sábado, 30 de julho de 2011

ANSEIO

Crivasse cada fato em tal anseio
Na mira mais atroz e tão sublime
O verso tantas vezes nos redime
E gera o que pudera e não mais veio.

E quando se anuncia de permeio
O vento sem saber do quanto estime
A solidão expressa mais que um crime,
E nisto se resume meu receio.

Porém é necessário estar sozinho
Penetrando em minha alma hoje me aninho
Respaldos de uma luta que não cessa.

O vento mais sutil possa trazer
O sonho de quem tenta algum prazer
Que apenas ficaria na promessa.
30/07/2011


Supera mesmo as ondas mais atrozes
Quem sabe quanto o amor tanto conquista
A vida noutra face sempre avista
O quanto se desenha em raras vozes,
E sei do meu anseio em tons ferozes
Ousando noutro encanto e não assista
Ao todo que pudera e nunca insista
Versando sobre nós ledos algozes,
Mas sei deste momento mais sublime
Aonde todo o medo se reprime
E gera tão somente esta verdade
Pressinto a liberdade e sei que o todo
Transcende ao mais diverso e imundo lodo
Enquanto o verso traça a claridade.

NOITE AMARGA

Escassa luz tocando a noite amarga
Aonde se buscasse luminárias
As sortes são somente imaginárias
O tempo sem sentido não me larga,

A porta quando o vento a voz embarga,
As tramas que pudessem ser tão várias
Expressam as vontades solitárias
E mal suporto o peso, imensa carga.

Nos erros costumeiros de quem ama,
A vida refazendo o velho drama
Nas tramas que pudessem permitir

Alguma claridade que não veio,
O olhar seguindo sempre aquém e alheio
Jamais imaginando um bom porvir.

INVADE O CORAÇÃO

Invade o coração domina a mente
O amor já não sossega e nem pudera,
Vencendo sem temor qualquer quimera
Trazendo para o sonho esta semente,

Não quero que se perca o quanto tente
Nem mesmo divagando noutra esfera
O tanto se anuncia e se tempera
A sorte com ternura, mais contente.

Não temo nem sequer o quanto é rude
A vida que deveras tanto ilude
O velho caminheiro sem paragem,

Nos olhos o horizonte mais sublime,
O verso feito em luz já me redime
Moldando com brandura esta paisagem.

DIAS TURVOS

Vencendo os dias turvos e fugazes
As armas que carrego, sonho e verso,
Ainda que vagasse este universo
Tramando o quanto quero e tu me trazes,

A vida se anuncia em tantas fazes
E sei do quanto possa e desconverso
Usando com ternura o mais diverso
Cenário aonde os dias são audazes,

Não quero e nem pudera ser aquém
Do todo que decerto sempre vem
Trazendo esta expressão bem mais feliz,

O mundo se aproxima do que tanto
Buscara noutro rumo e te garanto
Traduz o que decerto em paz eu quis.

BRUSCA VENTANIA

Vencendo a mais diversa tempestade
Na brusca ventania que atormenta,
A sorte tantas vezes virulenta
O passo que deveras já se evade.

O canto se espalhando na cidade,
A vida noutro tom já se alimenta
Do quanto poderia e não enfrenta
Sequer a mais dorida falsidade.

Não tento outro caminho e sendo assim,
O todo resumindo dentro em mim
Esta expressão que agora me alucina

O verbo no futuro traz a luz,
Presenciando apenas o que pus
Nas mãos desta verdade mais ladina.

BRUSCA VENTANIA

Vencendo a mais diversa tempestade
Na brusca ventania que atormenta,
A sorte tantas vezes virulenta
O passo que deveras já se evade.

O canto se espalhando na cidade,
A vida noutro tom já se alimenta
Do quanto poderia e não enfrenta
Sequer a mais dorida falsidade.

Não tento outro caminho e sendo assim,
O todo resumindo dentro em mim
Esta expressão que agora me alucina

O verbo no futuro traz a luz,
Presenciando apenas o que pus
Nas mãos desta verdade mais ladina.

AMOR ENSANDECIDO

Amor ensandecido dominando
O pensamento traz esta ilusão
Que tanto em raro tom e dimensão
Expressa o meu caminho como e quando,

A vida noutro instante se mostrando
E os olhos buscam sempre esta expressão
Gerando o quanto possa sem senão
E o vento mansamente me tocando.

Reparo as velhas tramas da esperança
E quando o pensamento além avança
Translado esta alegria para esta alma

Que há tanto já sofrera sem proveito,
E o quanto ainda venha sempre aceito,
E o crer no grande amor agora acalma.

APRENDENDO A VIVER

Aprendendo a viver conforme tenha
A luta sem temer vicissitudes
Nem mesmo os mais diversos, vagos, rudes,
Caminhos numa luta mais ferrenha,

O tanto que pudera e já convenha
Permite o quanto tentes e transmudes,
Ainda quando além tu tanto iludes
A sorte noutro passo sempre venha.

Mergulhos entre enredos mais audazes,
E sei do quanto possa e mesmo trazes
Nas mãos feito diversa sorte ou medo.

Não posso nem quisera mais retê-la,
Nos céus desta esperança rara estrela
Expressa o quanto possa e além concedo.

FACES

Nas tantas faces vejo neste espelho
As cãs que acumulei durante os anos,
A vida se traduz em velhos danos
E o tempo desvendasse algum conselho,

O tanto quanto possa me ajoelho
E beijo os olhos mansos, soberanos,
Vencendo os mais diversos desenganos,
Embora há rigidez em cada artelho.

Procuro dentro da alma um novo cais,
E sei o quanto em luzes demonstrais,
Qual fosse algum farol em plena noite,

E quando o dia a dia nos açoite,
No sonho uma esperança se reflete,
De um novo amanhecer que nos complete.

NEGAR A LUZ

Negar a luz enquanto o verso dita
O mundo mais gentil e mais tranquilo,
No quanto a realidade sem vacilo
Expressa esta manhã bem mais bonita.

A voz que na verdade tenta e grita,
O prazo derrotado, o velho estilo,
Aduba-se esperança como o Nilo,
E o sonho entre verdades já transita.

Não tendo mais temores sigo em frente,
E quando o dia a dia se apresente
Destarte sou quem mais tentasse além

Das tramas tão diversas da ilusão,
Abrindo com certeza o coração
Ao que decerto agora vejo e vem.

A MORTE ME RONDANDO

Ainda quando a morte me rondando
Trouxera em suas garras o que agora
Transcende ao que deveras apavora
Num tempo mais atroz, mesmo nefando.

O preço a se pagar, já desenhando,
O tanto quanto em dor enfim aflora,
No sonho mais audaz se revigora
O passo que desejo em paz e brando.

Marcantes emoções – caminho em luz-
Enquanto o dia a dia reproduz
O que este coração mais desejasse,

A vida superando algum tormento,
No tanto que pudera ou mesmo invento,
Não possa mais viver qualquer impasse.

UM DIA...

Um dia imaginasse ser poeta
E ter noutros anseios meus acordes
E mesmo que deveras tu concordes
A luta se faria mais completa,

Minha alma penetrasse em sombra e seta
Tentando tão somente que recordes
Dos dias mais felizes onde abordes
O sentimento em vão que me repleta.

Não quero ser apenas um estorvo,
Minha alma crocitando, velho corvo,
Apresentando apenas o não ser.

E o tempo mais audaz já se perdera,
Aos poucos consumida toda a cera,
O mundo num total escurecer.

TARDE NEBULOSA

A tarde nebulosa trama a noite
Em gélida expressão, dura e sombria,
E o quanto do meu sonho ainda havia
Traduz o que deveras mais acoite,

O vento se mostrando em rude açoite
Negando o que pudesse em harmonia,
A luta noutro tom se perderia,
E assim na solidão eu já pernoite.

O canto sem sentido, a voz mais rouca,
A sorte se inda houvesse, muito pouca,
O medo dominando este cenário,

O quadro a traduzir rusticidade
As luzes tão distantes da cidade
Gerando cada espectro imaginário.

ATROZES ILUSÕES

Sinalizando além do que pudera
Atrozes ilusões dominam tudo,
E sei que na verdade me transmudo
Tentando apaziguar a torpe fera,

O nada quando o resto destempera
O verso pelo qual tanto me iludo,
O velho coração em tom agudo
Espreita no caminho a primavera.

O tempo não permite um canto terno
E sei que dia a dia mais me inverno
Granizos e nevascas na esperança

Que agora adormecida, hiberna só,
Restando retornar ao mesmo pó
Enquanto o canto em vão ao fim me lança.

VÉRTICE DOS SONHOS

Abranda-se decerto a tempestade
E o tempo se promete bem mais claro,
Enquanto outro caminho ora escancaro,
Deixando para trás algema e grade,

O sonho que se fez em liberdade,
O verso mais audaz que enfim declaro,
O beijo tão suave quanto raro,
E o canto que deveras tanto agrade.

Tocando com ternura a praia, areia,
As tramas mais sutis de uma sereia
E o vértice dos sonhos no infinito,

As nuvens dissipadas, sol imenso,
E quando nos teus lábios ora penso,
Na eternidade em paz eu acredito.

ESTA EMOÇÃO

Não quero que se perca já de vista
O sonho no horizonte mais sutil,
E o quanto da alegria se previu
Não tendo quem decerto inda resista,

O mundo noutro passo nos conquista
E sei deste cenário tão gentil
Aonde no passado fora vil,
Agora mansamente aqui persista.

Não tendo outra palavra senão essa,
O amor que se tentara e se professa
Expressa uma amplidão enquanto possa

Trazer em dimensão bem mais suave
O tanto que deveras não entrave
Esta emoção imensa e toda nossa.

O VENTO DA ESPERANÇA

Não tento acreditar nas mais diversas
E rudes emoções que a vida traz,
Ainda que pudesse amar em paz,
O quanto do desejo desconversas,

E sei que no final são mais perversas
As noites nesta guerra contumaz,
E sendo na verdade mais capaz
Bebendo as ilusões tanto dispersas.

Não quero e nem pudera ser aquém
Do tanto que deveras sempre vem
Marcando com ternura o dia a dia,

Presumo cada instante mais suave,
Embora a solidão somente agrave,
O vento da esperança me alivia...

O MEDO

O medo não traria uma defesa
A quem se fez um velho caminhante
E a vida não viria noutro instante
Ousar no quanto possa caça e presa.

Ainda quando vejo e segue ilesa
Fortuna muitas vezes me adiante
O tanto que pudera e doravante
Não quero mais viver cada tristeza.

Crivando em esperança o dia a dia,
Meu tempo noutro encanto bordaria
Gerando dentro da alma este momento

Na iridescente senda que anuncias,
As tramas mais audazes ou sombrias,
O sol como alimento ou mero alento.

NOUTRO INSTANTE

Não tendo qualquer forma de expressão
Que possa acalentar quem agoniza
A tempestade cala a mansa brisa
E o medo toma toda esta amplidão.

Os dias que deveras se verão
No quanto poderia e não matiza
Minha alma sem sentido algum avisa
Dos dias dolorosos que virão.

Apenas açodasse cada instante
E vendo o quanto a sorte me garante
Não temo nem pudera desenhar

A sórdida expressão em turva face,
O amor que se tentara em desenlace
E o tempo noutro instante a se moldar.

OS ERROS COMETIDOS

Nos erros cometidos vejo apenas
As tantas ilusões que na verdade
Somente com certeza em falsidade
Traduzem o caminho que envenenas.

Nas horas mais cruéis, tu me condenas
E bebo sem saber desta ansiedade,
Enquanto o dia a dia além se evade,
A vida traz enfim diversas penas.

Não vejo mais o brilho no horizonte,
E cada nova estrela desaponte
Aonde se quisera constelar,

Mergulho nos espaços siderais
E o tempo me responde que jamais
Eu poderia em paz já descansar.

OS ERROS COMETIDOS

Nos erros cometidos vejo apenas
As tantas ilusões que na verdade
Somente com certeza em falsidade
Traduzem o caminho que envenenas.

Nas horas mais cruéis, tu me condenas
E bebo sem saber desta ansiedade,
Enquanto o dia a dia além se evade,
A vida traz enfim diversas penas.

