EM BUSCA DA PANTERA
Em busca da pantera dos seus sonhos,
Corcel desesperado alça um vôo
Por sobre tantos mares mais risonhos,
Os sonhos do corcel, cedo eu perdoo...
São sonhos como os meus, minha querida,
Envoltos em total ansiedade...
Esqueço destes males, salvo a vida,
Aguardo tanto sonho, liberdade...
Amor como nas tramas mais sutis,
Não cabe mais nos sonhos do corcel,
Que em toda sua vida sempre quis
Alçar um manso vôo pelo céu...
Pantera mostra as garras delirantes
Amor doma o corcel bem cedo e antes...
MARCOS LOURES
PARA TANTOS, PRINCIPALMENTE MARCOS GABRIEL, MARCOS DIMITRI E MARCOS VINÍCIUS. MINHA ESPERANÇA. RITA PACIÊNCIA PELA LUTA.
sábado, 30 de junho de 2012
TODA A TRISTEZA...
TODA A TRISTEZA...
Amiga, neste mundo triste e vão,
Toda a tristeza imensa, quase nada,
Matando pouco a pouco o coração,
Na sorte que se mostra abandonada...
As flores espalhadas pelo chão,
Na vida que se foi, despetalada...
Envolto pelas garras, solidão,
Amor, uma palavra assim riscada...
Amiga, me perdoe se não falo
Das coisas tão bonitas desta vida.
Destino se tornou um forte abalo
Trazendo para a vida, a tempestade...
A tarde vai morrendo, a dor cumprida,
Restando tão somente essa amizade...
MARCOS LOURES
Amiga, neste mundo triste e vão,
Toda a tristeza imensa, quase nada,
Matando pouco a pouco o coração,
Na sorte que se mostra abandonada...
As flores espalhadas pelo chão,
Na vida que se foi, despetalada...
Envolto pelas garras, solidão,
Amor, uma palavra assim riscada...
Amiga, me perdoe se não falo
Das coisas tão bonitas desta vida.
Destino se tornou um forte abalo
Trazendo para a vida, a tempestade...
A tarde vai morrendo, a dor cumprida,
Restando tão somente essa amizade...
MARCOS LOURES
VIVENDO POR VIVER
VIVENDO POR VIVER
Vivendo tantas vezes por viver
Vencido por cansaço e sofrimento.
Espelho onde custei reconhecer
As marcas, cicatrizes do tormento.
Não quero mais um porto, nem um cais,
Seguindo minha vida sem timão,
Um sonho, ser feliz, não sonho mais;
O vento derradeiro, furacão...
Não posso mais falar, vou sem sentido...
Em tudo fracassei, isso é verdade.
Meu mundo, num segundo repartido,
O que posso dizer? Sequer saudade...
E surges mansamente e me domina,
A luz, que ao fim do túnel, ilumina...
MARCOS LOURES
Vivendo tantas vezes por viver
Vencido por cansaço e sofrimento.
Espelho onde custei reconhecer
As marcas, cicatrizes do tormento.
Não quero mais um porto, nem um cais,
Seguindo minha vida sem timão,
Um sonho, ser feliz, não sonho mais;
O vento derradeiro, furacão...
Não posso mais falar, vou sem sentido...
Em tudo fracassei, isso é verdade.
Meu mundo, num segundo repartido,
O que posso dizer? Sequer saudade...
E surges mansamente e me domina,
A luz, que ao fim do túnel, ilumina...
MARCOS LOURES
MATIZES DIVERSOS
MATIZES DIVERSOS
Nossas peles retintas dos matizes
Diversos que o desejo preparou,
Roubando toda a cena, como atrizes
Que o tempo, sem saber, emoldurou.
Noites a fio somos mais felizes
No mar que nosso amor nos preparou.
Deitados sob a lua, nas marquises
Promessas que este tempo enclausurou
Nas nossas aventuras qual dementes
Roubando uma verdura destes matos,
Roçando com as bocas, olhos, dentes...
Impérios dos sentidos todos, tantos...
No sacrilégio insano, os meus retratos,
Fazendo nosso amor, imersos... Santos...
MARCOS LOURES
Nossas peles retintas dos matizes
Diversos que o desejo preparou,
Roubando toda a cena, como atrizes
Que o tempo, sem saber, emoldurou.
Noites a fio somos mais felizes
No mar que nosso amor nos preparou.
Deitados sob a lua, nas marquises
Promessas que este tempo enclausurou
Nas nossas aventuras qual dementes
Roubando uma verdura destes matos,
Roçando com as bocas, olhos, dentes...
Impérios dos sentidos todos, tantos...
No sacrilégio insano, os meus retratos,
Fazendo nosso amor, imersos... Santos...
MARCOS LOURES
MANSAMENTE
MANSAMENTE
Roçando minha boca em tua pele,
Aos poucos te despindo, mansamente.
Ao mais louco mergulho tudo impele
E avanço tuas trilhas calmamente...
O vento que te toca e te arrepia,
Na brisa tão suave dos meus lábios,
Em tantas profusões desta alegria
Percebo teus carinhos, loucos, sábios...
Me aventurando tanto pelas trevas
Que mostram belas sendas que procuro,
E peço que em meus mundos tu te atrevas
Trazemos nossas luzes, neste escuro...
Amando tão fremente esqueço os breus
Nos lumes, nas lanternas, todos teus...
MARCOS LOURES
Roçando minha boca em tua pele,
Aos poucos te despindo, mansamente.
Ao mais louco mergulho tudo impele
E avanço tuas trilhas calmamente...
O vento que te toca e te arrepia,
Na brisa tão suave dos meus lábios,
Em tantas profusões desta alegria
Percebo teus carinhos, loucos, sábios...
Me aventurando tanto pelas trevas
Que mostram belas sendas que procuro,
E peço que em meus mundos tu te atrevas
Trazemos nossas luzes, neste escuro...
Amando tão fremente esqueço os breus
Nos lumes, nas lanternas, todos teus...
MARCOS LOURES
QUANDO VEJO
QUANDO VEJO
Caminho por estrelas quando vejo
Os olhos divinais que tanto quis.
Sabendo que vertido meu desejo
Na boca que me fez ser tão feliz...
Montanhas escaladas nos mistérios
Das noites que passamos acordados,
Amores envolvidos sem critérios
Demonstram velhos sonhos decorados...
Amada que me trouxe liberdade
Das fontes que percebo inigualáveis,
Vasculho pelos becos da cidade
Os olhos divinais inalcançáveis...
Divinos sentimentos são capazes
De penetrar amores mais vorazes...
MARCOS LOURES
Caminho por estrelas quando vejo
Os olhos divinais que tanto quis.
Sabendo que vertido meu desejo
Na boca que me fez ser tão feliz...
Montanhas escaladas nos mistérios
Das noites que passamos acordados,
Amores envolvidos sem critérios
Demonstram velhos sonhos decorados...
Amada que me trouxe liberdade
Das fontes que percebo inigualáveis,
Vasculho pelos becos da cidade
Os olhos divinais inalcançáveis...
Divinos sentimentos são capazes
De penetrar amores mais vorazes...
MARCOS LOURES
VIVER APAIXONADO
VIVER APAIXONADO
Viver apaixonado, sem medidas,
Saber que a noite chega e o dia vem
Por mais que sejam duras despedidas
Não se poupar jamais. Não morrer sem
Ter tido tantas lutas aguerridas
Na busca da esperança. Nada zen,
Mas é melhor tentar ter tantas vidas
Quantas vidas a vida sempre tem.
Paixão. Um sentimento intenso e soberano
Que amarga com ternura ou com tortura
Rompendo cada dique e todo plano,
Desfazendo o já feito e refazê-lo
Numa velocidade sem brandura.
E depois demonstrar carinho e zelo...
MARCOS LOURES
Viver apaixonado, sem medidas,
Saber que a noite chega e o dia vem
Por mais que sejam duras despedidas
Não se poupar jamais. Não morrer sem
Ter tido tantas lutas aguerridas
Na busca da esperança. Nada zen,
Mas é melhor tentar ter tantas vidas
Quantas vidas a vida sempre tem.
Paixão. Um sentimento intenso e soberano
Que amarga com ternura ou com tortura
Rompendo cada dique e todo plano,
Desfazendo o já feito e refazê-lo
Numa velocidade sem brandura.
E depois demonstrar carinho e zelo...
MARCOS LOURES
UMA ESPERANÇA EM PURO AMOR
UMA ESPERANÇA EM PURO AMOR
Compondo uma esperança em puro amor,
Destroços rebentando do meu peito.
Abortando em botão matando a flor,
Deveras nada esteve do meu jeito.
Vazio que sobrou, nada compor,
Amor morrendo assim tão imperfeito.
Soçobra meu navio em plena dor.
Do vago que restou, um nada feito.
Mas vejo uma alegria em pleno breu.
Um gosto de ilusão, do sonho meu.
Bonança que se fez da tempestade.
Tocando o coração, fico contente.
Da sensação de paz, mais docemente,
A força benfazeja da amizade...
MARCOS LOURES
Compondo uma esperança em puro amor,
Destroços rebentando do meu peito.
Abortando em botão matando a flor,
Deveras nada esteve do meu jeito.
Vazio que sobrou, nada compor,
Amor morrendo assim tão imperfeito.
Soçobra meu navio em plena dor.
Do vago que restou, um nada feito.
Mas vejo uma alegria em pleno breu.
Um gosto de ilusão, do sonho meu.
Bonança que se fez da tempestade.
Tocando o coração, fico contente.
Da sensação de paz, mais docemente,
A força benfazeja da amizade...
MARCOS LOURES
SEDUÇÃO
SEDUÇÃO
Saber de cada parte, corpo exposto,
Crescendo pouco a pouco, sedução.
Sentindo em tua boca todo o gosto
Deslizo em tua cama, tentação.
Mulher, como é bonito este teu rosto,
Sorriso que se aflora em perdição.
Na gula que te invade, já me encosto
E sinto em teu carinho, a vibração...
A língua me percorre sem segredos,
Aumenta o meu desejo, o teu sabor.
Amor que se faz manso e quer brinquedos
Rompendo estas barragens, tudo inunda.
Deitando levemente um bom torpor
Em sensação diversa e tão profunda...
MARCOS LOURES
Saber de cada parte, corpo exposto,
Crescendo pouco a pouco, sedução.
Sentindo em tua boca todo o gosto
Deslizo em tua cama, tentação.
Mulher, como é bonito este teu rosto,
Sorriso que se aflora em perdição.
Na gula que te invade, já me encosto
E sinto em teu carinho, a vibração...
A língua me percorre sem segredos,
Aumenta o meu desejo, o teu sabor.
Amor que se faz manso e quer brinquedos
Rompendo estas barragens, tudo inunda.
Deitando levemente um bom torpor
Em sensação diversa e tão profunda...
MARCOS LOURES
ANJO NOTURNO
ANJO NOTURNO
Anjo noturno em asas deslumbrantes,
Andando nos meus sonhos, brancas ruas.
Os olhos, dois perfeitos diamantes,
As asas descobertas, carnes nuas.
Sementes espalhadas em rompantes.
Um anjo que me entorna bocas cruas,
Em sombras tão bonitas, radiantes...
Mulher que angelical, assim flutuas...
Virando-te do avesso, sexo e gozo,
Na dor transcendental de ser assim
Desejo que se fez voluptuoso,
Ardendo em sonhos loucos,sede e brasa.
Segredo meus anseios, cedo ao sim.
Desfruto de teu corpo, minha casa...
MARCOS LOURES
Anjo noturno em asas deslumbrantes,
Andando nos meus sonhos, brancas ruas.
Os olhos, dois perfeitos diamantes,
As asas descobertas, carnes nuas.
Sementes espalhadas em rompantes.
Um anjo que me entorna bocas cruas,
Em sombras tão bonitas, radiantes...
Mulher que angelical, assim flutuas...
Virando-te do avesso, sexo e gozo,
Na dor transcendental de ser assim
Desejo que se fez voluptuoso,
Ardendo em sonhos loucos,sede e brasa.
Segredo meus anseios, cedo ao sim.
Desfruto de teu corpo, minha casa...
MARCOS LOURES
ILUSÃO FERRENHA
ILUSÃO FERRENHA
Enquanto se procura num enredo
Além do desenredo de uma sorte
Envolta no que tanto desconforte,
O caminhar se faz distante, ledo,
E sei do meu anseio e no degredo
Do todo que pudera e não suporte,
Encontro a solidão, diverso norte,
E nisto alimentasse enfim, tal medo,
Ecoa em cada verso a face escusa
Na sórdida presença que entrecruza
Uma álgida versão do que não venha,
A marca deste ocaso nos persegue
E sei do quanto a vida ora renegue
Embora uma ilusão seja ferrenha.
Marcos Loures
Enquanto se procura num enredo
Além do desenredo de uma sorte
Envolta no que tanto desconforte,
O caminhar se faz distante, ledo,
E sei do meu anseio e no degredo
Do todo que pudera e não suporte,
Encontro a solidão, diverso norte,
E nisto alimentasse enfim, tal medo,
Ecoa em cada verso a face escusa
Na sórdida presença que entrecruza
Uma álgida versão do que não venha,
A marca deste ocaso nos persegue
E sei do quanto a vida ora renegue
Embora uma ilusão seja ferrenha.
Marcos Loures
NUMA PROCURA INSANA
NUMA PROCURA INSANA
Depois de ter passado a vida inteira
Numa procura insana por amor.
Uma ilusão completa costumeira
Forrando este meu peito sonhador.
A sorte nunca foi a companheira
Deixando em suas marcas, sempre a dor.
Inverno vem chegando, vou sem eira
Restando só tristeza a me compor.
Quem dera a juventude retornasse,
Pudesse retornar aos belos dias.
Quem sabe assim amor eu encontrasse...
Mas nada me restou. A vida passa,
Retoma o que me trouxe em fantasias,
Cobrando pelo que me deu de graça...
MARCOS LOURES
Depois de ter passado a vida inteira
Numa procura insana por amor.
Uma ilusão completa costumeira
Forrando este meu peito sonhador.
A sorte nunca foi a companheira
Deixando em suas marcas, sempre a dor.
Inverno vem chegando, vou sem eira
Restando só tristeza a me compor.
Quem dera a juventude retornasse,
Pudesse retornar aos belos dias.
Quem sabe assim amor eu encontrasse...
Mas nada me restou. A vida passa,
Retoma o que me trouxe em fantasias,
Cobrando pelo que me deu de graça...
MARCOS LOURES
SEXTINA 16 SONHO CLARO E AZUL
SEXTINA 16 SONHO CLARO E AZUL
No mar imenso o sonho claro e azul
Tomando com certeza cada espaço
E o todo se transforma e sei do muito
E tento caminhar entre os meus medos
Tecendo esta agonia a cada infausto
O rústico cenário se anuncia.
O quanto cada verso me anuncia
E traça um novo tempo claro e azul
O dia venceria seus infaustos
E a sorte ao mergulhar em cada espaço
Deixando para trás antigos medos
Faria do que eu busco o tanto e o muito,
O manto se desenha e neste muito
O novo que pudera se anuncia
E gera muito além dos velhos medos
E tenta contornar em céu azul
O quanto poderia em tal espaço
Vencer a solidão, meu duro infausto,
A luta se desenha e neste infausto
O pouco se anuncia e dita o muito
Vagando sem sentido neste espaço
E o mundo sem sentido se anuncia
Bebendo com ternura o sonho azul
Marcando com brandura os velhos medos.
Ainda que pudesse em tantos medos
O nada se tramando neste infausto
Cenário aonde o todo outrora azul
Pudesse na verdade ser o muito
Que a vida sem descanso me anuncia
E toma sem sentir o farto espaço,
O quanto a cada engano mais espaço
Tocando mansamente antigos medos
Enquanto a luta trama e se anuncia
Eclode no meu peito cada infausto
E sei do quanto pude pouco ou muito
Num dia que julgara claro, azul.
O todo deste azul tomando espaço
Devendo deste muito aos vários medos
O tanto deste infausto se anuncia.
MARCOS LOURES
No mar imenso o sonho claro e azul
Tomando com certeza cada espaço
E o todo se transforma e sei do muito
E tento caminhar entre os meus medos
Tecendo esta agonia a cada infausto
O rústico cenário se anuncia.
O quanto cada verso me anuncia
E traça um novo tempo claro e azul
O dia venceria seus infaustos
E a sorte ao mergulhar em cada espaço
Deixando para trás antigos medos
Faria do que eu busco o tanto e o muito,
O manto se desenha e neste muito
O novo que pudera se anuncia
E gera muito além dos velhos medos
E tenta contornar em céu azul
O quanto poderia em tal espaço
Vencer a solidão, meu duro infausto,
A luta se desenha e neste infausto
O pouco se anuncia e dita o muito
Vagando sem sentido neste espaço
E o mundo sem sentido se anuncia
Bebendo com ternura o sonho azul
Marcando com brandura os velhos medos.
Ainda que pudesse em tantos medos
O nada se tramando neste infausto
Cenário aonde o todo outrora azul
Pudesse na verdade ser o muito
Que a vida sem descanso me anuncia
E toma sem sentir o farto espaço,
O quanto a cada engano mais espaço
Tocando mansamente antigos medos
Enquanto a luta trama e se anuncia
Eclode no meu peito cada infausto
E sei do quanto pude pouco ou muito
Num dia que julgara claro, azul.
O todo deste azul tomando espaço
Devendo deste muito aos vários medos
O tanto deste infausto se anuncia.
MARCOS LOURES
PERFUME ALUCINANTE
PERFUME ALUCINANTE
Sentir o teu perfume alucinante
Gerado nestes êxtases sem par.
Estar contigo aqui neste rompante
Depor as minhas armas, me entregar
Ao gozo da luxúria deslumbrante
Deste mormaço insano a nos tocar...
Teus frutos, framboesas, mel e cana,
Nessa umidade doce e magistral
De divindade nua e soberana
Rolando nesta chama sensual,
Menina fantasia tão profana,
Um paraíso humano, amor carnal,
Rainha destes sonhos tropicais...
Morena tenho tudo e quero mais...
MARCOS LOURES
Sentir o teu perfume alucinante
Gerado nestes êxtases sem par.
Estar contigo aqui neste rompante
Depor as minhas armas, me entregar
Ao gozo da luxúria deslumbrante
Deste mormaço insano a nos tocar...
Teus frutos, framboesas, mel e cana,
Nessa umidade doce e magistral
De divindade nua e soberana
Rolando nesta chama sensual,
Menina fantasia tão profana,
Um paraíso humano, amor carnal,
Rainha destes sonhos tropicais...
Morena tenho tudo e quero mais...
MARCOS LOURES
QUANDO A SOLIDÃO
QUANDO A SOLIDÃO
Quando uma solidão bater à porta,
Já tão cansado, inerte, assim vencido;
A vida num segundo se reporta
Ao tempo mais distante, percorrido.
Toda a tristeza muda, se conforta,
Nos olhos de quem sabe já ter sido.
O frio temerário que me corta
Acalma-se depois de ter morrido...
Eu levarei teu nome, minha amiga,
E sonhos que se foram, tanto tempo.
Amar não foi somente um passatempo,
Foi o melhor que tive, nada mais.
Se a solidão no peito enfim se abriga,
Um resto de alegria, amor me traz...
MARCOS LOURES
Quando uma solidão bater à porta,
Já tão cansado, inerte, assim vencido;
A vida num segundo se reporta
Ao tempo mais distante, percorrido.
Toda a tristeza muda, se conforta,
Nos olhos de quem sabe já ter sido.
O frio temerário que me corta
Acalma-se depois de ter morrido...
Eu levarei teu nome, minha amiga,
E sonhos que se foram, tanto tempo.
Amar não foi somente um passatempo,
Foi o melhor que tive, nada mais.
Se a solidão no peito enfim se abriga,
Um resto de alegria, amor me traz...
MARCOS LOURES
TRISTONHO
TRISTONHO
Ouvindo-te dizer: como é tristonho!
Percorro velhas ruas, tantos becos...
Do mundo um paradeiro que proponho
Não ouve e nem recebe mais os ecos...
Quem fora uma alegria, um belo sonho,
Jamais se permitiu os repetecos.
Vivendo o frio vento, tão medonho,
Os olhos sem ter lágrimas, vão secos...
Tomado por tristeza e duro tédio,
Sabendo da enfadonha calmaria,
Não vejo nesta vida outro remédio,
De ter uma esperança que prossiga;
O toque mais sagaz desta magia
Que emana de teus braços, minha amiga...
MARCOS LOURES
Ouvindo-te dizer: como é tristonho!
Percorro velhas ruas, tantos becos...
Do mundo um paradeiro que proponho
Não ouve e nem recebe mais os ecos...
Quem fora uma alegria, um belo sonho,
Jamais se permitiu os repetecos.
Vivendo o frio vento, tão medonho,
Os olhos sem ter lágrimas, vão secos...
Tomado por tristeza e duro tédio,
Sabendo da enfadonha calmaria,
Não vejo nesta vida outro remédio,
De ter uma esperança que prossiga;
O toque mais sagaz desta magia
Que emana de teus braços, minha amiga...
MARCOS LOURES
COMO NEGAR?
COMO NEGAR?
Ah! Como vais negar que foste minha
Se a boca está marcada pelo beijo.
Se a vida te desfez e vai sozinha,
Te quero com a força de um desejo.
Se a sorte no meu peito inda me espinha,
Se o tempo se perdeu, e nada vejo,
Se a morte deste amor já se avizinha,
Se nada mais percebo, e o fim prevejo.
Estás em cada verso que proponho,
Estás na fantasia que alimento.
Tu vives na verdade em cada sonho.
Embora noutros corpos me esquecesse,
Tu és o que me resta, o meu alento,
O beijo que me deste, a minha prece...
Baseado em NEGUE
Ah! Como vais negar que foste minha
Se a boca está marcada pelo beijo.
Se a vida te desfez e vai sozinha,
Te quero com a força de um desejo.
Se a sorte no meu peito inda me espinha,
Se o tempo se perdeu, e nada vejo,
Se a morte deste amor já se avizinha,
Se nada mais percebo, e o fim prevejo.
Estás em cada verso que proponho,
Estás na fantasia que alimento.
Tu vives na verdade em cada sonho.
Embora noutros corpos me esquecesse,
Tu és o que me resta, o meu alento,
O beijo que me deste, a minha prece...
Baseado em NEGUE
MAPAS DA MINA
MAPAS DA MINA
Sentindo cada dedo deslizando
Nos mapas desta mina, fonte pura,
Menina descobrindo e revelando
Sofreguidão que toca e me tortura.
Distante, na janela contemplando,
O riso que demarca esta aventura,
Da moça que delira, assim, brincando,
Em mãos que vão macias, com ternura...
Sorvendo cada gota do prazer,
Do rosto que se mostra contorcido,
Entranho escura senda pra sorver
As gotas da enxurrada prometida.
Ao ver esta beleza, convencido:
Não há nada melhor que isto na vida!
MARCOS LOURES
Sentindo cada dedo deslizando
Nos mapas desta mina, fonte pura,
Menina descobrindo e revelando
Sofreguidão que toca e me tortura.
Distante, na janela contemplando,
O riso que demarca esta aventura,
Da moça que delira, assim, brincando,
Em mãos que vão macias, com ternura...
Sorvendo cada gota do prazer,
Do rosto que se mostra contorcido,
Entranho escura senda pra sorver
As gotas da enxurrada prometida.
Ao ver esta beleza, convencido:
Não há nada melhor que isto na vida!
MARCOS LOURES
VALORES DE MERCADO.
VALORES DE MERCADO.
Eu quis vender minha alma p’ro capeta,
O preço que ele paga? Não compensa,
Uma alma de poeta, sem ofensa,
Não vale muita coisa, uma gorjeta,
Enquanto que um pastor, padre ou profeta,
Ou mesmo de algum “mago” que convença
É troço de primeira, é sorte imensa,
E nela Mefistófeles completa.
Faz tempo doutor Fausto era produto
Que tinha alguma fama no reduto,
Mas hoje ninguém quer esses quinhões,
Enquanto um poeta ninguém lê,
Na medicina de fato ninguém crê,
Um pregador carrega dez milhões.
Marcos Loures
Eu quis vender minha alma p’ro capeta,
O preço que ele paga? Não compensa,
Uma alma de poeta, sem ofensa,
Não vale muita coisa, uma gorjeta,
Enquanto que um pastor, padre ou profeta,
Ou mesmo de algum “mago” que convença
É troço de primeira, é sorte imensa,
E nela Mefistófeles completa.
Faz tempo doutor Fausto era produto
Que tinha alguma fama no reduto,
Mas hoje ninguém quer esses quinhões,
Enquanto um poeta ninguém lê,
Na medicina de fato ninguém crê,
Um pregador carrega dez milhões.
Marcos Loures
TOP MODEL.
TOP MODEL.
Não quero misturar alho e bugalho,
Mas vejo inexorável face espúria,
Da vida desenhada em tal incúria,
E de tal forma, tolo, inda batalho,
Mandando para a casa do Barbalho
A farsa do dinheiro, esta luxúria,
Sabendo do meu povo na penúria,
Procuro descobrir e me atrapalho,
O peso de uma história não condiz
Com toda a humanidade, a meretriz,
Que ainda noutro engano se desfaz,
Enquanto em podridão a sorte avança
Falar de grande imagem/semelhança,
Somente se o modelo é Satanás.
Marcos Loures
Não quero misturar alho e bugalho,
Mas vejo inexorável face espúria,
Da vida desenhada em tal incúria,
E de tal forma, tolo, inda batalho,
Mandando para a casa do Barbalho
A farsa do dinheiro, esta luxúria,
Sabendo do meu povo na penúria,
Procuro descobrir e me atrapalho,
O peso de uma história não condiz
Com toda a humanidade, a meretriz,
Que ainda noutro engano se desfaz,
Enquanto em podridão a sorte avança
Falar de grande imagem/semelhança,
Somente se o modelo é Satanás.
