sábado, 3 de março de 2018

E vens quando trazes tua farsa.
Destraçando o momento em gargalhadas.
Trilhando sem destino, e sem estadas,
A face se mostrando, e me disfarça.

À margem prosseguindo algum lugar,
Tomando o pensamento que me invento
A tempestade dita o sentimento,
Promessas de ternura a destroçar.

Reflito a queda quando deva em dores
Máscara a tola rota sem destino,
No riso mais atroz; o canto (afino)
O prazo determina, em teus horrores,

Depois as garras desta moldam ritos
Cenários perceber anos aflitos...

Marcos Loures
Se o tempo sonegar alguma luz

Talvez seja possível ver a lua,

Mas quando a noite escura continua

E o sonho no final nada produz,


Aonde o meu cenário me conduz

E a sorte se desenha bela e nua

O todo sem sentido algum flutua

E gera o meu futuro em dura cruz,


A vida na verdade ora se sela

Abrindo com firmeza esta janela,

E nela posso enfim já mergulhar,


Porém o que fazer se sendo presa

Minha alma não garante tal leveza

Morando no mais alto e ledo altar?

Marcos Loures 2018
Hedônico caminho se resume

Em atos que no fim traçando a dor

Impedem que se veja a imensa flor

Ousando noutro passo por costume,


E quando não se sente tal perfume,

Narcísico cenário a se compor

Transborda de tal forma em vão valor

Que ao fim transborda na alma um vago estrume,


Poder acreditar nesta falácia

Bem mais do que talvez a mera audácia

Transforma a vida em leda paisagem


Sonega o que melhor podia haver

Na falsa sensação deste prazer

O gozo se desdenha em vil miragem.

Marcos Loures 2018
Retrovisor por vezes nos ajuda

Enquanto a direção não se abandona

E quando o que vivemos vêm à tona

A sorte noutro instante se transmuda,


Uma alma se; entretanto queda muda

E apenas do vazio ora se adona

No fundo a cada engodo desabona

O quanto poderia e nada acuda.


O ser e o já ter sido no será

Transformação diversa nos trará

E ao fim de certo tempo, o quanto existe


Ainda que pudesse ser diverso

Gerando dentro em nós tal universo

Mutável, movediço, amável, triste.

Marcos Loures 2018
Perdão nos alivia e nos permite

A paz que tantas vezes procuramos,

E assim viver sem servos, donos, amos

Ultrapassando em paz qualquer limite,


No quanto é necessário e se acredite

Os olhos com firmeza e caminhamos

Ousando noutros passos, novos ramos

Frondosa maravilha não se evite;


E sendo de tal forma costumeira

A sorte noutra sorte já se inteira

Deixando para trás o quanto dói.


O sentimento espúrio e sem proveito

Negando a calmaria quando deito

Apenas e somente nos corrói.

Marcos Loures 2018
Por vezes é preciso estar sozinho

E nisto se evolui para o Nirvana

Destarte a própria vida nos engana

E traz cada roseira em ledo espinho,


O manto se mostrara em descaminho

E a luta na verdade mais profana

Expressa o quanto o todo ora se dana

Num ato sem sentido e mais mesquinho,


A fuga para o tanto nega o quanto

E neste desenhar nada garanto,

Somente a solidão que por ventura


Traduz evolução em alma e passo,

Assim cada momento aonde eu traço

A luta se transforma e já perdura.

Marcos Loures 2018
A mão que arando a terra purifica

E gera nova vida após o grão

Do todo mais sublime uma expressão

Da vida por si mesma rara e rica,


O quanto dentro em nós isto edifica

Traçando com firmeza a direção

Presume nesta eterna floração

A sólida beleza que assim fica.


O corte dos espinhos vale o aroma

E o tanto se mostrara além da soma

Multiplicando o todo num só rumo,


E quando dos estrumes vejo a vida

Brotando, cicatriza tal ferida

E traz de uma existência o raro sumo.

marcos loures 2018
Ao nivelar por baixo o que se tenta

Gerando em consonância a pequenez

É como cultivar a estupidez

Tentando ver a paz numa tormenta,


A vida noutra face estando atenta

Precisa muito mais do que se fez

E nisto se desenha a lucidez

O passo com firmeza me alimenta,


Jogar perlas aos porcos? Nada disto,

Apenas onde possa agora insisto

E sei de uma resposta que procuro,


Melhor do que tentar caminho vago

Enquanto sem sentido algum divago

Andando sem destino em rumo escuro.

