MITOLOGIA INUÍTE
Rachel Attituq Qitsualik: O cosmos inuíte não é governado por ninguém. Não há uma figura divina seja maternal ou paternal. Não há deuses criadores do vento ou do Sol. Não há punição eterna na vida futura, assim como não há punição para crianças ou adultos na vida presente
1
Adlets
Hematófagos monstros que surgiram
Numa mistura feita em cão – mulher
E o quanto se apresenta no que quer
Diversas sortes trazem e surtiram
Dos dez filhotes, cinco são caninos
Que cruzando o oceano noutro instante
As raças européias doravante
Trazendo em seus anseios tais destinos,
Os outros cinco; Adlets e desde então
Dos monstros mais atrozes vejo a face
E deste ser indômito se trace
O tempo noutro prazo e dimensão,
Erqigdlit, descendente destas feras
Temíveis criaturas, quais quimeras.
2
Idliragijenget
Idliragijenget é na verdade
Local onde este espírito venal
Purificando possa em outro astral
Seguir o seu caminho à claridade,
Quidlivun traz na lua o paradeiro
Que tanto se deseja em calmo tom,
E o mundo se desenha agora bom,
Erguendo da esperança o seu canteiro.
Adlivun este solo improdutivo
O Idliragijenget aonde eu vejo
Diversas divindades, num ensejo
Aonde se desenha o quanto crivo
De sonhos e temores, dia a dia,
Na sorte mais atroz, dura e sombria.
3
Agloolik
Espírito que vive sob o gelo
E ajuda os pescadores, caçadores
E nele tantos sonhos ao propores
Expressam dimensão em raro zelo,
O quanto se pudera sem desvelo
Vencer tantos temíveis predadores,
E assim cada momento enquanto fores
O mundo de tal sorte possa vê-lo
E o tanto que se sente em tom suave
Sem nada que deveras tanto agrave
O passo de quem busca a melhor sorte,
Assim se resumindo neste fato,
Benignidade então; vejo e constato
Trazendo a quem deseja raro aporte.
4
Aipaloovik
Aipaloovik um deus que em mau presságio
Expressa a morte e mesmo a vilania,
Um vândalo cenário que se cria
Da sorte e da esperança este naufrágio,
Dos esquimós a vida por um fio,
Destruição e caos são corriqueiros
E os tempos entre medos verdadeiros
Caminhos onde o tanto desafio,
E sei desta mortalha que se tece
A cada instante em fúria, febre e neve
E quando de tal sorte o tempo atreve
Restando uma esperança noutra messe,
Um mundo em aridez imensa traz
O tempo num cenário mais mordaz.
5
Akhlut
Já no Estreito de Bering se apresenta
A face mais atroz, diversa e rude
Uma orca que num lobo se transmude
E gere esta faceta mais sangrenta,
Tramando a cada instante outra tormenta
A morte não sacia em plenitude,
E a fome toma então dura atitude
E dos homens e feras se alimenta.
As pegadas de um lobo rumo ao mar
Denunciam tal monstro tão voraz
E o quanto se deixara para trás
Presume que talvez; irá voltar
Destarte este cenário em dor e caos
Mostrando os vãos instintos sempre maus.
6
Akna
A deusa que traduz fertilidade
Regendo sobre o parto traz após
O nascimento em paz a imensa voz
Do quanto poderia e já se agrade,
Marcando em leve tom felicidade,
A benfazeja deusa molda os nós
E destes laços vejo dentro em nós
A vida numa rara claridade,
Maternidade trama amor perfeito
E quando vejo assim eu me deleito
Nas ânsias desta imensa mãe que dita
A sorte no bom parto, a proteção
E nesta mais sublime direção
A sina se anuncia mais bonita.
7
Akycha
Akycha representa o intenso sol
Que reina por seis meses sobre o céu
E deste luminoso e intenso véu
Domínio sobre todo este arrebol,
Tomando no verão este farol
Reinando com beleza em seu papel
Seis meses quase some, e segue ao léu,
Porém depois retorna em raro escol,
Assim quando se vê à meia noite
Akycha dominando este horizonte
Aonde noutra face já se aponte
E mesmo sendo o frio raro açoite,
A imagem consagrada luminosa
Diversa maravilha se antegoza.
8
Alignak
Alignak dominando inteiro o clima
Reinando sobre as águas, ondas, luz
Eclipse, terremoto, ora produz
E nisto toda a sorte se aproxima,
O quanto deste sol também se estima
Marcando o que pudera e traz em jus
Caminho quando possa e nos conduz
Traçando muito além do que suprima
E molda com beleza e fantasia,
Gerando ou mesmo até destruiria
São forças sem igual da natureza
E deste rumo feito inconsistência
A vida se mostrando em tal ciência
A cada novo instante; outra surpresa.
9
Amaguq
O deus que representa uma trapaça
Lupina criatura traz assim
O quanto poderia em ledo fim,
E o mundo num instante se esfumaça,
O todo que deveras sempre passa
O corte se anuncia dentro em mim,
Apenas o que pude e de onde vim
A sorte se desenha amarga e escassa,
Amaguq representa a humanidade?
Talvez retrate mesmo o que degrade
Mostrando a mais cruel face, real.
O quanto se transcende em dor e medo,
Gerando o mais atroz em desenredo
Num ato tão voraz quanto venal.
10
Amarok
Esta entidade traz em sua senda
O nascimento e a vida aonde traça
Do caribu o quanto mesmo faça
Além do que deveras se desvenda,
Enquanto na verdade ali se atenda
Necessidade feita em glória e caça
Depois de certo tempo, mais escassa
E tanto quanto possa assim se renda,
Amao um lobo rude e gigantesco
O ser que se mostrando mais grotesco
Alimentando-se também da mesma sorte,
Porém seleciona sem querer
Os que sendo mais fortes podem ser
Natural seleção em raro aporte.
11
Apanuugak
Apanuugak ao se mostrar diverso
Um deus que possa ser herói/vilão
Nesta dicotomia se verão
Os dias noutro rumo mais disperso
Assim enquanto penso e desconverso
Marcando o que pudesse em direção
Contrária mesmo aos dias que virão,
Seguindo este caminho, ou noutro imerso,
E a vida enfim prossegue em queda e sonho,
O quanto mais desejo eu decomponho
E tento novamente sem sucesso,
Ardis diversos trazem mesmo rumo?
Aos poucos sem sentido algum me aprumo
E a mesma ladainha eu recomeço.
12
Asiaq
Do clima e seus tormentos e alimentos
A deusa dominando traz o quanto
Às vezes noutra face eu mal garanto
Ou bebo os temíveis sofrimentos,
Vagando sem destino, pensamentos
E neles cada passo em desencanto
E sei do que pudera em tal quebranto
Entregue aos temporais, audazes ventos,
Assim nesta volúvel face eu vejo
O quanto se traduz em novo ensejo
O tanto que se dera sem razão,
Meu mundo noutro mundo se desenha
E sei do quanto possa em fogo e lenha,
Da seca à tempestade e inundação.
13
Ataksak
Ataksak deus do céu e da alegria
Marcando com seus brilhos e negrumes
Os dias entre sonhos e perfumes
No quanto com certeza poderia,
A sorte se anuncia mais sombria
Enquanto as dores; vejo em tais cardumes
E de tal forma nunca mais aprumes
Na sorte desdenhosa e mesmo fria.
O tempo sem proveito nada traz,
A face que se vendo, mais mordaz
Expressa a negação de uma esperança;
Mas quando em alegria vejo o céu,
Esqueço do ferrão, sorvo do mel
E o sonho noutra face então se lança.
14
Atshen
Atshen representando um canibal
Espírito que tanto ronda quem
Tentando superar o que inda vem
Num ato tão constante quão venal,
A vida mesmo sendo desigual
Permite que se creia e veja além
O tanto quanto possa e já provém,
A sorte num cenário em ritual,
Maléfica verdade dita o quando
O mundo num instante desabando
Gerando o que tentara e não consigo,
Apenas solitário caminheiro
Sem ter sequer descanso enfim me esgueiro
E tudo se transforma em desabrigo.
15
Aulanerk
Benigna divindade rege o mar,
Também as ondas e marés e via
O quanto se traduz em alegria
Depois do mais diverso caminhar,
Vasculho o que pudera desenhar
E sei da minha sorte mais sombria,
Mas quando se aproxima novo dia
Nada me impedindo de sonhar.
Aulanerk traduzindo a redenção
E nela outros momentos se verão
Ousando em plena paz e claridade,
Risonho caminhar em noite bela
E assim o quanto quero se revela
E o tempo em luz serena hoje me invade.
16
Aumanil
O benévolo espírito que amável
Expressa desta terra o quanto anseia
Na caça que se faz vejo a baleia
E nela o que pudesse em tempo arável,
O mundo se desenha imaginável
E reina sobre tudo e devaneia
Marcando com ternura o que rodeia
Gerando este momento interminável.
Aumanil nos trazendo a paz enquanto
O tempo mais suave enfim garanto
Vencendo os meus temores, indo em frente
E a cada novo dia o quanto traga
Tornando bem mais doce cada plaga,
E a vida não permita ou atormente.
17
Eeyeekalduk
O deus da saúde e medicina
Trazendo a cura ou mesmo aliviando
E assim neste cenário desenhando
O quanto a sorte traz e já fascina,
O tempo noutro instante determina
O mundo num cenário bem mais brando,
E sei que de tal forma desde quando
A vida se mostrasse cristalina
Eeyeekalduk demonstra esta certeza
E rege com perícia e com destreza
Mudando tantas vezes nosso fado,
Plena sabedoria em rituais
E neles outros passos magistrais,
Sentido a cada dia demarcado.
18
i'noGo tied
Um talismã que traga a boa sorte,
No Alasca desenhando esta figura
Que a própria vida gera e configura
Traçando com firmeza um claro Norte,
A casa dos espíritos comporte
O quanto tanto quero e se assegura
Na face mais suave que perdura
Trazendo da esperança este suporte,
E quando i'noGo tied trago aqui
Levando na alma o que embebi
Desta fortuna rara: ser feliz,
Vencendo o quanto trame
E nisto superando este ditame,
Vivendo o que deveras sempre quis.
19
Idliragijenget
Idliragijenget, deus do oceano,
Regendo a cada instante o que pudera
E traz no coração a primavera
Enquanto noutro ponto, soberano.
O quanto na verdade e sendo insano
Apascentando na alma a dura fera,
O mundo se desenha noutra esfera
E quando solitário eu me profano,
Mas sei do que se mostra no horizonte
Na hercúlea fantasia em verdes tons
Momentos magistrais em raros dons
Aonde cada sonho ora se aponte
Tramando como ponte uma esperança
Que ao todo num instante ora se lança.
20
Igaluk
Igaluk representa a bela lua
E o deus que se fizera muito além
Marcando o quanto possa e sempre vem
Enquanto a sorte dita e sempre atua.
Ao ver a sua irmã; Malima, nua
No escuro a violenta, mas, porém
Retorna e demarcado muito bem
A sorte noutro rumo já flutua,
Cortando os próprios seios e servindo
Ao seu irmão e algoz, Malima traça
Gerando a dita amarga e tão escassa,
Depois deste momento; perseguindo
Por todo este cenário em arrebol,
Enquanto nele há lua, nela o sol.
21
Ignirtoq
O deus que representa esta verdade
Trazendo em plena luz o que pudesse
E disto se desenha esta benesse
E tanto quanto possa ou não agrade,
Moldando no final sinceridade,
E vendo o que talvez; em sorte tece
A vida que decerto ora obedece
O tanto quanto quero e agora invade,
Ignirtoq traduzindo este cenário
Marcando com ternura o meu fadário
Gerando em esperança o quanto quero,
Somente se desenha no sincero
Caminho feito em tanto destemor,
Do sonho que se queira, refletor.
22
Inua
Inua representa a alma e doma
Já toda a natureza em plenitude,
Nos animais nos vegetais não mude
Até nos minerais ela se assoma,
E nisto se apresenta o quanto toma
Com mais cuidado uma atitude
Nos rios e montanhas, num açude
Em toda a criação sobeja soma.
E quando se respeita tudo então,
Certeza de uma sorte em dimensão
Maior do que pudesse simplesmente,
Natura traz esta alma sempre viva,
E quanto mais atroz caminho priva
Tormenta sem igual já se apresente...
23
Ishigaq
Qual fosse alguma fada, algum duende
Minúscula presença se anuncia
E deste ser em luz a sincronia
Nem mesmo uma pegada já desprende,
Flutua sobre a neve e não se prende
E quando noutra face se veria
O tanto que se quer ou poderia
E ao pleno desejar agora ascende.
Uma pessoa em tal miniatura
O quanto a cada instante configura
Um ente tão diverso e feito em paz,
Marcando com seu rumo o que viera,
Enfrentando deveras toda fera
Num passo mais ligeiro e mesmo audaz.
24
Issitoq
Qual fosse um olho imenso, voador,
Issitoq observando este universo
E dele novo rumo onde disperso
O canto que se fez em medo e dor,
Dos sonhos este rústico vetor
Criando sem sentido aonde eu verso
Gerando a tempestade e nela imerso
O mundo se desenha em turva cor.
A quem quebra tabus, a punição
E disto não se escapa; a dimensão
Do olhar que sobrevoa e observando
O quanto poderia acontecer,
Expressa na verdade este poder,
Ao mesmo tempo rude; atroz e infando...
25
Ka-Ha-Si
Menino que deveras preguiçoso
Vivendo nesta tribo, sem proveito,
Um dia quando em sonho no seu leito
Dissera do caminho caprichoso
Aonde o que pudera em pavoroso
Cenário se mostrando em rude pleito,
Assim este cenário em si desfeito
No mundo em plena fome, tortuoso.
E os caribus sumindo num instante
A cena que se vira apavorante;
Porém ninguém ouvira este menino,
Mas quando num momento deslumbrante
Este Davi vencendo um ser gigante
Passou a ter nas mãos o olhar divino.
26
Kadlu
Comandando o trovão, as deusas (três)
Traduzem o poder além do qual
A vida se desenha em ritual
O quanto na verdade agora vês,
O tempo se mostrando, insensatez
E o verso num diverso e desigual
Caminho desenhando em bem e mal,
O quanto caberia já desfez.
Numa explosão audaz, o que sente
Enquanto em tempestade plenamente
Expressa o que pudesse ou muito mais,
No céu ora brumoso se anuncia
Tomando em terrível agonia
A sorte nos diversos temporais.
27
Keelut
Espírito dantesco, em crueldade
Transcende ao que pudesse ou mais tentasse
A vida se transforma e neste impasse
A cada novo engodo se degrade
Deixando para trás a claridade,
O mundo noutro passo se tramasse
E olhando a desairosa e turva face
Cerceia a cada instante a liberdade.
Keelut ao se mostrar em plena dor,
Causando tão somente este pavor
E nada mais pudesse mesmo quando
O tempo sem destino e sem proveito
Marcando o que tentara em rude pleito,
Meu sonho neste fato desabando.
28
Kigatilik
Espírito venal, um psicopata
Que em violência dita o seu caminho
Mostrando em tom cruel atroz mesquinho
Enquanto num momento invade e mata,
Xamãs, os curandeiros, na verdade
São suas vítimas comuns, destarte
O quanto do terror sempre reparte
Gerindo a cada passo outra maldade,
O tempo se anuncia em dor e medo,
O corte na raiz, o temporal,
O vento mais atroz, rude e venal
A sorte num completo desenredo,
Assim se imaginando este cenário
Num ato tão feroz e temerário...
29
Matshishkapeu
Matshishkapeu, deus soberano
O espírito mais forte e dominante,
E nisto cada passe se adiante
Deixando para trás o desengano
E o Mestre Caribou noutro momento
Negando o sacrifício então dos seus
Ousando contra a fúria deste deus,
E nisto se desenha o desalento,
E assim ao praguejar contra o inimigo
Causando a mais cruel constipação
Até que este cedera e desde então,
Findara mansamente este castigo.
Na força mais audaz da divindade
O quanto se transforma ou já degrade.
30
Nanook
Regendo vida e morte deste ursídeo
Que vive na polar imensidão,
E deste desenhar já se verão
Da sorte desenhando este dissídio
Julgando pelos atos se merece
Ou não já ter sucesso na caçada
E a sorte desta forma enfim traçada
Trará ou não trará qualquer benesse.
O mundo se presume de tal forma
Que o quanto poderia não se vendo,
Apenas o que resta num remendo
Enquanto a própria sorte nos informa
Desta diversidade, luz e treva
Que a vida com firmeza em caça ceva.
31
Negafook
O deus que rege o clima e traz no frio
A marca mais audaz e mesmo rude,
E no Ártico decerto o quanto mude
E neste desenhar o desafio,
O tanto quanto possa e assim desfio,
Traçando a mais completa plenitude
E quando se moldando em atitude
O tempo num cenário em desvario,
Assenta-se deveras a poeira
E vejo muito além do quanto queira
A cena repetida refletindo,
Na gélida expressão forte nevasca
Do todo que se anseia, mera casca,
Cenário em sortilégio, quase infindo.
32
Nerrivik
A deusa do oceano traz a sorte
E rege cada pesca e toda a caça
E mesmo quando a vida é mais escassa
Numa esperança além tramando o aporte,
A vida se desenha, imenso porte
E o tempo noutro instante sempre passa,
Marcando sem temor e sem trapaça
Gerando o que deveras mais conforte,
Trazendo o provimento a toda a gente
A deusa agora trama e se apresente
Gestando dentro da alma este caminho,
E quando me percebo muito aquém
Do quanto poderia e me convém
De Nerrivik, nas teias eu me alinho.
33
Nootaikok
Dominando as geleiras, este deus
Dos icebergs regendo a direção,
E nesta mais suprema dimensão
Os dias em cenários de um adeus,
A sorte de tal forma já deforma
A imagem tão sutil que ora se vê
E o tempo se anuncia sem por que,
Marcando em discordância toda a norma,
E quanto mais atroz a humanidade,
Menor esta expressão aonde possa
Traçar o quanto outrora fora nossa
A senda desta imensa divindade,
Assim em pouco tempo se destrói
E o sonho como o gelo se corrói,
34
Nujalik
Trazendo em suas mãos; terrestre caça
Expressa o quanto possa nos prover
E nisto o mais diverso parecer
A vida de tal forma busca e traça,
Cerzindo uma esperança quando escassa
A provisão decerto eu passo a ver
E tento sem sequer esmorecer
Aonde esta vontade enfim se faça.
Meu mundo se desenha em ledo império
E tento com meu passo, sem mistério
Vencer o que viria em tom cruel,
Porém quando se vendo em discrepância
A luta não traduz a mesma estância
E deixa em minha boca apenas fel.
