sábado, 19 de maio de 2018



Arranca tua roupa
A fúria deste anseio
E toca cada seio
Deveras nada poupa

E cerzi com denodo
A messe mais sobeja
No quanto te deseja
E não encontro engodo

O risco não se faz
Nem mesmo se percebe
Assim em rara sebe
Meu passo é mais tenaz

Galgando ao infinito
Ao vasto eu me permito.

MARCOS LOURES

Amor me transportando
Além de qualquer cais
E nele muito mais
Que um simples contrabando

A sorte traz no bando
Dos sonhos magistrais
Momentos divinais
Entre outros transformando

O que se fora atrás
Apenas um tenaz
E louco aventureiro

Agora noutra face
O amor deveras trace
E nele assim me inteiro.

MARCOS LOURES

Inventam num segundo
Desvios ou atalhos
E quando em tais retalhos
Deveras me aprofundo

Vagando em novo mundo
Por mais que sejam falhos
Os dias em frangalhos
Da messe eu já me inundo.

Arisco no passado
A presa que se entrega
E sabe quase cega

O rumo já traçado
Na plena fantasia
Além do que podia.

MARCOS LOURES

O gosto diz delícia
E nisto sou inteiro
Cerzindo o meu canteiro
Sem medo e sem notícia

Além desta carícia
Da qual sou timoneiro
Também aventureiro
Delírio em tal malícia

Premissas mais diversas
Aonde queres, versas
Gerando um novo sol,

E assim em raro encanto
Apenas helianto
Atrás deste farol.


MARCOS LOURES


Suaves os carinhos
De quem se fez a fera
E nisto se tempera
A sorte em tais moinhos

Gerando outros caminhos
O todo não espera
E quando esta pantera
Prepara aqui seus ninhos

Espúria madrugada
A sorte em tal lufada
Não vê qualquer disfarce

E quando mais audaz
O amor se mostra e traz
O rumo onde me esgarce.

MARCOS LOURES


Te Beijando e também
Cerzindo o Paraíso
Num toque mais preciso
Vibrando em mesmo bem,

O amor quando contém
Já todo o meu juízo
E nele me matizo
Enquanto sou refém

Das ânsias e delírios
E sei destes martírios
E gozos adjacentes

No quanto te apresentes
E cevas este solo
Com prazer eu me imolo.


MARCOS LOURES



Colado junto a ti
Na noite em rara dança
Amor quando se lança
Além do que senti

Devora e sei que aqui
Audaz qualquer mudança
A sorte já balança
E nela eu me perdi,

E presa deste sonho
Por vezes tão medonho
Insaciavelmente

O mundo se transforma
E toma a vária forma
Aonde se fomente.

MARCOS LOURES



Avanço como um louco
E nada me detém
No amor sou qual refém,
Porém ainda é pouco

No quanto me treslouco
O rumo já convém
E sendo deste alguém
Se nada escuto, mouco,

Expresso em verso e canto
O quanto me adianto
E busco a redenção

Singrando este oceano
E mesmo se me dano
O amor toma o timão.

MARCOS LOURES

Que faz com que me perca
E tome outro sentido
O amor se percebido
Não teme qualquer cerca

E logo nos devora
Adentra este quintal
Na senda magistral
E sem saber nem hora

Resume em tal loucura
Paixão que se irradia
Além da fantasia
Deveras nos tortura,

Traçando assim magnífico
Nem sempre tão pacífico.


MARCOS LOURES

Anoiteceu, vibra
Em mim esta vontade
Do amor que quando invade
Desfaz, desequilibra

O tempo toma a libra
E o resto na verdade
Vagando em realidade
Diversa já se dribla,

O corpo em tal cansaço
Num êxtase supremo
E assim em ti me algemo

E sigo e não desfaço
Caminho em verdejante
Delírio fascinante.


MARCOS LOURES



Aguardo simplesmente
Quem possa me dizer
Do amor em tal prazer
Que nada mais desmente

Outrora um ser descrente
Agora posso ver
O quanto do querer
Nos faz bem mais contente

Galgando a cordilheira
Aonde amor se inteira
E gera este infinito

Na imensa cordoalha
A sorte já se espalha
No amor que eu acredito.


MARCOS LOURES



E venha sem temer
Não deixe pra depois
O quanto entre nós dois
Traduz pleno prazer,

O manto se faria
Em plena majestade
No quanto nos agrade
A sorte em fantasia

Gestando esta beleza
Gerando um novo mundo
E quando me aprofundo
Em farta correnteza

Desenho esta delícia
No anseio da carícia.


MARCOS LOURES


Acende nessa noite
O brilho em cada lume
Aonde me acostume
E vença o duro açoite

Aloco o pensamento
No corpo feminino
E quando me fascino
Bebendo me alimento

Das tramas e das senhas
Diversas sanhas nossas
E logo tu endossas
Caminho e nele venhas

Tramando esta promessa
Do amor que se confessa.


MARCOS LOURES


A boca percorrendo
Cenário fascinante
E sabe doravante
Aonde em estupendo

Caminho irá vencendo
A dor e num instante
O todo se agigante
No mar que ora desvendo.

Resumo minha vida
Na sorte presumida
Nas tramas deste anseio

E sei do quanto posso
Vivendo amor que é nosso
Sem pejo e sem receio.


MARCOS LOURES

A lua nos convida
Em clara concordância
Gerando a consonância
Gerindo nossa vida,

A sorte percebida
E nela esta abundância
A cada nova estância
Refaço a já perdida

Vontade de lutar
E bebo do luar
Um fortalecedor

Cenário em plena prata
Assim a messe trata
Em festa o nosso amor.

MARCOS LOURES


Desnude-te de todos
Temores e verás
O amor quando ele é audaz
Supera os velhos lodos,

E sem saber de engodos
Transcende à própria paz
E tudo sempre traz
Diversos, vários modos

Porquanto em ti sacio
O coração vadio
E tanto aventureiro,

Mas quando em flórea senda
Assim logo se estenda
Além deste canteiro.


MARCOS LOURES

A boca em minha boca,
O toque mais gostoso
Aonde em pleno gozo
O rumo já se toca

E sigo cada passo
Por onde poderia
Saber desta alegria
E nisto eu tanto faço

E beijo a primavera
Embora em invernal
Caminho pelo astral
No quanto amor tempera

E muda a própria face
Sobejo mundo trace.

MARCOS LOURES


Depressa minha amada
Que a vida já se esvai
O pensamento trai
E nega alguma estrada

A quem se fez gentil
E tanto quis assim
Florada em seu jardim
E o canto não se ouviu,

O inverno se anuncia
E o tempo já transmuda
A sorte tão miúda
Agora em fantasia

Permite um mero instante.
Que seja deslumbrante!

MARCOS LOURES



Portanto não precisa
Saber da indiferença
No quanto se convença
Da sorte mais concisa

E nela qualquer brisa
Transforma e traz a crença
Que tanto nos compensa
Enquanto ali matiza

Esta alma benfazeja
Por onde mais deseja
A sorte em redenção

Sabendo deste fato
No amor eu me retrato
E vejo a direção.

MARCOS LOURES
Não tenho mais segredos
Nem mesmo os quereria
Vagando em poesia
Diversos meus enredos

E tento embora ledos
Os rumos dia a dia,
E nada poderia
Traçar além dos medos,

O amor nos fortalece
E nele além da prece
Pressinto uma conversa

Com Deus que sempre versa
Num átimo ao cenário
Do amor tão necessário.



MARCOS LOURES

Derrubas com carinho
Gigante traiçoeiro
Regando este canteiro
Retiras cada espinho

E amor sem ser daninho
Transforma por inteiro
E traça o mensageiro
De um novo e raro ninho

Aonde se pressente
O quanto mais contente
Estou a todo instante

No qual amor vislumbra
E nega esta penumbra
Por ser tão radiante.


MARCOS LOURES


A pele em minha pele
Transita e se pressente
O quanto mais dolente
Delírio nos compele

E nada mais se sele
Senão tal inclemente
Caminho onde se tente
O todo já revele,

O caos entranha em nós
Amor furioso algoz
Domina cada passo,

E assim em pleno espasmo
O mundo sem sarcasmo
Deveras quero e traço.


MARCOS LOURES


É feito da saudade
O amor que não sacia
E veste esta agonia
Aonde a morte brade

E gere esta ansiedade
E nela não havia
Senão a fantasia
Sem dar tranqüilidade,

Um novo amor; portanto
É porto onde garanto
Saudade não tem vez,

No quanto se perdera
Pavio inútil cera
Em nada se desfez.

MARCOS LOURES

Segredo que te conto
De um fato mais constante
No amor onde agigante
A vida sem desconto

Aumento ponto a ponto
E chego doravante
Num mundo fascinante
Cenário agora pronto

Bendito este artesão
Com toda a precisão
Cerzindo a maravilha

Do amor quando perfeito
E nele me deleito
Quando a alma compartilha.

MARCOS LOURES

Embora eu te prefira
À própria vida minha,
O quanto já se alinha
Além desta mentira

A sorte em frágua e pira
Deveras se adivinha
E tanto ali continha
Se a Terra também gira

O manto desenhado
Traduz o enunciado
E traz neste contrato

O ritmo mais audaz
No farto amor se faz
E ali eu me retrato.

MARCOS LOURES

Não temo a solidão
Nem mesmo os desvarios
E sei dos desafios
Das noites que virão

E tendo a solução
Traçando a foz dos rios
Aonde em frágeis fios
Ausente negação

O mundo se redima
E mude todo o clima
Trazendo até quem sabe

O rito mais sobejo
E nele já prevejo
O amor que não se acabe.


MARCOS LOURES

Aguardo, calmamente
Alquímica mistura
Aonde se assegura
A vida e se fomente

O amor que plenamente
Traduz farta ternura
E quando a vida cura
Um passo atroz, demente,

Resido neste tanto
E sei que me adianto
Enquanto houver nobreza

Do amor reinando sobre
O manto onde se cobre
Em glória a farta mesa.

MARCOS LOURES

Aberto ao coração
De quem já me quiser
O tanto que se quer
E traça a solução

Dos ermos que virão
E sem medo sequer
Do gozo onde aprouver
Cerzindo este verão,

E nele se transcende
Ao quanto se desprende
Em glória o nosso dia,

O amor não mais se esgota
E toma logo a rota
Em mágica alquimia.


MARCOS LOURES

Embora vá rolando
Por vários descaminhos
Os dias mais mesquinhos
O céu em contrabando;

Porém no amor notando
Gerando nossos ninhos
Jamais serão sozinhos
Os tempos decorando

Com todo o privilégio
De um sonho raro e régio
Aonde se desfila

A lua em tons de prata
Amor quando arrebata
A noite é mais tranquila.