Não vejo mais o brilho no horizonte,
E cada nova estrela desaponte
Aonde se quisera constelar,

Mergulho nos espaços siderais
E o tempo me responde que jamais
Eu poderia em paz já descansar.

FACE A FACE

A vida se expressasse de tal forma
Que nada mais ficasse para trás
E o quanto da esperança o vento traz
Expressa o que deveras nos transforma,

Nem mesmo outra expressão ditame ou norma
Pudera traduzir o mais tenaz
Anseio que deveras já se faz
E esta vontade além decerto informa.

Não quero acreditar nos meus enganos
Vivendo; com certeza, os novos planos,
Somente a fantasia não bastasse.

Desejo realmente a cada instante
O todo que tentara e se garante
Mostrando a sutileza face a face.

AS TRAMAS DO PERDÃO

Levando mansamente a minha vida,
Sem nada que perturbe esta vontade
De ter em minhas mãos o quanto agrade
E o verso que minha alma em paz decida,

Encontro dos meus erros a saída
E bebo a imensa e rara claridade,
Deixando para trás o que degrade
Sanando com ternura uma ferida,

E tendo na esperança a rara luz
Na qual o Amor deveras reproduz
A divindade feita em precisão

Que tanto nos ensina a cada dia,
Viver o quanto possa em alegria,
Nas tramas bem mais firmes do perdão.

QUALQUER TEMOR

Já não coubera mais qualquer temor
Aonde com certeza o sol brilhara
E esta manhã suave, mansa e clara,
Traçando outro momento a se compor,

No olhar de quem anseio; um refletor,
E nele meu olhar já se depara
Com toda esta emoção que ora escancara
Os ritos mais suaves de um amor.

Não posso me perder do quanto reste
Numa alma mesmo quando mais agreste,
E tendo esta certeza do que possa,

Eu sei quanto se tenta ser feliz
O sonho, da verdade um chamariz,
Supera qualquer medo, trava ou troça.

AURÍFERO CAMINHO

Aurífero caminho em meio às trevas,
Diamantino sonho nos tocasse,
E a vida se mostrando noutra face
Trazendo as alegrias mais longevas,

E quando esta esperança também cevas
O mundo num suave desenlace
Decerto no final já demonstrasse
As aves em diversas, belas levas.

O manto que recubra nossos dias
Em cores quando além tu poderias
Viver cada momento mais sublime,

O fim de todo engodo, o passo firme,
Que a cada novo instante se confirme
E nisto o que passou já se redime.

JAMAIS PERDENDO A ROTA

Jamais se perderia a rota quando
O mundo se transforme num só ser,
O tanto quanto possa parecer
Unindo este universo e o desenhando,

Sem lutas nem tormentas, navegando
Nas águas que tranquilo posso ver,
E tendo com certeza amanhecer
De um dia mais suave, e mesmo brando.

Não deixe que o passado te devore,
Nem mesmo que o futuro ora apavore
Ou traga simplesmente o mesmo nada.

Emoldurando a vida em rara tela
Uma esperança viva se revela
Com todo apuro sendo lapidada.

VIVER A LIBERDADE

Viver a liberdade em plenitude,
Singrando sem correntes o infinito,
E tendo o quanto possa ou acredito
Vencendo o que deveras tanto ilude,

Jamais a alma perder a juventude,
E mesmo quando esteja mais aflito,
Saber do dia após, claro e bonito,
E transformar em paz cada atitude,

Nos tantos e diversos passos veja
Além do que se faça em vã peleja
A maravilha viva em harmonia,

Sentindo o quanto vale uma humildade,
Fazer do seu caminho esta irmandade
Que a vida a cada instante propicia.

A SORTE RAPINEIRA

Enquanto quis a sorte rapineira,
Sorver cada momento da esperança
Que ao todo sem futuro ora se lança
Bem mais do que em verdade inda se queira,

A senda mais diversa e costumeira,
A farsa se desenha em tal lembrança
E o tempo sem sentido algum avança,
Marcando a minha sorte derradeira.

Não tento acreditar noutro caminho,
E sei quanto é possível ser daninho
Ou mesmo se moldar em benefício,

O passo se afastando deste abismo,
E nesta sensação deveras cismo,
Supero o quanto reste em precipício...

DIVERSAS DIMENSÕES

Nas tantas e diversas dimensões,
O verso se enredando numa incúria,
Revela tão somente o medo e a fúria
E nisto novos dias tu me expões,

E quando as velhas tramas recompões
Nas tantas emoções, riso ou lamúria,
Abastando o caminho que em penúria
Há tanto se perdera em ilusões.

Não quero acreditar no que viera
Apenas noutro tempo a mesma espera
Tramasse alguma farsa, atocaiando,

O velho companheiro, verso amigo,
Traçando o que deveras mais persigo,
Vagando pelos sonhos, feito um bando.

MERA MENTE

Não mais que meramente fui aquém
Do tanto quanto possa a vida ter
E sei que na verdade o desprazer
Depois da tempestade sempre vem,

Meu mundo se resume em tal desdém
E o prazo sem sentido me faz ver
Que nada do que possa apetecer
Presume o quanto sigo ou sou também,

Num ermo tão diverso do que um dia
Tentasse e na verdade não teria
Vagando pelas noites mais mordazes,

Ousando acreditar noutra alvorada,
Embora em tuas mãos eu veja o nada
Que sei ser tudo o quanto inda me trazes.

VONTADE SINCERA

Num tempo aonde o mundo se fizera
Sem medos nem tormentos, calmamente,
A vida no final nada desmente
E sei desta vontade mais sincera,

O quanto se vencesse tal quimera
Gestando o quanto pude plenamente,
Ousando acreditar no pertinente
Cenário que decerto nos tempera.

A luta não teria mais descanso,
E sei que quanto possa e mais avanço
Encontraria rastros da esperança.

Pousando muito além do que pudesse,
Talvez inda restasse a velha prece
Que o coração ao sonho enfim já lança.

LEVADO PELA ILUSÃO

Levado pelas mãos desta ilusão
Não mais encontraria qualquer porto,
E sei da sensação de um dia morto
Apenas na vazia dimensão,

O quanto se perdera desde então,
O mundo noutro tom seguindo absorto,
E o preço a se pagar do amor, aborto,
E os dias mais diversos se verão,

Não quero ter nos olhos o horizonte
Disperso aonde o tanto não aponte
Nem mesmo o que restasse dentro em nós,

A senda mais profícua, ora lavrada,
A sorte tantas vezes desejada,
Vencendo o dia rude e mesmo atroz.

LUA DE JULHO

A noite se mostrando em tons de prata,
Deitando sobre nós o plenilúnio,
A vida superando um infortúnio
Uma esperança além já se constata.

Inverno, mas aqueço o coração,
E sei dos meus momentos mais felizes
Vencendo os dias rudes, duros, grises,
Bebendo com ternura este clarão.

E tendo dentro da alma esta certeza
Do quanto poderia e mesmo vivo,
O olhar se mostra além já não cativo
Não sou mais do vazio mera presa.

E sinto em liberdade o raro orgulho
Qual lua derramada em pleno julho.

UM ERRO A MAIS

Um erro a mais e tudo não traria
Sequer outro cenário desde a tarde
E mesmo quando a vida ainda aguarde
O sonho se perdera, alegoria.

O marco mais feroz, o dia a dia,
No quanto toda a sorte se retarde,
Nem mesmo uma ilusão já se resguarde
Quem sabe possa enfim, a poesia?

Levado pelas mãos de quem outrora
Soubesse quanto a vida nos devora
E trama novas redes e armadilhas,

No canto mais dorido, uma expressão,
Gerada pelo anseio de algum não
Enquanto noutro rumo tu palmilhas.

TENTÁCULOS

Tentáculos da vida me tocando,
Rasgando com firmeza uma esperança,
E o verso no vazio ora se lança
Sem ter e sem saber sequer nem quando,

O mundo noutra face desenhando
A mesma vã e leda confiança
O todo se anuncia em tal mudança
E o canto se presume transformando.

O peso de uma vida não conforta,
Ainda vejo além da velha porta
O sonho se esvaindo lentamente.

Os trastes que carrego dentro da alma,
A luta na verdade não acalma
E o tempo sem sentido não sustente.

INCERTEZAS

Amar e ter nas mãos esta incerteza
De um dia que talvez já não viesse,
O quanto da esperança me aborrece
E a vida segue contra a correnteza.

No fim minha alma vaga sendo presa
Do tanto que pudera em vaga messe
E não adiantasse qualquer prece,
As cartas todas vejo sobre a mesa.

Levado pelo medo de que um dia
O tempo noutro tom se mostraria
Num único segundo, o tom final,

O verso se aproxima da utopia,
E vejo quanto possa a fantasia
Ainda quando seja mais venal.

A FÚRIA DESTE MAR

Navego contra a fúria deste mar
Imensas ondas dizem do naufrágio,
O quanto se pudera num estágio
Diverso do que tento adivinhar,

Vencendo o dia a dia a divagar,
A luta se anuncia e num contágio
Supremo se presume e sei que no ágio
O mundo novamente irá cobrar.

O preço se desvenda com tal sorte
Que nada mais deveras me conforte
Senão a noite imersa em lua e sonho,

Mas sei quanto é factível de algum erro
O todo que pudera em tal desterro
Além do quanto reste, ou mais componho.

OUTRO HORIZONTE

Apresentando apenas o que possa
Traçar no dia a dia e mesmo quando
Minha alma sem sentido rebelando
Expresse uma ilusão somente nossa.

O verso que em verdade ora se apossa
Do tempo mais suave ou mais infando,
Bastasse por si mesmo, demonstrando,
A luta que tentara e já me acossa.

Não vendo outro horizonte, sigo enfim,
Marcando em descompasso o quanto em mim
Ainda resistisse bravamente,

O tédio nos consome, mas embora,
O quanto se perdera nos devora,
Meu canto noutro enredo se apresente.

QUALQUER FORMA

Procuro qualquer forma aonde eu tenha
Certeza de uma luta mais tranquila,
E quando a solidão vaga e desfila,
A turbulência é sempre mais ferrenha,

E trazes nos teus olhos esta ordenha
Gerando o que pudera e não destila
Penetras mansamente e desta argila
A vida se refaz e sempre venha.

Nos féretros dos sonhos, meus temores,
Ainda quando além queres e fores
Verás outros caminhos reticentes,

No fundo nada mais representasse
O quanto se procura em desenlace
E mesmo noutro tom, deveras tentes.

MEU MUNDO

Jamais se fez diverso do que há tanto
Meu mundo noutro passo desenhasse
E sei que na verdade o mesmo impasse
Presume o que deveras mal garanto,

Não quero nem saber se deste pranto
A sorte desdenhada em minha face
Apenas noutro tom já demonstrasse
O todo que se fez em desencanto.

Não posso ter sequer alguma luz,
Somente o que em verdade contrapus
Envolto nas diversas ilusões.

Aumentam-se brumosas noites vãs,
E sei que sem o sol novas manhãs
Expressam o que agora tu me expões.

UM DIA A MAIS

Um dia a mais que possa nos trazer
Alguma luz e mesmo uma certeza
Do encanto que se trace sobre a mesa
Gerando dentro da alma algum prazer,

Meu mundo noutro enredo a se verter,
Não quero nem suporto tal rudeza,
E tenta esta alegria estar ilesa
Das tramas mais difíceis de viver.

Percebo o que talvez já não coubesse,
Sequer teria enfim a rara messe
De ser feliz um dia, ou mesmo até,

Vivendo na certeza desta fé
Que eterno seja o sonho da esperança
Aonde o meu caminho enfim se lança.

QUASE NADA

Restando muito pouco ou quase o nada
Apenas prosseguindo o meu caminho,
Ainda quando fora mais mesquinho
Tramasse com firmeza outra alvorada,

Albores que envolvessem todo e cada
Cenário aonde o sonho em luz aninho,
E quando do infinito me avizinho,
A farsa se fizera desvendada.

O quanto poderia com esmero,
Sabendo que em verdade sou tão mero,
Num fero delirar em noite escusa,

A trama se enredando no passado,
E quando dos meus dias mesmo evado,
A sorte noutro ponto teima e abusa.