35
Pana
Enquanto no submundo uma alma está
Pana enfim cuidando antes que um dia,
Decerto noutro encanto se veria
E a sorte se anuncia e desde já,
O tanto quanto possa e proverá,
Nesta ressurreição em melhoria
A senda se avizinha e moldaria
No fim de certo tempo tal maná.
Na ressurreta face em plena luz,
O todo se deseja e reproduz
O mundo desenhando este futuro,
E assim quando do Adlivun soerguesse
Em cena mais gentil se percebesse
O porto que procura; mais seguro...
36
Pinga
A deusa que regendo a medicina,
Fertilidade e caça, demonstrando
Em tempo mais sereno e mesmo brando
O quanto com certeza; já domina.
Organizando assim cada manada
Aonde os caribus neste fadário
Traçassem num igual itinerário
A sorte de tal forma desejada,
Uma alma renascia em sua casa
E toda esta certeza de outra chance
Ainda que deveras já se lance
O sonho novamente nos abrasa
Impedindo que a vida ora se extinga,
Louvores canto então; à deusa Pinga.
37
Pukkeenegak
Ao proteger criança e gravidez
A divindade diz sobrevivência
Da espécie e tramando com ciência
A consciência plena já se fez,
Motivo pelo quanto o quanto vês
Expressa o que pudera em sua essência
Pukkeenegak traçando em eloquencia
O todo desenhado e seus porquês.
Também rege a costura e alinhavando
Futuro com presente demonstrando
O eterno refazer em novo passo,
Assim se garantindo tal fortuna
Enquanto com firmeza a paz nos una
O mundo se desenha em nobre traço.
38
Qiqirn
Um cão assustador, atoleimado
Embora amedrontando quem o veja
A senda que se mostra malfazeja
Mudando num segundo este traçado,
E quando sem sentido além eu brado
A vida noutro ponto ora lateja
E mesmo que maldita sempre seja
Aos poucos deste lodo ora me evado.
Qiqirn este peludo e vão canino,
Ainda que pudesse sem destino
Não tendo nem sequer onde parar,
O tempo em contratempo se anuncia
E o corte se aprofunda a cada dia
Negando onde tentasse se amparar.
39
Sedna ou Sanna
Trazendo em suas mãos, marinha caça
A divindade molda a permanência
Do povo mesmo quando em ingerência
A sorte noutro rumo já se traça,
Enquanto jovem bela em face humana
E ao ser decerto; um dia, seduzida
Marcando com terror a própria vida,
E nesta face atroz o quanto engana,
E numa miserável moradia
Seu pai noutro momento foi buscá-la
O seu amante fez dela a vassala
E o tempo se mostrara em agonia
Em tempestade o pai lançando ao mar,
E cada dedo seu, pôs-se a cortar.
40
Silap Inua
Simbolizando este éter que domina
O passo, o respirar, uma mudança
E nisto com certeza ora se lança
Gerando o pudesse em rara mina
Primária fonte aonde determina
O quanto se tentasse e a vida alcança,
Gestando muito além da temperança
O todo que deveras me alucina,
A deusa que controla cada instante
E mostra o quanto venha doravante
Senhora do destino; traz a dita
E molda o que virá noutro momento
E sendo de tal forma o que ora tento
Atento caminhar em luz bendita...
41
Tarqeq
Divindade lunar trazendo em brilho
Argêntea maravilha e molda assim
O quanto se mostrara em seu marfim
E neste caminhar ora palmilho,
E o tempo na verdade este andarilho
Traçando o que pudesse e de onde eu vim,
Marcando o dia a dia até o fim,
E neste desenhar decerto eu trilho,
Reinando sobre o céu durante meses,
Neste Ártico cenário, quantas vezes
Seus raios já guiando cada passo,
Destarte deusa nobre e prateada
Qual fosse numa tela ora pintada,
Demarca em precisão, imenso espaço.
42
Tekkeitsertok
Um mestre dominando os cervos traz
A cada instante enfim raro provento
E neste desenhar tomando assento
O quanto poderia mais audaz,
E o mundo se mostrando onde tenaz
Eu busco este caminho e quando invento
Mais livre deve ser o pensamento
De tudo o que tentasse, sou capaz,
Tekkeitsertok o deus que dita caça
E nisto a mais real sobrevivência
Gerando com denodo em eloquencia
O quanto se mostrara outrora e traça
O todo que virá em novo dia,
E a sorte que conforte cerziria...
43
Tootega
A sábia que caminha sobre as águas
E sendo uma anciã conhece o todo
Sem ter sequer nem dúvida ou engodo
Sua alma traduzida em belas fráguas,
De pedra esta cabana aonde habita
E tendo mesmo humilde dimensão
Do mundo a mais completa precisão
Ainda que enfrentasse uma desdita,
Tootega numa face mais audaz,
Do quanto poderia ser capaz
Invade o pensamento em paz e trama
Depois da tempestade, esta bonança
E quando neste instante agora avança
Mantendo dentro em nós a imensa chama.
44
Torngasoak
Divindade celeste que em poder
Incomparavelmente se anuncia
E mostra com ardor, sabedoria
E sabe a cada instante convencer,
O quanto se desvenda e posso ver
Trazendo em emoção meu dia a dia,
E mesmo quando a sorte é mais sombria
O todo noutra face me faz crer.
Regendo assim os céus, a divindade,
Expressa com superna majestade
O dom de ser além e mesmo assim,
Traçar o que pudesse em plena paz,
Deixando algum rancor já para trás
Moldando no seu mundo um bom jardim.
45
Tornarsuk
Dos submundos o deus que rege espaço
Aonde as almas traçam seu futuro
E ressurretas quando eu afiguro
O mundo num momento mais escasso,
E o tanto quanto quero teimo e traço
Vencendo este cenário mais escuro
De todos os tornat, quando o procuro
Expressa o que pudesse sem cansaço,
E mesmo das profundas avizinho
O quanto se mostrara mais daninho
O tempo sem saber do que mais possa,
Vencendo com denodo e em esperança
O tanto quero a vida alcança
E deixa para trás a imunda fossa.
46
Tulugaak
O criador da luz reinando ali
Durante este verão longo e tenaz
O quanto cada sonho agora traz
O todo que deveras mereci,
O verso se produz e sei que vi
Um mundo desenhado em rara paz,
Embora num cenário tão mordaz,
Beleza sem igual ora sorvi,
A divindade clara em plenitude
Dos sonhos transmitindo a juventude
Que esta alma inda procura mesmo quando
O tempo se anuncia desolando
E mesmo que o cenário ainda mude
Meu verso caminhando em contrabando.
47
Tupilak
O deus que rege além tantos mistérios
Aprofundando em fases tão diversas
Enquanto sobre o todo agora versas
A vida se desenha sem critérios,
Os ermos de minha alma, quais minérios
As lutas entre tantas vãs conversas
As sortes que se vendo já submersas
O tanto se perdendo em vãos impérios,
Assim o quanto sinto e nada vejo,
Apenas cada passo num ensejo
Disperso de outro fato em tal fastio,
E quando alguma luz já se anuncia
A tarde se retorna mais sombria
Embora este vazio, eu desafio...
48
Wentshukumishiteu
Wentshukumishiteu, o protetor
Da vida em pleno mar; em desafio
Ao homem que em loucura e desvario
Traduz somente imensa e leda dor,
Das lontras, focas, orcas, das baleias
A face mais atroz em tanto medo,
Assim quando se molda o desenredo
Além do quanto possas devaneias,
Rodeias com a fúria em tom atroz
Em sanguinária face avermelhando
O belo em azulejo, em ar tão brando
Agora outro cenário mais feroz
E assim devastações enquanto possa
Gerando tão somente a amarga fossa.
PARA TANTOS, PRINCIPALMENTE MARCOS GABRIEL, MARCOS DIMITRI E MARCOS VINÍCIUS. MINHA ESPERANÇA. RITA PACIÊNCIA PELA LUTA.
sábado, 29 de janeiro de 2011
MITOLOGIA INCA
MITOLOGIA INCA
1
A divindade criadora, andina
Invisível aos olhos dos humanos
O soberano de tantos soberanos,
Imagem que deveras nos fascina,
E tendo esta verdade cristalina
Além do que pudessem outros planos
Vencendo desafetos, desenganos
Expressa a força clara, esmeraldina.
Dos tiahuanacos surge como o deus
Supremo, criador de tudo enquanto
A vida noutra cena onde me espanto
Presume o que pudesse sem adeus,
Assim ao se mostrar onipotente,
A imensidade em si já represente.
2
Apu Catequil
O deus dos raios traz na dimensão
O quanto se apresenta num instante
Guamansuri, seu pai que se garante
Conquista Cautaguan e desde então
Engravidando-a dita a sua sorte,
E dos irmãos, fortuna mais cruel,
O golpe derradeiro, em lodo e fel
Trazendo tão somente a fria morte.
Morta no parto, a deusa assim deixara
Dois filhos: Piquerao e Catequil
Que matando os seus tios, redimiu
Fazendo renascer a deusa rara,
Domínio do poder do trovão traz
O deus em força plena e mais audaz.
3
Apu Illapu
O deus da chuva traz fertilidade
Enfrentando este estio que transtorna
E quando em flores, frutos, terra adorna
O tempo se desenha em claridade,
A sorte tantas vezes nos evade
E a vidas se desenha atroz ou morna
E o quanto poderia já se entorna
Deixando para trás o quanto agrade.
Na via - láctea vejo a sua sombra
E nesta face enquanto a seca assombra
As águas salvadoras se verão,
E o tempo se anuncia em plenitude,
E o mundo com certeza inteiro mude
Trazendo noutro rumo, outra estação.
4
Apu Inti
O próprio sol regendo a Terra inteira
“ Servo de Viracocha” exercia
Sobre os diversos deuses tal magia
E nisto a sorte traça o que se queira,
O Imperador, qual fosse dele um filho
Regendo sobre humanos de tal sorte
Que quando se demonstra bem mais forte,
Expressa um novo rumo em tanto brilho,
A divindade que se fez a mais amada,
Deveras entre os incas, a adorada
Que oferecendo, em ouro e prata além
Das virgens proclamadas “as do sol”,
E nisto dominando este arrebol,
O quanto do poder supremo tem...
5
Aqlla
As virgens dedicadas ao deus Sol,
Ficando num local, aonde a dita
Pudesse ser além do que acredita
A sorte como fosse algum farol,
E quando este lugar em raro escol,
Tramando esta fortuna atroz a aflita
Em holocausto sempre necessita
De ter algum alento em arrebol,
Na Aqlla Wazí, a espera angustiante
Da entrega ao deus supremo e radiante
Desta alma em virgindade; o sacrifício
E assim agradecendo a própria vida,
A sina da menina decidida
Jogada para além num precipício.
6
Apo
O deus que dos relâmpagos trouxera
A fúria sem igual em noite escura,
Traçando pelos céus quando assegura
A tempestade atroz diversa e fera,
Assim ao se mostrar e destempera
O tempo quanto além se configura
Marcando a sorte mesmo que em loucura
E nisto se desenha nova esfera,
Apo, desenhando em céu imenso
Traduz o quanto possa e quando penso
Na fúria em tal cenário desvendada,
Alio ao pensamento este esplendor
Que tanto causa medo e mesmo horror
Na noite, num segundo iluminada.
7
Ataguchu
Um deus que desde início se mostrara
Auxiliar da enorme criação
E quando se apresenta desde então
Traçando com firmeza esta seara,
Esta entidade imensa, bela e clara
No tempo ou mesmo após nova estação
Os dias entre os dias se verão
Enquanto a fantasia assim declara,
Marcantes passos rumo ao que virá
Trazendo a plenitude aqui ou lá,
E de tal forma mostra o quanto possa,
Ataguchu divina força traz
E nisto cada instante mais tenaz
A sorte se anuncia bem mais nossa.
8
Cavillace
Deusa que em virgindade ao comer
O fruto deste deus que rege a lua,
Coniraya; e grávida se alua
Buscando quem o pai pudesse ser.
Nascendo o seu menino, engatinhado
Na direção do pai; dada a resposta
Envergonhada deusa, em vã proposta
Desenha outro futuro em ledo fado,
Ao ver a pequenez da divindade
Que ousara com seu sêmen nesta fruta
Engravidá-la, a deusa não reluta
E parte sem sentir sequer saudade,
No quanto a própria vida atroz te medras,
Ela e seu filho, agora, ermas pedras...
9
Chasca
A deusa que traduz a radiante
Estrela vespertina e matutina,
Crepuscular também manhã domina
E nisto cada brilho se garante,
Diversidade traz a cada instante
A mesma dimensão que ora fascina
Assim enquanto molda a cristalina
Manhã; traz noite fria doravante.
Protege as virgens, bela e clara estrela
O quanto se podendo sempre vê-la
E ter esta certeza em plena luz,
Destarte dominando no horizonte
Aonde o meu olhar procure e aponte,
O tanto quanto possa e me seduz.
10
Chasca Coyllus
O deus primaveril trazendo as flores
E delas o perfume se espalhando
Enquanto este cenário se faz brando
O tempo noutros rumos multicores
E quando muito além deveras fores,
Verás o sonho e nele dominando
O quanto se mostrando desde quando
A vida tem por sorte os bons sabores.
Chasca Coyllus o deus que também rege
O passo das meninas na existência
E disto com certeza dá ciência
Vencendo mesmo a dor, atroz e herege
E assim anunciando a primavera,
E dela todo o bem que a vida espera.
11
Chiqui Illapa
O deus das tempestades e de estios
Regendo o tempo em suas variantes
Mostrando o quanto possa por instantes
Tramar em passos raros desafios,
E nisto se importando também rios
Enchentes inundando tais vazantes
Ou mesmo numa seca onde se espantes
Deixando os dias tétricos, sombrios,
Nas ânsias e nos ermos da esperança
A vida noutro instante assim se lança
Marcando com temor, ou mesmo em paz,
Fartura na colheita ou leda fome,
O quanto se plantando não se come,
Transforma este momento em tom mordaz.
12
Kuka mama
A deusa da saúde e da alegria,
No início uma promíscua sem paragem
Amantes entre tantos quanto ultrajem
A sorte em face escusa, em agonia,
Assassinada em caos, o que viria
Após se desenhando em tal visagem
Mudando por completo a paisagem,
E dela se moldando a fantasia,
Os seus adoradores quando enfim
Levassem a mulher num belo orgasmo
Com todo o seu ardor e entusiasmo
Ao atingirem também claro fim,
Na fonte que decerto assim provoca
Mascavam tenra folha, então, de coca.
13
Konira Viracocha
Um deus que; sobretudo, é trapaceiro
Vagando pelas terras qual mendigo,
E nisto se negado algum abrigo,
O velho se mostrando um feiticeiro
Expressa em praguejar o derradeiro
Momento onde se mostre por castigo,
Trazendo em tal disfarce este perigo,
Negando algum futuro alvissareiro,
De Viracocha apenas outra forma
Que tanto quanto possa já deforma
E traça com terrível heresia
O nada após o tanto que pudesse,
Gerindo em suas mãos inteira a messe
Podendo trazer dor ou alegria.
14
Coniraia
O deus que representa a bela lua,
Reinando sobre a noite em prata traz
O tempo mais sereno e mais tenaz
Enquanto em céu supremo já flutua,
Em relação ao sol, frágil se vendo
Em claridade mesmo e em força plena,
O tanto que pudesse enfim serena
Mesmo que o fado seja atroz e horrendo.
Na dimensão sutil em pequenez
O quanto se anuncia em belo tom,
Paisagem mais sublime qual neon
Que em plenilúnio imenso agora vês,
O deus que se mostrando em argentina
Faceta a noite inteira assim domina.
15
Copacati
Um lago que se forma em divindade
Trazendo para a terra este sustento,
E nele o caminhar se faz atento
Enquanto tantas vezes nos agrade,
O quanto se pudesse em liberdade
Vencer o que deveras mesmo tento,
O olhar se mostraria e o pensamento
Rompendo alguma algema ou mesmo grade.
Copacati trazendo em água doce
O quanto poderia e mesmo fosse
Tramar noutro cenário mais sutil,
O tempo se desenha de tal forma,
E quando a própria sorte se transforma
Um mundo tão diverso presumiu,
16
Ekkeko
O deus do coração traz a riqueza
Em cultos tão diversos; adorado
Dos sacerdotes vejo este recado
No quanto poderia sem surpresa
Bonecos representam a vontade
Do beneplácito que eu tanto quis
E muda com certeza este matiz
Da vida mesmo quando desagrade,
No forro dos bonecos escondido
O quanto se pedira, noutro instante
E sei que a própria sorte assim garante
No anseio aonde o rumo ora lapido,
Ekkeko; protegei-me em tal momento
Aonde alguma luz deveras, tento.
17
Illapa
O deus que nos trazendo um tempo bom,
Ouvindo este pedido para que
Este universo inteiro que se vê
Mantenha com certeza o mesmo tom,
E tendo a magnitude como um dom,
No deus que tudo saiba; o que se crê
Permite que se vendo de A até Z
O mundo se tramasse em claro som,
Vestindo em luz intensa a vestimenta
Que possa e na verdade me orienta
Em noite escura traça o que virá,
Da vara que contém em suas mãos,
Certeza do nascer de tantos grãos
Tornando a plantação raro maná.
18
Inti
O deus que soberano se mostrasse
Merecendo outros versos, tal poder
Gerando sobre todo mundo e ser
Deixando-se antever, a própria face,
E quando neste céu já clareasse
De imperadores, pai e deixa ver
O todo que pudesse amanhecer
Caminho sem igual ora tomasse,
Assim na plenitude deste deus,
A sorte preparara um duro adeus
Aos incas pelas mãos dos espanhóis
E quando se apresenta a dor terrível
O mundo nesta face mais sofrível
Matando dentro em nós diversos sóis.
19
Kon
O deus do vento-sul, a chuva trama
E nisto fertiliza todo o solo,
E quando a vida segue já sem dolo,
Trazendo da esperança acesa chama,
Enquanto em pleno chão, trazendo a lama,
Cenário sem igual onde me assolo,
E tanto quanto possa eu me consolo
Vencendo do passado qualquer drama,
A vida se refaz em chuva e grão,
E dita com certeza e precisão
O tempo que virá nos redimir
Do que tanto quisera e nunca veio,
Seguindo meu caminho em devaneio
Procuro pelo menos o porvir.
20
Mama Allpa
A deusa que traz em si fertilidade
Amamentando a vida em tantos seios
E destes outros tantos ditam veios
Por onde a sorte agora nos invade,
O tempo se desenha em claridade,
E os olhos procurando em devaneios
Vencendo os mais atrozes tons alheios
Brindando com ternura a imensidade.