MARCOS LOURES



Amar demais não custa
Nem mesmo poderia
Gerar a hipocrisia
Aonde a cena ajusta

O passo onde se incrusta
A sorte e a fantasia
E nisto eu poderia
Nesta medida justa

Sentir a suavidade
Do sonho quando invade
E traça a perfeição,

No todo ou mais um pouco
Se às vezes me treslouco,
Transbordo em emoção.

MARCOS LOURES


Nos dentes que mergulham
Além da tênue pele,
O amor que nos compele
E neles se vasculham

Cenários mais diversos
E traçam outro fato
Aonde me retrato
Em cenas, claros versos,

Arcando com enganos
Ou mesmo em tal caminho
O tanto onde me aninho
Impede novos danos,

E assim no amor perfeito
Decerto me deleito.


MARCOS LOURES

O amor traçando além do quanto eu pude
Pensar e ter certeza quando um dia
Entrando nos meandros, poesia
Refiz a minha sorte em juventude

O quanto deste passo tanto ilude
E mesmo assim deveras se cerzia
Fortuna em noite clara ou tênue dia
Tramando noutro rumo uma atitude

Eu pus o meu caminho nos teus braços
E sei que são comuns os nossos passos
Gestando a maravilha que redime,

No tanto mais feliz eu pude ver
O amor gerando assim raro prazer
Sabendo ser decerto mais sublime.

MARCOS LOURES

O amor redime cada engano meu
E traça com carinho um novo passo
Ocupa totalmente cada espaço
Cenário sem igual que se verteu

Num átimo gerando este apogeu
Deixando para trás qualquer cansaço
E quando em teu caminho o meu eu faço
Meu sonho o teu sonho percorreu.

A sorte não se mostra em tormentosa
Paisagem na desdita em solidão,
E quando novos dias mostrarão

O quanto desta messe agora goza
Quem tanto fez do amor a poesia
E sabe o quanto o sonho nos sacia.

MARCOS LOURES


Disfarço tantos erros
Nas tramas mais audazes
E sei que também trazes
Além destes desterros

Caminhos entre tantos
E sinto mais feliz
Encontrando o que eu quis
Imerso em teus encantos

Resido no que busco
E tento estar contigo
Sabendo ali o abrigo

Por mais até tão brusco
O mundo e nele entranho,
Porém no amor um ganho.


MARCOS LOURES


Se adendos e barganhas
Gerassem novos fatos
Bem mais que tais ingratos
Caminhos, ledas sanhas

Aonde tu me ganhas
E secas os regatos
Traçando em novos atos
Longínquas vãs montanhas,

Erguendo o meu olhar
Pressinto no horizonte
No sol que já desponte

O duro caminhar,
Porém se amor é ponte
Aprendo a divagar.


MARCOS LOURES


Noturnos os desejos
Que tomam nossos sonhos
E neles os risonhos
Caminhos são sobejos,

E tanto quanto possa
Vencer a solidão
Traçando a solução
Que seja também nossa

A fome se sacia
Na urgência de um querer
Aonde com prazer

Veja o romper do dia
Em laços bem mais fortes
Tu vens e me confortes.

MARCOS LOURES


Na cama não há chama
Que possa saciar
Quem tanto quis amar
E logo em sonhos trama

O quanto já nos clama
O imenso de um luar
E nele flutuar
Distante de algum drama,

Resumo em verso e fado
O tanto desvendado
No sonho onde procuro

Vencer os meus temores
E nisto traço as cores
De um céu outrora escuro.

MARCOS LOURES


Sabendo o quanto amor
Pudesse adivinhar
Aonde e em que lugar
Qual rumo e seu sabor

Permite este labor
E nele o caminhar
Aonde desvendar
O canto redentor,

Desenho em mansidão
As horas que virão
E nelas a certeza

De um dia mais feliz
Assim a sorte diz
E doma a correnteza.

MARCOS LOURES

Em prantos e torturas
Os sonhos mais mordazes
Os dias onde trazes
As tantas amarguras

E nisto e em tais misturas
A vida dita as fases
E nelas os audazes
Caminhos não figuras,

Expresso o verso então
Em árdua solidão,
Do amor sigo sedento,

Quem sabe, possa um dia
E nesta alegoria
O passo em paz sustento.


MARCOS LOURES

A solidão chegando
Depois de tantos anos
Assim puindo os panos
Em dia tão nefando

O amor outrora brando
Agora em novos danos
Em ritos desumanos
Deveras destroçando

O quanto ainda havia
Em clara fantasia
E agora já não vejo,

Quem sabe no futuro
Amor novo e asseguro
A paz no meu desejo.

MARCOS LOURES

Amor quando é demais
Já não consigo além
Do quanto sou refém
Em ritos divinais,

Bebendo os desiguais
Caminhos que contém
O gozo quando vem
Momentos sensuais

Segredo à própria vida
A sorte presumida
No amor que ora me trazes,

E assim em passo firme
O sonho se confirme
Em noites mais audazes.

MARCOS LOURES

Agora, num minuto
O todo trasbordando
E sei que desde quando
O olhar já mais astuto

E assim nem se reluto
Eu posso adivinhando
O rumo desejando
Ou mesmo um passo bruto,

Amor por ser quem é
Trazendo esta galé
Algema e nos liberta

A porta do prazer
Transcende ao próprio ser
Estando agora aberta.


MARCOS LOURES

Tampando a claridade
Não posso perceber
O amor a se tecer
E nem o quanto invade

Gerando à saciedade
O quanto quis prazer
Vibrando e só por ser
Gigante tempestade,

No farto deste empenho
O quanto eu já desenho
Em luz iridescente

O amor se traz além
E nada mais detém
Enquanto se apresente.

MARCOS LOURES



Amando com palavras
Sutis ou mesmo até
No quanto em rara fé
Deveras também lavras

E sabes deste solo
Um tanto em aridez
Aonde o amor se fez
E nisto me consolo,

Restando parte ou tanto
Do quase que se dera
Além de alguma espera

O amor eu te garanto
Não tendo mais fronteira
Em si por si se inteira.


MARCOS LOURES


Herméticos meus versos?
Jamais, pois na verdade
Porquanto o sonho brade
E nele vão submersos

Os vários universos
Da tal felicidade
Assim a liberdade
Em ares mais dispersos,

E quando entranha em mim
A fúria já sem fim
Do amor sem ter limites,

Assídua maravilha
E nela esta armadilha
Além do que ora fites.

MARCOS LOURES

Amor que tanto apruma
Enquanto me atormenta
E gera esta sangrenta
Manhã por onde esfuma

A sorte se inda alguma
Deveras se apresenta
No quanto dessedenta
Também nos acostuma,

Assim num vício imenso
O quanto em amor penso
Não deixa mais espaço

Sequer para uma prece
Enquanto assim se tece
Caminho onde perfaço.


MARCOS LOURES


Das luas em que bebe
Cenário iridescente
O amor onde apresente
Domina inteira a sebe,

E logo se percebe
Em ti a tal nascente
Por onde se apresente
O quanto se concebe

A messe incomparável
E nela insaciável
Desenho se transcende

Ao farto deste instante
Aonde se agigante
E além o amor se estende.

MARCOS LOURES


Cortante ao mesmo tempo
Em que nos cicatriza
Amor é fúria e brisa
É paz em contratempo

E violentamente
Não deixa sobrar nada
Esta alma destroçada
Que nele se alimente

Perpetuando o gozo
Também a dor imensa
Enquanto em amor pensa

Já sabe o caprichoso
Caminho desenhado
Num louco e doce fado.


MARCOS LOURES


Amor que me parece
Além da face exposta
Sabendo esta resposta
E nela verte em prece

O quanto se obedece
À vida a ser proposta
E quando a gente gosta
A lida em paz se tece.

E resolutamente
Não tendo em minha mente
Nem dúvida sequer,

Eu quero e tão somente
O amor que se apresente
Na sílfide/mulher.


MARCOS LOURES


Aguarda bem mais calmo
Depois de satisfeito
O amor em claro leito
Gerando o mesmo salmo

E nele me detenho
Vencido pela messe
Aonde se obedece
O rumo em raro empenho,

Vagando vez em quando
Por mares mais distantes
Percebo os fascinantes

Desenhos se moldando
No corpo desta diva
Da qual a alma é cativa.


MARCOS LOURES


Fugindo deste inferno
Aonde outrora fora
Uma alma sonhadora
Agora em duro inverno,

Mas quando amor é terno
E gera a tentadora
Figura redentora
Ali eu já me interno

E externo em cada verso
O quanto nele imerso
Ascendo ao Paraíso

Não tendo outro caminho
O amor gestando o ninho
Não tem sequer juízo.

MARCOS LOURES

Embrenha seu futuro
O amor em luz intensa
E sabe o que compensa
O tanto outrora escuro

Caminho onde asseguro
A vida não mais pensa
E vendo a diferença
Em ti eu já perduro,

Procuro este detalhe
E nada que atrapalhe
A insânia mais sutil,

A desejosa senda
Aonde amor se estenda
Além do que previu.


MARCOS LOURES


Aquele que escapar
Das tramas mais audazes
Que amor sempre em tais fases
Permite qual luar

E neste navegar
Os sonhos que me trazes
E neles os tenazes
Momentos a vagar

Galgando além do cume
O quanto se acostume
Em lume sem igual,

O verdejante prado
Agora anunciado
Em rito sensual.

MARCOS LOURES

O gosto inebriante
Da boca desejada
Selando cada estada
E nela se adiante

O passo em deslumbrante
Cenário; onde traçada
A sorte em tal laçada
Lapida um diamante,

Vagando sem destino
Em ti eu não domino
O quanto sou mais teu,

E o vasto deste fato
E nele ora constato
Amor que se verteu.

MARCOS LOURES


No mármore que amor
Com seu cinzel superno
Ditando o rumo eterno
E nele o bom sabor

Alabastrino albor
E quando em ti me interno
Ausente algum inverno
Sobejo este calor,

Incrédulos passeios
Sem pejos nem receios
Vagando por espaços

Diversos até que
O sol ao longe vê
Dois corpos nus e lassos.


MARCOS LOURESS

Nas mágoas do passado
Sedenta noite atroz,
Mas quando amor em nós
O todo transformado

O sonho adivinhado
O rumo mais veloz
Traduz em laços, nós
O fado desenhado,

Nas pernas, entrelaces
O amor tendo mil faces
E nelas eu me espelho

Contigo quero o encanto
E neste tanto espanto
Qualquer siso e conselho.


