NEM NAFTALINA SALVA...
Restara do meu verso apenas isso,
A marca de uma pútrida expressão,
Moldada pela velha sensação
Da morte sem saber sequer de um viço,
Soneto se fez tosco e movediço,
Fumo de rolo e lua do sertão,
O mundo noutro tom, revolução,
Diverso do que trago e inda cobiço,
Ainda trago em mãos a minha enxada,
Arcaica melodia dando em nada,
No pós-moderno, sim, eis o futuro,
“Modelo do meu terno”, ultrapassado,
Nem naftalina salva o embolorado
Cenário sem noção que eu configuro.
Marcos Loures
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