O CANTO MAIS FELIZ

Não quero e nem pudera mesmo quando
A vida se fizera de tal forma
Que o dia cede enquanto nos transforma
E traz outro caminho em contrabando,

O quanto deveria se moldando
Do todo que inda resta o tempo informa,
E mesmo se esta vida nos deforma,
O peso noutro enredo se traçando.

O canto mais feliz de quem soubera
Que a vida mesmo amarga, rude e fera,
É tudo o quanto temos e de fato

Nos dias mais doridos, sigo além,
Sabendo que esperança nos convém
E novo alento em paz, busco e constato.

PANACEIA

A vida em panaceia bem pudesse
Tramar o que talvez já não me veja
E tanto quanto a sorte da peleja
Presume no final a rude messe.

E possa obscurecer enquanto tece
A noite que deveras sempre seja
O todo quando a vida que se almeja
Somente o desvario agora expresse.

Resumos de outras frágeis transparências
E possam ser além de consciências
As rotas entre tantos desvarios,

O tempo mais sutil e a voz suave
Que possa demonstrar o que se agrave
Envolvo nestes fartos desafios.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

SEM PUDOR

Eu gosto meu amor, quando me fitas
Com esse jeito teu maroto e terno,
Fogoso, que me aquece o frio inverno,
Silente como as preces mais benditas!

Eu amo quando finges que me evitas,
E assim me olhas como um ser superno,
Se amor imploro e meu desejo externo,
Tirando de meu corpo as minhas chitas...

Adoro quando chegas de repente,
Trazendo pão de queijo e vinho tinto,
Ou um bouquet de rosas cor carmim...

Ou quando em mim deslizas qual serpente,
Trocando teu recato pelo instinto,
E assim te rendes sem pudor, a mim!

Edir Pina de Barros

Tua presença traz a própria vida
A quem já se perdera sem um norte,
E tanto quanto possa e me conforte,
Trazendo a cada passo uma saída,

Presumo o que deveras não duvida
Uma alma quando trama o seu suporte
No amor inigualável. Neste aporte
O passo com firmeza se decida.

Sentindo-te deveras noite adentro,
No nosso delirar eu me concentro
E vivo cada instante em redenção.

Pudera ter nas mãos eternamente
O quanto em raro brilho se apresente,
Nas tramas mais audazes da paixão.

Marcos Loures

Sentindo esta paixão de ousada tramas,
Teu corpo embrenhado em meus lençóis,
Meu corpo queima mais do que mil sóis,
Quando carícias sobre mim derramas.

Meu corpo, entre as rendas, tu inflamas,
E vou ao céu, escuto rouxinóis,
Eu vejo a luz dos belos arrebóis,
E de amor me morro em tuas chamas.

Exploro em tua pele mil veredas,
E busco no teu corpo o meu tesouro,
Garimpo mil pepitas de prazer.

No corpo teu, envolto em labaredas,
Exploro cada canto, logradouro,
E a ti me entrego: corpo, alma e ser!

Edir Pina de Barros
Na imensa maravilha de saber
Teu corpo junto ao meu em noite intensa,
Minha alma tendo assim a recompensa
Depois de tanto tempo a padecer,

O quanto possa em ti me enlouquecer
No sonho que deveras já convença
Da vida sem temor ou desavença,
Vivendo com ternura este prazer,

Sorvendo em ti diversa fantasia,
Meu mundo no teu mundo moldaria
A eternidade em vida, e disto eu sei,

Vibrando em sintonia a noite inteira,
No encanto que por certo amor mais queira,
Fazendo do delírio norma e lei.

SEDUÇÃO... 2

SEDUÇÃO

A tua pele exploro sem pudor,
Sentindo seu calor, sua textura,
Olhando-te com amor, febril candura,
Sorvendo teu perfume, teu olor.

E palmo a palmo o corpo teu escalo,
Percorro seus caminhos, que devasso,
No ritmo que provém de teu compasso,
Seguindo, sem pudor, o teu embalo!

Em cada gesto, todo meu querer,
Tateio calma tua tez, teu ser,
Deixando nele minha marca impressa.

Como um corcel cavalgo-te sem pressa,
Deixando em cada ato uma promessa
De explosão da força do prazer.

EDIR PINA DE BARROS.

As noites que invadimos, entrelaces,
Diversas emoções sublimes atos,
E nesta confluência estes regatos
Transcendem ao que tanto queres, traces,

Vagando muito além do que notasses,
Nos vórtices benditos os mais gratos
Momentos entre fúrias, fartos pratos,
Delírios que deveras provocasses,

Neste sublime enredo em consonância
Fantástica emoção que em abundância
Espalha sobre a cama dez mil sóis

E vendo a imensidade deste enredo,
No quanto sei que vens eu me concedo,
Neste embrenhar divino em meus lençóis...

DE TANTO AMAR

No teu regaço o mundo se resume
E a ti me entrego sem rodeios, pejos,
Sentindo dentro em ti os teus arquejos,
Nos lábios teus gemidos e queixume...

E mais e mais aumentam meus desejos,
Ao ver nos olhos teus um terno lume,
Sentindo dentro em mim paixão, ardume,
Na minha morna pele os teus latejos...

E sorvo a vida que de ti exala...
Mergulho em ti, sem medos, sem cansaço,
Entregue aos teus encantos sedutores...

E o nosso amor o nosso enlevo embala,
E de prazer me morro em teu regaço,
Depois renasço pelos teus amores.

Edir Pina de Barros

Vivendo sem limites cada instante
Do amor que nos envolve em rara teia,
E quando esta vontade ora incendeia
O todo se transforma e me agigante,

No sonho mais suave e fascinante,
A lua derramando plena, cheia,
Adentra nosso quarto e nos clareia
E bebe deste encanto, delirante.

Até que em sincronia mais perfeita
Minha alma junto à tua se deleita
E bebe cada gole do rocio,

E tendo esta perfeita sensação
Do quanto possa ter em eclosão
Recebo o que deveras propicio...

DESEJOS

DESEJOS

Bordarei com fios d'oiro tua pele,
fazendo os mais perfeitos arabescos,
co's meus sedentos lábios ora frescos,
do jeito que o desejo me compele!

O corpo teu eu bordarei, sem brida,
com mil estrelas que do céu roubei,
e raios de luar, tal qual sonhei,
co'a estrela que caiu ,tão só, perdida!

Eu bordarei teu corpo co's meus beijos,
frementes de paixão, prazer sem fim...
Molhados pelo orvalho dos desejos!

Eu beijarei teus lábios cor carmim
e romperei o teu pudor, teus pejos,
Na enluarada noite de cetim!


Edir Pina de Barros

Sentir a caudalosa e mais audaz
Vontade que se irmana num só gozo,
O templo mais sobejo e majestoso
Que a vida num instante além nos traz,

O quanto deste enredo já se faz
Nas horas onde o tempo mavioso
Eclode num caminho fabuloso
Deixando toda a angústia para trás.

Numa eclosão suores e sentidos,
Prazeres delicados, repartidos,
Na fúria de um anseio que repleta

Nossa alma em suprema maravilha,
Seguindo passo a passo a rara trilha
Deveras a mais bela e predileta.

IMPÉRIO DA PAIXÃO

IMPÉRIO DA PAIXÃO

Eu queimarei nas tuas labaredas,
Entregue à paixão que me consome,
Matando do desejo tanta fome,
Penetrarei as tuas mil veredas...

Eu quero tudo que a mim concedas,
Por conta deste amor que me carcome,
Desta paixão que nunca passa ou some,
Eu quero me perder nas tuas sedas...

E que me queime a tua pele em brasa!
E me consuma tua boca ardente,
Quero matar assim os meus anseios...

Na força de teu beijo que me abrasa
Que queima como um copo de aguardente
Morrer-me-ei de amor em teus enleios.

Edir Pina de Barros

Entrego-me à loucura de poder
Sentir a tua pele e em frenesi
Viver este delírio junto a ti
Domínios sem limites do prazer,

E quando nos teus rios me verter
Ardentes emoções que concebi,
Vibrando em consonância o que senti
Nas tramas mais audazes do querer,

Percorro em tuas matas, furnas, grotas,
Enquanto com prazeres tu denotas
Num êxtase supremo o ser além,

E os corpos sem fronteiras, noite afora,
Na fome sem limites que devora
O tanto que o desejo trama e tem.

O AMOR EM PAZ com estrambote

Teus negros olhos, prenhes de candura,
fitaram-me sem pejos, mendicantes,
cobrindo-me com lavas escaldantes,
que até perdi o rumo e compostura...

Ah! Súplices olhares! Que loucura!
Daqueles que só lançam bons amantes...
Que não se vê nos olhos das bacantes,
E nem nos olhos da menina pura...

De mim arrancam mil suspiros roucos,
E de meus lábios tantos, tantos ais...
e me envenenam com seus mil quebrantos...

Despertam dentro em mim desejos loucos
daqueles que ninguém sentiu jamais...
Ah! Esses teus olhos de olhares tantos!

Edir Pina de Barros

Tocando com teus olhos minha face,
Marcantes emoções que me prometes
E quando nos meus braços te arremetes
É como ter um doce e manso enlace,

O todo noutro instante se mostrasse
Em festas, serpentinas e confetes,
Do Paraíso são belas maquetes
Enquanto cada olhar teu me tocasse.

Percebo o quão eu possa ser feliz,

Traçando em versos toda esta vontade
Marcando o quanto a vida em luz invade
E o quanto deste encanto já se faz.

Tramando quais faróis em noite rara,
Profundidade da alma se escancara
E vejo finalmente o amor em paz.

O AMOR EM PAZ com estrambote

Teus negros olhos, prenhes de candura,
fitaram-me sem pejos, mendicantes,
cobrindo-me com lavas escaldantes,
que até perdi o rumo e compostura...

Ah! Súplices olhares! Que loucura!
Daqueles que só lançam bons amantes...
Que não se vê nos olhos das bacantes,
E nem nos olhos da menina pura...

De mim arrancam mil suspiros roucos,
E de meus lábios tantos, tantos ais...
e me envenenam com seus mil quebrantos...

Despertam dentro em mim desejos loucos
daqueles que ninguém sentiu jamais...
Ah! Esses teus olhos de olhares tantos!

Edir Pina de Barros

Tocando com teus olhos minha face,
Marcantes emoções que me prometes
E quando nos meus braços te arremetes
É como ter um doce e manso enlace,

O todo noutro instante se mostrasse
Em festas, serpentinas e confetes,
Do Paraíso são belas maquetes
Enquanto cada olhar teu me tocasse.

Percebo o quão eu possa ser feliz,

Traçando em versos toda esta vontade
Marcando o quanto a vida em luz invade
E o quanto deste encanto já se faz.

Tramando quais faróis em noite rara,
Profundidade da alma se escancara
E vejo finalmente o amor em paz.

O AMOR EM PAZ com estrambote

Teus negros olhos, prenhes de candura,
fitaram-me sem pejos, mendicantes,
cobrindo-me com lavas escaldantes,
que até perdi o rumo e compostura...

Ah! Súplices olhares! Que loucura!
Daqueles que só lançam bons amantes...
Que não se vê nos olhos das bacantes,
E nem nos olhos da menina pura...

De mim arrancam mil suspiros roucos,
E de meus lábios tantos, tantos ais...
e me envenenam com seus mil quebrantos...

Despertam dentro em mim desejos loucos
daqueles que ninguém sentiu jamais...
Ah! Esses teus olhos de olhares tantos!

Edir Pina de Barros

Tocando com teus olhos minha face,
Marcantes emoções que me prometes
E quando nos meus braços te arremetes
É como ter um doce e manso enlace,

O todo noutro instante se mostrasse
Em festas, serpentinas e confetes,
Do Paraíso são belas maquetes
Enquanto cada olhar teu me tocasse.

Percebo o quão eu possa ser feliz,

Traçando em versos toda esta vontade
Marcando o quanto a vida em luz invade
E o quanto deste encanto já se faz.

Tramando quais faróis em noite rara,
Profundidade da alma se escancara
E vejo finalmente o amor em paz.
29/07/2011

O vento feito amor causa a loucura
E gera novamente noutro espaço
O tanto quanto quero e não mais traço
Enquanto a vida traz o que procura
A luta neste instante não perdura
E deixo para trás o rude espaço
Marcado tão somente por cansaço
E nisto se desenha a desventura
De quem se fez aquém do que queria
E vendo a minha imensa nostalgia
O tempo se desenha mais brumoso,
E quando poderia acreditar
No tom inebriante do luar
O mundo se apresenta caprichoso.