MARCOS LOURES

Os rios e cascatas
O mar em nós se vendo
O quanto em estupendo
Caminho me arrebatas

As noites insensatas
O tempo percebendo
O todo nos bebendo
Os lábios são fragatas

E todo cais além
Deveras já contém
Tesouro inigualável,

Amor incendiário
E sendo assim diário
O mundo é mais potável.

MARCOS LOURES



Amores nestas telas
Pintadas pelo sonho
Aonde eu me proponho
E sei também te atrelas

No quanto são tão belas
As noites que componho
No vértice eu te ponho
Enquanto me revelas

Supernas maravilhas
E nelas tanto brilhas
Luar em minha cama,

Bebendo desta frágua
O amor logo deságua
E aumenta cada chama.


MARCOS LOURES

Magoas se me negas
Os quanto desejares
E se logo notares
Seguindo sempre às cegas

São várias as entregas
Em tantos bons lugares
E nelas se somares
Sobejas tais adegas,

O quanto me sacias
Nas noites, plenos dias
A todo instante eu vejo

O amor que se aflora
E assim e desde agora
No afã deste desejo.

MARCOS LOURES


Em plena tempestade
O quanto poderia
O mundo em agonia
Gerar a falsidade,

Mas quando amor invade
E traça a alegoria
O quanto se daria
Traduz em claridade,

Afeto multiplica
E nada mais se explica
Somente por quem és

Amor nega a vergasta
A dor assim se afasta
Jamais prevê revés.


MARCOS LOURES


Navego tantas noites
Nos ermos do infinito
No amor que eu acredito
E nele tu me acoites

Vagando sem destino
Nas tramas de teus laços
Ausentes os cansaços
A ti me determino

Sem mais defesa alguma
Em rara imensidão,
E sei que desde então

A vida se acostuma
Ao gozo insaciável
Além do imaginável.


MARCOS LOURES


Absinto me embriaga
Dos lábios de quem ama
A sorte em mesma trama
E sabe a antiga chaga,

Ao menos quando afaga
Produz na nossa cama
Uma erupção que clama
Além da mera, vaga.

O rito sensual
O amor consensual
O risco não se vê

Apenas esta entrega
Aonde se navega
Sem nem saber por que.


MARCOS LOURES



Não minto se te sinto
E quero sempre mais
Momentos divinais
Aonde além do instinto

Em ti eu já pressinto
Diversos rituais
E neles vendavais
Ou mais um raro absinto

Sorvido em goles fartos
Além dos sonhos, quartos
Adentro esta varanda

Na lua que te toca
A fúria se provoca
Na orgástica demanda.


MARCOS LOURES

Em tramas que teimamos
Armando em passo lento
O cândido momento
Aonde desfrutamos

E destes mesmos sonhos
Deveras costumeiros
Nós somos jardineiros
E nisto mais risonhos

Cevamos com cuidado
Inteiro o roseiral
Num ato em ritual
Preparamos legado

Que possa até servir
Quem sabe, de elixir.

MARCOS LOURES


O vasto do universo
Em nós representado
Traçando lado a lado
Em cada novo verso

Por onde eu me disperso
Ou mesmo no alentado
Caminho desenhado
No qual prossigo imerso,

Resulto deste fato
E nele amor resgato
Sem medo e sem pudores,

Singrando este oceano
Num ar que é soberano
Por onde quer e fores.


MARCOS LOURES

E sabes que nas sebes
Porquanto eu me daria
E nesta fantasia
Além do que percebes

Eu rumo e já me embebes
De toda esta alegria
Gerando uma utopia
Além do que percebes.

O vasto amor em nós
Tomando a mesma foz
Permite esta afluência

De mágico louvor
E neste raro amor,
Bendigo uma imprudência.


MARCOS LOURES

Se eu venço e não convenço
Talvez mesmo pudesse
No tanto que se tece
Saber de outro adereço

No amor quando ofereço
Eu vivo tal benesse
E nela já se esquece
Até de algum tropeço,

A vida em atropelos
Diversos os seus zelos
Apelos são comuns,

Mas quando amor invade
Dos ermos da saudade
Só restam, pois alguns.

MARCOS LOURES

Sentir o teu sabor delicioso
E ter neste rocio a divindade
Exposta até real saciedade
Superna maravilha feita em gozo,

Num ato que se molde majestoso
A fúria nos treslouca e nos invade
Traçando em nós enfim felicidade
Redime de um passado pedregoso.

O farto desvendar em rara senda
No amor que tantas vezes nos atenda
Sem freios nem pudores, só por ser.

Assim ao desvendar os teus segredos
Os lábios entre sonda, olhos, dedos,
O consonante espasmo diz prazer.


MARCOS LOURES



Desejos saciados entre nós
No quanto tanto amor se produzia
E nesta tarde imerso em fantasia
Ousamos na verdade em mesma voz,

O quanto o sonho fora mais feroz
Numa ânsia sem igual revelaria
O gozo anunciado onde teria
Uníssono delírio em clara foz.

Depois de um sol dourando nossa pele,
A lua mais sedenta se revele
Num argentino bronze iridescente,

E assim ao saciarmos nossa fome,
O amor que nos redime e nos consome,
Deveras com ternura se apresente...


MARCOS LOURES

A mando deste amor
Jamais eu cessaria
O canto em harmonia
E seja como for

Não tendo mais rancor
Nem mesmo a hipocrisia
Que tanto poderia
Gerar o dissabor,

Aberto o coração
Às tramas do verão
Verei enfim em ti

O quanto mais eu quis
E sendo então feliz,
No amor me concedi.

MARCOS LOURES



Sorvendo cada gota
Do todo quanto pude
Viver a magnitude
Mesmo quando alma é rota,

Não tendo outro cenário
Senão este que vejo
O amor quando o desejo
Deveras temerário

Resume em dor e gozo
O tanto quanto pude
E sei ser amiúde

Sofrido e majestoso,
Nesta dicotomia
A vida eu percebia...

MARCOS LOURES

Ao gosto que roubamos
Dos néctares sobejos
E neles benfazejos
Caminhos nós traçamos

E sei sem termos amos
O quanto dos desejos
Diversos, sempre andejos
Agora desfrutamos.

Reinando sobre nós
O amor ditando a voz
E o gesto mais audaz,

Decerto em tal castelo,
Ao mundo eu me revelo,
Enfim em plena paz.

MARCOS LOURES



Não presto; já me disse
A vida com seus termos
Ditando em mim meus ermos,
Porém pura tolice,

O quanto se é feliz
Depende deste fato
Aonde amor retrato
Desvendo o quanto eu fiz

Na busca inalcançável
De um porto mais seguro,
Porém eu me asseguro
No rumo palatável

Das tramas deste encanto
No amor eu me agiganto.


MARCOS LOURES


Escrevo meu futuro
Nas tramas do teu porto,
Outrora semimorto
Agora em ti perduro

E sei o quanto escuro
O mundo em duro aborto,
Mas quando enfim absorto
Encontro o que procuro.

Acasos entre ocasos
A vida não tem prazos
E gera uma surpresa

Quem fora caçador
Nas ânsias de um amor,
Tornando mera presa.

MARCOS LOURES


Isento dos percursos
Doridos dos meus medos
A vida em seus enredos
Diversos os seus cursos

Ousando em tais recursos
Embora às vezes ledos
Vestir raros segredos
E neles são incursos

Os ritos mais audazes
E quando assim me trazes
Bendita luz e vens

Alheio aos vãos desdéns
No tanto aonde eu possa,
A vida agora é nossa.


MARCOS LOURES


Se avança rebentando
O que não mais contém
O amor sem ter desdém
Levando a vida em bando

E assim mesmo gerando
O quanto mais convém
E sigo seu refém
E enfim vou me entregando,

Amar dita a conquista
Além do que se avista
Gerando o imaginário,

Arcando com promessas
E nelas recomeças
Um mundo sem calvário.

MARCOS LOURES


O vento que trazia
Um ar primaveril
Agora mais sutil
Já não diz alegria,

A morte não se adia,
O corte duro e vil
Aonde se previu
O fim em agonia,

Mas quando amor se vê
A vida tem por que
E assim já se transforma

E o que era duro inverno
Agora não externo,
Em flórea e rara forma.


MARCOS LOURES


Guardei do que desprezo
O gosto mais amargo
E quando a voz embargo
O tempo outrora ileso

Agora se maltrata
E gera esta faceta
Cruel que se prometa
Decerto mais ingrata,

Restando do meu sonho
Um vago esgar e nada
O quanto em alvorada
Tomada em ar medonho,

Porém se existe amor
Revivo o claro albor.


MARCOS LOURES


Não mais que certas cruzes
Pesassem tanto assim,
E quando este jardim
Imerso em tantas urzes

Deveras inda cruzes
E traces o meu fim,
Matando tudo em mim,
Negando meras luzes,

Outono se invernando
O tempo mais nefando
Nevando dentro da alma,

Brumosa noite além,
Mas quando o amor contém
O mundo já se acalma.


MARCOS LOURES


A boca que mordendo
Em bote traiçoeiro
Transforma este canteiro
Apenas num remendo,

Não pode mais sequer
Sentir outro jardim
Marcando dentro em mim
E nisto o que vier

Deveras noutra face
Além da que se veja,
A sorte malfazeja

Decerto isto desgrace.
Mas tendo amor em paz,
O mundo se compraz.

MARCOS LOURES

Verá que encontrará
O olhar que já redima
Mudando todo o clima
Aqui ou mesmo lá

Aonde se perceba
O amor em raro brilho,
Assim quando palmilho
Diversa e vaga gleba

O tanto que se quer
Ou mesmo se imagina
A sorte cristalina
No corpo da mulher

Abençoadamente
O amor se mostra e sente.


MARCOS LOURES


Nas asas deste amor
Alçando a liberdade
Não vendo qualquer grade
Nem mesmo algum rancor,

Resumo no sol-pôr
Beleza e intensidade
Que agora nos invade
Em pleno e bom calor,

No outono desta vida
A sorte presumida
Primaveril surpresa

Amor que temporão
Causa transformação
Além da Natureza.

MARCOS LOURES



Aquele que somente
Percebe a desvalia
Não mesmo poderia
Viver o que se sente

No amor onde alimente
Uma alma mais sombria,
E sendo dia a dia
A ceva permanente

Transcende na colheita
Ao quanto se deleita
Uma alma em luz e messe,

Assim neste cenário
Diverso e imaginário
O amor, a vida tece.


