Bebendo desta fonte inesgotável
Aonde a poesia faz morada,
Por Deus a cada dia iluminada
Tornando o Paraíso mais palpável.
Há tanto concebida; em sábio oráculo,
Fazendo do porvir tão aprazível,
O amor incomparável e invencível
Vencendo sem temor, qualquer obstáculo.
Farturas de delícias sobre a mesa,
Gerando em placidez a fortaleza
Na qual nos protegemos e geramos
Fantásticos caminhos sob o sol,
Servindo ao viajante de farol
Expande sobre a terra fartos ramos.
marcos loures
PARA TANTOS, PRINCIPALMENTE MARCOS GABRIEL, MARCOS DIMITRI E MARCOS VINÍCIUS. MINHA ESPERANÇA. RITA PACIÊNCIA PELA LUTA.
sábado, 19 de dezembro de 2015
Beber em tua boca este licor
Que tanto me inebria e me conquista,
Saber das armadilhas de um amor,
Mantendo a lucidez; é ser artista.
Não quero ser somente um bom ator,
Tampouco guerrilheiro ou ativista,
Por isso, meu amor, esqueça a dor,
Quem ama da esperança não se dista...
Pereço em cada dia que não vens,
Ausência dominando a fantasia.
Eu sei que isto parece teimosia
Estás dentro de mim, tens os meus gens.
O pensamento vaga e rodopia,
No girassol que o amor, em luzes cria...
marcos loures
Que tanto me inebria e me conquista,
Saber das armadilhas de um amor,
Mantendo a lucidez; é ser artista.
Não quero ser somente um bom ator,
Tampouco guerrilheiro ou ativista,
Por isso, meu amor, esqueça a dor,
Quem ama da esperança não se dista...
Pereço em cada dia que não vens,
Ausência dominando a fantasia.
Eu sei que isto parece teimosia
Estás dentro de mim, tens os meus gens.
O pensamento vaga e rodopia,
No girassol que o amor, em luzes cria...
marcos loures
Sublime fantasia que cultivo,
Do amor que tantas vezes desejei
O sonho pelo qual eu sobrevivo
Deslinda no horizonte divina grei.
Mantendo o meu olhar atento e altivo,
Fazendo da esperança a minha lei,
No quase que perdi, não mais me privo,
E sei quanto te quero, e mergulhei
No intenso abismo claro de teus braços,
E ao ocupar da vida seus espaços
Um espetacular caminho vejo.
E teimo em perseguir qual fosse um cão
Que busca companhia e compaixão
Nas sendas maviosas do desejo...
marcos loures
Do amor que tantas vezes desejei
O sonho pelo qual eu sobrevivo
Deslinda no horizonte divina grei.
Mantendo o meu olhar atento e altivo,
Fazendo da esperança a minha lei,
No quase que perdi, não mais me privo,
E sei quanto te quero, e mergulhei
No intenso abismo claro de teus braços,
E ao ocupar da vida seus espaços
Um espetacular caminho vejo.
E teimo em perseguir qual fosse um cão
Que busca companhia e compaixão
Nas sendas maviosas do desejo...
marcos loures
Banhando assim teu corpo com carícias,
Tornando a nossa noite inesquecível,
Em meio a turbilhões, raras delícias,
O amor se faz intenso, quase incrível,
Entregue às tuas mãos que com perícias
Prometes um prazer em alto nível...
Assim ao desfrutarmos dos encantos
Que apenas os desejos sabem dar,
Porejas teu rocio pelos cantos,
Vontade tresloucada de ficar;
Deitando sob os mesmos raros mantos
Formados pelos raios do luar,
Estrelas vigiando cada orgasmo,
O mundo silencia; inerte e pasmo...
marcos loures
Tornando a nossa noite inesquecível,
Em meio a turbilhões, raras delícias,
O amor se faz intenso, quase incrível,
Entregue às tuas mãos que com perícias
Prometes um prazer em alto nível...
Assim ao desfrutarmos dos encantos
Que apenas os desejos sabem dar,
Porejas teu rocio pelos cantos,
Vontade tresloucada de ficar;
Deitando sob os mesmos raros mantos
Formados pelos raios do luar,
Estrelas vigiando cada orgasmo,
O mundo silencia; inerte e pasmo...
marcos loures
NESSA CASINHA DE VARANDA
Olhando essa casinha de varanda,
Sonho estar nela contigo, ó amado,
Um sonho bom, um sonho já sonhado,
Mesmo sem saber por onde tu andas!
Sonho de deitar contigo na rede,
Beijando loucamente do meu jeito,
Encostando meu rosto no teu peito,
E sentir de teu corpo tanta sede!
Olharmos juntos para este infinito,
Na certeza desse amor tão bonito,
Fito um azul no céu, quão é perfeito!
São nuvens que por aqui já passaram...
Em nossas vidas sequer embaçaram...
Tal doce paixão há no nosso peito.
Comendadora Sol Figueiredo
A casa tão pequena do passado,
as roupas no varal, quarando a vida,
o corte dolorido, outra ferida,
o tempo diz do sonho emoldurado,
o verso no quintal, no avarandado,
a luta muitas vezes dolorida
e quando o dia a dia nos agrida
retorno ao quanto fui, enamorado.
porém, tudo prossegue e fico atrás
olhando para o quanto houvera em paz
tentando resgatar esse cenário,
mas sinto a dor terrível da verdade,
e bebo da água imunda da cidade
num copo mesmo limpo, temerário...
Marcos Loures.
Olhando essa casinha de varanda,
Sonho estar nela contigo, ó amado,
Um sonho bom, um sonho já sonhado,
Mesmo sem saber por onde tu andas!
Sonho de deitar contigo na rede,
Beijando loucamente do meu jeito,
Encostando meu rosto no teu peito,
E sentir de teu corpo tanta sede!
Olharmos juntos para este infinito,
Na certeza desse amor tão bonito,
Fito um azul no céu, quão é perfeito!
São nuvens que por aqui já passaram...
Em nossas vidas sequer embaçaram...
Tal doce paixão há no nosso peito.
Comendadora Sol Figueiredo
A casa tão pequena do passado,
as roupas no varal, quarando a vida,
o corte dolorido, outra ferida,
o tempo diz do sonho emoldurado,
o verso no quintal, no avarandado,
a luta muitas vezes dolorida
e quando o dia a dia nos agrida
retorno ao quanto fui, enamorado.
porém, tudo prossegue e fico atrás
olhando para o quanto houvera em paz
tentando resgatar esse cenário,
mas sinto a dor terrível da verdade,
e bebo da água imunda da cidade
num copo mesmo limpo, temerário...
Marcos Loures.
Perdendo o que pudesse em fantasia
Gerando o quanto quis e mesmo assim
O tempo se desenha em novo brilho
E o mundo desejando qualquer paz
Ainda que pudesse ser a mais
Do quanto na verdade não teria.
O todo desdenhando o que teria
E insisto na mais louca fantasia
E busco com certeza um pouco a mais
O mundo se deseja sempre assim
E nisto adivinhando o que esta paz
Traduz ou mesmo tenta em raro brilho.
No olhar se refletindo também brilho
E o corte na verdade não teria
Sentido algum se a vida quer a paz
Singrando sem certeza e fantasia
Flutua dentro em nós e sempre assim
Meu canto se aproxima um pouco mais.
O corte aprofundando sempre mais
Renega o que pudesse em novo brilho
E o todo desejado trama assim
Além do quanto quis e mais teria
Minha alma noutro passo fantasia
Buscando o que pudesse ainda em paz.
E mesmo que vencesse em plena paz
O novo se aproxima e busca mais
Trazendo ao meu caminho a fantasia
Restando em meu olhar um ledo brilho
E nisto nada além inda teria
Mudando este cenário mesmo assim.
O tempo se transcende e sendo assim
Encontro tão somente a velha paz
Destarte muito pouco inda teria
E mesmo que viesse logo mais
Retendo a cada passo um novo brilho
A vida desenhada em fantasia.
Embora a fantasia seja assim
No olhar um raro brilho feito em paz
Além do pouco mais já não teria.
marcos loures
Gerando o quanto quis e mesmo assim
O tempo se desenha em novo brilho
E o mundo desejando qualquer paz
Ainda que pudesse ser a mais
Do quanto na verdade não teria.
O todo desdenhando o que teria
E insisto na mais louca fantasia
E busco com certeza um pouco a mais
O mundo se deseja sempre assim
E nisto adivinhando o que esta paz
Traduz ou mesmo tenta em raro brilho.
No olhar se refletindo também brilho
E o corte na verdade não teria
Sentido algum se a vida quer a paz
Singrando sem certeza e fantasia
Flutua dentro em nós e sempre assim
Meu canto se aproxima um pouco mais.
O corte aprofundando sempre mais
Renega o que pudesse em novo brilho
E o todo desejado trama assim
Além do quanto quis e mais teria
Minha alma noutro passo fantasia
Buscando o que pudesse ainda em paz.
E mesmo que vencesse em plena paz
O novo se aproxima e busca mais
Trazendo ao meu caminho a fantasia
Restando em meu olhar um ledo brilho
E nisto nada além inda teria
Mudando este cenário mesmo assim.
O tempo se transcende e sendo assim
Encontro tão somente a velha paz
Destarte muito pouco inda teria
E mesmo que viesse logo mais
Retendo a cada passo um novo brilho
A vida desenhada em fantasia.
Embora a fantasia seja assim
No olhar um raro brilho feito em paz
Além do pouco mais já não teria.
marcos loures
OS TEUS OLHOS
O brilho dos teus olhos a me iluminar,
Por tanta e tanta luz, o eterno firmamento,
Resplandecentes luzes, puro sentimento,
Em tão lindas estrelas, encontrei o amar!...
No fundo dos teus olhos eu vivo a sonhar...
Uma certeza: o nosso amor, um juramento.
São rios de alegrias; sonho em pensamento...
E quão beleza! Tão brilhante esse luar!...
Eu busco nas pupilas tuas, a alma nua...
Uma alma livre das dores, sem ter rancores,
Da caminhada feita em espinhos das flores
Cravadas nesta triste estrada: a vida tua.
Uma alvorada traz então paz e alegria,
Do amor em nós, que a cada novo dia cria!
SOL Comendadora Sol Figueiredo
Uma alma tendo o olhar feito farol,
guiando o pensamento de quem busca
a imagem mais fiel, por vezes brusca,
jamais se disfarçando pelo sol,
tomando com certeza esse arrebol,
na beleza e na pureza, o todo ofusca,
e quanto mais feliz, menos rebusca,
deixando sem valia algum atol.
Eu quero e sou apenas seguidor
dos brilhos mais intensos de um amor
que possa transformar e nos guiar.
deitado sob a noite do sertão
bebendo a claridade - e que visão!
dos olhos mais sublimes de um Luar!
marcos loures
O brilho dos teus olhos a me iluminar,
Por tanta e tanta luz, o eterno firmamento,
Resplandecentes luzes, puro sentimento,
Em tão lindas estrelas, encontrei o amar!...
No fundo dos teus olhos eu vivo a sonhar...
Uma certeza: o nosso amor, um juramento.
São rios de alegrias; sonho em pensamento...
E quão beleza! Tão brilhante esse luar!...
Eu busco nas pupilas tuas, a alma nua...
Uma alma livre das dores, sem ter rancores,
Da caminhada feita em espinhos das flores
Cravadas nesta triste estrada: a vida tua.
Uma alvorada traz então paz e alegria,
Do amor em nós, que a cada novo dia cria!
SOL Comendadora Sol Figueiredo
Uma alma tendo o olhar feito farol,
guiando o pensamento de quem busca
a imagem mais fiel, por vezes brusca,
jamais se disfarçando pelo sol,
tomando com certeza esse arrebol,
na beleza e na pureza, o todo ofusca,
e quanto mais feliz, menos rebusca,
deixando sem valia algum atol.
