E nisto outro momento sou capaz,
E bebo o que não tinha e nem tivera
Somente desenhando a longa espera
De quem noutro cenário se perdeu,
O verso que pudera ter em luz
Agora no vazio não conduz
E o mundo se imergindo em treva e breu.
No pranto sem saber de algum alento,
A voz de quem se fez em tons sutis
Demonstra o quanto fora este aprendiz
Bebendo com terror o velho vento,
E quando no final eu me alimento
E sei do todo na alma sem teu bis
E vejo o que deveras tanto quis
E nisto outro caminho agora invento,
Reparo com meu passo o que não tive
E sei da solidão em que convive
O verso com o sonho e nada mais,
Despisto com meu canto o que se cria
Ausento desde quando em poesia
A luta enfrenta dias mais banais.
50
Medonhas faces dizem do passado,
Mas quero acreditar neste futuro
E sei do quanto possa e me asseguro
Do tempo noutro tempo desenhado,
Pousando mansamente não me evado
E bebo a sensação e já procuro
Vencer o que pudera e não torturo
Meu canto noutro engodo decifrado,
Restauro com o sonho o dia a dia
E vendo o quanto resta em alegria
O mundo não pudera ser assim,
Encontro o que inda tenho em esperança
E o passo sem sentido quando avança
Espera reviver cada jardim...
Jazendo noutro canto desta casa
O quanto do vazio não embasa
A história noutra lenda revelada,
Ainda que se veja desenhada
A lenda mais audaz, intensa brasa
O passo sem sentido algum se atrasa
E não se deixa ver a velha estrada
Há tanto consumida pelo fogo
Perdida mesmo quando em firme rogo
O tempo não perdera alguma luz,
Porém de tanto crer no que não vinha,
A senda mais feliz jamais foi minha
E apenas ao vazio me conduz.
Cansado de lutar contra o que venha
E ter no meu olhar esta impressão
Do tolo caminhar em direção
Ao quanto com certeza não convenha,
Ainda que se saiba a velha lenha,
Os dias com firmeza me trarão
Apenas a saudade de um verão
E nele cada passo nunca tenha
Somente outra certeza senão esta
Do medo que deveras nos atesta
A sórdida presença da lembrança
Rondando o quanto teime no futuro
E do não ser apenas me asseguro
Enquanto sem sentido a voz se lança.
3
Já não me caberia acreditar
Nas curvas do caminho ou mesmo até
Por onde a vida trace em leda fé
As tramas mais audazes de um luar,
Não tendo nem sequer onde parar,
A sorte se desdenha e sei quem é
Que tanto poderia e mesmo a pé
Não deixa do infinito procurar,
Um sonho que se faz realidade?
Apenas um lampejo em claridade
Ou mero ocaso em vida discrepante,
O tanto que me reste, finalmente
Somente toma parte do que mente,
E molda o quanto ausência me garante.
4
São versos que se fazem sem temer
A sorte desairosa do jamais
Poder ter no futuro atemporais
Momentos mais repletos de prazer,
Não tento acreditar e mesmo ver
Após os velhos erros, vendavais
Os dias que se mostrem desiguais
Negando qualquer calmo amanhecer,
Resulto deste infausto e sigo assim
Procuro algum lugar dentro de mim
Aonde eu não perdesse a dimensão,
Dos erros costumeiros e talvez
Ainda quanto mais já se desfez
Enfrente novos tempos que virão.
5
Acredita decerto piamente
Nos dias mais felizes? Mero fardo
Aonde cada passo eu já retardo
E tento acreditar no que se mente,
E mato sem saber uma semente
E gero invés do sonho um novo cardo,
Cada palavra dita, algum petardo
E nele o mundo perde o quanto sente.
Restando muito pouco ou quase nada
Daquilo que se fez em nova estada
Apresentando apenas incerteza
Do passo sem firmeza em plena queda,
E o prazo aonde o fim já se envereda
Não deixa que se vença a correnteza.
6
Um universo novo em meio ao caos?
Apenas ledo sonho de algum santo
Ou mesmo a cena feita em desencanto
A sorte não se eleva em tais degraus,
Os dias mais audazes, mesmo maus
E o que me resta apenas traz no canto
Dos velhos infestados pelo manto
Puído ou se perdendo em podres naus,
Apresentar no olhar uma esperança
E crer ser mais possível a mudança
É como alimentar a imensa fera,
E sei que na verdade desde agora
Somente o que inda reste nos devora
E deixa o quanto quis em tosca espera.
Não tento acreditar no que não veio
E sei jamais viria para mim,
A florescência morta no jardim
Expressa o meu caminho em devaneio,
Não pude acreditar e se receio
A história se desenha sempre assim,
Iniciando em vão no mesmo fim,
O tempo se presume sempre alheio,
Arcando com meu mundo sem sentido
Apenas me entranhando aonde olvido
O passo num vazio interminável
Depois de cada engodo, novo engano
E o mundo onde decerto ora me dano,
Jamais seria enfim mais habitável.
Negar uma vontade e crer, cismar
Vencendo o quanto possa ressurgir
E ter no olhar além do vão porvir
A imensidão espúria deste mar,
Já não pudera mesmo me entregar
E vendo o quanto possa redimir
O engano de quem tanto ao presumir
Não teve outro caminho a se mostrar.
Apenas o que vejo dita o rumo
E deste navegar onde me esfumo
Enfrentaria a sorte desumana,
E tendo tão somente a negação
Ausenta deste passo outra versão
Enquanto a própria história hoje me engana.
Jogado sobre as pedras deste cais
Meu barco não traria nova senda
E quando imaginasse em tal contenda
O tempo noutros dias desiguais,
Reúno os meus anseios temporais
E vejo o quanto o sonho não desvenda,
E sei desta emoção em leda lenda
E nela outros anseios onde trais,
Vestígios de uma sorte morta e crua
Olhando para além eu busco a lua
E bruscamente a mente nada vendo
Envolta no silêncio desta sorte,
Apenas sem ter nada que conforte,
O mundo se anuncia amargo e horrendo.
10
Desnuda-se ilusão e o passo traça
A fútil sensação de novo encanto
E quando procurasse em todo canto
Uma emoção expressa tal fumaça
E o prazo determina o quanto embaça
E nisto o que se visse em luta e pranto
Apenas desenhando o desencanto
Marcando com terror a rua e a praça,
Não pude e não tivera qualquer ponto
Aonde sem saber onde me apronto
Eu vivo esta incerteza do vazio
E nele se anuncia o que não veio
Olhando para além vivo o receio
De quem adentra o sonho mais sombrio.
11
Durante tantas noites solitárias
Imerso nas lembranças de outros dias
Enquanto na verdade não virias
As horas são audazes e corsárias
E invadem sendas loucas, temerárias
E tentam transformar em melodias
As ânsias mais atrozes e trarias
Somente as mesmas vagas luminárias,
Encontro nos anseios de quem ama
Apenas a verdade me mera chama
E dela me aproximo embora saiba
Que toda fantasia tendo um fim
Jamais eu poderia crer em mim
Aonde esta emoção já não mais caiba.
Negar outro momento e crer no verso
Ansiosamente exposto nas janelas
E quando este vazio me revelas
Talvez como se fosse este universo
Audaciosamente enquanto imerso
Nos ermos onde tanto em dor atrelas
Seguindo este cenário rompo celas
E tento acreditar onde o disperso,
Repare cada luz e saiba bem
Do quanto da esperança nisto tem
Embora inutilmente, este é o fato,
E sigo sem proveito e sem razão
Vivendo os dias tolos que virão
E neles solidão; sempre constato.
13
As mãos da vida tecem no vazio
A imensa sensação da queda e sigo
O tempo sem saber de algum abrigo
Enquanto cada passo eu desafio,
Vestindo esta ilusão e sei do frio
E nada mais que possa inda persigo
Sabendo inconsequente do perigo
E nele outro momento ora desfio,
E bebo o sortilégio de assim ser
Tentando adivinhar mero prazer
Aonde no final nada haveria,
Somente esta esperança tola e rude
E quando o dia a dia desilude
Restando dentro da alma esta agonia.
As flores de uma vida sem futuro
Despetaladas ânsias de outro sonho
E sei do quanto possa e decomponho
Ousando neste passo em ledo escuro,
E quando alguma luz cedo procuro
Ainda sendo o passo mais bisonho,
Apenas o vazio onde componho
Meu verso se traduz em solo duro,
Não pude e não teria qualquer chance
De crer no passo aonde o tanto alcance
Marcando com acordos mais sutis
Os nobres desenhares, vida amarga
E o tanto quanto tenho a voz embarga
E nega na verdade o que mais quis.
15
Consolo-me em saber do fato quando
A vida se pressente noutro rumo,
Mas sei do quanto possa e já resumo
O tempo noutro vago desabando,
O marco mais atroz se desenhando
E nele cada passo traz no sumo
O tanto quanto pude e se me esfumo
O mundo se perdera em contrabando,
No caos sem ter apenas um alento,
O todo desenhando o quanto tento
Vestindo esta esperança em luz e sorte,
Apenas do meu mundo sem proveito
O quanto se quisesse e não aceito
Transforma qualquer sonho que conforte.
Nos seios sempre fartos do querer
Por vezes me entranhando e me perdendo
No canto aonde o tanto fora adendo
A vida se desenha em desprazer,
O quanto pude mesmo conceber
E sei do todo ou quando sou remendo
Vivesse tão diverso do que estendo
A luta sem sentido a se prever,
Não tento acreditar em luz nem mesmo
Enquanto solitário eu ensimesmo
E vago por estrelas que não vêm,
Depois de certo tempo sem apoio,
A vida se perdendo do comboio
Outra esperança chega e perde o trem.
17
No corpo de quem tanto fora mais
Do que se imaginara no passado,
O verso sem sentido enquanto brado
Expressa o que se faz em temporais,
Não tendo na verdade novo cais
O barco sem saber do desolado
Anseio deste tempo desfraldado
Imerso sob fúrias, vendavais,
Não quero que se faça o que não tente
Sequer o meu caminho imprevidente
Ou mesmo sem saber do quanto resta
Minha alma se anuncia sem proveito
E bebo do que possa e não aceito
Sequer a noite amarga e mais funesta.
18
Respiro o quanto reste da esperança
E nada mais pudera ter nas mãos
Tentando acreditar em podres grãos
Que o tempo em solo espúrio agora lança
Jogado contra o medo da mudança
Os dias adentrando velhos vãos,
Os passos se repetem entre os nãos
E deixam para trás a confiança
Marcar em discordância o que não veio
E ter no olhar apenas tal receio
Pousando no infinito enquanto sinto,
Meu mundo sem temor e sem discórdia
A vida se moldando em tal mixórdia
Amor quando existira foi extinto.
Jamais irei contigo, companheira
O passo em mais diversa direção,
Expressa os dias tolos que verão
A sorte que julgara costumeira,
Não tendo na verdade quem me queira
A luta se desenha em solo vão
E o bando se perdendo em dimensão
Diversa da que possa e não se inteira,
A marca da pantera, o beijo bom,
Teus lábios e a delícia de um batom
Pousando sobre os meus em noite cálida
E quando se imagina a sorte pálida
Ressurge do passado em força tal
Tramando outro momento sem igual.