Marcos Loures
O ESPETÁCULO CONTINUA...
O ESPETÁCULO CONTINUA...
Perdoe, meu Senhor, virei ateu,
Depois desta vendeta no puteiro
Tomando o dia a dia, e se me esgueiro
A vida, noutra farsa se perdeu,
Amei e respeitei este judeu
Crucificado e exposto qual cordeiro,
Jamais imaginei que por dinheiro,
Canalhice atingisse este apogeu,
Dos tolos peregrinos, romaria,
Do milagreiro, crápula, se erguia
Um monumento sem qualquer vergonha,
Só falta aparecer o mijo santo,
E se vier, garanto não me espanto,
E a culpada de tudo? É a maconha.
Marcos Loures
Perdoe, meu Senhor, virei ateu,
Depois desta vendeta no puteiro
Tomando o dia a dia, e se me esgueiro
A vida, noutra farsa se perdeu,
Amei e respeitei este judeu
Crucificado e exposto qual cordeiro,
Jamais imaginei que por dinheiro,
Canalhice atingisse este apogeu,
Dos tolos peregrinos, romaria,
Do milagreiro, crápula, se erguia
Um monumento sem qualquer vergonha,
Só falta aparecer o mijo santo,
E se vier, garanto não me espanto,
E a culpada de tudo? É a maconha.
Marcos Loures
SEXTINA 15 EXPLODINDO NO PEITO
SEXTINA 15 EXPLODINDO NO PEITO
Ao explodir no peito como espuma
Saudade diz do sonho em leda praia
E o quanto não pudesse em rochas, pedras
Trazendo a solidão para quem ama,
No todo se transforma e nada vejo
Somente o que pudera e não teria.
O quanto deste sonho enfim teria
E nada mais gerasse além da espuma
E nisto quanto mais procuro e vejo
As ondas espalhando sobre a praia
Traçando uma ilusão para quem ama
Deixando este caminho sobre as pedras.
Os dias imagino e adentro as pedras
E nada mais pudera nem teria
E sei do quanto a vida se faz ama
Tramando apenas todo que se espuma
Reflete o sol imenso sobre a praia
E após o que viria nada vejo.
Ainda que pudesse tento e vejo
Alçando este caminho em duras pedras
Buscando descansar em lua e praia
Que sei já não concebo e nem teria
A sorte se desenha qual espuma
E traz a solidão para quem ama,
O medo traduzisse o quanto se ama
E sei deste cenário aonde eu vejo
Meu canto se perdendo em leda espuma
Jogando uma esperança sobre as pedras
E apenas no final tanto teria
A solidão imensa desta praia,
A vida retornando sempre à praia
Negando uma alegria diz quem ama
E o todo que buscara não teria
Sequer o quanto quero e não mais vejo
As horas desenhando sobre as pedras,
Ousando a cada engodo nova espuma.
O quanto desta espuma toca a praia
E explode sobre as pedras, e quem ama
Ainda quando a vejo, eu não teria.
MARCOS LOURES
Ao explodir no peito como espuma
Saudade diz do sonho em leda praia
E o quanto não pudesse em rochas, pedras
Trazendo a solidão para quem ama,
No todo se transforma e nada vejo
Somente o que pudera e não teria.
O quanto deste sonho enfim teria
E nada mais gerasse além da espuma
E nisto quanto mais procuro e vejo
As ondas espalhando sobre a praia
Traçando uma ilusão para quem ama
Deixando este caminho sobre as pedras.
Os dias imagino e adentro as pedras
E nada mais pudera nem teria
E sei do quanto a vida se faz ama
Tramando apenas todo que se espuma
Reflete o sol imenso sobre a praia
E após o que viria nada vejo.
Ainda que pudesse tento e vejo
Alçando este caminho em duras pedras
Buscando descansar em lua e praia
Que sei já não concebo e nem teria
A sorte se desenha qual espuma
E traz a solidão para quem ama,
O medo traduzisse o quanto se ama
E sei deste cenário aonde eu vejo
Meu canto se perdendo em leda espuma
Jogando uma esperança sobre as pedras
E apenas no final tanto teria
A solidão imensa desta praia,
A vida retornando sempre à praia
Negando uma alegria diz quem ama
E o todo que buscara não teria
Sequer o quanto quero e não mais vejo
As horas desenhando sobre as pedras,
Ousando a cada engodo nova espuma.
O quanto desta espuma toca a praia
E explode sobre as pedras, e quem ama
Ainda quando a vejo, eu não teria.
MARCOS LOURES
CAMBISTAS DE DEUS
CAMBISTAS DE DEUS
E tudo se repete e nada vejo
Que possa transformar ou pelo menos
Trazer dias suaves e serenos
Enquanto o quanto mina diz desejo,
A densa sensação que a cada ensejo
Extensa fantasia diz venenos
Quisera ter momentos mais amenos,
Mas nada diferente enfim prevejo,
O cofre abarrotado das igrejas,
Traduzem salvação que tu desejas?
Além da roubalheira dizimista,
Agora se fazendo em mil ofertas
As faces dos canalhas, mais espertas,
De Deus, um pregador se faz cambista.
Marcos Loures
E tudo se repete e nada vejo
Que possa transformar ou pelo menos
Trazer dias suaves e serenos
Enquanto o quanto mina diz desejo,
A densa sensação que a cada ensejo
Extensa fantasia diz venenos
Quisera ter momentos mais amenos,
Mas nada diferente enfim prevejo,
O cofre abarrotado das igrejas,
Traduzem salvação que tu desejas?
Além da roubalheira dizimista,
Agora se fazendo em mil ofertas
As faces dos canalhas, mais espertas,
De Deus, um pregador se faz cambista.
Marcos Loures
Milagre da multiplicação dos bens...
Milagre da multiplicação dos bens...
Livrai-nos de pastor e de padreco
A corja reunida em vis bordéis,
Ousando converter em mil papéis
Usando um estribilho em fúnebre eco,
Milagre se fazendo num boteco,
Igrejas premeditam seus cartéis
Vendem aos anencéfalos fiéis
O mesmo que se produz quando defeco.
Palavra? Que palavra? Deturpada,
Bebida pela massa que, aloprada,
Espera alguma luz que nunca vem,
Semente semeada por Satã?
Repete a mesma história de manhã,
Quem pede bens jamais vos fará bem!
Marcos Loures
Livrai-nos de pastor e de padreco
A corja reunida em vis bordéis,
Ousando converter em mil papéis
Usando um estribilho em fúnebre eco,
Milagre se fazendo num boteco,
Igrejas premeditam seus cartéis
Vendem aos anencéfalos fiéis
O mesmo que se produz quando defeco.
Palavra? Que palavra? Deturpada,
Bebida pela massa que, aloprada,
Espera alguma luz que nunca vem,
Semente semeada por Satã?
Repete a mesma história de manhã,
Quem pede bens jamais vos fará bem!
Marcos Loures
PIOR QUE O DEMÔNIO? É SÓ LIGAR A TELEVISÃO...
PIOR QUE O DEMÔNIO? É SÓ LIGAR A TELEVISÃO...
Falar de cristianismo nesses dias?
Enquanto um vendilhão se faz católico
No evangélico pulha, meteórico
No fundo semeando hipocrisias,
Canalhas entre espúrias fantasias,
Demônio (se existir) se mostra eufórico
Ao ver esse cenário melancólico,
As tramas ditam farsas mais sombrias,
A podre sensação que assim se exala
Adentra pelas casas, pela sala,
Demência coletiva? Um bom diagnóstico.
Multiplicando assim tantas fortunas,
As tramas em milagres são soturnas,
E quem ainda pensa, virando agnóstico.
Marcos Loures
Falar de cristianismo nesses dias?
Enquanto um vendilhão se faz católico
No evangélico pulha, meteórico
No fundo semeando hipocrisias,
Canalhas entre espúrias fantasias,
Demônio (se existir) se mostra eufórico
Ao ver esse cenário melancólico,
As tramas ditam farsas mais sombrias,
A podre sensação que assim se exala
Adentra pelas casas, pela sala,
Demência coletiva? Um bom diagnóstico.
Multiplicando assim tantas fortunas,
As tramas em milagres são soturnas,
E quem ainda pensa, virando agnóstico.
Marcos Loures
TUA BOCA
TUA BOCA
Tua boca desliza mansamente,
Roçando no meu peito, tão voraz...
Meus pelos arrepias levemente,
E mostra-se feroz e mais audaz...
Me entrego nos teus braços totalmente,
Além do que pensara ser capaz.
Sentindo tua boca, doce e quente,
Volúpias e desejos amor traz...
E aos poucos devorando cada gota,
Deitada sobre mim, sorriso branco...
A noite em mil carinhos não se esgota,
Te quero sempre mais, amor sou franco,
Depois de tanto tempo, mergulhando,
Te digo, simplesmente, estou te amando!
MARCOS LOURES
Tua boca desliza mansamente,
Roçando no meu peito, tão voraz...
Meus pelos arrepias levemente,
E mostra-se feroz e mais audaz...
Me entrego nos teus braços totalmente,
Além do que pensara ser capaz.
Sentindo tua boca, doce e quente,
Volúpias e desejos amor traz...
E aos poucos devorando cada gota,
Deitada sobre mim, sorriso branco...
A noite em mil carinhos não se esgota,
Te quero sempre mais, amor sou franco,
Depois de tanto tempo, mergulhando,
Te digo, simplesmente, estou te amando!
MARCOS LOURES
VIEMOS DE OUTRAS TERRAS
VIEMOS DE OUTRAS TERRAS
Viemos de outras terras tão distantes,
Marcados pelo ferro dos grilhões.
Nos barcos que viemos delirantes
Na fome e na desgraça em borbotões...
Viemos desses medos, dos farsantes,
Exclusos e vendidos, sem perdões.
Do ventre de outras terras, mais errantes,
Dos quilombos marcantes podridões...
Viemos não em busca de riqueza,
Sangrados em prostíbulos insanos.
Guerreiros libertários soberanos,
Na marca dos terrores, da tristeza,
No gosto da suprema liberdade,
Clamando tão somente uma amizade...
MARCOS LOURES
Viemos de outras terras tão distantes,
Marcados pelo ferro dos grilhões.
Nos barcos que viemos delirantes
Na fome e na desgraça em borbotões...
Viemos desses medos, dos farsantes,
Exclusos e vendidos, sem perdões.
Do ventre de outras terras, mais errantes,
Dos quilombos marcantes podridões...
Viemos não em busca de riqueza,
Sangrados em prostíbulos insanos.
Guerreiros libertários soberanos,
Na marca dos terrores, da tristeza,
No gosto da suprema liberdade,
Clamando tão somente uma amizade...
MARCOS LOURES
HUMANIDADE
HUMANIDADE
Ao ver-te se afastando dos famintos,
Toando um verso frouxo de mentiras.
Amores propagados vão extintos,
A roupa da esperança rota em tiras.
Ao ver-te tão distante das origens,
Destruindo o Evangelho, destroçando.
Numa preservação de velhos bens,
E o novo que surgia já abortando.
Ao ver-te Igreja assim, tão insensível,
Matando pouco a pouco uma esperança.
No Cristo que expuseste o combustível
Que impede amor em paz em aliança.
Tu matas o sentido da amizade,
Negando para nós, a claridade...
MARCOS LOURES
Ao ver-te se afastando dos famintos,
Toando um verso frouxo de mentiras.
Amores propagados vão extintos,
A roupa da esperança rota em tiras.
Ao ver-te tão distante das origens,
Destruindo o Evangelho, destroçando.
Numa preservação de velhos bens,
E o novo que surgia já abortando.
Ao ver-te Igreja assim, tão insensível,
Matando pouco a pouco uma esperança.
No Cristo que expuseste o combustível
Que impede amor em paz em aliança.
Tu matas o sentido da amizade,
Negando para nós, a claridade...
MARCOS LOURES
AMOR PRIMEIRO
AMOR PRIMEIRO
Menino que corria entre bandeiras,
Jogando toda a sorte em laço frouxo.
Depois de tantas horas mais certeiras
O passo se tornando roto e coxo.
Menino entre jaqueiras e quintais,
Olhando sob as saias da morena.
Deitando uma esperança nos varais,
No corpo da menina, a vida acena.
Agora se esqueceu desta criança
E morre de ciúmes sem motivos.
No gosto mais suave da lembrança
Os olhos do moleque sempre vivos...
Amor bateu na porta, um mensageiro,
Safado sem juízo, amor primeiro...
MARCOS LOURES
Menino que corria entre bandeiras,
Jogando toda a sorte em laço frouxo.
Depois de tantas horas mais certeiras
O passo se tornando roto e coxo.
Menino entre jaqueiras e quintais,
Olhando sob as saias da morena.
Deitando uma esperança nos varais,
No corpo da menina, a vida acena.
Agora se esqueceu desta criança
E morre de ciúmes sem motivos.
No gosto mais suave da lembrança
Os olhos do moleque sempre vivos...
Amor bateu na porta, um mensageiro,
Safado sem juízo, amor primeiro...
MARCOS LOURES
INSACIEDADE
INSACIEDADE
Vislumbro uma voraz insaciedade
Tomando a bela forma de mulher.
Levando assim a tal insanidade
Do jeito que puder e que vier.
Pedintes, os teus olhos, me suplicam
Amor como um vulcão que não se aplaca,
Estrelas em teu corpo já salpicam,
Nos olhos desejos uma estaca
Que adentra tua sala, cama e quarto,
Em tal sofreguidão que não descansa.
Até deitar contigo, amor bem farto,
Tu sabes e desejas uma lança
Que vem e te sacia num segundo,
Bebendo o teu prazer no qual me inundo...
MARCOS LOURES
Vislumbro uma voraz insaciedade
Tomando a bela forma de mulher.
Levando assim a tal insanidade
Do jeito que puder e que vier.
Pedintes, os teus olhos, me suplicam
Amor como um vulcão que não se aplaca,
Estrelas em teu corpo já salpicam,
Nos olhos desejos uma estaca
Que adentra tua sala, cama e quarto,
Em tal sofreguidão que não descansa.
Até deitar contigo, amor bem farto,
Tu sabes e desejas uma lança
Que vem e te sacia num segundo,
Bebendo o teu prazer no qual me inundo...
MARCOS LOURES
MIL MONTANHAS
MIL MONTANHAS
Galgando cada parte deste sonho
Vislumbro mil montanhas, belos vales.
Depois deste delírio tão risonho
Debaixo do vestido,saia e xales.
Amor sem sortilégios te proponho,
Não deixo que em mentiras tu me cales,
Vibrando em cada dedo que te ponho,
Gemidos e suspiros, que tu fales...
Num átimo um desejo sem igual
Vencendo uma razão que se perdeu.
Nesta opereta insana e assim carnal,
Rebenta toda a corda, sanidade,
Teu corpo se confunde com o meu
Nos atos que profanas, liberdade...
MARCOS LOURES
Galgando cada parte deste sonho
Vislumbro mil montanhas, belos vales.
Depois deste delírio tão risonho
Debaixo do vestido,saia e xales.
Amor sem sortilégios te proponho,
Não deixo que em mentiras tu me cales,
Vibrando em cada dedo que te ponho,
Gemidos e suspiros, que tu fales...
Num átimo um desejo sem igual
Vencendo uma razão que se perdeu.
Nesta opereta insana e assim carnal,
Rebenta toda a corda, sanidade,
Teu corpo se confunde com o meu
Nos atos que profanas, liberdade...
MARCOS LOURES
SEXTINA 14 NAS ÂNSIAS MAIS COMUNS
SEXTINA 14 NAS ÂNSIAS MAIS COMUNS
O quanto poderia acreditar
Nas ânsias mais comuns de quem procura
Vencer as tempestades, mesmo assim
O tempo não sossega e jamais cessa
A vida se apresenta meio e fim,
O corte na raiz de uma esperança.
Aonde poderia uma esperança
Já não consigo mesmo acreditar
E sei do que me espera em ledo fim
Vencendo o que deveras diz procura
E nada do que possa ainda cessa
E vejo o meu futuro sempre assim.
Ainda que pudesse ser assim,
O mundo se desenha em esperança
O manto sem certeza já não cessa
E a pressa diz do quanto acreditar
No todo que deveras se procura
Apenas desenhando ora meu fim,
O início preconiza então tal fim
E gera o que pudesse ser assim,
E quando a solução já se procura
Marcando com temor esta esperança
O quanto eu poderia acreditar
Trazendo o que este canto invade e cessa.
O mar que nesta areia morre e cessa
O tempo e aproxima do seu fim
Gerando o quanto pude acreditar
Presumo o meu cenário e sendo assim
Traçando o quanto resta em esperança
Ditando o que este mundo já procura
A luta desdenhando uma procura
No fundo não se tenta e não mais cessa
Restando ao sonhador uma esperança
E quando preconizo o duro fim
O todo se desenha sempre assim
E impede que inda possa acreditar.
Pudesse acreditar no que procura
E tendo sempre assim o quanto cessa
Bebendo no meu fim esta esperança.
MARCOS LOURES
O quanto poderia acreditar
Nas ânsias mais comuns de quem procura
Vencer as tempestades, mesmo assim
O tempo não sossega e jamais cessa
A vida se apresenta meio e fim,
O corte na raiz de uma esperança.
Aonde poderia uma esperança
Já não consigo mesmo acreditar
E sei do que me espera em ledo fim
Vencendo o que deveras diz procura
E nada do que possa ainda cessa
E vejo o meu futuro sempre assim.
Ainda que pudesse ser assim,
O mundo se desenha em esperança
O manto sem certeza já não cessa
E a pressa diz do quanto acreditar
No todo que deveras se procura
Apenas desenhando ora meu fim,
O início preconiza então tal fim
E gera o que pudesse ser assim,
E quando a solução já se procura
Marcando com temor esta esperança
O quanto eu poderia acreditar
Trazendo o que este canto invade e cessa.
O mar que nesta areia morre e cessa
O tempo e aproxima do seu fim
Gerando o quanto pude acreditar
Presumo o meu cenário e sendo assim
Traçando o quanto resta em esperança
Ditando o que este mundo já procura
A luta desdenhando uma procura
No fundo não se tenta e não mais cessa
Restando ao sonhador uma esperança
E quando preconizo o duro fim
O todo se desenha sempre assim
E impede que inda possa acreditar.
Pudesse acreditar no que procura
E tendo sempre assim o quanto cessa
Bebendo no meu fim esta esperança.
MARCOS LOURES
PARAÍSOS
PARAÍSOS
Teu sexo perfumado e tão gostoso,
Exposto nesta noite, acesa a chama.
Escondes um segredo mavioso
Na chave deste cofre que reclama.
Recebo em raro aroma, glória plena,
E vago sem destino nos lençóis,
A mão que me acarinha cedo acena,
No gozo deste gosto de mil sóis
Na doce framboesa que desfruto,
Amoras em teus lábios, sedução.
Meus olhos te vasculham, vou astuto;
Tuas romãs divinas, tentações...
Serpente ,te agradeço num sorriso,
A porta que me abriste, paraíso...
MARCOS LOURES
Teu sexo perfumado e tão gostoso,
Exposto nesta noite, acesa a chama.
Escondes um segredo mavioso
Na chave deste cofre que reclama.
Recebo em raro aroma, glória plena,
E vago sem destino nos lençóis,
A mão que me acarinha cedo acena,
No gozo deste gosto de mil sóis
Na doce framboesa que desfruto,
Amoras em teus lábios, sedução.
Meus olhos te vasculham, vou astuto;
Tuas romãs divinas, tentações...
Serpente ,te agradeço num sorriso,
A porta que me abriste, paraíso...
MARCOS LOURES
REAMAR
REAMAR
Inundando esta imensa vastidão
De toda uma esperança, reamar.
Na força da enorme da paixão,
A cada novo sonho te encontrar.
Bebendo desta luz em explosão,
Navego tão profundo e belo mar,
Nos vórtices mais altos, coração,
Sangrando e se entregando sem pensar...
As águas tão distantes da amargura,
Se vão em cachoeiras de prazer.
Na noite tão profusa uma ternura,
Tomando pouco a pouco este meu eu,
Na luta por poder sobreviver,
A força deste amor já me venceu...
MARCOS LOURES
Inundando esta imensa vastidão
De toda uma esperança, reamar.
Na força da enorme da paixão,
A cada novo sonho te encontrar.
Bebendo desta luz em explosão,
Navego tão profundo e belo mar,
Nos vórtices mais altos, coração,
Sangrando e se entregando sem pensar...
As águas tão distantes da amargura,
Se vão em cachoeiras de prazer.
Na noite tão profusa uma ternura,
Tomando pouco a pouco este meu eu,
Na luta por poder sobreviver,
A força deste amor já me venceu...
MARCOS LOURES
SOLITÁRIO
SOLITÁRIO
Cismando pelas ruas, solitário,
Recebo o vento amargo da ilusão...
A vida vai expondo o meu calvário
Formado pelos braços da paixão.
Amar assim demais é temerário,
Dizia a sábia voz do coração.
Amor que não respeita calendário,
Causando a cada dia uma explosão...
Recebo tua carta, marinheira,
Que busca em cada porto uma alegria.
Embora reconheça verdadeira
Esta emoção que dizes em teus versos.
Eu peço meu amor, bem que podia,
Deixar os outros mares tão dispersos...
MARCOS LOURES
Cismando pelas ruas, solitário,
Recebo o vento amargo da ilusão...
A vida vai expondo o meu calvário
Formado pelos braços da paixão.
Amar assim demais é temerário,
Dizia a sábia voz do coração.
Amor que não respeita calendário,
Causando a cada dia uma explosão...
Recebo tua carta, marinheira,
Que busca em cada porto uma alegria.
Embora reconheça verdadeira
Esta emoção que dizes em teus versos.
Eu peço meu amor, bem que podia,
Deixar os outros mares tão dispersos...
MARCOS LOURES
SOLITÁRIO
SOLITÁRIO
Cismando pelas ruas, solitário,
Recebo o vento amargo da ilusão...
A vida vai expondo o meu calvário
Formado pelos braços da paixão.
Amar assim demais é temerário,
Dizia a sábia voz do coração.
Amor que não respeita calendário,
Causando a cada dia uma explosão...
Recebo tua carta, marinheira,
Que busca em cada porto uma alegria.
Embora reconheça verdadeira
Esta emoção que dizes em teus versos.
Eu peço meu amor, bem que podia,
Deixar os outros mares tão dispersos...
MARCOS LOURES
Cismando pelas ruas, solitário,
Recebo o vento amargo da ilusão...
A vida vai expondo o meu calvário
Formado pelos braços da paixão.
Amar assim demais é temerário,
Dizia a sábia voz do coração.
Amor que não respeita calendário,
Causando a cada dia uma explosão...
Recebo tua carta, marinheira,
Que busca em cada porto uma alegria.
Embora reconheça verdadeira
Esta emoção que dizes em teus versos.
Eu peço meu amor, bem que podia,
Deixar os outros mares tão dispersos...
MARCOS LOURES
SEXTINA 13 BEBENDO DA ESPERANÇA
SEXTINA 13 BEBENDO DA ESPERANÇA
Bebendo da esperança cada gole
E tendo esta certeza que me move
O quanto desta vida se comprove
Gerando o que pudesse e não se tenta
Vencendo dentro da alma esta ilusão,
A morte se desenha em vã tormenta.
A noite se anuncia onde a tormenta
Trazendo ao coração a dor em gole
Moldando com terror esta ilusão
E o passo noutro rumo agora move
E sei do quanto possa e mesmo tenta
Quem nada do que teime já comprove.
Amor quando demais não se comprove
Nem mesmo se permite a tal tormenta
E quando outro caminho busca e tenta
Traçando uma emoção de gole em gole
Assim ao infinito o sonho move
E traça no final esta ilusão.
Meu passo se desenha em ilusão
E nada do que busco se comprove
Enquanto o meu caminho além se move
Vagando aonde a sorte diz tormenta
O mundo se anuncia em todo gole
A luta se demonstra e mesmo tenta.
Ainda quando o tempo vem e tenta
Vencer os erros tantos da ilusão
O todo se transforma em mero gole
E o nada a cada passo se comprove
Traçando no final esta tormenta
Que tanto nos fascina quanto move,
O passo quando além do sonho move
E ter este infinito sempre tenta
Marcando em calmaria uma tormenta
Apenas quem se dando em ilusão
No fundo nada mais busque e comprove
Ousando na esperança, um mero gole.
A vida simples gole que nos move
Enquanto já comprove o quanto tenta
Fazendo da ilusão, rara tormenta.
MARCOS LOURES
Bebendo da esperança cada gole
E tendo esta certeza que me move
O quanto desta vida se comprove
Gerando o que pudesse e não se tenta
Vencendo dentro da alma esta ilusão,
A morte se desenha em vã tormenta.
A noite se anuncia onde a tormenta
Trazendo ao coração a dor em gole
Moldando com terror esta ilusão
E o passo noutro rumo agora move
E sei do quanto possa e mesmo tenta
Quem nada do que teime já comprove.
Amor quando demais não se comprove
Nem mesmo se permite a tal tormenta
E quando outro caminho busca e tenta
Traçando uma emoção de gole em gole
Assim ao infinito o sonho move
E traça no final esta ilusão.
Meu passo se desenha em ilusão
E nada do que busco se comprove
Enquanto o meu caminho além se move
Vagando aonde a sorte diz tormenta
O mundo se anuncia em todo gole
A luta se demonstra e mesmo tenta.
Ainda quando o tempo vem e tenta
Vencer os erros tantos da ilusão
O todo se transforma em mero gole
E o nada a cada passo se comprove
Traçando no final esta tormenta
Que tanto nos fascina quanto move,
O passo quando além do sonho move
E ter este infinito sempre tenta
Marcando em calmaria uma tormenta
Apenas quem se dando em ilusão
No fundo nada mais busque e comprove
Ousando na esperança, um mero gole.