MARCOS LOURES


Encontro aqui do lado
Quem tanto quis um dia
E sei desta alegria
De um sonho desenhado

Há tanto e demonstrado
No quanto poderia
Vencer esta agonia
E ter anunciado

Caminho sem igual
Por onde magistral
Desenho se garante,

E tanto te querendo
Amor ora estupendo
Sobejo diamante.

MARCOS LOURES


Em meio a tantas divas
Tu és a mais perfeita
Minha alma se deleita
Enquanto não me privas

De olhar em cenas vivas
Olimpo onde se deita
A sorte satisfeita
E nela em luzes crivas

A messe do andarilho
Que agora compartilho
Com farta divindade,

Qual Zeus enamorado
Com Juno do seu lado
Um Éden nos invade.


MARCOS LOURES


Encontra os belos seios
Da diva mais superna
Minha alma já se interna
Sem medos ou receios

E segue pelos veios
Da noite rara e terna
Ousando esta lanterna
E nela em devaneios

Galgando além do espaço
Seguindo o quanto traço
Em sonho e em fantasia,

O amor gerando amor,
Num claro e bom sabor
A sublime iguaria.


MARCOS LOURES

Procura por Minerva
Durante a insensatez
No amor que agora vês
Minha alma sendo serva

O quanto não preserva
De alguma lucidez,
E assim cenário fez
E nada mais conserva

Prismático desejo
E nele também vejo
Iridescente espaço,

No olhar me seduzindo
O quanto sendo infindo
O rumo que em ti traço.


MARCOS LOURES


Em plena redenção
O quanto quis um dia
Amor não negaria
Nem mesmo a direção,

E sei que desde então
A vida em euforia
Dourando a fantasia
Em fráguas já virão

As luzes, fogaréus
Ganhando assim os céus
Galope de um corcel,

O sonho em tal tropel
Risonho e mavioso
Transpira ao próprio gozo.


MARCOS LOURES

Depois desta loucura
Não quero nem saber
Do manto onde tecer
A sorte em amargura,

O risco não perdura
Enquanto houver prazer,
Assim ao te saber
Além desta procura

Insanamente eu vivo
E sei de ti cativo
E nada nos separa,

Apraza-me alegria
Aonde se urdiria
A paz desta seara.


MARCOS LOURES

Embora em Afrodite
O sonho de beleza
Em ti tenho a certeza
Além de algum limite

Do amor que necessite
A fúria em natureza
Cerzindo tal surpresa
E nela se acredite,

A sílfide perfeita
Comigo então se deita
Deleito-me deveras,

E tanto em teu fulgor
Searas deste amor
Com brilhos tu temperas.

marcos loures


Morfeu que nessa noite
Já não veio e deixando
O olhar ausente quando
Saudade dita o açoite

E nesta vaga adentro
O coração em luto,
E quando além reluto
E mesmo desconcentro

A vida em nova face
Apenas ilusória,
Um traço na memória

Aonde o sonho grasse,
Amor já não se aflora
E a noite então; demora...


MARCOS LOURES


Amando sob estrelas
Em noite clara e imensa
Amor se recompensa
Somente até por tê-las

E quando percebê-las
Em ti minha alma adensa
E bebe a fúria intensa
E em teu olhar sabê-las.

A lua em brônzea tez
O amor que já nos fez
Além do imaginário,

Risonho nauta eu sigo
O canto em teu abrigo
Encanto raro e vário.


MARCOS LOURES


Onan em desespero
Durante tantos anos
O coração em danos
A vida em destempero,

Vagando sem destino
Alheio caminhar
Ausente algum luar
Ao que me determino?

No fardo que carrego
A sorte não se trama
E o sonho morre em chama

Esvaziando este ego
Matando num instante
Meu canto, um tolo amante.


MARCOS LOURES



Amando quem quiser
O tempo não se ilude
O quanto mais eu pude
Anseio esta mulher

E quando ela vier
Renovo a juventude
E posso em atitude
Além de um vão qualquer

Seguir ao meu momento
Em ápice sonhado,
Neste apogeu meu Fado

Permite onde me alento,
Mas logo amor se esfuma
E ao nada o sonho ruma.


MARCOS LOURES


As ninfas vão decerto
Reinar sobre o meu sonho
No quanto me proponho,
Caminho sempre aberto

Se às vezes eu desperto
Em mar turvo e medonho,
Do nada recomponho
O sonho eu não deserto.

Mas quando a tarde cai
E nada, ninguém vem
Na ausência de algum bem

O amor agora trai
No leito solitário
Remanso temerário...


MARCOS LOURES


Permita que deus Eros
Adentre teu caminho
E quando vou sozinhos
Sentidos torpes, feros

Os olhos procurando
A noite sem descanso
E quando além alcanço
Um novo olhar mais brando

Compartilhando luzes
Ou mesmo estas sombrias
E vagas fantasias
E nelas me conduzes,

O amor nos permitindo,
Um sonho audaz e infindo.


MARCOS LOURES

Tantos dons repartidos
Em medos, dissabores
E neles quando fores
Terás em teus olvidos

Quais fossem diluídos
Os fartos desamores
Nos dias sonhadores
E neles vãos sentidos.

Resquícios de outras eras
Agora não esperas
Que tudo se repita,

Mas quando o sol vier
No amor desta mulher
Talvez falsa pepita...


MARCOS LOURES


Porém esqueça o lago
E veja a imensidão
Do mar em dimensão
Sobeja que te trago

E cada novo afago
Certezas se darão
Do amor em provisão
Sem medo nem estrago,

Resumos desta vida
No quanto é repartida
Multiplicando a luz,

Assim ao ser tão teu
Meu mundo se estendeu
Aonde o teu conduz.


MARCOS LOURES

Amar é ser feliz?
Às vezes penso em não,
Na turva direção
Diversa da que eu quis,

Mas sei ser aprendiz
A queda, uma lição
Momentos que virão
O amor se contradiz.

O raio redentor
Gerando o dissabor
E nisto a sorte é vária,

Porém quando é sincero
Transcende ao que mais quero
E mata a procelária.


MARCOS LOURES


Em sonho por demais
Diverso do que um dia
Pensara em harmonia
Em plenos vendavais

Procuro sempre mais
Do quanto poderia
E sei da sincronia
Aonde em divinais

Desenhos; reproduz
A vida a própria luz
E dela já se emana

Um facho em amor tanto
E assim eu me adianto
À dor dura e profana.

MARCOS LOURES

Prendemos a nossa alma
Nesta alma geminada
E assim na mesma estrada
O farto nos acalma,

Amar e ter certeza
Do quanto já se pode
Por mais que a dor açode
Vencer a correnteza

Destreza de quem tanto
Conhece o seu caminho,
Amor nunca é daninho

Se é feito em claro manto,
Desvenda os meus mistérios,
Porém sem ter critérios.


MARCOS LOURES



Vivendo por demais
O quanto quis em verso,
Estando agora imerso
Nos sonhos magistrais

E neles divinais
Delírios; já disperso
E vago em universo
Caminhos siderais.

A flórea maravilha
Aonde amor palmilha
Transcende ao próprio ser,

E tantas vezes creio
No amor sem ter receio
Algum de até sofrer.


MARCOS LOURES

Amada; se afagamos
O sonho com palavras
E nestas tantas lavras
O mundo; desvendamos,

Sejamos mais audazes
E tentemos saber
Do todo de um prazer
Que assim também me trazes

E espalhas pela casa
Qual fosse uma ardentia
Gerando a fantasia

E nela tudo abrasa,
Efervescência em glória
O amor regendo a história.

MARCOS LOURES

Nem quero converter
O passo em dor e queda
O amor quando envereda
As sendas do prazer

Por vezes faz sofrer
Ou mesmo o rumo seda,
Ou nega esta moeda
E traz o esvaecer

Evanescente sonho
Aonde me proponho
Em brumas, mas feliz.

Cenário multicor
Nas tramas de um amor,
O bem que tanto eu quis.


MARCOS LOURES


Portanto nada tenho
Senão esta esperança
Que é como frágil lança
E nela sou ferrenho,

Pois tudo se eu contenho
Ao farto já me lança
E tento em aliança
O sacro desempenho,

Vagando noite afora,
Uma ânsia me devora
Do amor sem ter remédio,

Ausente traz o tédio,
Presente se anuncia
Em dor e poesia.


MARCOS LOURES



Verás que nada vem
De graça nesta vida,
O tanto da ferida
Que amor desvenda bem

Presume noutro alguém
A fonte e sem saída
Assim a despedida
Expressa onde não tem

Sequer o mero brilho
E nisto eu compartilho
Das ânsias deste sonho

Aonde me traduzo
Por vezes mais confuso,
Mas sempre amor; proponho.


MARCOS LOURES

Não faça do que é belo
Apenas um enfeite
Amor quando se deite
Gerando algum castelo

No todo que revelo
Deveras sempre aceite
O todo de um deleite
No farto aonde atrelo

O passo sem desvio
E quando fantasio
Quem sabe um filho, um mar,

Ou mesmo em consonância
A vida nesta instância
Decifre o que é amar.

MARCOS LOURES



É vulcão que derrama
Incandescência farta
O amor quando reparta
E traz o quanto trama

Além da mera chama
A sorte se comparta
E nunca siga ou parta
Fugindo desta trama,

Assim ao ver além
O amor quando ele vem
Reinando sobre o sonho,

Encontro a plenitude
Mesmo que tanto ilude
O mar claro e medonho.

MARCOS LOURES


Deveras do sofrer
Já não quero sinais,
E sei que muito mais
Preciso de um prazer

Que possa sempre ver
Em ares pontuais
Momentos divinais
E neles o lazer

De quem se fez outrora
O ser aonde ancora
Saveiro da esperança,

No mar onde me lanço
Apesar do balanço
Sem ranço o amor avança.


MARCOS LOURES


E faz de sua dona
O coração escravo
Aonde já me entravo
E tudo se abandona

O quanto a vida clona
Também o medo e o cravo
Gerando o mar mais bravo
Deixando vir à tona

As tantas noites vagas
E nelas se divagas
Pensando noutro fato,

O amor te consumindo
Em ar suave e lindo,
Um tanto quanto ingrato.


MARCOS LOURES


Beleza que traduz
Iridescente sonho
Aonde me proponho
Além de mera luz

Jamais ao bem me opus
E nisto eu já reponho
Meu canto ora tristonho
Vagando em contraluz,

Amar e ter em mente
O quanto se alimente
Das fantasias quem

Conhece cada passo
Aonde agora grasso
E nele o amor retém.