Marcos Loures 2018
O quanto se desenha em liderança

Expressa falsa imagem e somente

O tolo num momento impertinente

Ao desejar além cego, se lança,


O passo com firmeza sempre avança

E compartilha até cada semente

Senão por mais que busque e sempre atente

A sorte se perdendo sem fiança.


O passo se mostrar titubeante

Ao fim da caminhada nos garante

Apenas outra queda e nada mais,


Ousar e ter no olhar uma partilha

Traçando o que deveras tanto brilha

Explode em ritos claros, divinais.

Marcos Loures
O amor se permitisse
Franqueza invés de luta
Ainda mais astuta
A sorte que eu cobice

E nisto esta tolice
Deveras não reluta
E gera o que se escuta
Além desta mesmice,

O todo numa parte
Pudera e não reparte
Apenas num instante

Amor quando demais
Ou mesmo em desiguais
Momentos; tanto espante.

marcos loures 2018
Eu não me julgo sábio nem poeta
Apenas eu não sou este imbecil
Que tantas vezes tenta e nunca viu
A face mais sublime e predileta,

Aonde o verso apenas se completa
De forma mais suave e até gentil,
O tanto quanto possa se sentiu
Além de meramente espúria meta.

Vistosa maravilha, a poesia
Expressa com audácia o que traria
E nessa condição reinando esta arte

Não cabe nas palavras, pensamento
E quando bebo a sorte ou mesmo tento,
Beleza sem igual, já se comparte.

marcos loures 2018
Porém ela não quer viver comigo,
E sei do quanto a vida sem amor
Expressa o que pudera em tal horror
Gerando este temor que não persigo,

Imprevisível passo tão antigo,
O curto caminhar encena a dor
E nada mais pudera te propor
Senão este cenário em desabrigo.

Vestígios de uma sorte sem sentido
O todo noutro caos se transformando
Meu mundo tantas vezes mais infando

O corte se anuncia e não me olvido
Do tempo que vivera solitário
E sei deste tormento, atroz, diário.


Marcos Loures 2018
Levando ao passo que me trague em paz,
Ascendo ao mundo sinto ao menos possa,
A vida quando fora agora em troça
Singrando o quanto venha e nada traz.

Em levas destas dores são momentos?
E lumes traçam versos sem sentido,
Pudera quando veja o medo olvido
Meus dias desenhando sofrimentos,

Buscando alguma estrada noutra senda,
E prazos deterão? Terei futuro?
Sigo em passo deixando tão obscuro,
A vida e se reflita, outra contenda,

Somando os meus enganos, vejo a soma,
Ainda se desejo? Ao fim me toma...


Marcos Loures 2018
Vivendo sem saber alguma senda,
Meu mundo desafia a própria sorte,
E quando trama a luta e não conforte,
Vestígios do que fora se desvenda

O medo percebendo a mesma farsa,
E tento outro cenário, nada resta,
Deixando ver sentido alguma fresta
E quando desvendar; e tudo se disfarça.

Aporta me deixando no vazio,
Tramando aonde possa noutra lua,
Voando para sempre ou continua.
Ainda que pudesse desafio.

Desfio o velho sonho e nada além,
Deixando o que deveras, ser, ninguém...

Marcos Loures 2018
Deixando a todo instante o quanto queira,
Vencendo em tempestades? Nada venho,
Ainda que mostrasse algum empenho
Abismo, e se desenhas; vou, à beira,

Buscando além da lágrima desnuda,
Aponta-se ao caminho sem destino,
Vagando quanto possa em desatino,
Percebo e tento quando nada ajuda.

Seguindo noutro rumo, poderia,
Mas sei que não teria outro momento,
E quando se sentisse, ou mesmo tento,
Jogada pelo instante, tramo um dia,

Navio se perdendo em pleno mar,
A sorte ditaria outro lugar...

Marcos Loures 2018
Seguindo a cada instante o que procuro,
Deixando alguma luz em sombras, vejo.
Abarco em tua boca outro desejo,
Ainda o todo bebo, qual obscuro.