A vida simples gole que nos move
Enquanto já comprove o quanto tenta
Fazendo da ilusão, rara tormenta.
MARCOS LOURES
DESEJOS MAIS ARDENTES
DESEJOS MAIS ARDENTES
Sentir em cada toque mais ardente
Desejos que me invadem, tão vorazes.
Vontade de te ter, amar urgente,
Afetas meus sentidos, perco as bases.
Tu és audaciosa, e sempre quente.
Carinhos que me dás, demais audazes.
Na chama que flamejas se pressente
Muito além do que penso são capazes...
Na perfeição completa-se o desejo,
Fascínio que conquista e me domina.
O quanto que te quero em cada beijo
O quanto que me queres, minha amada,
A boca desenhada me alucina,
Tomando minha sorte extasiada...
MARCOS LOURES
Sentir em cada toque mais ardente
Desejos que me invadem, tão vorazes.
Vontade de te ter, amar urgente,
Afetas meus sentidos, perco as bases.
Tu és audaciosa, e sempre quente.
Carinhos que me dás, demais audazes.
Na chama que flamejas se pressente
Muito além do que penso são capazes...
Na perfeição completa-se o desejo,
Fascínio que conquista e me domina.
O quanto que te quero em cada beijo
O quanto que me queres, minha amada,
A boca desenhada me alucina,
Tomando minha sorte extasiada...
MARCOS LOURES
SONHOS DE MENINO
SONHOS DE MENINO
Falando deste sonho de moleque
Que soube ser feliz por certo tempo.
A vida vai se abrindo em frágil leque
E nega, por instantes, passatempo.
Carrego no meu peito tal saudade
Das coisas que não fiz, nem mesmo quis.
Agora a noite impede a claridade,
Mas mesmo assim percebo ser feliz.
Por ter essa morena, amor demais,
Rainha dos meus dias de criança.
Amar é descobrir que a vida traz
Além de uma verdade em aliança
Um canto benfazejo de alegria,
Amor que se faz festa todo dia...
MARCOS LOURES
Falando deste sonho de moleque
Que soube ser feliz por certo tempo.
A vida vai se abrindo em frágil leque
E nega, por instantes, passatempo.
Carrego no meu peito tal saudade
Das coisas que não fiz, nem mesmo quis.
Agora a noite impede a claridade,
Mas mesmo assim percebo ser feliz.
Por ter essa morena, amor demais,
Rainha dos meus dias de criança.
Amar é descobrir que a vida traz
Além de uma verdade em aliança
Um canto benfazejo de alegria,
Amor que se faz festa todo dia...
MARCOS LOURES
MEUS TRISTES OLHOS
MEUS TRISTES OLHOS
Eu trago para ti meus tristes olhos,
Marcados pelas dores do passado,
As flores prometidas, morrem molhos
Meu medo sempre foi bem demarcado.
Pastores colocaram tais antolhos,
Negando uma visão, não tenho lado,
Sobrando a plantação destes abrolhos
Do amor sempre distante, destroçado.
Mas trago meu olhar, Senhor meu Pai,
Apenas o que tenho nesta vida.
Se a tarde em desespero sempre cai,
Amigos que plantei nao os colhi,
Por isso meu amigo, em despedida,
Tu és a redenção que recebi...
MARCOS LOURES
Eu trago para ti meus tristes olhos,
Marcados pelas dores do passado,
As flores prometidas, morrem molhos
Meu medo sempre foi bem demarcado.
Pastores colocaram tais antolhos,
Negando uma visão, não tenho lado,
Sobrando a plantação destes abrolhos
Do amor sempre distante, destroçado.
Mas trago meu olhar, Senhor meu Pai,
Apenas o que tenho nesta vida.
Se a tarde em desespero sempre cai,
Amigos que plantei nao os colhi,
Por isso meu amigo, em despedida,
Tu és a redenção que recebi...
MARCOS LOURES
sexta-feira, 29 de junho de 2012
CADA VERSO
CADA VERSO
Tomando cada verso como espelho
De um dia que sonhara e nunca veio.
Na vida não ouvi sequer conselho,
Seguindo cada passo sem receio.
Um amuleto trago, um céu vermelho,
Usando a liberdade como um meio,
Eu não irei meter o meu bedelho
Aberto o coração, num devaneio...
Do medo em que emergi, nada mais trago
Nem mesmo a solidão traz dor e pranto.
De tudo o que vivi sobrou o estrago
Dos olhos esquecidos sobre a mesa,
Amiga, não permita que este canto
Te torne bem mais frágil e indefesa...
MARCOS LOURES
Tomando cada verso como espelho
De um dia que sonhara e nunca veio.
Na vida não ouvi sequer conselho,
Seguindo cada passo sem receio.
Um amuleto trago, um céu vermelho,
Usando a liberdade como um meio,
Eu não irei meter o meu bedelho
Aberto o coração, num devaneio...
Do medo em que emergi, nada mais trago
Nem mesmo a solidão traz dor e pranto.
De tudo o que vivi sobrou o estrago
Dos olhos esquecidos sobre a mesa,
Amiga, não permita que este canto
Te torne bem mais frágil e indefesa...
MARCOS LOURES
SEXTINA 12 BLINDANDO O MEU CAMINHO
SEXTINA 12 BLINDANDO O MEU CAMINHO
Blindando o meu caminho com a sorte
Que tantas vezes dita a solidão
Os ermos de quem sabe e não reluta
Encontram nos meus olhos o vazio
E sei dos passos vagos noite afora,
Marcando com terror o que foi meu.
O mundo que eu buscara inteiro meu
Já não mais poderia ter a sorte
E nisto se imagina tempo afora
Trazendo no final a solidão
E o quanto resta dita do vazio,
Porém quem mais porfia não reluta.
A vida na verdade ora reluta
E sabe do cenário tolo e meu
Deixando no meu peito este vazio
Que possa dominar a própria sorte
Mudando com ternura a solidão
E o tempo se desenha mundo afora,
O quanto me restara, vida afora
Traduz o quanto o passo não reluta
E dita este caminho em solidão
Moldando este cenário todo meu
E a luta desenhando a frágil sorte
Deixando o meu caminho mais vazio.
O dia se tornando mais vazio
Cenário se repete mundo afora
E o quanto poderia ser a sorte
Aos poucos sem defesas já reluta
E o todo imaginado outrora meu
Expressa no final a solidão.
A vida desenhando em solidão
O mundo sem sentido e mais vazio
O tanto quanto pude e não foi meu
Seguindo sem sentido estrada afora
O passo na verdade não reluta
E conta simplesmente com a sorte.
Ainda nesta sorte a solidão
Por vezes não reluta e traz vazio
Deixando vida afora o que quis meu.
MARCOS LOURES
Blindando o meu caminho com a sorte
Que tantas vezes dita a solidão
Os ermos de quem sabe e não reluta
Encontram nos meus olhos o vazio
E sei dos passos vagos noite afora,
Marcando com terror o que foi meu.
O mundo que eu buscara inteiro meu
Já não mais poderia ter a sorte
E nisto se imagina tempo afora
Trazendo no final a solidão
E o quanto resta dita do vazio,
Porém quem mais porfia não reluta.
A vida na verdade ora reluta
E sabe do cenário tolo e meu
Deixando no meu peito este vazio
Que possa dominar a própria sorte
Mudando com ternura a solidão
E o tempo se desenha mundo afora,
O quanto me restara, vida afora
Traduz o quanto o passo não reluta
E dita este caminho em solidão
Moldando este cenário todo meu
E a luta desenhando a frágil sorte
Deixando o meu caminho mais vazio.
O dia se tornando mais vazio
Cenário se repete mundo afora
E o quanto poderia ser a sorte
Aos poucos sem defesas já reluta
E o todo imaginado outrora meu
Expressa no final a solidão.
A vida desenhando em solidão
O mundo sem sentido e mais vazio
O tanto quanto pude e não foi meu
Seguindo sem sentido estrada afora
O passo na verdade não reluta
E conta simplesmente com a sorte.
Ainda nesta sorte a solidão
Por vezes não reluta e traz vazio
Deixando vida afora o que quis meu.
MARCOS LOURES
PELA ESTRADA DA VIDA
PELA ESTRADA DA VIDA
Pela estrada da vida caminhando,
Levando uma alegria benfazeja.
Pergunto-te querida, como e quando
Terás todo este sonho que deseja.
Os dias pelas ruas desfiando,
No céu que te bendisse e te azuleja
Nas cores e nos brilhos te tomando,
Além do que se quer e se preveja...
Amor que te domina e te refaz,
Na aurora desta vida que cumpriste.
Mostrando o sonho intenso e mais voraz,
Calando a velha dor de não ter sido,
Sorrindo quando ocultas o ser triste
Que vai a cada dia, adormecido...
MARCOS LOURES
Pela estrada da vida caminhando,
Levando uma alegria benfazeja.
Pergunto-te querida, como e quando
Terás todo este sonho que deseja.
Os dias pelas ruas desfiando,
No céu que te bendisse e te azuleja
Nas cores e nos brilhos te tomando,
Além do que se quer e se preveja...
Amor que te domina e te refaz,
Na aurora desta vida que cumpriste.
Mostrando o sonho intenso e mais voraz,
Calando a velha dor de não ter sido,
Sorrindo quando ocultas o ser triste
Que vai a cada dia, adormecido...
MARCOS LOURES
TEU NOME
TEU NOME
Eu vi teu nome exposto na manchete
De todos os jornais e nas revistas.
A foto da nudez que se repete
A deusa principal entre os artistas.
Lembrando o carnaval, tanto confete,
Bebendo teu suor, antigas listas.
Nas cenas já mudaste teu esquete,
Dançaste teu amor em outras pistas.
Dormiste no passado, sem futuro,
Mas foste toda minha, não o negues.
Tomamos caipirinhas, chão tão duro...
Embora outros caminhos já navegues,
Na cama que escolhemos, lua cheia...
Teu nome... Foto exposta... Inda clareia...
MARCOS LOURES
Eu vi teu nome exposto na manchete
De todos os jornais e nas revistas.
A foto da nudez que se repete
A deusa principal entre os artistas.
Lembrando o carnaval, tanto confete,
Bebendo teu suor, antigas listas.
Nas cenas já mudaste teu esquete,
Dançaste teu amor em outras pistas.
Dormiste no passado, sem futuro,
Mas foste toda minha, não o negues.
Tomamos caipirinhas, chão tão duro...
Embora outros caminhos já navegues,
Na cama que escolhemos, lua cheia...
Teu nome... Foto exposta... Inda clareia...
MARCOS LOURES
NUNCA É TARDE?
NUNCA É TARDE?
Nunca é tarde.
Arde a tarde
Adunca e fria.
Se espanca o medo
Segredo chega
Arranha a sala
E mostra os dentes.
Se estou não vês
Se vês não vou
Se vou não cabe
Se cabe não sou
Se sou, estou?
Nada...
Sou resto.
Empresto o sorriso
E vejo o retrato
Espelho e pele
Compele a ti.
Amor romã
Que a mão
Me deu
Se busco
Ofusco,tão brusco
No lusco-fusco
Que a tarde traz
Ardendo
A tarde,
Arde.
Quem há de?
Amor...
MARCOS LOURES
Nunca é tarde.
Arde a tarde
Adunca e fria.
Se espanca o medo
Segredo chega
Arranha a sala
E mostra os dentes.
Se estou não vês
Se vês não vou
Se vou não cabe
Se cabe não sou
Se sou, estou?
Nada...
Sou resto.
Empresto o sorriso
E vejo o retrato
Espelho e pele
Compele a ti.
Amor romã
Que a mão
Me deu
Se busco
Ofusco,tão brusco
No lusco-fusco
Que a tarde traz
Ardendo
A tarde,
Arde.
Quem há de?
Amor...
MARCOS LOURES
SEXTINA 11 - UM CANTO DIVERSO
SEXTINA 11 - UM CANTO DIVERSO
O canto se pudera ser diverso
Gerando novo mundo dentro em mim
O corte se aproxima no final
E gera outro momento aonde pude
Vencer o descaminho mais atroz
E nada se fizesse aonde eu quis.
O todo que em verdade sempre quis
E nisto caminhando em tal diverso
Cenário aonde possa mesmo atroz
Vagando o quanto resta dentro em mim
E sei desta ilusão além e pude
Trazer a embarcação neste final,
O passo se aproxima do final
E nada do que tanto sempre eu quis
Gerasse muito mais do que já pude
E quando se aproxima mais diverso
Tramando o quanto resta dentro em mim
Expressa o descaminho mais atroz,
A sorte se aproxima e sendo atroz
Trazendo esta alegria no final
Ainda que vivesse dentro em mim
Ditando o quanto quero ou mesmo quis
Num ato sem sentido e até diverso
Dizendo amor que busco e já não pude.
Apenas na verdade nada pude
Seguindo este caminho em passo atroz
E quando me imagino mais diverso
Meu rumo se mostrando no final
Vivendo com ternura o que mais quis
Trazendo este desejo dentro em mim,
Aprendo com vigor o quanto em mim
Dizendo na verdade o que mais pude
Cerzindo esta alegria aonde eu quis
Embora o mundo seja mais atroz,
Prevendo com certeza este final
Num ato sem sentido ou mais diverso
E quanto estou diverso até de mim
Preparo no final o amor que pude
A sorte mais atroz jamais eu quis.
MARCOS LOURES
O canto se pudera ser diverso
Gerando novo mundo dentro em mim
O corte se aproxima no final
E gera outro momento aonde pude
Vencer o descaminho mais atroz
E nada se fizesse aonde eu quis.
O todo que em verdade sempre quis
E nisto caminhando em tal diverso
Cenário aonde possa mesmo atroz
Vagando o quanto resta dentro em mim
E sei desta ilusão além e pude
Trazer a embarcação neste final,
O passo se aproxima do final
E nada do que tanto sempre eu quis
Gerasse muito mais do que já pude
E quando se aproxima mais diverso
Tramando o quanto resta dentro em mim
Expressa o descaminho mais atroz,
A sorte se aproxima e sendo atroz
Trazendo esta alegria no final
Ainda que vivesse dentro em mim
Ditando o quanto quero ou mesmo quis
Num ato sem sentido e até diverso
Dizendo amor que busco e já não pude.
Apenas na verdade nada pude
Seguindo este caminho em passo atroz
E quando me imagino mais diverso
Meu rumo se mostrando no final
Vivendo com ternura o que mais quis
Trazendo este desejo dentro em mim,
Aprendo com vigor o quanto em mim
Dizendo na verdade o que mais pude
Cerzindo esta alegria aonde eu quis
Embora o mundo seja mais atroz,
Prevendo com certeza este final
Num ato sem sentido ou mais diverso
E quanto estou diverso até de mim
Preparo no final o amor que pude
A sorte mais atroz jamais eu quis.
MARCOS LOURES
quinta-feira, 28 de junho de 2012
SEXTINA 10 JOGADO SOBRE AS PEDRAS
SEXTINA 10 JOGADO SOBRE AS PEDRAS
Jogado sobre as pedras deste cais
Já não comportaria qualquer sonho
E vejo apenas isso, o mais audaz
Momento entre diversos que pudesse
No encanto de quem ama e se transforma
A forma mais vulgar e mais temida.
A sina tantas vezes tão temida
E o mundo se afastando deste cais
O quanto na verdade se transforma
E traz este caminho aonde eu sonho
E quando finalmente se pudesse
Talvez ainda fosse mais audaz
Meu passo noutro rumo quando audaz
Expressa a realidade mais temida
E o todo na verdade já pudesse
Ousar sentir no olhar um manso cais
E nisto com certeza tento e sonho
E a vida noutro engano se transforma,
O manto da ilusão já me transforma
E traça esta certeza mais audaz
E quando me tocando em claro sonho
Aquela que pudesse ser temida
Trazendo com ternura o barco ao cais
Aonde descansar tanto pudesse.
Ainda que meu mundo não pudesse
Enquanto a própria vida nos transforma
Provoca a derrocada aquém do cais
Naufrágio da esperança ainda audaz
E nisto outra verdade mais temida
Gerando após o nada um velho sonho.
E quanto no final encontro um sonho,
E nesta sensação inda pudesse
Tramando esta verdade mais temida
Enquanto o dia a dia se transforma
Num dia mais suave e mesmo audaz
Trazendo em seu olhar o porto e o cais.
O todo deste cais traduz um sonho
Aonde fosse audaz e já pudesse
E sempre se transforma até temida.
MARCOS LOURES
Jogado sobre as pedras deste cais
Já não comportaria qualquer sonho
E vejo apenas isso, o mais audaz
Momento entre diversos que pudesse
No encanto de quem ama e se transforma
A forma mais vulgar e mais temida.
A sina tantas vezes tão temida
E o mundo se afastando deste cais
O quanto na verdade se transforma
E traz este caminho aonde eu sonho
E quando finalmente se pudesse
Talvez ainda fosse mais audaz
Meu passo noutro rumo quando audaz
Expressa a realidade mais temida
E o todo na verdade já pudesse
Ousar sentir no olhar um manso cais
E nisto com certeza tento e sonho
E a vida noutro engano se transforma,
O manto da ilusão já me transforma
E traça esta certeza mais audaz
E quando me tocando em claro sonho
Aquela que pudesse ser temida
Trazendo com ternura o barco ao cais
Aonde descansar tanto pudesse.
Ainda que meu mundo não pudesse
Enquanto a própria vida nos transforma
Provoca a derrocada aquém do cais
Naufrágio da esperança ainda audaz
E nisto outra verdade mais temida
Gerando após o nada um velho sonho.
E quanto no final encontro um sonho,
E nesta sensação inda pudesse
Tramando esta verdade mais temida
Enquanto o dia a dia se transforma
Num dia mais suave e mesmo audaz
Trazendo em seu olhar o porto e o cais.
O todo deste cais traduz um sonho
Aonde fosse audaz e já pudesse
E sempre se transforma até temida.
MARCOS LOURES
BRINQUEDOS DE MOLEQUE
BRINQUEDOS DE MOLEQUE
Mal sabes dos brinquedos do moleque
Que faz neste meu peito um tiro ao alvo.
Aos borbotões caminhos traz em leque,
Em todos eles, sigo e já me salvo
Das dores insensatas da amargura,
Maltrata enquanto trata, mata e cura.
Trazendo o coração em sobressalto,
Prenúncio de um infarto ou de um derrame.
Às vezes quer plantar em quente asfalto
Em outras predispõe sempre ao vexame.
Que faço com as flechas deste arqueiro?
Garoto tão traquinas, feiticeiro...
MARCOS LOURES
Mal sabes dos brinquedos do moleque
Que faz neste meu peito um tiro ao alvo.
Aos borbotões caminhos traz em leque,
Em todos eles, sigo e já me salvo
Das dores insensatas da amargura,
Maltrata enquanto trata, mata e cura.
Trazendo o coração em sobressalto,
Prenúncio de um infarto ou de um derrame.
Às vezes quer plantar em quente asfalto
Em outras predispõe sempre ao vexame.
Que faço com as flechas deste arqueiro?
Garoto tão traquinas, feiticeiro...
MARCOS LOURES
VÍCIOS E PECADOS
VÍCIOS E PECADOS
Tu sabes dos meus vícios e pecados,
Meus erros são enormes, disso eu sei.
Que faço se na lua estão meus fados;
Eu juro, meu amor, até tentei,
Mas nada adiantou, alma cigana
Se perde sem remédios, e se engana
Na busca do infinito, vai sem rumo.
Vagando entre as estrelas, nada tem.
Quem sabe, com o tempo, venha o prumo
E possa me entregar ao nosso bem.
Assim enfim felizes, viveremos
Na paz que precisamos e queremos...
MARCOS LOURES
Tu sabes dos meus vícios e pecados,
Meus erros são enormes, disso eu sei.
Que faço se na lua estão meus fados;
Eu juro, meu amor, até tentei,
Mas nada adiantou, alma cigana
Se perde sem remédios, e se engana
Na busca do infinito, vai sem rumo.
Vagando entre as estrelas, nada tem.
Quem sabe, com o tempo, venha o prumo
E possa me entregar ao nosso bem.
Assim enfim felizes, viveremos
Na paz que precisamos e queremos...
MARCOS LOURES
VENHA E DEVORE
VENHA E DEVORE
Embaraço a visão quando te vejo
Nas ruas caminhando, passos lentos.
Demonstro, de repente meu desejo
Tomando para mim teus pensamentos
Na maçã destas formas, relampejo,
Nos azuis de teus olhos, por momentos
Sinto o poder celeste do azulejo
Num fascínio divino, tantos ventos.
Nos teus lábios trajetos para o céu,
Neste rubor delitos prometidos.
Sangrando meu fascínio abelha e mel,
Fome extasiante desde agora,
Tomando e lacerando meus sentidos,
Eu peço: por favor, venha e devora!
MARCOS LOURES
Embaraço a visão quando te vejo
Nas ruas caminhando, passos lentos.
Demonstro, de repente meu desejo
Tomando para mim teus pensamentos
Na maçã destas formas, relampejo,
Nos azuis de teus olhos, por momentos
Sinto o poder celeste do azulejo
Num fascínio divino, tantos ventos.
Nos teus lábios trajetos para o céu,
Neste rubor delitos prometidos.
Sangrando meu fascínio abelha e mel,
Fome extasiante desde agora,
Tomando e lacerando meus sentidos,
Eu peço: por favor, venha e devora!
MARCOS LOURES
Amor e lágrimas.
Amor e lágrimas.
Não deixe de brincar comigo amor,
As tuas brincadeiras me fazem o mal que necessito.
Por vezes a vontade de morrer
É maior que todo o mar que já chorei.
Não vou ficar me iludindo
Com versos que não sinto,
Cantar amor e felicidade
Quando a alma entra em pânico?
Hipocrisia
E isso é poesia
Vale por um dia
E talvez a vida inteira
Amiga e companheira
Que mente e tanto omite
Que nada mais que se pinte
Nas estrelas deste nosso mar
Que possa me dizer de teu amor
Que morreu sem ao menos começar.
Agora pegue meu braço e vamos dançar
A praça nos espera e não gosta de esperar.
Rodando nessa noite
A noite pede roda
A roda do meu mundo
Segundo que não sinto
Sentindo tua mão
O não prediz o sim,
Assim a noite roda
Nas rodas desta saia
Tanta vida que atrapalha
A morena de dançar
A dança que não sabia
Se viesse ou se veria
Severina como a vida
Severa como a esperança
Que de novo entra na dança
E não para de rodar.
Roda tempo roda mundo
Um coração vagabundo
Procura consentimento
De teu manso sentimento
Sentidos e serventias
Nas serpentinas da alma
Que nada mais acalma
Nem vontade de chegar
Ao sol, ao teu luar
E a emoção que se trama
Deitando na tua cama.
Com vontade de morrer.
Morrer de amor que não veio
No canto desta emboscada
Que, no fundo, deu em nada
A não ser na madrugada
Na mesa deste boteco
Amor fazendo eco
Perdeu o repeteco
Agora?
E agora amor?
MARCOS LOURES
Não deixe de brincar comigo amor,
As tuas brincadeiras me fazem o mal que necessito.
Por vezes a vontade de morrer
É maior que todo o mar que já chorei.
Não vou ficar me iludindo
Com versos que não sinto,
Cantar amor e felicidade
Quando a alma entra em pânico?
Hipocrisia
E isso é poesia
Vale por um dia
E talvez a vida inteira
Amiga e companheira
Que mente e tanto omite
Que nada mais que se pinte
Nas estrelas deste nosso mar
Que possa me dizer de teu amor
Que morreu sem ao menos começar.
Agora pegue meu braço e vamos dançar
A praça nos espera e não gosta de esperar.
Rodando nessa noite
A noite pede roda
A roda do meu mundo
Segundo que não sinto
Sentindo tua mão
O não prediz o sim,
Assim a noite roda
Nas rodas desta saia
Tanta vida que atrapalha
A morena de dançar
A dança que não sabia
Se viesse ou se veria
Severina como a vida
Severa como a esperança
Que de novo entra na dança
E não para de rodar.
Roda tempo roda mundo
Um coração vagabundo
Procura consentimento
De teu manso sentimento
Sentidos e serventias
Nas serpentinas da alma
Que nada mais acalma
Nem vontade de chegar
Ao sol, ao teu luar
E a emoção que se trama
Deitando na tua cama.
Com vontade de morrer.
Morrer de amor que não veio
No canto desta emboscada
Que, no fundo, deu em nada
A não ser na madrugada
Na mesa deste boteco
Amor fazendo eco
Perdeu o repeteco
Agora?
E agora amor?
MARCOS LOURES
A VIDA ME LEVANDO
A VIDA ME LEVANDO
A vida me levando na corrente
Que sempre traz a sorte que Deus quer,
Às vezes infeliz, outras contente,
Na espera do que der, do que vier.
Qual a folha caída em correnteza
Na chuva que não pára de cair,
Levado pela vaga em incerteza
Sem nada que me impeça de seguir.
Sou esmo, sou sem nexo, um eremita
Que teme toda a luz que se aproxima.
A sorte tão distante não se agita
Restando-me buscar somente a rima
Que faça da amizade uma esperança
De noite diferente, em plena dança...
MARCOS LOURES
A vida me levando na corrente
Que sempre traz a sorte que Deus quer,
Às vezes infeliz, outras contente,
Na espera do que der, do que vier.
Qual a folha caída em correnteza
Na chuva que não pára de cair,
Levado pela vaga em incerteza
Sem nada que me impeça de seguir.
Sou esmo, sou sem nexo, um eremita
Que teme toda a luz que se aproxima.
A sorte tão distante não se agita
Restando-me buscar somente a rima
Que faça da amizade uma esperança
De noite diferente, em plena dança...
