O LÁZARO DA PÁTRIA / CRUCIFIXO.
O Lázaro da Pátria
Filho podre de antigos Goitacases,
Em qualquer parte onde a cabeça ponha,
Deixa circunferências de peçonha,
Marcas oriundas de úlceras e antrazes.
Todos os cinocéfalos vorazes
Cheiram seu corpo. À noite, quando sonha,
Sente no tórax a pressão medonha
Do bruto embate férreo das tenazes,
Mostra aos montes e aos rígidos rochedos
A hedionda elefantíasis dos dedos...
Há um cansaço no Cosmos... Anoitece,
Riem as meretrizes no Casino,
E o Lázaro caminha em seu destino
Para um fim que ele mesmo desconhece!
Augusto dos Anjos
Apodrecido herdeiro dos valentes
Vendidos como escravos por cristãos
Os dias entre dias sempre vãos
Valores são medidos pelos dentes
As mortes em vergastas; são dementes
Não servem nem tampouco como grãos,
Açoites estalando inúteis mãos
Atados por galés, férreas correntes.
As filhas e mulheres, laços nós,
O gozo jesuíta é mais atroz
E o sangue vai tingindo rios, mares.
Assim se faz a pátria, nosso chão,
Exposto à mais sublime podridão
Somente um crucifixo nos altares?
PARA TANTOS, PRINCIPALMENTE MARCOS GABRIEL, MARCOS DIMITRI E MARCOS VINÍCIUS. MINHA ESPERANÇA. RITA PACIÊNCIA PELA LUTA.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
MOLA MESTRA
Se o amor é mola mestra desta vida,
O velho timoneiro nas tempestas,
Das emoções diversas que tu gestas
A que propulsiona tua lida,
A estrada entre espinheiros é cumprida
Raríssimos sorrisos, guizos, festas.
As curvas tão freqüentes e funestas,
Batalha costumeira a ser vencida...
São tantas decepções, tantos senões,
Mas saiba, vale a pena este caminho.
Envolta pelas trevas, nos porões
Algum fio de luz vencendo a noite
Chegará de surpresa, de mansinho
Curando as vergastadas deste açoite.
O velho timoneiro nas tempestas,
Das emoções diversas que tu gestas
A que propulsiona tua lida,
A estrada entre espinheiros é cumprida
Raríssimos sorrisos, guizos, festas.
As curvas tão freqüentes e funestas,
Batalha costumeira a ser vencida...
São tantas decepções, tantos senões,
Mas saiba, vale a pena este caminho.
Envolta pelas trevas, nos porões
Algum fio de luz vencendo a noite
Chegará de surpresa, de mansinho
Curando as vergastadas deste açoite.
ENCANTOS DESVENDADOS
Encantos desvendados neste sonho
Que tanto desejei e em ti percebo,
Da velha fantasia, ainda bebo,
E um templo feito em luz; quero e componho,
O barco que em teus mares, hoje ponho,
Uma esperança rara que concebo,
E quando em teus suores eu me embebo,
O dia não será jamais tristonho,
Assídua maravilha; sei em ti,
Resíduos do que fora sofrimento
Legados ao total esquecimento
Desde que te encontrei; amada, aqui,
E o vento diz teu nome, abro a janela
E o sol em pleno lume se revela...
Que tanto desejei e em ti percebo,
Da velha fantasia, ainda bebo,
E um templo feito em luz; quero e componho,
O barco que em teus mares, hoje ponho,
Uma esperança rara que concebo,
E quando em teus suores eu me embebo,
O dia não será jamais tristonho,
Assídua maravilha; sei em ti,
Resíduos do que fora sofrimento
Legados ao total esquecimento
Desde que te encontrei; amada, aqui,
E o vento diz teu nome, abro a janela
E o sol em pleno lume se revela...
SENTIMENTOS VAZIOS
Sentimentos vazios... vida traz.
Amores e ódios passam num minuto.
O coração sofrendo, mas é bruto,
Logo depois, sereno se refaz...
Nunca irei tolamente, perder paz,
Meus dias passarão, finjo astuto
Para poder dormir. Com isso oculto
Todas as minhas dores, pois jamais
Conseguiria enfim sobreviver...
Mas francamente, tento não conter
Lágrimas dos amores já perdidos;
É como carregar as cicatrizes
Pensando que serão bem mais felizes
Os dias que vierem, iludidos...
Amores e ódios passam num minuto.