Na vida desenhada na cidade
Jogando ao fim as cinzas no vazio,
E quando percebendo outro me crio
Matando e caminhando quem há de?

Apreendo qual pudera a primavera
Jogada neste outono, o mesmo passo,
E quando neste engodo, destraço.
Beijando em solidão, e nada espera.

A fera outra vertente dominando,
O nada na verdade, ainda quando?

Marcos Loures 2018
Sentido dominando o quanto possa
Deixando algum caminho aonde reste
A vida noutra estreita ainda ateste,
O passo se desenha enquanto fossa

Atento-me ao momento sem destino,
Levando aos anseios desenhados
Beirando recebendo os ventos fados
Chegando ao todo deixa em desatino

A lavra já não trague outra pepita,
E bebo desta luta que presume
Vivendo no vazio se resume
Enquanto ainda volte se acredita

Vagando pela intensa sensação,
Trazendo o quanto deva a solidão.

Marcos Loures 2018
Meu mundo desenhando em pleno inferno,
Sarcástica gargalha abutres vens
Dos sonhos, cegas, luz, dias mortos jovens.
Ou pelo menos outro possa ao fim hiberno,

Seguindo pelo menos tenha a sorte
Diversa solidão mostrasse paz,
E quando desenhar pudesse em jaz
A ventania e veja o que conforte

Rasgando a carne em viva, outro momento,
Levado que deixaste meu enredo,
Não possa, e te sentir bebendo o medo,
Outrora conseguir, e mesmo tento.

Porém cansado vejo a mesma vida,
Jogada sem sentido, e já perdida...

Marcos Loures 2018
Ouvir a voz que possa após da queda,
Enquanto se perceba além do nada,
Deixando conceber, imagem cada,
A fonte sem destino, ou menos seda,

Um extremo caminho eu perco a rota,
E tento outro momento que permita
Vencer a luz tomando este eremita
A vida dominando e me derrota.

Saber quando denota a amarga lida,
Permito-me sonhando e nada vejo,
A luta desenhada sem desejo
Arcando que pudera já perdida

Moldando me percebo e sinto assim
Vivendo o quanto resta, ao menos, fim...

Marcos Loures 2018
Seguindo a mesma história, a solidão,
Ouvindo o velho credo, desenhado.
O dia repetindo este passado,
Encontro nesta farsa e vejo o não.

Pudera perceber sem ter a sorte,
Singrando em versos tolos mar distante
E sigo caminhar neste constante
Do corte penetrando, nada aporte,

E bebo em goles dores que me trazes
Disfarço e tento a face noutro dia,
E quando o quanto, dita, caberia,
A queda desdenhada, sem as bases,

Contento-me e mais nada, sinto apenas,
À morte me conforte e já condenas...


Marcos Loures

sexta-feira, 2 de março de 2018

Na fonte desejada além do quase
Procuro e nada sinto mesmo quando
Do tempo mostre sempre ainda brando
A sorte sendo além negando a base,

Tragando outro cigarro, a senda e dita,
Deitando em teu olhar, bendita a mágica,
Neblina desenhando a noite trágica
E ao quase se perfuma ora maldita

Crepuscular, percebo enquanto a trama,
Seguindo sem ter lua quando houvera
E trama outra falácia, outra quimera,
Jogado pelo em canto, a luta chama.

Percebo algum sinal e nada sinto,
Qual fora em tempestades; hoje, extinto.

Marcos Loures 2018
Prossigo

Olhos buscam
Cores tantas que nada poderia
Prorrogar a imagem esquecida
Pelos cantos da casa,
Velha casa abandonada
Pelos erros de uma vida sem valia,
Vertendo em novos e fatais enganos.
Olhos procuram pelos ermos
Termos e sermos
Que não mais teríamos
Senão o mesmo fato
Envelhecido e torpe
Do pretérito tornado futuro.
O muro caído, o vento em fúria,
A incúria,
Lamúria?
Prossigo...

Marcos Loures
Amargo este momento que percebo
Vagando pela sorte quando eu vejo
O canto desenhando outro desejo
Marcando a solidão, do encanto bebo,

Moldando em vagas luzes dizem tantas
As plagas tão distantes marcam cegas
Espero quando vejo e sei que negas
As lutas desenhadas. Desencantas...