20
Nos ermos mais distantes e sombrios
Dos sonhos entre incautos passos vejo
O tanto quanto possa e se desejo
A vida se expressando em mansos rios,
Deixando no passado os desafios
E neles outro engodo malfazejo,
O rumo que deveras eu prevejo
Acende da esperança tais pavios,
Encontrarei a sorte que desenho
E nela quanto mais em ledo empenho
Ainda em aproximo do jamais,
E bebo em tua boca o que queria
E nisto imensa luz em fantasia
Encontra mansamente o calmo cais.
Não quero a dor aguda que ora trace
O tempo aonde o mundo não traria
Sequer a menor sombra da alegria
E nem sequer o quanto diz repasse
Das dores do passado e se mostrasse
Apenas o que resta em ironia
Ou mesmo na verdade moldaria
A luta aonde o tempo destroçasse
O verso sem sentido e sem proveito
Do quanto com certeza me deleito
Em erros costumeiros da emoção,
Uma esperança ronda esta janela
E sei desta nudez que se revela
Em sórdida e diversa dimensão.
22
Respiro alguma sorte e nada vindo
Somente o que se fez em tom feroz,
A vida se perdendo em nova foz
O manto se descobre agora findo,
E o verso noutro verso se abstraindo
Enquanto nada vejo além e após
Aposto no que tento e sendo atroz
O marco de um passado se sentindo,
Depois do que viria em tom suave
A luta na verdade mais agrave
Engodos entre caos e nada além
Da marca mais audaz, felicidade
Que quanto mais inútil ora se brade
Expressa o que deveras nunca vem.
23
Os sonhos que pudessem persistir
Envoltos nesta luz e nada além
Do tempo aonde o tanto não mais vem
Perdendo qualquer rumo de um porvir,
E sei do quanto possa redimir
E vicejando a vida sem ninguém
E nela o que se mostre sei tão bem
Do verso que tentasse presumir,
Ocasionando a queda de quem tenta
Vencer em mansidão qualquer tormenta
E nada mais se vendo senão isto,
O pantanal dos sonhos envolvendo
O corte mais audaz atroz e horrendo
Enquanto simplesmente ora desisto.
Cantos enamorados da ilusão
Aonde uma esperança habitaria
Vencendo o quanto resta em utopia
Matando pouco a pouco outra emoção,
Jorrando como fosse uma explosão
E nada mais do tanto em fantasia
Explode aonde o cais se moldaria
Nos erros de um espúrio coração,
Alego o que não veio e nem se faz
Apenas o que tanto sei mordaz
E atrás desta incerteza o rumo seda
Marcantes dias mortos do passado
E o verso noutro tempo desolado,
Pagando com terror, mesma moeda.
25
Ainda se buscara algum conforto
E confrontando a vida com o sonho
Apenas o que possa e não componho
Traduz o quanto sigo semimorto,
E sei desta expressão em fino aborto
Marcando com terror dia medonho,
E nada mais teria onde proponho
Somente após tempesta um manso porto,
Negar o meu caminho e crer no quanto
A vida se mostrara e quando canto
Tentasse num momento alguma sorte
Diversa da que toca e me desnuda
E nisto o quanto vejo em dor aguda
Apenas com certeza desconforte.
Nas armas esquecidas no porão
As tramas de quem tanto quis o brilho
Do rumo sem sentido aonde trilho
E vejo a mais dorida dimensão,
Dos erros costumeiros desde então,
Ensaio um passo além ledo andarilho
E bebo o caminho em empecilho
Diverso dos anseios que se vão,
Cevando neste solo mesmo ingrato
O tanto do vazio que resgato
Impede qualquer passo em firme luz,
Ao verso sem sentido e sem descanso
Enquanto na verdade nada alcanço
Meu mundo noutro engodo se produz.
27
Jorrasse em meu olhar outro futuro
Diverso do que tanto me legaste
A vida se desenha sem desgaste
E apenas outro cais quero e procuro,
O solo da esperança sendo duro
O vértice renega então esta haste
E o peso da verdade que negaste
Não deixa qualquer passo mais seguro,
Esbarro nos meus erros, e sei quando
Meu mundo noutro tanto desabando
Marcando com terror o dia a dia,
Não tendo qualquer chance, eu já me perco
E bebo do vazio e sei do cerco
Aonde o meu caminho eu perderia.
Não pude e nem tentara acreditar
Nas tramas mais audazes da paixão
E sei dos dias tolos que virão
E nada do que possa caminhar,
Jogado pelos cantos bar em bar,
Os ermos da esperança mostrarão
Apenas o que rege a solidão,
E dela nada possa aproveitar,
Somente o descaminho a se traçar
Negando novos dias e emoção
Diversa da que possa desde então
Apenas outro passo destroçar,
Jazendo sobre as pedras, nada tenho
E sei do quanto possa em ledo empenho
E venho com meus olhos plenos de água
Tentar acreditar noutro momento
E sei que na verdade ainda tento
Vencer o quanto tenho em medo e mágoa.
29
Nas tramas mais sutis onde se vendo
O temporal dos sonhos sem sentido
O mundo em manto velho e já puído
O canto se anuncia e me perdendo,
Aonde se quisera em estupendo
Caminho o tanto quanto dilapido
Do marco da esperança e desprovido
Do encanto vejo o todo qual remendo,
Apresentar encanto agora exposto
A vida na verdade a contragosto
Agostos enfileira em puro inverno
Nos antros de minha alma em horda e súcia
A sorte da mulher, doce pelúcia
Encontro como fosse o meu inferno.
30
Resumos entre espaços mais dispersos
Errático momento em tom atroz,
E nada poderia em minha voz
Sequer o quanto cresse em mansos versos,
No vento se perdendo em mais dispersos
Cenários sem saber por onde nós
Possamos desvendar momento após
A vida sem singrar tais universos.
Apresentando o fim e nele o fato
Aonde sem temor tento e resgato
Os erros costumeiros, sonho e queda,
Ainda quando muito me aproximo
Enfrento a tempestade em lodo e limo
E o passo no vazio se envereda.
31
A paz que se tentasse em tal intimidade
Viver sem mais temor e nisto acreditar
Na fonte que perdera a luz forte e solar
Vivendo o quanto quero em plena liberdade,
Mas quando se aproxima a fria realidade
O tanto que se quis já não podendo alçar
A vida se desenha e sei que sem lugar
Apenas o não ser agora toma e invade,
Vestígios de outra espera e nela em ondas tantas
Enquanto na verdade o quanto desencantas
Expressa muito mais que mera fantasia
E gera outra esperança embora mais sutil,
O quanto se quisera o tempo dividiu
E nada mais decerto aqui já restaria...
Não pude e nem talvez inda tentasse além
Da sorte desejada e há tanto adormecida
A senda mais audaz refuga enquanto a vida
No fundo sem juízo ao nada sempre vem,
E bebo do caminho enquanto em teu desdém
A luta se anuncia há muito consumida
Nas tramas do vazio e sei da empedernida
Vontade de lutar enquanto o nada tem,
Apresentar um passo e acreditar no fundo
Aonde com certeza eu busco e me aprofundo
Inundações diversas de sonhos do passado,
Um mar que se perdera em ondas sem sentido,
Do quanto ainda tenho o todo dilapido
E trago outro cenário apenas esboçado.
Reparo cada engano e vejo o que se visse
Depois do meu caminho em sórdida aventura
O tanto quanto resta a morte configura
E a vida não passasse enfim de uma tolice,
O marco mais audaz e nada mais se ouvisse
Senão a voz cansada e nela se assegura
A luta sem proveito em noite sempre escura
E sigo sem saber restando tal crendice,
O verso sem proveito a vida sem razão
Os tempos mais sutis e neles se verão
Apenas o que rege um passo sem saber
Do quanto poderia a sorte me mostrar
E quando se anuncia o tempo a desnudar
O tanto que se quis jamais gere prazer.
34
Beber do quanto possa em sonho tal
Depois do que se visse noutro engano
O mundo quando invade ledo plano
Expressa este momento desigual,
Encontro cada sonho em vão sinal
E sei do meu caminho e já me dano,
Ainda sem saber o quanto explano
O medo se transforma em ritual,
Não tento acreditar no quanto venha
E sei deste cenário em turva senha
Legado de outra sorte em descaminho,
Depois de tanto tempo solitário
Enfrento o mesmo rude itinerário
E sei que no final irei sozinho,
Resplandecesse o sol onde não há
Sequer a menor sorte ou esperança
E nada do que tento agora avança
Marcando com terror o que virá,
Negando o quanto reste aqui ou lá
Depois da solidão vivo a mudança
Sabendo do meu mundo em temperança
E a morte com certeza o rondará,
Nefastas noites dizem do vazio
E quando noutro passo desafio
O mundo sem segredo e sem apoio,
Ainda quando vejo o dia a dia,
A luta se transforma em agonia
Secando em vaga origem meu arroio.
36
Nas tramas mais audazes o que espero
Traduz além do nada que conheço
Sabendo já de cor seu endereço
O velho sentimento que insincero
Invade quando muito o que mais quero
E sei desta ilusão em adereço
E o meu caminho agora reconheço
Tropeço após tropeço em mundo fero,
Apresentar o caos e nada ter
Somente o que pudera recolher
Das mortes já deixadas no caminho,
E sei do meu anseio sem remédio,
A vida se anuncia em pleno tédio
E sigo o meu momento ora sozinho.
Não tive e não teria qualquer chance
De crer nalguma luz após a treva
E na alma o que se quer e não se ceva
Ainda no vazio ora me lance,
O verso sem saber por onde avance
A solidão espreita e sei que neva
Aonde esta emoção jamais longeva
Amortalhando o tanto num relance;
Depois deste nuance em esperança
A vida se perdendo sem pujança
A sórdida presença do real,
Expressa no caminho esta desdita
E quando novo sonho necessita
Eu bebo este oceano em mágoa e sal.
38
Não mais me caberia acreditar
Nas tramas de uma vida aonde o nada
Encontra com certeza a velha estrada
E perde o rumo logo ao mergulhar
E vejo quanto possa no luar
Beber a sorte tanto imaginada,
Depois do que se visse desenhada
A morte não se faz por esperar,
Apoio onde não resta nem o sonho,
E quando o meu anseio decomponho
Medonhamente eu vejo o fim de tudo,
Não tento caminhar contra este vento
E sei que mesmo quando a sorte eu tento,
No fim sem mais defesa ora me iludo.
Restauro com meu verso o meu caminho?
Não pude discernir qualquer sinal
E sigo sem saber do velho astral
Aonde com certeza irei sozinho,
Ainda que se perca em tanto espinho
Ousando acreditar no roseiral,
O manto se transforma e bem ou mal,
Apenas só não quero ser mesquinho.
Mas sei que do quanto espero inutilmente
E mesmo quando o sonho tanto eu tente
Invalidez transcende o canto em paz,
E nada do que se fez expressaria
A sorte mais audaz e noutro dia
O tempo sem sentido algum se faz.
40
Quisesse apresentar qualquer momento
Aonde o que se vê possa fazer
A vida mais diversa e no prazer
O tanto quanto quero e até fomento,
A solidão não traz este elemento
Que busco e sei no farto amanhecer
Ousando nas estâncias do querer,
Ainda sem temer o forte vento,
Um tempo após o tempo mais cruel
E abrindo em azulejo o imenso céu,
A vida poderia nos traçar
Um dia mais suave e em plenitude
O quanto do passado ora transmude
Expressa o mais divino caminhar...