O coração sofrendo, mas é bruto,
Logo depois, sereno se refaz...
Nunca irei tolamente, perder paz,
Meus dias passarão, finjo astuto
Para poder dormir. Com isso oculto
Todas as minhas dores, pois jamais
Conseguiria enfim sobreviver...
Mas francamente, tento não conter
Lágrimas dos amores já perdidos;
É como carregar as cicatrizes
Pensando que serão bem mais felizes
Os dias que vierem, iludidos...
MEU CORPO ANGUSTIADO BUSCA O TEU
Venha logo pros braços de quem amas,
Meu corpo angustiado busca o teu,
Acendem o pavio, espalham chamas,
Meu fogo no teu gozo se acendeu.
Valetes procurando suas damas,
No mundo desde sempre aconteceu,
Por isso é que fizeram grandes camas,
Um gênio quem tal fato concebeu.
Rolando a noite inteira sem descanso,
Não vejo outra saída senão esta,
O amor quando redunda em grande festa
É tudo o que eu procuro, e quando alcanço,
Balança esta roseira, quebra o pau,
O amor que a gente faz: sensacional!
Meu corpo angustiado busca o teu,
Acendem o pavio, espalham chamas,
Meu fogo no teu gozo se acendeu.
Valetes procurando suas damas,
No mundo desde sempre aconteceu,
Por isso é que fizeram grandes camas,
Um gênio quem tal fato concebeu.
Rolando a noite inteira sem descanso,
Não vejo outra saída senão esta,
O amor quando redunda em grande festa
É tudo o que eu procuro, e quando alcanço,
Balança esta roseira, quebra o pau,
O amor que a gente faz: sensacional!
DESEJOS SUTIS
São sutis e suaves os desejos
Que tento disfarçar, sem ter sucesso,
Mereço pelo menos ter acesso
Aos teus delírios tantos, mil ensejos,
E sendo o que mais quero; tais lampejos
Prometem para o caso um bom sucesso,
E quando me falares do progresso,
Ingresso no teu corpo com meus beijos.
E o vento que ventava vendaval
Aval terá pra ser somente brisa,
Agora sem demora amor avisa
Que o rito se tornando triunfal,
Com gritos, com sussurros e gemidos,
Decerto nossos sonhos são ouvidos...
Que tento disfarçar, sem ter sucesso,
Mereço pelo menos ter acesso
Aos teus delírios tantos, mil ensejos,
E sendo o que mais quero; tais lampejos
Prometem para o caso um bom sucesso,
E quando me falares do progresso,
Ingresso no teu corpo com meus beijos.
E o vento que ventava vendaval
Aval terá pra ser somente brisa,
Agora sem demora amor avisa
Que o rito se tornando triunfal,
Com gritos, com sussurros e gemidos,
Decerto nossos sonhos são ouvidos...
ALÇANDO OS INFINITOS
Quem dera se possível liberdade
Alçando os infinitos que pretendo,
Se os olhos; no futuro ainda estendo,
Rotina nos destrói e tudo invade.
Quisera ter a tal serenidade,
Ou pelo menos, risos revivendo,
O amor que tanto quis está morrendo,
Não restará enfim qualquer saudade...
Fazendo do meu verso último apelo,
Quem sabe derretendo assim o gelo
Renasça a primavera deste amor.
Medonhas tempestades ou marasmo,
O riso sem prazer, puro sarcasmo,
Sem orgasmo que venha redentor...
Alçando os infinitos que pretendo,
Se os olhos; no futuro ainda estendo,
Rotina nos destrói e tudo invade.
Quisera ter a tal serenidade,
Ou pelo menos, risos revivendo,
O amor que tanto quis está morrendo,
Não restará enfim qualquer saudade...
Fazendo do meu verso último apelo,
Quem sabe derretendo assim o gelo
Renasça a primavera deste amor.
Medonhas tempestades ou marasmo,
O riso sem prazer, puro sarcasmo,
Sem orgasmo que venha redentor...
TUA PRESENÇA
O vento arrepiando a minha pele,
Tua presença amada, ele anuncia,
E a fúria doce e intensa me compele,
Prazer inigualavel anuncia.
Sentir no teu arfar farto desejo,
As noites em volúpia transcorridas,
Alcanço o patamar que louco almejo,
As noites delicadas e curtidas
Tatuo no meu corpo a tua imagem,
Vislumbro um novo tempo, mais suave,
Pensando muitas vezes em miragem,
Minha alma se liberta como uma ave
Atado a tal pantera, este corcel,
Desvenda maravilha, alça o Céu.
