sábado, 13 de agosto de 2011

13/08/2011



Meu caminho sem proveito
O cenário mais cruel
Ouso até neste corcel
Traduzir o doce leito,
E se possa e mesmo aceito
Esperança como um véu
Ou buscasse o farto mel
Que deveras cerzi o pleito
De quem vive em contraponto
No momento aonde aponto
O caminho que eu não via,
A saudade rege o passo
E se trago ou descompasso,
Morta na alma a fantasia.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

12/08/2011


Seguindo em noite clara, guias, quando
A sorte se pudesse ser além
Do vago caminhar enquanto vem
O tempo noutro tanto desabando,
O verso se aproxima sonegando
Ou mesmo da esperança de outro alguém
Mergulho muito embora em tal desdém
Meu canto não pudesse; deformando.
O vaso já quebrado, o tempo rude
A luta que deveras desilude
Quem tanto se quisera mais sutil
A vida diz tramóias e me dano
Aonde tentaria o soberano
Caminho que esta história não previu.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

11/08/2011

Depois de atravessar as pradarias
Adentrando por sonhos tão amáveis
Os dias consonantes variáveis
Enquanto noutro tempo não virias.
As noites solitárias e sombrias
Os olhos sem roteiro ou mesmo instáveis
Momentos onde dias mais louváveis
Talvez não vicejassem novos dias.
Vencendo tantas pedras no caminho,
Embora continue além sozinho,
Jamais imaginara novo espaço,
Somente a solidão se aproximando
E o que mais desejei suave e brando
Agora se tornara duro, escasso.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

10/08/2011

Quando eu pude, na verdade
Desejar outro momento
Feito em luz, traz o fomento
Da alegria que me invade,
Ao gerar a liberdade
Ou caminho que ora invento
Na certeza do tormento
Que deveras nos degrade,
Desfraldando esta esperança
Que, de fato nos alcança
E modula o quanto eu possa,
Traduzir noutro cenário
Novo tempo, imaginário,
De uma sorte toda nossa.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

09/08/2011

Navegando mar afora
Ou vagando qual corcel
Na esperança deste céu
Que decerto nos decora,
O meu tempo desde agora
Noutro tom duro e cruel
Reduzindo o meu papel
Ao que possa e desancora,
Nada mais pudesse ver
Quem tentasse reverter
O prazer que já se esvai,
Dia a dia a poesia
Noutro tempo moldaria
O que tanto a sorte trai.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

08/082011



Levando para a praia o sol imenso
Que possa transformar cada momento
Embora na verdade desatento,
O todo que pudesse recompenso
E a cada novo engano sempre penso
Na vida desenhada em tal acento
E quanto mais tivesse, sempre tento
O tempo noutro engano eu vou propenso.
Gerando o que em ternura trama o tenso
Cenário que pudesse em claro alento
Vestindo noutro engano o pensamento
E nisto meu caminho segue intenso.
Restando muito pouco disto tudo,
A cada novo passo já me iludo
Cerzindo esta verdade e mesmo aquém
Do quanto em poesia se desenha
A vida noutro instante qual resenha
Expressa o que em verdade não mais vem.


Onde o nada não espante.

domingo, 7 de agosto de 2011

07/08/2011


Dragões, serpentes, lutas e procelas
Os oceanos trazem ao presente
O quanto do passado se apresente
Ousando na palavra onde revelas
E o tanto que pudesse agora atrelas
Ao velho e destruído continente
E a sorte que deveras sempre tente
Deixando dentro da alma turvas celas;
Restituindo em nós o quanto reste
Do mundo num cenário mais agreste
Traçando o quanto pude em agonia,
O verso se desnuda noutra face
E sei do que me açoda e já me leva
Penetro; sentimento em rude leva,
Aonde o meu caminho se moldasse.