41
Já não me caberia melhor sorte
Não fosse a minha vida mesmo assim,
Iniciando a queda chego ao fim
E nisto nada trago que suporte
Alento? Na verdade não conforte
Meu canto sem saber do que há em mim,
Apenas discordando de onde vim
Tentando no vazio o velho norte,
Ainda sem saber o que viria
Apresentando o caos em fantasia
A luta se desenha e sei do fato
Aonde com promessas não se faz
O mundo a cada ausência perde a paz
E apenas esperança vã constato.
Resgato cada passo e sigo em luta
Diversa com o tanto que me dera,
Deixando para trás a primavera
Ao menos a esperança é mais astuta,
Mas sei do quanto possa e já reluta
Marcando o que deveras destempera
E gera no vazio esta quimera
E nela a força traça sempre bruta,
Espero alguma luz e nada veio
Somente o mesmo prazo e sem anseio
O meio de seguir perdendo o lastro,
Ainda que se queira acreditar
Num rumo mais diverso e me moldar
Ao menos no não ser ora me alastro.
Encontraria apenas a verdade
Depois de tanta luta sem proveito
E quando nos espinhos onde deito
Enfrento o quanto tento e desagrade,
A rústica expressão que agora invade,
O manto se desfaz e nega o leito
Ao sonhador sem nexo e sem direito
De ter noutro caminho a liberdade,
Ausento dos meus passos e prossigo
Sem ter sequer a sombra de um abrigo
Ou mesmo acolhedora fantasia,
Negar qualquer espera noutro tom,
O dia se desenha e sei sem dom
O canto que decerto esperaria.
Não tento acreditar no que não veio
E sei que não viria de tal sorte
Que tanto quanto o passo me conforte
Apenas desenhando este receio,
Enfrento com temor o quanto anseio
E bebo sem sentido algum o corte
E nada do que deixe como aporte
Suporta o meu caminho em devaneio,
Esbarro nos enganos de quem sonha
E sei da solidão dura e medonha,
Mas tento acreditar noutro cenário,
Embora todo amor já não desnuda
A face mais atroz e sei aguda
Do passo onde se fez desnecessário.
45
Restauro com meu verso o que presumo
Talvez inda me salve do fastio
E bebo com ternura o desafio
E sei da solidão mero resumo,
Vivendo com temor onde me esfumo,
E vago sem saber do velho rio
Morrendo pouco a pouco ora desfio
O tempo sem saber onde o consumo,
Apenas o momento dita o não
E vejo noutro fardo a sensação
Do vago desvendar em passo rude,
Não tendo outra saída vou ao fim
Bebendo o quanto resta vivo em mim,
E deixo para trás a juventude.
Não quero e não pudesse ainda ver
O mundo mais diverso do que tento
E quando do passado num momento
A luta se desenha em desprazer
Não vejo o quanto quis amanhecer
Depois do meu caminho e desatento
Marcando com terror e sofrimento
O nada aonde o pouco pude ter,
Apenas o final se desenhando
Aponta o meu anseio desde quando
A luta se presume noutro passo,
E sei do quanto é rude o meu caminho
E marco com meu tempo mais daninho
O quanto na verdade me desfaço.
Não trago o coração liberto ou vejo
Após a tempestade esta bonança
E quando a solidão invade e avança
Eu bebo deste sonho benfazejo,
O manto mais audaz quando o prevejo
No fim de todo encanto teima e alcança
Deixando sem sentido a confiança
E nisto outro momento em paz desejo.
Restauro com meu sonho o que não tendo
Apenas semeasse o mesmo adendo
E vivo sem proveito o quanto teime,
Ainda quando a vida audaz nos queime
E mostre sem sentido a imprevisão,
As horas mais felizes se verão?
48
Nascera do vazio em tom audaz
E mesmo quando o rumo em reticência
Pudesse desenhar em consciência
O mundo aonde o pouco tenta ou faz,
Resulto do que um dia quis em paz
E vejo sem saber da impertinência
Do tanto quanto possa em vã ciência
E nisto outro momento sou capaz,
E bebo o que não tinha e nem tivera
Somente desenhando a longa espera
De quem noutro cenário se perdeu,
O verso que pudera ter em luz
Agora no vazio não conduz
E o mundo se imergindo em treva e breu.
No pranto sem saber de algum alento,
A voz de quem se fez em tons sutis
Demonstra o quanto fora este aprendiz
Bebendo com terror o velho vento,
E quando no final eu me alimento
E sei do todo na alma sem teu bis
E vejo o que deveras tanto quis
E nisto outro caminho agora invento,
Reparo com meu passo o que não tive
E sei da solidão em que convive
O verso com o sonho e nada mais,
Despisto com meu canto o que se cria
Ausento desde quando em poesia
A luta enfrenta dias mais banais.
50
Medonhas faces dizem do passado,
Mas quero acreditar neste futuro
E sei do quanto possa e me asseguro
Do tempo noutro tempo desenhado,
Pousando mansamente não me evado
E bebo a sensação e já procuro
Vencer o que pudera e não torturo
Meu canto noutro engodo decifrado,
Restauro com o sonho o dia a dia
E vendo o quanto resta em alegria
O mundo não pudera ser assim,
Encontro o que inda tenho em esperança
E o passo sem sentido quando avança
Espera reviver cada jardim...
sexta-feira, 11 de março de 2011
O quanto não se espera e nada vale
A senda onde se acenda esta esperança
E jogo com palavras lavra avança
Enquanto outro caminho trama o vale
E vendo esta ilusão quando se exale
E tanto quanto vejo esta lembrança
Marcando com ternura e confiança
O preço quando nada além se instale
Somente a imprevidente garantia
Do quanto pousa em sorte e não viria
O que demais se quis sem previsão,
Doando da alegria um mero insumo
O tanto que deveras eu resumo
Ditando outros momentos desde então.
2
Ao tentar pelo menos o sossego
Aonde com firmeza a queda vem
E sei deste vazio onde ninguém
Traduziria além de mero apego,
E sei do meu caminho e sem fastio
Invado as cercanias, margens tais
E nelas outras mais em desiguais
Cenários onde o nada agora eu crio,
E noutro sol exposto em tom maior
O vértice do sonho dita o fim
E bebo do que possa e dentro em mim
Apenas outro rumo sei de cor.
Das cores mais diversas, versos sonhos
Somente tais retratos vãos medonhos.
Ainda quando vens e estou dormindo,
A noite prometera e não cumprira
Açoda-me decerto esta mentira
E mesmo o mais horrendo, o vejo lindo,
E possa no final me definindo
Por erros costumeiros, leda mira
E a Terra enquanto ronda roda e gira
E nada mais banal que o tempo findo,
Reparo os meus enganos e se faço
Da vida qualquer coisa além do traço
Apenas incerteza dita o quanto
Meu tempo sem sentido e sem razão
A velha camarilha em dimensão
Diversa da que tanto desencanto.
4
Se o nada importaria tanto faz
O medo não me guia ou mesmo trama
A sorte desenhada em vaga trama
Apresentando ao menos Satanás
E o velho caminheiro onde se traz
A vaga concessão imensa chama
E nada se produz sequer reclama
No prazo derrotado mesmo audaz,
Ainda sem sentido o que se crê
E nada se anuncia e sei do que
Se expressará em nós forma constante,
E beberia a sorte, uma indigente
E mesmo que deveras se apresente
O tanto sem proveito me adiante.
5
Ainda que se fosse o que não veio
E mesmo se viesse não traria
Somente esta semente, hipocrisia
No quanto o meu cenário em devaneio,
Presumo o todo e bebo sem rodeio
Tecendo com total vã sincronia
Martirizando em nós tanta agonia
E misturando o meu com outro, alheio,
E bêbado de sono me enfastio
E sei da imprevisão do desafio
E mesmo deste rio em tempestade,
Ausento sem sentido e sem um norte,
Meu passo sem mais nada que o suporte
Aos poucos noutro fato se degrade.
6
Ainda que estivesse onde estarei
Num salto atocaiado em curva e medo,
Aonde na verdade me concedo
Espero da esperança regra e lei,
E quando no final me desandei
E tanto quanto possa em tal segredo
O mundo se apresente desde cedo
E nada do que eu busco inda verei,
Somente o quanto custa ser feliz
E tendo na verdade o que não quis
Apresentando ao fim mera ilusão,
Morrendo a cada verso sem valia,
Aos poucos perco em mim a poesia
E tomo como par a solidão.
7
Desnudo minha pele e neste fato
Apenas o que exponho dita o limo
E tanto quanto pude e não estimo
O fim de cada prazo ora constato,
E neste desenhar onde retrato
O mundo sem pavio enquanto primo
Meu passo pelo vago e não redimo
O velho caminhar em limpo prato.
Negar o meu anseio e procurar
Apenas um lugar onde ancorar
O barco há tanto roto e sem convés,
Já não me caberia ter nas mãos,
Além destes momentos todos vãos
E neles outros tantos, de viés...
8
Na derme que ora exponho vês o fim
De quem se apresentara qual poeta
A vida de tal forma me deleta
E bebe o que inda resta vivo em mim,
E sei do desvalido de um jardim
E nele cada noite se completa
Na fúria mais audaz em corte e seta
Na meta desdenhada e sempre assim.
Reparo cada passo e nada veio
Apenas o que tanto sigo alheio
No veio mais audaz e pestilento,
Mas quando deste esgoto vejo o cais
Enfrento o quanto pude em vendavais
E mesmo outro caminho em luz invento.
9
A fonte generosa da esperança
Alçada pelo sonho de quem tente
Vencer este caminho imprevidente
Aonde outro momento em vão se lança
A vida chefiando tal mudança
Embora seja tudo o que apresente
No fim de novo instante o que acalente
Expressará no quanto ora balança
E resta o pendular anseio feito
Em sonho ou mesmo em queda e contrafeito
Eu já não mais traria outro cenário,
Andando contra toda a imensidão
Dos erros que acumulo e sei que vão
Tornar o dia a dia temerário.
10
Sem auto-conhecer cada presença
Em volta deste lume qual falena
Que tenta acreditar na sorte plena
E morre quando em êxtase se pensa,
Ausento do que possa e não convença
A vida quando muito nos condena
E sei desta verdade que envenena
Quem tenta acreditar no que compensa.
Realço com meu verso o que viria
E sei da negação da fantasia
Amortalhando enfim esta promessa
Do tanto já perdido pela vida
E quando a solução tenta e divida
A história noutra face recomeça.
11
Exílios da esperança em solidão
De tanto que buscasse ter ao menos
Momentos onde tanto mais serenos
Os dias mudariam de estação
E sei do quanto possa em meu verão
Viver após momentos tão amenos
Anseios mais sublimes claros, plenos
E neles outros tantos se farão
E vejo esta fração tentando o todo,
Depois do que pudera em cada engodo
Vestindo a minha sorte impunemente
Resumo minha vida em cada verso
E sei do quanto possa o mais perverso
Cenário aonde o tanto agora mente.
12
Suprimo cada passo quando ousando
Vencer qualquer caminho e mesmo assim
Ainda me aproximo de meu fim,
Sabendo de outro fato ainda brando,
E tanto quanto possa desde quando
A morte anunciada vem a mim
E bebe cada flor deste jardim
Já tanto noutro rumo transformando,
Inerte sensação de quem se quer
Ousando no vazio onde qualquer
Mordaça não traria novo plano,
E quando sem saber o que me reste
Ainda cevo o tanto que deteste
O mundo onde em verdade ora me engano.