TURVA

O medo me transforma plenamente
E a farsa noutro tom já se transcorre
Homérico caminho traça o porre
Enquanto a própria vida não desmente,

O tanto quanto quero e se apresente,
Nem mesmo a fantasia me socorre
E blindo cada sonho que já morre
Nas tramas do que fora coerente.

Apresentando apenas o que um dia
Restasse e na verdade não veria
Senão a mesma face em tom agreste,

O quanto se presume noutro engano,
Meu passo traz apenas o que dano
E a turva podridão já me reveste.

TOCAIA

Preparas outro bote quando vejo
Apresentando apenas na tocaia
O quanto na verdade a vida traia
Num ato mais feroz e malfazejo,

Aproveitando assim o duro ensejo
A luta noutro tom tanto contraia
A rústica expressão que ora se espraia
Vagando muito aquém do meu desejo.

Um verso sem sentido, a noite escura
O quanto da verdade configura
Nesta verdade feita em tal senzala,

Minha alma sem proveito nem descanso
E quando no final já nada alcanço,
A vida silencia e nada fala.

OUTRA VERDADE

Não mais que meramente tive o fato
De crer noutra verdade que não veio,
O sonho se mostrara sem receio.
E apenas o não ser ora constato,

E sigo mansamente este regato
Vagando noutro tom em devaneio
Levado pelo encanto sigo alheio
Ao preço que deveras não resgato.

Jamais acreditasse no que outrora
Vivera sem proveito, rudemente,
A vida de tal forma se apresente

Enquanto o dia a dia me apavora,
Não tenho sequer sonhos, mas prossigo,
Sabendo ter no fim o desabrigo.

UM CÉU GRIS

Apresentasse apenas a versão
Que tanto se tentara e não viera,
A sórdida emoção traduz a fera
E o corte toma toda a dimensão,

No enredo feito mesmo sempre em vão
Bebendo esta expressão que destempera,
Palavra que pudesse ser sincera
Expressa novamente o mesmo não.

E sinto o quanto venha após a queda,
O passo no vazio se envereda
E o medo não traria o quanto eu quis.

Concedo-me decerto ao que inda pude
Sabendo da verdade em atitude
Trazendo dentro da alma um céu tão gris.

ALGUM DESCANSO

Não quero o que se faz em tempestade
Nem mesmo alguma sorte mais diversa
E sei do quanto a vida desconversa
Enquanto a negação tudo degrade,

Reparo cada luz desta cidade
E o temporal transforma o quanto versa
Na face mais atroz, rude e perversa,
Marcando com terror e falsidade

O medo sem proveito, nada tenho,
E sei do quanto pude em velho engenho
Tentando redimir os desenganos,

Os olhos procurando algum descanso,
E quando no vazio enfim avanço,
Meus dias são decerto desumanos.

NOVO ENGODO

Aonde se fizera alguma sorte
Diversa da que tanto quis um dia
O vento noutro tom demonstraria
O quanto em solidão já nos comporte,

A vida sem sentido algum transporte
O preço mais dorido em agonia,
E o verso se mostrasse dia a dia
No tanto que deveras nos aporte.

Vestígios de uma vida sem sentido,
Ao menos percebesse alguma luz
E quando esta verdade reproduz

O tempo sem saber o quanto venha,
O mundo não traria novo engodo,
O tempo se entranhando em pleno lodo
Na luta mais feroz e mais ferrenha.

SONHOS, MEDOS E VONTADES

Reparto sonhos, medos e vontades,
Já não concebes mais o quanto pude
Vencer a mais diversa plenitude
E sei que com certeza além evades.

Nos ermos que pudessem, falsidades,
A sorte sem valia em atitude
Matando o quanto trague em juventude
Deixando no caminho velhas grades,

Presumo qualquer tom diverso e manso
E quando no final somente avanço
Deitando o dia a dia em tom sombrio,

O rumo se perdera há tanto tempo,
E agora o que me resta: contratempo
Que aos poucos na incerteza desafio.

A MINHA FACE

Não quero que se veja a minha face
Após as cicatrizes deste amor,
Que tanto se mostrara sem pudor
Matando pouco a pouco o que traçasse,

O verso se anuncia noutro impasse
E o medo se transforma num rancor
E quanto mais distante ainda for
O canto noutro tom se demonstrasse.

Galgando qualquer luta sem proveito,
Ousando acreditar quando me deito
Nos sonhos mais sutis e mais audazes,

No fim de cada passo, o precipício,
A vida se negara desde o início
E apenas o vazio ora me trazes.

ALÉM DESTE HORIZONTE

Levado para além deste horizonte
Aonde o nada traça o que viria,
A vida não se mostra em poesia,
E sei da solidão que desaponte,

No fato mais sutil o que se apronte
Expressa a mais diversa fantasia
E a luta se anuncia tão sombria,
Sem nada que deveras molde a fonte.

O ritmo mais frenético outra vez
Gerando o quanto possa e já não vês
Sequer noutro caminho ainda quando,

A farsa se desnuda plenamente
E quanto mais a vida se apresente
O todo noutro passo destroçando.

ENGANOS

Enganos são comuns e disto eu sei,
O tempo variável não trouxera
Somente o mesmo anseio em primavera
E nisto a solidão é rude lei,

O verso que em verdade imaginei,
A mansidão gerando o que se espera
A sórdida expressão já noutra esfera
O corte que deveras detalhei,

O mundo sem sentido nem proveito
O quanto poderia e mesmo aceito
Na sensação de um tempo antes bucólico,

Agora o que se expressa em tom magnífico
Jamais seria enfim tanto pacífico,
Meu mundo se desenha melancólico.

O QUE VIER

Ainda quando pude acreditar
Nos ermos de uma vida sem sentido
Tentando noutro enredo construído
O quanto deveria imaginar,

Não tendo nem sequer algum lugar,
Meu mundo a cada instante dilapido,
E bebo o tempo atroz sempre esquecido,
Na luta que pudera desejar.

Acreditando apenas no que resta,
A vida se apresenta em medo ou festa,
Mas tanto quanto a quero, ninguém quer.

O sonho se aproxima lentamente
E mesmo quando a paz de mim se ausente,
Enfrento com certeza o que vier.

TRAÇANDO O QUE AINDA RESTA

Não quero ser apenas o que há tanto
Perdera algum sentido e dimensão
Da sorte sem saber desta amplidão
Gerada pela fúria em desencanto.

E quando no vazio me quebranto,
Os sonhos noutros dias mostrarão
As sendas mais temíveis da ilusão
E o preço a se pagar gerasse espanto,

Ainda quando a vida se fez tétrica,
A força sem sentido rima ou métrica,
Estéticas diversas, duro fardo,

A sorte se mostrando em pesadelo
Meu mundo tanto quanto possa vê-lo
Traçando o que inda resta e assim retardo.

QUALQUER SONHO

Não quero qualquer sonho senão este
O vento na janela, a voz macia,
De quem há tanto tempo poderia
E sei que na verdade concebeste,

O sonho que deveras percebeste
A luta se moldando em sincronia,
O canto mais diverso dia a dia,
A poesia traça o que viveste,

Não possa transcender ao mais dileto
Momento aonde tento e me completo
Ousando sem temor acreditar

Nas tantas ilusões e sigo aquém
Do todo que deveras já não vem
Nem mesmo trama além de algum luar.

MERAMENTE

Não mais que meramente a vida traça
O passo sem sentido rumo ao fim,
E quando se anuncia dentro em mim
O todo se perdera em vã fumaça.

O quanto da esperança nos desgraça
O risco anunciando outro motim,
Esta incerteza amarga até o fim
E o preço na verdade dita a caça.

O verso sem razão e o meu momento
Enquanto na verdade o que inda tento
Pudesse resumir em liberdade,

Mas sei do quanto a vida se faz vaga
E o pensamento além tanto divaga
Enquanto o dia a dia me degrade.

LIBERTAS EMOÇÕES

Libertas emoções buscando um canto
Aonde desenhar alguma sorte,
Sem nada que deveras me comporte
Apenas vejo o rumo em desencanto,

E sei quanto pudera e não garanto,
Nem mesmo o que vencido traga em norte
A luta desenhando a própria morte,
O medo noutro fato, novo espanto.

O cântico diverso da esperança
Enquanto na verdade o fim alcança
Encontro os meus resquícios vida afora,

E sei da tempestade que se veja
Traçando esta incerteza malfazeja
Que aos poucos sem sentido, me devora.

DANOS

Arcando com meus erros, desenganos,
Apresentando ao fim a face escusa
De quem tentando além ora entrecruza
Com todos os temores, ledos danos.

A vida se apresenta em novos planos
Na rústica expressão mesmo confusa
E sei do quanto possa e assim conduza
Meu passo entre caminhos desumanos.

Não pude ter sequer qualquer alento,
A vida se perdera e num momento
Somente o que inda tenha se resume

Na farpa mais aguda, solidão,
Nos dias que deveras mostrarão
A triste sensação de vago ardume.

ALGUMA SORTE

Não possa de tal forma ser assim,
Sequer alguma sorte se desenha
O verso noutro tanto não se empenha
E o canto se anuncia e traz o fim,

Acendo da esperança este estopim,
E sei da solidão dura e ferrenha,
Na sórdida expressão que me convenha,
No fardo que carrego dentro em mim.

Apresentasse ao menos novo dia
E tendo como sol o que traria
Um brilho iridescente a cada olhar.

No tanto que pudesse em alvorada,
A sorte muitas vezes degradada
A luta sem saber onde ancorar.

RUDE

Não quero a sensação que tu me trazes
De um tempo aonde o nada se fizera
E sei do quanto é rude a primavera
A vida se anuncia em novas fases,

E bebo do passado em mais tenazes
Anseios onde o todo destempera
Marcando com terror a leda fera
E os dias tão atrozes e mordazes.

Meu passo sem sentido e direção
O amor que se fizera desde então
Apenas como fosse um marco rude.

O canto sem proveito, o verso torto,
Meu barco se perdendo aquém do porto
E nada mais decerto inda me ilude.

SÓLIDA EXPRESSÃO

Irradiando além do quanto possa
A sólida expressão em erros tantos,
Os dias entre enganos, desencantos,
No quanto a solidão toma e destroça

O verso sem sentido, a sorte nossa,
O prazo desairoso em versos, cantos,
Eclodem dentro da alma velhos prantos,
E nada do que reste a luta endossa.

Não pude acreditar nesta palavra
E sei do quanto a vida tanto lavra
Tentando uma colheita mais gentil.

O mundo se perdendo em rumo e rota,
A sorte na verdade mal denota
O quanto noutro instante ninguém viu.

A SOMBRA DE UMA VIDA

Não quero e nem teria em meu olhar
A sombra de uma vida que se fez
Em mais completa e turva insensatez
Moldando o quanto reste a divagar.

O verso se aproxima e sem lugar
O sonho noutro tanto já não vês
E o passo que pudera em altivez
Agora desfilando devagar.

Ocasos entre casos e mentiras,
Sabendo do que tanto ora retiras,
Não vejo qualquer dia que se trame,

Na fúria dolorosa de quem ama,
A sorte se desdenha em rude drama
As dores invadindo, ledo enxame.

ONDE ANCORAR

Jamais imaginasse alguma fonte
Que possa me trazer nova alegria,
Resumo o quanto houvera dia a dia
Ainda que deveras mal desponte,

O sonho na verdade não aponte
Caminho sem sentido ou serventia
E gere dentro da alma uma harmonia
Que possa ser bem mais que mera ponte.

Ousando acreditar no mais diverso
E rude sentimento onde perverso
Cenário se apresente sem certezas.

Encontro a cada engano outro momento
E quando na verdade o sonho eu tento,
A vida se traduz em vãs surpresas.

JARGÕES

Jargões entre diversas frases soltas,
As tramas enredando o dia a dia,
Aonde o quanto possa não traria
Nas ondas tão diversas e revoltas,

Resumo esta emoção noutra sincera
E sei do descaminho mais voraz,
A vida se mostrara quando traz
O todo sem saber do quanto espera,

Restauro os meus anseios, são só meus.
Os erros cometidos no passado,
E quando do caminho enfim me evado,
Os erros atingindo os apogeus.

