MERAS ILUSÕES
Já não me esconderia do que outrora
Pousasse mansamente e não carrego
Deixando para trás o frágil ego
Morrendo enquanto a vida desarvora,
Negar o que me trama e me apavora,
Um tosco desvalido segue cego,
E o corpo já ferido ora carrego,
Marcando o quanto possa sem ter hora,
Em nebulosas tardes, meu vazio
Cenário se transforma enquanto eu crio
Apenas o que possa em porto rude,
Despisto a própria morte, mas bem sei
Que exposto sem defesas, nesta lei
Um novo dia nasce e em vão, me ilude.
Marcos Loures
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