13
A vida se apresenta em tal ventura
E nisto o quanto tenho nada vale
E mesmo quando o sonho ora se cale
A noite me produz farta amargura,
Jogado sobre a senda mais escura
E nisto o meu caminho sempre exale
O tanto quanto possa e nisto inale
A louca sensação de vã ternura,
Reparo cada engano e sigo além
Do manso desejar onde convém
Quem sabe muito bem o que se queira,
E sinto o que se pensa após o nada
E deixo na verdade abandonada
A luta sem saber em leda beira...
14
Guardando sem sentido qualquer mundo
E nada se avizinha do que sei
E tanto poderia em nova lei
Galgando novo passo onde me inundo.
Semente do que possa e me aprofundo
Enquanto no vazio eu mergulhei
Embora cada passo; poderei
Ousar em coração mais vagabundo,
Restando do que fomos muito pouco
E sei quanto em verdade sigo louco
Entre momentos tais onde se visse
E sinto o que se queira nova forma
E tanto quanto possa se transforma
Deixando no passado esta mesmice.
15
Seguindo na alameda da esperança
Aonde o que se quis já não viria
Traçar noutro momento novo dia
Enquanto o tempo além invade e avança
A sorte se desenha em temperança
E o marco no final não mais veria
Sequer o quanto possa em alegria
E nisto qualquer passo agora cansa,
Revejo tão somente o que se fez
E tento outro caminho em sensatez
Diversa da que tente desejar,
Andando contra a vaga da saudade
Apenas o vazio que me invade
Expressa com firmeza o raro mar.
16
Deixando os meus caminhos para trás
Montanhas entre sonhos mais felizes
E quanto deste mundo contradizes
Traçando outros cenários desiguais
A voz onde pudesse ser jamais
O tanto que quisera sem deslizes
E trago na saudade as cicatrizes
De estrelas bem guardadas nos bornais,
E sigo sem saber o que seria
A vida em avidez e fantasia
Num átimo um mergulho neste rio
Aonde nas cascatas mais sublimes
E nada na verdade tu redimes,
Marcando cada passo onde o desfio.
17
Das ânsias de um menino nada resta
Somente a mesma cruz onde marcada
A história mais cruel da velha estrada
Apenas do passado mera fresta,
E o tanto quanto tive ora se atesta
Na mesma lenda ou tez velha e nublada
Da luta quando mesmo enfastiada
Apresentasse o fim da antiga festa,
Não trago nos meus olhos o futuro,
Somente me retive em velho muro
E nada do que eu quis se faz presente,
E vejo neste todo sem sentido
O prazo pelo tempo corrompido
E o canto noutro rumo se alimente?
18
Andasse por estrelas onde um dia
Em siderais tormentos quis a sorte
Que tanto como audaz já nos conforte
E marque sem sentido a poesia,
O verso quando muito o tempo adia
E gera outro momento bem mais forte,
Navego sem saber se tendo um norte
Eu possa desvendar velha sangria,
Jorrando dentro da alma o que não vinha
E sei que na verdade fora minha
A lua sem fronteira em noite imensa,
Mas quando no passado a vida habita
A sorte se mostrara mais bonita,
Embora novo instante não convença.
19
Negar o que me reste em abandono
E crer noutro cenário que não tive,
Ainda quando a sorte ausente vive
Eu sei que do vazio sou o dono,
É próprio de quem tenta noutro sono
Embarques onde o mundo em paz se crive
E nada do que tanto se cultive
Trará sequer o medo onde me abono,
Vestindo em constelar imagem sigo
E tento adivinhar qualquer abrigo
Aonde a mera queda desfilara
Gestando sem sentido e sem proveito
Apenas na lembrança ora me deito,
E vejo a cada engodo outra seara.
20
Marcar com discordância o que viria
É fato costumeiro de quem sonha
A morte necessária é tão medonha,
Mas dela se alimenta o dia a dia,
Respaldo do que fora fantasia
Agora noutro passo se proponha
Vencido caminheiro onde se ponha
Negando o que pudesse alegoria,
Revoltas dentro da alma, simplesmente
E o tanto que se quer mesmo que ausente
Pressente qualquer tom diverso quando
A marca se aprofunda em cada cã
E vejo sem saber deste amanhã
Há tanto noutro engano desabando.
21
Vestígios do que fui e não presumo
Ainda que se veja noutro encanto
O mundo se anuncia em tal quebranto
E bebo do meu canto este resumo,
Vencendo o quanto tenha e se o consumo
Esbarro no vazio e me garanto
Deixando no caminho dor e pranto,
No tanto quanto possa podre sumo.
Esvai em poesia o verso quando
O rústico cenário se moldando
Só fale desta estrada abandonada,
Depois de tanto passo sem proveito
Olhando para trás quando me deito,
A sorte se resume e dita o nada.
Não tento acreditar noutro momento
E nada do que possa me alimente,
Ainda quando a vida violente
O risco a se perder demais aumento,
E vejo em meu olhar o passo atento
E sei do meu engano mais frequente
Embora no vazio se fomente
A vida onde decerto um dia eu tento,
Reparo cada passo sem sentido
E quanto mais procuro e dilapido
Ousando retornar por onde vim,
A morte se apresenta em solução
Futuro se perdendo em dimensão
Diversa da que trago e sei enfim.
Marcar em discordância o que se traz
E ter no olhar apenas o passado,
O mundo se anuncia desarmado
E o verso se produz e nada faz,
Ainda se acredita em mera paz
No passo onde meu mundo desabado
Expresse esse caminho desolado
Vencido deixa tudo para trás.
Marcar em consonância o que não veio
Tentar acreditar no mundo alheio
Ao prazo onde o tanto determina,
O canto sem saber qualquer alento
Expressa o delirar em claro vento
Matando a sorte audaz e cristalina.
24
Restando muito pouco do que um dia
Pudera transformar em meu castelo,
O verso que pudera ser mais belo
Há tanto sem sentido morreria,
E brindo com diversa fantasia
Grassando outro momento onde revelo
Apenas o que possa em tal restelo
Traçar em meu arado a poesia,
E sei que quando em penas esta enxada
Tramasse no final o mesmo nada
Aonde o meu anseio se traduz,
Ainda que se creia no futuro
Somente sem semente eu asseguro
A vida se perdendo em frágil luz.
25
Meu canto se presume e nada vejo
Somente o quanto quis e nada houvera
A mansa sensação tanto sincera
Expressa a solidão em vão desejo,
Resumos da verdade onde prevejo
A queda mais atroz em velha esfera
E sei da imensidão desta quimera
E nela este momento malfazejo,
Angustiadamente o mundo invade
O tanto que alimento em tal saudade
Vestindo a roupa atroz, leda e puída
Deixando sem sentido o que virá
E tanto quanto vira aqui ou lá
Perdera há tanto tempo a minha vida.
26
Tecer com velhas linhas o futuro
Decerto já perdera a dimensão
Dos erros que talvez inda verão
Os passos neste ocaso, mundo escuro,
E quando no vazio eu me asseguro
A queda traz em nova direção
Enganos onde tanto inda virão
Os passos sem saber do imenso muro,
E se depuro a sorte que não veio,
Apenas caminhando em tal anseio
Eu vergo a mesma sorte sem proveito
E quantas vezes tento algo diverso,
Mas sei do quanto possa e me disperso
Enquanto solitário ora me deito.
27
Jamais acreditei em novo prumo
Depois da velha queda aonde um dia
Vencido pelo quanto poderia
Ousar e não pousar onde acostumo,
Reparo e na verdade me resumo
No engano aonde a sorte moldaria
A luta sem sentido onde eu teria
Apenas o vazio e nele o prumo.
Resplandecente sol que não mais veio,
Olhando para os lados cada anseio
Promete novo dia em desalento,
Repatriado encanto aonde o mundo
Seguisse seu caminho mais profundo
E nisto da esperança me alimento.
28
Pedaços do que fomos pela vida
Jogados nesta estrada sem sentido,
O quanto a cada curva dilapido
E a noite sem proveito, apodrecida,
E quanto mais queria enternecida
A sorte e nela o tanto que duvido
E bebo cada gole onde divido
Meu mundo na esperança desprovida,
Preciso na saudade cada instante
Devora o que pudera e doravante
Apenas um fantasma segue só,
Do quanto poderia e nada vinha
Somente esta verdade mais daninha
Expressa o que ora sou, apenas pó.
29
Chamando por teu nome e nada vem,
Somente o mesmo frio do passado
O verso pelo tempo embolorado
E sei do teu olhar, sempre em desdém,
O risco de sonhar eu sei que tem
Apenas outro engano desfraldado,
Resumo do que trago e sei do enfado
Da vida sem saber de mais ninguém,
Pousando nos meus ermos, solidão,
Saudade expressa os dias que virão
Negando qualquer luz ao caminheiro,
E tanto quanto pude adivinhar
Somente novo engano a me tomar
No canto com certeza, o derradeiro.
30
Algum mistério eu sei que traz a vida
E nisto outro momento em mera queda
Aonde o meu cenário se envereda
A sorte noutra sina a ser cumprida,
Já não me caberia o que duvida
E nem sequer o passo onde se seda
A solidão cruel mesma moeda
E nela se pagasse a despedida,
Servindo de alimária a quem se fez
No olhar sempre sozinho, insensatez
Deixando como trilha a solidão,
Esboço na verdade o que me reste
E nisto este cenário quando agreste
Traduz a dor em turva sensação.
31
Ainda quando vejo esta submissa
Vontade de tentar novo momento
A sorte perpetua o movimento
E vejo o quanto possa em tal premissa,
E sei desta verdade mesmo omissa,
Restando dentro da alma o que ora tento
Presumo a sensação do imenso vento
Enquanto a paz deveras se cobiça
Presumo qualquer dia e vejo bem
Do tanto quanto possa e nada vem
Somente o velho espectro de outros dias.
E neles enveredo cada passo
Ousando na verdade quando faço
O tanto que não tenho e nem terias.
32
Ainda quando a sorte percebendo
O tempo noutro tempo emaranhado
E o verso sem sentido do passado
Aonde não passasse de um remendo
Agora noutro traço se prevendo
Marcando o quanto tenho do meu lado,
O velho coração enamorado
E nisto o todo dita o fim horrendo,
Representando a paz que não se quis
O verso mais audaz deste infeliz
Desvenda o que se quer daqui pra frente,
Mas quando se cultiva esta lembrança
Um passo no vazio ora se lança
E nada mais deveras se apresente.
33
Negar o quanto tenho e mesmo tive
Aonde se presume este vazio,
Ainda que se veja o mais sombrio
Momento enquanto além nada revive,
O verso sem sentido já cative
O velho caminheiro onde este rio
Expresse o quanto quis e desafio
Tateio sobre o quanto a vida prive,
Não posso mais sentir qualquer espreita
E nada do que tento ora se aceita
Somente esta ilusão, tola e sutil,
Do quanto se tentasse em luz imensa
Apenas o que resta nos convença
Do mundo quando o todo se partiu.