O MEU CANSAÇO
Acolhes com teu corpo o meu cansaço,
Descanso nos teus braços, sou feliz,
Entrego-me ao delírio do regaço,
Vivendo o grande amor que sempre quis.
Conheço cada parte, traço a traço,
Decifro os teus segredos mais sutis,
Assim ao apertar o estreito laço,
Enfrento os temporais e seus ardis.
Não deixo de querer esta querência,
Que possa me trazer total demência,
Mas vale quanto preza uma alegria.
No bem de amar demais, além do mais,
Aprendo com os nossos rituais
A crer ser realidade a fantasia...
Descanso nos teus braços, sou feliz,
Entrego-me ao delírio do regaço,
Vivendo o grande amor que sempre quis.
Conheço cada parte, traço a traço,
Decifro os teus segredos mais sutis,
Assim ao apertar o estreito laço,
Enfrento os temporais e seus ardis.
Não deixo de querer esta querência,
Que possa me trazer total demência,
Mas vale quanto preza uma alegria.
No bem de amar demais, além do mais,
Aprendo com os nossos rituais
A crer ser realidade a fantasia...
ILUSÕES QUE INDA CARREGO
As esperanças abrem suas asas
Abarcam ilusões que inda carrego,
E mesmo que pareça, surdo e cego,
Caminho sem temor por sobre brasas.
Olhando aqui de cima, vejo as casas,
E mares sem fronteiras que navego,
O tempo nestes sonhos, eu emprego,
Mergulhando em piscinas sempre rasas...
Quebrando a minha cara vez em quando,
Fazendo da emoção, minha senhora,
A sorte se esfumaça e já demora,
Enquanto o meu castelo desabando
Prepara para o fim, num terremoto,
E o amor vai se tornando mais remoto...
APENAS A FUMAÇA DO CIGARRO
Apenas a fumaça do cigarro
Envolvendo os meus olhos sonhadores,
E quando da ilusão eu me desgarro
Procuro pela luz de outros albores.
As marcas do que fomos, logo varro,
E teimo em meu jardim sonhar com flores,
A velha sutileza de um escarro
O tempo ressuscita antigas dores.
Quase que consegui fugir, mas morro,
A solidão em forma de socorro
Alia-se aos fantasmas que carrego.
Da vida, a melhor parte foi contigo,
Encontro nos escombros meu abrigo,
E teimando em viver, inda te nego...
Envolvendo os meus olhos sonhadores,
E quando da ilusão eu me desgarro
Procuro pela luz de outros albores.
As marcas do que fomos, logo varro,
E teimo em meu jardim sonhar com flores,
A velha sutileza de um escarro
O tempo ressuscita antigas dores.
Quase que consegui fugir, mas morro,
A solidão em forma de socorro
Alia-se aos fantasmas que carrego.
Da vida, a melhor parte foi contigo,
Encontro nos escombros meu abrigo,
E teimando em viver, inda te nego...
ARMADILHAS
Há pouco que escapei de uma armadilha,
Porém não vou ficar por muito tempo,
O fato de escrever me bota pilha,
É na verdade apenas passatempo.
Morrer no outono é triste, mas que faço?
Não posso mais comer nem feijoada,
Cigarros? Esquecidos nalgum maço,
Porém a boca não fica calada...
Cismando por aí, noites vazias,
Olhando bem de perto as silhuetas,
Mulheres umas santas ou vadias,
Passando em minha frente quais cometas...
Chegar de manhã cedo, neste porre.
Apenas a saudade me socorre!
Porém não vou ficar por muito tempo,
O fato de escrever me bota pilha,
É na verdade apenas passatempo.
Morrer no outono é triste, mas que faço?
Não posso mais comer nem feijoada,
Cigarros? Esquecidos nalgum maço,
Porém a boca não fica calada...
Cismando por aí, noites vazias,
Olhando bem de perto as silhuetas,
Mulheres umas santas ou vadias,
Passando em minha frente quais cometas...
Chegar de manhã cedo, neste porre.
Apenas a saudade me socorre!
ESPÚRIAS POESIAS
Espúrias poesias, morte à vista,
Arrebento as correntes e as algemas,
Estranho tolamente tais dilemas,
Por mais que uma alma atenta inda resista.