MARCOS LOURES

Envolto em agonias
Os medos, desalentos
A vida em torpes ventos
Decerto já não vias

Cenário onde terias
Além dos sofrimentos
Dispersos pensamentos
Em noites mais sombrias,

Porém se amor se vê
A vida tem por que
E nesta face exposta

O quanto se garante
Do amor a cada instante
Já dita uma resposta.

MARCOS LOURES

Não faça desse amor
Apenas garatuja
A sorte sem a cuja
Beleza é dissabor

Presume sem rancor
Seguindo, esta sabuja
Às vezes torpe e suja
Caminho aonde eu for.

Porém se tão diverso
O rumo do universo
É feito em harmonia

Amor traça o ditame
E forte então se brame
Gestando a poesia.


marcos loures


A noite em tempestade
O vento toca a face
E assim tanto desgrace
O amor que se degrade,

Não deixo esta verdade
Ainda quando trace
Ou mesmo num impasse
Impeça a qualidade

Da vida que se quer
E nela sem sequer
Saber do alheamento,

Vencer os meus rancores
Viver em novas cores,
Deveras sempre tento.


MARCOS LOURES


É quase que morrer
Se ausência é percebida
Negando à própria vida
As ânsias do querer,

Vacância faz sofrer
E trava uma saída,
A porta soerguida
Jamais consigo ver.

Medonha face expondo
E nisto o amor eu sondo
Respondo ao vento atroz

Buscando dentro da alma
O sonho que me acalma
Domando a minha voz.


MARCOS LOURES



Morrer deste prazer
É tudo o que eu queria
E nisto o dia a dia
Em frágil e vão lazer

Não deixa aparecer
Em mim a fantasia
E traça em harmonia
O quanto não faz crer

Cenário entorpecente
O amor quando se sente
Gestando um leve coma,

Assim proficuamente
O mundo ora descrente
Aos poucos já se doma.


MARCOS LOURES


Depois de tantas noites
Cansado desta busca
A sorte sendo brusca
A mão ditando açoites

Sarjetas, botequim
O risco de sonhar
O medo a se aflorar
O tanto diz do fim,

Quem sabe noutra face
A vida poderia
E sendo até sombria
No amor ainda trace

O brilho mesmo frágil
O passo bem mais ágil.

MARCOS LOURES



Porém se navegar
O quanto deste encanto
Buscando e nisto eu canto
Tentando desvendar

As teias do luar
Aonde se eu me espanto
Renego a sorte e o manto
E tento desnudar.

Promessas entre guizos
Diversos prejuízos
Em pleno desamor,

A sorte se esgueirando
O dia se nublando
Agrisalhada cor.


MARCOS LOURES



O mar mal navegado
O risco de sonhar
E ter além luar
O verso desolado,

Ao tempo sem legado
O corte a penetrar
Marcando devagar
O passo jamais dado.

Amar é ter quem sabe
Bem antes que se acabe
Um dia mais suave,

Assim quem dita o rumo
Deveras bebe o sumo
E também trama o entrave.

MARCOS LOURES

Do riso que prometes
E nada faz cumprir
A sorte que há de vir
Jamais tu me arremetes,

São falsos os confetes
O mundo irá sentir
O quanto hei de pedir
E as cenas; já repetes.

O caso é que percalços
Gerando cadafalsos
Em farsa e discrepância

No amor que tanto eu quis
Agora por um triz
Somente em vã distância.


MARCOS LOURES

Resiste e não me leva
Além do quanto pude
A morta juventude
Cedendo à sombra e à treva

No quanto se é longeva
A dor e nada mude,
O amor sendo amiúde
Deveras muda a ceva,

E assim perpetuando
O sonho desde quando
Em mim se doura e doma

Multiplicando a sorte
Que tanto nos conforte
Além de mera soma.

MARCOS LOURES

Olhar que penetrante
Reinava sobre tudo
E quando além me iludo
No passo mais adiante

O risco se agigante
E o coração; já mudo
No quanto me transmudo
E nisto deslumbrante

Caminho se perfaça
A dor vire fumaça
E o medo ora não seja

O velho companheiro
Audaz e traiçoeiro
No amor que ora lampeja.


marcos loures



Pergunto se talvez
Ainda exista a chance
Do amor que nos alcance
E nele se desfez

A dura insensatez
E neste bom nuance
E vida enfim me lance
No quanto em ti se fez.

Amar e ter certeza
Da farta e bela mesa
Esta iguaria em glória

Mudando num instante
Num ar mais radiante
A turva e tosca história.


MARCOS LOURES

Amor caricatura
De um sofrimento intenso
E quando nele eu penso
O medo se afigura

A dita me tortura
E nisto me convenço
De um tempo amargo e tenso
Que ainda em vão perdura.

Quem sabe noutra face
A velha garatuja
Ainda torpe e suja

Deveras não mais grasse
E trace novo dia
Em paz e em harmonia.

MARCOS LOURES


Estão nestas algemas
Marcadas no meu punho
O medo onde eu empunho
Vazios meus poemas,

Mas logo nada temas
No amor por testemunho
O corte em novo cunho
Presume mansos lemas,

Emblemas do meu sonho
Aonde recomponho
Meu passo rumo ao farto,

E bebo gota a gota
A vida, mesmo rota
Se amor ora reparto.

MARCOS LOURES


As celas que me prendem
Nos braços de quem ama
E sabe acesa a chama
Desejos já se estendem

E neles sem receio
Vagando em ar superno
Adentro um mundo terno
E nele agora eu creio

Distando do vazio
Aonde mergulhara
A sorte dura e amara
Agora em paz recrio,

E sorvo deste amor
Sem medo e sem pudor.

MARCOS LOURES

Mentindo transformando
Cenário mais perfeito
No quadro insatisfeito
Do amor em contrabando

O quanto já desando
E nada mais aceito
Sequer onde me deito,
O tempo em mim nevando,

Porém no inverno da alma
O amor que vem e acalma
Permite a primavera,

E assim depois do vago
Caminho em paz eu trago
E a sorte me tempera.


MARCOS LOURES



Querendo conquistar
Ao menos um recanto
Por certo se eu te canto
Teimando em procurar

Nos ermos do luar
Algum suave manto
E nele me agiganto
Cansado de lutar,

O risco além da queda
A sorte já se enreda
Nos passos rumo ao farto,

E quando em amor pleno
Decerto me sereno
E assim sobejo eu parto...


MARCOS LOURES



Permite tantas lutas
A vida em dores fartas
E quando além tu partas
As ânsias sempre brutas

E nelas as astutas
Batutas; já descartas
E quando enfim repartas
Deveras as permutas

Presumem outro ganho
No amor que sei tamanho
Superna maravilha,

Cigano coração
Nas ânsias do verão
A lua em paz polvilha.


MARCOS LOURES

Amor em ser cruel
Jamais traria a paz
E quando mais mordaz
Deveras nega o céu

E risca este papel
Mostrando ser tenaz
A dor que já nos traz
Decerto o rumo ao léu.

Insaciavelmente
O canto se apresente
Na busca pelo afeto,

Assim ao me mostrar
Além de qualquer mar,
No amar eu me completo.


MARCOS LOURES

Em vôos vou procurando
Um dia após a queda
O quanto já me seda
E torne agora brando

Caminho aonde quando
A sorte o rumo veda
No vago enfim se enreda
E trama um ar nefando.

Mas vejo; sobretudo
O amor e não me iludo,
Sacio esta vontade

De ter a claridade
E nesta liberdade
Aos poucos me transmudo.

MARCOS LOURES

Transportam nestas asas
Os sonhos mais audazes
E além sempre me trazes
O quanto ali abrasas

Vagando sobre as casas
A lua em suas fases
E nelas os tenazes
Delírios; não embasas.

Somente o grão não basta
Repare a senda gasta
E o solo em aridez,

Mas quando se adubando
No amor se preparando
Colheita plena vês.


MARCOS LOURES



Que mentem; mas não deixam
As sobras sobre a mesa
A vida em tal surpresa
E nela já se queixam

Quem tanto desejara
A sorte mais suave,
O peito feito em ave
Desvenda esta seara

E libertário sonha
Porquanto tanto quis
Um dia ser feliz

E a dita é tão medonha,
Amor que nos salvasse,
Apenas mero impasse...


MARCOS LOURES


Vencido pelas dores
De antigos e diversos
Caminhos onde imersos
Delírios matam flores,

Resumo em tais ardores
As ânsias dos meus versos
E sei quanto perversos
Os vários dissabores,

Amor já não se vendo
A vida sem adendo
Remendo da esperança,

Mas quando reavivo
O amor imperativo
Ao todo já nos lança.

MARCOS LOURES

Procuro a poesia
Nos ermos de minha alma
A sorte não me acalma
Enquanto não traria

O tanto que podia
E assim sem ver a palma
O quanto gera o trauma
E mata em agonia.

Mas tenho esta certeza
Do mundo onde a leveza
Presume um novo encanto,

E a cada canto sigo
O amor que sei amigo
E nele me agiganto.


MARCOS LOURES



A noite que se vai
Imersa em solidão
Aos poucos mostrarão
Olhares onde trai

A vida em tal vacância
Não sabe mais sequer
O gosto que se quer
Com toda esta distância

E nela se resume
O manto já puído
A sorte em tal ruído
Não vê mais rumo ou cume,

Porém amor refaça
O quanto rói tal traça.


,MARCOS LOURES

Embora não saibamos
Contar cada detalhe
Do amor quando se falhe
E nele torpes ramos

Deveras desfrutamos
A sorte em tal encalhe
E nada mais batalhe
Além do que buscamos,

A própria fantasia
Decerto não sacia
Exige muito além,

Assim ao se sentir
No amor mero porvir
A vida nunca vem.


MARCOS LOURES

Todo contentamento
Transcorre em mar tranqüilo
Enquanto amor perfilo
E bebo o manso vento,

Deveras sempre atento
Ao quanto mais destilo
O mundo noutro estilo,
Em paz, agora eu tento.

Vencer os velhos danos
Mudando sempre os planos
E tendo a dimensão

Exata deste amor
E nele se propor
Sem medo ou divisão.


MARCOS LOURES


Nas horas que vivemos
Depois de tantos medos
Os dias velhos, ledos
E neles sem os remos,

Aos poucos percebemos
Deveras os segredos
E quando em tais enredos
Em dores envolvemos,

Quem sabe a sorte venha
E mude toda a senha
Permita que se encontre
Ou nada desencontre

No rumo onde presumo
O amor em raro sumo.


MARCOS LOURES


Eu vejo teu sorriso
No olhar já refletindo
Um dia onde deslindo
Decerto o Paraíso

E o passo mais preciso
Nem sempre quando o brindo
Ou mesmo ora se abrindo
Além do mero siso.