Eu quero e sou apenas seguidor
dos brilhos mais intensos de um amor
que possa transformar e nos guiar.
deitado sob a noite do sertão
bebendo a claridade - e que visão!
dos olhos mais sublimes de um Luar!
marcos loures
UM BRINDE AO DEMÔNIO
Adentro felizmente este caminho
Que leva ao meu querido Satanás
E tenho nesta fúria, a imensa paz,
Da qual e pela qual me fiz daninho,
Erguendo um brinde ao Demo, vou sozinho
E embora na verdade tanto faz,
O quanto me fiz rude e até mordaz,
Sangrando a cada verso, traço o ninho.
Não quero o teu perdão nem mais preciso,
Se a vida sempre traça um prejuízo
De que me vale assim, misericórdia,
O passo mais feroz que inda se dê
Transforma qualquer coisa sem por que
No anseio mais sublime da discórdia...
marcos loures
Adentro felizmente este caminho
Que leva ao meu querido Satanás
E tenho nesta fúria, a imensa paz,
Da qual e pela qual me fiz daninho,
Erguendo um brinde ao Demo, vou sozinho
E embora na verdade tanto faz,
O quanto me fiz rude e até mordaz,
Sangrando a cada verso, traço o ninho.
Não quero o teu perdão nem mais preciso,
Se a vida sempre traça um prejuízo
De que me vale assim, misericórdia,
O passo mais feroz que inda se dê
Transforma qualquer coisa sem por que
No anseio mais sublime da discórdia...
marcos loures
NAS HORDAS DE SATÃ
Sentindo-me deveras no vapor
Aonde se esfumaça a liberdade,
Vencendo com furor a tempestade,
Gozando deste imenso dissabor,
O preço que se paga pelo amor,
Enquanto o tempo tudo em vão degrade,
Rompendo dos pudores qualquer grade,
Não vejo mais a cena a se compor,
Fagulhas incendeiam os infernos
E deles novamente ricos ternos,
E tantas maravilhas prometidas,
Infaustos nesta vida? Nunca mais,
Auríferos caminhos magistrais,
Nas hordas de Satã enternecidas...
marcos loures
Sentindo-me deveras no vapor
Aonde se esfumaça a liberdade,
Vencendo com furor a tempestade,
Gozando deste imenso dissabor,
O preço que se paga pelo amor,
Enquanto o tempo tudo em vão degrade,
Rompendo dos pudores qualquer grade,
Não vejo mais a cena a se compor,
Fagulhas incendeiam os infernos
E deles novamente ricos ternos,
E tantas maravilhas prometidas,
Infaustos nesta vida? Nunca mais,
Auríferos caminhos magistrais,
Nas hordas de Satã enternecidas...
marcos loures
A VELHA FANTASIA
Quisera pelo menos um momento
Em paz sem ter que tanto desbravar
Caminhos onde possa descansar
E ter depois de tudo, certo alento,
Na velha fantasia me sustento
E tenha simplesmente céu e mar,
Aonde deva um velho aventurar
Traçar o meu mais livre pensamento,
Um ato tantas vezes quase explícito
O todo se mostrasse em tom ilícito
Vagando sem ternura em particípios.
Vasculho o quanto fui e sou minúsculo,
Apenas vivencio este crepúsculo,
Negando desde já tolos princípios...
marcos loures
Quisera pelo menos um momento
Em paz sem ter que tanto desbravar
Caminhos onde possa descansar
E ter depois de tudo, certo alento,
Na velha fantasia me sustento
E tenha simplesmente céu e mar,
Aonde deva um velho aventurar
Traçar o meu mais livre pensamento,
Um ato tantas vezes quase explícito
O todo se mostrasse em tom ilícito
Vagando sem ternura em particípios.
Vasculho o quanto fui e sou minúsculo,
Apenas vivencio este crepúsculo,
Negando desde já tolos princípios...
marcos loures
O rosto do poder se mostra estúpido
E bebe cada gota da esperança.
No olhar de um povo simples, sempre cúpido,
A fome se promete a cada dança.
Abutres não disfarçam sua fome,
Rasgando a carne frágil do campônio,
Aos poucos devorada, se consome
Entregue ao paraíso de um demônio.
Na mão já não carregam mais chicotes
Disfarçam-se em amigos, protetores,
Na fome tal matilha de coiotes
Espalham a miséria sem pudores.
Depois já reunidos no Congresso,
Brindando, tão amigos, - sangue-expresso...
marcos loures
E bebe cada gota da esperança.
No olhar de um povo simples, sempre cúpido,
A fome se promete a cada dança.
Abutres não disfarçam sua fome,
Rasgando a carne frágil do campônio,
Aos poucos devorada, se consome
Entregue ao paraíso de um demônio.
Na mão já não carregam mais chicotes
Disfarçam-se em amigos, protetores,
Na fome tal matilha de coiotes
Espalham a miséria sem pudores.
Depois já reunidos no Congresso,
Brindando, tão amigos, - sangue-expresso...
marcos loures
ENGODOS?
Morena, em tua boca sei fantasmas,
Dos beijos que me destes, sem ter medos...
Mas quando cultivavas tuas asmas,
Os teus gemidos foram teus segredos..
Achava, num momento: eram miasmas,
Que vinham sem profundos arremedos...
Então quisera Deus, virem do plasma,
Quando, passava, célere, meus dedos...
Agora sei que tinhas tantas crises,
Enquanto cria fazer-te gozar,
Nunca foram, portanto, mais felizes,
Os nossos bons momentos, sem vagar.
Te comparei; melhor entre as atrizes;
Teus gemidos profundos, sufocar...
MARCOS LOURES
Morena, em tua boca sei fantasmas,
Dos beijos que me destes, sem ter medos...
Mas quando cultivavas tuas asmas,
Os teus gemidos foram teus segredos..
Achava, num momento: eram miasmas,
Que vinham sem profundos arremedos...
Então quisera Deus, virem do plasma,
Quando, passava, célere, meus dedos...
Agora sei que tinhas tantas crises,
Enquanto cria fazer-te gozar,
Nunca foram, portanto, mais felizes,
Os nossos bons momentos, sem vagar.
Te comparei; melhor entre as atrizes;
Teus gemidos profundos, sufocar...
MARCOS LOURES
PUDESSE PELO MENOS AMAR
São tantas incertezas, mas eu tento
Vencer as tentações e estar alerta,
A vida vai cumprindo o seu intento,
Minha alma a cada sonho, mais desperta.
Cansado de saber do sofrimento
A vida de quem ama é tão incerta,
Aguardo pelo menos um momento
Aonde a fantasia faça a oferta
E trague pelo menos a ventura
De ter antes da minha sepultura
Ao menos a alegria de saber
Que existe neste mundo amor sincero,
É tudo, finalmente o que mais quero,
Um arremedo, ao menos, de prazer...
MARCOS LOURES
São tantas incertezas, mas eu tento
Vencer as tentações e estar alerta,
A vida vai cumprindo o seu intento,
Minha alma a cada sonho, mais desperta.
Cansado de saber do sofrimento
A vida de quem ama é tão incerta,
Aguardo pelo menos um momento
Aonde a fantasia faça a oferta
E trague pelo menos a ventura
De ter antes da minha sepultura
Ao menos a alegria de saber
Que existe neste mundo amor sincero,
É tudo, finalmente o que mais quero,
Um arremedo, ao menos, de prazer...
MARCOS LOURES
O TEMPO
O tempo não tem nexo nem juízo,
Ninguém consegue mesmo segurar,
Não anda nem depressa ou devagar,
Exato; com certeza ele é preciso.
Mas quanto numa espera o tempo atrasa
Parece que é tão lento este infeliz,
Porém se estou contente e quero bis,
Parece fogaréu, imensa brasa.
O tempo não tem tempo de saber
O quanto o tempo custa pra correr
Se o tempo é contratempo é demorado
Mas sendo pouco o tempo pro prazer,
O tempo vai correndo sem se ver,
Num passatempo o tempo é apressado...
MARCOS LOURES
O tempo não tem nexo nem juízo,
Ninguém consegue mesmo segurar,
Não anda nem depressa ou devagar,
Exato; com certeza ele é preciso.
Mas quanto numa espera o tempo atrasa
Parece que é tão lento este infeliz,
Porém se estou contente e quero bis,
Parece fogaréu, imensa brasa.
O tempo não tem tempo de saber
O quanto o tempo custa pra correr
Se o tempo é contratempo é demorado
Mas sendo pouco o tempo pro prazer,
O tempo vai correndo sem se ver,
Num passatempo o tempo é apressado...
MARCOS LOURES
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes
Ao grande amor que me consome por inteiro
domando cada passo que eu tentasse,
das entranhas mostrando a rara face
porquanto, sendo imenso é verdadeiro,
e traz a claridade onde me inteiro
vagando onde não resta mais impasse,
um vórtice que tudo devorasse,
uma alma com sabor, com tato e cheiro.
porém, também factível, se perecesse
um sentimento imenso sempre tece
e, mesmo quando chama, jamais cessa,
sendo finito dita a eternidade,
e quando sem defesas, nos invade,
da mor profundidade, uma promessa...
Marcos Loures.
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes
Ao grande amor que me consome por inteiro
domando cada passo que eu tentasse,
das entranhas mostrando a rara face
porquanto, sendo imenso é verdadeiro,
e traz a claridade onde me inteiro
vagando onde não resta mais impasse,
um vórtice que tudo devorasse,
uma alma com sabor, com tato e cheiro.
porém, também factível, se perecesse
um sentimento imenso sempre tece
e, mesmo quando chama, jamais cessa,
sendo finito dita a eternidade,
e quando sem defesas, nos invade,
da mor profundidade, uma promessa...
Marcos Loures.
Nesta água em que mergulho, tropical,
Percebo uma chegada que me encanta,
A sede de te amar se mostra tanta
Paixão se transformando em temporal...
Olhando para as flores no quintal,
Beleza sensual, imagem santa,
E quando a tarde chega e o sol levanta,
Quarando uma esperança no varal,
Eu faço mais um verso e nele ponho
Aquela que se fez bem mais que sonho,
A realização de um bom desejo.
Aqueça-me deveras, pois, inverno,
O teu carinho sendo quente e terno,
É tudo o que mais quero, o que eu almejo...
MARCOS LOURES
Percebo uma chegada que me encanta,
A sede de te amar se mostra tanta
Paixão se transformando em temporal...
Olhando para as flores no quintal,
Beleza sensual, imagem santa,
E quando a tarde chega e o sol levanta,
Quarando uma esperança no varal,
Eu faço mais um verso e nele ponho
Aquela que se fez bem mais que sonho,
A realização de um bom desejo.
Aqueça-me deveras, pois, inverno,
O teu carinho sendo quente e terno,
É tudo o que mais quero, o que eu almejo...
MARCOS LOURES
Amor é um fogo que arde sem se ver
Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
[
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luiz Vaz De Camões.
O amor que nos corrói quando edifica,
farsante companheiro e doce abrigo,
renova-se ao brilhar, embora antigo,
é dúvida que corta enquanto explica
Amor que vos declina e santifica,
A mão expondo à queda, em tal perigo
é dádiva dorida que persigo
à u'a alma miserável expõe-a rica.
Mortalha que deveras ressuscita,
em vossos corações é branda brita
e ardência que infernal, traz Paraísos,
Das nuvens dita sóis, por ele sois,
eterno e frágil ceva o depois,
Fertilizando a vida em vis granizos...
Marcos Loures.
MIL PERDÕES
Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
[
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luiz Vaz De Camões.
O amor que nos corrói quando edifica,
farsante companheiro e doce abrigo,
renova-se ao brilhar, embora antigo,
é dúvida que corta enquanto explica
Amor que vos declina e santifica,
A mão expondo à queda, em tal perigo
é dádiva dorida que persigo
à u'a alma miserável expõe-a rica.