Os tantos e diversos versos trago
E sei que solitário ora divago.

NÃO QUERO A SOLIDÃO

Não quero a solidão e nisto tento
Vencer os mais diversos temporais,
Sabendo dos meus dias tão venais
O quanto se expressasse em sofrimento,

O olhar que se fizera mais atento
Os erros contumazes, sempre mais,
A vida refletindo sem jamais
Trazer outro caminho ao pensamento.

No fim de cada curva, a velha estrada
Expressa a mesma rota devastada
E nisto o que se veja não permite

O fato de tentar ter ilusões
E sei que na verdade o que me expões
Ultrapassasse assim qualquer limite.

SEDUÇÃO

Pousando nos teus braços, sedução.
Encantos que pudera traduzir
Na sorte quando muito o que há de vir
Transforma noutro engano a direção,

O verso se aproxima desde então
E vejo o quanto resta no porvir
E tento acreditar, sem impedir,
A vida noutra farta dimensão.

Ocasos entre quedas e vazios,
Olhando para trás, os desafios,
Entrego meu caminho aos desafetos,

E sei dos meus momentos mais doridos,
E os erros tantas vezes cometidos,
Marcando os desenganos incompletos.

MELHOR SORTE

Não sei e não teria melhor sorte
Semeio em meu caminho outra desdita
Palavra que deveras não reflita
O quanto poderia e mal suporte,

A senda aonde o todo não comporte
Restaura cada farsa e mesmo aflita
A vida noutra face necessita
Somente do que tanto negue a morte,

Percebes outros erros e concebo
O amor como se fosse este placebo
Trazendo uma ilusão a cada instante,

Depois de certo tempo nada havendo
Encontro tão somente este remendo
Enquanto nada além enfim garante.

OUTRA SAÍDA

Jamais imaginasse outra saída
E tanto quanto pude ter no olhar
A vida se mostrara a divagar
Certeza no vazio construída,

Ainda quando a sorte se divida
O tempo noutro tanto a se moldar
A luta sem certeza nem lugar,
Palavra tantas vezes consumida.

Representando apenas o que um dia
O canto sem encanto concebia,
O resto de uma farsa, tão somente.

Olhando para trás nada mais vejo
Sequer o quanto houvera benfazejo
E agora de meus olhos já se ausente.

ERRÁTICO COMETA

Errático cometa, amor não trama
Senão as mesmas farsas de um passado
Aonde o que pudera desenhado,
Revela o meu caminho em medo e drama,

A velha solidão que tanto exclama
Gerando tão somente aonde evado,
Presumo no final o mesmo enfado,
E a luta sem sentido que nos chama.

Apresentar o canto sem sentido,
O tanto quanto possa e dilapido
Esqueço nos meus ermos mais distantes.

E sinto que em verdade nada tenho,
Apenas o meu tempo em vago empenho
E o medo que deveras me garantes.

HISTÓRIAS

Jamais se acreditasse nas histórias
Que tanto me trouxeste sem enredo,
E quando esta ilusão assim concedo,
As sortes são deveras merencórias.

As tardes entre tantas vãs e inglórias
Verdades desenhando esse degredo
O peso mais atroz que desde cedo
Moldasse tantas noites sem vitórias.

Arrefecendo o todo num instante,
O passo sem sentido não garante
Sequer o que eu buscara há tantos anos.

Não tenho mais sequer o quanto iluda
A vida se transforma e tão miúda
A sorte se promete em desenganos.

OCASOS

Ocasos entre enganos, o crepúsculo.
A vida não traria nova fonte
E mesmo quando a lua além desponte
O encanto não seria mais maiúsculo,

O tanto quanto possa em tal corpúsculo.
O verso se anuncia feito ponte
E gera no vazio este horizonte
Ao contrair na face cada músculo.

O tanto quanto possa e não mais busco,
Resumo o descaminho em ledo e brusco
Cenário sem certezas tão somente.

O prazo em derrocada, o fim de tudo,
E quando na verdade desiludo,
A vida noutra face sempre mente.

TANTAS ILUSÕES

Tramasse alguma luz aonde outrora
Apenas resumisse o verso rude.
E sei do quanto a vida tanto ilude
E a própria vastidão já me apavora,

Não quero acreditar nesta demora.
Nem sei do quanto possa em plenitude
Viver o tempo além da juventude
Enquanto o dia a dia enfim devora,

Os restos coletados no que há tanto
Gerasse na verdade o desencanto
Marcando o meu caminho em medo e dor,

Nas tantas ilusões nada me resta,
Somente a frágil luz adentra a fresta
Aonde quis outrora um refletor.

A SOLIDÃO

No quanto consistisse a solidão
A vida não traria novo prumo
E quando na verdade o medo assumo
Tomando noutra senda a direção,

Ao menos poderia desde então
Vencer o que em verdade tento e rumo
Somente no vazio ora me esfumo
E sigo sem sentido outra versão.

Meu passo se enredando no que um dia
Pudesse traduzir e não teria
Sequer qualquer momento após a queda,

A luta se enredando a cada engodo,
Meus passos entranhando em lama e lodo
Enquanto esta emoção toma e me seda.

SAUDADE INSANA

Não vejo qualquer fonte aonde eu possa
Traçar cada momento em raro brilho,
E quando na incerteza ora palmilho
A vida se desenha mesmo nossa.

A solidão expressa a rude fossa,
O coração atroz de um andarilho
O verso se transcende ao estribilho
E o meu caminho a sorte em paz endossa.

Vertendo esta nascente dentro da alma,
A luta com certeza já me acalma
E sei do meu anseio mais frequente,

No tanto que pudera e se apresente
Não quero mais temores nem fugaz
Momento que a saudade insana traz.

SEM JUÍZO

A vida se mostrasse num sorriso
Gerando o quanto pude acreditar
Nas tramas que tecesse este luar
Num dia mais suave e mais preciso,

E quando nos teus olhos me matizo
Sentindo o meu caminho azulejar
O rumo noutro prumo a se tomar,
O tempo desairoso e sem juízo.

Vestindo a sensação que mais pudesse
Trazer outra alegria a vida esquece
Os erros de um passado leviano,

E bebo esta promessa de futuro,
E quando noutro passo me asseguro,
Dos tantos caminhares já me ufano.

SEM CHANCES

Deveras não teria qualquer chance
De ter além do nada, uma esperança,
A vida que decerto enfim se lança
Somente este vazio agora alcance,

Olhando para trás, cada nuance
Expressaria a sorte em tal fiança
Aonde poderia uma mudança
O tanto que se quer por certo canse.

Não quero mais amor somente utópico,
O sonho se fizera macroscópico
E o tempo mesmo atípico tramasse,

O quanto da esperança posso vê-la,
Nos céus tomando a forma desta estrela
Que traz o teu sorriso em sua face.

APENAS DESENGANOS

Apenas desengano e nada mais,
Os erros são comuns e disto sei,
A sorte desenhada em leda grei
O quanto na verdade tu me trais,

Os olhos entre tantos demonstrais
E quando noutro fato desenhei
O mundo sem sentido, não terei,
As horas que tentara magistrais.

O vento ao penetrar cada janela
Aos poucos outro enredo me revela
E sei dos meus anseios mais profundos,

Vagasse sem sentido vida afora,
E quando a solidão enfim se aflora
Os dias são deveras vagabundos.

NOVO DESENGANO

Ainda quando a vida se fez tanta
Que nada mais pudesse sonegar
O passo noutro rumo a desenhar
A sorte aonde o todo agora espanta,

Ousando acreditar no que garanta
A luta sem saber onde aportar,
Meu barco se perdendo em pleno mar,
A vida noutra face se adianta.

Restando muito pouco do poeta
Que tanto quis a vida e se repleta
Nas tramas mais vulgares, dia a dia.

O verso sem sentido, a voz cansada,
De quem se fez há tanto em quase nada
E noutro desengano entranharia.

ALÉM DO SONHO

Não quero e nem pudera ter certeza
Do todo que me deste ou não negaste,
A vida se traduz neste contraste
E a sorte se lançando sobre a mesa.

O verso se espalhando sem surpresa
E o vento; na janela, mal notaste,
O quanto se anuncia e sendo um traste
Apenas trago olhar pleno em vileza.

Não quero e nem vivesse alguma luz
Ainda quando o todo reproduz
O preço a se pagar não dita a sorte

E o medo se anuncia após a queda
E quando o dia a dia se envereda
Além do sonho a vida me transporte...

SENTIMENTOS

Esgoto com palavras, sentimentos,
E sei dos meus momentos mais cruéis
A vida se envolvendo em rudes féis
E os olhos buscam cegos, por alentos,

Sentindo em minha face os tantos ventos,
Apresentando apenas os fiéis
Caminhos que tramassem meus corcéis
Nos mais libertos passos, pensamentos,

Carpindo cada ausência da esperança
O passo num compasso além avança
E trago o que se faça mais sutil,

O mundo noutro tom se percebendo.
A vida num anseio mais horrendo
Refaz o quanto o tempo destruiu.

VIDA E MORTE

Em rumos mais diversos, vida e morte,
Traduzem o que trago e mesmo vejo
O sonho quando pude benfazejo
Vencendo qualquer coisa que inda corte,

A vida reproduz o que comporte
Num átimo outro tempo ora prevejo
E sei de cada farsa e já revejo
O mundo se perdendo em ledo porte.

Não tento acreditar no que talvez
Gerasse o quanto o sonho se desfez
Nas tramas e nas redes da ilusão,

O verso sem traçar qualquer cenário,
O manto muito além do imaginário,
A sorte noutra senda e dimensão.

ENTRELACES

Passando pelos céus em tantas cores
Os sonhos entrelaçam várias vidas
E quanto mais deveras tu decidas
Aonde e com certeza ainda fores,

Verás a sensação das raras flores
E nelas outras sortes presumidas,
Enquanto na verdade mais acidas,
Esqueces noutro canto os teus amores.

Mas sei que neste engano costumeiro,
O tempo se mostrara companheiro
De quem procura apenas um lugar,

A vida noutra face se esvaíra
E o quanto se perdera em tal mentira
Não deixa nem sequer mais respirar.

UM CANTO

Um canto que trouxesse alguma sorte
A quem se faz diverso e sonhador,
Gerando o quanto possa em claro ardor,
E nisto o todo apenas mal comporte,

O verso mais suave, o próprio corte,
Reúno com ternura e sem rancor
Vencido pelas tramas deste amor
Que tanto me maltrate e me conforte.

Já nada mais restasse além do fato
Que tanto quanto possa enfim constato,
Num átimo vagando em céu brumoso,

O mundo num crepúsculo se vendo,
O sonho se tornara algum remendo
E o passo noutro engodo, caprichoso.

SUPERNAS ILUSÕES

Amor crisalidando esta verdade
Supernas ilusões domando o peito,
E quando no vazio ora me deito,
Apenas trago viva esta saudade,

Aonde poderia a liberdade,
Somente o que desejo e mesmo aceito,
No fundo cada ser tem o direito
De ter o quanto quer e mesmo agrade,

Apresentar os erros de quem sonha,
A luta se mostrara ora enfadonha
E o fim se aproximando lentamente.

No ocaso sem sentido percebesse
O quanto deste todo merecesse
A sorte que deveras não desmente...

O PESO DE UMA VIDA

Ouvindo a velha voz que me acompanha
Há tanto desde quando te perdi,
Traduz o que em verdade trago aqui
E sei da solidão em rude sanha,

O passo sem sentido, a vida estranha,
E tento acreditar, mas percebi
O quanto poderia e vivo em ti,
O tempo sem proveito em vã campanha.

O peso de uma vida me envergando,
Já não pergunta mais nem como ou quando
Apenas expressasse o que inda resta.

O verso- sobretudo- traduzisse
Além do quanto reste em tal mesmice
A sórdida expressão em riso e festa.

CONTRARIANDO O PASSO

Contrariando o passo sigo apenas
Vagando sem saber onde há descanso,
E quando na verdade o nada alcanço
Aos poucos sem sentido me envenenas,

As emoções que –um dia- fossem plenas,
O medo sobre o qual ora me lanço,
Após tanta procura e sem remanso,
As velhas emoções jamais serenas.