Não vejo nem sinal, procuro a pista
Que leve o coração a novos temas,
No peito carregando meus emblemas,
Nos carnavais dos sonhos, um passista
Atravessando assim esta avenida
Imensa que se chama solidão,
Perdendo pouco a pouco a minha vida
Aguardo no final, a solução
Que mostre quão difícil a saída
Para quem vive intensa uma emoção...
MARCOS LOURES
Arrebento as correntes e as algemas,
Estranho tolamente tais dilemas,
Por mais que uma alma atenta inda resista.
Não vejo nem sinal, procuro a pista
Que leve o coração a novos temas,
No peito carregando meus emblemas,
Nos carnavais dos sonhos, um passista
Atravessando assim esta avenida
Imensa que se chama solidão,
Perdendo pouco a pouco a minha vida
Aguardo no final, a solução
Que mostre quão difícil a saída
Para quem vive intensa uma emoção...
MARCOS LOURES
JAMAIS ESMORECER
Jamais esmorecer, eis o meu lema,
Por mais que a noite seja tão escura,
O sonho- ser feliz, inda perdura,
E venço qualquer dor, qualquer problema,
Por isso minha amiga, nada tema,
E estendo a minha mão, ato em ternura,
A água persistente o chão perfura,
Amar sem ter limites, belo emblema...
Servir ao companheiro sem cobranças,
Fazendo com amor tais alianças
E sempre que preciso, perdoar...
Assim é que conquisto a liberdade,
Usando da fiel fraternidade,
Aprendo num instante a navegar...
domingo, 28 de outubro de 2012
QUERIDA
QUERIDA
Falasse de outra coisa que não essa,
Desejo, peles, corpos e delírios,
O tempo vai cumprir sua promessa,
E vencerei ao fim, toscos martírios.
Serena me acompanhas, companheira,
Aninhas teu caminho junto ao meu
Quem tem uma esperança por bandeira
O sabor da batalha conheceu.
E viu nascer o sol atrás dos montes,
Depois de tantas nuvens, grises céus,
Maravilhosamente belos horizontes,
Descerram com carinho alvos véus
Após a dura lida ainda estás
Tramando a noite calma feita em paz...
Falasse de outra coisa que não essa,
Desejo, peles, corpos e delírios,
O tempo vai cumprir sua promessa,
E vencerei ao fim, toscos martírios.
Serena me acompanhas, companheira,
Aninhas teu caminho junto ao meu
Quem tem uma esperança por bandeira
O sabor da batalha conheceu.
E viu nascer o sol atrás dos montes,
Depois de tantas nuvens, grises céus,
Maravilhosamente belos horizontes,
Descerram com carinho alvos véus
Após a dura lida ainda estás
Tramando a noite calma feita em paz...
EM LUZ SOLAR
EM LUZ SOLAR
Tua nudez imersa em luz solar,
Aquece e me enlouquece num repente,
O amor quando se faz; assim urgente,
Não deixa noutra coisa mais pensar.
Adentro teus caminhos e a vagar,
Concebo um paraíso mais ardente,
Deitada em minha cama, enlanguescente
A ninfa que busquei tanto encontrar.
As tardes quando orgásticas viciam,
Viagens que fantásticas fazemos,
E quando dos prazeres nós bebemos
Delírios divididos propiciam
Jorrando feito lácteo chafariz,
Maliciosamente, estou feliz...
MARCOS LOURES
Tua nudez imersa em luz solar,
Aquece e me enlouquece num repente,
O amor quando se faz; assim urgente,
Não deixa noutra coisa mais pensar.
Adentro teus caminhos e a vagar,
Concebo um paraíso mais ardente,
Deitada em minha cama, enlanguescente
A ninfa que busquei tanto encontrar.
As tardes quando orgásticas viciam,
Viagens que fantásticas fazemos,
E quando dos prazeres nós bebemos
Delírios divididos propiciam
Jorrando feito lácteo chafariz,
Maliciosamente, estou feliz...
MARCOS LOURES
MEU BEM QUERER
MEU BEM QUERER
Se queres meu querer
Não devemos esperar
Saio correndo pra te ver
Ou vens bater no Ceará
GELIS
Pelúcias entre sedas e cetins,
Ronrona delicada deusa nua
Reflexos argentinos vêm da lua
Entoam sinfonias, querubins...