34
Um filho e novamente a vida trama
Momentos mais diversos, treva e luz
E quando na verdade reproduz
O mundo se anuncia em sombra e chama,
E o prazo que se quer não mais reclama
E nada no final jamais seduz
O velho coração exposto à cruz
E tanto se apresenta enquanto se ama,
Não tento caminhar contra a maré
E sei do quanto rompe esta galé
Ousadamente atada no infinito,
E amar sem ter segredos ou mentiras
Enquanto do passado tu retiras
O tanto que se quis e necessito.
35
O medo não se mostra quando a gente
Expressa o quanto quer em liberdade,
Porém quando a certeza ora se evade
Pousando noutro encanto mais urgente
O mundo quando muito quero e tente
Vencendo o quanto pude em claridade,
Deixando para trás a realidade
No verso mais audaz e impertinente.
O prazo determina o fim do sonho
E sei do que se quer mesmo medonho
Deixando na esperança este pavio,
E sei deste momento vivo em mim
Ainda como fosse um estopim
Que tanto quanto acendo eu desafio.
36
Nos ermos de quem sabe o que viria
Espreito cada engano e sei do fato
Aonde todo o tempo ora resgato
Tentando acreditar na fantasia,
Depois do quanto a vida me traria
Vestindo sem razão quando retrato
A lucidez se faz onde eu constato
O mundo com temor ou galhardia,
Vencido caminheiro sem futuro
O tempo onde o vazio eu configuro
Apenas se refaz a cada queda,
Jogado sobre as rocas, o que sei
É tanto quanto possa em leda lei
E meu cenário em vão já se envereda.
37
Negar qualquer alento a quem se fez
Espúrio desejoso do que um dia
Ousasse muito além da poesia
E nisto se roubasse a sensatez,
O canto noutro engodo agora vês
E sei do meu momento em fantasia
No quanto cada passo não traria
A luta por total estupidez,
Respaldos do passado e sem futuro
Ainda quando vejo eu asseguro
O mundo aonde o tanto diz do nada,
A luta sem sentido e sem razões
Aonde o quanto resta decompões
Não deixa a sorte audaz e desejada.
38
Rescaldos do que fui e nada vinha
Somente a mesma cena e nela eu traço
A vida sem saber deste cansaço
E mesmo da esperança mais daninha,
A luta que pensara ser só minha
Agora esboça o rumo onde desfaço
O velho caminhar e noutro passo
A queda sem proveito se avizinha,
Marcante sensação de medo e caos
Os dias com certeza sendo maus
O cais já se distando deste olhar,
E nada do que eu veja me redime
Do tanto que desejo mais sublime
E nunca pude mesmo desenhar.
39
Apresentando o fim a cada sorte
Disperso este momento aonde eu pude
Após perder inteira a juventude
Sem nada que deveras me conforte,
O sonho se presume e enquanto aborte
Não deixa que se vele e nos ilude
E marca com terror cada atitude
Deixando para trás apenas corte,
Somando o que hoje tenho e não tivesse
A mera solidão se traz em messe
E o vento se dissolve no vazio,
Ainda quando quero acreditar
Não tendo nem sequer onde pousar
Um novo desenhar em vão eu crio.
40
Não tento imaginar o quanto possa
A vida sem sentido e sem meu cais
E nisto mesmo expondo aos temporais
A sorte que pudera ser só nossa,
Vestindo o quanto tente e já se apossa
Do verso onde desejo muito mais
E sei do corvo quando em nunca mais
A senda se perdendo nada endossa,
Apenas apresente a vida assim,
Iniciando agora o mero fim
Marcando com terror o que inda sobra,
Do tempo desenhando em cada dobra
Apreços onde o nada mais se via
Seriam erros frágeis, fantasia...
41
Encadeando versos e sonetos
Pousando no que fui e não seria
Ou mesmo retocando a fantasia
Enquanto novos tempos ditam guetos
E neles outros tantos são meus passos
Envoltos pelas brumas, pelos sóis
E tantas ilusões sempre destróis
E nisso os meus anseios são devassos
Ou meras emoções de uma criança
Jogada pelas beiras das estradas
E nelas outras tantas desejadas
Aonde uma onda imensa não me alcança,
O passo se presume em tom diverso
E nisto para o sonho, inútil, verso.
42
Ao represar inteiro o sentimento
Erguendo o velho brinde a quem se fez
Além da mera espúria estupidez
O tempo noutro tempo eu alimento,
E bebo do passado e estando atento
Ainda quero mais que a lucidez
No passo sem sinal do quanto vês
O meu anseio bebe inteiro o vento,
Não pude acreditar em melhor sina
E tanto quanto a vida ora se inclina
Deitando esta mortalha na vereda,
Ainda que deveras tente além
O mundo quando muito me contém
E nada mesmo o sonho se conceda.
43
Negar o quanto da alma se entregara
Depois de tanto tempo em leda espera
É como desmentir a primavera
E crer na estupidez desta seara,
A vida se desenha e se escancara
Após cada momento e noutra esfera
Agigantando o passo destempera
Marcando o quanto a sorte desampara,
Não vejo tão somente o quanto quis
E sei do meu momento onde infeliz
Encontraria apenas solidão,
Dos tantos erros quando mais enfrento
Sanando dentro da alma o imenso vento
Os dias mais doridos se verão.
44
Ao azular o céu onde pensara
Apenas na brumosa tarde eu creio
No tanto quanto possa e mesmo alheio
Ao quanto se desenha em noite amara,
A voz se aproximando bem mais clara
O tanto quanto tento em devaneio
O rústico cenário onde rodeio
Ao novo amanhecer já se prepara,
Mas nada do que eu possa acreditar
Permite novo rumo a desejar
Senão a mesma senda onde não vinha
Sequer a sensação bem mais sutil,
Do amor que na verdade quando viu,
Traçando esta esperança ainda minha.
45
Representando apenas a emoção
De quem se fez audaz e mesmo quando
A vida de tal forma transformando
Não trouxe tão somente a negação,
Ainda quando vejo a dimensão
Do vento aonde o todo se moldando
Presume outro caminho bem mais brando
Moldando finalmente o meu verão,
Apresentar após tanta saudade
Alguma luz que possa na verdade
Mudar a direção do pensamento,
Ao reaver a sorte que eu queria
E nela o presumir de novo dia
Ousando caminhar e ir contra o vento.
46
Já não me caberia nova escolha
Nem mesmo acreditar noutro momento
E quando na verdade ainda tento
O tempo sem sentido não recolha
As sortes desenhadas nesta bolha
Deixando para trás o sentimento,
E vendo o meu caminho aonde atento
O manto se produz além da folha,
Na primavera feita em esperança
O quanto da verdade a vida alcança
E expressa após a curva novo dia,
Não tento acreditar nesta ilusão
E sei das sortes tantas que virão
E nelas cada voz se moldaria.
47
A mente se abriria ao quanto venha
Depositando o sonho após o fato
Aonde na verdade o que constato
Expressa muito mais do que desdenha,
A luta quando muito desempenha
O mundo aonde o rumo que retrato
Não deixa que se veja e me resgato
Após acreditar no que convenha,
Reparo sem sentido o que se faz
E bebo da esperança feita em paz
Ainda quando traz somente um brilho,
E vendo o meu anseio sem futuro
Apenas do vazio eu me asseguro
Enquanto noutro passo agora eu trilho.
48
Em épocas diversas sonhos meus
Pudessem traduzir novo cenário
Além do mesmo engano temerário
E nele sem saber do mesmo adeus
Os olhos que pudessem quando ateus
Moldar cada momento e itinerário
Diverso do que tento em necessário
Tormento feito além de mortes, breus,
Negar qualquer anseio aonde eu pude
Vivenciar a sorte atroz e rude
Depois do quanto ilude a solidão,
Marcando com engano cada passo,
Aonde no final eu me desfaço
Encontro do vazio a direção.
49
Marcar a ferro e fogo cada passo
E nisto o que se vê não me permite
Acreditar na sorte sem limite
Aonde o meu caminho é mais escasso,
Opondo-me deveras ao cansaço
E nele cada sonho delimite
O verso aonde apenas acredite
No canto sem ternura em vago espaço,
Anseios de uma vida mais suave,
Ainda quando o tanto já se agrave
Entraves encontrando noutro instante
E sei do que se faz em rumo atroz
E bebo do passado e sei do algoz
Que a nova sorte traz e se garante.
50
Não tento acreditar no meu resumo
E bebo com temor cada aguardente
E nisto o quanto tenho e se apresente
Traduz o tanto aonde me consumo,
Não vejo da esperança o mero sumo
E brindo o que se quer e mesmo tente
Vencido caminheiro imprevidente
O manto se apresenta em velho insumo
E sei do quanto possa e mesmo tento
No prazo mais audaz contentamento
Jamais se vestiria em ilusão
Aonde nada resta do que somos,
A vida se anuncia em turvos gomos
A brisa se expressando em furacão.
Saudade do que nunca expressaria
O mundo ora perdido em tons diversos
E tento acreditar nos universos
Aonde cada passo diz sangria
Ascendo ao que deveras não viria
E bebo dos caminhos mais dispersos
Tentando acreditar em tolos versos
Marcando com temor a fantasia,
Não tendo outro momento aonde eu pude
Deixar já para trás o quanto ilude
O tempo sem proveito em vãos resquícios
E tanto dos meus dias se perdendo
No mundo aonde sou mero remendo
E nele se entranhando em precipícios
52
Não quero acreditar que noutro engano
As vias costumeiras concebesse
O tanto quanto queira e que perdesse
Ainda quando ao fim ora me dano,
Negar qualquer caminho em mero plano
E ver neste abandono o que vivesse
E quando o meu anseio convencesse
Do velho caminhar em tom profano,
Acordo sem saber do que se visse
Deixando para trás cada crendice
E nada mais audaz se poderia
Vestindo com ternura esta mentira
E quando do meu mundo se retira
Deixando tão somente a hipocrisia.
53
Ao resumir meu mundo no que tanto
Pudesse acreditar e nada vinha
Somente este temor onde convinha
O prazo se perdendo em desencanto,
Ainda quando o verso dita o canto
Remendos do que fosse a sorte minha
Encontram esta imagem mais mesquinha
E nela o que se molda em vão quebranto,
Arcando com enganos e somente
O tanto sem futuro se apresente
Marcando em discordância o que se quer,
Expressa na verdade o verso rude
E sei do quanto tenho e já me ilude
Nas ânsias mais atrozes da mulher.
54
Não tento acreditar no que não veio
E sei do desamor quando se cala
A sorte tantas vezes mais vassala
E nela o meu temor em tal anseio,
Vagando enquanto ainda devaneio
Pousando no passado e desta sala
A morte que deveras me avassala
Não deixa quanto trace em ledo meio,
Reparo cada prazo e quando sigo
Depois do meu cenário onde o perigo
Expresse a solidão de quem tentara
Ousar noutro momento mais sutil
Depois do que deveras se previu
Apenas vejo na alma a mesma escara.
55
Chagásica expressão em solitude
E nada do que tente em nostalgia
Permite na verdade o que viria,
E nisto nem o fim jamais ilude,
O mundo se aproxima e sei que é rude
O verso aonde vivo em agonia
Matando com terror a alegoria
Deixando sem saída a juventude.