Os cantos e os vestígios do que há tanto
Pudera imaginar e não garanto
Resultam deste infausto caminhar,

A sorte mais sutil em dor e pranto,
O todo se traduz em mero espanto,
E a vida não se possa trafegar...

LEDA DIMENSÃO

Já não pudera crer no que viesse
Gerando novo tempo ou mesmo ainda
A sorte que tentara e se deslinda
Traçando a solidão em rude messe.

No tempo que deveras não se esquece
A senda mais atroz, a dor que finda,
A luta sem sentido o tempo blinda?
Mas tal insegurança me entorpece.

Pousando após a velha turbulência
O mundo na verdade dá ciência
Do fato sem sentido e sem razão,

O quanto poderia e não viera,
A solidão se expressa e mais sincera
A sorte traça a leda dimensão.

AS NOSSAS EMOÇÕES

As nossas emoções se perdem quando
A vida sem sentido traça o fim,
E vejo tão somente dentro em mim
O todo noutra face se negando.

Pousando noutro enredo, bem mais brando,
O quanto se pudera sei que vim
Marcando o que inda reste e sendo assim,
Aos poucos noutro rumo trafegando.

Agravos entre engodos, desenganos,
Enquanto se pensasse em novos planos,
Os erros se acumulam e vou só.

Do tanto quanto quis e não havia
Apenas o que resta, a fantasia,
Expressa em minha vida, o medo, o pó.

FRENESI

A vida traz no tanto o quanto reste
Das mesmas ilusões quando as vivi,
E sei desta loucura em frenesi
Num tempo mais dorido, mais agreste.

E quantas vezes tento e não mais geste
O verso sem sentido. Percebi
O tanto que existisse dentro em ti,
Enquanto a solidão ao fim se preste.

Não quero outra palavra que redima,
Tampouco outro momento em novo clima,
Resumos destes erros costumeiros.

Ainda que se faça de repente
O mundo na verdade ora inclemente
Transcende aos meus anseios derradeiros.

FRENESI

A vida traz no tanto o quanto reste
Das mesmas ilusões quando as vivi,
E sei desta loucura em frenesi
Num tempo mais dorido, mais agreste.

E quantas vezes tento e não mais geste
O verso sem sentido. Percebi
O tanto que existisse dentro em ti,
Enquanto a solidão ao fim se preste.

Não quero outra palavra que redima,
Tampouco outro momento em novo clima,
Resumos destes erros costumeiros.

Ainda que se faça de repente
O mundo na verdade ora inclemente
Transcende aos meus anseios derradeiros.

ONDE APORTAR

Consagro a quem se fez um pouco além
O verso sem proveito e mesmo insisto
No quanto se perceba e sei quanto isto
Transcende o que em verdade nada tem.

O mundo se anuncia e quando vem
A luta noutro tom, decerto visto,
O prazo determina e se persisto,
A sorte se traduz neste desdém.

Resumos de outros tantos dias vagos,
As noites acumulam seus estragos
E os bêbados caminham bar em bar,

A lua derramando argênteos tons,
Ao longe se misturam vários sons,
Procuro num momento, onde aportar.

FEITO UM LOUCO

Fizera-se do nada este caminho
Aonde o que se tem não mais produz
Sequer o quanto possa em rara luz,
Bebendo em tua boca o doce vinho.

Não quero e nem pudera mais mesquinho
Vencer o que deveras não propus,
A luta se desenha e o fim me induz
Ao quanto poderia ser daninho.

Esgoto velhos temas, busco a sorte
Que tanto quanto possa nos conforte
Ou mesmo me alentasse mais um pouco,

Mas quando me percebo sem defesas,
Seguindo contra as tantas correntezas,
Vagando sem destino, feito um louco...

FRESTAS

Sugando das goteiras meu sustento
Estrelas invadindo pelas frestas
O quanto na verdade sei que emprestas
Do teu amor a quem se faz atento,

E vendo outro caminho, mesmo tento,
Seguir outras veredas que ora gestas
Vagando pelas tramas mais funestas
Grassando em pleno medo e sofrimento.

Apenas outra sorte desdenhada,
A face muitas vezes desolada
De quem se fez em nada e se perdeu,

O tanto se imagina no vazio,
Somente o quanto trago ora desfio
Mostrando um mundo amargo, porém meu.

RESTOS DO AMOR

Desfrutando dos restos deste amor,
Vivendo rapineiro como há tanto
Gerasse o dia a dia em raro canto,
Vagando sem destino este condor.

As tramas de um momento redentor,
O olhar se empapuçando, dor e pranto,
E quando na verdade não garanto
Sequer o quanto possa um refletor.

Grassando em noite escura, sem destino,
Aos poucos sem certeza mal domino
O todo que se fez sem mais proveito.

E vendo a mesma face da quimera,
Apenas o vazio a vida espera,
E mesmo sem proveito algum, aceito.

INCERTEZA

Quem tem uma incerteza não concebe
O quanto é necessário ter firmeza
No mundo aonde a vida em correnteza
Do nada ao próprio nada ora se embebe,

A velha sensação na torpe sebe
Açoda-me deveras tal surpresa
Desta alma que pensara estar ilesa,
E no final o vago em si percebe,

Recebo tão somente este vazio
E quando noutros passos desafio
O vórtice que a vida me prepara.

Repare cada estrela e veja como
O tanto que perdera já não domo,
Nem mesmo a noite um dia bem mais clara.

CONSOLO

Ficando por consolo tão somente
O que inda poderia ter e nada
Traduz a sensação mais desejada
Embora o quanto queira; não desmente.

O mundo sem saber o que se sente,
A sorte noutra face desregrada,
A vida sem sentido, desenhada,
Gerando a cada engano outra torrente.

Não vejo e nem pudera imaginar
Além do quanto tente este luar
Tocando e prateando o meu caminho,

Nos ermos de minha alma solitária
A imagem de uma leda luminária,
Não deixa que eu prossiga em vão, sozinho.

O QUANTO ME RESTARA EM ILUSÃO

Deixando que esta vida trague apenas
O quanto me restara em ilusão,
Os dias mais ferozes moldarão
O tanto que não queres e condenas,

As lutas noutros fatos, velhas cenas,
A morte molda o ritmo da estação,
E vejo em cada farsa, outro vagão,
E nisto pouco a pouco me envenenas.

Restando dentro em nós este não ser
E o mundo desenhado em desprazer,
Na fúria que não posso mais calar

Meu prazo terminando e a vida segue,
Sequer uma emoção amor consegue
E a sorte enfim percebo desabar.

RESTOS

Ao menos um restolho sobraria
Do quanto houvera em sonho ou mesmo após
A luta neste tom rude e feroz
Grassando em plena farsa, dia a dia,

O mundo se perdendo, e a sintonia,
Que tanto desejara viva em nós
Expressa na verdade o quanto atroz
Movendo o que deveras restaria.

Não quero acreditar noutra passagem
Amor não poderia ser miragem
Arcando com meus erros tão somente,

O vento que nos toca mansamente,
Agora se espalhando para além
E a tempestade intensa logo vem...

RESTOS

Ao menos um restolho sobraria
Do quanto houvera em sonho ou mesmo após
A luta neste tom rude e feroz
Grassando em plena farsa, dia a dia,

O mundo se perdendo, e a sintonia,
Que tanto desejara viva em nós
Expressa na verdade o quanto atroz
Movendo o que deveras restaria.

Não quero acreditar noutra passagem
Amor não poderia ser miragem
Arcando com meus erros tão somente,

O vento que nos toca mansamente,
Agora se espalhando para além
E a tempestade intensa logo vem...

A VERDADEIRA FACE

Que faça demonstrar a quem caminha
Um canto aonde possa descansar,
A luta noutro tom a nos guiar,
Expressa a face atroz, feroz, daninha.

A noite poderia ser tão minha
Bebendo cada raio de um luar
Tocando com brandura o imenso mar,
Porém a solidão se faz mesquinha.

Não quero e nem pudera ser além
Do tanto quanto resta e sei que vem
Avassalando tudo que encontrasse.

Qual fora um cataclismo sem igual,
O mundo neste rumo tão venal
Demonstra a verdadeira e rude face.

ALÉM DA SOLIDÃO

Se resta alguma hipótese eu não sei,
Apenas poderia ter nas mãos
Além da solidão dos tantos nãos
Uma esperança a mais; mas não terei.

A sórdida expressão se torna a lei
Gerando no caminho os rudes vãos,
Cevar sem ter sequer adubos, grãos,
No fundo nada além eu colherei.

Somente o que se fez em aridez
No tanto quanto amor logo desfez
Grassando sobre o solo ora infecundo.

E quando no passado me aprofundo,
Presumo tão somente o mesmo fim,
Matando o que restara ainda em mim.

AMOR DEMAIS

Que aquela a quem amei, ao menos diga
Do amor quando se fez mesmo demais
E os dias entre tantos temporais,
Buscando uma palavra mais amiga,

A própria sensação que desabriga
Os olhos entre ritos funerais,
E quando na verdade tu me trais,
A solidão invade e assim prossiga.

Não quero acreditar neste vazio
Enquanto novo sonho eu propicio
E tento qualquer cais após procela,

Vestígios de uma vida que se fora
Minha alma tantas vezes sonhadora,
Agora sem sentido se revela.

VAGANDO SEM DESTINO

Pedindo por amor ou caridade,
Vagando sem destino em noite fria,
Trazendo em teu olhar a poesia,
Vivendo o quanto resta em claridade.

No quanto a solidão toma e te invade,
Marcando muito além do que podia,
Traçando este caminho em agonia,
Cessando num momento a liberdade.

Gerasse pelo menos a esperança,
Que ao ver-te no vazio ora se lança
E segue noutras trilhas bem diversas.

O tempo corroendo o quanto existe
De um velho coração amargo e triste,
Nas sendas sem descanso onde tu versas.

NA SARJETA

Minha alma mendigando na sarjeta
Procura algum alento, pelo menos,
Quem sabe dias mansos e serenos
Enquanto uma loucura eu não cometa,

E quando no passado me arremeta
Provando da existência seus venenos,
Os dias que pensara serem plenos,
Felicidade vaga qual cometa

Quem sabe qualquer dia ainda veja
Depois de tanto tempo em vã peleja
A sorte mais airosa e mais feliz.

Mas quando a solidão surge e domina,
A fonte que seria cristalina
Ao mesmo instante seca e me desdiz.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

AS TRAMAS DESTE ENCANTO

Ao menos poderia acreditar
Nas tramas que este encanto nos concede
E sei da solidão e nada impede
A morte quando insiste em nos rondar.

Versando sem saber onde encontrar
O todo que talvez já se enverede
Nas sendas onde o tempo mal procede
Ousando neste torpe caminhar,

Repare cada engano e veja bem
O quanto da esperança não contém
O tanto que se lança no vazio.

E quando se imagina melhor sorte
A vida novamente desconforte
E traz este tormento mais sombrio.

QUISERA ACREDITAR

Quisera acreditar quando vieste
Tocando com ternura o que inda resta
Da sorte desejada em clara fresta
Trazendo o mais suave azul celeste.

O manto que em verdade me trouxeste
A luta sem proveito não se presta
Ao quanto poderia em rara festa
Deixando este caminho agora agreste.

Na extensa sensação de nada ser,
A queda se anuncia e posso ver
Apenas o que trama novo empenho,

E sendo de tal forma coercível
O mundo se proponha mais incrível,
Porém ensimesmado ora o desdenho.

DESVALIDO

Quisera após o tanto, pelo menos
Momentos mais suaves. Nada vem.
O quase se traduz em tal desdém
E bebo em tua boca tais venenos.

Os sonhos que se façam mais amenos
Apenas resumindo e me convém
Saber que após a queda mais ninguém
Vivesse sonhos claros, mansos, plenos.

Acordo e não prossigo mesmo quando
O mundo noutro rumo se enfronhando
Administrando o passo sem sentido,

O quanto pude crer e não viesse
Tramasse no final a rude messe
De um todo noutro tom, já desvalido.

DESVALIDO

Quisera após o tanto, pelo menos
Momentos mais suaves. Nada vem.
O quase se traduz em tal desdém
E bebo em tua boca tais venenos.