Florescem multicores, os jardins,
E a dama em transparências já flutua
Espalha mil estrelas pela rua
Ouvindo-se bem próximo, clarins
Como que anunciando tal presença
Que entorna maravilha sobre mim.
E eu vejo a solidão chegando ao fim
Tomada por beleza tão intensa
A noite se transforma em pleno dia
Gotejando sublime poesia...
MEU VÍCIO É VOCÊ
MEU VÍCIO É VOCÊ
- Desnudos nossos corpos nos lençóis
Desnudas nossas fomes canibais
Felicidade enrosca nos anzóis
E arrouba-nos, ardentes, doces ais...
Quero provar teu sabor
Me perder nos descaminho
Do teu corpo meu amor
Fazer ao teu peito, ninho...
Nua no encaixe perfeito
Busco saciar-me de ti
Enlanguescida ao teu leito
Dou um tempo e peço bis...
ALGUÉM
O mel que tu derramas me convida
Banquete inesquecível que teremos,
Delícia no teu corpo, consumida,
Prazer que há tanto tempo conhecemos..
Sacio-me em teu corpo, deusa nua,
Vertentes concebidas, penetradas,
E enquanto a nossa festa continua
A lua se derrama nas calçadas
O vento roça a pele e te arrepia,
Teu corpo em convulsões, doce loucura,
A língua viajante, vai vadia
E o fogo do desejo, uma tortura
Numa explosão de fogos de artifício
O amor feito em prazer, supremo vício...
- Desnudos nossos corpos nos lençóis
Desnudas nossas fomes canibais
Felicidade enrosca nos anzóis
E arrouba-nos, ardentes, doces ais...
Quero provar teu sabor
Me perder nos descaminho
Do teu corpo meu amor
Fazer ao teu peito, ninho...
Nua no encaixe perfeito
Busco saciar-me de ti
Enlanguescida ao teu leito
Dou um tempo e peço bis...
ALGUÉM
O mel que tu derramas me convida
Banquete inesquecível que teremos,
Delícia no teu corpo, consumida,
Prazer que há tanto tempo conhecemos..
Sacio-me em teu corpo, deusa nua,
Vertentes concebidas, penetradas,
E enquanto a nossa festa continua
A lua se derrama nas calçadas
O vento roça a pele e te arrepia,
Teu corpo em convulsões, doce loucura,
A língua viajante, vai vadia
E o fogo do desejo, uma tortura
Numa explosão de fogos de artifício
O amor feito em prazer, supremo vício...
A NOITE NÃO SE CALA
A NOITE NÃO SE CALA
Além do quanto quero e também queres
A noite não se cala e em teus gemidos
Prazeres devorados e sentidos,
Servidos em banquetes, mil talheres,
Tu és a magistral entre as mulheres
Teu corpo se entregando em pressentidos
Delírios tantas vezes repetidos,
Bem mais do que sonhaste ou já tiveres.
Assim ao nos amarmos sem limites
No quanto deste encanto me permites
Adentro sem perguntas, as fronteiras
A sílfide desnuda em minha cama
Num sorriso maroto me reclama
Repetem-se as entradas e bandeiras.
MARCOS LOURES
Além do quanto quero e também queres
A noite não se cala e em teus gemidos
Prazeres devorados e sentidos,
Servidos em banquetes, mil talheres,
Tu és a magistral entre as mulheres
Teu corpo se entregando em pressentidos
Delírios tantas vezes repetidos,
Bem mais do que sonhaste ou já tiveres.
Assim ao nos amarmos sem limites
No quanto deste encanto me permites
Adentro sem perguntas, as fronteiras
A sílfide desnuda em minha cama
Num sorriso maroto me reclama
Repetem-se as entradas e bandeiras.
MARCOS LOURES
MEU AMIGO...
MEU AMIGO...
Santa hora da morte eu já rejeito
adornando a doença que corrói
com a força latente que em meu peito
ganha pulso e a tristeza, então, destrói.
A dormência me segue e não tem jeito
hei de um dia aquecer corpo que mói
ao poeta e não tem sequer respeito,
pois castelos bonitos, eis, constrói!
Nova vida é um fato que o espelho
me fez ver nos milagres contundentes;
é que eu tenho meu próprio Mar Vermelho
e navego em mim mesmo, entrementes
não sou desses que pode dar conselho
eu sou puro milagre em meio a entes.
Ronaldo Rhusso
O quanto em desafios traz a vida,
Misteriosamente faz milagres,
Porquanto tanto amor; deveras sagres,
Encontras com louvor uma saída.