Mortalha que deveras ressuscita,
em vossos corações é branda brita
e ardência que infernal, traz Paraísos,
Das nuvens dita sóis, por ele sois,
eterno e frágil ceva o depois,
Fertilizando a vida em vis granizos...
Marcos Loures.
MIL PERDÕES
Se eu morresse amanhã
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n'alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
Álvares de Azevedo.
Morrer enquanto a vida propusesse
um tempo mais feliz, ah quem me dera,
a carne apodrecida agora espera
a libertária e derradeira prece,
enquanto quem me vela se enobrece,
minha alma putrefeita apenas gera
a escória amarga, a rude e pária prece
e a rede terminal, o suicida tece...
natureza desnuda a plenitude
e traça ao mundo a flórea juventude,
em sonho mavioso, encanto etéreo,
e quanto a mim, afasto-me do mundo
e entrego-me ao inverno, e um moribundo
aguarda o seu orgasmo vão, funéreo...
Marcos Loures.
ESPERO QUE ÁLVARES DE AZEVEDO NÃO SE OFENDA COM A MINHA CARA DE PAU.
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n'alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
Álvares de Azevedo.
Morrer enquanto a vida propusesse
um tempo mais feliz, ah quem me dera,
a carne apodrecida agora espera
a libertária e derradeira prece,
enquanto quem me vela se enobrece,
minha alma putrefeita apenas gera
a escória amarga, a rude e pária prece
e a rede terminal, o suicida tece...
natureza desnuda a plenitude
e traça ao mundo a flórea juventude,
em sonho mavioso, encanto etéreo,
e quanto a mim, afasto-me do mundo
e entrego-me ao inverno, e um moribundo
aguarda o seu orgasmo vão, funéreo...
Marcos Loures.
ESPERO QUE ÁLVARES DE AZEVEDO NÃO SE OFENDA COM A MINHA CARA DE PAU.
DOCE DELÍCIA
Desejo o teu desejo simplesmente
Vibrante e sensual, doce delícia,
A cada novo toque, com malícia,
A noite se tornando mais ardente,
E tudo se transforma de repente,
Dilúvio de prazeres, sem notícia,
Aumenta a cada beijo, outra carícia,
Na intensa maravilha que se sente.
Invado os teus caminhos encharcados,
Delírios por loucuras provocados,
Atiças, transparente, meus anseios.
Depois, adormecido nos teus braços,
Estreito com carinho nossos laços,
Minha cabeça pousa entre teus seios...
MARCOS LOURES
Desejo o teu desejo simplesmente
Vibrante e sensual, doce delícia,
A cada novo toque, com malícia,
A noite se tornando mais ardente,
E tudo se transforma de repente,
Dilúvio de prazeres, sem notícia,
Aumenta a cada beijo, outra carícia,
Na intensa maravilha que se sente.
Invado os teus caminhos encharcados,
Delírios por loucuras provocados,
Atiças, transparente, meus anseios.
Depois, adormecido nos teus braços,
Estreito com carinho nossos laços,
Minha cabeça pousa entre teus seios...
MARCOS LOURES
PERDOEM A AUDÁCIA
Versos Íntimos
Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
A boca escancarada da verdade
eclode em ironia, ingratitude,
e quantas vezes, tolo e exposto ao rude
cenário tão macabro que ora invade,
o amigo que deveras se degrade,
na pútrida expressão de uma atitude
além do quanto beija, mesmo ilude,
e traz à liberdade, a imensa grade.
bebendo deste cálice em cicuta
a mão que acaricia te executa
e ri de tua morte e teu fracasso,
não pense que terás um grande amigo,
a mão te expondo à boca do jazigo
o abraço preparando a corda, o laço...
Marcos Loures
Versos Íntimos
Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
A boca escancarada da verdade
eclode em ironia, ingratitude,
e quantas vezes, tolo e exposto ao rude
cenário tão macabro que ora invade,
o amigo que deveras se degrade,
na pútrida expressão de uma atitude
além do quanto beija, mesmo ilude,
e traz à liberdade, a imensa grade.
bebendo deste cálice em cicuta
a mão que acaricia te executa
e ri de tua morte e teu fracasso,
não pense que terás um grande amigo,
a mão te expondo à boca do jazigo
o abraço preparando a corda, o laço...
Marcos Loures
Natal
Jesus nasceu. Na abóbada infinita
Soam cânticos vivos de alegria;
E toda a vida universal palpita
Dentro daquela pobre estrebaria...
Não houve sedas, nem cetins, nem rendas
No berço humilde em que nasceu Jesus...
Mas os pobres trouxeram oferendas
Para quem tinha de morrer na cruz.
Sobre a palha, risonho, e iluminado
Pelo luar dos olhos de Maria,
Vede o Menino-Deus, que está cercado
Dos animais da pobre estrebaria.
Não nasceu entre pompas reluzentes;
Na humildade e na paz deste lugar,
Assim que abriu os olhos inocentes
Foi para os pobres seu primeiro olhar.
No entanto, os reis da terra, pecadores,
Seguindo a estrela que ao presepe os guia,
Vem cobrir de perfumes e de flores
O chão daquela pobre estrebaria.
Sobem hinos de amor ao céu profundo;
Homens, Jesus nasceu! Natal! Natal!
Sobre esta palha está quem salva o mundo,
Quem ama os fracos, quem perdoa o mal,
Natal! Natal! Em toda a natureza
Há sorrisos e cantos, neste dia...
Salve Deus da humildade e da pobreza
Nascido numa pobre estrebaria.
OLAVO BILAC
O pobre essênio criado em Nazaré,
favelas entre estradas suntuosas,
a simples margarida entre mil rosas,
a faca atravessando a tosca fé,
montando num simplório pangaré
em meio aos mil cavalos suntuosos,
palácios, ricos templos fabulosos,
lavando dos mendigos cada pé,
agora numa data sem valia,
brindado pela podre burguesia,
consumido entre taças de cristal,
continua exposto em miseráveis
casebres frente muros tão notáveis,
expulso em cada noite de Natal...
Marcos Loures.
Jesus nasceu. Na abóbada infinita
Soam cânticos vivos de alegria;
E toda a vida universal palpita
Dentro daquela pobre estrebaria...
Não houve sedas, nem cetins, nem rendas
No berço humilde em que nasceu Jesus...
Mas os pobres trouxeram oferendas
Para quem tinha de morrer na cruz.
Sobre a palha, risonho, e iluminado
Pelo luar dos olhos de Maria,
Vede o Menino-Deus, que está cercado
Dos animais da pobre estrebaria.
Não nasceu entre pompas reluzentes;
Na humildade e na paz deste lugar,
Assim que abriu os olhos inocentes
Foi para os pobres seu primeiro olhar.
No entanto, os reis da terra, pecadores,
Seguindo a estrela que ao presepe os guia,
Vem cobrir de perfumes e de flores
O chão daquela pobre estrebaria.
Sobem hinos de amor ao céu profundo;
Homens, Jesus nasceu! Natal! Natal!
Sobre esta palha está quem salva o mundo,
Quem ama os fracos, quem perdoa o mal,
Natal! Natal! Em toda a natureza
Há sorrisos e cantos, neste dia...
Salve Deus da humildade e da pobreza
Nascido numa pobre estrebaria.
OLAVO BILAC
O pobre essênio criado em Nazaré,
favelas entre estradas suntuosas,
a simples margarida entre mil rosas,
a faca atravessando a tosca fé,
montando num simplório pangaré
em meio aos mil cavalos suntuosos,
palácios, ricos templos fabulosos,
lavando dos mendigos cada pé,
agora numa data sem valia,
brindado pela podre burguesia,
consumido entre taças de cristal,
continua exposto em miseráveis
casebres frente muros tão notáveis,
expulso em cada noite de Natal...
Marcos Loures.
Fogo-fátuo
Cabelos brancos! dai-me, enfim, a calma
A esta tortura de homem e de artista:
Desdém pelo que encerra a minha palma,
E ambição pelo mais que não exista;
Esta febre, que o espírito me encalma
E logo me enregela; esta conquista
De idéias, ao nascer, morrendo na alma,
De mundos, ao raiar, murchando à vista:
Esta melancolia sem remédio,
Saudade sem razão, louca esperança
Ardendo em choros e findando em tédio;
Esta ansiedade absurda, esta corrida
Para fugir o que o meu sonho alcança,
Para querer o que não há na vida!
Olavo Bliac
O tempo pouco ensina a quem sonha,
galgando escadarias sem paragem,
buscando inutilmente uma viagem
refeita a cada noite sobre a fronha,
e quando noutras vidas se proponha
enfrenta sem temor qualquer aragem,
embora ao conceber na paisagem
a face retratada, ora bisonha.
beber do quanto fui, mera tolice,
à parta do que o todo contradisse
correndo contra o tempo inutilmente,
as farpas se acumulam dentro da alma,
irônico sorriso ao fim acalma,
ainda que esta chaga se alimente...
Marcos Loures.
Cabelos brancos! dai-me, enfim, a calma
A esta tortura de homem e de artista:
Desdém pelo que encerra a minha palma,
E ambição pelo mais que não exista;
Esta febre, que o espírito me encalma
E logo me enregela; esta conquista
De idéias, ao nascer, morrendo na alma,
De mundos, ao raiar, murchando à vista:
Esta melancolia sem remédio,
Saudade sem razão, louca esperança
Ardendo em choros e findando em tédio;
Esta ansiedade absurda, esta corrida
Para fugir o que o meu sonho alcança,
Para querer o que não há na vida!
Olavo Bliac
O tempo pouco ensina a quem sonha,
galgando escadarias sem paragem,
buscando inutilmente uma viagem
refeita a cada noite sobre a fronha,
e quando noutras vidas se proponha
enfrenta sem temor qualquer aragem,
embora ao conceber na paisagem
a face retratada, ora bisonha.
beber do quanto fui, mera tolice,
à parta do que o todo contradisse
correndo contra o tempo inutilmente,
as farpas se acumulam dentro da alma,
irônico sorriso ao fim acalma,
ainda que esta chaga se alimente...
Marcos Loures.
DRIBLANDO OS MEUS FANTASMAS
Driblando os meus fantasmas, sigo à toa,
Refém dos desenganos e mentiras.
O coração recende a pão e broa,
Do quanto quis amor, sobraram tiras.
E quando ao longe, o mar, canções entoa,
Flutua o pensamento e nele giras,
A vida que eu sonhei, quisera boa,
Sem medos ou rancores, velhas iras
Acaso se viesses me verias
Desnudo de esperanças e alegrias
Ferrenho lutador perdendo o rumo.
Mereço alguma chance? Ledo engano,
Do quanto quis viver, inda me ufano,
Da morte da ilusão, eu bebo o sumo...
MARCOS LOURES
Driblando os meus fantasmas, sigo à toa,
Refém dos desenganos e mentiras.
O coração recende a pão e broa,
Do quanto quis amor, sobraram tiras.
E quando ao longe, o mar, canções entoa,
Flutua o pensamento e nele giras,
A vida que eu sonhei, quisera boa,
Sem medos ou rancores, velhas iras
Acaso se viesses me verias
Desnudo de esperanças e alegrias
Ferrenho lutador perdendo o rumo.
Mereço alguma chance? Ledo engano,
Do quanto quis viver, inda me ufano,
Da morte da ilusão, eu bebo o sumo...
MARCOS LOURES
"Benedicite"
Bendito o que na terra o fogo fez, e o teto
E o que uniu à charrua o boi paciente e amigo;
E o que encontrou a enxada; e o que do chão abjeto,
Fez aos beijos do sol, o oiro brotar, do trigo;
E o que o ferro forjou; e o piedoso arquiteto
Que ideou, depois do berço e do lar, o jazigo;
E o que os fios urdiu e o que achou o alfabeto;
E o que deu uma esmola ao primeiro mendigo;
E o que soltou ao mar a quilha, e ao vento o pano,
E o que inventou o canto e o que criou a lira,
E o que domou o raio e o que alçou o aeroplano...