Os sonhos que se façam mais amenos
Apenas resumindo e me convém
Saber que após a queda mais ninguém
Vivesse sonhos claros, mansos, plenos.

Acordo e não prossigo mesmo quando
O mundo noutro rumo se enfronhando
Administrando o passo sem sentido,

O quanto pude crer e não viesse
Tramasse no final a rude messe
De um todo noutro tom, já desvalido.

ULTIMATO

Num dia que se fez este ultimato
O tempo se presume em rota atroz
E sei do que denota o tom feroz
Do amor quando decerto não constato.

Ainda em tantas vezes me maltrato,
Redimo os meus anseios, trago após
O marco mais dorido e sei dos nós
Que há tempos sem saber tanto desato.

Legados recebidos de outras eras
Enquanto na verdade nada esperas
Aguardo tão somente o fim do jogo.

Vestindo toda a rara hipocrisia
O tempo com certeza não viria
Cessando desde já, sublime fogo.

UM NOVO CAMINHAR

Jogando para trás o quanto tenha
Da luta sem sentido e sem segredo,
Ainda quando muito em paz procedo
Tentando da esperança rara ordenha.

O manto consagrado sempre venha
Tramando o que se quer e desde cedo
A sorte se transforma em novo enredo
E eleva o pensamento em alta penha.

Restituindo enfim esta ventura
De quem se fez além do que procura
Marcando com ternura o verso e o sonho,

Melífera expressão do raro amor,
E seja com certeza como for,
Um novo caminhar, enfim proponho.

VISCERAIS ANSEIOS

Já não mais caberia qualquer sorte
Enquanto o vento toque teus cabelos,
Momentos entre medos, vãos apelos,
Sem nada que deveras me conforte.

A vida se perdendo sem um norte,
Caminhos tão diversos e sabê-los
Traduz o quanto possa concebê-los
No todo que deveras me comporte,

Jogando sobre as rocas o navio,
O tempo tantas vezes desafio
E viscerais anseios são meus totens,

E quando na verdade nada resta,
Senão esta versão dura e funesta,
Ao menos noutros sonhos tu já vens.

SENDA MERENCÓRIA

Não mais que meramente fiz o verso
Pensando no caminho a se escolher,
A vida traduzisse algum prazer
Enquanto sobre o nada desconverso.

Ainda quando vejo e sigo imerso
Tateio noutro rumo ao bel prazer
Do quanto poderia e deve ser
O todo que decerto em vão disperso.

Não quero apenas isso, quero o sonho.
E sei do quanto possa e recomponho
Este Eldorado feito em luz e glória,

Mas tudo se perdendo num momento,
Apenas encontrando o desalento,
Pousando nesta senda merencória...

PROCURO PELOS RASTROS

Navego contra a fúria destas ondas
E tento algum instante mais tranquilo,
E quando neste mar busco e desfilo
Presumo aonde e como agora escondas,

As tramas entre tantas, quando sondas,
Marcando a cada passo outro vacilo,
O verso que traria algum estilo,
Traduz o quanto em nada correspondas.

Vestígios que deixaste pelas ruas,
Embora não caminhes, já flutuas,
Cadenciando a vida mansamente,

Procuro pelos rastros e te vejo,
Num átimo, mergulho no desejo,
E a vida mais sublime se apresente.

CARTAS EXPOSTAS

Um gole da aguardente, o bar, a noite,
O medo do abandono e a voz macia
De quem há tanto tempo poderia
Vencer a tempestade que me açoite.

Enquanto a realidade de um pernoite
Expressa tão somente esta agonia,
O vento torna a vida bem mais fria,
Sem ter quem me proteja ou mesmo acoite.

E nisto se proclama num ditame
O quanto poderia e não se mais clame
Uma alma sem valia, sem certezas.

As cartas sendo expostas, velhas mesas,
Um canto que se escuta ao longe traz
A dor sem mais sentido. Contumaz.

CARTAS EXPOSTAS

Um gole da aguardente, o bar, a noite,
O medo do abandono e a voz macia
De quem há tanto tempo poderia
Vencer a tempestade que me açoite.

Enquanto a realidade de um pernoite
Expressa tão somente esta agonia,
O vento torna a vida bem mais fria,
Sem ter quem me proteja ou mesmo acoite.

E nisto se proclama num ditame
O quanto poderia e não se mais clame
Uma alma sem valia, sem certezas.

As cartas sendo expostas, velhas mesas,
Um canto que se escuta ao longe traz
A dor sem mais sentido. Contumaz.

MERGULHO

Num átimo um mergulho se fizera
Gerando a sensação sutil ou rude
Do quanto na verdade desilude
A vida em tempestade, vil quimera,

A sorte poderia mais sincera,
Traçar com tal ternura a plenitude,
Mas deixo para trás a juventude
E apenas a mortalha inda me espera.

Não quero e nem pudesse ser diverso
Meu mundo noutro engodo, rude verso,
Expresso a solidão e sendo assim,

Pousando mansamente no vazio,
O tanto quanto possa desafio
Olhando no princípio, o meio e o fim.

VERSO SEM PROVEITO

Ainda que pudesse ter no olhar
A fonte iridescente da emoção,
O tempo se mostrara desde então
Qual fora um barco imerso em pleno mar,

Aonde sem saber como ancorar
Há tempos já perdendo o seu timão,
A luta se moldando e o sonho em vão,
Um cais jamais pudesse se mostrar.

Ousando crer nas tramas que tu teces,
E ver neste não ser raras benesses
Embora saiba bem do quanto reste,

O verso sem proveito, encanto vago,
O mundo noutro tom quando divago
Enfrenta a solidão, temível peste.

OS OLHOS NO FUTURO

As fases mais diversas, todas nossas
As tramas tão cruéis e me embaraço
Tentando revolver em cada traço
As noites que deveras tu te apossas

E sei da fantasia quando adoças,
O tempo sem ter tempo segue lasso,
O mundo não teria este cansaço
E nem meus versos sirvam mais de troças.

Os olhos no futuro, no horizonte
E quando além um sol belo desponte
Resumo o quanto quis em galhardia,

Mas quando me percebo solitário,
A luta traz o medo necessário
Enquanto o que me resta, eu perderia.

VIVER O QUANTO RESTA

Já nada mais pudesse sem talvez
Viver o quanto resta claramente,
Enquanto a redenção não se apresente,
O mundo que eu sonhara se desfez.

Sacrílego momento onde tu vês
A face mais audaz e imprevidente,
O manto se transforma plenamente
E gera no vazio esta altivez.

Resumos que pudessem verdadeiros,
Os dias são deveras companheiros
Dos ermos descaminhos vida afora,

Apresentando apenas a lembrança
Enquanto o dia a dia sempre cansa
Quem sabe da emoção e desarvora.

DESENLACE

Nada mais se vendo quando
O momento desfiasse
A verdade desabando
Num temido desenlace,

O meu tempo se tornando
A certeza deste impasse,
O caminho mais infando,
Pouco a pouco se mostrasse.

Resumindo cada fato
No que possa traduzir
Se decerto o que constato

Transformasse o meu porvir,
Neste todo o mais ingrato
Traça o quanto inda há de vir...

TRADUZIR

Respirando o quanto possa
Traduzir felicidade,
Onde a vida fosse nossa
Onde o sonho em paz invade,

Não suporto a velha troça
Nem o quanto em liberdade
A palavra não endossa,
Mata a plena claridade.

No caminho do verdugo
Outra face desditosa,
Não suporto qualquer jugo

Desta vida caprichosa,
E o que possa ser diverso
Expressasse em cada verso.

A VERDADE

A verdade se transforma
No que possa de repente
Traduzir a nova forma
Que o meu verso agora tente,

O que a vida ora deforma,
Pousa além, impertinente,
Não concebe o quanto informa
Noutro sonho, imprevidente.

Meu caminho pelo mundo,
Na verdade não mais traço,
Quando em versos eu me inundo,

Procurando algum espaço,
Coração tão vagabundo,
Num anseio, rude e escasso.

O MEU CANTO

O meu canto poderia
Noutro tom trazer a luz
Ou quem sabe a fantasia
Que esperança reproduz,

No meu passo em sincronia,
A verdade não faz jus
Ao que tanto mais queria,
Mas ao nada se reduz.

Vejo apenas o que trago
De esperança no meu peito,
Procurando algum afago,

Sigo a vida deste jeito,
Coletando novo estrago,
Noutro sonho já desfeito.

QUALQUER CENA

Jamais se imaginasse qualquer cena
Aonde a vida possa me trazer
Quem sabe após o tanto desprazer
Certeza de uma sorte mais amena,

Enquanto o dia a dia me condena
A luta, desenhada eu posso ver,
Na fúria deste sonho a se perder,
No quanto esta emoção tanto envenena.

Meu canto sem proveito e sem razão,
Traduz os dias rudes que verão
Depois desta bonança a tempestade,

Meu mundo sem sentido nada trama
Senão a sensação de um duro drama
Enquanto uma ilusão além se evade.

SEMENTES

Sementes espalhadas pelo solo,
Os grãos já não trariam qualquer fruto,
E sei do quanto possa e não reluto,
A vida traz em si temível dolo.

E quando na verdade o quanto assolo
Enquanto esta emoção teimo e permuto,
O medo noutro passo ora absoluto
Redunda no que vejo e enfim me imolo.

Pousando mansamente no deserto
Que tanto me trouxeste e se desperto,
Apenas vejo a sombra do passado

Resumos desta vida sem proveito,
E mesmo quando o fim, em paz, aceito,
Aos poucos dos teus braços já me evado.

MERA REFERÊNCIA

Quem faz da luta mera referência
Dos dias onde tanto desejara
Vencer a solidão desta seara
Marcada tão somente em vã ciência,

Não quero nem pudera a imprevidência
Da sorte mais atroz e mesmo amara,
Na farsa que este verso ora escancara
A luta toma toda a consciência,

Não posso acreditar que reste um sonho
Enquanto o dia a dia não componho
Senão nesta ilusão que desafio.

De tudo o que restara vivo em mim,
Acendo na verdade este estopim,
E vejo a pequenez deste pavio.

APENAS O VAZIO

Já não coubera mais saber do quanto
Resiste dentro da alma esta esperança
De um dia demonstrar o quanto cansa
A luta no vazio, em desencanto,

Meu mundo se anuncia e sei do pranto
Trazendo dentro da alma esta lembrança
Que o verso moldaria em confiança
E sei que no final nada garanto.

Restauras o que outrora fora além
E sei quando em verdade o quanto vem
Não mais me mostraria soluções.

Revoltas entre tramas mais dispersas
E quando noutro rumo tentas, versas,
Apenas o vazio ora me expões.

MEU TEMPO...

Meu tempo se transforma em tempestade
E nada mais pudesse quem porfia,
A luta traz em si farta agonia
E o sonho pouco a pouco se degrade,

Ainda quando quis felicidade,
No fundo sei que nada mais havia,
Somente a sensação que me traria
De todos os meus passos, vã saudade.

Reato com passado laço e nó,
Agora me percebo bem mais só
E tento pelo menos este alento

Não vejo qualquer chance de mudança
E o canto no vazio ora se lança
Enquanto um novo espaço, tolo, eu tento...

A VIDA SEM SENTIDO

No quanto poderia a vida sem sentido
Traçar em ar sutil o verso mais sublime
Ainda quando a sorte enfim toma e redime
Pousando mansamente aonde em paz decido,

Refaço o meu caminho e mesmo quando olvido
Encontro a solidão e nela o que suprime
Meu tempo de sonhar enquanto a sorte exprime.
Marcasse com volúpia o tempo ora perdido.

Não quero o quanto pude e nem talvez coubesse
A vida em tempestade e o todo em rude prece,
Mas quero ser feliz e o sonho não me basta,

A lua se evadindo, a senda mais escura.
Tramando o que em verdade apenas emoldura
A face mais feroz em pesadelos gasta.
28/07/2011



Mesmo que inconstante coração
Domine o pensamento num cenário
Por vezes, quase sempre, solitário
Os dias noutros termos se verão,
A venda nega a rota e escuridão
Deixando o meu caminho agora vário
Restando muito pouco, o necessário
Que possa retratar a imensidão
De um verso sem sentido ou mesmo rude
Vivendo muito mais do quanto pude
Tramando o que tentara noutro enredo,
E quando mansamente eu me concedo,
Condeno meu momento aos mais sutis
Tormentos sonegando o quanto eu quis.