Nos seios fartos, mãe da Natureza
Explode em tantas formas de beleza
Gerando e assim gerindo e sustentando
O todo se mostrando em plena sorte,
O quanto dela a vida tem aporte,
Num tempo mais suave e mesmo brando.
21
Mama Cocha
A deusa que domina os oceanos
E nisto se apresenta gigantesca
A sorte muitas vezes pitoresca
Traduz diversos erros, desenganos,
Porém na proteção da divindade
O quanto se anuncia em peixes dita
Fortuna com certeza mais bendita
E nisto o que puder; enfim agrade
Marcando esta presença em claros tons,
Na esmeraldina face tão sublime
Enquanto a própria sorte nos redime
Ousando preparar diversos dons,
Dos mares e oceanos, a esperança
A cada vez que a rede ali se lança.
22
Mama Pacha
De Pachamac a esposa em força e fúria
Alastra seus poderes sobre a terra
E regendo o cultivo, ali se encerra
Gerando em terremotos face espúria,
Trazendo tantas dores e a penúria
Ao mesmo tempo outro caminho cerra
Quando em colheita farta, assim descerra
Cessando num instante esta lamúria,
Draconiana imagem; mostra enfim,
Terrível caminhar e de onde eu vim
Os rastros desta deusa em fogo e fome,
Dos sísmicos tremores, mãe cruel,
Porém traduz também o fel e o mel,
Nesta fartura imensa que nos dome.
23
Mama Quilla
A deusa dominando a noite imensa
E traz junto consigo este luar,
E nele todo o vasto delirar
Que tantas vezes tudo em paz compensa,
Protegendo as mulheres, casamentos,
Expressa a dignidade em tom maior
O seu caminho eu tento e sei de cor
Os erros que trouxessem desalentos,
A mãe dourada traz em rara luz
O quanto a sorte trama a cada passo,
E mesmo num cenário turvo e lasso,
Outro momento em paz já reproduz,
E seduzindo a sorte de tal forma
Marcando o que pudesse e em paz transforma.
24
Mama Zara
A deusa que gerando o milho expressa
Colheita abençoada em provisão
Deixando com certeza desde então
A vida muito além de uma promessa,
E a cada novo ciclo recomeça
Trazendo dentro em si a divisão
Moldando com fineza uma estação
Que o tempo na verdade nunca cessa.
Os pés de milho quando agigantados
Deveras não colhidos, preservados
Garantem este agrado à deusa farta
Gerindo de tal forma esta colheita
A sorte se traduz e assim deleita
Quem desta decisão jamais se aparta.
25
Manco Capac
O fundador da dinastia aonde
O império inca deriva e traz a sorte
Que tantas vezes dita o raro aporte
E ao sonho mais audaz já corresponde,
A vida de tal forma além se esconde
E nisto se anuncia o braço forte
Que toda a fantasia ora suporte
Enquanto a própria vida nos responde,
Também é deus do fogo e fundador
Da dinastia Cuzco e de tal monta
O quanto a própria história em si remonta,
Trazendo com certeza o seu valor,
Ao deus-sol deveras comparado,
Um poderoso ser, iluminado.
26
Pacha Camac
Um deus que criador, participara
Da origem do universo, com certeza
E tendo de tal sorte esta nobreza
Enquanto a cada passo se prepara
E vence a tempestade mais amara,
Seguindo contra a própria correnteza
Expressa com fartura a rara mesa
Gerando uma expressão deveras clara,
Dos Ichma a divindade principal
Aceita pelos incas, em total
Sincretismo que possa deflagrar
Esta união decerto desejada,
Da sorte em consonância preparada
Marcando o tom gentil. Custa sonhar?
27
Pariacaca
O deus das tempestades traz nas mãos
Poderes sobre tantas vidas quando
A sorte em maldição já desabando
Gerando nesta terra tantos vãos,
Cenários que inundando, matam grãos
E o mundo noutro instante mais nefando,
Aos poucos sem sentido, divisando
Somente os repetidos, mesmos nãos.
Falcão que antropomorfo logo após
Vagando em céu imenso traz na voz
O quanto poderia e muito mais,
Numa expressão de dor e desalento
Gestando tão somente o sofrimento
Parindo os mais diversos temporais...
28
Paricia
O deus que traz enchente e alagamento
A quem não respeitando as divindades
E quando as margens vês e mesmo invades
O tempo noutro instante em sofrimento,
É necessário sempre estar atento
Enquanto a cada engodo já degrades
Marcando com terror calamidades
Numa explosão de chuva, fúria e vento.
A Natureza tudo propicia,
Porém quando se vê em Paricia
A força vingadora em tom atroz,
O quanto se quisera em bom proveito,
Deveras pela falta de respeito
Do provedor encontra o seu algoz.
29
Supai
O deus da morte exige em sacrifícios
Crianças e destarte se concebe
Na fúria dominando a turva sebe
A sorte se demonstra em precipícios
Nefasta criatura em seus ofícios
O quanto do terror alastra e bebe
Marcando com furor o que percebe
Não deixa da esperança nem indícios.
Numa infernal desdita traça e atesta
A face mais atroz mesmo funesta
Da vida sem proveito e sem razão.
A divindade feita em tal mortalha
A cada instante doma enquanto espalha
Trazendo tão somente a negação.
30
Urcaguari
O deus que dos metais domina o rumo
Da sorte muitas vezes variável,
E quando se traduz em mais louvável
O tempo noutro passo enfim resumo,
Fortuna gera o caos e deste sumo
O fim do império fora deplorável
No olhar ambicioso e degradável
Deste conquistador em fúria e fumo,
A vida traz riqueza e morte após,
Dourando e prateando, enquanto algoz
Expressa a mais terrível desventura
No quanto inda restara da cultura
De um povo que deveras poderia,
Tanto ensinar sem tanta hipocrisia.
31
Uruchillai
O que da divindade fora exposto
Gerando a proteção tão necessária
Da vida que se mostra em temerária
Visão noutro momento decomposto,
Assim ao ser deveras em desgosto
A sorte desenhada em luta vária,
Sobreviver à trama em solitária
Expressão que trouxera outro proposto.
O deus que tem nas mãos em tanto apuro
O quanto poderia e te asseguro
Nos dias mais audazes e diversos,
Dos animais a vida se preserve
E a vida assim mantendo a imensa verve
Vertendo eternidade em universos.
32
Viracocha
O deus primordial, o criador
Trazendo em suas mãos onipotência
E disto se mostrando com ciência
O quanto em seu poder, transformador;
Além do que pudesse enfim supor
A sorte se tramando em consciência
Gerando a mais sublime competência
Tramando com certeza este valor.
Nascido de uma virgem; soberano
Dos deuses molda a sorte mais sublime
Embora penalize como um crime
Aquele que trazendo em ar profano
Em fogo ou na água tal castigo,
E nele o quanto possa em desabrigo.
33
A CRIAÇÃO DO MUNDO
Con Tiqui Viracocha traz a luz
Do Titicaca surge em mundo escuro,
E tendo em seu poder, o que asseguro
Marcando com vigor assim produz,
O Sol, a Lua e todas as estrelas,
Montanhas, homens, grávidas parceiras
Invertebrados seres como queiras,
Nas sortes tão difíceis de provê-las,
Espalha pela terra a criação,
Deixando em Cuzco apenas um casal
O ventre do mundo sendo original,
E traz ao ser humano a provisão,
Porém se rebelando a fera humana
Que assim, em mundo torpe enfim se dana.
34
OS TRÊS MUNDOS INCAS
Primeiro: Uku Pacha
O mundo inferior dita o passado
E dele se originam todos que
Agora em plena vida já se vê
Traçando o seu futuro, o seu legado
Também quem nesta vida fosse errado
Ali encontra o fim e nisto crê
Sem nada que inda possa, enfim revê
No tempo mais atroz, dilapidado.
“Não roube ou minta e enfim lute e trabalhe”
Assim a vida traça sem encalhe
A máxima expressão: felicidade,
Porém quem se perdendo deste rumo,
Deixando a sua essência, ledo sumo,
A cada novo instante se degrade.
35
Segundo mundo: Kay Pacha
Representando o quanto existe agora,
Presente aonde a sorte se decide
Um privilégio imenso; não duvide
A sorte em tal cenário revigora,
Enquanto tantos buscam sem ter chance
Esta oportunidade de viver,
A glória se concebe e é só querer
Que o todo noutro passo enfim se alcance,
Quem tendo a primazia de existir
Que é dada como Graça por um deus,
Sabendo dos caminhos, sendo seus,
Prepare com denodo o seu porvir,
Uma oportunidade tão sublime,
E nela todo o passo sempre estime.
36
Terceiro mundo: Hanan Pacha
Traduzindo uma estância muito além
E dela se presume um ar superno,
O quanto neste manto em paz externo,
Ousando acreditar no quanto vem,
Nascer em tal estágio é renascer
Após a morte em glória e perfeição,
Qual fosse numa eterna sensação
Anunciando a vida em tal poder,
E conviver com deuses neste intento
Além do que pudesse imaginar
O todo tão bendito eternizar
Num paraíso aonde insisto e tento
Poder ter meu descanso, em plenitude,
Na eterna sensação de juventude.
37
Huacas
Imagem deste deus tão poderoso
Representando assim cada lugar
Aonde se pudesse desenhar
O todo noutra face, majestoso,
Um rito tantas vezes generoso,
Tramando o quanto possa transformar
Na sorte mais audaz e modelar
Vencendo o dia a dia caprichoso,
Lugares que sagrados são por si,
O quanto desejei e percebi
Fortuna sem igual nos redimindo,
E o tanto que pudesse ter ali,
O todo que deveras mereci,
Ou mesmo este cenário quase infindo.
1
A divindade criadora, andina
Invisível aos olhos dos humanos
O soberano de tantos soberanos,
Imagem que deveras nos fascina,
E tendo esta verdade cristalina
Além do que pudessem outros planos
Vencendo desafetos, desenganos
Expressa a força clara, esmeraldina.
Dos tiahuanacos surge como o deus
Supremo, criador de tudo enquanto
A vida noutra cena onde me espanto
Presume o que pudesse sem adeus,
Assim ao se mostrar onipotente,
A imensidade em si já represente.
2
Apu Catequil
O deus dos raios traz na dimensão
O quanto se apresenta num instante
Guamansuri, seu pai que se garante
Conquista Cautaguan e desde então
Engravidando-a dita a sua sorte,
E dos irmãos, fortuna mais cruel,
O golpe derradeiro, em lodo e fel
Trazendo tão somente a fria morte.
Morta no parto, a deusa assim deixara
Dois filhos: Piquerao e Catequil
Que matando os seus tios, redimiu
Fazendo renascer a deusa rara,
Domínio do poder do trovão traz
O deus em força plena e mais audaz.
3
Apu Illapu
O deus da chuva traz fertilidade
Enfrentando este estio que transtorna
E quando em flores, frutos, terra adorna
O tempo se desenha em claridade,
A sorte tantas vezes nos evade
E a vidas se desenha atroz ou morna
E o quanto poderia já se entorna
Deixando para trás o quanto agrade.
Na via - láctea vejo a sua sombra
E nesta face enquanto a seca assombra
As águas salvadoras se verão,
E o tempo se anuncia em plenitude,
E o mundo com certeza inteiro mude
Trazendo noutro rumo, outra estação.
4
Apu Inti
O próprio sol regendo a Terra inteira
“ Servo de Viracocha” exercia
Sobre os diversos deuses tal magia
E nisto a sorte traça o que se queira,
O Imperador, qual fosse dele um filho
Regendo sobre humanos de tal sorte
Que quando se demonstra bem mais forte,
Expressa um novo rumo em tanto brilho,
A divindade que se fez a mais amada,
Deveras entre os incas, a adorada
Que oferecendo, em ouro e prata além
Das virgens proclamadas “as do sol”,
E nisto dominando este arrebol,
O quanto do poder supremo tem...
5
Aqlla
As virgens dedicadas ao deus Sol,
Ficando num local, aonde a dita
Pudesse ser além do que acredita
A sorte como fosse algum farol,
E quando este lugar em raro escol,
Tramando esta fortuna atroz a aflita
Em holocausto sempre necessita
De ter algum alento em arrebol,
Na Aqlla Wazí, a espera angustiante
Da entrega ao deus supremo e radiante
Desta alma em virgindade; o sacrifício
E assim agradecendo a própria vida,
A sina da menina decidida
Jogada para além num precipício.
6
Apo
O deus que dos relâmpagos trouxera
A fúria sem igual em noite escura,
Traçando pelos céus quando assegura
A tempestade atroz diversa e fera,
Assim ao se mostrar e destempera
O tempo quanto além se configura
Marcando a sorte mesmo que em loucura
E nisto se desenha nova esfera,
Apo, desenhando em céu imenso
Traduz o quanto possa e quando penso
Na fúria em tal cenário desvendada,
Alio ao pensamento este esplendor
Que tanto causa medo e mesmo horror
Na noite, num segundo iluminada.
7
Ataguchu
Um deus que desde início se mostrara
Auxiliar da enorme criação
E quando se apresenta desde então
Traçando com firmeza esta seara,
Esta entidade imensa, bela e clara
No tempo ou mesmo após nova estação
Os dias entre os dias se verão
Enquanto a fantasia assim declara,
Marcantes passos rumo ao que virá
Trazendo a plenitude aqui ou lá,
E de tal forma mostra o quanto possa,
Ataguchu divina força traz
E nisto cada instante mais tenaz
A sorte se anuncia bem mais nossa.
8
Cavillace
Deusa que em virgindade ao comer
O fruto deste deus que rege a lua,
Coniraya; e grávida se alua
Buscando quem o pai pudesse ser.
Nascendo o seu menino, engatinhado
Na direção do pai; dada a resposta
Envergonhada deusa, em vã proposta
Desenha outro futuro em ledo fado,
Ao ver a pequenez da divindade
Que ousara com seu sêmen nesta fruta
Engravidá-la, a deusa não reluta
E parte sem sentir sequer saudade,
No quanto a própria vida atroz te medras,
Ela e seu filho, agora, ermas pedras...
9
Chasca
A deusa que traduz a radiante
Estrela vespertina e matutina,
Crepuscular também manhã domina
E nisto cada brilho se garante,
Diversidade traz a cada instante
A mesma dimensão que ora fascina
Assim enquanto molda a cristalina
Manhã; traz noite fria doravante.
Protege as virgens, bela e clara estrela
O quanto se podendo sempre vê-la
E ter esta certeza em plena luz,
Destarte dominando no horizonte
Aonde o meu olhar procure e aponte,
O tanto quanto possa e me seduz.
10
Chasca Coyllus
O deus primaveril trazendo as flores
E delas o perfume se espalhando
Enquanto este cenário se faz brando
O tempo noutros rumos multicores
E quando muito além deveras fores,
Verás o sonho e nele dominando
O quanto se mostrando desde quando
A vida tem por sorte os bons sabores.
Chasca Coyllus o deus que também rege
O passo das meninas na existência
E disto com certeza dá ciência
Vencendo mesmo a dor, atroz e herege
E assim anunciando a primavera,
E dela todo o bem que a vida espera.
11
Chiqui Illapa
O deus das tempestades e de estios
Regendo o tempo em suas variantes
Mostrando o quanto possa por instantes
Tramar em passos raros desafios,
E nisto se importando também rios
Enchentes inundando tais vazantes
Ou mesmo numa seca onde se espantes
Deixando os dias tétricos, sombrios,
Nas ânsias e nos ermos da esperança
A vida noutro instante assim se lança
Marcando com temor, ou mesmo em paz,
Fartura na colheita ou leda fome,
O quanto se plantando não se come,
Transforma este momento em tom mordaz.
12
Kuka mama
A deusa da saúde e da alegria,
No início uma promíscua sem paragem
Amantes entre tantos quanto ultrajem
A sorte em face escusa, em agonia,
Assassinada em caos, o que viria
Após se desenhando em tal visagem
Mudando por completo a paisagem,
E dela se moldando a fantasia,
Os seus adoradores quando enfim
Levassem a mulher num belo orgasmo
Com todo o seu ardor e entusiasmo
Ao atingirem também claro fim,
Na fonte que decerto assim provoca
Mascavam tenra folha, então, de coca.
13
Konira Viracocha
Um deus que; sobretudo, é trapaceiro
Vagando pelas terras qual mendigo,
E nisto se negado algum abrigo,
O velho se mostrando um feiticeiro
Expressa em praguejar o derradeiro
Momento onde se mostre por castigo,
Trazendo em tal disfarce este perigo,
Negando algum futuro alvissareiro,
De Viracocha apenas outra forma
Que tanto quanto possa já deforma
E traça com terrível heresia
O nada após o tanto que pudesse,
Gerindo em suas mãos inteira a messe
Podendo trazer dor ou alegria.
14
Coniraia
O deus que representa a bela lua,
Reinando sobre a noite em prata traz
O tempo mais sereno e mais tenaz
Enquanto em céu supremo já flutua,
Em relação ao sol, frágil se vendo
Em claridade mesmo e em força plena,
O tanto que pudesse enfim serena
Mesmo que o fado seja atroz e horrendo.
Na dimensão sutil em pequenez
O quanto se anuncia em belo tom,
Paisagem mais sublime qual neon
Que em plenilúnio imenso agora vês,
O deus que se mostrando em argentina
Faceta a noite inteira assim domina.
15
Copacati
Um lago que se forma em divindade
Trazendo para a terra este sustento,
E nele o caminhar se faz atento
Enquanto tantas vezes nos agrade,
O quanto se pudesse em liberdade
Vencer o que deveras mesmo tento,
O olhar se mostraria e o pensamento
Rompendo alguma algema ou mesmo grade.
Copacati trazendo em água doce
O quanto poderia e mesmo fosse
Tramar noutro cenário mais sutil,
O tempo se desenha de tal forma,
E quando a própria sorte se transforma
Um mundo tão diverso presumiu,
16
Ekkeko
O deus do coração traz a riqueza
Em cultos tão diversos; adorado
Dos sacerdotes vejo este recado
No quanto poderia sem surpresa
Bonecos representam a vontade
Do beneplácito que eu tanto quis
E muda com certeza este matiz
Da vida mesmo quando desagrade,
No forro dos bonecos escondido
O quanto se pedira, noutro instante
E sei que a própria sorte assim garante
No anseio aonde o rumo ora lapido,
Ekkeko; protegei-me em tal momento
Aonde alguma luz deveras, tento.
17
Illapa
O deus que nos trazendo um tempo bom,
Ouvindo este pedido para que
Este universo inteiro que se vê
Mantenha com certeza o mesmo tom,
E tendo a magnitude como um dom,
No deus que tudo saiba; o que se crê
Permite que se vendo de A até Z
O mundo se tramasse em claro som,
Vestindo em luz intensa a vestimenta
Que possa e na verdade me orienta
Em noite escura traça o que virá,
Da vara que contém em suas mãos,
Certeza do nascer de tantos grãos
Tornando a plantação raro maná.