A sorte do viver jamais se olvida,
Mesmo quando há acidez, velhos vinagres
No amor que a cada dia mais consagres
Adiarás decerto as despedidas...
Poeta tendo uma alma imorredoura,
Em plena tempestade, ele se doura,
Erguendo o seu olhar, vê sempre além.
A morte leve o corpo, deixa a fama,
Mantendo na palavra a imensa chama,
Que eterna, vez em quando sempre vem...
Santa hora da morte eu já rejeito
adornando a doença que corrói
com a força latente que em meu peito
ganha pulso e a tristeza, então, destrói.
A dormência me segue e não tem jeito
hei de um dia aquecer corpo que mói
ao poeta e não tem sequer respeito,
pois castelos bonitos, eis, constrói!
Nova vida é um fato que o espelho
me fez ver nos milagres contundentes;
é que eu tenho meu próprio Mar Vermelho
e navego em mim mesmo, entrementes
não sou desses que pode dar conselho
eu sou puro milagre em meio a entes.
Ronaldo Rhusso
O quanto em desafios traz a vida,
Misteriosamente faz milagres,
Porquanto tanto amor; deveras sagres,
Encontras com louvor uma saída.
A sorte do viver jamais se olvida,
Mesmo quando há acidez, velhos vinagres
No amor que a cada dia mais consagres
Adiarás decerto as despedidas...
Poeta tendo uma alma imorredoura,
Em plena tempestade, ele se doura,
Erguendo o seu olhar, vê sempre além.
A morte leve o corpo, deixa a fama,
Mantendo na palavra a imensa chama,
Que eterna, vez em quando sempre vem...
GATA EM TELHADO DE ZINCO
GATA EM TELHADO DE ZINCO
A gata no telhado à noite mia,
O peso da velhice me maltrata,
Quem dera se pudesse... noutro dia
Vencia num segundo toda a mata.
Mas quando vejo à minha cercania
O doce rebolar de uma mulata,
Sorrindo, vou fingindo uma alegria
No fundo, é falsidade, esta cascata...
Chibatas acostumam minhas costas,
No fundo, galanteios sei que gostas,
Mesmo que sejam feitos por banguela.
Quasimodo procura uma Esmeralda,
Mas tenho que trocar a minha fralda,
De tão velho, ficando matusquela...
MARCOS LOURES
A gata no telhado à noite mia,
O peso da velhice me maltrata,
Quem dera se pudesse... noutro dia
Vencia num segundo toda a mata.
Mas quando vejo à minha cercania
O doce rebolar de uma mulata,
Sorrindo, vou fingindo uma alegria
No fundo, é falsidade, esta cascata...
Chibatas acostumam minhas costas,
No fundo, galanteios sei que gostas,
Mesmo que sejam feitos por banguela.
Quasimodo procura uma Esmeralda,
Mas tenho que trocar a minha fralda,
De tão velho, ficando matusquela...
MARCOS LOURES
ONDE ESTÁS?
ONDE ESTÁS?
Onde estás ??
Minh'alma está aqui,
a congelar,
esperando
um abraço teu ...
(ivi)
Vagando sem destino, o pensamento,
Sombrios e soturnos, seus caminhos.
Lembrando deste amor, que com o vento
Fugiu buscando a paz em novos ninhos.
Às vezes com os sonhos me contento,
Meus dias transcorrendo vãos, sozinhos,
Se um belo amanhecer ainda invento,
Eu avinagro assim, soberbos vinhos.
Estás sempre presente em minha vida,
Na madrugada gélida, sigo insone,
Aguardo ansiosamente o telefone
Porém outra chamada está perdida,
Queria pelo menos um abraço,
Porém o que me resta, este cansaço...
MARCOS LOURES
Onde estás ??
Minh'alma está aqui,
a congelar,
esperando
um abraço teu ...
(ivi)
Vagando sem destino, o pensamento,
Sombrios e soturnos, seus caminhos.
Lembrando deste amor, que com o vento
Fugiu buscando a paz em novos ninhos.
Às vezes com os sonhos me contento,
Meus dias transcorrendo vãos, sozinhos,
Se um belo amanhecer ainda invento,
Eu avinagro assim, soberbos vinhos.
Estás sempre presente em minha vida,
Na madrugada gélida, sigo insone,
Aguardo ansiosamente o telefone
Porém outra chamada está perdida,
Queria pelo menos um abraço,
Porém o que me resta, este cansaço...