CADENCIANDO A VIDA

Cadenciando a vida de tal forma
Que nada impediria novo passo,
E quando na verdade o sonho eu traço,
A vida noutro tom já se transforma,

O dia a dia aos poucos nos deforma
E bebo do que possa e se desfaço
O verso noutro tom em rude espaço
A luta se desenha em vaga norma.

Se eu tento desvendar algum mistério
No fundo o coração feito em minério
Na frialdade espúria do granito,

Encontra nos teus braços o vazio,
E o tempo se moldando tão sombrio,
Expressa o nosso amor, tolo e finito.

UM MEDO VORAZ

Um medo tão sutil quanto voraz
E a parte que me coube se esvaindo,
O tempo imaginado outrora infindo,
Agora noutro rumo se desfaz.

Gerasse o que pudesse mais tenaz
E o peso me envergando, destruindo,
Minha esperança; aos poucos, já puindo,
O todo que pensara pertinaz.

Reparo cada fato e nisto posso
Traçar o devaneio e sei que é nosso
O pouco ou quase nada, o quanto resta.

No fundo o que pudera ser diverso
Expressa este caminho e nele eu verso
Tentando aproveitar mínima fresta.

UM MEDO VORAZ

Um medo tão sutil quanto voraz
E a parte que me coube se esvaindo,
O tempo imaginado outrora infindo,
Agora noutro rumo se desfaz.

Gerasse o que pudesse mais tenaz
E o peso me envergando, destruindo,
Minha esperança; aos poucos, já puindo,
O todo que pensara pertinaz.

Reparo cada fato e nisto posso
Traçar o devaneio e sei que é nosso
O pouco ou quase nada, o quanto resta.

No fundo o que pudera ser diverso
Expressa este caminho e nele eu verso
Tentando aproveitar mínima fresta.

UM MOMENTO MAIS SUAVE

Restando o quanto possa acreditar
Ou mesmo num momento mais suave,
A vida com certeza não agrave
O medo sem ter nada a se mostrar,

Resumos de uma luta a divagar
O peso sobre as costas, rude trave,
E quanto mais se tente a espúria nave
Não tem sequer nem mesmo onde ancorar.

Meu tempo se perdera sem proveito,
E o cântico se faz enquanto ajeito
Meu peito sem saber de alguma sorte,

No fundo o que me resta: este vazio,
Que a cada novo passo desafio,
Sem nada que deveras me suporte.

O CANTO MAIS SUAVE

O canto mais suave atado aos pés
Vencendo as tempestades costumeiras
E nele o que permite que tu queiras
Traçar a própria vida de viés,

Na dura sensação, firmes galés,
As sortes com certeza derradeiras
E as noites dos anseios garimpeiras
Ditando na verdade por quem és.

O mundo sem sentido e sem razão,
A luta se moldara desde então
Restando muito pouco ou quase nada

Da luta que se faça mais sutil,
E o vento noutro rumo não previu
A sorte tantas vezes depredada.

O VENTO ME TOCANDO

O vento mansamente nos tocando,
Transborda o coração enlouquecido
Galgando o quanto possa e não duvido
Do todo noutro tom audaz ou brando.

Meu canto no final se desenhando
O mundo sem saber de algum sentido,
Encontra o quanto veja presumido
Jogado pelos cantos, como e quando.

Não quero acreditar noutra versão
E sei do quanto possa em precisão
Tentar o meu caminho mais sutil,

O vento me tocando suavemente
Enquanto o próprio sonho ora se ausente
Marcando o que deveras não previu.

TRAMAS

Não sei se devo mesmo ter nas mãos
Os dias que tentasse após o fato
Gerando a solidão que ora constato
Adentrando o vazio em ledos vãos,

As tramas entre tantas, podres grãos,
O todo noutro engodo mal retrato,
E o passo se presume neste ingrato
Cenário feito em erros, medos, nãos.

Escuto o mar tocando a bela praia
E o quanto se tentara já me traia,
Enquanto o que cerzira se puísse.

O amor não fora além de mero engano,
E quanto mais na vida, enfim, me dano,
Percebo ser o sonho uma tolice.

RESTANDO MUITO POUCO

Restando muito pouco do que um dia
Gerasse novo sonho e se perdeu,
O mundo que pensara fosse meu
A cada passo além já se esvaía.

A sorte tantas vezes mais sombria,
O quanto noutro tom diz apogeu,
Mergulho neste imenso e turvo breu,
Tentando pelo menos, poesia.

A vida não traria qualquer sorte,
Ainda que deveras me suporte
O corte se anuncia após o nada,

Vestindo a fantasia mais vulgar,
O quanto poderia enfim amar,
Redunda no vazio desta estrada.

CONTRA TODAS AS EVIDÊNCIAS

Navego contra tantas evidências
Ousando nas borrascas, procurar,
Algum lugar e tento desenhar
As sortes em diversas coincidências.

O quanto nas sutis impertinências
Expressaria a vida feita em mar
Jogado sobre nós este luar
Negando o quanto possa em vãs ciências.

Demente sensação do amor lunático,
Desejo pelo menos ser mais prático
E creio noutra face venturosa,

Mas sei da tempestade e da bonança
E o passo sem sentido já me cansa,
Enquanto o fim de tudo se antegoza.

APÓS O TÚNEL

Presumo após o túnel, claridade,
E sei que na verdade nada existe,
Uma ilusão carrego e se persiste,
O sonho mansamente ainda invade,

O quanto desejei em liberdade
O mundo mesmo atroz deveras triste,
A luta não sossega e não desiste,
O norte se perdendo atrás da grade.

Meu pensamento segue além e mítico
O velho coração agora arrítmico
Expressa o quanto quis em tom poético,

No fundo o que me resta pouco importa,
Apenas vislumbrando além da porta
Um mundo sem certezas, mesmo cético.

A QUEDA EU VEJO

No passo mais audaz, a queda eu vejo,
E sinto que em verdade o nada doma
O todo quanto pude em mera soma,
E nisto o pensamento é qual lampejo,

A vida tantas vezes traz em pejo
E nos impele a crer nesta redoma,
E quando a poesia em si assoma
Vestindo a solidão a cada ensejo.

Rusticidade expressa o quanto tenho,
E vejo sem sentido o desempenho
Da luta sem proveito, vil batalha,

Meu canto em sensação torpe e vazia
Tentara o que deveras não teria
Enquanto a dor invade e logo espalha.

NOS OLHOS DA SERPENTE

Ainda que se tente ver o quanto
Meu mundo não pudera ser diverso
Tentara acreditar no mais disperso
Caminho que gerasse algum encanto,

E quando na verdade me quebranto,
Ou tanto quanto possa desconverso,
O dia se moldara mais perverso,
Deixando como marca a dor e o pranto.

Negar o meu anseio e ser assim,
O todo resumido dentro em mim
E vejo refletida esta ilusão,

Nos olhos da serpente atocaiada,
O tanto que eu queria deu em nada,
Sequer noutra verdade, outra versão.

O MEU SAVEIRO

Jogado sobre as pedras deste cais,
O meu saveiro espelha este destino
E quando em solidão eu me alucino
A vida refletindo o quanto trais.

Os olhos procurando por cristais
Aonde quis um sonho em desatino,
Promessa de outro tom diamantino
Embora os dias sejam tão banais.

Jamais imaginasse qualquer rumo
Diverso do que tento e mesmo assumo,
Vestindo a farsa intensa: poesia.

Meu prazo se esgotando dia a dia,
E quando na verdade busco o prumo,
A queda noutro passo se anuncia.

LIMITES E FRONTEIRAS

Limites e fronteiras: queda e sonho,
A parte que nos coube nada vale
Da imensa cordilheira vejo o vale
E a queda num instante recomponho.

Alçando o Paraíso eu me proponho
E sei do quanto a vida em paz exale
O todo que procuro e nada cale
O mundo mais suave e até risonho.

Opacas noites vagas luas nossas,
E quando na verdade me destroças
Restauras os meus ermos caminhares.

Resisto ao quanto possa e nada tendo
Apenas o momento que, estupendo,
Traduz o que deveras mal notares.

MEU VERSO NOUTRO RUMO

Um dia talvez seja o que me baste,
Nem mesmo outro momento se reflita
No quanto a solidão versa infinita
E o tempo desenhasse tal contraste,

Não tento acreditar neste desbaste
Nem mesmo na palavra mais aflita
Somente o que em verdade traz desdita
Ou nega do caminho a base, uma haste.

O medo se expressando no vazio,
O canto que deveras já recrio
Desencantando o quanto pude ver,

No todo se perdendo sem sentido,
O mundo que desejo agora olvido
Meu verso noutro rumo a se perder...

VERSANDO SOBRE A SORTE

Havia muito além do que se tente
Versando sobre a sorte de quem ama,
A luta noutro rumo traz a chama
E nisto outro cenário impertinente,

Vestígios do que a vida agora invente
Num ato aonde o todo já reclama
E o medo desenhando a mera trama
Repara cada verso que inda alente.

Aumentam-se deveras os temores
E quando na verdade além tu fores
Verás os meus resquícios no caminho

E os rastros que tu segues num instante
Trarão ao teu olhar o que se espante
Num ato tão atroz quanto mesquinho.

NOVO ENGANO

Não vejo e nem tivera a precaução
De crer ser mais possível novo engano,
O verso com denodo ou mais profano
Transforma o sentimento em eclosão.

Crisalidada sorte desde então,
Superna fantasia em cada plano,
O sonho aonde possa e se me ufano
Expresso dias claros que virão.

Olhando para trás o que inda vejo
Traduz a mesma fúria onde o desejo
Prevendo o fim do jogo renuncia

Ao tanto que se queira ou mesmo até
Vivendo na inconstância da maré
Encontra noutro rumo a poesia.

DIVERSOS SONHOS

Entre os diversos sonhos que acalento,
O tempo não coubera dentro em nós
O mundo na verdade nosso algoz
E o canto que entoaste meu alento.

E quando algum momento; ainda eu tento,
Enquanto ali pudera ou mesmo após
Tentando que se escute a mansa voz,
Perdida sem sentido em ledo vento.

Restituindo o passo que pudera
Gestando dentro da alma a primavera
Espero pelo menos a colheita

Do tanto que cultivo e mesmo busco,
Em meio ao mais soturno lusco fusco
E a sorte noutra face se deleita.

NEGAR O QUANTO RESTE

Negar o quanto reste e crer apenas
Nas mesmas emoções que não teria
Quem vive a mais completa sintonia
Ousando noutro tom, diversas cenas.

As horas mais suaves, mesmo plenas,
A noite sem sentido ou tão sombria,
O verso que deveras tomaria
O tanto quanto queres ou condenas.

Cadeias nos atando, amor e medo,
Aonde nos teus braços me concedo
Invisto cada verso no futuro,

E sei do desafeto demonstrado
Enquanto noutro rumo já me evado,
Apenas o não ser; eu configuro.

O NOSSO MUNDO

O mundo que em verdade se fez nosso
Agora desabando pouco a pouco,
E nesta solidão já me treslouco
E tento a solução, mas nada posso.

E quando da ilusão, enfim me aposso,
O tanto que pudera é muito pouco,
E sigo pela vida feito um mouco
Sem nada mais ouvir o nada endosso.

Vestindo a mesma farsa tão atípica
Espero uma presença quase mítica
De quem se faz deidade e me conduz

Aos tantos e diversos elementos,
Traçando muito além dos pensamentos
A própria persistência em sonho e luz.

O NOSSO MUNDO

O mundo que em verdade se fez nosso
Agora desabando pouco a pouco,
E nesta solidão já me treslouco
E tento a solução, mas nada posso.

E quando da ilusão, enfim me aposso,
O tanto que pudera é muito pouco,
E sigo pela vida feito um mouco
Sem nada mais ouvir o nada endosso.

Vestindo a mesma farsa tão atípica
Espero uma presença quase mítica
De quem se faz deidade e me conduz

Aos tantos e diversos elementos,
Traçando muito além dos pensamentos
A própria persistência em sonho e luz.