18
Inti
O deus que soberano se mostrasse
Merecendo outros versos, tal poder
Gerando sobre todo mundo e ser
Deixando-se antever, a própria face,
E quando neste céu já clareasse
De imperadores, pai e deixa ver
O todo que pudesse amanhecer
Caminho sem igual ora tomasse,
Assim na plenitude deste deus,
A sorte preparara um duro adeus
Aos incas pelas mãos dos espanhóis
E quando se apresenta a dor terrível
O mundo nesta face mais sofrível
Matando dentro em nós diversos sóis.
19
Kon
O deus do vento-sul, a chuva trama
E nisto fertiliza todo o solo,
E quando a vida segue já sem dolo,
Trazendo da esperança acesa chama,
Enquanto em pleno chão, trazendo a lama,
Cenário sem igual onde me assolo,
E tanto quanto possa eu me consolo
Vencendo do passado qualquer drama,
A vida se refaz em chuva e grão,
E dita com certeza e precisão
O tempo que virá nos redimir
Do que tanto quisera e nunca veio,
Seguindo meu caminho em devaneio
Procuro pelo menos o porvir.
20
Mama Allpa
A deusa que traz em si fertilidade
Amamentando a vida em tantos seios
E destes outros tantos ditam veios
Por onde a sorte agora nos invade,
O tempo se desenha em claridade,
E os olhos procurando em devaneios
Vencendo os mais atrozes tons alheios
Brindando com ternura a imensidade.
Nos seios fartos, mãe da Natureza
Explode em tantas formas de beleza
Gerando e assim gerindo e sustentando
O todo se mostrando em plena sorte,
O quanto dela a vida tem aporte,
Num tempo mais suave e mesmo brando.
21
Mama Cocha
A deusa que domina os oceanos
E nisto se apresenta gigantesca
A sorte muitas vezes pitoresca
Traduz diversos erros, desenganos,
Porém na proteção da divindade
O quanto se anuncia em peixes dita
Fortuna com certeza mais bendita
E nisto o que puder; enfim agrade
Marcando esta presença em claros tons,
Na esmeraldina face tão sublime
Enquanto a própria sorte nos redime
Ousando preparar diversos dons,
Dos mares e oceanos, a esperança
A cada vez que a rede ali se lança.
22
Mama Pacha
De Pachamac a esposa em força e fúria
Alastra seus poderes sobre a terra
E regendo o cultivo, ali se encerra
Gerando em terremotos face espúria,
Trazendo tantas dores e a penúria
Ao mesmo tempo outro caminho cerra
Quando em colheita farta, assim descerra
Cessando num instante esta lamúria,
Draconiana imagem; mostra enfim,
Terrível caminhar e de onde eu vim
Os rastros desta deusa em fogo e fome,
Dos sísmicos tremores, mãe cruel,
Porém traduz também o fel e o mel,
Nesta fartura imensa que nos dome.
23
Mama Quilla
A deusa dominando a noite imensa
E traz junto consigo este luar,
E nele todo o vasto delirar
Que tantas vezes tudo em paz compensa,
Protegendo as mulheres, casamentos,
Expressa a dignidade em tom maior
O seu caminho eu tento e sei de cor
Os erros que trouxessem desalentos,
A mãe dourada traz em rara luz
O quanto a sorte trama a cada passo,
E mesmo num cenário turvo e lasso,
Outro momento em paz já reproduz,
E seduzindo a sorte de tal forma
Marcando o que pudesse e em paz transforma.
24
Mama Zara
A deusa que gerando o milho expressa
Colheita abençoada em provisão
Deixando com certeza desde então
A vida muito além de uma promessa,
E a cada novo ciclo recomeça
Trazendo dentro em si a divisão
Moldando com fineza uma estação
Que o tempo na verdade nunca cessa.
Os pés de milho quando agigantados
Deveras não colhidos, preservados
Garantem este agrado à deusa farta
Gerindo de tal forma esta colheita
A sorte se traduz e assim deleita
Quem desta decisão jamais se aparta.
25
Manco Capac
O fundador da dinastia aonde
O império inca deriva e traz a sorte
Que tantas vezes dita o raro aporte
E ao sonho mais audaz já corresponde,
A vida de tal forma além se esconde
E nisto se anuncia o braço forte
Que toda a fantasia ora suporte
Enquanto a própria vida nos responde,
Também é deus do fogo e fundador
Da dinastia Cuzco e de tal monta
O quanto a própria história em si remonta,
Trazendo com certeza o seu valor,
Ao deus-sol deveras comparado,
Um poderoso ser, iluminado.
26
Pacha Camac
Um deus que criador, participara
Da origem do universo, com certeza
E tendo de tal sorte esta nobreza
Enquanto a cada passo se prepara
E vence a tempestade mais amara,
Seguindo contra a própria correnteza
Expressa com fartura a rara mesa
Gerando uma expressão deveras clara,
Dos Ichma a divindade principal
Aceita pelos incas, em total
Sincretismo que possa deflagrar
Esta união decerto desejada,
Da sorte em consonância preparada
Marcando o tom gentil. Custa sonhar?
27
Pariacaca
O deus das tempestades traz nas mãos
Poderes sobre tantas vidas quando
A sorte em maldição já desabando
Gerando nesta terra tantos vãos,
Cenários que inundando, matam grãos
E o mundo noutro instante mais nefando,
Aos poucos sem sentido, divisando
Somente os repetidos, mesmos nãos.
Falcão que antropomorfo logo após
Vagando em céu imenso traz na voz
O quanto poderia e muito mais,
Numa expressão de dor e desalento
Gestando tão somente o sofrimento
Parindo os mais diversos temporais...
28
Paricia
O deus que traz enchente e alagamento
A quem não respeitando as divindades
E quando as margens vês e mesmo invades
O tempo noutro instante em sofrimento,
É necessário sempre estar atento
Enquanto a cada engodo já degrades
Marcando com terror calamidades
Numa explosão de chuva, fúria e vento.
A Natureza tudo propicia,
Porém quando se vê em Paricia
A força vingadora em tom atroz,
O quanto se quisera em bom proveito,
Deveras pela falta de respeito
Do provedor encontra o seu algoz.
29
Supai
O deus da morte exige em sacrifícios
Crianças e destarte se concebe
Na fúria dominando a turva sebe
A sorte se demonstra em precipícios
Nefasta criatura em seus ofícios
O quanto do terror alastra e bebe
Marcando com furor o que percebe
Não deixa da esperança nem indícios.
Numa infernal desdita traça e atesta
A face mais atroz mesmo funesta
Da vida sem proveito e sem razão.
A divindade feita em tal mortalha
A cada instante doma enquanto espalha
Trazendo tão somente a negação.
30
Urcaguari
O deus que dos metais domina o rumo
Da sorte muitas vezes variável,
E quando se traduz em mais louvável
O tempo noutro passo enfim resumo,
Fortuna gera o caos e deste sumo
O fim do império fora deplorável
No olhar ambicioso e degradável
Deste conquistador em fúria e fumo,
A vida traz riqueza e morte após,
Dourando e prateando, enquanto algoz
Expressa a mais terrível desventura
No quanto inda restara da cultura
De um povo que deveras poderia,
Tanto ensinar sem tanta hipocrisia.
31
Uruchillai
O que da divindade fora exposto
Gerando a proteção tão necessária
Da vida que se mostra em temerária
Visão noutro momento decomposto,
Assim ao ser deveras em desgosto
A sorte desenhada em luta vária,
Sobreviver à trama em solitária
Expressão que trouxera outro proposto.
O deus que tem nas mãos em tanto apuro
O quanto poderia e te asseguro
Nos dias mais audazes e diversos,
Dos animais a vida se preserve
E a vida assim mantendo a imensa verve
Vertendo eternidade em universos.
32
Viracocha
O deus primordial, o criador
Trazendo em suas mãos onipotência
E disto se mostrando com ciência
O quanto em seu poder, transformador;
Além do que pudesse enfim supor
A sorte se tramando em consciência
Gerando a mais sublime competência
Tramando com certeza este valor.
Nascido de uma virgem; soberano
Dos deuses molda a sorte mais sublime
Embora penalize como um crime
Aquele que trazendo em ar profano
Em fogo ou na água tal castigo,
E nele o quanto possa em desabrigo.
33
A CRIAÇÃO DO MUNDO
Con Tiqui Viracocha traz a luz
Do Titicaca surge em mundo escuro,
E tendo em seu poder, o que asseguro
Marcando com vigor assim produz,
O Sol, a Lua e todas as estrelas,
Montanhas, homens, grávidas parceiras
Invertebrados seres como queiras,
Nas sortes tão difíceis de provê-las,
Espalha pela terra a criação,
Deixando em Cuzco apenas um casal
O ventre do mundo sendo original,
E traz ao ser humano a provisão,
Porém se rebelando a fera humana
Que assim, em mundo torpe enfim se dana.
34
OS TRÊS MUNDOS INCAS
Primeiro: Uku Pacha
O mundo inferior dita o passado
E dele se originam todos que
Agora em plena vida já se vê
Traçando o seu futuro, o seu legado
Também quem nesta vida fosse errado
Ali encontra o fim e nisto crê
Sem nada que inda possa, enfim revê
No tempo mais atroz, dilapidado.
“Não roube ou minta e enfim lute e trabalhe”
Assim a vida traça sem encalhe
A máxima expressão: felicidade,
Porém quem se perdendo deste rumo,
Deixando a sua essência, ledo sumo,
A cada novo instante se degrade.
35
Segundo mundo: Kay Pacha
Representando o quanto existe agora,
Presente aonde a sorte se decide
Um privilégio imenso; não duvide
A sorte em tal cenário revigora,
Enquanto tantos buscam sem ter chance
Esta oportunidade de viver,
A glória se concebe e é só querer
Que o todo noutro passo enfim se alcance,
Quem tendo a primazia de existir
Que é dada como Graça por um deus,
Sabendo dos caminhos, sendo seus,
Prepare com denodo o seu porvir,
Uma oportunidade tão sublime,
E nela todo o passo sempre estime.
36
Terceiro mundo: Hanan Pacha
Traduzindo uma estância muito além
E dela se presume um ar superno,
O quanto neste manto em paz externo,
Ousando acreditar no quanto vem,
Nascer em tal estágio é renascer
Após a morte em glória e perfeição,
Qual fosse numa eterna sensação
Anunciando a vida em tal poder,
E conviver com deuses neste intento
Além do que pudesse imaginar
O todo tão bendito eternizar
Num paraíso aonde insisto e tento
Poder ter meu descanso, em plenitude,
Na eterna sensação de juventude.
37
Huacas
Imagem deste deus tão poderoso
Representando assim cada lugar
Aonde se pudesse desenhar
O todo noutra face, majestoso,
Um rito tantas vezes generoso,
Tramando o quanto possa transformar
Na sorte mais audaz e modelar
Vencendo o dia a dia caprichoso,
Lugares que sagrados são por si,
O quanto desejei e percebi
Fortuna sem igual nos redimindo,
E o tanto que pudesse ter ali,
O todo que deveras mereci,
Ou mesmo este cenário quase infindo.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
MITOLOGIA NÓRDICA
MITOLOGIA NÓRDICA
1
Balder
O filho do Odin e Frigga, a divindade
Trazendo na justiça a sua marca,
Também sabedoria quando abarca
Disseminando além boa vontade,
Porém num pesadelo que ora invade
O sentimento amargo quando embarca
Traçando com terror a sorte parca
E o tanto quanto possa se degrade,
Alucinado, foi mandado a Terra
E se tornou mortal, mas protegido
Até que Hod, por Loki sugerido
Atinge-o com a flecha feita em visco,
A morte então tombando; enfim desterra
Num ato tão atroz em duro risco.
2
Bragi
O deus da poesia, um trovador
Casado com Iduna que traria
A eterna juventude em alegria
De Odin um feito em raro amor
Por Loki foi também, pois atacado
E deste desenhar o que se vira
Num misto de verdade e de mentira
O tempo noutro corte desenhado,
Na luta contra Loki se traçando
Um dia mais atroz em vento e medo,
Assim o que pudera em desenredo
Gerando este momento tão infando,
Assim o deus-poeta além já fita
E encontra na amargura esta desdita.
3
Forseti
Anfitrião da sorte, um deus que é justo
Traçando o seu caminho em plena paz
E na meditação também se faz
Sabendo deste mundo tão injusto,
O quanto poderia em raro custo
Trazer o que deveras fosse audaz,
No olhar que nada mesmo satisfaz,
O tempo não seria tão augusto.
Forseti sem mentir levara além
O quanto poderia em coerência
E a vida neste fato dá ciência
Ao todo que deveras já contém
Imparcial agindo com firmeza,
Somente da verdade sendo presa.
4
Dagr
O deus que reina sobre o claro dia
Atravessando os céus em carruagem,
E a cada amanhecer em tal viagem
Acende toda a luz em ardentia,
E marca com superna fantasia
O quanto poderia em toda aragem
Tornando bem mais clara a paisagem
Do sol sendo o sobejo e nobre guia.
O filho do crepúsculo vagando
No espaço sem limites, desde quando
A força da Natura se fez tanta,
O mundo em suas mãos tão radiante
E a cada novo passo, já garante
O brilho que decerto nos encanta.
5
Freyr
Um deus que comandava o tempo e traz
Plena fertilidade em alegria
E em paz a cada tempo surgiria
Marcando o quanto possa ser tenaz
No reino aonde os Elfos com tal luz
Gerassem e trouxesse crescimento
Aos vegetais e assim cada momento
Abençoada sorte já traduz,
Dotado de uma espada rara e mágica
Montando um javali em ouro feito,
Que à noite reluzindo dita o pleito
Da vida soberana e mesmo prática,
Assim o poderoso deus cultiva
Aterra que mantém destarte viva.
6
Heimdall
O guardião dos deuses e da ponte
Que iridescente traz este caminho
Em arco tão sobejo onde me alinho
Neste policromático horizonte,
E quando noutro instante além aponte
Aguçada visão e trama o ninho,
Erguendo o seu olhar, vence o daninho
Cenário aonde o medo tanto apronte.
O deus das estratégias, muito embora
A fúria que deveras já devora
Coloca Loki então em suas mãos,
E a morte se desenha dos dois lados,
Destinos em tal dor entrelaçados
Futuros se tornando meros, vãos...
7
Hermod
Mensageiro dos deuses levando as almas
Dos mortos para além; neste submundo
Cenário tanto atroz onde aprofundo
A vida se moldando em velhos traumas,
Tentando assim de Balder resgatar
Sua alma, encontrando-se com Hel,
E o fato se desenha enquanto o véu
Não possa nem sequer tentar tocar,
Odin agradecendo tal intento
Empresta o seu cavalo e neste fato,
O voluntário traz e assim constato
O quanto pode mais o sentimento.
Do simples mensageiro, um ato nobre
E nisto a divindade se recobre.
8
Höðr
Um deus que cego em acidente
Matara o seu irmão, e de tal sorte
Nas mãos de Vali teve a própria morte,
Mostrando-se talvez imprevidente.
O quanto deste rumo se apresente
Sem nada que deveras o conforte
Vestindo com terror um ledo norte
E nisto outro momento em vão já sente.
Por suas mãos, Balder teve seu fim,
Arquitetado ou não, Loki se envolve
E desta forma brusca o que resolve
Explode num tormento e traz assim
A imagem turbulenta onde se vê
A vida sem sentido, e sem por que.
9
Loki
Um gigantesco deus feito em maldade
Reinando sobre o fogo; a travessura
E na trapaça sempre se assegura
Enquanto a cada instante se degrade
Em multiforme face, estrategista
Ousando nas mentiras, nas intrigas
Causando então nos deuses tantas brigas
E nisto nova queda então se assista,
Irmão do deus Odin, é respeitado
E a Thor ajuda e num instante
Aonde o que pudesse se garante
Trazendo o seu martelo, antes roubado.
São tantas peripécias e constantes
E a vida traz audácias dissonantes.
10
Mimir
O mais sábio dos deuses num momento
Ao ser decapitado este gigante
Odin mantendo-a viva, já garante
Onisciência e trama em raro alento
O quanto em tal poder, conhecimento
Gerando outro cenário doravante
E assim a cada passo se adiante
E geste o que tentara em tal provento,
Ao beber desta fonte em raro dom,
Grande Sabedoria, tudo concebera
E a vida se mostrara e percebera
Também com privilégio em mesmo tom
O quanto se pudesse e se desenha
No mundo aonde a sorte dita ordenha.
11
Njord
Njord o deus do mar; fertilidade
Trazendo para a Terra e dominando
Os ventos noutra face se mostrando
Enquanto a vida busca uma verdade,
E quando com astúcia e lealdade
Protege os pescadores desde quando
A sorte se desenha e demonstrando
O quanto poderia e tanto agrade,
Casado com a deusa feita inverno
E nisto foi deveras infeliz,
O quanto da esperança contradiz
O quanto poderia ser eterno,
Do mar e das montanhas contra-sensos
Tornando então abismos mais extensos.
12
Odin
Odin, o deus dos deuses tem diverso
Papel e reina além da vida e morte
Poder que na verdade ele comporte
Não caberia apenas neste verso,
E o passo de quem reino no universo
Ainda se traduz bem mais que o norte
E o todo nos tramando noutro aporte
E neste caminhar poder disperso,
Traz na sabedoria, e na magia
Além da profecia e poesia
Vitória, caça e onisciência
E quando no seu trono ele observava
A vida feita em sonho, neve e lava,
Trazendo com vigor plena potência.
13
Thor
O deus que traz na força mais sublime
O quanto possa além da plenitude
E gera cada passo onde transmude
Reinando sobre o quanto mais redime
A sorte se desenha e sendo assim
Mais forte entre os diversos deuses traz
No seu martelo o quanto é mais audaz
E molda em seu caminho início e fim,
Trazendo em suas mãos cada trovão
Explode contra todos inimigos
E vence-os e tramando em desabrigos
Ou mortes o que possa desde então,
Enquanto Odin um sábio sem igual,
Em Thor a força bruta, magistral.
14
Týr
Týr o precursor deus do combate
Dos vikings o patrono da justiça
Vivera antes de Odin e nisto viça
Marcando com vigor o que arrebate,
Dos juramentos, céus, luz o arremate
E neste caminhar a cada liça
Desenha muito além de uma cobiça
O tanto quanto possa e se constate
Na lança como símbolo trazendo
O tempo noutro tanto percorrendo
Tramando com vigor o que viria,
E assim tangenciando a plenitude
Um deus ao mesmo tempo amável rude
E nele se transborda esta euforia.