MARCOS LOURES
TEU NOME
TEU NOME
Eu vi teu nome exposto na manchete.
Procurei encontrar um resto teu,
Um resquício qualquer, tudo morreu!
Muitas vezes, pensei, onde anda Bete?
Nas ruas, caminhando, téte e téte,
Com quem, eu sei, jamais te conheceu,
Buscava em cada rosto; um resto teu...
Agora, simplesmente, isso repete
A mesma sensação: total vazio!
Novas manchetes tolo, prenuncio;
No obituário eu sinto, vais estar.
Quem fora a sensação de viva luz,
Num nada, simples nada, se reduz.
Tanto tempo perdido a procurar!
MARCOS LOURES
Eu vi teu nome exposto na manchete.
Procurei encontrar um resto teu,
Um resquício qualquer, tudo morreu!
Muitas vezes, pensei, onde anda Bete?
Nas ruas, caminhando, téte e téte,
Com quem, eu sei, jamais te conheceu,
Buscava em cada rosto; um resto teu...
Agora, simplesmente, isso repete
A mesma sensação: total vazio!
Novas manchetes tolo, prenuncio;
No obituário eu sinto, vais estar.
Quem fora a sensação de viva luz,
Num nada, simples nada, se reduz.
Tanto tempo perdido a procurar!
MARCOS LOURES
LASCÍVIA
LASCÍVIA
Dentro em mim, te levo vivo
És minha luz e farol
Me descubro ao teu sorriso
E me arrosta um vendaval
Sensação de paraiso
A levitar o meu corpo
Amor no meu peito inciso
Me oferenda em doce horto
E me agarro aos teus cabelos
E me perco em louca grita
Na convulsão dos apelos
Teus desvelos que me excitam
Tua boca que me cala
Nossas roupas pela sala...
Alguém
Colhendo cada flor que me ofereces,
Fazendo do meu quarto este jardim,
Certeza de que ouviram minhas preces,
O mundo renovou-se dentro em mim.
Lasciva, enlanguescente, deusa nua,
Estampa em sua face este sorriso,
Minha alma em conjunção, cedo flutua
Atingindo o Nirvana, o Paraíso...
Nas ânsias desde sempre decifradas.
Teus seios, minhas mãos, bocas e língua
Bandeiras entre sedas desfraldadas,
O amor não morrerá jamais, à míngua
Guerrilhas entre montes, vales, lutas
Invado tuas furnas, doces grutas...
Dentro em mim, te levo vivo
És minha luz e farol
Me descubro ao teu sorriso
E me arrosta um vendaval
Sensação de paraiso
A levitar o meu corpo
Amor no meu peito inciso
Me oferenda em doce horto
E me agarro aos teus cabelos
E me perco em louca grita
Na convulsão dos apelos
Teus desvelos que me excitam
Tua boca que me cala
Nossas roupas pela sala...
Alguém
Colhendo cada flor que me ofereces,
Fazendo do meu quarto este jardim,
Certeza de que ouviram minhas preces,
O mundo renovou-se dentro em mim.
Lasciva, enlanguescente, deusa nua,
Estampa em sua face este sorriso,
Minha alma em conjunção, cedo flutua
Atingindo o Nirvana, o Paraíso...
Nas ânsias desde sempre decifradas.
Teus seios, minhas mãos, bocas e língua
Bandeiras entre sedas desfraldadas,
O amor não morrerá jamais, à míngua
Guerrilhas entre montes, vales, lutas
Invado tuas furnas, doces grutas...
JÁ ESTOU DE SACO CHEIO
JÁ ESTOU DE SACO CHEIO
Não quero mais falar de poesia,
Cansado de lutar sem ter sucesso.
Às vezes dá saudade e recomeço,
Porém sem ter sequer uma alegria...
Palhaço sente falta de folia,
Eu ando até fazendo algum progresso,
Já não suporto mais qualquer congresso,
Falou de compromisso me arrepia...
Negando a minha sorte, sigo em frente,
O amor quando demais deixa doente
Batuca o coração fora do tom.
Bebendo a fantasia estou de porre,
Nem mesmo a realidade me socorre,
No fundo não restou nada de bom...
Não quero mais falar de poesia,
Cansado de lutar sem ter sucesso.
Às vezes dá saudade e recomeço,
Porém sem ter sequer uma alegria...