Loucura necessária
A quem a procelária
Atormentara tanto,

Vencer este quebranto
E ter novo futuro
No amor, eu te asseguro.


MARCOS LOURES



Apenas nossas mágoas
Depuram o terror
Do farto desamor
Negando suas fráguas

E quando em turvas águas
O mundo em dissabor
Matando sem compor
Além de onde deságuas

Verás a tez sombria
Do amor que se perdia
Nas teias da ilusão,

Mas quando esta quimera
A sorte regenera
Ganhando a imensidão.


MARCOS LOURES



As garras que me cravas
Sangrias prometidas
E nelas pressentidas
Além das duras lavas,

As sortes que desbravas
E geras novas vidas
Nas tantas repartidas
Aonde vira escravas

E agora libertário
Delírio necessário
Nos antros deste amor,

Que mexe assim comigo
E nele já persigo
O céu em pleno ardor.

MARCOS LOURES



A corda que prendia
Funâmbulo caminho
E quando ali me alinho
Gestando esta alegria

Que tanto permitia
Além do próprio vinho
Um tempo onde o daninho
Jamais recriaria.

Escuto a voz do vento
E quando ali eu tento
Seguir os passos teus,

Os dias sem adeus
O manto se traçando
No amor suave e brando.


MARCOS LOURES

Mostrando os velhos dentes
Pantera solidão
Transmite a sensação
Dos dias inclementes,

Mas logo após se tentes
Vencer sem aversão
Os dias te trarão
O amor que logo sentes

E vês assim o mundo
Deveras mais profundo
Em clara calmaria

O riso perpetua
E bebe inteira a lua
E nela se irradia.

MARCOS LOURES


Desaba e já desanca
O mundo em ribanceira
A vida não se esgueira
E nisto boto banca,

O preço que se cobra
No tempo já perdido
E o passo resumido
No amor onde esta sobra

Traduz felicidade
Ou mesmo rumo em paz,
O quanto já se faz
E nada desagrade

A quem se dera tanto
E nisto ora me encanto.


MARCOS LOURES


Que parco, sem saber,
Já fora o meu anseio,
Porém amor se veio
Transcende ao bom prazer

E dita em bem querer
O rumo sem rodeio,
Vagando em devaneio
No fundo do meu ser,

O mar que se aproxima
O tempo em manso clima
Cenário abençoado

E nele se presume
A vida em auge e cume
Um dia iluminado.

MARCOS LOURES


Revivo cada gota
Do mar que me trouxeste
Embora a vida agreste
Por vezes seja rota,

O canto nos transcende
E tudo se redime,
Num ato mais sublime
O amor agora estende

Seus braços benfazejos
E trama em raro apoio
A sorte deste arroio
Imerso em meus desejos,

Ao mar gigante foz
O brilho vivo em nós.

MARCOS LOURES

Em toda imensidão
Do amor que se promete
Ao quanto me arremete
Causa transformação

Ao som de um violão
O canto não repete
E assim aqui reflete
A vasta imensidão.

Não posso reprimir
Vontade de seguir
Além do quanto vejo,

O amor se presumindo
Num ato nobre e lindo
Num raro e caro ensejo.


MARCOS LOURES


Espero que vagueie
O coração além
Do quanto me contém
E nunca mais refreie

Vontade de seguir
Por onde se desvenda
O todo sem emenda
E gere este elixir

Que tanto abençoado
Presume a solução
E trama a direção

Do amor em manso Fado,
Resplandecente luz
Que farta nos seduz.


MARCOS LOURES


Durando minha vida
Promessa deste sonho
Aonde recomponho
A sorte já perdida,

Quem sabe e não duvida
Do quanto é mais risonho
O mundo onde proponho
Amor que dá guarida

A quem se fez sozinho
Durante o descaminho
Presume novo trilho

E nele me aprofundo
Vagando pelo mundo
Se amor eu compartilho.

MARCOS LOURES


Sonho que, soberano
Transforma a minha vida
E quando além urdida
A sorte sem o dano

Porquanto se eu me engano
E perco esta saída
Amor em presumida
Verdade muda o plano,

Restaura e me permite
Além de algum limite
Seguir em plenitude,

No quanto se transcorra
Dos medos me socorra
Deveras tudo mude.

MARCOS LOURES

VALES DA SAUDADE



Nos vales da saudade
O olhar tão carinhoso
De quem por pedregoso
Caminho não degrade,

Permite a saciedade
E nela um raro gozo
De um tempo majestoso
Que agora nos invade,

Amar e ter certeza
Do rio em correnteza
Macia e sem cascatas,

Assim a nossa vida,
Deveras presumida
Sem erros nem bravatas.



MARCOS LOURES

NADA MAIS


Verás que nada mais
Do quanto desejaste
Transforma qualquer haste
E enfrenta os temporais,

Resumo em divinais
Delírios sem desgaste
O todo que notaste
Em dias informais,

Meus versos e teus passos
Deveras mesmos traços
Do amor que se espelhara

Na face mais gentil
Aonde se previu
A noite bela e rara.


marcos loures

INVERNO



Que vale todo inverno
Nevascas/solidão
E nelas se farão
Bem mais que mero inferno,

Assim já não me externo
Na falsa divisão
E bebo desde então
O manso onde mais terno

Caminho se desvenda
E gera nesta senda
Cenário sem igual,

Meu canto em ressonância
O teu em concordância
No amor consensual.


MARCOS LOURES

PELOS VENTOS


Vencido pelos ventos
Que tanto me açodaram
Os dias já passaram
Em tantos desalentos,

Mas quanto aos que virão
Eu vejo a face exposta
De quem sabe a resposta
E trama a direção

Por onde poderia
Seguir a vida inteira
E nega a traiçoeira
Noção de calmaria,

Amor quando eruptivo
Fazendo-me um cativo.


MARCOS LOURES

SAVEIRO


E vindo deste cais
Saveiro da esperança
No mar quando se lança
Em meio aos temporais,

E sabe em divinais
Delírios o que alcança
E tendo a confiança
Em dias magistrais

Revelo em vela e barco
O quanto ora me abarco
Nas sendas tão melíferas

Fortunas que me trazes
Já não conhecem fases,
Deveras são prolíferas.


MARCOS LOURES

ACHEGO


Achego meu amor
E trago em tom suave
O quanto não se agrave
O passo em dissabor,

Concebo um raro albor
E nisto não se entrave
A sorte que desbrave
Rincão em vária cor,

Aprendo e já perplexo
Olhando o meu reflexo
No olhar que me sacia,

Resido no teu eu
O meu que se perdeu
Em rara fantasia.

MARCOS LOURES

sexta-feira, 18 de maio de 2018

SEM RANCORES 719




Aguardo sem rancores
Os dias mais perfeitos
E sei que sendo aceitos
Os templos onde pores

O olhar e tendo assim
Certeza mais dileta
Do quanto nos repleta
Amor que sei sem fim,

Presumo novo dia
Porquanto no passado
O tempo amargurado
A tudo já regia,

Porém primaveril
Meu coração te viu.


MARCOS LOURES

TANTAS LUTAS


Depois de tantas lutas
Em ênfase reparo
O tempo bem mais claro
E nele não relutas

E sabes das astutas
Loucuras e declaro
O quanto mais amparo
O passo em tais permutas,

Não vendo outro caminho
Senão amor, aninho
Meu canto eu teu regaço

E o tanto que talvez
Já não percebes, vês
No amor ora refaço.

MARCOS LOURES

SOLIDÃO


Amargo a solidão
De quem se fez e agora
O tempo já devora
O que fora estação

Resumo desde então
Na voz que já me ancora
O prazo sem demora
Das messes que virão

Cinzelando esta cena
Aonde amor serena
E torna mais suave

O passo em liberdade
De quem sabe a verdade
Num peito feito em ave.


MARCOS LOURES

AMANDO E SER AMADO


Amando e ser amado
Num mar de imensidão
Gerando a solução
Deixando além nublado

Caminho desenhado
Na tola ingratidão
Certezas moldarão
Um novo e claro Fado,

As tramas deste anseio
No quanto além rodeio
Falena em volta à luz,

Cenário iridescente
O amor nos apresente
Enquanto nos seduz.


MARCOS LOURES

DORES


De todas essas dores
Que a vida nos trouxera
A imensa e vã quimera
E nela os dissabores

Além do que te opores
Ou mesmo a imensa fera
O tanto desespera
E muda as várias cores,

Amor quem sabe possa
Traçar a sorte e a nossa
Semente então granule

E gere novo tempo
Aonde; em paz contemplo
O medo que se anule.


MARCOS LOURES

SEM TEMER



Recebo sem temer
O vasto deste sonho
Aonde me componho
E posso me rever

Nas tramas do querer
Por vezes mais risonho
Caminho onde proponho
Um claro alvorecer,

Albores dentro em mim
Traçando este jardim
E nele se redime

A sorte com promessas
Aonde recomeças
Amor claro e sublime.


MARCOS LOURES

ABISMOS



Abismos e penhascos
Que a vida nos prepara
Talvez não seja clara
Se é feita em medos, ascos,

Não quero crer fiascos
Aonde se escancara
A sorte semeara
Além de frágeis frascos,

O amor com consistência
Transforma em sua essência
A vida e nos conforta,

Abrindo mansamente
O olhar já se apresente
Além de qualquer porta.


MARCOS LOURES

PROFUNDAS


Nas águas mais profundas
Dos sonhos onde adentro
O amor quando no centro
E dele tu me inundas

Perpetuando a sorte
Que tanto nos conceda
E trace esta vereda
Aonde nos suporte

O canto em harmonia
A glória de se ver
A vida em bel prazer
No quanto poderia

Traçar quem sabe a luz
Na qual o amor reluz.


MARCOS LOURES

PÂNTANO


Ao pântano das dores
Terrível charqueada
Aonde desolada
Percebo se não fores

Aquém das vastas cores
Prenúncios de alvorada
Há tanto anunciada
Em belas, fartas flores,

Mas primavera morta
No amor quando se aborta
A imensa majestade,

O cardo toma o campo,
A lua; um pirilampo,
E a cena se degrade.


MARSO LOURES

ARIDEZ


Quem logra seu passado
Em dores tão somente
Renega este semente
Em aridez seu prado,

O manto desbotado
E nele se apresente
O quanto violente
O mundo lado a lado,

Alado pensamento
Deveras me alimento
Nas teias deste encanto

Do amor que nos reforma
Em bela e clara forma
Aonde eu me agiganto.