MARCOS LOURES
NOS TEUS BRAÇOS
NOS TEUS BRAÇOS
Sentir-me enlouquecendo nos teus braços
fosse uma tenaz a me prender.
Rompendo sem limites os espaços
Profundos, delicados, do teu ser...
Vasculho teus caminhos, belos traços.
No amor que a gente gosta de fazer
Unindo nossos corpos, firmes laços
Que explodem num segundo de prazer...
Ouvir a tua voz rouca e macia,
Na lúbrica vontade, entorpecente.
Até que a noite traga um outro dia
Flagrando-te deitado em teu regaço,
E o sol já nos convide novamente
Matando nossa fome, sem cansaço...
MARCOS LOURES
Sentir-me enlouquecendo nos teus braços
fosse uma tenaz a me prender.
Rompendo sem limites os espaços
Profundos, delicados, do teu ser...
Vasculho teus caminhos, belos traços.
No amor que a gente gosta de fazer
Unindo nossos corpos, firmes laços
Que explodem num segundo de prazer...
Ouvir a tua voz rouca e macia,
Na lúbrica vontade, entorpecente.
Até que a noite traga um outro dia
Flagrando-te deitado em teu regaço,
E o sol já nos convide novamente
Matando nossa fome, sem cansaço...
MARCOS LOURES
A CADA INSTANTE
A CADA INSTANTE
Poder te desejar a cada instante
Ardentes, as palavras que me dizes,
Tocando o teu prazer inebriante
Qual fossemos crianças, aprendizes...
Na fome que me torna um navegante,
Buscado a proteção, velhas marquises,
Mergulho no teu corpo, delirante,
E somos como nunca, tão felizes...
Abrindo tua blusa, à luz da lua,
Beijando cada seio, devagar,
Aos poucos vais ficando toda nua...
No fogo do desejo, de repente,
Consigo num segundo desculpar
Àquela seduzida p’la serpente...
MARCOS LOURES
Poder te desejar a cada instante
Ardentes, as palavras que me dizes,
Tocando o teu prazer inebriante
Qual fossemos crianças, aprendizes...
Na fome que me torna um navegante,
Buscado a proteção, velhas marquises,
Mergulho no teu corpo, delirante,
E somos como nunca, tão felizes...
Abrindo tua blusa, à luz da lua,
Beijando cada seio, devagar,
Aos poucos vais ficando toda nua...
No fogo do desejo, de repente,
Consigo num segundo desculpar
Àquela seduzida p’la serpente...
MARCOS LOURES
ENFRENTAR A TRAIÇÃO
ENFRENTAR A TRAIÇÃO
Às vezes é preciso nervos de aço
Para enfrentar assim, a traição...
Parece que perdemos um pedaço
Daquilo que se fora coração...
Sentindo que me negas teu abraço
Depois de termos tido tal paixão
Percebo que da vida, em meu cansaço,
Somente sobrará um triste não...
Agora que te vejo pelas ruas
Andando bar em bar lembro meu bem;
Deitada em minha cama, carnes nuas...
E sinto uma vontade de morrer,
Talvez assim quem sabe, poder ter
A paz que procurei e nunca vem...
Feito baseado em Nervos de Aço Lupiscínio Rodrigues
MARCOS LOURES
Às vezes é preciso nervos de aço
Para enfrentar assim, a traição...
Parece que perdemos um pedaço
Daquilo que se fora coração...
Sentindo que me negas teu abraço
Depois de termos tido tal paixão
Percebo que da vida, em meu cansaço,
Somente sobrará um triste não...
Agora que te vejo pelas ruas
Andando bar em bar lembro meu bem;
Deitada em minha cama, carnes nuas...
E sinto uma vontade de morrer,
Talvez assim quem sabe, poder ter
A paz que procurei e nunca vem...
Feito baseado em Nervos de Aço Lupiscínio Rodrigues
MARCOS LOURES
FALE O QUE QUISER
FALE O QUE QUISER
Pode falar de mim o que quiser.
Qual fosse um marginal sem ter saída,
Meus olhos estarão onde estiver
Esta ilusão do amor, que é tão querida...
Vivendo da maneira que puder,
Sangrando sempre a dor da despedida,
Vibrando neste corpo de mulher
Assim irei levando a minha vida.
A corrente carrega e me transporta
Sem sequer perguntar se sou feliz...
Mas eu prefiro ser a folha morta
Abandonada neste velho rio
Do que ser tão somente um aprendiz
Que morre, devagar, triste e vazio...
MARCOS LOURES
Pode falar de mim o que quiser.
Qual fosse um marginal sem ter saída,
Meus olhos estarão onde estiver
Esta ilusão do amor, que é tão querida...
Vivendo da maneira que puder,
Sangrando sempre a dor da despedida,
Vibrando neste corpo de mulher
Assim irei levando a minha vida.
A corrente carrega e me transporta
Sem sequer perguntar se sou feliz...
Mas eu prefiro ser a folha morta
Abandonada neste velho rio
Do que ser tão somente um aprendiz
Que morre, devagar, triste e vazio...
MARCOS LOURES
SE SOUBESSEM...
SE SOUBESSEM...
Ah! Se soubessem, moços, o que eu sei...
Jamais se deixariam mais levar
Por todos estes sonhos que sonhei
Além desta esperança, naufragar...
Amores são farsantes, eu provei
Do gosto da saudade a me amargar.
Depois de tanto tempo, me entreguei
E somente essa mágoa a me tocar...
Amores mentirosos... Pobres moços...
Afastam-se do sol, buscam infernos.
Acreditam viver raros colossos,
Depois, somente a dor por herança;
Quem quiser se aquecer em pleno inverno,
Esqueça estes amores da lembrança...
MARCOS LOURES
Ah! Se soubessem, moços, o que eu sei...
Jamais se deixariam mais levar
Por todos estes sonhos que sonhei
Além desta esperança, naufragar...
Amores são farsantes, eu provei
Do gosto da saudade a me amargar.
Depois de tanto tempo, me entreguei
E somente essa mágoa a me tocar...
Amores mentirosos... Pobres moços...
Afastam-se do sol, buscam infernos.
Acreditam viver raros colossos,
Depois, somente a dor por herança;
Quem quiser se aquecer em pleno inverno,
Esqueça estes amores da lembrança...
MARCOS LOURES
VAI PERDIDA
VAI PERDIDA
Na caça pela casa que não vem
Depois de tanta curva, verso e lua.
Chegança de mais nada nem ninguém
Apenas a beleza exposta e nua
Na calçada do nada. Pego o trem;
Velha senha esquecida, continua
Estrada tão extrema sem alguém
Deitada sobre as pedras desta rua.
Deixar amor crescer e ser mais forte,
Beirando este caminho já sem volta.
Ao refazer o pão tramando a morte.
Ao se tornar o vinho entorna a vida.
No sangue que não causa mais revolta,
A noite das estrelas vai perdida...
MARCOS LOURES
Na caça pela casa que não vem
Depois de tanta curva, verso e lua.
Chegança de mais nada nem ninguém
Apenas a beleza exposta e nua
Na calçada do nada. Pego o trem;
Velha senha esquecida, continua
Estrada tão extrema sem alguém
Deitada sobre as pedras desta rua.
Deixar amor crescer e ser mais forte,
Beirando este caminho já sem volta.
Ao refazer o pão tramando a morte.
Ao se tornar o vinho entorna a vida.
No sangue que não causa mais revolta,
A noite das estrelas vai perdida...
MARCOS LOURES
SEXTINA 9 MEU CANTO
SEXTINA 9 MEU CANTO
Meu canto se desenha em novo fato
E bebo em fortes goles a esperança
O quanto poderia e nada trago
Vencendo o dia a dia mais dorido,
Meu passo se resume no vazio
E tanto quanto possa noutro rumo.
Seara se desenha em novo rumo
E o quanto poderia neste fato
Gerar além do todo ou do vazio
E nada mais pudesse esta esperança
Apenas num momento dolorido
E deste caminhar meu canto eu trago.
Meu mundo com certeza sempre trago
E sigo sem temor o quanto rumo
E trago este cenário dolorido
Ousando constatar a cada fato
Restando tão somente esta esperança
Tramando o meu cenário mais vazio.
O quanto se imagina este vazio
Trazendo o que deveras tento e trago
Marcando com delírio esta esperança
E quando em direção ao bem eu rumo
Expresso este momento e neste fato
Embora o mundo seja dolorido.
O preço mais salgado e dolorido
Trazendo dentro da alma este vazio
E nisto se constata cada fato
E o medo na verdade não mais trago
Moldando com firmeza um cais, um rumo
E vejo mais distante uma esperança.
Meu tempo desenhado em esperança
Embora o meu momento dolorido
Tramando na verdade um novo rumo
Apenas me sobrando este vazio
E o todo se traduz a cada trago
Mostrando com firmeza um raro fato.
E quando deste fato uma esperança
Ainda mesmo trago dolorido
O sonho em esperança está vazio...
MARCOS LOURES
Meu canto se desenha em novo fato
E bebo em fortes goles a esperança
O quanto poderia e nada trago
Vencendo o dia a dia mais dorido,
Meu passo se resume no vazio
E tanto quanto possa noutro rumo.
Seara se desenha em novo rumo
E o quanto poderia neste fato
Gerar além do todo ou do vazio
E nada mais pudesse esta esperança
Apenas num momento dolorido
E deste caminhar meu canto eu trago.
Meu mundo com certeza sempre trago
E sigo sem temor o quanto rumo
E trago este cenário dolorido
Ousando constatar a cada fato
Restando tão somente esta esperança
Tramando o meu cenário mais vazio.
O quanto se imagina este vazio
Trazendo o que deveras tento e trago
Marcando com delírio esta esperança
E quando em direção ao bem eu rumo
Expresso este momento e neste fato
Embora o mundo seja dolorido.
O preço mais salgado e dolorido
Trazendo dentro da alma este vazio
E nisto se constata cada fato
E o medo na verdade não mais trago
Moldando com firmeza um cais, um rumo
E vejo mais distante uma esperança.
Meu tempo desenhado em esperança
Embora o meu momento dolorido
Tramando na verdade um novo rumo
Apenas me sobrando este vazio
E o todo se traduz a cada trago
Mostrando com firmeza um raro fato.
E quando deste fato uma esperança
Ainda mesmo trago dolorido
O sonho em esperança está vazio...
MARCOS LOURES
RUBRA LUA
RUBRA LUA
A rubra lua deita sobre nós
Seus raios em fulgores maviosos,
Enquanto noutro tom os desejosos
Ardentes olhos buscam rara foz,
Entoas emoções e mesmo após
Os templos desenhados, majestosos,
Presumem dias claros, fabulosos,
Negando o quanto a vida fora atroz,
Atrizes estelares coadjuvam,
Clarões deste infinito nos enluvam
E tornam nossa noite inigualável,
Marcasse consonância a cada instância,
Matando desde já qualquer distância
Num cântico sutil, interminável.
Marcos Loures
A rubra lua deita sobre nós
Seus raios em fulgores maviosos,
Enquanto noutro tom os desejosos
Ardentes olhos buscam rara foz,
Entoas emoções e mesmo após
Os templos desenhados, majestosos,
Presumem dias claros, fabulosos,
Negando o quanto a vida fora atroz,
Atrizes estelares coadjuvam,
Clarões deste infinito nos enluvam
E tornam nossa noite inigualável,
Marcasse consonância a cada instância,
Matando desde já qualquer distância
Num cântico sutil, interminável.
Marcos Loures
Um raro afago
Um raro afago
Espalhas teus brilhantes pelas sendas
Searas onde o tempo se anuncia
Maior do que pudera em fantasia
Enquanto outros momentos tu desvendas,
Nas ânsias mais sutis, vencendo lendas,
Ousando acreditar sem agonia,
A rua se transborda em poesia
E nisto rompes laços, tiras vendas.
Calçando com ternura cada estrada,
Em versos outras tantas quando o nada
Tornara sem sentido o que inda trago,
Versando mais um pouco, ora concebes,
A maravilha em luz de tantas sebes,
E fazes do viver um raro afago.
Marcos Loures
Espalhas teus brilhantes pelas sendas
Searas onde o tempo se anuncia
Maior do que pudera em fantasia
Enquanto outros momentos tu desvendas,
Nas ânsias mais sutis, vencendo lendas,
Ousando acreditar sem agonia,
A rua se transborda em poesia
E nisto rompes laços, tiras vendas.
Calçando com ternura cada estrada,
Em versos outras tantas quando o nada
Tornara sem sentido o que inda trago,
Versando mais um pouco, ora concebes,
A maravilha em luz de tantas sebes,
E fazes do viver um raro afago.
Marcos Loures
Fértil solo
Fértil solo
Sementes que trouxeste em fértil solo
Jogadas pelo vento da esperança
Na mansa sensação onde se lança
O tempo se mostrando sem ter dolo,
E quando num momento além assolo
O verso se moldando em tal fiança
Deixando para trás qualquer lembrança
Nem mesmo uma ilusão sequer; imolo.
Cruzando esta sidérea noite imensa
A vida a cada instante se convença
Da senda mais profícua e proveitosa,
Enquanto outro momento se avizinha,
A etérea sensação de seres minha
Eclode neste instante em que se goza.
Marcos Loures
Sementes que trouxeste em fértil solo
Jogadas pelo vento da esperança
Na mansa sensação onde se lança
O tempo se mostrando sem ter dolo,
E quando num momento além assolo
O verso se moldando em tal fiança
Deixando para trás qualquer lembrança
Nem mesmo uma ilusão sequer; imolo.
Cruzando esta sidérea noite imensa
A vida a cada instante se convença
Da senda mais profícua e proveitosa,
Enquanto outro momento se avizinha,
A etérea sensação de seres minha
Eclode neste instante em que se goza.
Marcos Loures
O cerne da questão
O cerne da questão
Tocando a minha carne, o teu desejo,
No cerne da questão, amor e paz,
E nada do que possa não se faz
Envolto pelas luas que ora vejo,
No encanto mais audaz, claro lampejo,
E sei deste cenário contumaz
E nele o quanto a vida é mais tenaz,
Traçando sem saber o quanto almejo,
Vestida desta lua imensa e bela,
A deusa se desnuda e me revela
Bem mais que algum anseio em seios túrgidos,
Lasciva se entregando sem ter freios,
Adentro o quanto sinto em devaneios,
Momentos de ternura em céus tão fúlgidos.
Marcos Loures
Tocando a minha carne, o teu desejo,
No cerne da questão, amor e paz,
E nada do que possa não se faz
Envolto pelas luas que ora vejo,
No encanto mais audaz, claro lampejo,
E sei deste cenário contumaz
E nele o quanto a vida é mais tenaz,
Traçando sem saber o quanto almejo,
Vestida desta lua imensa e bela,
A deusa se desnuda e me revela
Bem mais que algum anseio em seios túrgidos,
Lasciva se entregando sem ter freios,
Adentro o quanto sinto em devaneios,
Momentos de ternura em céus tão fúlgidos.
Marcos Loures
BRAÇOS TEUS
BRAÇOS TEUS
Morrendo entre os morenos braços teus,
Navego pelo encanto enquanto possa
Fazer do que foi meu; vontade nossa,
Sem medo do que seja algum adeus,
Ressuscitando em ti o mesmo deus
Que um dia transformando o que se apossa
Jamais me reduzisse em mera fossa,
Adoça esta ilusão e enfrento os breus,
Abrasas com as asas de quem ama,
Mostrando o quanto em rastros se fez chama
Clamando por momentos mais felizes,
E nada transcorrera sem magia,
Nem mesmo recusasse a poesia
Que em lábios e delírios tu me dizes.
Marcos Loures
Morrendo entre os morenos braços teus,
Navego pelo encanto enquanto possa
Fazer do que foi meu; vontade nossa,
Sem medo do que seja algum adeus,
Ressuscitando em ti o mesmo deus
Que um dia transformando o que se apossa
Jamais me reduzisse em mera fossa,
Adoça esta ilusão e enfrento os breus,
Abrasas com as asas de quem ama,
Mostrando o quanto em rastros se fez chama
Clamando por momentos mais felizes,
E nada transcorrera sem magia,
Nem mesmo recusasse a poesia
Que em lábios e delírios tu me dizes.
Marcos Loures
O que jamais pude
O que jamais pude
Um vento que nos toque, ardentemente,
Trazendo o quanto fora e não se vira
Depositando as tramas da mentira
E o que inda se percebe em louca mente,
Ousando acreditar no que insistente
Escusa qualquer sonho e mesmo fira
Quem busca na verdade e assim retira
A luta quando insana se apresente,
Restauro os desenganos e presumo
O tanto que pudera em mau resumo,
No rumo sem proveito, ou até rude,
Embora se mostrasse em vento e canto,
Medonha farsa dita o que quebranto
Enquanto o que me reste, eu jamais pude.
Marcos Loures
Um vento que nos toque, ardentemente,
Trazendo o quanto fora e não se vira
Depositando as tramas da mentira
E o que inda se percebe em louca mente,
Ousando acreditar no que insistente
Escusa qualquer sonho e mesmo fira
Quem busca na verdade e assim retira
A luta quando insana se apresente,
Restauro os desenganos e presumo
O tanto que pudera em mau resumo,
No rumo sem proveito, ou até rude,
Embora se mostrasse em vento e canto,
Medonha farsa dita o que quebranto
Enquanto o que me reste, eu jamais pude.
Marcos Loures
Aceito o não, ou o não aceito, aceito?
Aceito o não, ou o não aceito, aceito?
Necessitasse mais de quaisquer erros
Embora do que agora se fez meu
Sentido quando houvera se perdeu,
Deixando para frente meus enterros,
Subindo tais montanhas, altos cerros,
A morte culminando em apogeu,
O canto do que fora padeceu
Dos mesmos desenganos e desterros,
Apelo para tudo e não presumo
O quanto se pudesse neste rumo
No insumo de uma vida sem proveito,
Espero qualquer dia, mas não vem,
Assim seguindo em paz, sendo ninguém,
Encaro com brandura e o não; aceito.
Marcos Loures
Necessitasse mais de quaisquer erros
Embora do que agora se fez meu
Sentido quando houvera se perdeu,
Deixando para frente meus enterros,
Subindo tais montanhas, altos cerros,
A morte culminando em apogeu,
O canto do que fora padeceu
Dos mesmos desenganos e desterros,
Apelo para tudo e não presumo
O quanto se pudesse neste rumo
No insumo de uma vida sem proveito,
Espero qualquer dia, mas não vem,
Assim seguindo em paz, sendo ninguém,
Encaro com brandura e o não; aceito.
Marcos Loures
AINDA MATO NO PEITO E SIGO O JOGO
AINDA MATO NO PEITO E SIGO O JOGO
A pedra que atiraste; agora eu vejo,
Sequer causou estragos no telhado,
Assim embora mesmo amordaçado,
Apregoando as tramas de um desejo,
Pousando no que possa em novo ensejo
Versejo quando trago sempre alado
O velho coração acostumado,
Com todas as facetas de um lampejo.
Esbarro neste barro feito em nós,
Escarro e meu cigarro vem após
As tantas e cruéis vicissitudes,
Não quero, na verdade ser ninguém,
Somente o ser jamais ora convém,
À toa, por sinal, me desiludes.
Marcos Loures
A pedra que atiraste; agora eu vejo,
Sequer causou estragos no telhado,
Assim embora mesmo amordaçado,
Apregoando as tramas de um desejo,
Pousando no que possa em novo ensejo
Versejo quando trago sempre alado
O velho coração acostumado,
Com todas as facetas de um lampejo.
Esbarro neste barro feito em nós,
Escarro e meu cigarro vem após
As tantas e cruéis vicissitudes,
Não quero, na verdade ser ninguém,
Somente o ser jamais ora convém,
À toa, por sinal, me desiludes.
Marcos Loures
MERA APARÊNCIA?
MERA APARÊNCIA?
Acordo com o quanto fui e busco
E nada mais pudesse desde quando
O verso noutro tom se pré-moldando,
O vento mais arisco é sempre brusco,
E mesmo que isto traga o lusco fusco,
Eu quero mergulhar, até nublando
O sonho que de fato vai teimando
Em ser já de antemão, meio patusco.
Erijo o quanto exijo e sigo rastros
Deixados pelos ermos, mortos astros,
Sem lastros, sem virtude nem decência,
E quando no final se faz bom tempo,
Enquanto se desdenha o passatempo
Um novo contratempo? Uma aparência...
Marcos Loures
Acordo com o quanto fui e busco
E nada mais pudesse desde quando
O verso noutro tom se pré-moldando,
O vento mais arisco é sempre brusco,
E mesmo que isto traga o lusco fusco,
Eu quero mergulhar, até nublando
O sonho que de fato vai teimando
Em ser já de antemão, meio patusco.
Erijo o quanto exijo e sigo rastros
Deixados pelos ermos, mortos astros,
Sem lastros, sem virtude nem decência,
E quando no final se faz bom tempo,
Enquanto se desdenha o passatempo
Um novo contratempo? Uma aparência...
Marcos Loures
SEXTINA 8 NESTE SONHO
SEXTINA 8 NESTE SONHO
Invisto o meu futuro neste sonho
E quando meu caminho se fizera
Ousando na certeza de outro tempo
A vida com firmeza não teria
Sequer o que pudesse em noite clara,
Vencer a imensa e rara maravilha.
O olhar que se percebe e maravilha
Trazendo no momento enquanto eu sonho
O todo que em verdade diz da clara
Noção que o tempo nega e já fizera
O tanto quanto possa e não teria
Gerando dentro da alma um novo tempo.
A luta desenhando contra o tempo
O tanto quanto pude em maravilha
E a vida na verdade não teria
Sequer o que pudesse em algum sonho
E deste caminhar tanto fizera
O quanto se queria em vida clara.
A luta se perdendo em rota clara
E nada mais trouxera além do tempo
E neste desenhar tanto fizera
E sei do quanto possa em maravilha
E quando com teus olhos inda sonho
Cenário mais real eu não teria.
Meu mundo na verdade não teria
Sequer o que pudesse em cena clara
E nisto o que inda quero e mesmo sonho
Vencendo por si só avança o tempo
E quando o meu olhar se maravilha
Traduz o quanto pude e não fizera.
A vida transcendendo ao que fizera
Mostrando cada passo onde teria
Somente a mais suave maravilha
E nesta solução a noite clara
Transcende com razão ao próprio tempo
E dita o privilégio deste sonho,
E quando enfim eu sonho já fizera
Do velho tempo o pouco que teria
A noite sendo clara, maravilha.
MARCOS LOURES
Invisto o meu futuro neste sonho
E quando meu caminho se fizera
Ousando na certeza de outro tempo
A vida com firmeza não teria
Sequer o que pudesse em noite clara,
Vencer a imensa e rara maravilha.
O olhar que se percebe e maravilha
Trazendo no momento enquanto eu sonho
O todo que em verdade diz da clara
Noção que o tempo nega e já fizera
O tanto quanto possa e não teria
Gerando dentro da alma um novo tempo.
A luta desenhando contra o tempo
O tanto quanto pude em maravilha
E a vida na verdade não teria
Sequer o que pudesse em algum sonho
E deste caminhar tanto fizera
O quanto se queria em vida clara.
A luta se perdendo em rota clara
E nada mais trouxera além do tempo
E neste desenhar tanto fizera
E sei do quanto possa em maravilha
E quando com teus olhos inda sonho
Cenário mais real eu não teria.
Meu mundo na verdade não teria
Sequer o que pudesse em cena clara
E nisto o que inda quero e mesmo sonho
Vencendo por si só avança o tempo
E quando o meu olhar se maravilha
Traduz o quanto pude e não fizera.
A vida transcendendo ao que fizera
Mostrando cada passo onde teria
Somente a mais suave maravilha
E nesta solução a noite clara
Transcende com razão ao próprio tempo
E dita o privilégio deste sonho,
E quando enfim eu sonho já fizera
Do velho tempo o pouco que teria
A noite sendo clara, maravilha.
MARCOS LOURES
TUA BOCA
TUA BOCA
Tua boca desliza sem juízo
Passando por meu peito, meus cabelos,
Até que vislumbrando o paraíso,
Molhando, devagar, todos os pelos...
Abrindo na volúpia de um sorriso,
Não ouve mais pedidos nem apelos,
De teus dentes, num átimo, matizo
Segredos tão difíceis de contê-los.
Na generosidade desta boca,
Meu sonho prazeroso realizado.
A voz que vai grunhindo, quase louca,
Soltando mil gemidos incontestes,
Rodando o pensamento inebriado,
Começa a retirar as tuas vestes...
MARCOS LOURES
Tua boca desliza sem juízo
Passando por meu peito, meus cabelos,
Até que vislumbrando o paraíso,
Molhando, devagar, todos os pelos...
Abrindo na volúpia de um sorriso,
Não ouve mais pedidos nem apelos,
De teus dentes, num átimo, matizo
Segredos tão difíceis de contê-los.
Na generosidade desta boca,
Meu sonho prazeroso realizado.
A voz que vai grunhindo, quase louca,
Soltando mil gemidos incontestes,
Rodando o pensamento inebriado,
Começa a retirar as tuas vestes...
MARCOS LOURES
GALOPE
GALOPE
Menina fecha os olhos, devaneios;
E sonha com seu príncipe encantado.
As mãos delicadas sobre os seios
Num movimento manso, alucinado...
Depois, vai mansamente e sem rodeios,
Em busca do caminho tão sonhado,
Procura, num segundo os outros meios,
Prazer que tantas vezes foi pecado...
Menina vai se abrindo, sem segredos,
Os olhos revirando. Uma loucura...
Delícias desbravadas pelos dedos,
O príncipe chegando, devagar...
Num gesto de carinho e de ternura,
No delírio, começa a galopar...
MARCOS LOURES
Menina fecha os olhos, devaneios;
E sonha com seu príncipe encantado.