15
Ullr
O deus do julgamento traz também
Na agricultura a força sem igual
Filho de Thor trazendo em ritual
A senda desenhada em raro bem
E quando na verdade ele contém
Caminho pela vida, magistral
E neste caminhar consensual
Expressa o que deveras sempre tem,
Um passo para frente e se mostrando
O deus que na verdade se faz brando
E tem tanto poder a cada instante
E assim noutro momento mais sublime
Aonde na verdade se aproxime
Do quanto se desenha e se garante.
16
Vidar
O deus que da vingança faz seu trilho
Um dos filhos de Odin traz no combate
A sorte que deveras tanto embate
E nisto se anuncia em raro brilho
Ao ver o pai em luta devorado
Pelo lupino mais atroz este gigante
Fenrir, se aventurando num instante
Trazendo o que pudera noutro fado,
Rasgando-o no meio, é vencedor
E assim tentando além salvar o pai,
Que mesmo desta forma já se esvai
E dele se traduz o sucessor,
Vidar trazendo a fúria de quem tenta
Vencer com tal vingança esta tormenta.
17
Víli
Víli o deus que traz à humanidade
O sentimento e mesmo uma emoção
E nesta face mostra desde então
O dom supremo feito em divindade,
E gera com calor e claridade
O tempo mais suave, a exposição
Do quanto poderia e desde então
A sorte se desenha em liberdade,
Ajudando enfim Odin no fato
Da criação humana onde constato
Em Ask e Embla primeiro par, casal
E assim se traz à vida a raça humana
E mesmo quando a vida além se dana
O tempo molda um ato magistral.
18
Vé
O deus que permitiu à humanidade
O dom da fala e traz na rara lavra
O todo mais audaz de uma palavra
E nisto cada instante em claridade
Participa também da criação
Dos homens sobre a Terra num momento
E trama como possa o sentimento
E nele tem tamanha dimensão
Gerando este casal e dele o todo
Num mundo onde se possa realmente
Viver o que talvez já se apresente
Vencendo este terror imenso e o lodo,
Ao perceber a sorte de tal forma
A vida noutro passo se transforma.
19
Magni
Filho de Thor traz na força imensa
A face principal de um deus sublime,
E quando num momento já se estime
O quanto a própria vida enfim compensa
E neste palco feito em plenitude
O todo se apresenta noutro instante
E a sorte de tal forma se garante
Enquanto o dia a dia tanto ilude,
A marca deste deus em tal potência
Trazendo com vigor a glória rara
Magni a cada instante se declara
E disto com certeza tem ciência
Sabendo deste passo rumo ao tanto,
Na história de um deus bravo, eu agiganto.
20
Óðr
Óðr que de Freyja foi companheiro
Trazendo em energia a sua marca
A sorte muitas vezes quando abarca
Traduz este caminho, o derradeiro,
Um deus que talvez seja o próprio Odin
Ou mesmo noutro rumo o que transcende
Ao todo, mas deveras se desprende
Do tanto quanto possa crer no fim,
Configurando assim diversa face
E neste caminhar nada traria
Senão a mais suprema fantasia
Aonde este poder já se mostrasse.
Rumando para além da plenitude,
O quanto a cada instante o tempo mude…
21
Eir
A deusa que ligada à medicina
Trazia em suas mãos, alívio e cura
Eir cuja lembrança inda perdura
E nisto e a cada passo mais domina,
Sentindo que se mostra em tom real
Da saúde decerto como um todo
E quando se observando sem engodo
Presume-se em Eir, o original.
Destarte se traçando a cada dia
Um renovar que volta aos velhos tempos,
Vencendo Idade Média e contratempos
Traduz o que se fez sabedoria.
Ciência feminina e tão somente,
Esta arte tem ali rara semente.
22
Freia
A deusa que trouxera em sensual
Caminho, amor, beleza e o próprio sexo,
E da alma feminina este reflexo
Gerado a um só tempo, magistral,
Da luxúria, da música e das flores
Da magia, em lágrimas douradas
A líder das Valquírias, nas estadas
Ousadas entre belas, raras cores,
O lacrimejo em âmbar transformado
Voluptuosa a deusa tão sublime
Que a todo instante volta e nos domine
Regendo de tal forma nosso Fado,
E sendo Freia a deusa, além, suprema
Decerto em tal fortuna nos algema.
23
Frigga
Beleza incomparável a mãe suprema
Em todo o seu poder, a deusa traz
Fertilidade em plena e rara paz
Moldando a cada passo, o quanto extrema
Assim além do dom da profecia
Frigga, que de Odin a companheira
Tramando o quanto possa e tanto queira
Reinando com perfeita sintonia.
A deusa da união, do matrimônio,
Parceira mais fiel do deus sublime,
E quando a cada instante além se estime
O tanto quanto possa em patrimônio
Expresso na superna majestade,
E nisto se anuncia em divindade.
24
Gerda
A sábia e bela deusa que se fez
Protetora das almas que perdidas
Vagassem sem sentido; nas ermidas
Marcadas por total insensatez.
Ao se casar com Mefym, um mortal
Depois de certo tempo descobriu
Que em ato mais atroz e bem mais vil,
Matara sua irmã Ninia; o venal.
E tenta assassiná-lo, sem sucesso
E desta tentativa o que restara
Da deusa, a alma marcada e em vã seara
O tempo noutro rumo onde confesso
Restando muito pouco ou quase nada,
Da deusa por Fortuna, maltratada...
25
Gefjun
Associada à arada, a deusa traz
Na virgindade um símbolo onde tece
O mundo que vivera em rara messe
E nisto o seu desenho mais audaz.
No mundo aonde o tanto que se faz
Gestando em ato nobre e já pudesse
Tramar o quanto dita em rumo e prece
O sonho que se mostre mais tenaz,
De virgens companheiros, pós a morte
Erguendo o seu momento onde comporte
Em eminência o tempo mais sutil,
E assim ao desenhar vital beleza
A sorte se mostrando sua preza
Gefjun transcende ao quanto viu.
26
Hlin
De Frigga uma assistente a deusa trama
A cada instante o quanto a vida anseia
E traz a quem sofrendo devaneia
A mão que serenando aplaca a chama
E quando um apenado; Hlin já clama
E nisto se presume e se rodeia
A vida se mostrando mesmo alheia
Ao quanto poderia em velho drama,
E assim ao consolar quem tanto pena,
A sorte traduzida mais amena
Permite algum alento a quem se dera
Sem rumo e sem um porto onde ancorar
Procura pelo menos um lugar
Que possa recender à primavera.
27
Iduna
Deusa da poesia, a soberana
Senhora feita em brilho e em harmonia
O quanto de seu mundo mostraria
A sorte que pudesse e assim se explana
Iduna se moldando a protetora
Que traz aos deuses a imortalidade
E neste caminhar o quanto agrade
Além do que tentara ou mesmo fora,
Usando da maçã como o elixir
Que possa demonstrar a vida eterna
A deusa desenhada bela e terna
A todo instante traça o que há de vir,
Restaura a juventude e nos permite
Tentar seguir além de algum limite.
28
Jörð
Deusa da Terra, a mãe de Thor expressa
Com todo o seu denodo este cuidado
Ao planeta decerto abandonado
Aonde a própria sorte em vão tropeça
E o quando do viver exige pressa
E noutro caminhar encontre enfado,
A todo instante o tempo quando invado
No fundo noutro instante recomeça,
Assim com maestria a divindade
Jörð se transfigura em quanto agrade
Permite que se veja muito além
Do quanto na verdade a vida tem
E molda no futuro esta esperança
Que aos poucos, cada tempo mais avança...
29
Lofn
De amores proibidos, divindade
Que rege estes momentos mais audazes
E quando em coração aberto trazes
O todo que decerto além já brade,
Trazendo enfim à toda humanidade
O quanto se permite em tantas fases
A luta se anuncia onde tenazes
Momentos transcendendo à lealdade,
Adúlteros caminhos, louco amor,
E mesmo que se mostre tentador
Cenário tantas vezes maltratado,
Porém na proteção da deusa nobre-
Lofn- o vasto amor já se recobre
E vejo-o com certeza; abençoado.
30
Rind
A gigantesca deusa, uma princesa
Que com Odin tivera um filho; Váli
E quanto mais deveras avassale
O coração do deus, qual mera presa,
Ainda se mostrando em tal beleza
O tanto quanto possa e não se cale
Marcando em tão sobeja glória fale
Do amor sem ter igual, e sem surpresa.
Rind, esta bela russa traduzindo
O quanto cada instante possa infindo
Traçar diverso passo além do todo,
E vendo em tal história um fato além
Sonho se delimita onde contém
Bem mais do que pensara em mero engodo.
31
Skadi
Deusa do inverno, bela e majestosa
A filha de um gigante; Þjazi tem
Nas montanhas geladas de onde vem
A sua força além, tão fabulosa,
A vida se mostrara e se antegoza
Diverso caminhar enquanto alguém
Encontra noutro ser supremo bem
E assim dita deveras caprichosa,
Ao se encantar com deus do imenso mar,
Esta união que fosse singular,
No fundo não pudera ter à frente
Qualquer futuro quando se apresente
Tão dispare caminho, calor-neve
E ao fim sem harmonia, o tempo leve...
32
Arvak (aquele que acorda cedo) e Alsvid (o mais rápido)
Da deusa Sol a bela carruagem
Levada neste espaço sideral
E nisto se desenha em ato tal
A maravilha feita na viagem
Ousando na sobeja paisagem
Vagando pelos céus, em ritual
Diuturno e com certeza sem igual
Marcante delirar, cada passagem.
Arvak e Alsvid decerto em tons diversos
Traçando em união tais universos
E nisto desenhando em céu azul
Beleza que se vendo dia a dia
Aos poucos no azulejo além nos guia
Erguendo a plenitude: norte ao sul...
33
Fenris
O lobo gigantesco acorrentado
Até no Ragnarok quando se solta
Gerando com furor tanta revolta
E o tempo noutro rumo desenhado,
De Angrboda, gigantesca e atroz figura
Com Loki, num instante em desvario,
Devora o próprio Odin e em desafio
Sendo por Vidar morto onde assegura
O pai de Hati de Skoll traz desde cedo
A fúria neste olhar, lupina fera
E quando se desenha tal quimera
A sorte se mostrando em desenredo,
Somente Týr tivera então coragem
De alimentar o monstro, atroz voragem...
34
Garm
Um gigantesco cão guardando o inferno
Na gélida expressão se vendo o quanto
A vida se transforma e não garanto
Sequer o que pudesse ser mais terno,
E quando dentro da alma assim interno
O mundo noutra face em tal quebranto
Gerando tão somente o desencanto,
Eternizando na alma o duro inverno,
Assim ao se mostrar o destemido
Canino feito em dor eu dilapido
Meu sonho se transforma em pesadelo
E vendo esta figura mais atroz,
Calando neste instante a minha voz,
Somente por saber e mesmo vê-lo.
35
Freki e Geri
De Odin tais lobos seguem cada passo,
E assim ao se mostrar em rara tez,
No quanto a cada instante tu já vez
O mundo se moldando em novo traço,
Freki e Geri seguindo assim seu dono,
E nisto se alimentam e deveras
Traçando noutros ermos; primaveras
E nelas deste sonho ora me abono,
Enquanto Odin sorvendo este hidromel
Os lobos são carnívoros e tendo
Ao longe o que possa se prevendo,
Não trazem a faceta mais cruel,
Apenas animais de estimação,
Nos lúpicos cenários desde então.
36
Grani
Sigurd recebe assim o seu cavalo
Do próprio Odin que em forma de um humano
Trouxera em ato nobre e soberano,
Eqüino sem igual ao seu vassalo,
Um dia ao caminhar numa floresta
Sigurd encontra um velho e em montaria
Diversa se demonstra e ali traria
O quanto noutra face; a sorte empresta,
Destarte ao lhe mostrar este animal
Superior a todos em beleza
E tendo com brandura esta destreza
E dele se aproxima e num sinal
Percebe ser o velho o próprio Odin
E Grani passa a ser o seu rocim.
37
Gullinbursti
Um javali gigante feito em ouro
Por Brokk e Eitri anões que numa aposta
Com Loki tendo assim em tal resposta
O tempo noutro vasto ancoradouro,
Em disciplina e força, o javali
Impunha tal respeito aos contendores
E sendo que deveras onde fores
Ouvirás as histórias que eu ouvi,
Falando da sobeja maravilha
Que até, pois Midgard já respeitava
A sorte mesmo quando atroz e brava,
Além do que possa já palmilha
E assim em tal presença se apresenta
A vida em tez audaz e violenta.
38
Hati
Um lobo que persegue a própria lua
Nas noites onde surge a plena face
Daquela que deveras se mostrasse
E sempre noutro rumo além flutua,
Destarte a sua senda continua
Enquanto o lobo assim agora uivasse
E neste caminhar o que se trace
Presume o quanto a vida inda cultua.
De Fenrir, este filho tão feroz
Que traz em sua força o que pudera
Marcando com terror a amarga fera
Ousando muito além em rude voz,
E assim se desenhando este cenário
Ao mesmo tempo rude e temerário.
39
Hræsvelgr
Hræsvelgr este gigante que deveras
Se metamorfoseia em rapineira
Uma águia tão sobeja que se esgueira
Em asas tão dantescas, ledas, feras.
Assim ao espalhar suas quimeras
Este gigante traz como bandeira
A fúria sem igual e derradeira
Marcando talvez mesmo o fim das eras.
Fazendo os ventos neste turbilhão
Num vórtice prevendo desde então,
Gerando a tempestade enquanto voa,
E vendo a enormidade deste ser
O mundo num diverso padecer
Ainda em sorte atroz, em dor ressoa.
40
Hugin e Munin
Memória e pensamento, sem estorvos
No Midgard traçando os seus caminhos
De Odin os mensageiros em seus ninhos
Apresentando assim estes dois corvos,
E deles se avizinha a plenitude
Do quanto onisciente se fez mais
Odin entre diversos rituais
E nada mais deveras desilude,
O quanto em tal poder se presumira
Na sábia intervenção do deus maior,
O quanto deste rumo sei de cor,
Mantendo sempre acesa a imensa pira,
E assim ao se mostrar além e inteiro
O deus ultrapassando onde me esgueiro.
41
Jörmundgander
Jörmundgander irmão de Fenris traz
Aspecto de serpente gigantesca,
Jogada no oceano a tão grotesca
Figura que se fez além mordaz,
Odin tentando o quanto se desfaz
E nesta face atroz ora dantesca
A serpe se anuncia e nababesca
Voltando à superfície, mais audaz,
No Ragnarök liberta, e em seu veneno
Espalha sobre a terra em mortandade,
Em Thor busca a vingança e assim degrade
O fato que jamais se fez sereno,
E traz tanto terror a quem a vê
Tornando a própria vida sem por que.
42
Níðhöggr
Níðhöggr este dragão voraz que vem
E devorando os mortos num instante
Figura mais atroz; horripilante
E traça a própria face com desdém
Da Yggdrasil atacando as raízes
Tentando destruir todo o universo
E neste caminhar pelo submerso
Cenário tantas vezes em deslizes
No Ragnarök voltando à superfície
Trazendo os corpos mesmo em nova senda
Marcando o quanto possa e assim se atenda
O quanto a cada passo em tal sandice,
E assim ao profanar a própria vida,
A sorte noutra face já perdida.
43
Ratatoskr
Ratatoskr qual fosse um ledo esquilo
Traçando na Yggdrasil, tantas intrigas
Tentando provocar diversas brigas
E neste seu delírio, em raro estilo,
Trazendo da águia ao rústico dragão
Diversas e profanas heresias,
E quando em tal cenário tu verias
O mundo em mais completa imprecisão,
Gerando com discórdia o desalento
Moldando então a fúria a cada instante
E nisto se aproveita, e se adiante
Sorvendo mansamente todo o vento,
Na face mais atroz de um ser tão ermo,
O mundo se desenha em torpe termo.
44
Skoll
Um lobo que persegue o próprio sol,
Skoll tentando a deusa devorar
E nisto se apresenta o caminhar
Sem base num delírio em arrebol,
E tendo esta impressão, ledo farol,
O quanto poderia desejar
E nisto a imensidade em luz solar,
Deveras furioso girassol,
Filho de Fenrir, que num momento
Junto com seu irmão que busca a lua
Até que conseguindo o seu intento
O Ragnarök deveras tem início
E o quanto se tal forma desvirtua
Gerando neste instante o precipício.
45
Sleipnir
Sleipnir o cavalo em rapidez
Inigualável sendo este corcel
De Odin o mais audaz e mais fiel
Marcando quanto a vida assim se fez,
Das oito patas vejo em lucidez
O quanto poderia em raro véu
Ousar e imaginar em carrossel
O tempo quando além agora vês.
Um filho de um soberbo garanhão
Com Loki em fêmea assim transfigurado,
E um reino noutro ponto desenhado,
Expressa a vária face em dimensão,
Na dúbia caminhada deste deus
Andrógina figura; luzes, breus...
46
Svadilfari
Svadilfari o pai de Sleipnir traz
No cruzamento com Loki deveras
Tramando noutra face o que inda esperas
De um deus, hermafrodita e mais audaz,
Deixando o seu passado para trás
Envolto entre diversas, ermas feras
E assim noutro momento em tais esferas
Mergulha num aceno feito em paz,
E pari este cavalo que de Odin
Traçara outro cenário aonde enfim
O mundo se moldara em tom diverso,
E quando em força e rara maravilha
Neste galope além deveras trilha
Vagando sobre todo este universo.
47
Asque
O primeiro dos homens sobre a Terra
Em Embla tendo o par e a companheira
Aonde a sorte molda e assim se inteira
No todo que decerto ora se encerra
Em Asque o que a sorte molda e cerra
Marcando humanidade onde se queira
A face dentre tantas, a primeira
Ousando muito além da mera serra,
Criados do suor que do gigante
Ymir ao se mostrar por um instante
Antropomorfa face se moldara
E assim no quanto a vida se fizera
O todo desenhado em tal esfera
Aos poucos se transforma em jóia rara.
48
Nornas
As Nornas deusas donas do destino
Na sorte, num azar, na providência
E nisto em inconstância a prevalência
Do mundo em mais completo desatino,
E tendo em suas mãos o cristalino
Momento aonde toma esta ciência
Gerando sem temor cada evidência
E neste caminhar já me fascino,
Urd, Vernandi e Skuld, as três que regem
O passado o presente, e no futuro
O quanto poderia mais seguro
Destarte novos sonhos que inda elegem
Os dias que passaram e virão,
Na mais sublime ou dura dimensão.
49
Valquírias
Valquírias sendo servas deste Odin
O deus que soberano em sábios passos
Tramara com seus ritos tantos traços
Marcando com firmeza início e fim.