MARCOS LOURES

MUDANDO


E amor vai se mudando
Conforme o tempo passa,
A vida dita a traça
Também e desde quando

O corte se notando
Além desta fumaça
Porquanto nos embaça
O verso denotando

Promessa em nova trilha
Do amor que compartilha
E molda nova senda,

Aonde o quanto quer
Sabendo-se qualquer
Desejo já se atenda.

MARCOS LOURES

MUNDO



O mundo se desanca
E traz em dor, fastio
O quanto desafio
O todo já desbanca,

A sorte outrora manca
O risco em que desfio
O passo noutro estio
Se a vida nos espanca,

Vilezas são comuns
E sei que mesmo alguns
Amores são assim,

Mas quando verdadeiro
O rumo traiçoeiro
No início tem seu fim.


MARCOS LOURES

IRONIA


Pois saiba que ironia
Jamais moldara a messe
Que tanto já se tece
Na luz do dia a dia

A sorte não se adia
E tanto recomece
Enquanto se enderece
Em paz e poesia.

No amor que se mostrara
Além desta seara
O brilho incandescente

E nesta sorte imensa
O amor sempre compensa
O todo que se sente.


MARCOS LOURES

ENTREGUE


Não deixe que me entregue
O marco em vário tom
Marcando o que era bom
E agora se renegue,

A vida eu sei prossegue
E nisto tenho o dom
Do pálido neon
Que tanto até me cegue,

Mas vasta maravilha
Somente se palmilha
Nas tramas deste amante

Caminho onde percebo
Não mero e vão placebo,
Mas sim um diamante.

MARCOS LOURES

DEPOIS


Depois de tanto tempo
Vagando em noite vã
Ausência de manhã
O mundo em contratempo

Resumos deste fado
Porquanto no infinito
O sonho mais bonito
Jamais fora traçado.

Rescaldo em desencanto
E tento e me renego
O quanto fora cego
O mundo em dor e pranto,

No amor que se aproxima
A vida em nova estima.


MARCOS LOURES

TANTO



De tanto que escutei
A voz da consciência
A vida em penitência
Negara a santa grei

Do amor e imaginei
Apenas a inclemência
O canto em decadência
A dor gerando a lei.

Um dia até quem sabe
O mal decerto acabe
E trace novo rumo

No qual eu me perceba
Além do que receba
Num sonho onde me aprumo.


MARCOS LOURES

ABRASADO


O peito que abrasado
Por tanta inconsistência
Gerando esta inclemência
De um dia abandonado,

Mas quando sem enfado
Eu tento em persistência
Viver a florescência
De um raro e belo prado

No amor que me transforme
O quanto fui disforme
Agora já não vejo

No olhar vivo horizonte
Aonde em paz desponte
As tramas do desejo.


MARCOS LOURES

FRIO


O frio que comanda
A vida de quem só
Desenha o próprio pó
Negando esta demanda

Do coração que sente
Apenas o vazio
E quando o desafio
Mostrado plenamente

O risco de sonhar
Talvez maltrate tanto,
Porém eu me agiganto
Enquanto posso amar,

Desfaço o velho enredo
E à paz eu me concedo.


MARCOS LOURES

A NOITE


A noite nos invade
Enquanto solitários
E os dias temerários
Na dura falsidade

Falta tranqüilidade
E os sonhos são corsários
Vagando em adversários
Delírios, o degrade.

Restaurações somente
No amor que se apresente
E mude esta paisagem

Porquanto ser feliz
É tudo o quanto eu quis
Vislumbro tal visagem.


MARCOS LOURES

AMORES



Sentindo que d’amores
Jamais se verá medo
E quando além concedo
Sabendo destas cores

E nelas minhas flores
Deveras no segredo
De um tempo em raro enredo
Que além também compores.

Terás o privilégio
Do amor tão nobre e régio
Gestando um raro alento

E nesta luz sublime
O quanto nos redime
Amor em provimento.


MARCOS LOURES

EMPRESTAMOS


Em mantos que emprestamos
Aos sonhos vez em quando
O todo transformando
Marcando o que pensamos

Com ledos, velhos ramos
E neles se traçando
Um dia após, tomando
O quanto desejamos.

Resumos desta vida
E nela percebida
A queda após o tanto,

Mas quando renovar-se
Amor sem mais disfarce
Gerando um raro encanto.


MARCOS LOURES

LEMBRANÇAS


Lembranças desta glória
De um tempo aonde amor
Vencera o vencedor
Mudando a nossa história

O quanto fora outrora
Apenas mansidão
Em rara dimensão
Agora nos devora,

O manto se puindo
O tempo destroçando
E sei que desde quando
O mundo que era infindo

Mudando a sua face
A solidão já grasse.


MARCOS LOURES

DESPETALA



Por certo despetala
A primavera inteira
O amor sem verdadeira
Razão, a alma vassala,

O tanto que se cala
Resumo onde não queira
A história, derradeira
Negando qualquer gala.

Pretensa maravilha
Somente o amor polvilha
E gera a florescência

O pólen deste sonho
No canto em que componho
Da vida é maga essência.


MARCOS LOURES

GLÓRIA DE VIVER


A glória de viver
O que se mais pretende
No quanto amor atende
Ao todo deste ser,

Pudesse então assim
Vestir esta emoção
E nela a dimensão
Do amor que existe em mim,

Resido neste fato
E quando me concedo
Sabendo desde cedo
Aonde me retrato,

Adentro a eternidade
Num mar em liberdade.


MARCOS LOURES

SONHOS



Despencam nossos sonhos
Se as asas são de cera
O quanto percebera
Em ares tão medonhos

Diversos e bisonhos
Caminhos. Perecera
A sorte se rompera
Jamais dias risonhos.

Mas quando renovado
Este ar já desolado
Eu posso até sentir

Na essência de uma vida
A lua prometida
Raiando no porvir.

MARCOS LOURES

AMORES



Saltando dos amores
Já não mais haveria
O quanto em fantasia
Trouxesse redentores

Delírios entre flores
Matando a poesia,
Total desarmonia
Por onde além tu fores.

Verás, porém no amor
A sorte mais sobeja
O quanto se azuleja

Um céu em mansa cor,
O verso que acalante
Seguindo doravante.


MARCOS LOURES

CAMPOS E BATALHAS


Dos campos e batalhas
A vida se presume
No canto que se esfume
Na dor aonde espalhas

Os cortes as mortalhas
A ausência de perfume
A frágua sem ardume,
Cenário que estraçalhas.

Vivendo amante sonho
Um novo eu recomponho
E tento a mais bendita

Sublime maravilha
Aonde o sonho trilha
Na paz já se acredita.


MARCOS LOURES

AMADA



Amada; sem amor
A vida perde a via
E tudo o que inda havia
Já não presume a cor,

O risco em dissabor
O tempo em ironia
É tanta hipocrisia
E turvo algum labor,

Mas tendo em nós o brilho
Do sonho onde palmilho
Meu canto em tom maior,

A sorte se transforma
E nesta nova forma
Um mundo bem melhor.


MARCOS LOURES

CARINHO



Pois saiba que carinho
Não traz qualquer problema
No amor nada se tema
Sequer qualquer espinho,

O quanto fui sozinho
E a vida sem algema
No traço de um poema
O gozo de outro vinho,

Mas vejo em ti a adega
Onde este amor navega
Inebriadamente

E o tanto que mais quis
Contigo ser feliz
Jamais ninguém desmente.


MARCOS LOURES

PASSADO



Passado que vivemos
Em tantas turbulências
E neles indulgências
Deveras recebemos,

Mas quando se porfia
E tenta na batalha
A lua que se espalha
E traça em alegria

Ao burilar assim
Cenário em multicor
Nos termos de um amor

O mundo não tem fim,
Esparsos caminhares
Uníssonos cantares...



MARCOS LOURES

CONTRATO



Também nosso contrato
Ou mesmo a vã promessa
No quanto já tropeça
E nisto me maltrato

O dia mais ingrato
O corte, a vaga pressa
O risco se endereça
E seca este regato,

Masmorra da esperança
O amor quando se cansa
Desvelos revelados,

Velados abandonos,
Dos sonhos somos donos?
Somente escravizados...


MARCOS LOURES

ESQUECIDOS



De tantos esquecidos
Cenários de uma vida
Há tanto presumida
Em vários vãos sentidos,

Pretensos doloridos
Desejos onde acida
A sorte em despedida,
O mundo em seus olvidos.

Mas quando esta regência
Do amor toma a clemência
E doma a insanidade

Presume-se afinal
Um dia magistral
E a messe em paz invade.

MARCOS LOURES

NÃO DEIXE MAIS ROMPER


Não deixe mais romper
O encanto que nos une,
E quando a vida pune
Trazendo o desprazer

Quem fora outrora imune
Já pode perceber
Nas tramas do querer
A fúria que desune.

Viceje a cada dia
O amor que poderia
E deve ser regado

Com toda a mansidão
E nele se verão
Benesses de um legado.


MARCOS LOURES

PAISAGEM



Paisagem se desbota
No olhar de quem procura
Vencer a noite escura
E ali precede a rota

Por onde se presume
Desenho onde redima
E numa nova estima
Alcança enfim o cume,

Preservo dentro em mim
O sonho onde sacio
E sei do desafio
E nele sei que enfim

Pudesse num amor
Traçar novo sabor.


MARCOS LOURES

DE SER


De ser, por certo, algoz
De quem se fez bastante
E nisto a cada instante
Ouvindo a sua voz,

Amor se é tanto atroz
E trama um degradante
Caminho onde se espante
E negue um rumo e foz,

Eu tento e não prossigo
O vento mais amigo
Talvez me trague além

No olhar de um novo sonho,
Um canto onde reponho
O amor que me contém.

MARCOS LOURES

ILUSTRE AMOR


Ilustre amor que leva
O olhar além do quanto
Pudesse e te garanto
Traçar em rara ceva

Vencendo qualquer treva
Ou mesmo algum quebranto
É quando eu sei; portanto
O amor em rara leva.

Presumo a divindade
E tendo esta verdade
Em luzes fascinantes,

O quanto mais desejo
Do amor raro e sobejo
Lapida diamantes.


MARCOS LOURES

SOMENTE



Somente não pergunte
O quanto a vida traz
Em medo e se mordaz
Decerto não mais junte

O passo rumo ao farto
Com outro em discordância
A trama em tal estância
Deveras não descarto,

Arcando com meu passo
No quanto desejara
Viver a vida em clara
Manhã que agora traço,

Amar é ser bendito
E nisto eu acredito.


MARCOS LOURES

VONTADE DE SONHAR


Vontade de sonhar
Nas tramas mais felizes
E quando contradizes
As ânsias de um amar

No nada mergulhar
Vivendo em duras crises
Os céus restando grises
O sol sem se notar.