Numa atitude plena em solilóquio
O sonho que se fez velho Pinóquio
Tentando que se creia no impossível,
Amar e ter apenas outro encanto,
Ainda quando vejo e não garanto
Somente este momento ora implausível…
56
Bebesse mais um gole do passado
E o mundo não teria novo rumo,
Ainda quando tento e não resumo
O verso se desenha em mero enfado,
Repare cada passo e se me evado
Do corte aonde o tanto não aprumo
Enfoco com ternura o quanto em sumo
A vida presumira outro legado,
Restauro o meu anseio em tom venal
E bebo do cenário desigual
Deixando para trás cada momento
E sigo o quanto possa e se alimento
O sonho com temor ou alegria
Saudade nos meus olhos invadia.
57
Mapeio em tons atrozes cada espaço
E vejo sem sentido o que inda bebe
A sorte sem saber da velha sebe
Aonde o meu anseio agora traço,
E nada do que pude e não desfaço
Encontra o quanto quer e não concebe
E nisto outro momento se recebe
Depois do meu anseio em ledo laço
O verso mesmo sendo leonino,
O corte no vazio onde fascino
E tento acreditar no que não veio,
A morte redimindo cada engano,
Adentro sem sentido o velho plano
E bebo o meu momento sem receio.
58
Marcar o que se possa de tal forma
E nada mais sentir senão a queda
E a vida quando muito se envereda
Deixando ora disforme a velha norma,
Depois do quanto pude e nada informa
Semente se anuncia e nada seda
Senão a mesma luz onde se enreda
Vertentes onde o passo se deforma,
O prazo terminando e nada veio
Somente o quanto pude em tal anseio
Gerado pela mansa covardia,
Um velho caminhante do passado
Ao ver o seu cenário desabado
Deveras nem um passo mais daria.
59
Impressionadamente o que se creia
Não deixa qualquer rastro pela vida
E o tanto quanto possa a já perdida
Noção deste vazio nos rodeia,
E bebo da esperança enquanto ateia
A sorte na fornalha desprendida
Na fúria mais audaz em despedida,
Toando dentro da alma a fera veia,
Já nada mais mostrasse a velha estrada
Tampouco a noite imensa e constelada
Depois da tempestade costumeira,
E quando vejo o fim da minha sina,
A vida se moldara e me domina
Enquanto uma esperança além se esgueira.
60
Não tendo qualquer chance no futuro
Encontro do passado a sombra atroz
E sei desta esperança em ledo algoz
Depois de caminhar em tempo escuro
E cevo na aridez de um solo duro
Ninguém escutaria a minha voz
Deixando cada instante e nada após
Mostrasse com certeza o que asseguro,
Esbarro nos enganos de quem tenta
Vencer a mera sorte mais sangrenta
Depois do descaminho costumeiro,
Enquanto no final a luta expressa
A solidão imensa e já sem pressa
Ainda busco cores no canteiro.
A senda onde se acenda esta esperança
E jogo com palavras lavra avança
Enquanto outro caminho trama o vale
E vendo esta ilusão quando se exale
E tanto quanto vejo esta lembrança
Marcando com ternura e confiança
O preço quando nada além se instale
Somente a imprevidente garantia
Do quanto pousa em sorte e não viria
O que demais se quis sem previsão,
Doando da alegria um mero insumo
O tanto que deveras eu resumo
Ditando outros momentos desde então.
2
Ao tentar pelo menos o sossego
Aonde com firmeza a queda vem
E sei deste vazio onde ninguém
Traduziria além de mero apego,
E sei do meu caminho e sem fastio
Invado as cercanias, margens tais
E nelas outras mais em desiguais
Cenários onde o nada agora eu crio,
E noutro sol exposto em tom maior
O vértice do sonho dita o fim
E bebo do que possa e dentro em mim
Apenas outro rumo sei de cor.
Das cores mais diversas, versos sonhos
Somente tais retratos vãos medonhos.
Ainda quando vens e estou dormindo,
A noite prometera e não cumprira
Açoda-me decerto esta mentira
E mesmo o mais horrendo, o vejo lindo,
E possa no final me definindo
Por erros costumeiros, leda mira
E a Terra enquanto ronda roda e gira
E nada mais banal que o tempo findo,
Reparo os meus enganos e se faço
Da vida qualquer coisa além do traço
Apenas incerteza dita o quanto
Meu tempo sem sentido e sem razão
A velha camarilha em dimensão
Diversa da que tanto desencanto.
4
Se o nada importaria tanto faz
O medo não me guia ou mesmo trama
A sorte desenhada em vaga trama
Apresentando ao menos Satanás
E o velho caminheiro onde se traz
A vaga concessão imensa chama
E nada se produz sequer reclama
No prazo derrotado mesmo audaz,
Ainda sem sentido o que se crê
E nada se anuncia e sei do que
Se expressará em nós forma constante,
E beberia a sorte, uma indigente
E mesmo que deveras se apresente
O tanto sem proveito me adiante.
5
Ainda que se fosse o que não veio
E mesmo se viesse não traria
Somente esta semente, hipocrisia
No quanto o meu cenário em devaneio,
Presumo o todo e bebo sem rodeio
Tecendo com total vã sincronia
Martirizando em nós tanta agonia
E misturando o meu com outro, alheio,
E bêbado de sono me enfastio
E sei da imprevisão do desafio
E mesmo deste rio em tempestade,
Ausento sem sentido e sem um norte,
Meu passo sem mais nada que o suporte
Aos poucos noutro fato se degrade.
6
Ainda que estivesse onde estarei
Num salto atocaiado em curva e medo,
Aonde na verdade me concedo
Espero da esperança regra e lei,
E quando no final me desandei
E tanto quanto possa em tal segredo
O mundo se apresente desde cedo
E nada do que eu busco inda verei,
Somente o quanto custa ser feliz
E tendo na verdade o que não quis
Apresentando ao fim mera ilusão,
Morrendo a cada verso sem valia,
Aos poucos perco em mim a poesia
E tomo como par a solidão.
7
Desnudo minha pele e neste fato
Apenas o que exponho dita o limo
E tanto quanto pude e não estimo
O fim de cada prazo ora constato,
E neste desenhar onde retrato
O mundo sem pavio enquanto primo
Meu passo pelo vago e não redimo
O velho caminhar em limpo prato.
Negar o meu anseio e procurar
Apenas um lugar onde ancorar
O barco há tanto roto e sem convés,
Já não me caberia ter nas mãos,
Além destes momentos todos vãos
E neles outros tantos, de viés...
8
Na derme que ora exponho vês o fim
De quem se apresentara qual poeta
A vida de tal forma me deleta
E bebe o que inda resta vivo em mim,
E sei do desvalido de um jardim
E nele cada noite se completa
Na fúria mais audaz em corte e seta
Na meta desdenhada e sempre assim.
Reparo cada passo e nada veio
Apenas o que tanto sigo alheio
No veio mais audaz e pestilento,
Mas quando deste esgoto vejo o cais
Enfrento o quanto pude em vendavais
E mesmo outro caminho em luz invento.
9
A fonte generosa da esperança
Alçada pelo sonho de quem tente
Vencer este caminho imprevidente
Aonde outro momento em vão se lança
A vida chefiando tal mudança
Embora seja tudo o que apresente
No fim de novo instante o que acalente
Expressará no quanto ora balança
E resta o pendular anseio feito
Em sonho ou mesmo em queda e contrafeito
Eu já não mais traria outro cenário,
Andando contra toda a imensidão
Dos erros que acumulo e sei que vão
Tornar o dia a dia temerário.
10
Sem auto-conhecer cada presença
Em volta deste lume qual falena
Que tenta acreditar na sorte plena
E morre quando em êxtase se pensa,
Ausento do que possa e não convença
A vida quando muito nos condena
E sei desta verdade que envenena
Quem tenta acreditar no que compensa.
Realço com meu verso o que viria
E sei da negação da fantasia
Amortalhando enfim esta promessa
Do tanto já perdido pela vida
E quando a solução tenta e divida
A história noutra face recomeça.
11
Exílios da esperança em solidão
De tanto que buscasse ter ao menos
Momentos onde tanto mais serenos
Os dias mudariam de estação
E sei do quanto possa em meu verão
Viver após momentos tão amenos
Anseios mais sublimes claros, plenos
E neles outros tantos se farão
E vejo esta fração tentando o todo,
Depois do que pudera em cada engodo
Vestindo a minha sorte impunemente
Resumo minha vida em cada verso
E sei do quanto possa o mais perverso
Cenário aonde o tanto agora mente.
12
Suprimo cada passo quando ousando
Vencer qualquer caminho e mesmo assim
Ainda me aproximo de meu fim,
Sabendo de outro fato ainda brando,
E tanto quanto possa desde quando
A morte anunciada vem a mim
E bebe cada flor deste jardim
Já tanto noutro rumo transformando,
Inerte sensação de quem se quer
Ousando no vazio onde qualquer
Mordaça não traria novo plano,
E quando sem saber o que me reste
Ainda cevo o tanto que deteste
O mundo onde em verdade ora me engano.
13
A vida se apresenta em tal ventura
E nisto o quanto tenho nada vale
E mesmo quando o sonho ora se cale
A noite me produz farta amargura,
Jogado sobre a senda mais escura
E nisto o meu caminho sempre exale
O tanto quanto possa e nisto inale
A louca sensação de vã ternura,
Reparo cada engano e sigo além
Do manso desejar onde convém
Quem sabe muito bem o que se queira,
E sinto o que se pensa após o nada
E deixo na verdade abandonada
A luta sem saber em leda beira...
14
Guardando sem sentido qualquer mundo
E nada se avizinha do que sei
E tanto poderia em nova lei
Galgando novo passo onde me inundo.
Semente do que possa e me aprofundo
Enquanto no vazio eu mergulhei
Embora cada passo; poderei
Ousar em coração mais vagabundo,
Restando do que fomos muito pouco
E sei quanto em verdade sigo louco
Entre momentos tais onde se visse
E sinto o que se queira nova forma
E tanto quanto possa se transforma
Deixando no passado esta mesmice.
15
Seguindo na alameda da esperança
Aonde o que se quis já não viria
Traçar noutro momento novo dia
Enquanto o tempo além invade e avança
A sorte se desenha em temperança
E o marco no final não mais veria
Sequer o quanto possa em alegria
E nisto qualquer passo agora cansa,
Revejo tão somente o que se fez
E tento outro caminho em sensatez
Diversa da que tente desejar,
Andando contra a vaga da saudade
Apenas o vazio que me invade
Expressa com firmeza o raro mar.
16
Deixando os meus caminhos para trás
Montanhas entre sonhos mais felizes
E quanto deste mundo contradizes
Traçando outros cenários desiguais
A voz onde pudesse ser jamais
O tanto que quisera sem deslizes
E trago na saudade as cicatrizes
De estrelas bem guardadas nos bornais,
E sigo sem saber o que seria
A vida em avidez e fantasia
Num átimo um mergulho neste rio
Aonde nas cascatas mais sublimes
E nada na verdade tu redimes,
Marcando cada passo onde o desfio.
17
Das ânsias de um menino nada resta
Somente a mesma cruz onde marcada
A história mais cruel da velha estrada
Apenas do passado mera fresta,
E o tanto quanto tive ora se atesta
Na mesma lenda ou tez velha e nublada
Da luta quando mesmo enfastiada
Apresentasse o fim da antiga festa,
Não trago nos meus olhos o futuro,
Somente me retive em velho muro
E nada do que eu quis se faz presente,
E vejo neste todo sem sentido
O prazo pelo tempo corrompido
E o canto noutro rumo se alimente?