As mãos delicadas sobre os seios
Num movimento manso, alucinado...
Depois, vai mansamente e sem rodeios,
Em busca do caminho tão sonhado,
Procura, num segundo os outros meios,
Prazer que tantas vezes foi pecado...
Menina vai se abrindo, sem segredos,
Os olhos revirando. Uma loucura...
Delícias desbravadas pelos dedos,
O príncipe chegando, devagar...
Num gesto de carinho e de ternura,
No delírio, começa a galopar...
MARCOS LOURES
IMENSO AMOR
IMENSO AMOR
Querida, te falar do imenso amor
Que trago e não consigo disfarçar,
Carrego dentro em mim, tal qual andor;
Num brilho tão difícil de encontrar..
Guardando para sempre o teu calor
Distante de meus olhos, perco o mar,
E morro todo dia; um sonhador.
Ao menos se pudesse te tocar...
A musa dos meus sonhos. Inconstante.
Mal sabe de meus versos, nem me vê.
Amor; um sentimento em que não crê.
Mas saiba que te busco em cada canto;
Em cada novo sonho, em todo instante.
Procuro a tua luz, maior encanto...
MARCOS LOURES
Querida, te falar do imenso amor
Que trago e não consigo disfarçar,
Carrego dentro em mim, tal qual andor;
Num brilho tão difícil de encontrar..
Guardando para sempre o teu calor
Distante de meus olhos, perco o mar,
E morro todo dia; um sonhador.
Ao menos se pudesse te tocar...
A musa dos meus sonhos. Inconstante.
Mal sabe de meus versos, nem me vê.
Amor; um sentimento em que não crê.
Mas saiba que te busco em cada canto;
Em cada novo sonho, em todo instante.
Procuro a tua luz, maior encanto...
MARCOS LOURES
ESTOU AQUI
ESTOU AQUI
Não deixo de pensar um só momento
Naquela criatura que eu amei.
Eu sei que não consigo, mas eu tento,
Amar não pode ser única lei...
Recebo o seu carinho, perco o vento;
A consciência afirma que tentei.
Escuto me chamar... Todo o momento,
Nos versos, nas canções que eu dediquei...
Saudades me tomando não me deixam...
Ah! Quem me dera nunca ter te visto.
Os olhos embotados sempre queixam,
Mas o que posso; Amor, se eu a perdi.
Necessito saber que eu inda existo,
Porém ninguém responde: Estou aqui!
MARCOS LOURES
Não deixo de pensar um só momento
Naquela criatura que eu amei.
Eu sei que não consigo, mas eu tento,
Amar não pode ser única lei...
Recebo o seu carinho, perco o vento;
A consciência afirma que tentei.
Escuto me chamar... Todo o momento,
Nos versos, nas canções que eu dediquei...
Saudades me tomando não me deixam...
Ah! Quem me dera nunca ter te visto.
Os olhos embotados sempre queixam,
Mas o que posso; Amor, se eu a perdi.
Necessito saber que eu inda existo,
Porém ninguém responde: Estou aqui!
MARCOS LOURES
Vencer as tempestades.
Vencer as tempestades.
O desafio sempre fortalece
Dos fios que se atando com firmeza
Renascerá de fato em tal grandeza
A cada novo dia a trama tece,
Não tema e nada existe sendo a prece
A forma de saber com sutileza
Do quanto se desenha esta surpresa,
E após a tempestade o amor não cesse.
Amiga nestas águas turbulentas
Em sábias emoções tu te apascentas
E geras outro dia imerso em paz,
Seguir com quem desejas, sem temer,
É a cada novo instante renascer
O vencedor é sempre o mais tenaz.
Para Thaiani, torcendo para que dê tudo certo, minha amiga.
Marcos Loures
O desafio sempre fortalece
Dos fios que se atando com firmeza
Renascerá de fato em tal grandeza
A cada novo dia a trama tece,
Não tema e nada existe sendo a prece
A forma de saber com sutileza
Do quanto se desenha esta surpresa,
E após a tempestade o amor não cesse.
Amiga nestas águas turbulentas
Em sábias emoções tu te apascentas
E geras outro dia imerso em paz,
Seguir com quem desejas, sem temer,
É a cada novo instante renascer
O vencedor é sempre o mais tenaz.
Para Thaiani, torcendo para que dê tudo certo, minha amiga.
Marcos Loures
MULTIPLICIDADES
MULTIPLICIDADES
Aonde se fez muito agora insisto
No pouco que me resta ou mal restasse,
Deixando este não ser em desenlace,
Apenas o que corte e sei bem disto,
E quando dos enganos eu me disto,
Encontro a solidão quando marcasse
A luta sem sentido, o mesmo impasse,
E nada mais pudesse, mas resisto.
Quando ocasionalmente vejo a sombra
Da sobra do que fui e isso me assombra
Endovenosas tramas transfundidas,
E as traças adentrando nas gavetas,
Enquanto na verdade me arremetas
Às faces mais diversas de outras vidas.
Marcos Loures
Aonde se fez muito agora insisto
No pouco que me resta ou mal restasse,
Deixando este não ser em desenlace,
Apenas o que corte e sei bem disto,
E quando dos enganos eu me disto,
Encontro a solidão quando marcasse
A luta sem sentido, o mesmo impasse,
E nada mais pudesse, mas resisto.
Quando ocasionalmente vejo a sombra
Da sobra do que fui e isso me assombra
Endovenosas tramas transfundidas,
E as traças adentrando nas gavetas,
Enquanto na verdade me arremetas
Às faces mais diversas de outras vidas.
Marcos Loures
EM TEUS CABELOS
EM TEUS CABELOS
Nos teus cabelos flavos, tanto encanto,
Entranho-me em teus laços, serpe audaz,
Saltando em teus novelos, sem espanto;
Minha boca te crava mais voraz.
Exalas tal perfume, frágil santo,
Queimando totalmente minha paz.
Tomado por teu gozo, meu quebranto,
No sacrossanto orgasmo que me traz.
Enroscado em teu corpo, flamejante,
Recebo o teu sorriso de bacante
Em lânguidas fornalhas, teu veneno.
É como se ao tocar purificasse
Mordendo e babujando a minha face,
Desfiladeiro louco e tão ameno...
MARCOS LOURES
Nos teus cabelos flavos, tanto encanto,
Entranho-me em teus laços, serpe audaz,
Saltando em teus novelos, sem espanto;
Minha boca te crava mais voraz.
Exalas tal perfume, frágil santo,
Queimando totalmente minha paz.
Tomado por teu gozo, meu quebranto,
No sacrossanto orgasmo que me traz.
Enroscado em teu corpo, flamejante,
Recebo o teu sorriso de bacante
Em lânguidas fornalhas, teu veneno.
É como se ao tocar purificasse
Mordendo e babujando a minha face,
Desfiladeiro louco e tão ameno...
MARCOS LOURES
ENFADONHOS.
ENFADONHOS.
Um dia fui mineiro, hoje não sou,
A face das montanhas transformada
E a roupa no varal não mais quarada
Expressa o quanto apenas mal restou,
Mal importando enfim sequer se estou
É sempre sem final a antiga estrada
E dela o que se fez resumo em nada,
E o tempo em minhas mãos sempre escoou,
Nos becos e botecos, ai de mim,
Quisera novamente um botequim
E os goles de aguardente meio aos sonhos,
Mas bebo tão somente esta lembrança,
De tanto que se lembra, o tempo cansa,
E torna os horizontes enfadonhos.
Marcos Loures
Um dia fui mineiro, hoje não sou,
A face das montanhas transformada
E a roupa no varal não mais quarada
Expressa o quanto apenas mal restou,
Mal importando enfim sequer se estou
É sempre sem final a antiga estrada
E dela o que se fez resumo em nada,
E o tempo em minhas mãos sempre escoou,
Nos becos e botecos, ai de mim,
Quisera novamente um botequim
E os goles de aguardente meio aos sonhos,
Mas bebo tão somente esta lembrança,
De tanto que se lembra, o tempo cansa,
E torna os horizontes enfadonhos.
Marcos Loures
Máscaras
Máscaras
Não quero mascarar o quanto houvesse
Com farsas e desenhos mal pintados,
Talvez os ermos sonhos destroçados
Expressem no final qualquer benesse,
Nem mesmo tendo o tempo que merece
Os olhos seguem mortos, malfadados,
Os dedos pelos dias engelhados,
Em toda mendicância a alma padece,
Não me entregasse aos erros que costumo
Beber entremeando gozo e sumo,
Quem sabe se mesclasse classes várias,
No fundo se me inundo; imundo, fico.
Raimundo não seria nem um tico
Do quanto imaginara em luminárias.
Marcos Loures
Não quero mascarar o quanto houvesse
Com farsas e desenhos mal pintados,
Talvez os ermos sonhos destroçados
Expressem no final qualquer benesse,
Nem mesmo tendo o tempo que merece
Os olhos seguem mortos, malfadados,
Os dedos pelos dias engelhados,
Em toda mendicância a alma padece,
Não me entregasse aos erros que costumo
Beber entremeando gozo e sumo,
Quem sabe se mesclasse classes várias,
No fundo se me inundo; imundo, fico.
Raimundo não seria nem um tico
Do quanto imaginara em luminárias.
Marcos Loures
Moto contínuo
Moto contínuo
Quem ontem gargalhava agora chora,
E quem chorara outrora hoje gargalha,
“Verdade” é como o fio da navalha,
A cada novo instante ela evapora,
De vez em quando vem a catapora
E espalha qualquer modo de batalha,
Porém logo depois o encanto falha
E a farsa se desenha e vai embora.
E de concreto é feita a realidade,
No rico condomínio, envolvo em grade,
Tentando proteger meu patrimônio,
Mas nada disso traz qualquer certeza
As cartas escondidas, e as da mesa,
O novo sempre mostra algum mecônio.
Marcos Loures
Quem ontem gargalhava agora chora,
E quem chorara outrora hoje gargalha,
“Verdade” é como o fio da navalha,
A cada novo instante ela evapora,
De vez em quando vem a catapora
E espalha qualquer modo de batalha,
Porém logo depois o encanto falha
E a farsa se desenha e vai embora.
E de concreto é feita a realidade,
No rico condomínio, envolvo em grade,
Tentando proteger meu patrimônio,
Mas nada disso traz qualquer certeza
As cartas escondidas, e as da mesa,
O novo sempre mostra algum mecônio.
Marcos Loures
E tudo continua a mesma bosta...
E tudo continua a mesma bosta...
Atemporais anseios, novas formas,
A velha humanidade não tem jeito
E quando se imagina em pleno pleito
O quanto houvera volta e assim reformas,
Filosofias tantas, meras formas,
Existe ou não um Deus, e se é perfeito,
Imagem semelhança? Abrindo o peito,
Respeito, mas de fato nada informas,
Vestígios milenares, erros tais,
Escravidão em faces desiguais,
No fundo a mesma fome e o mesmo engano,
Apresentando assim a antiga peça
Que andando com certeza já tropeça
Atropelando morre em cada humano.
Marcos Loures
Atemporais anseios, novas formas,
A velha humanidade não tem jeito
E quando se imagina em pleno pleito
O quanto houvera volta e assim reformas,
Filosofias tantas, meras formas,
Existe ou não um Deus, e se é perfeito,
Imagem semelhança? Abrindo o peito,
Respeito, mas de fato nada informas,
Vestígios milenares, erros tais,
Escravidão em faces desiguais,
No fundo a mesma fome e o mesmo engano,
Apresentando assim a antiga peça
Que andando com certeza já tropeça
Atropelando morre em cada humano.
Marcos Loures
SEXTINA 7 NAS MÃOS DE UMA AMIGA
SEXTINA 7 NAS MÃOS DE UMA AMIGA
Nas mãos tão dedicadas de uma amiga
Fiel, em sentimentos mais vivazes
A permissão perene que prossiga
Os sonhos mais difíceis e tenazes.
Que a vida assim serene e que consiga
A sorte nos mostrar bem mais capazes.
Meus passos na verdade são capazes
De ter dentro do sonho a velha amiga
E quando esta esperança enfim consiga
Trazer noutros momentos mais vivazes
Os dias com certeza tão tenazes
No canto sem igual que ora prossiga.
A vida de tal forma assim prossiga
E nisto vejo os sonhos mais capazes
E sinto em tuas mãos firmes tenazes
Na sensação suave e mesmo amiga
Firmando com teus olhos mais vivazes
Até que a liberdade em paz consiga.
O quanto se deseja e já consiga
Enquanto a nossa luta assim prossiga
Palavra abençoada, em tons vivazes
Em dias mais suaves e capazes
A luta se demonstra mais amiga
Vencendo estas batalhas tão tenazes.
Os ermos de minha alma são tenazes
E cada novo tempo que eu consiga
Trazer esta esperança mais amiga
Enquanto o caminhar sempre prossiga
Mostrando tais momentos e capazes
Do todo em luas claras e vivazes
Meus olhos em momentos mais vivazes
Tramando este caminho onde tenazes
Momentos desenhados são capazes
E mesmo que a mudança enfim consiga
Traduz esta esperança que prossiga
Na paz tão desejada, clara e amiga.
Por isso minha amiga mais vivazes
Aonde já prossiga em tais tenazes
Momentos que eu consiga, enfim capazes.
MARCOS LOURES
Nas mãos tão dedicadas de uma amiga
Fiel, em sentimentos mais vivazes
A permissão perene que prossiga
Os sonhos mais difíceis e tenazes.
Que a vida assim serene e que consiga
A sorte nos mostrar bem mais capazes.
Meus passos na verdade são capazes
De ter dentro do sonho a velha amiga
E quando esta esperança enfim consiga
Trazer noutros momentos mais vivazes
Os dias com certeza tão tenazes
No canto sem igual que ora prossiga.
A vida de tal forma assim prossiga
E nisto vejo os sonhos mais capazes
E sinto em tuas mãos firmes tenazes
Na sensação suave e mesmo amiga
Firmando com teus olhos mais vivazes
Até que a liberdade em paz consiga.
O quanto se deseja e já consiga
Enquanto a nossa luta assim prossiga
Palavra abençoada, em tons vivazes
Em dias mais suaves e capazes
A luta se demonstra mais amiga
Vencendo estas batalhas tão tenazes.
Os ermos de minha alma são tenazes
E cada novo tempo que eu consiga
Trazer esta esperança mais amiga
Enquanto o caminhar sempre prossiga
Mostrando tais momentos e capazes
Do todo em luas claras e vivazes
Meus olhos em momentos mais vivazes
Tramando este caminho onde tenazes
Momentos desenhados são capazes
E mesmo que a mudança enfim consiga
Traduz esta esperança que prossiga
Na paz tão desejada, clara e amiga.
Por isso minha amiga mais vivazes
Aonde já prossiga em tais tenazes
Momentos que eu consiga, enfim capazes.
MARCOS LOURES
TANTAS VEZES PERDIDO...
TANTAS VEZES PERDIDO...
Moreno carpinteiro, meu amigo.
Tantas vezes perdido em meu caminho,
Na busca por um colo, um bom abrigo,
Julgara-me tristonho e tão sozinho.
Às vezes nem sei mesmo se prossigo,
Por outras, me sentindo um passarinho
Contando tão somente, aqui, contigo,
Recebo o Teu abraço, o Teu carinho...
Quando as carnes cortadas, chagas puras,
Quando os olhos perdidos, sem ter rumo.
Nas esquinas da sorte, só torturas,
O sangue se esvaindo, pobres sumos.
Te percebo companheiro e camarada,
A vida se transforma, abençoada....
Moreno carpinteiro, meu amigo.
Tantas vezes perdido em meu caminho,
Na busca por um colo, um bom abrigo,
Julgara-me tristonho e tão sozinho.
Às vezes nem sei mesmo se prossigo,
Por outras, me sentindo um passarinho
Contando tão somente, aqui, contigo,
Recebo o Teu abraço, o Teu carinho...
Quando as carnes cortadas, chagas puras,
Quando os olhos perdidos, sem ter rumo.
Nas esquinas da sorte, só torturas,
O sangue se esvaindo, pobres sumos.
Te percebo companheiro e camarada,
A vida se transforma, abençoada....
quarta-feira, 27 de junho de 2012
O PODER DA AMIZADE
O PODER DA AMIZADE
Vestido pelo linho da amizade,
Sentindo o calmo vento da esperança,
Bebendo todo o sonho, liberdade,
Atado pelo canto da aliança.
Sabendo da importância da verdade,
No coração pureza de criança,
Ao transbordar assim, sinceridade,
Meu olhar por instantes já te alcança.
Na força que demonstras, minha amiga,
Apoio para os dias infelizes.
Permite que meu passo enfim prossiga
Na busca pelo sonho que eu desejo.
Povoa minha vida em bons matizes,
Amiga. Ser feliz, enfim, prevejo...
MARCOS LOURES
Vestido pelo linho da amizade,
Sentindo o calmo vento da esperança,
Bebendo todo o sonho, liberdade,
Atado pelo canto da aliança.
Sabendo da importância da verdade,
No coração pureza de criança,
Ao transbordar assim, sinceridade,
Meu olhar por instantes já te alcança.
Na força que demonstras, minha amiga,
Apoio para os dias infelizes.
Permite que meu passo enfim prossiga
Na busca pelo sonho que eu desejo.
Povoa minha vida em bons matizes,
Amiga. Ser feliz, enfim, prevejo...
MARCOS LOURES
OPULÊNCIAS
OPULÊNCIAS
Em tua carne doces opulências,
Belezas delicadas, mil delícias...
No brilho de teus olhos, florescências,
Sorrisos que inebriam, as malícias.
Tomando de teu corpo as inclemências,
Nos tentadores sonhos, as sevícias,
Propostas que traduzem indecências
Em lagos de carinho, tais carícias...
Teus seios, tentações maravilhosas.
Tomando a minha boca, quais romãs,
As horas que passamos, tão gostosas,
Em plena sensação de gozo e riso,
Entornam nossos fogos nas manhãs,
Abrindo em tuas sendas, paraíso...
MARCOS LOURES
Em tua carne doces opulências,
Belezas delicadas, mil delícias...
No brilho de teus olhos, florescências,
Sorrisos que inebriam, as malícias.
Tomando de teu corpo as inclemências,
Nos tentadores sonhos, as sevícias,
Propostas que traduzem indecências
Em lagos de carinho, tais carícias...
Teus seios, tentações maravilhosas.
Tomando a minha boca, quais romãs,
As horas que passamos, tão gostosas,
Em plena sensação de gozo e riso,
Entornam nossos fogos nas manhãs,
Abrindo em tuas sendas, paraíso...
MARCOS LOURES
UMA AMIZADE
UMA AMIZADE
Na canção em que louvo uma amizade
Cintilam esperanças sonhadoras.
Meu verso traduzindo uma verdade,
Dourando esta certeza, revigoras.
Passando pela força de vontade
O tempo vai passando, em outras horas.
Resplandece portanto em claridade,
Imagens tão felizes, redentoras...
Mostrando a limpidez deste meu canto,
Que emerge em noite clara, verso e luz,
Pintando nossa vida em tal encanto
Dos astros mais brilhantes, sonhadores,
Além desta vontade reproduz
Mais forte ,em amizade, meus amores...
MARCOS LOURES
Na canção em que louvo uma amizade
Cintilam esperanças sonhadoras.
Meu verso traduzindo uma verdade,
Dourando esta certeza, revigoras.
Passando pela força de vontade
O tempo vai passando, em outras horas.
Resplandece portanto em claridade,
Imagens tão felizes, redentoras...
Mostrando a limpidez deste meu canto,
Que emerge em noite clara, verso e luz,
Pintando nossa vida em tal encanto
Dos astros mais brilhantes, sonhadores,
Além desta vontade reproduz
Mais forte ,em amizade, meus amores...
MARCOS LOURES
SOLIDÁRIO
SOLIDÁRIO
Amigo, há quanto tempo necessito
Falar deste carinho que perdi...
Amor que se fizera tão bendito,
Depois de certo tempo... nem mais vi...
O canto em que louvara, mais bonito,
Perdendo todo encanto. Nada aqui
Senão meu triste olhar que no infinito
Procura pelo amor que recebi.
Na mortalha que cobre, solidão,
Percebo uma esperança de verdade.
Quem teve nesta vida, uma ilusão
Já sabe quanto é bom ter um abrigo,
Depois de toda a fúria, tempestade,
O braço solidário de um amigo...
MARCOS LOURES
Amigo, há quanto tempo necessito
Falar deste carinho que perdi...
Amor que se fizera tão bendito,
Depois de certo tempo... nem mais vi...
O canto em que louvara, mais bonito,
Perdendo todo encanto. Nada aqui
Senão meu triste olhar que no infinito
Procura pelo amor que recebi.
Na mortalha que cobre, solidão,
Percebo uma esperança de verdade.
Quem teve nesta vida, uma ilusão
Já sabe quanto é bom ter um abrigo,
Depois de toda a fúria, tempestade,
O braço solidário de um amigo...
MARCOS LOURES
SOU COMETA
SOU COMETA
Em luzes mais dispersas já floria
O corpo que sonhara, raro brilho.
Em mágicas delícias, harmonia;
De todos os prazeres, vivo trilho...
A pele que me toca, em alegria,
Mandando a solidão para um exílio,
Tal qual, em poesia eu pressentia,
Sem ter jamais sequer um empecilho...
Envolto em vibrações extasiantes,
Meus dias são mais doces, cristalinos.
Tomados pelos límpidos velinos,
Satélite que cerca tal planeta,
Vislumbro novos mundos radiantes,
Seguindo as tuas sendas, sou cometa...
MARCOS LOURES
Em luzes mais dispersas já floria
O corpo que sonhara, raro brilho.
Em mágicas delícias, harmonia;
De todos os prazeres, vivo trilho...
A pele que me toca, em alegria,
Mandando a solidão para um exílio,
Tal qual, em poesia eu pressentia,
Sem ter jamais sequer um empecilho...
Envolto em vibrações extasiantes,
Meus dias são mais doces, cristalinos.
Tomados pelos límpidos velinos,
Satélite que cerca tal planeta,
Vislumbro novos mundos radiantes,
Seguindo as tuas sendas, sou cometa...
MARCOS LOURES
MISTÉRIOS
MISTÉRIOS
A vida é um mistério, disso eu sei,
Muitas vezes sozinhos caminhamos,
Além de todo o sonho que vibrei
Descanso minhas costas, fogos, amos...
Distante do que fora a dura lei,
No mundo em que vivemos, nos amamos,
Mas tanto que em castigos eu sangrei,
Cansado deste rumo que tomamos...
Mas vejo em tua voz, querida amiga,
A sorte que talvez não encontrara
Nos rumos que por vezes eu tomara.
E sinto que isso pode me salvar,
Nesta ternura imensa e tão antiga,
Com tua amizade sempre irei contar...
MARCOS LOURES
A vida é um mistério, disso eu sei,
Muitas vezes sozinhos caminhamos,
Além de todo o sonho que vibrei
Descanso minhas costas, fogos, amos...
Distante do que fora a dura lei,
No mundo em que vivemos, nos amamos,
Mas tanto que em castigos eu sangrei,
Cansado deste rumo que tomamos...
Mas vejo em tua voz, querida amiga,
A sorte que talvez não encontrara
Nos rumos que por vezes eu tomara.
E sinto que isso pode me salvar,
Nesta ternura imensa e tão antiga,
Com tua amizade sempre irei contar...
MARCOS LOURES
SOLUÇÃO - mais um soluço...
SOLUÇÃO - mais um soluço...
Nas torres em suplício, meus enganos;
Soltando minhas mãos, mergulho, tonto...
Os anos se passaram sem ter planos,
Sentindo essa tristeza já me apronto.
E salto sem temer sequer a morte,
Do alto dessas torres mais insanas...
Quem dera conhecer a melhor sorte
Aprisionado em torres tão profanas...
Não vejo outra saída para o caso,
Acaso não pressinto solução.
A vida vai chegando ao triste ocaso,
Apenas o que resta, o coração...
Amor que aprisionara-me na torre,
Em lágrimas sangrentas já se escorre...
MARCOS LOURES
Nas torres em suplício, meus enganos;
Soltando minhas mãos, mergulho, tonto...
Os anos se passaram sem ter planos,
Sentindo essa tristeza já me apronto.
E salto sem temer sequer a morte,
Do alto dessas torres mais insanas...
Quem dera conhecer a melhor sorte
Aprisionado em torres tão profanas...
Não vejo outra saída para o caso,
Acaso não pressinto solução.
A vida vai chegando ao triste ocaso,
Apenas o que resta, o coração...
Amor que aprisionara-me na torre,
Em lágrimas sangrentas já se escorre...
MARCOS LOURES
AS NOVIDADES NO QUARTEL DE ABRANTES
AS NOVIDADES NO QUARTEL DE ABRANTES
As velhas novidades sob o sol
Estampam nos jornais mesmas manchetes
E quando tu te inovas mal repetes
O todo que se vira em arrebol,
Depositando o sonho em urinol
Do dadaísmo ao quanto te completes
No modernismo até novas chacretes,
Pivetes, “urubus e girassol”.
E assim caminha a nossa humanidade,
Na capa da revista outra verdade
Pastores vendem Cristo no varejo,
Exploração do pobre, o milionário,
Um estelionatário, esperto-otário,
Procuro alguma luz, mas nada vejo...
Marcos Loures
As velhas novidades sob o sol
Estampam nos jornais mesmas manchetes
E quando tu te inovas mal repetes
O todo que se vira em arrebol,
Depositando o sonho em urinol
Do dadaísmo ao quanto te completes
No modernismo até novas chacretes,
Pivetes, “urubus e girassol”.
E assim caminha a nossa humanidade,
Na capa da revista outra verdade
Pastores vendem Cristo no varejo,
Exploração do pobre, o milionário,
Um estelionatário, esperto-otário,
Procuro alguma luz, mas nada vejo...