Mas bendito entre os mais o que na dó profundo,
Descobriu a Esperança, a divina mentira,
Dando ao homem o dom de suportar o mundo!
Olavo Bilac
ao bendizer da vida a esperança espúria
que tanto nos maltrata e mesmo me alivia,
encontro na mentira o quanto poderia
trazer noutro cenário, a farsa de uma incúria,
o gesto que maltrata, a fonte da penúria,
a faca penetrando o peito que abriria
aos sonhos o caminho envolto em ironia
deixado ao deus-dará, fugindo na lamúria,
não deixo que se veja a face verdadeira
da estrela derramando a fúria soberana
audaciosamente exposta na falácia
chegando ao mais cruel caminho aonde a audácia
se torna a dama nobre e mesmo até primeira
vangloriosamente a podre raça humana...
Marcos Loures.
Bendito o que na terra o fogo fez, e o teto
E o que uniu à charrua o boi paciente e amigo;
E o que encontrou a enxada; e o que do chão abjeto,
Fez aos beijos do sol, o oiro brotar, do trigo;
E o que o ferro forjou; e o piedoso arquiteto
Que ideou, depois do berço e do lar, o jazigo;
E o que os fios urdiu e o que achou o alfabeto;
E o que deu uma esmola ao primeiro mendigo;
E o que soltou ao mar a quilha, e ao vento o pano,
E o que inventou o canto e o que criou a lira,
E o que domou o raio e o que alçou o aeroplano...
Mas bendito entre os mais o que na dó profundo,
Descobriu a Esperança, a divina mentira,
Dando ao homem o dom de suportar o mundo!
Olavo Bilac
ao bendizer da vida a esperança espúria
que tanto nos maltrata e mesmo me alivia,
encontro na mentira o quanto poderia
trazer noutro cenário, a farsa de uma incúria,
o gesto que maltrata, a fonte da penúria,
a faca penetrando o peito que abriria
aos sonhos o caminho envolto em ironia
deixado ao deus-dará, fugindo na lamúria,
não deixo que se veja a face verdadeira
da estrela derramando a fúria soberana
audaciosamente exposta na falácia
chegando ao mais cruel caminho aonde a audácia
se torna a dama nobre e mesmo até primeira
vangloriosamente a podre raça humana...
Marcos Loures.
ENCONTRAR O AMOR
Durante a mocidade eu perseguia
A chance de encontrar quem me quisesse,
Um velho companheiro da alegria,
Olhando para os céus, ternura e prece.
Arcando com os erros, meus enganos,
Pisando nesta areia movediça,
Errante caminheiro mata os planos,
Mesmo que a rosa nasça, cresça e viça
Percursos tantas vezes decorados,
Levando aos descaminhos usuais,
Lançando a minha sorte, rolam dados,
E todos dizem números iguais.
Expresso algum sorriso que inda guardo,
Resíduos do que fora gozo e fardo...
MARCOS LOURES
Durante a mocidade eu perseguia
A chance de encontrar quem me quisesse,
Um velho companheiro da alegria,
Olhando para os céus, ternura e prece.
Arcando com os erros, meus enganos,
Pisando nesta areia movediça,
Errante caminheiro mata os planos,
Mesmo que a rosa nasça, cresça e viça
Percursos tantas vezes decorados,
Levando aos descaminhos usuais,
Lançando a minha sorte, rolam dados,
E todos dizem números iguais.
Expresso algum sorriso que inda guardo,
Resíduos do que fora gozo e fardo...
MARCOS LOURES
Encontro o amor em todos os lugares,
Formando constelares maravilhas,
Bebendo com fartura, estes luares
Que tornam bem mais claras tantas trilhas.
Encontro o amor rondando os meus pomares,
Em todos continentes, casas, ilhas,
Na doce fantasia dos altares,
Até nos lupanares e armadilhas.
Encontro o amor sincero e mesmo falso,
Deveras companheiro e solidário,
Às vezes egoísta e solitário,
Causando desespero, num percalço,
Trazendo a liberdade ou a prisão,
São vários os matizes da paixão...
MARCOS LOURES
Formando constelares maravilhas,
Bebendo com fartura, estes luares
Que tornam bem mais claras tantas trilhas.
Encontro o amor rondando os meus pomares,
Em todos continentes, casas, ilhas,
Na doce fantasia dos altares,
Até nos lupanares e armadilhas.
Encontro o amor sincero e mesmo falso,
Deveras companheiro e solidário,
Às vezes egoísta e solitário,
Causando desespero, num percalço,
Trazendo a liberdade ou a prisão,
São vários os matizes da paixão...
MARCOS LOURES
NUM ABISMO
Jogaste num abismo os nossos sonhos,
Mergulho atrás das marcas e pegadas,
As horas já perdidas; emboscadas,
Em meio a confusão, seres medonhos.
Os dias vão vazios e tristonhos,
Supero as mais incríveis paliçadas,
E busco nas entranhas, nas estradas,
Momentos que já foram mais risonhos...
Escuto a tua voz? Alarme falso,
Adentro maltrapilho um cadafalso,
Masmorras de minha alma carcomida...
Quem sabe te encontrar renovaria,
E após a tempestade e a ventania,
Traria novamente à tona, a vida...
MARCOS LOURES
Jogaste num abismo os nossos sonhos,
Mergulho atrás das marcas e pegadas,
As horas já perdidas; emboscadas,
Em meio a confusão, seres medonhos.
Os dias vão vazios e tristonhos,
Supero as mais incríveis paliçadas,
E busco nas entranhas, nas estradas,
Momentos que já foram mais risonhos...
Escuto a tua voz? Alarme falso,
Adentro maltrapilho um cadafalso,
Masmorras de minha alma carcomida...
Quem sabe te encontrar renovaria,
E após a tempestade e a ventania,
Traria novamente à tona, a vida...
MARCOS LOURES
PAIXÃO
Na espiral de meu tempo, temporal...
Nas lânguidas manhãs, sonhei-te tanto,
Do pântano, charneca, brota o pranto
Enlameio meus olhos... És fatal!
Meus anseios, meus óleos, sou frugal;
Otimizo, remeto mito, encanto,
Mas nada vingará, és puro espanto,
Sombreando os arquétipos, carnal!
Teimo na seiva, queres pura essência,
Me trazes, veramente, tal demência,
Que não posso mais vê-la sem velar...
As pontas, tuas lanças, são mordazes,
Rasgando minhas ondas, vão audazes.
Tsunamis provocadas no meu mar...
MARCOS LOURES
Na espiral de meu tempo, temporal...
Nas lânguidas manhãs, sonhei-te tanto,
Do pântano, charneca, brota o pranto
Enlameio meus olhos... És fatal!
Meus anseios, meus óleos, sou frugal;
Otimizo, remeto mito, encanto,
Mas nada vingará, és puro espanto,
Sombreando os arquétipos, carnal!
Teimo na seiva, queres pura essência,
Me trazes, veramente, tal demência,
Que não posso mais vê-la sem velar...
As pontas, tuas lanças, são mordazes,
Rasgando minhas ondas, vão audazes.
Tsunamis provocadas no meu mar...
MARCOS LOURES
AO MEU QUARTO
Ao meu quarto depois da meia noite
A luz ainda acesa, o peito aberto,
O vento me pegando inda desperto
Batendo na janela, frio açoite.
É como se chamasse e me trouxesse
Notícias de quem foi e não voltou,
O pouco de você que aqui sobrou
Permite se pensar num sonho doce.
Mas quando a realidade volta à cena,
Vazia a madrugada, novamente,
O olhar da solidão já me condena
Somente a ventania ainda mente
E diz que voltarás; tolice imensa,
Eu não terei da vida, a recompensa...
MARCOS LOURES
Ao meu quarto depois da meia noite
A luz ainda acesa, o peito aberto,
O vento me pegando inda desperto
Batendo na janela, frio açoite.
É como se chamasse e me trouxesse
Notícias de quem foi e não voltou,
O pouco de você que aqui sobrou
Permite se pensar num sonho doce.
Mas quando a realidade volta à cena,
Vazia a madrugada, novamente,
O olhar da solidão já me condena
Somente a ventania ainda mente
E diz que voltarás; tolice imensa,
Eu não terei da vida, a recompensa...
MARCOS LOURES
EXCRESCÊNCIAS
Ainda vejo em ti tais opulências
Figuras estrambóticas, cenários
Momentos tão diversos são falsários
Mostrando desta vida uma excrescência
Aonde havia há tempos, florescência
Apenas os retalhos de um fadário
Do velho batistério, um relicário
O medo destruiu logo a inocência...
As farpas entre dentes, olhos, garras
Enquanto me devoras já desgarras
E deixas a carcaça como herança
Hienas e chacais, abutres; vermes,
Os restos devastados vãos inermes
Do que fizeste crer ser esperança...
MARCOS LOURES
Ainda vejo em ti tais opulências
Figuras estrambóticas, cenários
Momentos tão diversos são falsários
Mostrando desta vida uma excrescência
Aonde havia há tempos, florescência
Apenas os retalhos de um fadário
Do velho batistério, um relicário
O medo destruiu logo a inocência...
As farpas entre dentes, olhos, garras
Enquanto me devoras já desgarras
E deixas a carcaça como herança
Hienas e chacais, abutres; vermes,
Os restos devastados vãos inermes
Do que fizeste crer ser esperança...
MARCOS LOURES
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
Súplica
Olha pra mim, amor, olha pra mim;
Meus olhos andam doidos por te olhar!
Cega-me com o brilho de teus olhos
Que cega ando eu há muito por te amar.
O meu colo é arrninho imaculado
Duma brancura casta que entontece;
Tua linda cabeça loira e bela
Deita em meu colo, deita e adormece!
Tenho um manto real de negras trevas
Feito de fios brilhantes d'astros belos
Pisa o manto real de negras trevas
Faz alcatifa, oh faz, de meus cabelos!
Os meus braços são brancos como o linho
Quando os cerro de leve, docemente...
Oh! Deixa-me prender-te e enlear-te
Nessa cadeia assim eternamente! ...
Vem para mim,amor...Ai não desprezes
A minha adoração de escrava louca!
Só te peço que deixes exalar
Meu último suspiro na tua boca!...
Florbela Espanca.
Vivendo a escravidão do amor inválido
que tanto procurara algum espelho,
o corpo ensanguentado, o olhar vermelho,
o mundo se mostrando amargo e pálido,
o todo no vazio, aonde cálido
procura o inútil encanto, vão conselho,
e mesmo incauto e louco me aconselho
algum caminho, enquanto se quis válido.
e rasgo cada verso que eu fizesse,
navalha em minha carne a sacra prece
deixando sempre à mostra a podre entranha
o beijo prenuncia uma mortalha
e o sonho mais audaz já me retalha,
tornando sem valia a minha sanha...
Marcos Loures.
Olha pra mim, amor, olha pra mim;
Meus olhos andam doidos por te olhar!
Cega-me com o brilho de teus olhos
Que cega ando eu há muito por te amar.
O meu colo é arrninho imaculado
Duma brancura casta que entontece;
Tua linda cabeça loira e bela
Deita em meu colo, deita e adormece!
Tenho um manto real de negras trevas
Feito de fios brilhantes d'astros belos
Pisa o manto real de negras trevas
Faz alcatifa, oh faz, de meus cabelos!
Os meus braços são brancos como o linho
Quando os cerro de leve, docemente...
Oh! Deixa-me prender-te e enlear-te
Nessa cadeia assim eternamente! ...
Vem para mim,amor...Ai não desprezes
A minha adoração de escrava louca!
Só te peço que deixes exalar
Meu último suspiro na tua boca!...
Florbela Espanca.