Bebendo em versos vejo outro cenário
Deixando deste vago qual segredo
E quando no vazio, ao fim me enredo,
Marcando o passo sinto temerário.

E falas deste amor que procurara,
Sentir felicidade? Imagem rara...

Marcos Loures 2018
Meu inferno
Inverno
Puído o terno
Externo
O interno
Bastando-me
E atando-me
Levando e tenro
Tentando
E somente a semente
Abortasse
A face nova
Nem trova
Prova.
Quem saberia?
Nu...

Marcos loures 2018
Levo-me
Lavo-me
E a neve
A breve solução
E o cadáver
Sangrando
Cevando?
Inútil
Frágil
Envolto
Volto
E solto.
Revolto...

Marcos loures 2018
Buscando outro cenário
Num vazio crio na face
Impasse que procuro
Ou se houvesse além do escuro
A sorte segue quando passe
Farsas desenhadas
Desdenhadas ilusões.
Versões ao nada.
E bebo lástimas
Ainda disperso
Imerso querendo emergir.
Existir?

Marcos Loures 2018
Lembranças dentro da alma
Acalma embora agora
Apenas resquícios.
Voltando ao mesmo ponto
Tonto algum desejo.
O anseio, um veio que pudesse
Perceber o vento
Dessa brisa,
Avisa que talvez
Em vórtices
aborta ou abra a porta
vestido rabiscos.
Arisco arrisco
Risco deixando noutro momento.
Quem sabe?
Caberia...

Marcos Loures 2018
Amar e ter somente
O mar a sensação
Vagando quanto outrora
Outono deixando
Outro momento
Ou mesmo sem destino
Do declínio resta ao nada mais.
Amar e ter semente
Matando o quanto fere
Em restos do verão;
Frestas abertas?
Apenas incertezas.
Temer cada frase
A fase escrita
Mal dita
A base abrasa
Cigarro traz a paz?
Amar e ter enquanto mente;
Confusas luzes.
Escusas e perdões;
Ilusões...

Marcos Loures 2018
Podendo desta farsa
Comparsa e passa
E traça a vida abraça
E nada mais valeria
Sequer
Somente a fumaça
E laça ao verme
Inerme ver-me especular.
Ao meu templo em tempos
Medo segredo sangrando.
Singrando ao pleno
Remando oceano
Sem praia.
Areia sem sereia
Interno este deserto.
Perto?
Certo?
Traça o quanto canto.
Desencanto...

Marcos Loures 2018
Na fonte sem sequer
Pudesse traduzir versão
Diversa dimensão
Na fome atroz sem voz
De um mundo destruindo
A ponte desaponte
E assim desmonte
Mostrando o quando
Houvera e nada nos entranha.
Estranha e dura cura
Na procura que nunca saiba a trilha.
Outra armadilha.
A ilha realça
Matilha maravilha sensação
Do não
Mostrando assim
Nova face da justiça.
Lanterna
Eternas ondas,
Latina América;
Homérica do passo
Traço este compasso;
Refazendo alguma reta.
Etérea em círculos...
Ou melhor cataclismo
Continente molda
Retalho feito em solda.
Retrato do gigante.
Na história a escória
Nosso abismo...

Marcos Loures 2018
Noutro instante poderia
Ao quando qualquer dia
Havia sem somente
E mente traz realce
Que passe além da queda;
Enredo-me
Segredo quanto tente
E o vento em tempestade
A cidade sem as luzes
Em nuvens eternas
Lanternas de vaga-lumes
Perfumes penetrando
Adendos desarmando
Disfarçando o medo
Cedo ou tarde
Alarde?

Marcos Loures 2018
Viceja a marca
A barca que encontra em verso o cais
E nada mais somente
Demente imerso intenso
Tenso, busco
E brusco.
Apenas qualquer momento.
Quem sabe ao menos?
Veneno em pleno
Porto.
Morto?
Sem sal,
Aporto nada quando além do mar
Inverso temendo alguma luz.
Regando além do quanto jus
A cruz que me deste.
Quem sangre?
O mangue que desejo
Sem pejo, anseio!

Marcos Loures 2018
A rosa abandonada
Essência quando deixas
As queixas.
Noutra ausência
Existência?
Persistência.
Oceanos
E planos;
Busco cordilheiras
Quando encontro abismos...