18
Andasse por estrelas onde um dia
Em siderais tormentos quis a sorte
Que tanto como audaz já nos conforte
E marque sem sentido a poesia,
O verso quando muito o tempo adia
E gera outro momento bem mais forte,
Navego sem saber se tendo um norte
Eu possa desvendar velha sangria,
Jorrando dentro da alma o que não vinha
E sei que na verdade fora minha
A lua sem fronteira em noite imensa,
Mas quando no passado a vida habita
A sorte se mostrara mais bonita,
Embora novo instante não convença.
19
Negar o que me reste em abandono
E crer noutro cenário que não tive,
Ainda quando a sorte ausente vive
Eu sei que do vazio sou o dono,
É próprio de quem tenta noutro sono
Embarques onde o mundo em paz se crive
E nada do que tanto se cultive
Trará sequer o medo onde me abono,
Vestindo em constelar imagem sigo
E tento adivinhar qualquer abrigo
Aonde a mera queda desfilara
Gestando sem sentido e sem proveito
Apenas na lembrança ora me deito,
E vejo a cada engodo outra seara.
20
Marcar com discordância o que viria
É fato costumeiro de quem sonha
A morte necessária é tão medonha,
Mas dela se alimenta o dia a dia,
Respaldo do que fora fantasia
Agora noutro passo se proponha
Vencido caminheiro onde se ponha
Negando o que pudesse alegoria,
Revoltas dentro da alma, simplesmente
E o tanto que se quer mesmo que ausente
Pressente qualquer tom diverso quando
A marca se aprofunda em cada cã
E vejo sem saber deste amanhã
Há tanto noutro engano desabando.
21
Vestígios do que fui e não presumo
Ainda que se veja noutro encanto
O mundo se anuncia em tal quebranto
E bebo do meu canto este resumo,
Vencendo o quanto tenha e se o consumo
Esbarro no vazio e me garanto
Deixando no caminho dor e pranto,
No tanto quanto possa podre sumo.
Esvai em poesia o verso quando
O rústico cenário se moldando
Só fale desta estrada abandonada,
Depois de tanto passo sem proveito
Olhando para trás quando me deito,
A sorte se resume e dita o nada.
Não tento acreditar noutro momento
E nada do que possa me alimente,
Ainda quando a vida violente
O risco a se perder demais aumento,
E vejo em meu olhar o passo atento
E sei do meu engano mais frequente
Embora no vazio se fomente
A vida onde decerto um dia eu tento,
Reparo cada passo sem sentido
E quanto mais procuro e dilapido
Ousando retornar por onde vim,
A morte se apresenta em solução
Futuro se perdendo em dimensão
Diversa da que trago e sei enfim.
Marcar em discordância o que se traz
E ter no olhar apenas o passado,
O mundo se anuncia desarmado
E o verso se produz e nada faz,
Ainda se acredita em mera paz
No passo onde meu mundo desabado
Expresse esse caminho desolado
Vencido deixa tudo para trás.
Marcar em consonância o que não veio
Tentar acreditar no mundo alheio
Ao prazo onde o tanto determina,
O canto sem saber qualquer alento
Expressa o delirar em claro vento
Matando a sorte audaz e cristalina.
24
Restando muito pouco do que um dia
Pudera transformar em meu castelo,
O verso que pudera ser mais belo
Há tanto sem sentido morreria,
E brindo com diversa fantasia
Grassando outro momento onde revelo
Apenas o que possa em tal restelo
Traçar em meu arado a poesia,
E sei que quando em penas esta enxada
Tramasse no final o mesmo nada
Aonde o meu anseio se traduz,
Ainda que se creia no futuro
Somente sem semente eu asseguro
A vida se perdendo em frágil luz.
25
Meu canto se presume e nada vejo
Somente o quanto quis e nada houvera
A mansa sensação tanto sincera
Expressa a solidão em vão desejo,
Resumos da verdade onde prevejo
A queda mais atroz em velha esfera
E sei da imensidão desta quimera
E nela este momento malfazejo,
Angustiadamente o mundo invade
O tanto que alimento em tal saudade
Vestindo a roupa atroz, leda e puída
Deixando sem sentido o que virá
E tanto quanto vira aqui ou lá
Perdera há tanto tempo a minha vida.
26
Tecer com velhas linhas o futuro
Decerto já perdera a dimensão
Dos erros que talvez inda verão
Os passos neste ocaso, mundo escuro,
E quando no vazio eu me asseguro
A queda traz em nova direção
Enganos onde tanto inda virão
Os passos sem saber do imenso muro,
E se depuro a sorte que não veio,
Apenas caminhando em tal anseio
Eu vergo a mesma sorte sem proveito
E quantas vezes tento algo diverso,
Mas sei do quanto possa e me disperso
Enquanto solitário ora me deito.
27
Jamais acreditei em novo prumo
Depois da velha queda aonde um dia
Vencido pelo quanto poderia
Ousar e não pousar onde acostumo,
Reparo e na verdade me resumo
No engano aonde a sorte moldaria
A luta sem sentido onde eu teria
Apenas o vazio e nele o prumo.
Resplandecente sol que não mais veio,
Olhando para os lados cada anseio
Promete novo dia em desalento,
Repatriado encanto aonde o mundo
Seguisse seu caminho mais profundo
E nisto da esperança me alimento.
28
Pedaços do que fomos pela vida
Jogados nesta estrada sem sentido,
O quanto a cada curva dilapido
E a noite sem proveito, apodrecida,
E quanto mais queria enternecida
A sorte e nela o tanto que duvido
E bebo cada gole onde divido
Meu mundo na esperança desprovida,
Preciso na saudade cada instante
Devora o que pudera e doravante
Apenas um fantasma segue só,
Do quanto poderia e nada vinha
Somente esta verdade mais daninha
Expressa o que ora sou, apenas pó.
29
Chamando por teu nome e nada vem,
Somente o mesmo frio do passado
O verso pelo tempo embolorado
E sei do teu olhar, sempre em desdém,
O risco de sonhar eu sei que tem
Apenas outro engano desfraldado,
Resumo do que trago e sei do enfado
Da vida sem saber de mais ninguém,
Pousando nos meus ermos, solidão,
Saudade expressa os dias que virão
Negando qualquer luz ao caminheiro,
E tanto quanto pude adivinhar
Somente novo engano a me tomar
No canto com certeza, o derradeiro.
30
Algum mistério eu sei que traz a vida
E nisto outro momento em mera queda
Aonde o meu cenário se envereda
A sorte noutra sina a ser cumprida,
Já não me caberia o que duvida
E nem sequer o passo onde se seda
A solidão cruel mesma moeda
E nela se pagasse a despedida,
Servindo de alimária a quem se fez
No olhar sempre sozinho, insensatez
Deixando como trilha a solidão,
Esboço na verdade o que me reste
E nisto este cenário quando agreste
Traduz a dor em turva sensação.
31
Ainda quando vejo esta submissa
Vontade de tentar novo momento
A sorte perpetua o movimento
E vejo o quanto possa em tal premissa,
E sei desta verdade mesmo omissa,
Restando dentro da alma o que ora tento
Presumo a sensação do imenso vento
Enquanto a paz deveras se cobiça
Presumo qualquer dia e vejo bem
Do tanto quanto possa e nada vem
Somente o velho espectro de outros dias.
E neles enveredo cada passo
Ousando na verdade quando faço
O tanto que não tenho e nem terias.
32
Ainda quando a sorte percebendo
O tempo noutro tempo emaranhado
E o verso sem sentido do passado
Aonde não passasse de um remendo
Agora noutro traço se prevendo
Marcando o quanto tenho do meu lado,
O velho coração enamorado
E nisto o todo dita o fim horrendo,
Representando a paz que não se quis
O verso mais audaz deste infeliz
Desvenda o que se quer daqui pra frente,
Mas quando se cultiva esta lembrança
Um passo no vazio ora se lança
E nada mais deveras se apresente.
33
Negar o quanto tenho e mesmo tive
Aonde se presume este vazio,
Ainda que se veja o mais sombrio
Momento enquanto além nada revive,
O verso sem sentido já cative
O velho caminheiro onde este rio
Expresse o quanto quis e desafio
Tateio sobre o quanto a vida prive,
Não posso mais sentir qualquer espreita
E nada do que tento ora se aceita
Somente esta ilusão, tola e sutil,
Do quanto se tentasse em luz imensa
Apenas o que resta nos convença
Do mundo quando o todo se partiu.
34
Um filho e novamente a vida trama
Momentos mais diversos, treva e luz
E quando na verdade reproduz
O mundo se anuncia em sombra e chama,
E o prazo que se quer não mais reclama
E nada no final jamais seduz
O velho coração exposto à cruz
E tanto se apresenta enquanto se ama,
Não tento caminhar contra a maré
E sei do quanto rompe esta galé
Ousadamente atada no infinito,
E amar sem ter segredos ou mentiras
Enquanto do passado tu retiras
O tanto que se quis e necessito.
35
O medo não se mostra quando a gente
Expressa o quanto quer em liberdade,
Porém quando a certeza ora se evade
Pousando noutro encanto mais urgente
O mundo quando muito quero e tente
Vencendo o quanto pude em claridade,
Deixando para trás a realidade
No verso mais audaz e impertinente.
O prazo determina o fim do sonho
E sei do que se quer mesmo medonho
Deixando na esperança este pavio,
E sei deste momento vivo em mim
Ainda como fosse um estopim
Que tanto quanto acendo eu desafio.
36
Nos ermos de quem sabe o que viria
Espreito cada engano e sei do fato
Aonde todo o tempo ora resgato
Tentando acreditar na fantasia,
Depois do quanto a vida me traria
Vestindo sem razão quando retrato
A lucidez se faz onde eu constato
O mundo com temor ou galhardia,
Vencido caminheiro sem futuro
O tempo onde o vazio eu configuro
Apenas se refaz a cada queda,
Jogado sobre as rocas, o que sei
É tanto quanto possa em leda lei
E meu cenário em vão já se envereda.
37
Negar qualquer alento a quem se fez
Espúrio desejoso do que um dia
Ousasse muito além da poesia
E nisto se roubasse a sensatez,
O canto noutro engodo agora vês
E sei do meu momento em fantasia
No quanto cada passo não traria
A luta por total estupidez,
Respaldos do passado e sem futuro
Ainda quando vejo eu asseguro
O mundo aonde o tanto diz do nada,
A luta sem sentido e sem razões
Aonde o quanto resta decompões
Não deixa a sorte audaz e desejada.
38
Rescaldos do que fui e nada vinha
Somente a mesma cena e nela eu traço
A vida sem saber deste cansaço
E mesmo da esperança mais daninha,
A luta que pensara ser só minha
Agora esboça o rumo onde desfaço
O velho caminhar e noutro passo
A queda sem proveito se avizinha,
Marcante sensação de medo e caos
Os dias com certeza sendo maus
O cais já se distando deste olhar,
E nada do que eu veja me redime
Do tanto que desejo mais sublime
E nunca pude mesmo desenhar.