Mulheres em montarias sempre aladas
Armadas com seus elmos, suas lanças
E quando noutro instante agora avanças
Presumem-se diversas as jornadas,
Escolhem os guerreiros mais audazes
E escoltam-nos até chegar as sendas
Aonde se imaginam as contendas
E nelas o que tanto tramam fases,
Os elmos que faiscando em raro astral
Desenhavam a aurora boreal.
50
Anões
Diversos os anões; e neles têm
Poderes mais complexos, que desvendes
Assim podendo ser ou não duendes
Da sorte muito aquém ou mais além,
Quando encontrados por algum mineiro
Trazendo boas novas, raros veios
E assim se desenhando sem receios
O mundo se mostrando alvissareiro,
Destarte com sutil imensidade,
Transportam a real face onde um dia
O tempo noutro tanto moldaria
Tramando o que puder felicidade,
E assim se desvendando algum mistério,
Nas sendas destes seres, tal critério...
51
Svartálfar
Svartálfar que são elfos negros vivem
No subterrâneo reino que se chama
Svartalfheim demonstrando sem a chama
Os dias onde tanto além se crivem
Da residência escura em tom soturno
A imagem que se tem, noutro detalhe
E nisto cada passo onde se talhe
Traduz o que pudesse além noturno,
E assim se desenhando este cenário
E nele se aprofunda o passo além
E o quanto na verdade já contém
Transcende muito mais que imaginário
E assim tais elfos ditam desalento,
Maldosas criaturas, em tormento.
52
Siegfried
Siegfried que é de Sigmund um filho nato
Após a morte deste em ar diverso
No póstumo caminho do universo
O quanto em tal desenho ora constato,
Marcante na verdade cada fato,
E deste desenhar enquanto verso
Ousando noutro passo já submerso
Trazendo o quanto possa e além retrato
Hiordis sua mãe casa-se então
Com Alf que levando-o para além
Nas mãos de Regin tudo o que inda vem
Explora com ganância este filão,
Alertado por pássaros sobre o risco,
Matando enfim Regin, atroz e arisco.
53
Durinn (soneca) e Motsognir (irritado)
Da carne decomposta do gigante
(Ymir), os vermes numa mutação
Gestando na verdade cada anão
E neles outra raça doravante,
Destarte dos primeiros, estes dois,
A sorte se tornou bem mais frequente
E o quanto com certeza se apresente
Traduz o que virá logo depois.
E de tal forma a vida se renova,
Enquanto nova raça se fizera,
A vida se prepara em nova esfera
E o tempo se coloca então à prova,
E assim dos dois anões, os ancestrais
Vieram vários outros, tão iguais.
54
Filhos de Ivaldi
Os quatro anões em rara maestria
Forjaram o navio; aonde Frey
Vagasse por caminhos tantos, grei
Diversa da que outrora poderia.
E de Odin fizeram lança que invencível
Pudesse transportar a força imensa,
E nisto cada instante mais convença
Deste poder deveras implausível,
E os cabelos de Sif em ouro puro;
Ousando em maestria soberana,
E quando este caminho a vida ufana,
O tempo noutro encanto ora depuro,
E vejo em privilégio sem senões,
Esta arte tão suprema dos anões.
55
Einherjar
Mortos guerreiros que Valquírias trazem
Levando até Valhana, aonde em sorte
Ao terem em banquetes raro aporte
E nisto outros momentos que inda fazem,
E no palácio os dias mais felizes
Gerados pós a morte na batalha,
A vida de tal forma em luzes talha
Caminhos sem temores e deslizes,
Treinados por Odin para o momento
Fatal que se previra, ao fim de tudo,
E quando a cada passo mais me iludo
A própria desventura eu alimento,
No Ragnarok o tempo se transforma
E a luta sem sentido, em dura forma...
56
Elfos
Os elfos como fossem fadas trazem
Quando em fertilidade, na Natura
O tanto que virá se configuram
E nisto com certeza tanto fazem,
Ao terem o poder desta magia
Eternos ou longevos, benfeitores,
Os elfos entre tantos dissabores
Traduzem esperança em harmonia
Sensíveis e decerto por arqueiros
São sempre protegidos contra a incúria
De quem se fez atroz em sorte espúria
Tentando destruir estes canteiros
Aonde a paz floresce em primavera
Eterna, enquanto a sorte em sorte gera.
57
Elfos de Luz (Ljósálfar)
De rara forma em bela face vejo
Mais belos do que o sol, iridescentes
E desta rara imagem também sentes
O quanto se traduz em claro ensejo,
Qual fosse um deus do Sol em Raios tantos,
Os Élficos caminhos se apresentam
Marcando com brandura e experimentam
Matizes tão sutis, nobres encantos,
E assim ao se mostrar tanta beleza
A sorte se anuncia mais sobeja
E tendo todo o sonho onde poreja
A imagem mais sublime em tal surpresa,
Tramando em noite imensa o quanto traz
Sublime maravilha, intensa paz...
58
Gigantes
Ginungagap
Ginungagap, primeira criatura
A ser criada sobre a Terra nua,
E deste ser disforme a sorte atua
Marcando o quanto possa tal ventura,
Das axilas surgindo filho e filha,
Dos pés que copularam, surge em ente
Que em seis cabeças logo se apresente
Enquanto este cenário ao longe trilha.
Proliferando sobre a Terra inteira
Até que no surgir dos deuses vêm
Na força e sutileza, noutro bem,
Odin destrói e espécie, mas na esteira
Da história permanece um exemplar
E assim gera um sutil recomeçar.
59
As forças deste caos inicial,
Embora numa inteligência escassa
O quanto se demonstra desta raça
Marcada pela fúria desigual,
Em bruscos passos, ser atroz, venal
Rudimentar cenário aonde traça
A luta sem sentido e quando passa,
Um ato mais insano ou já boçal.
Um ser tão primitivo quanto atroz,
Em hedionda face, olhar que em trevas
Expressa as dimensões em almas sevas
Negando com certeza a rude voz,
Mas como toda regra, uma exceção
Há sábios entre as feras. Por que não?
60
Vaftrudener
Vaftrudener; um sábio gigantesco
Que em raro desafio com Odin,
Perguntas e respostas – já no fim
Perdendo por detalhe pitoresco,
O respeitável ser, trazendo além
Do quanto poderia e se pensara
Ao ter em sua força imensa e rara
Além do que se espera e assim retém
Sabedoria imensa e mostra a face
Da vida em suas tantas variantes
E sendo raridade entre os gigantes
Um tempo abençoado agora trace,
E nega por si só tal preconceito,
Aonde cada ser tem próprio jeito.
61
Aegir
O deus que dominava inteiro o mar,
Dos elementos d’água majestade,
E tendo com certeza a qualidade
De num momento em fúria apaziguar,
Porém noutra procela a se mostrar,
E quando tal terror agora invade
Levando para além tranquilade,
O mundo se anuncia em turvo mar,
E assim dos marinheiros, sacrifícios
Tentando sossegar os malefícios
Deste oceano agora que em procela
Sua outra face traz e se revela,
Mas quando serenado em plena paz,
Aos mais diversos rumos; leva e traz.
62
Bergelmer
Sobrevivendo ao sangue que esvaíra
Do corpo do gigante Imer que Odin
Matara e neste instante quase o fim,
Da raça aonde o tempo já desfira
E marque com furor em cada tira
O tanto que pudesse ser assim,
E o vento se adentrando em tal jardim,
Na força redentora ora se atira.
Assim com sua esposa escapando
A Terra noutro tom repovoando
Traçando algum futuro para quem
Durante tantos anos, bons ou maus
Reinavam sem rivais em pleno caos
Até que os deuses novos chegam, vêm...
63
Bestla
A mãe de Odin, de Vé e de Vili,
Casara-se com Borr, e de tal sorte
Gerando esta gigante um novo norte
Diverso do que outrora percebi,
O tempo traz respostas para tudo
E tendo em sua prole a divindade,
Deveras noutro passo, Odin degrade
A gigantesca raça em tom agudo,
Fortuna se transforma; variável
Do quanto no passado nada resta
A lida se desenha mais funesta
Num ar deveras rude ou intragável,
E a luta se desenha a cada dia,
Gerando o que deveras perderia...
64
OS MUNDOS DA MITOLOGIA NÓRDICA
Asgard Mundo Superior
O reino aonde os deuses habitavam
Diverso dos caminhos dos mortais,
Gerado nos momentos magistrais
Aonde os tantos deuses descansavam,
Heimdall, o guardião do paraíso,
Planície de Ida sendo o centro e assim
Os Æsir se encontrando têm enfim
Local bem mais tranquilo e mais preciso.
E neste mundo em ar superior,
As decisões deveras são tomadas,
E as sortes nestes rumos desenhadas
Cenário feito em medo, ardor e amor
Envolto por mentiras, por intrigas
Eram comuns ali diversas brigas.
65
Midgard Reino dos humanos
No tronco da Yggdrasil se vendo o mundo
Aonde os mortais possam trafegar,
Cercado por gigante e imenso mar,
Deveras tão feroz quanto profundo,
Passagem impossível para além,
Aonde uma serpente dominava;
Jormungard, que deveras sela e trava
O rumo de quem ouse; e a morte vem.
Um intermediário entre a raiz
E o topo da Yggdrasil, assim trazendo
Cenário às vezes belo ou mesmo horrendo
Nesta dicotomia feita em vida,
A sorte do futuro decidida
No passo noutro rumo se prevendo.
66
Jotunheim – terceiro reino
O mundo dos gigantes, rocha e neve
Dele estas criaturas num instante
Ameaçando os deuses; delirante
Cenário aonde o todo toma e atreve,
Também tornando a vida dos mortais
Em rara tempestade, a cada espaço
No tanto que pudera ser escasso
O tempo marca duros rituais,
E assim ao se mostrar a realidade,
O término dos sonhos se anuncia,
E o quanto se mostrara em voz sombria
Deveras no futuro já degrade,
E o tempo ora assolando sem defesa
Fazendo do universo sua presa.
67
Vanaheim – quarto reino
Repouso dos Vanir, deuses supremos,
No nível mais superno do universo,
E quando de tal forma tento e verso,
Os dias são deveras mais extremos,
Inacessível mundo se apresenta,
Porém ali os deuses mais pacíficos,
Benevolentes, mesmo tão magníficos
Diversos dos Æsir, fúria e tormenta,
Vanaheim traduzindo este cenário
E dele a paz se faz bem mais presente
Ainda que decerto ora se tente
Um tempo vez por outra temerário,
Porém a paz se mostra em rapidez,
E todo o vendaval já se desfez.
68
Álfheim - quinto reino
O lar dos elfos traz em mansidão
A glória que se trama em natureza
Gerando por si só tanta beleza
E nisto traz as sortes que verão
Os dias mais sublimes desde então,
Da vida sem temor e sem surpresa
Servindo uma esperança em lauta mesa
Fazendo da alegria, a refeição,
Esta iguaria rara e bem sublime
Que a cada novo passo nos redime
E deixa que se veja a liberdade,
Assim ousando além do quanto pude,
Tentando imaginar em plenitude
O mundo que deveras tanto agrade.
69
Musphelhein - sexto reino
O reino dos gigantes que do fogo
Traçaram seus caminhos mais atrozes
Em discordantes rumos, tais algozes
Jamais entenderiam qualquer rogo,
A partir das faíscas deste império
Geraram-se decerto os astros quando
O mundo de tal forma se tomando
E nisto outro momento mesmo etéreo,
Sultur, seu soberano talvez seja
Quem no Ragnarok trace num combate
Com quem sobrevivera em tal embate
E assim a sorte mesmo sendo andeja
Presume tal poder aos que terão
No olhar a imagem viva do verão.
70
Svartalfheim - sétimo reino
No mundo subterrâneo aonde os elfos
Noturnos habitavam se percebe
Além da diferença desta sebe
E não precisa nem buscar em Delfos
Resposta que os demonstra mais sombrios
Que os elfos luminosos, mais tranquilos
Diversa dimensão, diverso estilo,
Assim a vida traz seus desafios.
Traçando com terror tanta maldade
Os elfos desta estirpe num ditame
Marcando o quanto possa em ledo enxame
A cada novo passo assim degrade
A vida sem sentido e sem razão
Gerando após o nada, o turbilhão.
71
Nidavellir - oitavo reino
O reino dos anões neste submundo
Marcando em face escusa o que viria,
E mostra com certeza a mais sombria
Tormenta; aonde, incauto eu me aprofundo
Destarte o caminhar nauseabundo
Dos vermes que deveras se veria
A vida renascendo em agonia,
Num tempo mais atroz, e mesmo inundo.
Nidavellir traduz a escuridão
E próximo do Inferno se apresenta
E assim ao se prever esta tormenta
Momentos mais atrozes sentirão
Aqueles que deveras lá chegando
Sabendo desde já seu ar nefando.
72
Niflheim - nono e último reino
Reino do gelo em frialdade traz
Raízes mais profundas, neste enredo
Das tramas mais temíveis o segredo
Dos reinos entre dor, medo, mordaz.
Espíritos diversos, os anões
Do gelo, mas também frios gigantes
E neste vil cenário me adiantes
As cenas em terríveis emoções.
Em divisão diversa se apresenta
Até no último grau, o mais interno
A senda desvairada de um inferno
Traçado por loucura violenta,
Ali os nibelungos se encontrando,
Num tempo tanto atroz, feroz, infando.
73
Guerra Æsir–Vanir
Quando Freia foi presa, os Vanir
Não aceitando o insulto num momento
Aonde se moldara o sofrimento
E tudo se mostrando sem porvir,
No quanto a própria vida resumir
O rumo mais diverso estando atento
E nesta tempestade, o imenso vento,
Aos poucos se acalmando faz sentir
Após libertação da deusa, o tempo
Vencedor do que fora contratempo
Dos Æsir unindo-se depois,
E da unificação enfim proposta,
A sorte se mostrando mais disposta
Quando um mais um é sempre mais que dois.
74
Fimbulwinter
Invernos rigorosos que precedendo
Catástrofe terrível no final,
Sem ter sequer verão, um mesmo igual
Caminho sem destino enlouquecendo
Cenário se desenha e sendo horrendo
Traduz o quanto pôde ser venal,
Nas guerras, desvario que geral
Ataca e nada resta; só remendo.
E assim se preconiza o que virá
No Ragnarök mordaz e tão ferino,
As sortes mais diversas do destino,
Traçando o que se vira aqui ou lá,
Na morte sem sentido em duro eclipse
O nórdico tormento: apocalipse?
74
Ragnarök
Cenário que virá no fim dos tempos,
E assim rebeliões diversas ditam
Diversas tempestades onde agitam
Os mundos em terríveis contratempos.
Trazendo a morte mesmo de Odin, Thor,
Entre outros soberanos, sendo assim
A imagem derradeira, duro fim,
Num ato tantas vezes tão pior.
Porém uma esperança existe ainda
Da sorte que viria bem mais linda
Num mundo feito em paz e em harmonia
Casal de humanos refazendo a vida,
E a sorte que pensada já perdida,
Noutro cenário surge em sincronia...
1
Balder
O filho do Odin e Frigga, a divindade
Trazendo na justiça a sua marca,
Também sabedoria quando abarca
Disseminando além boa vontade,
Porém num pesadelo que ora invade
O sentimento amargo quando embarca
Traçando com terror a sorte parca
E o tanto quanto possa se degrade,
Alucinado, foi mandado a Terra
E se tornou mortal, mas protegido
Até que Hod, por Loki sugerido
Atinge-o com a flecha feita em visco,
A morte então tombando; enfim desterra
Num ato tão atroz em duro risco.
2
Bragi
O deus da poesia, um trovador
Casado com Iduna que traria
A eterna juventude em alegria
De Odin um feito em raro amor
Por Loki foi também, pois atacado
E deste desenhar o que se vira
Num misto de verdade e de mentira
O tempo noutro corte desenhado,
Na luta contra Loki se traçando
Um dia mais atroz em vento e medo,
Assim o que pudera em desenredo
Gerando este momento tão infando,
Assim o deus-poeta além já fita
E encontra na amargura esta desdita.
3
Forseti
Anfitrião da sorte, um deus que é justo
Traçando o seu caminho em plena paz
E na meditação também se faz
Sabendo deste mundo tão injusto,
O quanto poderia em raro custo
Trazer o que deveras fosse audaz,
No olhar que nada mesmo satisfaz,
O tempo não seria tão augusto.
Forseti sem mentir levara além
O quanto poderia em coerência
E a vida neste fato dá ciência
Ao todo que deveras já contém
Imparcial agindo com firmeza,
Somente da verdade sendo presa.
4
Dagr
O deus que reina sobre o claro dia
Atravessando os céus em carruagem,
E a cada amanhecer em tal viagem
Acende toda a luz em ardentia,
E marca com superna fantasia
O quanto poderia em toda aragem
Tornando bem mais clara a paisagem
Do sol sendo o sobejo e nobre guia.
O filho do crepúsculo vagando
No espaço sem limites, desde quando
A força da Natura se fez tanta,
O mundo em suas mãos tão radiante
E a cada novo passo, já garante
O brilho que decerto nos encanta.
5
Freyr
Um deus que comandava o tempo e traz
Plena fertilidade em alegria
E em paz a cada tempo surgiria
Marcando o quanto possa ser tenaz
No reino aonde os Elfos com tal luz
Gerassem e trouxesse crescimento
Aos vegetais e assim cada momento
Abençoada sorte já traduz,
Dotado de uma espada rara e mágica
Montando um javali em ouro feito,
Que à noite reluzindo dita o pleito
Da vida soberana e mesmo prática,
Assim o poderoso deus cultiva
Aterra que mantém destarte viva.
6
Heimdall
O guardião dos deuses e da ponte
Que iridescente traz este caminho
Em arco tão sobejo onde me alinho
Neste policromático horizonte,
E quando noutro instante além aponte
Aguçada visão e trama o ninho,
Erguendo o seu olhar, vence o daninho
Cenário aonde o medo tanto apronte.
O deus das estratégias, muito embora
A fúria que deveras já devora
Coloca Loki então em suas mãos,
E a morte se desenha dos dois lados,
Destinos em tal dor entrelaçados
Futuros se tornando meros, vãos...
7
Hermod
Mensageiro dos deuses levando as almas
Dos mortos para além; neste submundo
Cenário tanto atroz onde aprofundo
A vida se moldando em velhos traumas,
Tentando assim de Balder resgatar
Sua alma, encontrando-se com Hel,
E o fato se desenha enquanto o véu
Não possa nem sequer tentar tocar,
Odin agradecendo tal intento
Empresta o seu cavalo e neste fato,
O voluntário traz e assim constato
O quanto pode mais o sentimento.
Do simples mensageiro, um ato nobre
E nisto a divindade se recobre.