Vivendo a escravidão do amor inválido
que tanto procurara algum espelho,
o corpo ensanguentado, o olhar vermelho,
o mundo se mostrando amargo e pálido,
o todo no vazio, aonde cálido
procura o inútil encanto, vão conselho,
e mesmo incauto e louco me aconselho
algum caminho, enquanto se quis válido.
e rasgo cada verso que eu fizesse,
navalha em minha carne a sacra prece
deixando sempre à mostra a podre entranha
o beijo prenuncia uma mortalha
e o sonho mais audaz já me retalha,
tornando sem valia a minha sanha...
Marcos Loures.
Jogado sobre as pedras deste cais,
o mundo se encontrando em calmaria
atravessando assim a rebeldia
nociva dos temíveis temporais
apresentando a paz que eu mais queria.
seguindo cada passo, encontrarei
a vida que entre vidas procurara
mostrando a imensa joia a bem mais rara
promessa de outros dias que sonhei
assim enfrentarei e bem mais forte
instantes que trouxessem a dura sorte
ourives da esperança que eu criei.
Marcos Loures
o mundo se encontrando em calmaria
atravessando assim a rebeldia
nociva dos temíveis temporais
apresentando a paz que eu mais queria.
seguindo cada passo, encontrarei
a vida que entre vidas procurara
mostrando a imensa joia a bem mais rara
promessa de outros dias que sonhei
assim enfrentarei e bem mais forte
instantes que trouxessem a dura sorte
ourives da esperança que eu criei.
Marcos Loures
Desejos vãos
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o sol, a luz intensa
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão é ate da morte!
Mas o mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos céus, os braços, como um crente!
E o sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras... essas... pisá-as toda a gente!...
Florbela Espanca.
quem dera se eu pudesse além do ocaso
viver a imensidão do que não veio,
a vida sem sequer algum receio,
o mundo em harmonia, um lago raso.
quem dera se eu tivesse além do prazo
o campo semeado, este centeio,
mas quando na verdade me incendeio
o abismo me avassala e ao fim me arraso.
os rastros de meus pés na fina areia
o tempo levará, tenho a certeza,
e apenas o vazio sobre a mesa
será o meu banquete, e em cada veia
o sangue apodrecido, o que me resta,
nem mesmo da esperança, a menor fresta...
Marcos Loures.
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o sol, a luz intensa
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão é ate da morte!
Mas o mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos céus, os braços, como um crente!
E o sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras... essas... pisá-as toda a gente!...
Florbela Espanca.
quem dera se eu pudesse além do ocaso
viver a imensidão do que não veio,
a vida sem sequer algum receio,
o mundo em harmonia, um lago raso.
quem dera se eu tivesse além do prazo
o campo semeado, este centeio,
mas quando na verdade me incendeio
o abismo me avassala e ao fim me arraso.
os rastros de meus pés na fina areia
o tempo levará, tenho a certeza,
e apenas o vazio sobre a mesa
será o meu banquete, e em cada veia
o sangue apodrecido, o que me resta,
nem mesmo da esperança, a menor fresta...
Marcos Loures.
Mas a aurora virá, .num outro dia,
Fazendo renascer toda a alegria,
Que em cova rasa, fora sepultada!
marcos Marcos Osilia
até se perceber que não foi nada.
senão a mesma forma em agonia
que há tanto tempo o sonho em dor urdia,
traçando essa inexata e rude estrada
na noite mais amarga e mais nublada.
das falsas ilusões, morta crisálida
a imagem distorcida a face pálida
envolta entre terríveis temporais,
demonstra o quanto sou e mesmo tendo
um sonho além do mar raro e estupendo,
meu barco se entregando, perde o cais.
Marcos Loures.
Fazendo renascer toda a alegria,
Que em cova rasa, fora sepultada!
marcos Marcos Osilia
até se perceber que não foi nada.
senão a mesma forma em agonia
que há tanto tempo o sonho em dor urdia,
traçando essa inexata e rude estrada
na noite mais amarga e mais nublada.
das falsas ilusões, morta crisálida
a imagem distorcida a face pálida
envolta entre terríveis temporais,
demonstra o quanto sou e mesmo tendo
um sonho além do mar raro e estupendo,
meu barco se entregando, perde o cais.
Marcos Loures.
PRA VOCÊ
Muitas vezes vencendo meus tormentos
Adormeço nos jardins dessa casa;
Sem saber mergulhando numa brasa.
Não permite esquecer dos velhos ventos,
As vagas vozes volvendo, vão lentos
Todos os totens, tolo tempo atrasa.
Soube sentir, sem sonhos; só me embasa
O jasmim nos jardins dos sofrimentos...
Em mim nada assim, símio sinto o fim;
E cravo meu agravo tudo enfim;
Nos galhos da roseira. Sou espinhos...
Nas dálias risos, falhas fiz enredo,
Desses lírios, delírios, sem segredo...
Hibiscos, passarinhos... Cadê ninhos?
MARCOS LOURES
Muitas vezes vencendo meus tormentos
Adormeço nos jardins dessa casa;
Sem saber mergulhando numa brasa.
Não permite esquecer dos velhos ventos,
As vagas vozes volvendo, vão lentos
Todos os totens, tolo tempo atrasa.
Soube sentir, sem sonhos; só me embasa
O jasmim nos jardins dos sofrimentos...
Em mim nada assim, símio sinto o fim;
E cravo meu agravo tudo enfim;
Nos galhos da roseira. Sou espinhos...
Nas dálias risos, falhas fiz enredo,
Desses lírios, delírios, sem segredo...
Hibiscos, passarinhos... Cadê ninhos?
MARCOS LOURES
INSPIRAÇÃO DIVINA
A inspiração divina fez aquela
A quem tanto devoto amor sincero,
Dizendo muito além do que mais quero,
A velha fantasia se revela,
Sentir o seu perfume e ser só dela,
O corpo que endeusando até venero,
Estando agora ausente, desespero
E busco num cenário, mudo a tela
Oferto o que ora tenho de melhor,
O sonho em que talvez se realize
No amor já não cabendo algum deslize
A luz significando o bem maior,
Que apascentando sempre traz o brilho,
Aonde em calmos passos, manso trilho.
MARCOS LOURES
A inspiração divina fez aquela
A quem tanto devoto amor sincero,
Dizendo muito além do que mais quero,
A velha fantasia se revela,
Sentir o seu perfume e ser só dela,
O corpo que endeusando até venero,
Estando agora ausente, desespero
E busco num cenário, mudo a tela
Oferto o que ora tenho de melhor,
O sonho em que talvez se realize
No amor já não cabendo algum deslize
A luz significando o bem maior,
Que apascentando sempre traz o brilho,
Aonde em calmos passos, manso trilho.
MARCOS LOURES
PUDESSE PELO MENOS AMAR
São tantas incertezas, mas eu tento
Vencer as tentações e estar alerta,
A vida vai cumprindo o seu intento,
Minha alma a cada sonho, mais desperta.
Cansado de saber do sofrimento
A vida de quem ama é tão incerta,
Aguardo pelo menos um momento
Aonde a fantasia faça a oferta
E trague pelo menos a ventura
De ter antes da minha sepultura
Ao menos a alegria de saber
Que existe neste mundo amor sincero,
É tudo, finalmente o que mais quero,
Um arremedo, ao menos, de prazer...
MARCOS LOURES
São tantas incertezas, mas eu tento
Vencer as tentações e estar alerta,
A vida vai cumprindo o seu intento,
Minha alma a cada sonho, mais desperta.
Cansado de saber do sofrimento
A vida de quem ama é tão incerta,
Aguardo pelo menos um momento
Aonde a fantasia faça a oferta
E trague pelo menos a ventura
De ter antes da minha sepultura
Ao menos a alegria de saber
Que existe neste mundo amor sincero,
É tudo, finalmente o que mais quero,
Um arremedo, ao menos, de prazer...
MARCOS LOURES
A Morte
Oh! que doce tristeza e que ternura
No olhar ansioso, aflito dos que morrem…
De que âncoras profundas se socorrem
Os que penetram nessa noite escura!
Da vida aos frios véus da sepultura
Vagos momentos trêmulos decorrem…
E dos olhos as lágrimas escorrem
Como faróis da humana Desventura.
Descem então aos golfos congelados
Os que na terra vagam suspirando,
Com os velhos corações tantalizados.
Tudo negro e sinistro vai rolando
Báratro a baixo, aos ecos soluçados
Do vendaval da Morte ondeando, uivando…
( Cruz e Sousa )
A morte,em sinfonia, orquestra um raro
momento em doce acordes dissonantes
e bebo de tais sons tão delirantes
e ao gran finale em paz já me preparo,
o templo divinal onde anteparo
canoras melodias que em instantes
serão com tal firmeza ressonantes
num manso rio intenso puro e claro.
aos congelados lagos do jamais
mergulho todos erros ancestrais
e sinto o borbulhar da incrível chama,
enquanto a lava deita seus carinhos,
preparo com doçura eternos ninhos
tocando sem temor a podre lama...
Marcos Loures.
Oh! que doce tristeza e que ternura
No olhar ansioso, aflito dos que morrem…
De que âncoras profundas se socorrem
Os que penetram nessa noite escura!
Da vida aos frios véus da sepultura
Vagos momentos trêmulos decorrem…
E dos olhos as lágrimas escorrem
Como faróis da humana Desventura.
Descem então aos golfos congelados
Os que na terra vagam suspirando,
Com os velhos corações tantalizados.
Tudo negro e sinistro vai rolando
Báratro a baixo, aos ecos soluçados
Do vendaval da Morte ondeando, uivando…
( Cruz e Sousa )
A morte,em sinfonia, orquestra um raro
momento em doce acordes dissonantes
e bebo de tais sons tão delirantes
e ao gran finale em paz já me preparo,
o templo divinal onde anteparo
canoras melodias que em instantes
serão com tal firmeza ressonantes
num manso rio intenso puro e claro.
aos congelados lagos do jamais
mergulho todos erros ancestrais
e sinto o borbulhar da incrível chama,
enquanto a lava deita seus carinhos,
preparo com doçura eternos ninhos
tocando sem temor a podre lama...
Marcos Loures.
Velho
Estás morto, estás velho, estás cansado!
Como um suco de lágrimas pungidas
Ei-las, as rugas, as indefinidas
Noites do ser vencido e fatigado.
Envolve-te o crepúsculo gelado
Que vai soturno amortalhando as vidas
Ante o repouso em músicas gemidas
No fundo coração dilacerado.
A cabeça pendida de fadiga,
Sentes a morte taciturna e amiga,
Que os teus nervosos círculos governa.
Estás velho estás morto! Ó dor, delírio,
Alma despedaçada de martírio
Ó desespero da desgraça eterna.
( Cruz e Sousa )
O corpo lacerado em paulatino
cenário sem defesas, extorquido
pelo quanto, sem sentido, já ouvido,
crepuscular delírio, mal domino,
e, quanto mais deveras,destino,
o peso de um passado mal vivido,
embora dos meus erros, tanto olvido,
encontro o quanto mata em desatino,
do todo mal restando este corpúsculo
decomposto nas frágeis ilusões,
a nudez de minha alma, quando expões
traduz este martírio que insondável
degenera em ato obtuso e formidável,
traçando sem piedade o meu crepúsculo...
Marcos Loures.
Estás morto, estás velho, estás cansado!
Como um suco de lágrimas pungidas
Ei-las, as rugas, as indefinidas
Noites do ser vencido e fatigado.
Envolve-te o crepúsculo gelado
Que vai soturno amortalhando as vidas
Ante o repouso em músicas gemidas
No fundo coração dilacerado.
A cabeça pendida de fadiga,
Sentes a morte taciturna e amiga,
Que os teus nervosos círculos governa.
Estás velho estás morto! Ó dor, delírio,
Alma despedaçada de martírio
Ó desespero da desgraça eterna.
( Cruz e Sousa )
O corpo lacerado em paulatino
cenário sem defesas, extorquido
pelo quanto, sem sentido, já ouvido,
crepuscular delírio, mal domino,
e, quanto mais deveras,destino,
o peso de um passado mal vivido,
embora dos meus erros, tanto olvido,
encontro o quanto mata em desatino,
do todo mal restando este corpúsculo
decomposto nas frágeis ilusões,
a nudez de minha alma, quando expões
traduz este martírio que insondável
degenera em ato obtuso e formidável,
traçando sem piedade o meu crepúsculo...