39
Apresentando o fim a cada sorte
Disperso este momento aonde eu pude
Após perder inteira a juventude
Sem nada que deveras me conforte,
O sonho se presume e enquanto aborte
Não deixa que se vele e nos ilude
E marca com terror cada atitude
Deixando para trás apenas corte,
Somando o que hoje tenho e não tivesse
A mera solidão se traz em messe
E o vento se dissolve no vazio,
Ainda quando quero acreditar
Não tendo nem sequer onde pousar
Um novo desenhar em vão eu crio.
40
Não tento imaginar o quanto possa
A vida sem sentido e sem meu cais
E nisto mesmo expondo aos temporais
A sorte que pudera ser só nossa,
Vestindo o quanto tente e já se apossa
Do verso onde desejo muito mais
E sei do corvo quando em nunca mais
A senda se perdendo nada endossa,
Apenas apresente a vida assim,
Iniciando agora o mero fim
Marcando com terror o que inda sobra,
Do tempo desenhando em cada dobra
Apreços onde o nada mais se via
Seriam erros frágeis, fantasia...
41
Encadeando versos e sonetos
Pousando no que fui e não seria
Ou mesmo retocando a fantasia
Enquanto novos tempos ditam guetos
E neles outros tantos são meus passos
Envoltos pelas brumas, pelos sóis
E tantas ilusões sempre destróis
E nisso os meus anseios são devassos
Ou meras emoções de uma criança
Jogada pelas beiras das estradas
E nelas outras tantas desejadas
Aonde uma onda imensa não me alcança,
O passo se presume em tom diverso
E nisto para o sonho, inútil, verso.
42
Ao represar inteiro o sentimento
Erguendo o velho brinde a quem se fez
Além da mera espúria estupidez
O tempo noutro tempo eu alimento,
E bebo do passado e estando atento
Ainda quero mais que a lucidez
No passo sem sinal do quanto vês
O meu anseio bebe inteiro o vento,
Não pude acreditar em melhor sina
E tanto quanto a vida ora se inclina
Deitando esta mortalha na vereda,
Ainda que deveras tente além
O mundo quando muito me contém
E nada mesmo o sonho se conceda.
43
Negar o quanto da alma se entregara
Depois de tanto tempo em leda espera
É como desmentir a primavera
E crer na estupidez desta seara,
A vida se desenha e se escancara
Após cada momento e noutra esfera
Agigantando o passo destempera
Marcando o quanto a sorte desampara,
Não vejo tão somente o quanto quis
E sei do meu momento onde infeliz
Encontraria apenas solidão,
Dos tantos erros quando mais enfrento
Sanando dentro da alma o imenso vento
Os dias mais doridos se verão.
44
Ao azular o céu onde pensara
Apenas na brumosa tarde eu creio
No tanto quanto possa e mesmo alheio
Ao quanto se desenha em noite amara,
A voz se aproximando bem mais clara
O tanto quanto tento em devaneio
O rústico cenário onde rodeio
Ao novo amanhecer já se prepara,
Mas nada do que eu possa acreditar
Permite novo rumo a desejar
Senão a mesma senda onde não vinha
Sequer a sensação bem mais sutil,
Do amor que na verdade quando viu,
Traçando esta esperança ainda minha.
45
Representando apenas a emoção
De quem se fez audaz e mesmo quando
A vida de tal forma transformando
Não trouxe tão somente a negação,
Ainda quando vejo a dimensão
Do vento aonde o todo se moldando
Presume outro caminho bem mais brando
Moldando finalmente o meu verão,
Apresentar após tanta saudade
Alguma luz que possa na verdade
Mudar a direção do pensamento,
Ao reaver a sorte que eu queria
E nela o presumir de novo dia
Ousando caminhar e ir contra o vento.
46
Já não me caberia nova escolha
Nem mesmo acreditar noutro momento
E quando na verdade ainda tento
O tempo sem sentido não recolha
As sortes desenhadas nesta bolha
Deixando para trás o sentimento,
E vendo o meu caminho aonde atento
O manto se produz além da folha,
Na primavera feita em esperança
O quanto da verdade a vida alcança
E expressa após a curva novo dia,
Não tento acreditar nesta ilusão
E sei das sortes tantas que virão
E nelas cada voz se moldaria.
47
A mente se abriria ao quanto venha
Depositando o sonho após o fato
Aonde na verdade o que constato
Expressa muito mais do que desdenha,
A luta quando muito desempenha
O mundo aonde o rumo que retrato
Não deixa que se veja e me resgato
Após acreditar no que convenha,
Reparo sem sentido o que se faz
E bebo da esperança feita em paz
Ainda quando traz somente um brilho,
E vendo o meu anseio sem futuro
Apenas do vazio eu me asseguro
Enquanto noutro passo agora eu trilho.
48
Em épocas diversas sonhos meus
Pudessem traduzir novo cenário
Além do mesmo engano temerário
E nele sem saber do mesmo adeus
Os olhos que pudessem quando ateus
Moldar cada momento e itinerário
Diverso do que tento em necessário
Tormento feito além de mortes, breus,
Negar qualquer anseio aonde eu pude
Vivenciar a sorte atroz e rude
Depois do quanto ilude a solidão,
Marcando com engano cada passo,
Aonde no final eu me desfaço
Encontro do vazio a direção.
49
Marcar a ferro e fogo cada passo
E nisto o que se vê não me permite
Acreditar na sorte sem limite
Aonde o meu caminho é mais escasso,
Opondo-me deveras ao cansaço
E nele cada sonho delimite
O verso aonde apenas acredite
No canto sem ternura em vago espaço,
Anseios de uma vida mais suave,
Ainda quando o tanto já se agrave
Entraves encontrando noutro instante
E sei do que se faz em rumo atroz
E bebo do passado e sei do algoz
Que a nova sorte traz e se garante.
50
Não tento acreditar no meu resumo
E bebo com temor cada aguardente
E nisto o quanto tenho e se apresente
Traduz o tanto aonde me consumo,
Não vejo da esperança o mero sumo
E brindo o que se quer e mesmo tente
Vencido caminheiro imprevidente
O manto se apresenta em velho insumo
E sei do quanto possa e mesmo tento
No prazo mais audaz contentamento
Jamais se vestiria em ilusão
Aonde nada resta do que somos,
A vida se anuncia em turvos gomos
A brisa se expressando em furacão.
Saudade do que nunca expressaria
O mundo ora perdido em tons diversos
E tento acreditar nos universos
Aonde cada passo diz sangria
Ascendo ao que deveras não viria
E bebo dos caminhos mais dispersos
Tentando acreditar em tolos versos
Marcando com temor a fantasia,
Não tendo outro momento aonde eu pude
Deixar já para trás o quanto ilude
O tempo sem proveito em vãos resquícios
E tanto dos meus dias se perdendo
No mundo aonde sou mero remendo
E nele se entranhando em precipícios
52
Não quero acreditar que noutro engano
As vias costumeiras concebesse
O tanto quanto queira e que perdesse
Ainda quando ao fim ora me dano,
Negar qualquer caminho em mero plano
E ver neste abandono o que vivesse
E quando o meu anseio convencesse
Do velho caminhar em tom profano,
Acordo sem saber do que se visse
Deixando para trás cada crendice
E nada mais audaz se poderia
Vestindo com ternura esta mentira
E quando do meu mundo se retira
Deixando tão somente a hipocrisia.
53
Ao resumir meu mundo no que tanto
Pudesse acreditar e nada vinha
Somente este temor onde convinha
O prazo se perdendo em desencanto,
Ainda quando o verso dita o canto
Remendos do que fosse a sorte minha
Encontram esta imagem mais mesquinha
E nela o que se molda em vão quebranto,
Arcando com enganos e somente
O tanto sem futuro se apresente
Marcando em discordância o que se quer,
Expressa na verdade o verso rude
E sei do quanto tenho e já me ilude
Nas ânsias mais atrozes da mulher.
54
Não tento acreditar no que não veio
E sei do desamor quando se cala
A sorte tantas vezes mais vassala
E nela o meu temor em tal anseio,
Vagando enquanto ainda devaneio
Pousando no passado e desta sala
A morte que deveras me avassala
Não deixa quanto trace em ledo meio,
Reparo cada prazo e quando sigo
Depois do meu cenário onde o perigo
Expresse a solidão de quem tentara
Ousar noutro momento mais sutil
Depois do que deveras se previu
Apenas vejo na alma a mesma escara.
55
Chagásica expressão em solitude
E nada do que tente em nostalgia
Permite na verdade o que viria,
E nisto nem o fim jamais ilude,
O mundo se aproxima e sei que é rude
O verso aonde vivo em agonia
Matando com terror a alegoria
Deixando sem saída a juventude.
Numa atitude plena em solilóquio
O sonho que se fez velho Pinóquio
Tentando que se creia no impossível,
Amar e ter apenas outro encanto,
Ainda quando vejo e não garanto
Somente este momento ora implausível…
56
Bebesse mais um gole do passado
E o mundo não teria novo rumo,
Ainda quando tento e não resumo
O verso se desenha em mero enfado,
Repare cada passo e se me evado
Do corte aonde o tanto não aprumo
Enfoco com ternura o quanto em sumo
A vida presumira outro legado,
Restauro o meu anseio em tom venal
E bebo do cenário desigual
Deixando para trás cada momento
E sigo o quanto possa e se alimento
O sonho com temor ou alegria
Saudade nos meus olhos invadia.
57
Mapeio em tons atrozes cada espaço
E vejo sem sentido o que inda bebe
A sorte sem saber da velha sebe
Aonde o meu anseio agora traço,
E nada do que pude e não desfaço
Encontra o quanto quer e não concebe
E nisto outro momento se recebe
Depois do meu anseio em ledo laço
O verso mesmo sendo leonino,
O corte no vazio onde fascino
E tento acreditar no que não veio,
A morte redimindo cada engano,
Adentro sem sentido o velho plano
E bebo o meu momento sem receio.
58
Marcar o que se possa de tal forma
E nada mais sentir senão a queda
E a vida quando muito se envereda
Deixando ora disforme a velha norma,
Depois do quanto pude e nada informa
Semente se anuncia e nada seda
Senão a mesma luz onde se enreda
Vertentes onde o passo se deforma,
O prazo terminando e nada veio
Somente o quanto pude em tal anseio
Gerado pela mansa covardia,
Um velho caminhante do passado
Ao ver o seu cenário desabado
Deveras nem um passo mais daria.
59
Impressionadamente o que se creia
Não deixa qualquer rastro pela vida
E o tanto quanto possa a já perdida
Noção deste vazio nos rodeia,
E bebo da esperança enquanto ateia
A sorte na fornalha desprendida
Na fúria mais audaz em despedida,
Toando dentro da alma a fera veia,
Já nada mais mostrasse a velha estrada
Tampouco a noite imensa e constelada
Depois da tempestade costumeira,
E quando vejo o fim da minha sina,
A vida se moldara e me domina
Enquanto uma esperança além se esgueira.
60
Não tendo qualquer chance no futuro
Encontro do passado a sombra atroz
E sei desta esperança em ledo algoz
Depois de caminhar em tempo escuro
E cevo na aridez de um solo duro
Ninguém escutaria a minha voz
Deixando cada instante e nada após
Mostrasse com certeza o que asseguro,
Esbarro nos enganos de quem tenta
Vencer a mera sorte mais sangrenta
Depois do descaminho costumeiro,
Enquanto no final a luta expressa
A solidão imensa e já sem pressa
Ainda busco cores no canteiro.
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