8
Höðr
Um deus que cego em acidente
Matara o seu irmão, e de tal sorte
Nas mãos de Vali teve a própria morte,
Mostrando-se talvez imprevidente.
O quanto deste rumo se apresente
Sem nada que deveras o conforte
Vestindo com terror um ledo norte
E nisto outro momento em vão já sente.
Por suas mãos, Balder teve seu fim,
Arquitetado ou não, Loki se envolve
E desta forma brusca o que resolve
Explode num tormento e traz assim
A imagem turbulenta onde se vê
A vida sem sentido, e sem por que.
9
Loki
Um gigantesco deus feito em maldade
Reinando sobre o fogo; a travessura
E na trapaça sempre se assegura
Enquanto a cada instante se degrade
Em multiforme face, estrategista
Ousando nas mentiras, nas intrigas
Causando então nos deuses tantas brigas
E nisto nova queda então se assista,
Irmão do deus Odin, é respeitado
E a Thor ajuda e num instante
Aonde o que pudesse se garante
Trazendo o seu martelo, antes roubado.
São tantas peripécias e constantes
E a vida traz audácias dissonantes.
10
Mimir
O mais sábio dos deuses num momento
Ao ser decapitado este gigante
Odin mantendo-a viva, já garante
Onisciência e trama em raro alento
O quanto em tal poder, conhecimento
Gerando outro cenário doravante
E assim a cada passo se adiante
E geste o que tentara em tal provento,
Ao beber desta fonte em raro dom,
Grande Sabedoria, tudo concebera
E a vida se mostrara e percebera
Também com privilégio em mesmo tom
O quanto se pudesse e se desenha
No mundo aonde a sorte dita ordenha.
11
Njord
Njord o deus do mar; fertilidade
Trazendo para a Terra e dominando
Os ventos noutra face se mostrando
Enquanto a vida busca uma verdade,
E quando com astúcia e lealdade
Protege os pescadores desde quando
A sorte se desenha e demonstrando
O quanto poderia e tanto agrade,
Casado com a deusa feita inverno
E nisto foi deveras infeliz,
O quanto da esperança contradiz
O quanto poderia ser eterno,
Do mar e das montanhas contra-sensos
Tornando então abismos mais extensos.
12
Odin
Odin, o deus dos deuses tem diverso
Papel e reina além da vida e morte
Poder que na verdade ele comporte
Não caberia apenas neste verso,
E o passo de quem reino no universo
Ainda se traduz bem mais que o norte
E o todo nos tramando noutro aporte
E neste caminhar poder disperso,
Traz na sabedoria, e na magia
Além da profecia e poesia
Vitória, caça e onisciência
E quando no seu trono ele observava
A vida feita em sonho, neve e lava,
Trazendo com vigor plena potência.
13
Thor
O deus que traz na força mais sublime
O quanto possa além da plenitude
E gera cada passo onde transmude
Reinando sobre o quanto mais redime
A sorte se desenha e sendo assim
Mais forte entre os diversos deuses traz
No seu martelo o quanto é mais audaz
E molda em seu caminho início e fim,
Trazendo em suas mãos cada trovão
Explode contra todos inimigos
E vence-os e tramando em desabrigos
Ou mortes o que possa desde então,
Enquanto Odin um sábio sem igual,
Em Thor a força bruta, magistral.
14
Týr
Týr o precursor deus do combate
Dos vikings o patrono da justiça
Vivera antes de Odin e nisto viça
Marcando com vigor o que arrebate,
Dos juramentos, céus, luz o arremate
E neste caminhar a cada liça
Desenha muito além de uma cobiça
O tanto quanto possa e se constate
Na lança como símbolo trazendo
O tempo noutro tanto percorrendo
Tramando com vigor o que viria,
E assim tangenciando a plenitude
Um deus ao mesmo tempo amável rude
E nele se transborda esta euforia.
15
Ullr
O deus do julgamento traz também
Na agricultura a força sem igual
Filho de Thor trazendo em ritual
A senda desenhada em raro bem
E quando na verdade ele contém
Caminho pela vida, magistral
E neste caminhar consensual
Expressa o que deveras sempre tem,
Um passo para frente e se mostrando
O deus que na verdade se faz brando
E tem tanto poder a cada instante
E assim noutro momento mais sublime
Aonde na verdade se aproxime
Do quanto se desenha e se garante.
16
Vidar
O deus que da vingança faz seu trilho
Um dos filhos de Odin traz no combate
A sorte que deveras tanto embate
E nisto se anuncia em raro brilho
Ao ver o pai em luta devorado
Pelo lupino mais atroz este gigante
Fenrir, se aventurando num instante
Trazendo o que pudera noutro fado,
Rasgando-o no meio, é vencedor
E assim tentando além salvar o pai,
Que mesmo desta forma já se esvai
E dele se traduz o sucessor,
Vidar trazendo a fúria de quem tenta
Vencer com tal vingança esta tormenta.
17
Víli
Víli o deus que traz à humanidade
O sentimento e mesmo uma emoção
E nesta face mostra desde então
O dom supremo feito em divindade,
E gera com calor e claridade
O tempo mais suave, a exposição
Do quanto poderia e desde então
A sorte se desenha em liberdade,
Ajudando enfim Odin no fato
Da criação humana onde constato
Em Ask e Embla primeiro par, casal
E assim se traz à vida a raça humana
E mesmo quando a vida além se dana
O tempo molda um ato magistral.
18
Vé
O deus que permitiu à humanidade
O dom da fala e traz na rara lavra
O todo mais audaz de uma palavra
E nisto cada instante em claridade
Participa também da criação
Dos homens sobre a Terra num momento
E trama como possa o sentimento
E nele tem tamanha dimensão
Gerando este casal e dele o todo
Num mundo onde se possa realmente
Viver o que talvez já se apresente
Vencendo este terror imenso e o lodo,
Ao perceber a sorte de tal forma
A vida noutro passo se transforma.
19
Magni
Filho de Thor traz na força imensa
A face principal de um deus sublime,
E quando num momento já se estime
O quanto a própria vida enfim compensa
E neste palco feito em plenitude
O todo se apresenta noutro instante
E a sorte de tal forma se garante
Enquanto o dia a dia tanto ilude,
A marca deste deus em tal potência
Trazendo com vigor a glória rara
Magni a cada instante se declara
E disto com certeza tem ciência
Sabendo deste passo rumo ao tanto,
Na história de um deus bravo, eu agiganto.
20
Óðr
Óðr que de Freyja foi companheiro
Trazendo em energia a sua marca
A sorte muitas vezes quando abarca
Traduz este caminho, o derradeiro,
Um deus que talvez seja o próprio Odin
Ou mesmo noutro rumo o que transcende
Ao todo, mas deveras se desprende
Do tanto quanto possa crer no fim,
Configurando assim diversa face
E neste caminhar nada traria
Senão a mais suprema fantasia
Aonde este poder já se mostrasse.
Rumando para além da plenitude,
O quanto a cada instante o tempo mude…
21
Eir
A deusa que ligada à medicina
Trazia em suas mãos, alívio e cura
Eir cuja lembrança inda perdura
E nisto e a cada passo mais domina,
Sentindo que se mostra em tom real
Da saúde decerto como um todo
E quando se observando sem engodo
Presume-se em Eir, o original.
Destarte se traçando a cada dia
Um renovar que volta aos velhos tempos,
Vencendo Idade Média e contratempos
Traduz o que se fez sabedoria.
Ciência feminina e tão somente,
Esta arte tem ali rara semente.
22
Freia
A deusa que trouxera em sensual
Caminho, amor, beleza e o próprio sexo,
E da alma feminina este reflexo
Gerado a um só tempo, magistral,
Da luxúria, da música e das flores
Da magia, em lágrimas douradas
A líder das Valquírias, nas estadas
Ousadas entre belas, raras cores,
O lacrimejo em âmbar transformado
Voluptuosa a deusa tão sublime
Que a todo instante volta e nos domine
Regendo de tal forma nosso Fado,
E sendo Freia a deusa, além, suprema
Decerto em tal fortuna nos algema.
23
Frigga
Beleza incomparável a mãe suprema
Em todo o seu poder, a deusa traz
Fertilidade em plena e rara paz
Moldando a cada passo, o quanto extrema
Assim além do dom da profecia
Frigga, que de Odin a companheira
Tramando o quanto possa e tanto queira
Reinando com perfeita sintonia.
A deusa da união, do matrimônio,
Parceira mais fiel do deus sublime,
E quando a cada instante além se estime
O tanto quanto possa em patrimônio
Expresso na superna majestade,
E nisto se anuncia em divindade.
24
Gerda
A sábia e bela deusa que se fez
Protetora das almas que perdidas
Vagassem sem sentido; nas ermidas
Marcadas por total insensatez.
Ao se casar com Mefym, um mortal
Depois de certo tempo descobriu
Que em ato mais atroz e bem mais vil,
Matara sua irmã Ninia; o venal.
E tenta assassiná-lo, sem sucesso
E desta tentativa o que restara
Da deusa, a alma marcada e em vã seara
O tempo noutro rumo onde confesso
Restando muito pouco ou quase nada,
Da deusa por Fortuna, maltratada...
25
Gefjun
Associada à arada, a deusa traz
Na virgindade um símbolo onde tece
O mundo que vivera em rara messe
E nisto o seu desenho mais audaz.
No mundo aonde o tanto que se faz
Gestando em ato nobre e já pudesse
Tramar o quanto dita em rumo e prece
O sonho que se mostre mais tenaz,
De virgens companheiros, pós a morte
Erguendo o seu momento onde comporte
Em eminência o tempo mais sutil,
E assim ao desenhar vital beleza
A sorte se mostrando sua preza
Gefjun transcende ao quanto viu.
26
Hlin
De Frigga uma assistente a deusa trama
A cada instante o quanto a vida anseia
E traz a quem sofrendo devaneia
A mão que serenando aplaca a chama
E quando um apenado; Hlin já clama
E nisto se presume e se rodeia
A vida se mostrando mesmo alheia
Ao quanto poderia em velho drama,
E assim ao consolar quem tanto pena,
A sorte traduzida mais amena
Permite algum alento a quem se dera
Sem rumo e sem um porto onde ancorar
Procura pelo menos um lugar
Que possa recender à primavera.
27
Iduna
Deusa da poesia, a soberana
Senhora feita em brilho e em harmonia
O quanto de seu mundo mostraria
A sorte que pudesse e assim se explana
Iduna se moldando a protetora
Que traz aos deuses a imortalidade
E neste caminhar o quanto agrade
Além do que tentara ou mesmo fora,
Usando da maçã como o elixir
Que possa demonstrar a vida eterna
A deusa desenhada bela e terna
A todo instante traça o que há de vir,
Restaura a juventude e nos permite
Tentar seguir além de algum limite.
28
Jörð
Deusa da Terra, a mãe de Thor expressa
Com todo o seu denodo este cuidado
Ao planeta decerto abandonado
Aonde a própria sorte em vão tropeça
E o quando do viver exige pressa
E noutro caminhar encontre enfado,
A todo instante o tempo quando invado
No fundo noutro instante recomeça,
Assim com maestria a divindade
Jörð se transfigura em quanto agrade
Permite que se veja muito além
Do quanto na verdade a vida tem
E molda no futuro esta esperança
Que aos poucos, cada tempo mais avança...
29
Lofn
De amores proibidos, divindade
Que rege estes momentos mais audazes
E quando em coração aberto trazes
O todo que decerto além já brade,
Trazendo enfim à toda humanidade
O quanto se permite em tantas fases
A luta se anuncia onde tenazes
Momentos transcendendo à lealdade,
Adúlteros caminhos, louco amor,
E mesmo que se mostre tentador
Cenário tantas vezes maltratado,
Porém na proteção da deusa nobre-
Lofn- o vasto amor já se recobre
E vejo-o com certeza; abençoado.
30
Rind
A gigantesca deusa, uma princesa
Que com Odin tivera um filho; Váli
E quanto mais deveras avassale
O coração do deus, qual mera presa,
Ainda se mostrando em tal beleza
O tanto quanto possa e não se cale
Marcando em tão sobeja glória fale
Do amor sem ter igual, e sem surpresa.
Rind, esta bela russa traduzindo
O quanto cada instante possa infindo
Traçar diverso passo além do todo,
E vendo em tal história um fato além
Sonho se delimita onde contém
Bem mais do que pensara em mero engodo.
31
Skadi
Deusa do inverno, bela e majestosa
A filha de um gigante; Þjazi tem
Nas montanhas geladas de onde vem
A sua força além, tão fabulosa,
A vida se mostrara e se antegoza
Diverso caminhar enquanto alguém
Encontra noutro ser supremo bem
E assim dita deveras caprichosa,
Ao se encantar com deus do imenso mar,
Esta união que fosse singular,
No fundo não pudera ter à frente
Qualquer futuro quando se apresente
Tão dispare caminho, calor-neve
E ao fim sem harmonia, o tempo leve...
32
Arvak (aquele que acorda cedo) e Alsvid (o mais rápido)
Da deusa Sol a bela carruagem
Levada neste espaço sideral
E nisto se desenha em ato tal
A maravilha feita na viagem
Ousando na sobeja paisagem
Vagando pelos céus, em ritual
Diuturno e com certeza sem igual
Marcante delirar, cada passagem.
Arvak e Alsvid decerto em tons diversos
Traçando em união tais universos
E nisto desenhando em céu azul
Beleza que se vendo dia a dia
Aos poucos no azulejo além nos guia
Erguendo a plenitude: norte ao sul...
33
Fenris
O lobo gigantesco acorrentado
Até no Ragnarok quando se solta
Gerando com furor tanta revolta
E o tempo noutro rumo desenhado,
De Angrboda, gigantesca e atroz figura
Com Loki, num instante em desvario,
Devora o próprio Odin e em desafio
Sendo por Vidar morto onde assegura
O pai de Hati de Skoll traz desde cedo
A fúria neste olhar, lupina fera
E quando se desenha tal quimera
A sorte se mostrando em desenredo,
Somente Týr tivera então coragem
De alimentar o monstro, atroz voragem...
34
Garm
Um gigantesco cão guardando o inferno
Na gélida expressão se vendo o quanto
A vida se transforma e não garanto
Sequer o que pudesse ser mais terno,
E quando dentro da alma assim interno
O mundo noutra face em tal quebranto
Gerando tão somente o desencanto,
Eternizando na alma o duro inverno,
Assim ao se mostrar o destemido
Canino feito em dor eu dilapido
Meu sonho se transforma em pesadelo
E vendo esta figura mais atroz,
Calando neste instante a minha voz,
Somente por saber e mesmo vê-lo.
35
Freki e Geri
De Odin tais lobos seguem cada passo,
E assim ao se mostrar em rara tez,
No quanto a cada instante tu já vez
O mundo se moldando em novo traço,
Freki e Geri seguindo assim seu dono,
E nisto se alimentam e deveras
Traçando noutros ermos; primaveras
E nelas deste sonho ora me abono,
Enquanto Odin sorvendo este hidromel
Os lobos são carnívoros e tendo
Ao longe o que possa se prevendo,
Não trazem a faceta mais cruel,
Apenas animais de estimação,
Nos lúpicos cenários desde então.
36
Grani
Sigurd recebe assim o seu cavalo
Do próprio Odin que em forma de um humano
Trouxera em ato nobre e soberano,
Eqüino sem igual ao seu vassalo,
Um dia ao caminhar numa floresta
Sigurd encontra um velho e em montaria
Diversa se demonstra e ali traria
O quanto noutra face; a sorte empresta,
Destarte ao lhe mostrar este animal
Superior a todos em beleza
E tendo com brandura esta destreza
E dele se aproxima e num sinal
Percebe ser o velho o próprio Odin
E Grani passa a ser o seu rocim.
37
Gullinbursti
Um javali gigante feito em ouro
Por Brokk e Eitri anões que numa aposta
Com Loki tendo assim em tal resposta
O tempo noutro vasto ancoradouro,
Em disciplina e força, o javali
Impunha tal respeito aos contendores
E sendo que deveras onde fores
Ouvirás as histórias que eu ouvi,
Falando da sobeja maravilha
Que até, pois Midgard já respeitava
A sorte mesmo quando atroz e brava,
Além do que possa já palmilha
E assim em tal presença se apresenta
A vida em tez audaz e violenta.
38
Hati
Um lobo que persegue a própria lua
Nas noites onde surge a plena face
Daquela que deveras se mostrasse
E sempre noutro rumo além flutua,
Destarte a sua senda continua
Enquanto o lobo assim agora uivasse
E neste caminhar o que se trace
Presume o quanto a vida inda cultua.
De Fenrir, este filho tão feroz
Que traz em sua força o que pudera
Marcando com terror a amarga fera
Ousando muito além em rude voz,
E assim se desenhando este cenário
Ao mesmo tempo rude e temerário.
39
Hræsvelgr
Hræsvelgr este gigante que deveras
Se metamorfoseia em rapineira
Uma águia tão sobeja que se esgueira
Em asas tão dantescas, ledas, feras.
Assim ao espalhar suas quimeras
Este gigante traz como bandeira
A fúria sem igual e derradeira
Marcando talvez mesmo o fim das eras.
Fazendo os ventos neste turbilhão
Num vórtice prevendo desde então,
Gerando a tempestade enquanto voa,
E vendo a enormidade deste ser
O mundo num diverso padecer
Ainda em sorte atroz, em dor ressoa.
40
Hugin e Munin
Memória e pensamento, sem estorvos
No Midgard traçando os seus caminhos
De Odin os mensageiros em seus ninhos
Apresentando assim estes dois corvos,
E deles se avizinha a plenitude
Do quanto onisciente se fez mais
Odin entre diversos rituais
E nada mais deveras desilude,
O quanto em tal poder se presumira
Na sábia intervenção do deus maior,
O quanto deste rumo sei de cor,
Mantendo sempre acesa a imensa pira,
E assim ao se mostrar além e inteiro
O deus ultrapassando onde me esgueiro.
41
Jörmundgander
Jörmundgander irmão de Fenris traz
Aspecto de serpente gigantesca,
Jogada no oceano a tão grotesca
Figura que se fez além mordaz,
Odin tentando o quanto se desfaz
E nesta face atroz ora dantesca
A serpe se anuncia e nababesca
Voltando à superfície, mais audaz,
No Ragnarök liberta, e em seu veneno
Espalha sobre a terra em mortandade,
Em Thor busca a vingança e assim degrade
O fato que jamais se fez sereno,
E traz tanto terror a quem a vê
Tornando a própria vida sem por que.
42
Níðhöggr
Níðhöggr este dragão voraz que vem
E devorando os mortos num instante
Figura mais atroz; horripilante
E traça a própria face com desdém
Da Yggdrasil atacando as raízes
Tentando destruir todo o universo
E neste caminhar pelo submerso
Cenário tantas vezes em deslizes
No Ragnarök voltando à superfície
Trazendo os corpos mesmo em nova senda
Marcando o quanto possa e assim se atenda
O quanto a cada passo em tal sandice,
E assim ao profanar a própria vida,
A sorte noutra face já perdida.