Palhaço sente falta de folia,
Eu ando até fazendo algum progresso,
Já não suporto mais qualquer congresso,
Falou de compromisso me arrepia...
Negando a minha sorte, sigo em frente,
O amor quando demais deixa doente
Batuca o coração fora do tom.
Bebendo a fantasia estou de porre,
Nem mesmo a realidade me socorre,
No fundo não restou nada de bom...
ILUSÕES
ILUSÕES
Calcando a minha vida em ilusões,
Eu fiz tanta besteira, nunca minto,
Nos céus que em mil matizes, tolo pinto,
As aquarelas ditam emoções,
Não aceitei sequer opiniões,
Bebendo em tua boca um bom absinto,
Falando do futuro que pressinto,
Não sinto nem pretendo soluções...
Seguir contra as marés, dane-se o mundo,
Se o velho coração é vagabundo,
O cérebro imbecil é timoneiro.
O vento que te trouxe, doce brisa,
Virando ventania agora avisa,
Melhor é atracar o teu saveiro...
MARCOS LOURES
Calcando a minha vida em ilusões,
Eu fiz tanta besteira, nunca minto,
Nos céus que em mil matizes, tolo pinto,
As aquarelas ditam emoções,
Não aceitei sequer opiniões,
Bebendo em tua boca um bom absinto,
Falando do futuro que pressinto,
Não sinto nem pretendo soluções...
Seguir contra as marés, dane-se o mundo,
Se o velho coração é vagabundo,
O cérebro imbecil é timoneiro.
O vento que te trouxe, doce brisa,
Virando ventania agora avisa,
Melhor é atracar o teu saveiro...
MARCOS LOURES
MINHA TERNURA
MINHA TERNURA
Vem,
e sinta
minha ternura,
a nos contagiar ...
(ivi)
Sentir tua presença, mansa e terna,
Deliciosamente, estou em paz,
Que eu seja pelo menos mais capaz
E acorde o coração que agora hiberna...
Fazendo da esperança uma lanterna,
O brilho deste olhar, a noite traz,
Perdido em plena treva, mas audaz,
Uma alma que se entrega não inverna,
E teima em descobrir doces delírios,
Distante dos rancores e martírios,
Abrindo as minhas portas e janelas...
E quanto finalmente escuto a voz,
A solidão desaba em sua foz,
E um mundo belo e mágico; revelas.
MARCOS LOURES
Vem,
e sinta
minha ternura,
a nos contagiar ...
(ivi)
Sentir tua presença, mansa e terna,
Deliciosamente, estou em paz,
Que eu seja pelo menos mais capaz
E acorde o coração que agora hiberna...
Fazendo da esperança uma lanterna,
O brilho deste olhar, a noite traz,
Perdido em plena treva, mas audaz,
Uma alma que se entrega não inverna,
E teima em descobrir doces delírios,
Distante dos rancores e martírios,
Abrindo as minhas portas e janelas...
E quanto finalmente escuto a voz,
A solidão desaba em sua foz,
E um mundo belo e mágico; revelas.
MARCOS LOURES
EM CADA OLHAR
EM CADA OLHAR
Pudesse em cada olhar, belo luzeiro,
Vagando entre mil trevas, sem cansaço,
O peito sempre aberto, pantaneiro,
Nas marcas que ficaram deste abraço.
O vento tantas vezes companheiro,
Nas mãos, com precisão, mantendo o laço,
O sonhador voraz e costumeiro,
Conhece desta estrada cada traço.
Estrelas que me guiam noite afora,
Fogueiras acendendo, boa janta,
Minha esperança viva, cega e tanta,
Enquanto a fantasia me decora,
Eu bebo do ribeiro, água tão clara,
E o sonho, aventureiro, os pés, ampara...
MARCOS LOURES
Pudesse em cada olhar, belo luzeiro,
Vagando entre mil trevas, sem cansaço,
O peito sempre aberto, pantaneiro,
Nas marcas que ficaram deste abraço.
O vento tantas vezes companheiro,
Nas mãos, com precisão, mantendo o laço,
O sonhador voraz e costumeiro,
Conhece desta estrada cada traço.
Estrelas que me guiam noite afora,
Fogueiras acendendo, boa janta,
Minha esperança viva, cega e tanta,
Enquanto a fantasia me decora,
Eu bebo do ribeiro, água tão clara,
E o sonho, aventureiro, os pés, ampara...
MARCOS LOURES
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