Marcos Loures
SEXTINA 6 EM DOR E MEDO
SEXTINA 6 EM DOR E MEDO
Um dia poderia em dor e medo
Alçar além do cais que se aproxima
O tempo na verdade dita a rima
E o quanto se traduz neste degredo
Ousando com firmeza num segredo
O todo desenhando em duro clima,
A vida modifica o velho clima
E traz no meu olhar o imenso medo
E nada do que possa num segredo
Traçar o quanto em nós dita e aproxima
O tanto se desfaz neste degredo
E a luta renegando qualquer rima.
Meu sonho na verdade não mais rima
E nega o que pudesse em frágil clima
Tramando tão somente este degredo
E nisto se resume o imenso medo
E quantas vezes vejo e se aproxima
Trazendo uma esperança em tal segredo.
A vida não traduz novo segredo
E quando a sorte molda a paz em rima
A luta num caminho se aproxima
Mudando com certeza todo o clima
E traça neste olhar o mundo e o medo
Marcando a cada instante outro degredo.
A sorte desenhada no degredo
Expressa o dia a dia em tal segredo
E gera ao caminheiro o imenso medo
E toda esta ilusão enquanto rima
Negando o que pudesse, novo clima
Aos poucos do vazio se aproxima.
Meu canto do vazio se aproxima
E gesta o desengano de um degredo
E trama com firmeza o velho clima
Sabendo do que possa este segredo
Tentando controlar a luta e rima
O amor que tanto quis com todo o medo.
Não vendo quando o medo se aproxima
A luta diz da rima e no degredo
O mundo num segredo traça o clima.
Um dia poderia em dor e medo
Alçar além do cais que se aproxima
O tempo na verdade dita a rima
E o quanto se traduz neste degredo
Ousando com firmeza num segredo
O todo desenhando em duro clima,
A vida modifica o velho clima
E traz no meu olhar o imenso medo
E nada do que possa num segredo
Traçar o quanto em nós dita e aproxima
O tanto se desfaz neste degredo
E a luta renegando qualquer rima.
Meu sonho na verdade não mais rima
E nega o que pudesse em frágil clima
Tramando tão somente este degredo
E nisto se resume o imenso medo
E quantas vezes vejo e se aproxima
Trazendo uma esperança em tal segredo.
A vida não traduz novo segredo
E quando a sorte molda a paz em rima
A luta num caminho se aproxima
Mudando com certeza todo o clima
E traça neste olhar o mundo e o medo
Marcando a cada instante outro degredo.
A sorte desenhada no degredo
Expressa o dia a dia em tal segredo
E gera ao caminheiro o imenso medo
E toda esta ilusão enquanto rima
Negando o que pudesse, novo clima
Aos poucos do vazio se aproxima.
Meu canto do vazio se aproxima
E gesta o desengano de um degredo
E trama com firmeza o velho clima
Sabendo do que possa este segredo
Tentando controlar a luta e rima
O amor que tanto quis com todo o medo.
Não vendo quando o medo se aproxima
A luta diz da rima e no degredo
O mundo num segredo traça o clima.
RE-NOVA-AÇÃO
RE-NOVA-AÇÃO
A voz do que já foi não deveria
Sequer ainda ter qualquer espaço,
Porém mesmo que tonto, morto e baço,
Desfilo aqui a mesma velharia,
Não digo que se pense em agonia,
Há tempos retornando ao mesmo passo,
Não quero outro momento que não traço,
Ainda ousando em tola poesia,
Nos tempos onde tudo é internético,
Daltônico soneto, esse caquético,
Não cabe mais, deveras, disso eu sei,
Perdoe quando firo alguns ouvidos,
Com uivantes e toscos, vãos gemidos,
Renovação se mostra em regra lei.
Marcos Loures
A voz do que já foi não deveria
Sequer ainda ter qualquer espaço,
Porém mesmo que tonto, morto e baço,
Desfilo aqui a mesma velharia,
Não digo que se pense em agonia,
Há tempos retornando ao mesmo passo,
Não quero outro momento que não traço,
Ainda ousando em tola poesia,
Nos tempos onde tudo é internético,
Daltônico soneto, esse caquético,
Não cabe mais, deveras, disso eu sei,
Perdoe quando firo alguns ouvidos,
Com uivantes e toscos, vãos gemidos,
Renovação se mostra em regra lei.
Marcos Loures
NEM NAFTALINA SALVA...
NEM NAFTALINA SALVA...
Restara do meu verso apenas isso,
A marca de uma pútrida expressão,
Moldada pela velha sensação
Da morte sem saber sequer de um viço,
Soneto se fez tosco e movediço,
Fumo de rolo e lua do sertão,
O mundo noutro tom, revolução,
Diverso do que trago e inda cobiço,
Ainda trago em mãos a minha enxada,
Arcaica melodia dando em nada,
No pós-moderno, sim, eis o futuro,
“Modelo do meu terno”, ultrapassado,
Nem naftalina salva o embolorado
Cenário sem noção que eu configuro.
Marcos Loures
Restara do meu verso apenas isso,
A marca de uma pútrida expressão,
Moldada pela velha sensação
Da morte sem saber sequer de um viço,
Soneto se fez tosco e movediço,
Fumo de rolo e lua do sertão,
O mundo noutro tom, revolução,
Diverso do que trago e inda cobiço,
Ainda trago em mãos a minha enxada,
Arcaica melodia dando em nada,
No pós-moderno, sim, eis o futuro,
“Modelo do meu terno”, ultrapassado,
Nem naftalina salva o embolorado
Cenário sem noção que eu configuro.
Marcos Loures
CONTEMPORANEIDADE
CONTEMPORANEIDADE
O mundo se renova, me lembraste,
E nisto concebesse o que virá,
Sabendo ou decifrando desde já,
Embora no final eu seja um traste,
A vida não permite algum contraste,
O todo; com certeza, moldará
Um novo amanhecer aqui ou lá
E o velho se presume em tal desgaste,
A cada novo tempo outro Menudo,
Ou mesmo até um sábio Dominó,
Assim se faz decerto um novo embarque,
E o quanto quixotesco inda me iludo,
Luan aonde outrora Xororó,
Mas trago ainda em mim, Chico Buarque...
Marcos Loures
O mundo se renova, me lembraste,
E nisto concebesse o que virá,
Sabendo ou decifrando desde já,
Embora no final eu seja um traste,
A vida não permite algum contraste,
O todo; com certeza, moldará
Um novo amanhecer aqui ou lá
E o velho se presume em tal desgaste,
A cada novo tempo outro Menudo,
Ou mesmo até um sábio Dominó,
Assim se faz decerto um novo embarque,
E o quanto quixotesco inda me iludo,
Luan aonde outrora Xororó,
Mas trago ainda em mim, Chico Buarque...
Marcos Loures
ESTRELA DECADENTE
ESTRELA DECADENTE
Estrela decadente, ou mesmo morta,
O brilho que inda vês; já não existe,
O tempo quando fora outrora triste
Agora ultrapassara a velha porta,
E quando este soneto em vão deporta
O pensamento além nem mais resiste
Ao quanto se fizera e não persiste,
Contemporaneidade, enfim, me aborta,
Esgoto a cada dia um pouco mais
Dos erros que carrego, onde abissais
As fossas se abrirão e nelas sigo,
Amordaçado aos poucos, não mais vejo
Sentido inda em tocar um realejo,
Cavando a cada verso, o desabrigo.
Marcos Loures
Estrela decadente, ou mesmo morta,
O brilho que inda vês; já não existe,
O tempo quando fora outrora triste
Agora ultrapassara a velha porta,
E quando este soneto em vão deporta
O pensamento além nem mais resiste
Ao quanto se fizera e não persiste,
Contemporaneidade, enfim, me aborta,
Esgoto a cada dia um pouco mais
Dos erros que carrego, onde abissais
As fossas se abrirão e nelas sigo,
Amordaçado aos poucos, não mais vejo
Sentido inda em tocar um realejo,
Cavando a cada verso, o desabrigo.
Marcos Loures
SOBRAS DE UM SONHO
SOBRAS DE UM SONHO
Jamais serei poeta e nem pretendo,
Pousando noutra esfera, sou apenas
No verso envelhecido que condenas
O mundo sem sentido, se perdendo,
E quando se fizer algum adendo
Aos olhos de quem vendo novas cenas
Expressam solidões, onde serenas
Versões traçando espúrio dividendo,
Restasse alguma voz já sem sentido,
E quando na verdade o que ora olvido
Transcendo ao quanto resta deste sonho,
Mesclando estas visões com a verdade,
A sobra pouco a pouco se degrade
E nela o quanto fui, de fato eu ponho.
Marcos Loures
Jamais serei poeta e nem pretendo,
Pousando noutra esfera, sou apenas
No verso envelhecido que condenas
O mundo sem sentido, se perdendo,
E quando se fizer algum adendo
Aos olhos de quem vendo novas cenas
Expressam solidões, onde serenas
Versões traçando espúrio dividendo,
Restasse alguma voz já sem sentido,
E quando na verdade o que ora olvido
Transcendo ao quanto resta deste sonho,
Mesclando estas visões com a verdade,
A sobra pouco a pouco se degrade
E nela o quanto fui, de fato eu ponho.
Marcos Loures
NUMA HORA BRANDA
NUMA HORA BRANDA
Numa hora branda, plena de ternura
Caminho sob os raios do luar...
Sabendo que passamos tal tortura
Espero nesta curva o teu olhar.
Ouvindo num murmúrio, a mansa fonte
Que tantas vezes mata nossa sede,
Olhando para a lua no horizonte
Espero descansar em seio e rede...
A noite é calma e longa... A madrugada,
Trazendo a brisa mansa em calmaria,
Deitados, descansando nesta estrada
Aguardamos nascer de novo dia...
E peço teu amor, p’ra sempre, agora,
No brilho e maravilha d’uma aurora!
MARCOS LOURES
Numa hora branda, plena de ternura
Caminho sob os raios do luar...
Sabendo que passamos tal tortura
Espero nesta curva o teu olhar.
Ouvindo num murmúrio, a mansa fonte
Que tantas vezes mata nossa sede,
Olhando para a lua no horizonte
Espero descansar em seio e rede...
A noite é calma e longa... A madrugada,
Trazendo a brisa mansa em calmaria,
Deitados, descansando nesta estrada
Aguardamos nascer de novo dia...
E peço teu amor, p’ra sempre, agora,
No brilho e maravilha d’uma aurora!
MARCOS LOURES
FARSANTE
FARSANTE
Como um farsante, o tempo me enganara;
Deixando um sentimento assim exposto.
Amar é discernir a joia rara
Dessa bijuteria do desgosto.
Eu sinto em nosso amor, a raridade
Que vale toda a luta mais feroz.
Trazendo do brilhante a claridade
Faz o meu coração bater veloz.
Qual perla que crescera com a dor,
Amor que sempre foi ardido unguento.
Ardis que prepararam com vigor
Por pouco não destroem sentimento.
Mas sinto que este amor é mais tenaz.
Vencer as tempestades foi capaz...
Marcos Loures
Como um farsante, o tempo me enganara;
Deixando um sentimento assim exposto.
Amar é discernir a joia rara
Dessa bijuteria do desgosto.
Eu sinto em nosso amor, a raridade
Que vale toda a luta mais feroz.
Trazendo do brilhante a claridade
Faz o meu coração bater veloz.
Qual perla que crescera com a dor,
Amor que sempre foi ardido unguento.
Ardis que prepararam com vigor
Por pouco não destroem sentimento.
Mas sinto que este amor é mais tenaz.
Vencer as tempestades foi capaz...
Marcos Loures
INÚTEIS ESPERANÇAS
INÚTEIS ESPERANÇAS
Jamais acreditei que inda sentisse
Alguma coisa além do que não fora
A face mais cruel, mas redentora,
Fugindo ou me entranhando em tal mesmice,
O tempo na verdade contradisse
E sei doutra vertente portadora
Desta avassaladora e predadora
Menção que demonstrasse esta tolice
Que tento ainda embalde defender,
E vejo a cada instante fenecer
Nos ermos deste torpe desalento,
Mascaro com sorrisos e ilusões,
Os fatos que com força tu me expões,
E inúteis esperanças alimento.
Marcos Loures
Jamais acreditei que inda sentisse
Alguma coisa além do que não fora
A face mais cruel, mas redentora,
Fugindo ou me entranhando em tal mesmice,
O tempo na verdade contradisse
E sei doutra vertente portadora
Desta avassaladora e predadora
Menção que demonstrasse esta tolice
Que tento ainda embalde defender,
E vejo a cada instante fenecer
Nos ermos deste torpe desalento,
Mascaro com sorrisos e ilusões,
Os fatos que com força tu me expões,
E inúteis esperanças alimento.
Marcos Loures
ÚLTIMOS CAPÍTULOS
ÚLTIMOS CAPÍTULOS
O fim da minha história se aproxima,
Andante cavaleiro sem vitórias,
Nem mesmo em párias sendas, tão inglórias
Palavras mortas ditam cada rima,
Ultrizes ilusões, crinas, se estima,
Ao menos me restassem tais escórias,
E nem sequer nos ermos das memórias,
Um velho quixotesco em novo clima,
Nem epitáfio algum; talvez gargalhes,
Ao ver com atenção rudes detalhes
De entalhes que explicitem o jamais,
Envolto pelas cinzas, desenlace,
Que apenas em vis brumas demonstrasse
Hienas entre abutres, tão banais...
Marcos Loures
O fim da minha história se aproxima,
Andante cavaleiro sem vitórias,
Nem mesmo em párias sendas, tão inglórias
Palavras mortas ditam cada rima,
Ultrizes ilusões, crinas, se estima,
Ao menos me restassem tais escórias,
E nem sequer nos ermos das memórias,
Um velho quixotesco em novo clima,
Nem epitáfio algum; talvez gargalhes,
Ao ver com atenção rudes detalhes
De entalhes que explicitem o jamais,
Envolto pelas cinzas, desenlace,
Que apenas em vis brumas demonstrasse
Hienas entre abutres, tão banais...
Marcos Loures
SER BEM MAIS FELIZ
SER BEM MAIS FELIZ
Fazendo novamente a tentativa
De ser bem mais feliz em triste vida.
Uma palavra mansa e mais altiva
Mostrando ser talvez nossa saída.
Que toda uma tristeza já nos priva
Da sorte que queríamos perdida...
Mas eis que nos teus braços, alma viva
Percebo esta amizade bem vivida.
Querendo adormecer o sofrimento
Exalto em cada verso o teu carinho.
Depois de percorrido duro vento
Encontro, minha amiga, face a face,
Um delicado e doce, tinto vinho,
Que ao menos esta dor já se disfarce...
MARCOS LOURES
Fazendo novamente a tentativa
De ser bem mais feliz em triste vida.
Uma palavra mansa e mais altiva
Mostrando ser talvez nossa saída.
Que toda uma tristeza já nos priva
Da sorte que queríamos perdida...
Mas eis que nos teus braços, alma viva
Percebo esta amizade bem vivida.
Querendo adormecer o sofrimento
Exalto em cada verso o teu carinho.
Depois de percorrido duro vento
Encontro, minha amiga, face a face,
Um delicado e doce, tinto vinho,
Que ao menos esta dor já se disfarce...
MARCOS LOURES
FLORES ABANDONADAS
FLORES ABANDONADAS
As flores que mataste sem pudores,
Abandonadas, restos num jardim,
Não permitem perfumes e nem cores,
Mas nada representam mais em mim...
De todos os caminhos e louvores
Refeitos em desejos, sendo assim,
Singelos e perfeitos esplendores
Unidos noutro lábio carmesim...
Mas tudo o que ensinaste, de bom tom.
Amor não se permite sonhos mansos.
O mundo se transmuda e mostra o dom
Duma amizade plena em novo dia
Uma certeza imensa de remansos
Mostrando finalmente esta alegria...
MARCOS LOURES
As flores que mataste sem pudores,
Abandonadas, restos num jardim,
Não permitem perfumes e nem cores,
Mas nada representam mais em mim...
De todos os caminhos e louvores
Refeitos em desejos, sendo assim,
Singelos e perfeitos esplendores
Unidos noutro lábio carmesim...
Mas tudo o que ensinaste, de bom tom.
Amor não se permite sonhos mansos.
O mundo se transmuda e mostra o dom
Duma amizade plena em novo dia
Uma certeza imensa de remansos
Mostrando finalmente esta alegria...
MARCOS LOURES
O AMOR SOZINHO
O AMOR SOZINHO
O meu amor é tanto, mas sozinho...
Quem me dera poder dizer a ela
De toda esta vontade de carinho.
À noite a solidão já se revela
Em cada brilho frio de uma estrela
Esta tristeza imensa que não passa.
Meu barco se perdendo, nau sem vela
A vida sem sentido se esfumaça...
Quem dera ter coragem de dizer
Do amor que me domina e não se cansa.
Assim talvez pudesse renascer
Nos olhos de quem ama, uma esperança...
Quem sabe, meu amor... Ah Quem me dera...
Veria, finalmente, a primavera.
MARCOS LOURES
X
O meu amor é tanto, mas sozinho...
Quem me dera poder dizer a ela
De toda esta vontade de carinho.
À noite a solidão já se revela
Em cada brilho frio de uma estrela
Esta tristeza imensa que não passa.
Meu barco se perdendo, nau sem vela
A vida sem sentido se esfumaça...
Quem dera ter coragem de dizer
Do amor que me domina e não se cansa.
Assim talvez pudesse renascer
Nos olhos de quem ama, uma esperança...
Quem sabe, meu amor... Ah Quem me dera...
Veria, finalmente, a primavera.
MARCOS LOURES
X
É DE MANHÃ
É DE MANHÃ
É de manhã, o sol brilha no orvalho
Dançando em mil gotículas, cristal...
No quarto refletindo qual retalho
Decora o belo corpo magistral...
Ao ver este convite para a vida,
Levanto o meu olhar para te ver,
E sinto que encontrei a paz perdida
Nesta mulher vestida de prazer.
A chuva que caíra em meu passado,
Dando lugar ao sol maravilhoso,
No amor que pressenti ter encontrado,
Vontade de sair e passear,
Neste calor sereno e tão gostoso,
Certeza de poder de novo amar...
MARCOS LOURES
É de manhã, o sol brilha no orvalho
Dançando em mil gotículas, cristal...
No quarto refletindo qual retalho
Decora o belo corpo magistral...
Ao ver este convite para a vida,
Levanto o meu olhar para te ver,
E sinto que encontrei a paz perdida
Nesta mulher vestida de prazer.
A chuva que caíra em meu passado,
Dando lugar ao sol maravilhoso,
No amor que pressenti ter encontrado,
Vontade de sair e passear,
Neste calor sereno e tão gostoso,
Certeza de poder de novo amar...
MARCOS LOURES
SEXTINA 5 JÁ NADA MAIS PUDERA
SEXTINA 5 JÁ NADA MAIS PUDERA
Já nada mais pudera aonde eu tento
Seguir o meu caminho sem sentido
O corte desenhado onde lapido
E trama o quanto possa o pensamento
Gerando o que pudera resolvido
E nisto só presumo o sofrimento,
Meu mundo se aproxima em sofrimento
E nisto cada dia novo eu tento
Meu sonho sem estar já resolvido
E o todo noutro rumo ora sentido
Traçando o quanto possa o pensamento
E um verso sem temor hoje eu lapido,
O prazo determina e assim lapido
O mundo traduzindo o sofrimento
Rondando sem defesa o pensamento
E quando no final o canto eu tento
Tentando acreditar nalgum sentido
Tramando o que tentara resolvido.
Meu passo sem destino, resolvido
Enquanto um verso em paz hoje eu lapido
Buscando finalmente algum sentido
Podendo aliviar o sofrimento
E nisto este cenário aonde eu tento
Liberto e sem temor o pensamento.
O quanto poderia o pensamento
E nisto com certeza, resolvido
Meu passo rumo ao tanto quero e tento,
Aos poucos em verdade o bem lapido
Marcando com temor o sofrimento
Deixando este meu mundo sem sentido,
O passo noutro encanto já sentido
Rondando o quanto vale o pensamento
Gerando tanta vez o sofrimento
E o mundo se mostrara em resolvido
Momento aonde o mundo ora lapido
Enquanto uma saída ainda tento,
Meu mundo busco e tento, algo sentido
E quando assim lapido o pensamento
Deixando resolvido o sofrimento.
MARCOS LOURES
Já nada mais pudera aonde eu tento
Seguir o meu caminho sem sentido
O corte desenhado onde lapido
E trama o quanto possa o pensamento
Gerando o que pudera resolvido
E nisto só presumo o sofrimento,
Meu mundo se aproxima em sofrimento
E nisto cada dia novo eu tento
Meu sonho sem estar já resolvido
E o todo noutro rumo ora sentido
Traçando o quanto possa o pensamento
E um verso sem temor hoje eu lapido,
O prazo determina e assim lapido
O mundo traduzindo o sofrimento
Rondando sem defesa o pensamento
E quando no final o canto eu tento
Tentando acreditar nalgum sentido
Tramando o que tentara resolvido.
Meu passo sem destino, resolvido
Enquanto um verso em paz hoje eu lapido
Buscando finalmente algum sentido
Podendo aliviar o sofrimento
E nisto este cenário aonde eu tento
Liberto e sem temor o pensamento.
O quanto poderia o pensamento
E nisto com certeza, resolvido
Meu passo rumo ao tanto quero e tento,
Aos poucos em verdade o bem lapido
Marcando com temor o sofrimento
Deixando este meu mundo sem sentido,
O passo noutro encanto já sentido
Rondando o quanto vale o pensamento
Gerando tanta vez o sofrimento
E o mundo se mostrara em resolvido
Momento aonde o mundo ora lapido
Enquanto uma saída ainda tento,
Meu mundo busco e tento, algo sentido
E quando assim lapido o pensamento
Deixando resolvido o sofrimento.
MARCOS LOURES
MOMENTOS EM QUE TE AMEI
MOMENTOS EM QUE TE AMEI
Nos momentos, querida, em que te amei,
Inesquecíveis dias de ilusão.
Minhas palavras, versos dediquei
Com toda a força viva da emoção...
Nos sonhos mais divinos mergulhei,
Mesmo nesta inconstância, coração.
Agora bem distante, amor eu sei,
Que tudo não passou de uma paixão...
Meu castelo foi feito de carinho
Na praia dos meus sonhos, fina areia...
O mar levou, agora estou sozinho
Bem longe desta praia, deste mar...
Saudade, o que me resta em lua cheia
Por isso, tão somente recordar...
Baseado em NOSSOS MOMENTOS
MARCOS LOURES
Nos momentos, querida, em que te amei,
Inesquecíveis dias de ilusão.
Minhas palavras, versos dediquei
Com toda a força viva da emoção...
Nos sonhos mais divinos mergulhei,
Mesmo nesta inconstância, coração.
Agora bem distante, amor eu sei,
Que tudo não passou de uma paixão...
Meu castelo foi feito de carinho
Na praia dos meus sonhos, fina areia...
O mar levou, agora estou sozinho
Bem longe desta praia, deste mar...
Saudade, o que me resta em lua cheia
Por isso, tão somente recordar...
Baseado em NOSSOS MOMENTOS
MARCOS LOURES
MOTIVOS DE CHACOTA? Eis o velho soneto se arrastando pelas ruas.
MOTIVOS DE CHACOTA? Eis o velho soneto se arrastando pelas ruas.
Num pacto que se faça com a vida,
É necessário o corpo de algum velho,
E quando um realejo, hoje eu me engelho,
O morto traz a marca presumida,
Da cena que deveras já se afasta
Afásico cometa se desloca,
E sem restar sequer gueto nem toca,
A imagem do soneto ora é nefasta,
Motivo para novas gargalhadas,
Os novos esmagando estes resquícios
Jogados pelos grandes precipícios,
Nas fossas já faz tempo abandonadas,
Contemporaneidade traz em si
O quanto desejei e sei, perdi.
Marcos Loures
Num pacto que se faça com a vida,
É necessário o corpo de algum velho,
E quando um realejo, hoje eu me engelho,
O morto traz a marca presumida,
Da cena que deveras já se afasta
Afásico cometa se desloca,
E sem restar sequer gueto nem toca,
A imagem do soneto ora é nefasta,
Motivo para novas gargalhadas,
Os novos esmagando estes resquícios
Jogados pelos grandes precipícios,
Nas fossas já faz tempo abandonadas,
Contemporaneidade traz em si
O quanto desejei e sei, perdi.
Marcos Loures
SONETO: UM CADÁVER INSEPULTO? Até o féretro está apodrecido.
SONETO: UM CADÁVER INSEPULTO? Até o féretro está apodrecido.
Jamais imaginei que esta mortalha
Coubesse com tamanha precisão
No corpo sem vigor, envolto em não,
Enquanto muito além a vida talha
A força com que a forja hoje retalha
E os termos quando enfim revelarão
Os dias mais ferrenhos que virão
Literatura, um campo de batalha?
Minha arma se resume em catapulta
Contemporâneo som já me sepulta
E apenas me restasse esta carcaça,
Heroicos decassílabos? Tolices.
E sinto que em verdade o quanto visses
Demonstra este cadáver que em mim passa.
Marcos Loures
Jamais imaginei que esta mortalha
Coubesse com tamanha precisão
No corpo sem vigor, envolto em não,
Enquanto muito além a vida talha
A força com que a forja hoje retalha
E os termos quando enfim revelarão
Os dias mais ferrenhos que virão
Literatura, um campo de batalha?
Minha arma se resume em catapulta
Contemporâneo som já me sepulta
E apenas me restasse esta carcaça,
Heroicos decassílabos? Tolices.
E sinto que em verdade o quanto visses
Demonstra este cadáver que em mim passa.