Marcos Loures.
Ironia de Lágrimas
Junto da morte é que floresce a vida!
Andamos rindo junto a sepultura.
A boca aberta, escancarada, escura
Da cova é como flor apodrecida.
A Morte lembra a estranha Margarida
Do nosso corpo, Fausto sem ventura…
Ela anda em torno a toda criatura
Numa dança macabra indefinida.
Vem revestida em suas negras sedas
E a marteladas lúgubres e tredas
Das Ilusões o eterno esquife prega.
E adeus caminhos vãos mundos risonhos!
Lá vem a loba que devora os sonhos,
Faminta, absconsa, imponderada cega!
( Cruz e Sousa )
A morte, em primavera molda o quanto
pudesse além da cova que nos trama
a própria persistência de uma chama
grassada pela angústia em desencanto,.
Regada tantas vezes pelo pranto,
ousando procriar em novo drama
a interminável solidão que ora me chama,
sem mesmo me causar qualquer espanto,
o manto a recobrir o corpo inerte,
expressa a o fértil solo,e assim reverte
num êxtase supremo, a eternidade.
os dias mais felizes, meros traços
desta ópera que é feita em passos lassos
nos laços sem resquícios de verdade...
Marcos Loures.
Junto da morte é que floresce a vida!
Andamos rindo junto a sepultura.
A boca aberta, escancarada, escura
Da cova é como flor apodrecida.
A Morte lembra a estranha Margarida
Do nosso corpo, Fausto sem ventura…
Ela anda em torno a toda criatura
Numa dança macabra indefinida.
Vem revestida em suas negras sedas
E a marteladas lúgubres e tredas
Das Ilusões o eterno esquife prega.
E adeus caminhos vãos mundos risonhos!
Lá vem a loba que devora os sonhos,
Faminta, absconsa, imponderada cega!
( Cruz e Sousa )
A morte, em primavera molda o quanto
pudesse além da cova que nos trama
a própria persistência de uma chama
grassada pela angústia em desencanto,.
Regada tantas vezes pelo pranto,
ousando procriar em novo drama
a interminável solidão que ora me chama,
sem mesmo me causar qualquer espanto,
o manto a recobrir o corpo inerte,
expressa a o fértil solo,e assim reverte
num êxtase supremo, a eternidade.
os dias mais felizes, meros traços
desta ópera que é feita em passos lassos
nos laços sem resquícios de verdade...
Marcos Loures.
AS ÁGUAS ESCORRENDO
As águas escorrendo, beijam margens
E levam sem cessar, fertilidade.
Dos sonhos convertidos em miragens
De plácidas lagoas. Na verdade
Ao percorrer contigo, mil viagens
Enfim eu encontrei felicidade.
Sentindo, do Nordeste nas aragens
A brisa deste amor, sinceridade...
Tesouro incalculável sempre tem
Quem sabe da alegria que se deve
Ao fato de estar junto com alguém
O tempo vai passando bem mais leve.
Eu quero o teu amor, querido bem,
Pois sei o quanto a vida se faz breve...
MARCOS LOURES
As águas escorrendo, beijam margens
E levam sem cessar, fertilidade.
Dos sonhos convertidos em miragens
De plácidas lagoas. Na verdade
Ao percorrer contigo, mil viagens
Enfim eu encontrei felicidade.
Sentindo, do Nordeste nas aragens
A brisa deste amor, sinceridade...
Tesouro incalculável sempre tem
Quem sabe da alegria que se deve
Ao fato de estar junto com alguém
O tempo vai passando bem mais leve.
Eu quero o teu amor, querido bem,
Pois sei o quanto a vida se faz breve...
MARCOS LOURES
QUEM EM AMOR E DOR SE FEZ
Sonho com melodias que não ouço
Nem faço e nem tampouco quis um dia,
O amor que me prepara o calabouço,
O mesmo que pensara salvaria.
Não faço por defesa, algum esboço,
A vida terminando pouco a pouco
E quando a corda toca meu pescoço,
Num grito, mesmo inválido, estou rouco.
Talvez seja meu último verão,
Quem sabe este Natal, o derradeiro,
Ao ver se aproximando a cova, o chão,
O verso se tornando verdadeiro
Exponho sem pudores a nudez
Daquele que em amor e dor se fez...
MARCOS LOURES
Sonho com melodias que não ouço
Nem faço e nem tampouco quis um dia,
O amor que me prepara o calabouço,
O mesmo que pensara salvaria.
Não faço por defesa, algum esboço,
A vida terminando pouco a pouco
E quando a corda toca meu pescoço,
Num grito, mesmo inválido, estou rouco.
Talvez seja meu último verão,
Quem sabe este Natal, o derradeiro,
Ao ver se aproximando a cova, o chão,
O verso se tornando verdadeiro
Exponho sem pudores a nudez
Daquele que em amor e dor se fez...
MARCOS LOURES
AUTO RETRATO
Completamente bêbado de luz,
Fazendo da esperança o meu Calvário
Imagem que este espelho reproduz,
O rosto, velho, triste e temerário...
Ninguém pode conter o calendário,
A mocidade ainda me seduz,
O mesmo sentimento de um otário
Que faz da fantasia sua cruz.
Remendos me servindo de colchão,
Pedaços amputados pelo tempo.
Sem juba e desdentado, este leão
Ainda pensa ter algum poder...
Rugindo sem parar é passatempo
Pra quem inda tem tempo pra perder...
MARCOS LOURES
Completamente bêbado de luz,
Fazendo da esperança o meu Calvário
Imagem que este espelho reproduz,
O rosto, velho, triste e temerário...
Ninguém pode conter o calendário,
A mocidade ainda me seduz,
O mesmo sentimento de um otário
Que faz da fantasia sua cruz.
Remendos me servindo de colchão,
Pedaços amputados pelo tempo.
Sem juba e desdentado, este leão
Ainda pensa ter algum poder...
Rugindo sem parar é passatempo
Pra quem inda tem tempo pra perder...
MARCOS LOURES
SEM LUAR
A noite tem mistérios e delícias;
No fogo das paixões, corpos ardentes...
A lua nos envolve em mil sevícias
Premissas de momentos envolventes.
Suave brisa traz suas carícias
As bocas se procuram, domam mentes,
Os sonhos dominados por malícias
As pernas se misturam quais serpentes...
E tudo me trazendo esta lembrança
De um tempo que se foi pra nunca mais.
Meu barco se perdendo sem um cais,
O olhar sem horizontes não descansa
E busca novamente te encontrar.
Porém a noite segue sem luar...
MARCOS LOURES
A noite tem mistérios e delícias;
No fogo das paixões, corpos ardentes...
A lua nos envolve em mil sevícias
Premissas de momentos envolventes.
Suave brisa traz suas carícias
As bocas se procuram, domam mentes,
Os sonhos dominados por malícias
As pernas se misturam quais serpentes...
E tudo me trazendo esta lembrança
De um tempo que se foi pra nunca mais.
Meu barco se perdendo sem um cais,
O olhar sem horizontes não descansa
E busca novamente te encontrar.
Porém a noite segue sem luar...
MARCOS LOURES
CORAÇÃO
Que tu tens coração que não sossega
Nem mesmo quando a morte se aproxima,
Enquanto caminhando quase cega
Uma esperança aos pouco se extermina
Por mares tão distantes já navega,
Olhando este horizonte; ainda prima
Por procurar o vinho que na adega
Talvez à bem amada cause estima.
Vencer as minhas dores? Desta forma,
Razão incontrolável sempre informa
Do tempo que não tenho, e já se finda...
Mas quando vejo o rosto da morena,
A sorte se bendiz, a glória acena
Reluto e penso ser meu tempo, ainda...
MARCOS LOURES
Que tu tens coração que não sossega
Nem mesmo quando a morte se aproxima,
Enquanto caminhando quase cega
Uma esperança aos pouco se extermina
Por mares tão distantes já navega,
Olhando este horizonte; ainda prima
Por procurar o vinho que na adega
Talvez à bem amada cause estima.
Vencer as minhas dores? Desta forma,
Razão incontrolável sempre informa
Do tempo que não tenho, e já se finda...
Mas quando vejo o rosto da morena,
A sorte se bendiz, a glória acena
Reluto e penso ser meu tempo, ainda...
MARCOS LOURES
CARROSSÉIS
A vida se faz doce para quem
Sabe desfrutar cada segundo,
E quando a fantasia chega e vem
Dotar-se do querer denso e profundo.
Atando lua e sol, manhã em glória
Etéreas maravilhas; já propõe
E mesmo na alvorada merencória
Cenário deslumbrante se compõe
Farnéis que abastecidos de emoção,
Expressam a vitória inesquecível
Inequívoca lua que em sertão
Prateia este arrebol de forma incrível
Regalos delicados, favos, méis,
Girando sol e lua, carrosséis...
MARCOS LOURES
A vida se faz doce para quem
Sabe desfrutar cada segundo,
E quando a fantasia chega e vem
Dotar-se do querer denso e profundo.
Atando lua e sol, manhã em glória
Etéreas maravilhas; já propõe
E mesmo na alvorada merencória
Cenário deslumbrante se compõe
Farnéis que abastecidos de emoção,
Expressam a vitória inesquecível
Inequívoca lua que em sertão
Prateia este arrebol de forma incrível
Regalos delicados, favos, méis,
Girando sol e lua, carrosséis...
MARCOS LOURES
COMPLETA SOLIDÃO
Soubesse desfrutar cada momento
De amor e de esperança que me é dado,
Talvez mudasse ainda o amargo Fado,
Sinônimo de dor e sofrimento...
Qual onda que em penedos me arrebento,
Vivendo tão somente do passado,
Um velho coração enamorado,
Dos erros previsíveis me inocento...
Ouvindo estes marulhos, tão distantes,
Eu imagino os mares por instantes
Sereias são amantes, ilusão...
Carpindo cada ausência, morto em vida,
Escrevo minha carta-despedida,
Mergulho na completa solidão...
MARCOS LOURES
Soubesse desfrutar cada momento
De amor e de esperança que me é dado,
Talvez mudasse ainda o amargo Fado,
Sinônimo de dor e sofrimento...
Qual onda que em penedos me arrebento,
Vivendo tão somente do passado,
Um velho coração enamorado,
Dos erros previsíveis me inocento...
Ouvindo estes marulhos, tão distantes,
Eu imagino os mares por instantes
Sereias são amantes, ilusão...
Carpindo cada ausência, morto em vida,
Escrevo minha carta-despedida,
Mergulho na completa solidão...
MARCOS LOURES
Matar esta paixão é seu feitiço!
Marcos Osilia
embora há muito tempo sei que morta,
um leve vento bate à minha porta
a rosa já perdera o velho viço.
embora poderia ser omisso,
o quanto me restasse não importa,
a primavera agora me reporta
ao velho inverno, vivo e tão mortiço;
ascendo às depressões por onde eu vim
e sinto ora já morto o amor em mim,
e, infelizmente agora é fátuo fogo,
aonde imaginara o ser sincero,
o mundo amargurado, atroz e fero.
mostrou-se novamente um podre jogo.
Marcos Loures.
Marcos Osilia
embora há muito tempo sei que morta,
um leve vento bate à minha porta
a rosa já perdera o velho viço.
embora poderia ser omisso,
o quanto me restasse não importa,
a primavera agora me reporta
ao velho inverno, vivo e tão mortiço;
ascendo às depressões por onde eu vim
e sinto ora já morto o amor em mim,
e, infelizmente agora é fátuo fogo,
aonde imaginara o ser sincero,
o mundo amargurado, atroz e fero.
mostrou-se novamente um podre jogo.
Marcos Loures.
Inspiras teu amor, Marcos Valério!