Marcos loures 2018
Falar de amor
Na brasa ascendo futuro
Que nada encontrarei
Somente o resto.
As cinzas e o cigarro.
Disfarçar do sorriso
Sardônico.
Irônico?
Patético...

Marcos loures 2018
Imaginária trama
Que derrama intensa
Imensa alçando o medo que me trazes
E faças deste encanto
O canto negando além do rio
E vejo quando rio
Da lástima
Que em plástica
Exprime alguma queda;
E seda o sonho
Onde busco
Obscuro e molduro
A tétrica
Procissão
Garganta
Na luta quando desencanta
E bebo este aguardente
De uma louçã
Em vã
O que me deixas
Queixas sem sentidos.
Imaginaria o quando havia.
Vagando...

Marcos Loures 2018
Refaço?
Quem dera a fera espera
Deixando imagem quando traço
Vivendo mais quimera
Fazendo do meu verso
O mais disperso
Abraços ao vazio
E o frio quando crio
No cio ócio
Partícipe
Do presente bilhetes
Garras e amarras
Que amaras são retratos.
Cactos em carinhos.
Vinhos vinagres
Sagrando em correntes...

Marcos loures 2018
Vestígios e delírios, ritos que tramas,
Deixando ao menos quando amenos
Dias revendo desvarios
Fantasias jogadas noutro quarto.
E reparto .
Atalhos, falhas e mergulhos.
Pedras, e cascatas;
Mesclando versos que vísceras expostas;
Em postas respostas...
Além do medo
Quando o enredo desta vida.
Retalhos...

Marcos Loures 2018
Afogo-me envolto noutro enredo.
Segundo sou farsa que procuro.
Descubro algum macabro
Deixando tão somente
Buscando apenas a luz que negaste.
A luta marca outra face
Impasse que disfarce
E bebo em tua boca
A medida ferida
Se mesmo lavro
Afogo-me.
Embora margem...
Livre?

Marcos Loures 2018
Podendo deste amor somente em queda
Fartaste de buscar em desencanto,
Nos olhos desenhando aonde pranto
Disfarçando somente a vida seda

Quem dera ter a vida noutra face
E amar seguir vencido e nada reste,
Ainda quando o tempo velha peste
Houvera então a morte que me trace

Deixando a marca desta velha luta
Fizeste deste nada quando resta
A vida em fresta ainda mostra festa
Palavra refazendo a lavra bruta

E bebo em tua boca outro resquício
Ou mesmo mergulhar o tolo vício...

Marcos Loures 2018
Jogado noutro instante que trouxera
Marcando com fartura a mesma farsa
Aonde fora ao menos que disfarça
A luta desejando a mesma fera

Quimera que vieste em falsa sorte
Presença sem sentido de quem ame
Vestígio mostre encanto ainda clame
Ou mesmo percebendo o que conforte

Bebendo do vinagre quando houvera
Seguindo quando tenha a mesma cruz
E quero a luz comporte quando a jus
Mostrasse a face quanto feita à fera

Traçando a solidão na morte em plena
Sensação ao fim ora me acena.

Marcos Loures 2018
Amiga a farsa feita em versos teus
Mostrando a tua máscara desnuda
Enquanto o todo dita quando ajuda
Procuro a luz e busco sigo adeus

Fracassos, desenhando a pressa, resta
Somente o medo espreita e nada vês
Seguindo passo a passo, como rês,
A lama desdenhando ao tanto gesta.

Buscasse noutro todo que não tenho
Vencido minha amada nada, mentes,
Meus prazos velhos sonhos serpentes
E louco trago embora mostre empenho

De quantas foram formas de outro em vão
A senda molda a face grita amar? NÃO

Marcos Loures 2018
Disfarças quando dizes quanto queres
Sementes destruídas noutro instante
Deixando desnudas, sei constante,
E ris quando em verdade agora feres.

Percebo a mesma sanha quando sigo
E trago estreita sorte quase e seja
A vida destroçada diz pejada
Mostrando o quanto fora sei comigo

Amarga sensação vinagra a vida,
Engoles com “ternuras” e ilusões
Jogados pelos cantos sensações
E tento noutra sorte concebida

Ou mesmo alguma luz trague esperança
Desenha o passo feito e quando cansa.

Marcos Loures 2018