Marcos Loures
BANDEIRA APODRECIDA
BANDEIRA APODRECIDA
Carrego esta bandeira estropiada
E, louco, desafio e já me canso,
Aonde se fizera algum remanso
Literatura agora pré-moldada,
Na face do soneto, a destroçada,
Imagem que em vazios sonhos lanço,
Cheirando à podridão, carniça e ranço,
Depois de tanta luta vejo o nada.
Espectro moribundo e ultrapassado,
O canto se mostrara ora engelhado
E o preço a se pagar: anonimato,
Mas mesmo sem ter forças, inda tento,
Porém mais forte é o imenso vento,
A poluída fonte, eu não resgato...
Marcos Loures
Carrego esta bandeira estropiada
E, louco, desafio e já me canso,
Aonde se fizera algum remanso
Literatura agora pré-moldada,
Na face do soneto, a destroçada,
Imagem que em vazios sonhos lanço,
Cheirando à podridão, carniça e ranço,
Depois de tanta luta vejo o nada.
Espectro moribundo e ultrapassado,
O canto se mostrara ora engelhado
E o preço a se pagar: anonimato,
Mas mesmo sem ter forças, inda tento,
Porém mais forte é o imenso vento,
A poluída fonte, eu não resgato...
Marcos Loures
NECRÓLOGO
NECRÓLOGO
A quem com paciência e beneplácito
Ainda ouvira a voz antiga e espúria,
Qual fosse derradeira e atroz lamúria,
No ocaso de um martírio um erro tácito,
Neste esgarçar dorido um ser incauto,
Um asqueroso verme em podridão,
Morrendo de total inanição
Carro de boi exposto em pleno asfalto,
Não mais que este excremento do que outrora
Pudesse ser chamado: poesia,
A luta agora agônica e sombria,
Necrólogo cenário me devora,
E dos poucos sarcófagos infectos,
Meus versos desnudando vis aspectos.
Marcos Loures
A quem com paciência e beneplácito
Ainda ouvira a voz antiga e espúria,
Qual fosse derradeira e atroz lamúria,
No ocaso de um martírio um erro tácito,
Neste esgarçar dorido um ser incauto,
Um asqueroso verme em podridão,
Morrendo de total inanição
Carro de boi exposto em pleno asfalto,
Não mais que este excremento do que outrora
Pudesse ser chamado: poesia,
A luta agora agônica e sombria,
Necrólogo cenário me devora,
E dos poucos sarcófagos infectos,
Meus versos desnudando vis aspectos.
Marcos Loures
FIM DE JOGO.
FIM DE JOGO.
Cumprida minha etapa, é fim de jogo,
De nada valeria prosseguir,
Refeito do que pude presumir,
O todo quando o faço é mero logro,
Restara tão somente este sepulcro,
E nele o decompor do que pensara
Outrora como fonte imensa e clara,
Agora para o nada, mero fulcro,
Republicando velhos elementos,
Os dias se transcorrem bem mais lentos
Com toscos alimentos, um caquético,
Do grão que o mundo leva para o ocaso,
Aceito com ternura este descaso,
Nos rastros de um soneto, ora esquelético.
Marcos Loures
Cumprida minha etapa, é fim de jogo,
De nada valeria prosseguir,
Refeito do que pude presumir,
O todo quando o faço é mero logro,
Restara tão somente este sepulcro,
E nele o decompor do que pensara
Outrora como fonte imensa e clara,
Agora para o nada, mero fulcro,
Republicando velhos elementos,
Os dias se transcorrem bem mais lentos
Com toscos alimentos, um caquético,
Do grão que o mundo leva para o ocaso,
Aceito com ternura este descaso,
Nos rastros de um soneto, ora esquelético.
Marcos Loures
AMARELADO PELO TEMPO
AMARELADO PELO TEMPO
Trouxeste em tuas mãos as aquarelas
E nelas outras tantas reproduzes,
Caleidoscópios feitos destas luzes,
Gerando o que de fato queres; selas,
Não tendo no horizonte rotas celas,
Apesar de encontrar as minhas cruzes,
Nos sonhos do imbecil, velhos obuses,
Calados quando o agora me revelas,
Proximidade trago com a morte
E nada sem sentido algum comporte
O norte que exaurido não existe,
Nos frascos da saudade, destruídos,
Meus versos que imagino, são ruídos,
Aboio sertanejo, augúrio triste...
Marcos Loures
Trouxeste em tuas mãos as aquarelas
E nelas outras tantas reproduzes,
Caleidoscópios feitos destas luzes,
Gerando o que de fato queres; selas,
Não tendo no horizonte rotas celas,
Apesar de encontrar as minhas cruzes,
Nos sonhos do imbecil, velhos obuses,
Calados quando o agora me revelas,
Proximidade trago com a morte
E nada sem sentido algum comporte
O norte que exaurido não existe,
Nos frascos da saudade, destruídos,
Meus versos que imagino, são ruídos,
Aboio sertanejo, augúrio triste...
Marcos Loures
Velho, mas não velhaco.
Velho, mas não velhaco.
O verso embolorado que apresento
Semente apodrecida desde quando
Aos poucos fora atroz se desenhando
Levado pelo antigo e tosco vento,
No quanto se pudera em pensamento
Tentar me renovar, mas me tornando,
Um velho entorpecido em contrabando,
Morrendo em suicídio manso e lento,
No contrapé da vida sigo arcaico,
E sendo de tal forma enfim prosaico,
Envolto em velhas brumas, adormeço.
Não tenho mais vigor e nem pudesse
Trazer à poesia uma benesse,
Esqueço; do porvir, seu endereço.
Marcos Loures
O verso embolorado que apresento
Semente apodrecida desde quando
Aos poucos fora atroz se desenhando
Levado pelo antigo e tosco vento,
No quanto se pudera em pensamento
Tentar me renovar, mas me tornando,
Um velho entorpecido em contrabando,
Morrendo em suicídio manso e lento,
No contrapé da vida sigo arcaico,
E sendo de tal forma enfim prosaico,
Envolto em velhas brumas, adormeço.
Não tenho mais vigor e nem pudesse
Trazer à poesia uma benesse,
Esqueço; do porvir, seu endereço.
Marcos Loures
SEXTINA 004 AMOR QUE NOS LIBERTA
SEXTINA 004 AMOR QUE NOS LIBERTA
Amor que nos liberta e traz no olhar
Certeza de um momento onde encontrar
Vencendo cada instante a se entregar
Vagando noutro rumo a procurar
Aonde se pudera num altar
O sonho mais diverso a se mostrar.
O rumo quando tenta se mostrar
E dita com certeza um raro olhar
Ousando em ter nas mãos o raro altar,
Buscando cada instante a me encontrar,
Depois de tanto tempo procurar
Sabendo tão somente me entregar;
E quantas vezes pude ao entregar
Meu sonho num momento a paz mostrar
Ousando na esperança procurar
E nesta direção diversa olhar
Até poder enfim paz encontrar
Reinando como fosse um nobre altar,
Quem faz do grande amor o seu altar
Já sabe o quanto possa se entregar
E após outro momento eu encontrar
O passo sem temor a se mostrar
E sinto um raro brilho em teu olhar
Depois de tanto, tanto procurar.
A vida não cansando a procurar
Aonde se ergue em nós um claro altar
E traz a força imensa neste olhar
Podendo com certeza me entregar
Até que eu possa o quanto em paz mostrar
E nisto a luz com calma eu encontrar.
E sei que poderia te encontrar
Depois de tanto tempo procurar
Estrela que nos guia a se mostrar
Ousando na alegria como altar
Tramando o que pudera ao me entregar
Trazer com maior força em meu olhar.
Pudesse neste olhar ao encontrar
O tanto a se entregar e procurar
No amor um raro altar a se mostrar.
MARCOS LOURES
Amor que nos liberta e traz no olhar
Certeza de um momento onde encontrar
Vencendo cada instante a se entregar
Vagando noutro rumo a procurar
Aonde se pudera num altar
O sonho mais diverso a se mostrar.
O rumo quando tenta se mostrar
E dita com certeza um raro olhar
Ousando em ter nas mãos o raro altar,
Buscando cada instante a me encontrar,
Depois de tanto tempo procurar
Sabendo tão somente me entregar;
E quantas vezes pude ao entregar
Meu sonho num momento a paz mostrar
Ousando na esperança procurar
E nesta direção diversa olhar
Até poder enfim paz encontrar
Reinando como fosse um nobre altar,
Quem faz do grande amor o seu altar
Já sabe o quanto possa se entregar
E após outro momento eu encontrar
O passo sem temor a se mostrar
E sinto um raro brilho em teu olhar
Depois de tanto, tanto procurar.
A vida não cansando a procurar
Aonde se ergue em nós um claro altar
E traz a força imensa neste olhar
Podendo com certeza me entregar
Até que eu possa o quanto em paz mostrar
E nisto a luz com calma eu encontrar.
E sei que poderia te encontrar
Depois de tanto tempo procurar
Estrela que nos guia a se mostrar
Ousando na alegria como altar
Tramando o que pudera ao me entregar
Trazer com maior força em meu olhar.
Pudesse neste olhar ao encontrar
O tanto a se entregar e procurar
No amor um raro altar a se mostrar.
MARCOS LOURES
POR AÍ
POR AÍ
Ao te encontrar bebendo por aí,
Rolando pelos bares , botequins,
Desculpe, meu amor, se assim sorri.
Meios não justificam-se nos fins.
Mas não pude conter minha alegria
Ao saber que quem sempre maltratou
Perambulando em dor, em agonia,
A vida, justiceira, se vingou...
O remorso te leva ao desespero...
Bem sei que este veneno que provei
Quando em traição eu te encontrei
Nos braços de um querido companheiro,
Feriste meu amor em dura lança.
Por isso essa alegria, uma vingança...
Baseado em VINGANÇA de Lupiscínio Rodrigues
MARCOS LOURES
Ao te encontrar bebendo por aí,
Rolando pelos bares , botequins,
Desculpe, meu amor, se assim sorri.
Meios não justificam-se nos fins.
Mas não pude conter minha alegria
Ao saber que quem sempre maltratou
Perambulando em dor, em agonia,
A vida, justiceira, se vingou...
O remorso te leva ao desespero...
Bem sei que este veneno que provei
Quando em traição eu te encontrei
Nos braços de um querido companheiro,
Feriste meu amor em dura lança.
Por isso essa alegria, uma vingança...
Baseado em VINGANÇA de Lupiscínio Rodrigues
MARCOS LOURES
ARISCOS
ARISCOS
Ariscos desejares em que eu possa
Grassar diversos sonhos e pecados,
Os olhos imaginam seus enfados
E os fados ditam ruas, corte e fossa,
Das nuas ilusões, nada me endossa,
O tempo trama apenas desbotados
Momentos entre enganos desdenhados,
E a luta a cada corte nos destroça,
Versáteis armas traz este inimigo,
O quanto poderia e não prossigo,
Abrigos e defesas sendo heroicos,
Esteios destruídos, desalento,
E quando noutro instante ainda tento,
Meus dias são somente vãos e estoicos.
Marcos Loures
Ariscos desejares em que eu possa
Grassar diversos sonhos e pecados,
Os olhos imaginam seus enfados
E os fados ditam ruas, corte e fossa,
Das nuas ilusões, nada me endossa,
O tempo trama apenas desbotados
Momentos entre enganos desdenhados,
E a luta a cada corte nos destroça,
Versáteis armas traz este inimigo,
O quanto poderia e não prossigo,
Abrigos e defesas sendo heroicos,
Esteios destruídos, desalento,
E quando noutro instante ainda tento,
Meus dias são somente vãos e estoicos.
Marcos Loures
CAIS SOTURNO
CAIS SOTURNO
Não mais me importaria qualquer fato
Que ditaria o passo mesmo além
Do pouco ou quase nada que convém
A quem aquém do vago ora retrato,
Determinando assim o desacato,
No desafeto atroz de ser ninguém
Em vacilante passo, mal ou bem,
O mundo noutro instante eu arrebato,
Querendo ou não querendo ser diverso
Do todo que se possa em cada verso
Deixando mais distante, em vão lacustre,
Na pétrea solidão de um cais soturno,
E quando se mostrara onde me enfurno,
Oceano abissal, o qual nos frustre.
Marcos Loures
Não mais me importaria qualquer fato
Que ditaria o passo mesmo além
Do pouco ou quase nada que convém
A quem aquém do vago ora retrato,
Determinando assim o desacato,
No desafeto atroz de ser ninguém
Em vacilante passo, mal ou bem,
O mundo noutro instante eu arrebato,
Querendo ou não querendo ser diverso
Do todo que se possa em cada verso
Deixando mais distante, em vão lacustre,
Na pétrea solidão de um cais soturno,
E quando se mostrara onde me enfurno,
Oceano abissal, o qual nos frustre.
Marcos Loures
BELA ESCOLHA
BELA ESCOLHA
As flores matinais, a primavera
Depositando apenas outro engano,
E nada do que possa em soberano
Momento onde esse nada degenera,
Resenhas mais diversas, a insincera
Palavra que se mostra em mais profano
Desejo que pudera em rude plano
Tomando a sensação que em dor impera,
Não mera sensação esmera o passo,
Trapaças que esta sorte desenhara,
Tornando uma alegria bem mais rara
E quando, em torpes linhas, hoje eu traço,
O olhar que se mostrara esquizofrênico,
Restando ora escolher: cicuta? Arsênico?
Marcos Loures
As flores matinais, a primavera
Depositando apenas outro engano,
E nada do que possa em soberano
Momento onde esse nada degenera,
Resenhas mais diversas, a insincera
Palavra que se mostra em mais profano
Desejo que pudera em rude plano
Tomando a sensação que em dor impera,
Não mera sensação esmera o passo,
Trapaças que esta sorte desenhara,
Tornando uma alegria bem mais rara
E quando, em torpes linhas, hoje eu traço,
O olhar que se mostrara esquizofrênico,
Restando ora escolher: cicuta? Arsênico?
Marcos Loures
TERRAS DISTANTES
TERRAS DISTANTES
Das terras mais distantes, o cenário
Que tanto desejei e não viera
Apresentando a face mais austera
Do amor qual fora apenas um corsário,
O encanto se moldando imaginário,
A luta noutra farsa destempera
E a sórdida expressão somente gera
O marco mais feroz, incendiário.
Necessitasse além de algum descanso,
O todo que buscando não alcanço,
Remansos onde o barco não aporta,
A sensação diversa que se cria,
Na luta que decerto em agonia
Deixasse uma esperança ausente, morta.
Marcos Loures
Das terras mais distantes, o cenário
Que tanto desejei e não viera
Apresentando a face mais austera
Do amor qual fora apenas um corsário,
O encanto se moldando imaginário,
A luta noutra farsa destempera
E a sórdida expressão somente gera
O marco mais feroz, incendiário.
Necessitasse além de algum descanso,
O todo que buscando não alcanço,
Remansos onde o barco não aporta,
A sensação diversa que se cria,
Na luta que decerto em agonia
Deixasse uma esperança ausente, morta.
Marcos Loures
MERAS ILUSÕES
MERAS ILUSÕES
Já não me esconderia do que outrora
Pousasse mansamente e não carrego
Deixando para trás o frágil ego
Morrendo enquanto a vida desarvora,
Negar o que me trama e me apavora,
Um tosco desvalido segue cego,
E o corpo já ferido ora carrego,
Marcando o quanto possa sem ter hora,
Em nebulosas tardes, meu vazio
Cenário se transforma enquanto eu crio
Apenas o que possa em porto rude,
Despisto a própria morte, mas bem sei
Que exposto sem defesas, nesta lei
Um novo dia nasce e em vão, me ilude.
Marcos Loures
Já não me esconderia do que outrora
Pousasse mansamente e não carrego
Deixando para trás o frágil ego
Morrendo enquanto a vida desarvora,
Negar o que me trama e me apavora,
Um tosco desvalido segue cego,
E o corpo já ferido ora carrego,
Marcando o quanto possa sem ter hora,
Em nebulosas tardes, meu vazio
Cenário se transforma enquanto eu crio
Apenas o que possa em porto rude,
Despisto a própria morte, mas bem sei
Que exposto sem defesas, nesta lei
Um novo dia nasce e em vão, me ilude.
Marcos Loures
Mergulhos em vão
Mergulhos em vão
Mergulharia em torno do que temo
E nisto serviria a solidão
Qual porto que pudesse desde então
Traçar na mesma sorte, corte e remo,
A morte enquanto nela em paz me algemo,
Os dias que, de fato, moldarão,
A mesma turva e amarga solidão,
Gerando a cada engano um novo demo,
Marcantes e medonhas garatujas
Enquanto com terror tu vens e sujas
Forjando o mais sombrio mundo; ocaso,
Estridulosas lutas entremeio
E nada do que molde o velho anseio,
Embora em quanto reste seja o acaso.
Marcos Loures
Mergulharia em torno do que temo
E nisto serviria a solidão
Qual porto que pudesse desde então
Traçar na mesma sorte, corte e remo,
A morte enquanto nela em paz me algemo,
Os dias que, de fato, moldarão,
A mesma turva e amarga solidão,
Gerando a cada engano um novo demo,
Marcantes e medonhas garatujas
Enquanto com terror tu vens e sujas
Forjando o mais sombrio mundo; ocaso,
Estridulosas lutas entremeio
E nada do que molde o velho anseio,
Embora em quanto reste seja o acaso.
Marcos Loures
BASES INSTÁVEIS
BASES INSTÁVEIS
Chorasse cada flor de algum jardim
Apodrecendo os sonhos de quem tanto
Fizera da emoção mero quebranto
E a vida se esvaindo, vejo o fim,
E; quantas vezes, busco inútil sim,
Sabendo que pudera em desencanto
Traçar esta ilusão em cada canto
Marcando o que demora ainda em mim,
Negar a melhor sorte, sendo um traste,
E nisto outro sentido demonstraste,
Vestindo a mesma farsa que me trazes,
Rompendo dentro da alma esta aliança
A mera fantasia nada alcança
Tornando agora instáveis minhas bases.
Marcos Loures
Chorasse cada flor de algum jardim
Apodrecendo os sonhos de quem tanto
Fizera da emoção mero quebranto
E a vida se esvaindo, vejo o fim,
E; quantas vezes, busco inútil sim,
Sabendo que pudera em desencanto
Traçar esta ilusão em cada canto
Marcando o que demora ainda em mim,
Negar a melhor sorte, sendo um traste,
E nisto outro sentido demonstraste,
Vestindo a mesma farsa que me trazes,
Rompendo dentro da alma esta aliança
A mera fantasia nada alcança
Tornando agora instáveis minhas bases.
Marcos Loures
SEXTINA 3 A FORMA MAIS SUAVE DA ESPERANÇA
SEXTINA 3 A FORMA MAIS SUAVE DA ESPERANÇA
A forma mais suave da esperança
Traduz felicidade e nada mais
Os dias quando fossem tão venais
A sorte na verdade ao nada lança
E quanta vez eu vejo esta aliança
Marcada por instantes desiguais.
Os sonhos tantas vezes desiguais
E o quanto poderia em esperança
Gerar noutro momento esta aliança
Deixando para além o nunca mais,
A vida quando adentra em fina lança
Expressa os erros tolos e venais.
O prazo entre momentos que, venais
Já não comportariam desiguais
Caminhos entre os todos quando lança
A voz ao se perder em esperança
No todo desejado e sempre mais
Tentando produzir tal aliança.
A noite nos tramando uma aliança
Embora dias sigam tais venais
Momentos entre os ermos; peço mais
Nos tantos que pudessem desiguais
Gestando tão somente esta esperança
Ousando na alegria onde se lança.
O canto desejado e nele lança
Marcando o dia a dia em aliança
Trazendo tão somente esta esperança
Esbarro nos engodos e venais
Momentos com temores desiguais
E neste caminhar o tempo a mais
O quanto poderia e sempre mais
Ousando na incerteza onde se lança
Ausência dentre tantos desiguais
E neste caminhar uma aliança
Presume outros sentidos mais venais
Matando o quanto fora uma esperança.
A vida em esperança traz a mais
Os dias mais venais a sorte lança
Ousando em aliança os desiguais.
MARCOS LOURES
A forma mais suave da esperança
Traduz felicidade e nada mais
Os dias quando fossem tão venais
A sorte na verdade ao nada lança
E quanta vez eu vejo esta aliança
Marcada por instantes desiguais.
Os sonhos tantas vezes desiguais
E o quanto poderia em esperança
Gerar noutro momento esta aliança
Deixando para além o nunca mais,
A vida quando adentra em fina lança
Expressa os erros tolos e venais.
O prazo entre momentos que, venais
Já não comportariam desiguais
Caminhos entre os todos quando lança
A voz ao se perder em esperança
No todo desejado e sempre mais
Tentando produzir tal aliança.
A noite nos tramando uma aliança
Embora dias sigam tais venais
Momentos entre os ermos; peço mais
Nos tantos que pudessem desiguais
Gestando tão somente esta esperança
Ousando na alegria onde se lança.
O canto desejado e nele lança
Marcando o dia a dia em aliança
Trazendo tão somente esta esperança
Esbarro nos engodos e venais
Momentos com temores desiguais
E neste caminhar o tempo a mais
O quanto poderia e sempre mais
Ousando na incerteza onde se lança
Ausência dentre tantos desiguais
E neste caminhar uma aliança
Presume outros sentidos mais venais
Matando o quanto fora uma esperança.
A vida em esperança traz a mais
Os dias mais venais a sorte lança
Ousando em aliança os desiguais.
MARCOS LOURES
terça-feira, 26 de junho de 2012
A RESPOSTA DO GÉCA-TATÚ - CATULO DA PAIXÃO CEARENSE
O caboclo Géca Tatú, tendo o mesmo nome do outro, a quem se referiu n’um dos seus
discursos uma personagem de grande vulto, ofendido, e julgando que todas aquelas
referências foram feitas a si, resolve vir à Capital para rebatê-las, segundo seu modo de
pensar. Ouçamos a defesa do violeiro nortista, perante o seu eminente ofensor, o maior
brasileiro do seu tempo.
A RESPOSTA DO GÉCA-TATÚ
A João Pernambuco, a alma dos violeiros e cantadores da minha terra.
Seu doutô!... Venho dos brêdo,
só prá móde arrespondê
toda aquela fardunçage
que vancê foi inscrêvê.
Eu não sei lê, mas porêm
o seu Padre Capelão,
que sabe lé munto bem,
lêu prá nós tudo, im três mez,
o seu bunito sermão.
Me dissérum, cá na Côrte,
que o seu doutô faz aquilo
de cabeça e sem trabáio!...
Vancê tem fôrgo de gato
e lingua de papagaio!
Não têje vancê jurgando
que eu sêje argum canguçú!
Não sou, não, seu Conseêiro!
Sou do Norte!... Eu sou violêro,
e vivo naquelas mata,
cumo véve um sanhassú.
Vassúncê já me cunhece!
Eu sou o Géca-Tatú!
Os hóme cá da cidade
me agarante que o sinhô
é o prêmêro entre os prêmêro,
é o mais grande brasilêro,
é o Dunga dos inscritô!....
Mas porém macaco véio
não mete a mão im cumbuca
vazia ansim, seu doutô!
Nós tudo já tá cansado
desta vida de rocêro,
prá dá mio a tantu galo
que só canta no polêro.
Meu patrão e os cumpanhêro
só leva a falá de lêzes,
que é uma grande trapaiada,
imquanto nós leva a vida
surrando as mão c’uma inxada.
Cum toda essa mapiáge,
vassuncê, seu senadô,
nunca um dia se alembrou
que lá, naquelas parage,
a gente morre de sêde
e de fôme.. sim sinhô!
Vassuncê só abre o bico,
prá cantá cumo um cancão,
quando qué fazê seu ninho
nos gáio d’uma inleição!
Vassuncê, que sabe tudo,
é capaz de arrespondê
quando é que se ouve nos mato
o canto dos zabelê!?
Im que hora é que o macuco
se põe mais a piá?
E quando é que a jacutinga
tá mió de se caçá?
Quando o urú, entre as foiage,
sabe mais assuviá?
Quá é de todas as árve,
a mais dêrêita e impinada?
E a que tem o páu mais duro,
e a casca mais incourada?
Vancê não sabe quá é
a madêra que é mais bôa,
prá fazê-se uma canôa!!!
Vancê, no meio da trópa
dos cavalo, seu doutô,
óiando prôs animá,
sem vê um só se movê,
não é capaz de iseuiê
um cavalo isquipadô!
Eu queria vê vancê,
no meio d’uma burrada,
somentes pulo um isturro,
dizê, im conta ajustada,
quantos ano, quantas manha,
quantos fio tem um burro!
Vancê só sabe de lêzes
que se faz cum as duas mão!...
Mas porém não sabe as lêzes
da Natureza e que Deos
fez prá nós cum o coração!
Vancê não sabe cantá
mais mió que um curió,
gemendo à bêra da estrada!
Vancê não sabe inscrevê
no papé, feito de terra,
quando a tinta é a do suó,
e quando a pena é uma inxada!
Se vancê não sabe disso,
não póde me arrespondê!...
Óia aqui, seu Conseiêro!...
Deos não fez as mãos dos hôme
somentes prá ele inscrevê!
Vassuncê é um senadô,
é um conseiêro, é um doutô!
É mais que um Imperadô!...
É o mais grande cirdadão!...
Mas porém eu lhe agaranto
que nada disso seria
naquelas mata bravia
das terra do meu sertão!!
A mizéra, seu doutô,
tombêm a gente consola!
O orguio é que mata a gente!...
Vancê qué sê Perzidente
e eu só quero sê rocêro
e tocadô de viola!
Vancê tem todo o dêrêito
de ganhá os cem prú dia,
prá mió pudê falá!!
Mas porém o que não póde
é a inguinorança insurtá!
A gente, seu Conseiêro,
tá cansada de espera!!