Marcos Osilia
a luta pela vida, mesmo quando
o barco noutro rumo naufragando
encontra quem o arpoa, e mesmo fere-o,
encontro na mortalha o refrigério
e o gozo noutra face se expressando
marcasse com a faca o mais nefando
caminho onde me encontre, o cemitério.
somente outra semente quero ser
e nisso florescer noutras daninhas,
as dores bem percebo serem minhas,
e o tempo me ensinara a fenecer
erguendo cada dia o tumular
descanso onde eu pudera desfrutar...
Marcos Loures.
Marcos Osilia
a luta pela vida, mesmo quando
o barco noutro rumo naufragando
encontra quem o arpoa, e mesmo fere-o,
encontro na mortalha o refrigério
e o gozo noutra face se expressando
marcasse com a faca o mais nefando
caminho onde me encontre, o cemitério.
somente outra semente quero ser
e nisso florescer noutras daninhas,
as dores bem percebo serem minhas,
e o tempo me ensinara a fenecer
erguendo cada dia o tumular
descanso onde eu pudera desfrutar...
Marcos Loures.
CORDEIRO DE DEUS.
.
Não pude prosseguir minha missão,
Um velho mensageiro perde o trem.
Também já não aceito esta omissão
Que em forma de mentiras, cedo vem.
Não quero nem tampouco o teu perdão,
Pastor desencaminha e esconde o bem,
Direto com Senhor, minha oração,
Pedindo pela paz que o amor contém.
Alvissareiros dias? Mortos já,
O sol que desenhei não brilhará,
Contemporaneidade; falsa luz...
Já não bastou a Ti; pobre cordeiro
O peso tão cruel e verdadeiro
Coroa dolorosa; imensa cruz...
MARCOS LOURES
.
Não pude prosseguir minha missão,
Um velho mensageiro perde o trem.
Também já não aceito esta omissão
Que em forma de mentiras, cedo vem.
Não quero nem tampouco o teu perdão,
Pastor desencaminha e esconde o bem,
Direto com Senhor, minha oração,
Pedindo pela paz que o amor contém.
Alvissareiros dias? Mortos já,
O sol que desenhei não brilhará,
Contemporaneidade; falsa luz...
Já não bastou a Ti; pobre cordeiro
O peso tão cruel e verdadeiro
Coroa dolorosa; imensa cruz...
MARCOS LOURES
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
Deitados sobre a seda dos lençóis,
Fomentas as vontades mais audazes,
Teus olhos me orientam; dois faróis,
A lua numa noite, quatro fases,
Perdidos entre panos, tresloucados,
Encontro logo o mapa do tesouro,
Gemidos e sorrisos tão safados,
Decifram tão divino ancoradouro.
E douro-me em teus raios, sol brilhante,
Rainha feita em serpe, deusa nua,
O corpo se enroscando provocante,
Enquanto o nosso jogo continua,
Até que num espasmo sem igual,
Cumprimos nosso santo ritual...
MARCOS LOURES
Fomentas as vontades mais audazes,
Teus olhos me orientam; dois faróis,
A lua numa noite, quatro fases,
Perdidos entre panos, tresloucados,
Encontro logo o mapa do tesouro,
Gemidos e sorrisos tão safados,
Decifram tão divino ancoradouro.
E douro-me em teus raios, sol brilhante,
Rainha feita em serpe, deusa nua,
O corpo se enroscando provocante,
Enquanto o nosso jogo continua,
Até que num espasmo sem igual,
Cumprimos nosso santo ritual...
MARCOS LOURES
Em ti bebo da fonte auspiciosa
Mais caprichosa e intensa que já vi,
Bebendo cada gota preciosa
Que roubo em cada gozo e chego a ti
Ansiosamente nua e fabulosa,
Acaso se vieres, eis aqui
O amor que tu querias, rima e prosa,
Gostosa deusa, aonde eu me perdi,
Salgando a tua boca. Tu me tomas
Em fartos goles, golpe do destino
E quando mais te adoro, eu me fascino,
Encontro em tuas fúrias, tantas somas,
Do quase não havia à perfeição,
Amor gerando amor, duplicação...
MARCOS LOURES
Mais caprichosa e intensa que já vi,
Bebendo cada gota preciosa
Que roubo em cada gozo e chego a ti
Ansiosamente nua e fabulosa,
Acaso se vieres, eis aqui
O amor que tu querias, rima e prosa,
Gostosa deusa, aonde eu me perdi,
Salgando a tua boca. Tu me tomas
Em fartos goles, golpe do destino
E quando mais te adoro, eu me fascino,
Encontro em tuas fúrias, tantas somas,
Do quase não havia à perfeição,
Amor gerando amor, duplicação...
MARCOS LOURES
SONHANDO ACORDADO
Não fecho mais meus olhos pra sonhar,
A vida estando em ti deveras é
O quanto mais desejo e tenho fé
Jamais vou deste encanto separar,
E quando mergulhara no teu mar
Sabendo as variantes da maré
Vivendo cada instante sigo até
O mundo noutra face se aflorar.
Escassas noites vagas, não mais quero
E sendo assim decerto mais sincero,
Encontro em ti total satisfação
Altares entre chamas, camas, gritos,
Momentos mais afoitos e bonitos
Gerando a mais sublime floração.
MARCOS LOURES
Não fecho mais meus olhos pra sonhar,
A vida estando em ti deveras é
O quanto mais desejo e tenho fé
Jamais vou deste encanto separar,
E quando mergulhara no teu mar
Sabendo as variantes da maré
Vivendo cada instante sigo até
O mundo noutra face se aflorar.
Escassas noites vagas, não mais quero
E sendo assim decerto mais sincero,
Encontro em ti total satisfação
Altares entre chamas, camas, gritos,
Momentos mais afoitos e bonitos
Gerando a mais sublime floração.
MARCOS LOURES
PENUMBRAS DE MINHA ALMA
Nas tais penumbras de minh’alma eu vejo
Os olhos pálidos da minha dor.
Nas fímbrias prendes solidão; desejo
Então fugir, quero escapar. Apor
As mãos cansadas e sentir o beijo
Mais carinhoso ser teu beija-flor...
Fazer assim do amor, mais belo arpejo.
Nada quero sentir senão calor...
Quero todos segredos, confissões;
Nada dizer, nem precisar, sermões
Feitos dessa total cumplicidade...
Nossos carinhos, envolvendo a lua,
Sofreguidão, te perceber tão nua...
Transparências trazendo veleidade...
MARCOS LOURES
Nas tais penumbras de minh’alma eu vejo
Os olhos pálidos da minha dor.
Nas fímbrias prendes solidão; desejo
Então fugir, quero escapar. Apor
As mãos cansadas e sentir o beijo
Mais carinhoso ser teu beija-flor...
Fazer assim do amor, mais belo arpejo.
Nada quero sentir senão calor...
Quero todos segredos, confissões;
Nada dizer, nem precisar, sermões
Feitos dessa total cumplicidade...
Nossos carinhos, envolvendo a lua,
Sofreguidão, te perceber tão nua...
Transparências trazendo veleidade...
MARCOS LOURES
O TEMPO
O tempo não tem nexo nem juízo,
Ninguém consegue mesmo segurar,
Não anda nem depressa ou devagar,
Exato; com certeza ele é preciso.
Mas quanto numa espera o tempo atrasa
Parece que é tão lento este infeliz,
Porém se estou contente e quero bis,
Parece fogaréu, imensa brasa.
O tempo não tem tempo de saber
O quanto o tempo custa pra correr
Se o tempo é contratempo é demorado
Mas sendo pouco o tempo pro prazer,
O tempo vai correndo sem se ver,
Num passatempo o tempo é apressado...
MARCOS LOURES
O tempo não tem nexo nem juízo,
Ninguém consegue mesmo segurar,
Não anda nem depressa ou devagar,
Exato; com certeza ele é preciso.
Mas quanto numa espera o tempo atrasa
Parece que é tão lento este infeliz,
Porém se estou contente e quero bis,
Parece fogaréu, imensa brasa.
O tempo não tem tempo de saber
O quanto o tempo custa pra correr
Se o tempo é contratempo é demorado
Mas sendo pouco o tempo pro prazer,
O tempo vai correndo sem se ver,
Num passatempo o tempo é apressado...
MARCOS LOURES
Nesta água em que mergulho, tropical,
Percebo uma chegada que me encanta,
A sede de te amar se mostra tanta
Paixão se transformando em temporal...
Olhando para as flores no quintal,
Beleza sensual, imagem santa,
E quando a tarde chega e o sol levanta,
Quarando uma esperança no varal,
Eu faço mais um verso e nele ponho
Aquela que se fez bem mais que sonho,
A realização de um bom desejo.
Aqueça-me deveras, pois, inverno,
O teu carinho sendo quente e terno,
É tudo o que mais quero, o que eu almejo...
MARCOS LOURES
DOCE DELÍCIA
Desejo o teu desejo simplesmente
Vibrante e sensual, doce delícia,
A cada novo toque, com malícia,
A noite se tornando mais ardente,
E tudo se transforma de repente,
Dilúvio de prazeres, sem notícia,
Aumenta a cada beijo, outra carícia,
Na intensa maravilha que se sente.
Invado os teus caminhos encharcados,
Delírios por loucuras provocados,
Atiças, transparente, meus anseios.
Depois, adormecido nos teus braços,
Estreito com carinho nossos laços,
Minha cabeça pousa entre teus seios...
MARCOS LOURES
Desejo o teu desejo simplesmente
Vibrante e sensual, doce delícia,
A cada novo toque, com malícia,
A noite se tornando mais ardente,
E tudo se transforma de repente,
Dilúvio de prazeres, sem notícia,
Aumenta a cada beijo, outra carícia,
Na intensa maravilha que se sente.
Invado os teus caminhos encharcados,
Delírios por loucuras provocados,
Atiças, transparente, meus anseios.
Depois, adormecido nos teus braços,
Estreito com carinho nossos laços,
Minha cabeça pousa entre teus seios...
MARCOS LOURES
DRIBLANDO OS MEUS FANTASMAS
Driblando os meus fantasmas, sigo à toa,
Refém dos desenganos e mentiras.
O coração recende a pão e broa,
Do quanto quis amor, sobraram tiras.
E quando ao longe, o mar, canções entoa,
Flutua o pensamento e nele giras,
A vida que eu sonhei, quisera boa,
Sem medos ou rancores, velhas iras
Acaso se viesses me verias
Desnudo de esperanças e alegrias
Ferrenho lutador perdendo o rumo.
Mereço alguma chance? Ledo engano,
Do quanto quis viver, inda me ufano,
Da morte da ilusão, eu bebo o sumo...
MARCOS LOURES
Driblando os meus fantasmas, sigo à toa,
Refém dos desenganos e mentiras.
O coração recende a pão e broa,
Do quanto quis amor, sobraram tiras.
E quando ao longe, o mar, canções entoa,
Flutua o pensamento e nele giras,
A vida que eu sonhei, quisera boa,
Sem medos ou rancores, velhas iras
Acaso se viesses me verias
Desnudo de esperanças e alegrias
Ferrenho lutador perdendo o rumo.
Mereço alguma chance? Ledo engano,
Do quanto quis viver, inda me ufano,
Da morte da ilusão, eu bebo o sumo...
MARCOS LOURES
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
Do quanto quis Amor que Amor soubesse
jamais me ocultaria, eis a verdade,
porém quando desnuda a realidade
a praga substitui a mansa prece,
e a rede mais atroz meu peito tece,
e bebe com fulgor a tempestade,
lutando contra a fonte que me invade
o peito friamente não padece.
sou manso como um lobo na tocaia
e sei que quanto mais a fonte seque,
a súcia alimentando este moleque
encontra vigorosa quem me traia,
e bebo cada gota desse sangue.
deixando moribunda a tosca exangue...