Mas tanto se é diverso
Se agora estou imerso
Nas tramas de um delírio

Vivendo a magnitude
Do amor que tanto ajude
Deixando além martírio.


MARCOS LOURES

EM TANTAS ALEGRIAS


Em tantas alegrias
São várias as tristezas
A vida tem surpresas
Que não esperarias,

Mas tantas iguarias
Expostas sobre as mesas,
E nelas sobremesas
Em riscos e ironias.

Amor nos dessedenta
E mesmo se sangrenta
A vida molda a sorte

Aonde se procede
No quanto já concede
E mesmo nos conforte.


MARCOS LOURES

DESSA NOITE


Recebo dessa noite
O alento mais sutil,
O amor que nos ungiu
Negando algum açoite

Desvia do coiote
O rastro de quem tenta
Vencer a vã tormenta
E além não mais desbote

O risco não transcende
Ao quanto pude outrora
Sabendo o quanto aflora

O amor quando o desvende
Risonho Xangri-lá
Que o tempo moldará.


MARCOS LOURES

DAS MÃOS


Das mãos que acaricio
Nos sonhos mais gentis,
O quanto além já quis
E mesmo em duro estio

O tempo é desafio
E nele me desfiz
Gerando a cicatriz
Secando o imenso rio.

Mas vejo além da foz
O mar que existe em nós
E pode saciar

A louca fantasia
Que tanto ou mais queria
De enfim em paz, te amar.


MARCOS LOURES

PERFUME


Eu quero esse perfume
Que possa me trazer
Nas tramas do querer
Caminho aonde eu rume

Deveras me acostume
No tanto de um prazer
Que o possa merecer
E nele eu me consume.

Vergastas? Nunca mais,
Agora em magistrais
Desenhos; vejo a vida,

Mosaicos mais sobejos
Nas tramas dos desejos
A sorte sendo ungida.


MARCOS LOURES

EMBORA



Embora não vivamos
A imensa plenitude
Do amor que nos transmude
E gere novos ramos,

Permita e já sonhamos
E mesmo quando ilude
A vida em atitude
Contrária a que tramamos

No fundo vale a pena
O quanto nos serena
O amor imaginário,

E nele se resume
O máximo, este cume
Mesmo que temporário.

MARCOS LOURES

CORREMOS


Corremos, por viver,
Além de um mero enredo
O amor quando concedo
E bebo o seu prazer

Eu passo a perceber
Da vida este segredo
E arisco; assim procedo
Buscando merecer

Quem sabe algum alento
De quem desejo e tento
Desvendar os caminhos

Meus dias em teus dias
São raras poesias
São rosas sem espinhos.


MARCOS LOURES

GUARDADOS


Guardados nesta estante
Dos velhos tomos vejo
O fato malfazejo
Do sonho degradante,

Mas quando se adiante
À sombra do desejo
O amor a cada ensejo
Tornado radiante,

Desvenda novo rumo
E nele eu me consumo
Vestindo em brilho a glória

De ter além do cais
Dias fenomenais
Deixado atrás a escória.


MARCOS LOURES

NÃO QUERO TE FALAR


Não quero te falar
Dos dias mais doridos
Há tanto adormecidos
Em duro e frio altar,

Vagando em teu amar
Em todos os sentidos
Desenhos percebidos
Permitem navegar

Em águas transparentes
E nelas sempre atentes
Os olhos com ternura,

O manto se moldando
Num ar suave e brando
No amor que sana e cura.


MARCOS LOURES

DESEJO


Desejo que forjara
A cada noite enquanto
Deitando sob o manto
De estrelas, jóia rara,

A noite bem mais clara
E nela eu me adianto
E tento enquanto espanto
A dor que se prepara,

Veredas mais tranqüilas
No amor tanto desfilas
E sigo sem temores,

Deveras fantasias
Ou mesmo até darias
A mim tais refletores?


MARCOS LOURES

VIVENDO


Vivendo o que pensava
Apenas ser ausência
Do amor em pura essência
Gerando a dor e a trava,

O coração se lava
Na mansa persistência
Gerando em tal clemência
Após a sorte em lava,

Arisco como que
O amor quando se vê
Em ares fugidios,

Por vezes distraído
E noutras vão ruído
Ou ventos mais esguios.



MARCOS LOURES

BUSCANDO



Buscando sem ter bases
Alçar além dos céus
E neles velhos véus
Rompidos que inda trazes

Cerzidos pelo anseio
De amar impunemente,
O quanto se apresente
E nisto ainda eu creio

Dificultando o passo
Além do pensamento,
E quando em atormento
Deveras me desfaço,

Que sabe amor redima
E mude enfim tal clima?


MARCOS LOURES

NÃO QUERO DEDICAR



Não quero dedicar
Somente o verso manso
A quem ora me lanço
Buscando o bem de amar,

E tendo que encontrar
Além deste remanso
Ainda um leve ranço
E nele me entranhar,

Vasculho cada canto
E sei quando garanto
Dos restos que tu trazes

De tempos doloridos
Agora outros sentidos
Em novas belas fases.


MARCOS LOURES

DOCE AMOR



Doce amor, o que faço?
Por quantas vezes vira
No olhar farta mentira
Verdade? Nem um traço.

Assim perdendo o espaço
Rompendo cada tira
O amor agora atira
Ao mundo amargo e lasso,

Cansado dos percalços
Os velhos cadafalsos
Masmorras da esperança,

Quem sabe em novo amor
Mesmo no meu sol-pôr?
O olhar além se lança...



MARCOS LOURES

SIMPLESMENTE


Eu quero simplesmente
Seguir o meu destino
Aonde me fascino
Ou mesmo sou descrente

No quanto se apresente
O fato eu determino
Se ainda sei do ensino
Da vida quando mente.

Restauro vez em quando
A tela revelando
Belezas mais sutis,

E tento renovar
O amor que a cada olhar
Revela outro matiz.

MARCOS LOURES

AGORA


Agora sem amor
O que fazer da vida?
A noite já perdida
O farto dissabor,

Altar que sem andor
A sorte consumida
Ruína presumida
Noite sem refletor.

Pressinto o ledo fim
E sei que sendo assim
Já não suportaria,

Mas quando amor se trama
Reavivando a trama
Da noite vejo o dia.

MARCOS LOURES

AS ONDAS



As ondas; reconheço
Deveras inconstantes
Assim também adiantes
O mundo em adereço

Diverso do começo
E nele em tais brilhantes
Momentos; agigantes
Depois vem o tropeço.

Reajo e te proponho
Além do mero sonho,
Um novo amanhecer,

Mas logo se refaz
A história tão mordaz
No amor não há prazer?


MARCOS LOURES

SOMENTE



Procurando somente
Um cais aonde eu possa
Juntar o que se apossa
Do corpo e desta mente

O quanto já fomente
A vida sendo nossa
Deveras nega a fossa
E trama esta semente,

No amor em claridade
Deveras qualidade
Em ares transparentes

Os dias mais sombrios?
Apenas desvarios
Diversos do que sentes.

MARCOS LOURES

NAVEGÁVAMOS



Navegávamos mares
Diversos do real
No sonho desigual
Aonde tu tramares

Delírios e lugares
Num ato irracional
Ou mesmo sensual
Caminho onde sonhares,

Agora em ti pressinto
O quanto outrora extinto
Refeito em pleno amor,

Restituindo assim
O rumo e até o fim
O encanto redentor.


MARCOS LOURES

ACABE


Acabe duma vez
O medo que deveras
Há tantas vagas eras
O amor hoje desfez,

Talvez insensatez
Exposto às ânsias feras
Além do que inda esperas
Ou mesmo além não vês,

Redimo-me dos erros
E sei dos meus desterros
Na inglória vida aonde

O sonho não responde,
Mas quando amor se faz,
Meu mundo verte em paz.


MARCOS LOURES

AMIGA



Amiga, não permita
Que o tempo nos destrua
A vida nua e crua
Deveras é maldita,

Porém se a nossa dita
Em almas já flutua
E tece e continua
No amor que necessita

Presumo nova luz
E nela se produz
Apenas mansidão,

Decerto o sonho trama
Além da mera chama
Inteiro este verão.


MARCOS LOURES

APENAS ESSAS NUVENS


Apenas essas nuvens
Não bastam para tanto
Ainda em vivo encanto
Deveras quando vens

E sabes destes bens
Do amor onde eu garanto
O dia e agora canto
Sem medo dos desdéns.

Versando sobre o rumo
Do gozo que ora assumo
E sem ter mais os medos

Do outrora vagabundo
Enquanto me aprofundo
Em ermos sonhos ledos.


MARCOS LOURES

AURORA


Aurora das promessas
Resplandecente céu
E sigo sob o véu
Aonde tu professas

E tramas, e confessas
Num mundo antes cruel
O amor, sacro papel
E nele me endereças,

Regidos pelos sonhos
Deveras mais risonhos
Encontramos fortuna,

Que possa nos guiar
Nas ânsias deste amar
Que sempre em paz nos una.


MARCOS LOURES

DISTANTES


Em meio a tão distantes
Anseios, medos dores
Além do que propores
Iremos radiantes

Buscar os diamantes
Porquanto em tais amores
Cultivas raras flores
E nelas me adiantes

Jardim em tal beleza
E nisto esta leveza
Gerada pelo fato

De termos a certeza
Do rito onde a nobreza
De um sonho onde eu já me ato.


MARCOS LOURES

PORÉM



Porém, o que nos resta
Depois dos desalentos
Vencendo os tantos ventos
Adentro em cada fresta

Do amor onde se atesta
Além dos incrementos
Sobejos movimentos
Aonde a sorte gesta

Um dia mais suave
E sem o quanto agrave
O passo segue firme,

No encanto deste passo,
Desejo em paz eu traço
No amor que o reafirme.


MARCOS LOURES

BATALHAS


Vencemos as batalhas
Durante a guerra insana
Do amor quando me engana
E o medo quando espalhas,

Nos fios das navalhas
A sorte não se dana
No amor quando se explana
A vida mesmo em falhas,

Realço a todo instante
O canto onde se espante
O medo de um futuro


Gerado em desamor
Se em ti, o sonhador
Em paz eu me asseguro.


MARCOS LOURES

SUAVIDADE


Amor, suavidade
Aonde se perfaz
O quanto em plena paz
Agora a vida invade

Viver felicidade
E ser além audaz
Enquanto satisfaz
Ditando outra verdade

Deveras nos sacia
E gera a fantasia
Por onde se produz

Além da própria história
Os ritos da vitória
Um louro feito em luz.

MARCOS LOURES