43
Ratatoskr
Ratatoskr qual fosse um ledo esquilo
Traçando na Yggdrasil, tantas intrigas
Tentando provocar diversas brigas
E neste seu delírio, em raro estilo,
Trazendo da águia ao rústico dragão
Diversas e profanas heresias,
E quando em tal cenário tu verias
O mundo em mais completa imprecisão,
Gerando com discórdia o desalento
Moldando então a fúria a cada instante
E nisto se aproveita, e se adiante
Sorvendo mansamente todo o vento,
Na face mais atroz de um ser tão ermo,
O mundo se desenha em torpe termo.
44
Skoll
Um lobo que persegue o próprio sol,
Skoll tentando a deusa devorar
E nisto se apresenta o caminhar
Sem base num delírio em arrebol,
E tendo esta impressão, ledo farol,
O quanto poderia desejar
E nisto a imensidade em luz solar,
Deveras furioso girassol,
Filho de Fenrir, que num momento
Junto com seu irmão que busca a lua
Até que conseguindo o seu intento
O Ragnarök deveras tem início
E o quanto se tal forma desvirtua
Gerando neste instante o precipício.
45
Sleipnir
Sleipnir o cavalo em rapidez
Inigualável sendo este corcel
De Odin o mais audaz e mais fiel
Marcando quanto a vida assim se fez,
Das oito patas vejo em lucidez
O quanto poderia em raro véu
Ousar e imaginar em carrossel
O tempo quando além agora vês.
Um filho de um soberbo garanhão
Com Loki em fêmea assim transfigurado,
E um reino noutro ponto desenhado,
Expressa a vária face em dimensão,
Na dúbia caminhada deste deus
Andrógina figura; luzes, breus...
46
Svadilfari
Svadilfari o pai de Sleipnir traz
No cruzamento com Loki deveras
Tramando noutra face o que inda esperas
De um deus, hermafrodita e mais audaz,
Deixando o seu passado para trás
Envolto entre diversas, ermas feras
E assim noutro momento em tais esferas
Mergulha num aceno feito em paz,
E pari este cavalo que de Odin
Traçara outro cenário aonde enfim
O mundo se moldara em tom diverso,
E quando em força e rara maravilha
Neste galope além deveras trilha
Vagando sobre todo este universo.
47
Asque
O primeiro dos homens sobre a Terra
Em Embla tendo o par e a companheira
Aonde a sorte molda e assim se inteira
No todo que decerto ora se encerra
Em Asque o que a sorte molda e cerra
Marcando humanidade onde se queira
A face dentre tantas, a primeira
Ousando muito além da mera serra,
Criados do suor que do gigante
Ymir ao se mostrar por um instante
Antropomorfa face se moldara
E assim no quanto a vida se fizera
O todo desenhado em tal esfera
Aos poucos se transforma em jóia rara.
48
Nornas
As Nornas deusas donas do destino
Na sorte, num azar, na providência
E nisto em inconstância a prevalência
Do mundo em mais completo desatino,
E tendo em suas mãos o cristalino
Momento aonde toma esta ciência
Gerando sem temor cada evidência
E neste caminhar já me fascino,
Urd, Vernandi e Skuld, as três que regem
O passado o presente, e no futuro
O quanto poderia mais seguro
Destarte novos sonhos que inda elegem
Os dias que passaram e virão,
Na mais sublime ou dura dimensão.
49
Valquírias
Valquírias sendo servas deste Odin
O deus que soberano em sábios passos
Tramara com seus ritos tantos traços
Marcando com firmeza início e fim.
Mulheres em montarias sempre aladas
Armadas com seus elmos, suas lanças
E quando noutro instante agora avanças
Presumem-se diversas as jornadas,
Escolhem os guerreiros mais audazes
E escoltam-nos até chegar as sendas
Aonde se imaginam as contendas
E nelas o que tanto tramam fases,
Os elmos que faiscando em raro astral
Desenhavam a aurora boreal.
50
Anões
Diversos os anões; e neles têm
Poderes mais complexos, que desvendes
Assim podendo ser ou não duendes
Da sorte muito aquém ou mais além,
Quando encontrados por algum mineiro
Trazendo boas novas, raros veios
E assim se desenhando sem receios
O mundo se mostrando alvissareiro,
Destarte com sutil imensidade,
Transportam a real face onde um dia
O tempo noutro tanto moldaria
Tramando o que puder felicidade,
E assim se desvendando algum mistério,
Nas sendas destes seres, tal critério...
51
Svartálfar
Svartálfar que são elfos negros vivem
No subterrâneo reino que se chama
Svartalfheim demonstrando sem a chama
Os dias onde tanto além se crivem
Da residência escura em tom soturno
A imagem que se tem, noutro detalhe
E nisto cada passo onde se talhe
Traduz o que pudesse além noturno,
E assim se desenhando este cenário
E nele se aprofunda o passo além
E o quanto na verdade já contém
Transcende muito mais que imaginário
E assim tais elfos ditam desalento,
Maldosas criaturas, em tormento.
52
Siegfried
Siegfried que é de Sigmund um filho nato
Após a morte deste em ar diverso
No póstumo caminho do universo
O quanto em tal desenho ora constato,
Marcante na verdade cada fato,
E deste desenhar enquanto verso
Ousando noutro passo já submerso
Trazendo o quanto possa e além retrato
Hiordis sua mãe casa-se então
Com Alf que levando-o para além
Nas mãos de Regin tudo o que inda vem
Explora com ganância este filão,
Alertado por pássaros sobre o risco,
Matando enfim Regin, atroz e arisco.
53
Durinn (soneca) e Motsognir (irritado)
Da carne decomposta do gigante
(Ymir), os vermes numa mutação
Gestando na verdade cada anão
E neles outra raça doravante,
Destarte dos primeiros, estes dois,
A sorte se tornou bem mais frequente
E o quanto com certeza se apresente
Traduz o que virá logo depois.
E de tal forma a vida se renova,
Enquanto nova raça se fizera,
A vida se prepara em nova esfera
E o tempo se coloca então à prova,
E assim dos dois anões, os ancestrais
Vieram vários outros, tão iguais.
54
Filhos de Ivaldi
Os quatro anões em rara maestria
Forjaram o navio; aonde Frey
Vagasse por caminhos tantos, grei
Diversa da que outrora poderia.
E de Odin fizeram lança que invencível
Pudesse transportar a força imensa,
E nisto cada instante mais convença
Deste poder deveras implausível,
E os cabelos de Sif em ouro puro;
Ousando em maestria soberana,
E quando este caminho a vida ufana,
O tempo noutro encanto ora depuro,
E vejo em privilégio sem senões,
Esta arte tão suprema dos anões.
55
Einherjar
Mortos guerreiros que Valquírias trazem
Levando até Valhana, aonde em sorte
Ao terem em banquetes raro aporte
E nisto outros momentos que inda fazem,
E no palácio os dias mais felizes
Gerados pós a morte na batalha,
A vida de tal forma em luzes talha
Caminhos sem temores e deslizes,
Treinados por Odin para o momento
Fatal que se previra, ao fim de tudo,
E quando a cada passo mais me iludo
A própria desventura eu alimento,
No Ragnarok o tempo se transforma
E a luta sem sentido, em dura forma...
56
Elfos
Os elfos como fossem fadas trazem
Quando em fertilidade, na Natura
O tanto que virá se configuram
E nisto com certeza tanto fazem,
Ao terem o poder desta magia
Eternos ou longevos, benfeitores,
Os elfos entre tantos dissabores
Traduzem esperança em harmonia
Sensíveis e decerto por arqueiros
São sempre protegidos contra a incúria
De quem se fez atroz em sorte espúria
Tentando destruir estes canteiros
Aonde a paz floresce em primavera
Eterna, enquanto a sorte em sorte gera.
57
Elfos de Luz (Ljósálfar)
De rara forma em bela face vejo
Mais belos do que o sol, iridescentes
E desta rara imagem também sentes
O quanto se traduz em claro ensejo,
Qual fosse um deus do Sol em Raios tantos,
Os Élficos caminhos se apresentam
Marcando com brandura e experimentam
Matizes tão sutis, nobres encantos,
E assim ao se mostrar tanta beleza
A sorte se anuncia mais sobeja
E tendo todo o sonho onde poreja
A imagem mais sublime em tal surpresa,
Tramando em noite imensa o quanto traz
Sublime maravilha, intensa paz...
58
Gigantes
Ginungagap
Ginungagap, primeira criatura
A ser criada sobre a Terra nua,
E deste ser disforme a sorte atua
Marcando o quanto possa tal ventura,
Das axilas surgindo filho e filha,
Dos pés que copularam, surge em ente
Que em seis cabeças logo se apresente
Enquanto este cenário ao longe trilha.
Proliferando sobre a Terra inteira
Até que no surgir dos deuses vêm
Na força e sutileza, noutro bem,
Odin destrói e espécie, mas na esteira
Da história permanece um exemplar
E assim gera um sutil recomeçar.
59
As forças deste caos inicial,
Embora numa inteligência escassa
O quanto se demonstra desta raça
Marcada pela fúria desigual,
Em bruscos passos, ser atroz, venal
Rudimentar cenário aonde traça
A luta sem sentido e quando passa,
Um ato mais insano ou já boçal.
Um ser tão primitivo quanto atroz,
Em hedionda face, olhar que em trevas
Expressa as dimensões em almas sevas
Negando com certeza a rude voz,
Mas como toda regra, uma exceção
Há sábios entre as feras. Por que não?
60
Vaftrudener
Vaftrudener; um sábio gigantesco
Que em raro desafio com Odin,
Perguntas e respostas – já no fim
Perdendo por detalhe pitoresco,
O respeitável ser, trazendo além
Do quanto poderia e se pensara
Ao ter em sua força imensa e rara
Além do que se espera e assim retém
Sabedoria imensa e mostra a face
Da vida em suas tantas variantes
E sendo raridade entre os gigantes
Um tempo abençoado agora trace,
E nega por si só tal preconceito,
Aonde cada ser tem próprio jeito.
61
Aegir
O deus que dominava inteiro o mar,
Dos elementos d’água majestade,
E tendo com certeza a qualidade
De num momento em fúria apaziguar,
Porém noutra procela a se mostrar,
E quando tal terror agora invade
Levando para além tranquilade,
O mundo se anuncia em turvo mar,
E assim dos marinheiros, sacrifícios
Tentando sossegar os malefícios
Deste oceano agora que em procela
Sua outra face traz e se revela,
Mas quando serenado em plena paz,
Aos mais diversos rumos; leva e traz.
62
Bergelmer
Sobrevivendo ao sangue que esvaíra
Do corpo do gigante Imer que Odin
Matara e neste instante quase o fim,
Da raça aonde o tempo já desfira
E marque com furor em cada tira
O tanto que pudesse ser assim,
E o vento se adentrando em tal jardim,
Na força redentora ora se atira.
Assim com sua esposa escapando
A Terra noutro tom repovoando
Traçando algum futuro para quem
Durante tantos anos, bons ou maus
Reinavam sem rivais em pleno caos
Até que os deuses novos chegam, vêm...
63
Bestla
A mãe de Odin, de Vé e de Vili,
Casara-se com Borr, e de tal sorte
Gerando esta gigante um novo norte
Diverso do que outrora percebi,
O tempo traz respostas para tudo
E tendo em sua prole a divindade,
Deveras noutro passo, Odin degrade
A gigantesca raça em tom agudo,
Fortuna se transforma; variável
Do quanto no passado nada resta
A lida se desenha mais funesta
Num ar deveras rude ou intragável,
E a luta se desenha a cada dia,
Gerando o que deveras perderia...
64
OS MUNDOS DA MITOLOGIA NÓRDICA
Asgard Mundo Superior
O reino aonde os deuses habitavam
Diverso dos caminhos dos mortais,
Gerado nos momentos magistrais
Aonde os tantos deuses descansavam,
Heimdall, o guardião do paraíso,
Planície de Ida sendo o centro e assim
Os Æsir se encontrando têm enfim
Local bem mais tranquilo e mais preciso.
E neste mundo em ar superior,
As decisões deveras são tomadas,
E as sortes nestes rumos desenhadas
Cenário feito em medo, ardor e amor
Envolto por mentiras, por intrigas
Eram comuns ali diversas brigas.
65
Midgard Reino dos humanos
No tronco da Yggdrasil se vendo o mundo
Aonde os mortais possam trafegar,
Cercado por gigante e imenso mar,
Deveras tão feroz quanto profundo,
Passagem impossível para além,
Aonde uma serpente dominava;
Jormungard, que deveras sela e trava
O rumo de quem ouse; e a morte vem.
Um intermediário entre a raiz
E o topo da Yggdrasil, assim trazendo
Cenário às vezes belo ou mesmo horrendo
Nesta dicotomia feita em vida,
A sorte do futuro decidida
No passo noutro rumo se prevendo.
66
Jotunheim – terceiro reino
O mundo dos gigantes, rocha e neve
Dele estas criaturas num instante
Ameaçando os deuses; delirante
Cenário aonde o todo toma e atreve,
Também tornando a vida dos mortais
Em rara tempestade, a cada espaço
No tanto que pudera ser escasso
O tempo marca duros rituais,
E assim ao se mostrar a realidade,
O término dos sonhos se anuncia,
E o quanto se mostrara em voz sombria
Deveras no futuro já degrade,
E o tempo ora assolando sem defesa
Fazendo do universo sua presa.
67
Vanaheim – quarto reino
Repouso dos Vanir, deuses supremos,
No nível mais superno do universo,
E quando de tal forma tento e verso,
Os dias são deveras mais extremos,
Inacessível mundo se apresenta,
Porém ali os deuses mais pacíficos,
Benevolentes, mesmo tão magníficos
Diversos dos Æsir, fúria e tormenta,
Vanaheim traduzindo este cenário
E dele a paz se faz bem mais presente
Ainda que decerto ora se tente
Um tempo vez por outra temerário,
Porém a paz se mostra em rapidez,
E todo o vendaval já se desfez.
68
Álfheim - quinto reino
O lar dos elfos traz em mansidão
A glória que se trama em natureza
Gerando por si só tanta beleza
E nisto traz as sortes que verão
Os dias mais sublimes desde então,
Da vida sem temor e sem surpresa
Servindo uma esperança em lauta mesa
Fazendo da alegria, a refeição,
Esta iguaria rara e bem sublime
Que a cada novo passo nos redime
E deixa que se veja a liberdade,
Assim ousando além do quanto pude,
Tentando imaginar em plenitude
O mundo que deveras tanto agrade.
69
Musphelhein - sexto reino
O reino dos gigantes que do fogo
Traçaram seus caminhos mais atrozes
Em discordantes rumos, tais algozes
Jamais entenderiam qualquer rogo,
A partir das faíscas deste império
Geraram-se decerto os astros quando
O mundo de tal forma se tomando
E nisto outro momento mesmo etéreo,
Sultur, seu soberano talvez seja
Quem no Ragnarok trace num combate
Com quem sobrevivera em tal embate
E assim a sorte mesmo sendo andeja
Presume tal poder aos que terão
No olhar a imagem viva do verão.
70
Svartalfheim - sétimo reino
No mundo subterrâneo aonde os elfos
Noturnos habitavam se percebe
Além da diferença desta sebe
E não precisa nem buscar em Delfos
Resposta que os demonstra mais sombrios
Que os elfos luminosos, mais tranquilos
Diversa dimensão, diverso estilo,
Assim a vida traz seus desafios.
Traçando com terror tanta maldade
Os elfos desta estirpe num ditame
Marcando o quanto possa em ledo enxame
A cada novo passo assim degrade
A vida sem sentido e sem razão
Gerando após o nada, o turbilhão.
71
Nidavellir - oitavo reino
O reino dos anões neste submundo
Marcando em face escusa o que viria,
E mostra com certeza a mais sombria
Tormenta; aonde, incauto eu me aprofundo
Destarte o caminhar nauseabundo
Dos vermes que deveras se veria
A vida renascendo em agonia,
Num tempo mais atroz, e mesmo inundo.
Nidavellir traduz a escuridão
E próximo do Inferno se apresenta
E assim ao se prever esta tormenta
Momentos mais atrozes sentirão
Aqueles que deveras lá chegando
Sabendo desde já seu ar nefando.
72
Niflheim - nono e último reino
Reino do gelo em frialdade traz
Raízes mais profundas, neste enredo
Das tramas mais temíveis o segredo
Dos reinos entre dor, medo, mordaz.
Espíritos diversos, os anões
Do gelo, mas também frios gigantes
E neste vil cenário me adiantes
As cenas em terríveis emoções.
Em divisão diversa se apresenta
Até no último grau, o mais interno
A senda desvairada de um inferno
Traçado por loucura violenta,
Ali os nibelungos se encontrando,
Num tempo tanto atroz, feroz, infando.
73
Guerra Æsir–Vanir
Quando Freia foi presa, os Vanir
Não aceitando o insulto num momento
Aonde se moldara o sofrimento
E tudo se mostrando sem porvir,
No quanto a própria vida resumir
O rumo mais diverso estando atento
E nesta tempestade, o imenso vento,
Aos poucos se acalmando faz sentir
Após libertação da deusa, o tempo
Vencedor do que fora contratempo
Dos Æsir unindo-se depois,
E da unificação enfim proposta,
A sorte se mostrando mais disposta
Quando um mais um é sempre mais que dois.
74
Fimbulwinter
Invernos rigorosos que precedendo
Catástrofe terrível no final,
Sem ter sequer verão, um mesmo igual
Caminho sem destino enlouquecendo
Cenário se desenha e sendo horrendo
Traduz o quanto pôde ser venal,
Nas guerras, desvario que geral
Ataca e nada resta; só remendo.
E assim se preconiza o que virá
No Ragnarök mordaz e tão ferino,
As sortes mais diversas do destino,
Traçando o que se vira aqui ou lá,
Na morte sem sentido em duro eclipse
O nórdico tormento: apocalipse?
74
Ragnarök
Cenário que virá no fim dos tempos,
E assim rebeliões diversas ditam
Diversas tempestades onde agitam
Os mundos em terríveis contratempos.
Trazendo a morte mesmo de Odin, Thor,
Entre outros soberanos, sendo assim
A imagem derradeira, duro fim,
Num ato tantas vezes tão pior.
Porém uma esperança existe ainda
Da sorte que viria bem mais linda
Num mundo feito em paz e em harmonia
Casal de humanos refazendo a vida,
E a sorte que pensada já perdida,
Noutro cenário surge em sincronia...
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