Vâncê diz que a gente véve
cum a mão no quêxo, assentado,
sem fazê caso das coisa
que vancê diz no Senado!
E vassuncê tem rézão!
Se nós tudo é anarfabeto,
cumo é que a gente vae lê
toda aquela falação?
Prá dizê que dois cum dois
faz quatro, seu Conseiêro,
vancê gasta seis tintêro
e fala uma noite toda
e um dia todo intêrinho!
Vossa Incerlença parece
a cumade Ginuveva,
quando intica cum os vizinho.
Preguiçoso?! Madracêro?!
Não, sinhô, seu Conseiêro!!
É pruquê vancê não sabe
o que sêje um boiadêro
criá cum tanto cuidado,
cum tanto amô e alegria,
umas cabeça de gado,
e, despois, a impidimia
carregá tudo, cum os diabo,
im mêno de quatro dia!
É pruquê vancê não sabe
o trabáio disgraçado
que um hôme tem, seu doutô,
de incoivará um roçado,
e, quando o ouro do mio,
vae ficando imbonecado,
prá gente entonce cúiê,
o mio morre de sêde,
pulo Só inturricado,
sequinho, cumo vancê.
É pruquê vancê não sabe
quanto custa um pai sofrê,
vendo o seu fio crescendo,
dizendo sempe: Papái!!
Vem me ensiná o A. B. C.!
Ói aqui, seu Senadô!
Não é só questão de nôme!!
Eu só votava prá um hôme
sê Perzidente, se o cabra
já subésse o que era fome!
Eu não queria sabê
se ele era, como vancê,
— um doutô de falação.
Abasta só que essa hôme
fosse um burro, cumo eu,
mas porém, um bom cristão!
Prá sarvá o mundo intêro
abasta tê coração!
Se eu subêsse, meu sinhô,
inscrevê, lê e contá,
entonce, sim, eu havéra
de sabê cumo assuntá!
Tarvez vancês não déxasse
os sertanejo morrendo,
pió que fosse animá!
Prú móde a politicáia,
vancê qué que um hôme sáia
do sertão prá vi votá
im Joaquim, Pedro, ou Francisco,
quando vem sê tudo iguá!?
Preguiçoso?! Madracêro?!
Não sinhô!... Seu conseiêro!
Vancê não sabe de nada!
Vancê não sabe a corage
que é percizo um hôme tê
prá corrê nas vaquejada!
Vossa Incerlença não sabe
o valô d’um sertanejo,
acerando uma Quêmada!
Vancê mente, sim, sinhô!!
O cabôco brasilêro
tem munto brio e valô!
Nós é que já tá cansado
de trabaiá prôs doutô!
A gente não faz questã
de levá um dia intêro
cum uma inxadinha na mão!
A gente péde, somentes,
prá vancês não se esquecê
que nós tudo sêmo érmão!
Vancê tem um casarão!
Tem um jardim e uma xáca!
Tem criado de casaca!
E ganha, todos os dia,
qué chôva, qué faça Só,
só prá falá, cem mir ré!
Eu trabáio o ano intêro,
somentes quando Deos qué!!
Eu vivo da minha roça,
me isfarfando, cumo um burro,
prá sustentá oito fio,
minha mãe, minha muié!
Eu drúmo im riba d’um couro,
n’uma casa de sapé!!
Vancê tem seu ôtrômóve!
Eu, prá vi no apovoádo,
ando dez legua de pé!!
Neste mez amarfadado,
prú via de não chovê,
vi a róça du feijão
à farta d’água morrê!!
O Só têve tão ardente
lá prôs lado do sertão,
que im mêno de quinze dia
perdi toda a criação!!
A minha vaca, a Férmósa,
que amava cum tanto amô,
pul’uma surucutinga
foi mordida, sim, sinhô!
Na sumana arretrazada,
o vento tanto ventou,
que a páia, que cobre a choça,
foi pulos mato!.. Avuôou!!!
Minha muié tá morrendo,
só prú farta de mêzinha,
e prú farta d’um doutô!
Minha fia, que é bunita,
bunita cumo uma frô,
seu doutô!!! Não sabe lê!
E o Juquinha, que inda tá
chêrando mêmo a cuêro
e já puntêia a viola,
se intrasse lá prá uma escola,
sabia mais que vancê!
Prá falá de tantas lêzes,
vancê viveu assuntando
nesta grande bibrótéca,
mais de quarenta janêro!
Imquanto lá, no sertão,
o Antonio da Caturrita
e o Mundico Cachacêro,
garrando o braço d’um pinhô,
saluça, n’um desafio,
três noite e três dia intêro!
E inda que prú má prêgunto,
vassuncê, que sabe munto,
diga, sem tutubiá: —
quem foi que ensinou o Antonio
e o Mundico Cachacêro
tanta coisa prá cantá?!
Eu — digo à vossa Incerlença
que isso é que é inteiligença: —
o sabê, sem se estudá!!!
Preguiçoso!? Madracêro?!
Não sinhô, seu Conseiêro!!
Vossa Incerlença não viu
um cabôco istruviado,
c’um cravinote ou garruncha,
ispantá um bataião
d’uma prução de sordado!
Vossa Incerlença parece
que não lê munto essas coisa,
ou finge que nunca lêu!
Vancês têm munto talento!!!!
Mas porém pércisa tento
cum a fôme e cum o sufrimento!...
Quem lhe agarante sou eu!
Vancê diga aos cumpanhêro
que um cabra, — o Zé das Cabôca,
anda cantando estes verso,
que, hoje, lá, no meu sertão,
avôa de boca um boca: —
“Eu prantei a minha roça!
“O tatú tudo comeu!
“Prante roça quem quizé,
“que tatú quero sê eu!”
Vassuncê sabe onde tá
os buraco adonde véve
os tatú infomeado?
Tá nos palaço da Côrte
dessa prução de ricaço,
que fez aquele palaço
cum o sangue dos diagraçado!
Vossa Incerlença pérciza
dizê prôs repubricano
que é pércizo tê cuidado!
Patrão!... Vassuncês tem tudo!...
Vancês tudo leva a vida
munto bem adivértida,
passeando lá de ôtrômóve
pula estrada da Avinida!!
Vancês tem rio de açude!!
Tem os doutô da Hingiena,
que é prá cuidá da saude!!
E nós?! Que tem?! Arresponda!!
No tempo das inleição,
que o tempo das bándaêra,
nós só tem uma cangáia,
prá levá toda a porquêra
dos doutô politicáia!
Sinhô doutô Conseiêro!
De lêzes eu não sei nada!...
Meu Dêrêito é a minha inxada!
Meu palaço é de sapé!
Quem da lêzes prá famia
é a minha bôa muié!
Eu sou frômado oito vez,
e sou tômbêm conseiêro,
pruqué tenho oito fiinho!
Quem dá lêzes prá minh’árma
é as dez corda deste pinho!
Vancê qué sê Perzidente!
Apois sêje, meu patrão!...
Nós já ficava contente,
se vancês désse prá gente
uns restozinho de pão!
A nossa terra — o Brazi —
já tem munta inteligença!!
Muntos hôme de sabença,
que só dá prá espertaião!!!!
O que nós pede é a Piadáde!!
É um tico de Caridade,
prá nós vivê, cumo érmão!!
Leve o diabo a falação!
Prá sarvá o mundo intêro!
abasta tê coração!
Prôs hôme de inteligença
trago cumigo esta figa!!
Esses hôme têm cabeça,
mas porêm o que é mais grande
do que a cabeça, é a barriga!!
Vancé, quando faz sermão,
fala munto im riligião!
Apois bem. Nosso Sinhô
que nasceu n’um prezepinho,
falava munto pouquinbo,
cum clarêza e cum amô!
Ele, o Doutô dos doutô
que era o êxêmpro da humirdade,
escuiéu prá seus apóstro,
entre os rico da cidade,
doze pobre, cumo Pedro,
que era um pobre pescadô!
E inté os pé desses hôme
o Cristo um dia lavou!!!
Seu Conseiêro, um consêio:
Dêxe toda a bibrotéca
dos livro, essa estupidêza,
vá estudá o Dêrêito
das lêzes, na Natureza,
vá vê cumo Deos é grande
e cumo póde ensiná
as coisa que um hôme sabe,
sem sê percizo estudá!
Vancê leva nestes livro
lendo e lendo a toda hora!
Mas porém eu só queria
cunhecê, seu Conseiêro,
o que vancê inguinóra!!!
E abasta! Já vou me embora.
Si um dia vancê quizé
passá uns dia de fome,
de fome e tarvez de sêde,
e drumi lá n’úma rêde,
n’uma casa de sapê,
vá passá cumigo uns tempo
nos mato do meu sertão,
que eu hei de li abri as porta
da choça e do coração.
Eu vórto prós matagá,
mas porém, ouça prêmêro.
Vancê pôde nos xingá,
nos chamá de madracêro,
pruquê nós, seu Conseiêro,
não qué mais sê bestaião.
Imquanto os hômé de riba
dexá nós tudo mazômbo,
e só cuida dos istômbo,
e só trata de inleição,
seu Conseiêro há de vê,
pitando o seu cachimbão,
o Géca-Tatú se rindo,
cuspindo, sempe cuspindo,
óiando ansim prá vancê,
cum o quêxo sempe na mão.
Eu sei que sou um animá!
Eu não sei mêmo o que eu sou!
Mas porém eu li agaranto
que o que vancê já falou,
e o que indá tem de falá,
e o que inda tem de inscrevê...
todo, todo o seu sabê,
e toda a sua saranha,
não vále unm palavrinha
daquelas coisa bunita
que Jesus, n’uma tardinha,
disse im riba da montanha!
VOCABULÁRIO
Brêdo — mato.
Fardunçage — reunião da muitas vozes.
Cangussú — onça.
Sanhasú — pássaro canoro.
Lêzes — plural de lei.
Mapiage — algazarra.
Cancão — pássaro comedor de frutas.
Zabelê — pássaro, cujo canto prenuncia chuva.
Jacutinga — ave de corpo esguio.
Urú — pequeno galináceo cor de rapé.
Burrada — tropa de burros.
Isturro — rincho.
Curió — avinhado (pássaro).
Madracêro — negligente.
Imbonecado — com espigão.
Acerar — cortar o matagal nas queimadas, para
evitar a propagação do incêndio.
Istruviado — destemido.
Talento — força, coragem.
Pinho — viola.
Mazombo — triste, necessitado.
Saranha — palavreado.
CATULO DA PAIXÃO CEARENSE
OBSERVAÇÃO - O EXPOENTE DO CENÁRIO BRASILEIRO A QUEM CATULO SE REFERIA ERA RUI BARBOSA, QUE NO SENADO UTILIZANDO O PERSONAGEM DE MONTEIRO LOBATO, DISSE QUE A CULPA DA MISÉRIA DO POVO BRASILEIRO ERA DO JECA-TATU, (GECA-TATU, FAZ PARTE DO ORIGINAL DE CATULO PUBLICADO NO LIVRO "SERTÃO EM FLOR".
discursos uma personagem de grande vulto, ofendido, e julgando que todas aquelas
referências foram feitas a si, resolve vir à Capital para rebatê-las, segundo seu modo de
pensar. Ouçamos a defesa do violeiro nortista, perante o seu eminente ofensor, o maior
brasileiro do seu tempo.
A RESPOSTA DO GÉCA-TATÚ
A João Pernambuco, a alma dos violeiros e cantadores da minha terra.
Seu doutô!... Venho dos brêdo,
só prá móde arrespondê
toda aquela fardunçage
que vancê foi inscrêvê.
Eu não sei lê, mas porêm
o seu Padre Capelão,
que sabe lé munto bem,
lêu prá nós tudo, im três mez,
o seu bunito sermão.
Me dissérum, cá na Côrte,
que o seu doutô faz aquilo
de cabeça e sem trabáio!...
Vancê tem fôrgo de gato
e lingua de papagaio!
Não têje vancê jurgando
que eu sêje argum canguçú!
Não sou, não, seu Conseêiro!
Sou do Norte!... Eu sou violêro,
e vivo naquelas mata,
cumo véve um sanhassú.
Vassúncê já me cunhece!
Eu sou o Géca-Tatú!
Os hóme cá da cidade
me agarante que o sinhô
é o prêmêro entre os prêmêro,
é o mais grande brasilêro,
é o Dunga dos inscritô!....
Mas porém macaco véio
não mete a mão im cumbuca
vazia ansim, seu doutô!
Nós tudo já tá cansado
desta vida de rocêro,
prá dá mio a tantu galo
que só canta no polêro.
Meu patrão e os cumpanhêro
só leva a falá de lêzes,
que é uma grande trapaiada,
imquanto nós leva a vida
surrando as mão c’uma inxada.
Cum toda essa mapiáge,
vassuncê, seu senadô,
nunca um dia se alembrou
que lá, naquelas parage,
a gente morre de sêde
e de fôme.. sim sinhô!
Vassuncê só abre o bico,
prá cantá cumo um cancão,
quando qué fazê seu ninho
nos gáio d’uma inleição!
Vassuncê, que sabe tudo,
é capaz de arrespondê
quando é que se ouve nos mato
o canto dos zabelê!?
Im que hora é que o macuco
se põe mais a piá?
E quando é que a jacutinga
tá mió de se caçá?
Quando o urú, entre as foiage,
sabe mais assuviá?
Quá é de todas as árve,
a mais dêrêita e impinada?
E a que tem o páu mais duro,
e a casca mais incourada?
Vancê não sabe quá é
a madêra que é mais bôa,
prá fazê-se uma canôa!!!
Vancê, no meio da trópa
dos cavalo, seu doutô,
óiando prôs animá,
sem vê um só se movê,
não é capaz de iseuiê
um cavalo isquipadô!
Eu queria vê vancê,
no meio d’uma burrada,
somentes pulo um isturro,
dizê, im conta ajustada,
quantos ano, quantas manha,
quantos fio tem um burro!
Vancê só sabe de lêzes
que se faz cum as duas mão!...
Mas porém não sabe as lêzes
da Natureza e que Deos
fez prá nós cum o coração!
Vancê não sabe cantá
mais mió que um curió,
gemendo à bêra da estrada!
Vancê não sabe inscrevê
no papé, feito de terra,
quando a tinta é a do suó,
e quando a pena é uma inxada!
Se vancê não sabe disso,
não póde me arrespondê!...
Óia aqui, seu Conseiêro!...
Deos não fez as mãos dos hôme
somentes prá ele inscrevê!
Vassuncê é um senadô,
é um conseiêro, é um doutô!
É mais que um Imperadô!...
É o mais grande cirdadão!...
Mas porém eu lhe agaranto
que nada disso seria
naquelas mata bravia
das terra do meu sertão!!
A mizéra, seu doutô,
tombêm a gente consola!
O orguio é que mata a gente!...
Vancê qué sê Perzidente
e eu só quero sê rocêro
e tocadô de viola!
Vancê tem todo o dêrêito
de ganhá os cem prú dia,
prá mió pudê falá!!
Mas porém o que não póde
é a inguinorança insurtá!
A gente, seu Conseiêro,
tá cansada de espera!!
Vâncê diz que a gente véve
cum a mão no quêxo, assentado,
sem fazê caso das coisa
que vancê diz no Senado!
E vassuncê tem rézão!
Se nós tudo é anarfabeto,
cumo é que a gente vae lê
toda aquela falação?
Prá dizê que dois cum dois
faz quatro, seu Conseiêro,
vancê gasta seis tintêro
e fala uma noite toda
e um dia todo intêrinho!
Vossa Incerlença parece
a cumade Ginuveva,
quando intica cum os vizinho.
Preguiçoso?! Madracêro?!
Não, sinhô, seu Conseiêro!!
É pruquê vancê não sabe
o que sêje um boiadêro
criá cum tanto cuidado,
cum tanto amô e alegria,
umas cabeça de gado,
e, despois, a impidimia
carregá tudo, cum os diabo,
im mêno de quatro dia!
É pruquê vancê não sabe
o trabáio disgraçado
que um hôme tem, seu doutô,
de incoivará um roçado,
e, quando o ouro do mio,
vae ficando imbonecado,
prá gente entonce cúiê,
o mio morre de sêde,
pulo Só inturricado,
sequinho, cumo vancê.
É pruquê vancê não sabe
quanto custa um pai sofrê,
vendo o seu fio crescendo,
dizendo sempe: Papái!!
Vem me ensiná o A. B. C.!
Ói aqui, seu Senadô!
Não é só questão de nôme!!
Eu só votava prá um hôme
sê Perzidente, se o cabra
já subésse o que era fome!
Eu não queria sabê
se ele era, como vancê,
— um doutô de falação.
Abasta só que essa hôme
fosse um burro, cumo eu,
mas porém, um bom cristão!
Prá sarvá o mundo intêro
abasta tê coração!
Se eu subêsse, meu sinhô,
inscrevê, lê e contá,
entonce, sim, eu havéra
de sabê cumo assuntá!
Tarvez vancês não déxasse
os sertanejo morrendo,
pió que fosse animá!
Prú móde a politicáia,
vancê qué que um hôme sáia
do sertão prá vi votá
im Joaquim, Pedro, ou Francisco,
quando vem sê tudo iguá!?
Preguiçoso?! Madracêro?!
Não sinhô!... Seu conseiêro!
Vancê não sabe de nada!
Vancê não sabe a corage
que é percizo um hôme tê
prá corrê nas vaquejada!
Vossa Incerlença não sabe
o valô d’um sertanejo,
acerando uma Quêmada!
Vancê mente, sim, sinhô!!
O cabôco brasilêro
tem munto brio e valô!
Nós é que já tá cansado
de trabaiá prôs doutô!
A gente não faz questã
de levá um dia intêro
cum uma inxadinha na mão!
A gente péde, somentes,
prá vancês não se esquecê
que nós tudo sêmo érmão!
Vancê tem um casarão!
Tem um jardim e uma xáca!
Tem criado de casaca!
E ganha, todos os dia,
qué chôva, qué faça Só,
só prá falá, cem mir ré!
Eu trabáio o ano intêro,
somentes quando Deos qué!!
Eu vivo da minha roça,
me isfarfando, cumo um burro,
prá sustentá oito fio,
minha mãe, minha muié!
Eu drúmo im riba d’um couro,
n’uma casa de sapé!!
Vancê tem seu ôtrômóve!
Eu, prá vi no apovoádo,
ando dez legua de pé!!
Neste mez amarfadado,
prú via de não chovê,
vi a róça du feijão
à farta d’água morrê!!
O Só têve tão ardente
lá prôs lado do sertão,
que im mêno de quinze dia
perdi toda a criação!!
A minha vaca, a Férmósa,
que amava cum tanto amô,
pul’uma surucutinga
foi mordida, sim, sinhô!
Na sumana arretrazada,
o vento tanto ventou,
que a páia, que cobre a choça,
foi pulos mato!.. Avuôou!!!
Minha muié tá morrendo,
só prú farta de mêzinha,
e prú farta d’um doutô!
Minha fia, que é bunita,
bunita cumo uma frô,
seu doutô!!! Não sabe lê!
E o Juquinha, que inda tá
chêrando mêmo a cuêro
e já puntêia a viola,
se intrasse lá prá uma escola,
sabia mais que vancê!
Prá falá de tantas lêzes,
vancê viveu assuntando
nesta grande bibrótéca,
mais de quarenta janêro!
Imquanto lá, no sertão,
o Antonio da Caturrita
e o Mundico Cachacêro,
garrando o braço d’um pinhô,
saluça, n’um desafio,
três noite e três dia intêro!
E inda que prú má prêgunto,
vassuncê, que sabe munto,
diga, sem tutubiá: —
quem foi que ensinou o Antonio
e o Mundico Cachacêro
tanta coisa prá cantá?!
Eu — digo à vossa Incerlença
que isso é que é inteiligença: —
o sabê, sem se estudá!!!
Preguiçoso!? Madracêro?!
Não sinhô, seu Conseiêro!!
Vossa Incerlença não viu
um cabôco istruviado,
c’um cravinote ou garruncha,
ispantá um bataião
d’uma prução de sordado!
Vossa Incerlença parece
que não lê munto essas coisa,
ou finge que nunca lêu!
Vancês têm munto talento!!!!
Mas porém pércisa tento
cum a fôme e cum o sufrimento!...
Quem lhe agarante sou eu!
Vancê diga aos cumpanhêro
que um cabra, — o Zé das Cabôca,
anda cantando estes verso,
que, hoje, lá, no meu sertão,
avôa de boca um boca: —
“Eu prantei a minha roça!
“O tatú tudo comeu!
“Prante roça quem quizé,
“que tatú quero sê eu!”
Vassuncê sabe onde tá
os buraco adonde véve
os tatú infomeado?
Tá nos palaço da Côrte
dessa prução de ricaço,
que fez aquele palaço
cum o sangue dos diagraçado!
Vossa Incerlença pérciza
dizê prôs repubricano
que é pércizo tê cuidado!
Patrão!... Vassuncês tem tudo!...
Vancês tudo leva a vida
munto bem adivértida,
passeando lá de ôtrômóve
pula estrada da Avinida!!
Vancês tem rio de açude!!
Tem os doutô da Hingiena,
que é prá cuidá da saude!!
E nós?! Que tem?! Arresponda!!
No tempo das inleição,
que o tempo das bándaêra,
nós só tem uma cangáia,
prá levá toda a porquêra
dos doutô politicáia!
Sinhô doutô Conseiêro!
De lêzes eu não sei nada!...
Meu Dêrêito é a minha inxada!
Meu palaço é de sapé!
Quem da lêzes prá famia
é a minha bôa muié!
Eu sou frômado oito vez,
e sou tômbêm conseiêro,
pruqué tenho oito fiinho!
Quem dá lêzes prá minh’árma
é as dez corda deste pinho!
Vancê qué sê Perzidente!
Apois sêje, meu patrão!...
Nós já ficava contente,
se vancês désse prá gente
uns restozinho de pão!
A nossa terra — o Brazi —
já tem munta inteligença!!
Muntos hôme de sabença,
que só dá prá espertaião!!!!
O que nós pede é a Piadáde!!
É um tico de Caridade,
prá nós vivê, cumo érmão!!
Leve o diabo a falação!
Prá sarvá o mundo intêro!
abasta tê coração!
Prôs hôme de inteligença
trago cumigo esta figa!!
Esses hôme têm cabeça,
mas porêm o que é mais grande
do que a cabeça, é a barriga!!
Vancé, quando faz sermão,
fala munto im riligião!
Apois bem. Nosso Sinhô
que nasceu n’um prezepinho,
falava munto pouquinbo,
cum clarêza e cum amô!
Ele, o Doutô dos doutô
que era o êxêmpro da humirdade,
escuiéu prá seus apóstro,
entre os rico da cidade,
doze pobre, cumo Pedro,
que era um pobre pescadô!
E inté os pé desses hôme
o Cristo um dia lavou!!!
Seu Conseiêro, um consêio:
Dêxe toda a bibrotéca
dos livro, essa estupidêza,
vá estudá o Dêrêito
das lêzes, na Natureza,
vá vê cumo Deos é grande
e cumo póde ensiná
as coisa que um hôme sabe,
sem sê percizo estudá!
Vancê leva nestes livro
lendo e lendo a toda hora!
Mas porém eu só queria
cunhecê, seu Conseiêro,
o que vancê inguinóra!!!
E abasta! Já vou me embora.
Si um dia vancê quizé
passá uns dia de fome,
de fome e tarvez de sêde,
e drumi lá n’úma rêde,
n’uma casa de sapê,
vá passá cumigo uns tempo
nos mato do meu sertão,
que eu hei de li abri as porta
da choça e do coração.
Eu vórto prós matagá,
mas porém, ouça prêmêro.
Vancê pôde nos xingá,
nos chamá de madracêro,
pruquê nós, seu Conseiêro,
não qué mais sê bestaião.
Imquanto os hômé de riba
dexá nós tudo mazômbo,
e só cuida dos istômbo,
e só trata de inleição,
seu Conseiêro há de vê,
pitando o seu cachimbão,
o Géca-Tatú se rindo,
cuspindo, sempe cuspindo,
óiando ansim prá vancê,
cum o quêxo sempe na mão.
Eu sei que sou um animá!
Eu não sei mêmo o que eu sou!
Mas porém eu li agaranto
que o que vancê já falou,
e o que indá tem de falá,
e o que inda tem de inscrevê...
todo, todo o seu sabê,
e toda a sua saranha,
não vále unm palavrinha
daquelas coisa bunita
que Jesus, n’uma tardinha,
disse im riba da montanha!
VOCABULÁRIO
Brêdo — mato.
Fardunçage — reunião da muitas vozes.
Cangussú — onça.
Sanhasú — pássaro canoro.
Lêzes — plural de lei.
Mapiage — algazarra.
Cancão — pássaro comedor de frutas.
Zabelê — pássaro, cujo canto prenuncia chuva.
Jacutinga — ave de corpo esguio.
Urú — pequeno galináceo cor de rapé.
Burrada — tropa de burros.
Isturro — rincho.
Curió — avinhado (pássaro).
Madracêro — negligente.
Imbonecado — com espigão.
Acerar — cortar o matagal nas queimadas, para
evitar a propagação do incêndio.
Istruviado — destemido.
Talento — força, coragem.
Pinho — viola.
Mazombo — triste, necessitado.
Saranha — palavreado.
CATULO DA PAIXÃO CEARENSE
OBSERVAÇÃO - O EXPOENTE DO CENÁRIO BRASILEIRO A QUEM CATULO SE REFERIA ERA RUI BARBOSA, QUE NO SENADO UTILIZANDO O PERSONAGEM DE MONTEIRO LOBATO, DISSE QUE A CULPA DA MISÉRIA DO POVO BRASILEIRO ERA DO JECA-TATU, (GECA-TATU, FAZ PARTE DO ORIGINAL DE CATULO PUBLICADO NO LIVRO "SERTÃO EM FLOR".
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