Marcos Loures.
jamais me ocultaria, eis a verdade,
porém quando desnuda a realidade
a praga substitui a mansa prece,
e a rede mais atroz meu peito tece,
e bebe com fulgor a tempestade,
lutando contra a fonte que me invade
o peito friamente não padece.
sou manso como um lobo na tocaia
e sei que quanto mais a fonte seque,
a súcia alimentando este moleque
encontra vigorosa quem me traia,
e bebo cada gota desse sangue.
deixando moribunda a tosca exangue...
Marcos Loures.
Não quero mais sequer as vias lácteas
que amores impossíveis me trouxessem,
as dores quando em flores resplandecem
amigo, por favor, dos solos cate-as,
e faça bom proveito dos espaços
que tanto imaginaste serem teus,
os olhos mortos bebem tantos breus
e os dias amanhecem sempre lassos,
vertendo os mais ignóbeis sentimentos
em lixo ou na sucata que recolho,
furando devagar, se mais um olho,
os pés pregados, chagas e lamentos.
a boca que me beija espúria e podre
o vinho avinagrado tomando o odre.
Marcos Loures
que amores impossíveis me trouxessem,
as dores quando em flores resplandecem
amigo, por favor, dos solos cate-as,
e faça bom proveito dos espaços
que tanto imaginaste serem teus,
os olhos mortos bebem tantos breus
e os dias amanhecem sempre lassos,
vertendo os mais ignóbeis sentimentos
em lixo ou na sucata que recolho,
furando devagar, se mais um olho,
os pés pregados, chagas e lamentos.
a boca que me beija espúria e podre
o vinho avinagrado tomando o odre.
Marcos Loures
ENCONTRAR O AMOR
Durante a mocidade eu perseguia
A chance de encontrar quem me quisesse,
Um velho companheiro da alegria,
Olhando para os céus, ternura e prece.
Arcando com os erros, meus enganos,
Pisando nesta areia movediça,
Errante caminheiro mata os planos,
Mesmo que a rosa nasça, cresça e viça
Percursos tantas vezes decorados,
Levando aos descaminhos usuais,
Lançando a minha sorte, rolam dados,
E todos dizem números iguais.
Expresso algum sorriso que inda guardo,
Resíduos do que fora gozo e fardo...
MARCOS LOURES
Durante a mocidade eu perseguia
A chance de encontrar quem me quisesse,
Um velho companheiro da alegria,
Olhando para os céus, ternura e prece.
Arcando com os erros, meus enganos,
Pisando nesta areia movediça,
Errante caminheiro mata os planos,
Mesmo que a rosa nasça, cresça e viça
Percursos tantas vezes decorados,
Levando aos descaminhos usuais,
Lançando a minha sorte, rolam dados,
E todos dizem números iguais.
Expresso algum sorriso que inda guardo,
Resíduos do que fora gozo e fardo...
MARCOS LOURES
Encontro o amor em todos os lugares,
Formando constelares maravilhas,
Bebendo com fartura, estes luares
Que tornam bem mais claras tantas trilhas.
Encontro o amor rondando os meus pomares,
Em todos continentes, casas, ilhas,
Na doce fantasia dos altares,
Até nos lupanares e armadilhas.
Encontro o amor sincero e mesmo falso,
Deveras companheiro e solidário,
Às vezes egoísta e solitário,
Causando desespero, num percalço,
Trazendo a liberdade ou a prisão,
São vários os matizes da paixão...
MARCOS LOURES
Formando constelares maravilhas,
Bebendo com fartura, estes luares
Que tornam bem mais claras tantas trilhas.
Encontro o amor rondando os meus pomares,
Em todos continentes, casas, ilhas,
Na doce fantasia dos altares,
Até nos lupanares e armadilhas.
Encontro o amor sincero e mesmo falso,
Deveras companheiro e solidário,
Às vezes egoísta e solitário,
Causando desespero, num percalço,
Trazendo a liberdade ou a prisão,
São vários os matizes da paixão...
MARCOS LOURES
E VIVA A POESIA
Quem dera se Coelho ou Surfistinha,
As vespas são de fogo, rabugentas,
As cores do meu céu; já não aguentas,
Preparo o rebolado pra festinha.
No pouco que me resta, ainda tinha
Palavras mais sutis ou violentas,
Enquanto as bundas tremem, seguem lentas
As Musas enfrentando esta galinha.
Na Arcádia, os acadêmicos e o chá,
Velhuscos rebolando o cha-cha-cha,
A musa da novela fica nua.
O beijo da mulher perde o segredo,
Portela desfilando o novo enredo,
Catulo se escondendo, mata a lua.
MARCOS LOURES
Quem dera se Coelho ou Surfistinha,
As vespas são de fogo, rabugentas,
As cores do meu céu; já não aguentas,
Preparo o rebolado pra festinha.
No pouco que me resta, ainda tinha
Palavras mais sutis ou violentas,
Enquanto as bundas tremem, seguem lentas
As Musas enfrentando esta galinha.
Na Arcádia, os acadêmicos e o chá,
Velhuscos rebolando o cha-cha-cha,
A musa da novela fica nua.
O beijo da mulher perde o segredo,
Portela desfilando o novo enredo,
Catulo se escondendo, mata a lua.
MARCOS LOURES
Quando me trataste feito um traste
jamais imaginei tal reação
quem diz que traz o dom de ser cristão
expressa dia a dia esse contraste,
soberba e hipocrisia desfilaste
e novos dias mortos moldarão
a fonte da total expiação
quem em plena consciência tu ladraste.
procure quem se iguale em prepotência
e finjas novamente uma clemência
que nem mesmo Satã pudera ter,
só peço que me esqueça, pois sou fóssil,
e saiba perceber quem é mais dócil,
bem antes de latir ou de morder...
Marcos Loures.
jamais imaginei tal reação
quem diz que traz o dom de ser cristão
expressa dia a dia esse contraste,
soberba e hipocrisia desfilaste
e novos dias mortos moldarão
a fonte da total expiação
quem em plena consciência tu ladraste.
procure quem se iguale em prepotência
e finjas novamente uma clemência
que nem mesmo Satã pudera ter,
só peço que me esqueça, pois sou fóssil,
e saiba perceber quem é mais dócil,
bem antes de latir ou de morder...
Marcos Loures.
SURPRESAS
Que trazes de surpresa para mim?
Carinho, balas, tiros, emboscada?
Exatas incertezas dizem nada...
Um tapa florescendo em teu jardim.
Mas os braços estendidos, um sim,
Esperam no romper da madrugada.
Ouvirei a palavra sossegada,
Mansa e suave... Dura qual marfim...
Todas as minhas dúvidas terminam,
Nos meus medos, tragados pelas marchas,
Dos meus pés que, faz tempo, se cansaram...
Essa tua resposta, novas achas
Das lenhas que sustentam nossa vida,
Ditarão novamente outra partida
MARCOS LOURES
Que trazes de surpresa para mim?
Carinho, balas, tiros, emboscada?
Exatas incertezas dizem nada...
Um tapa florescendo em teu jardim.
Mas os braços estendidos, um sim,
Esperam no romper da madrugada.
Ouvirei a palavra sossegada,
Mansa e suave... Dura qual marfim...
Todas as minhas dúvidas terminam,
Nos meus medos, tragados pelas marchas,
Dos meus pés que, faz tempo, se cansaram...
Essa tua resposta, novas achas
Das lenhas que sustentam nossa vida,
Ditarão novamente outra partida
MARCOS LOURES
ARFANTE
Arfante serpenteia pela cama,
Enlanguescente deusa em transparência
O fogo de teu corpo já me chama
Louvando com delírios florescência.
Desejo te procura e te reclama
Durante a noite fria em tua ausência;
Meu sonho a cada instante quer e trama
O amor que nos conforta; a convivência
Unindo nossos gozos em um só,
Seduzes com teus lábios, bocas, dentes.
As noites escaldantes, tons ardentes
Laçados sem fronteiras neste nó
As pernas são tenazes que ao prender
Transformam um delírio num prazer...
MARCOS LOURES
Arfante serpenteia pela cama,
Enlanguescente deusa em transparência
O fogo de teu corpo já me chama
Louvando com delírios florescência.
Desejo te procura e te reclama
Durante a noite fria em tua ausência;
Meu sonho a cada instante quer e trama
O amor que nos conforta; a convivência
Unindo nossos gozos em um só,
Seduzes com teus lábios, bocas, dentes.
As noites escaldantes, tons ardentes
Laçados sem fronteiras neste nó
As pernas são tenazes que ao prender
Transformam um delírio num prazer...
MARCOS LOURES
é muito fácil falar do quanto se ame
enquanto se percebe a farsa feita
demônio concebendo se deleita
e faz até nas ruas um reclame,
e quando à realidade a vida clame
a imagem revelada já desfeita
se mostra desfocada e não aceita
a dura realidade que se exclame.
assim, querida, sinto que em nós dois
o fogo se apagando e no depois,
restando do cadáver crematório,
perdoe, mas odeio hipocrisia,
só peço que durante esta agonia
suspenda deste ocaso, o meu velório...
Marcos Loures.
enquanto se percebe a farsa feita
demônio concebendo se deleita
e faz até nas ruas um reclame,
e quando à realidade a vida clame
a imagem revelada já desfeita
se mostra desfocada e não aceita
a dura realidade que se exclame.
assim, querida, sinto que em nós dois
o fogo se apagando e no depois,
restando do cadáver crematório,
perdoe, mas odeio hipocrisia,
só peço que durante esta agonia
suspenda deste ocaso, o meu velório...
Marcos Loures.
CLARÃO DA LUA
Frio clarão da lua invade o quarto,
Esbalda-se em teu corpo e da nudez
Expõe uma escultura que Deus fez,
Da qual permita o Pai jamais me aparto.
E quando após o amor, deito já farto,
Olhando-te deitada em placidez,
Adentro a fantasia de uma vez,
E mesmo estando aqui, em sonhos parto,
Alçando as mais perfeitas maravilhas,
Enfrento cordilheiras, desço aos vales,
E mesmo que em silêncio nada fales,
Palavras que tu pensas são as trilhas
Levando o sonhador aos descaminhos
Que tanto desejei; os nossos ninhos...
MARCOS LOURES
Frio clarão da lua invade o quarto,
Esbalda-se em teu corpo e da nudez
Expõe uma escultura que Deus fez,
Da qual permita o Pai jamais me aparto.
E quando após o amor, deito já farto,
Olhando-te deitada em placidez,
Adentro a fantasia de uma vez,
E mesmo estando aqui, em sonhos parto,
Alçando as mais perfeitas maravilhas,
Enfrento cordilheiras, desço aos vales,
E mesmo que em silêncio nada fales,
Palavras que tu pensas são as trilhas
Levando o sonhador aos descaminhos
Que tanto desejei; os nossos ninhos...
MARCOS LOURES
Do amor que me disseste, a farsa imensa
maltratos sobre a flor negando o viço,
e apenas, o que eu quis e inda cobiço
expressa o quanto nunca mais compensa,
na luta onde a derrota sempre vença
o preço a se pagar, num ar mortiço
é toda a fantasia e quanto nisso
revela a noite amarga, obtusa e densa.
Vieste me trazer a imensa draga
que tanto devastando tudo estraga
qual praga em gafanhotos construída.
Porém eu te agradeço, amada Rita,
o laço no pescoço, a corda, a fita
levando o quanto tive em tosca vida...
Marcos Loures.
maltratos sobre a flor negando o viço,
e apenas, o que eu quis e inda cobiço
expressa o quanto nunca mais compensa,
na luta onde a derrota sempre vença
o preço a se pagar, num ar mortiço
é toda a fantasia e quanto nisso
revela a noite amarga, obtusa e densa.
Vieste me trazer a imensa draga
que tanto devastando tudo estraga
qual praga em gafanhotos construída.
Porém eu te agradeço, amada Rita,
o laço no pescoço, a corda, a fita
levando o quanto tive em tosca vida...
Marcos Loures.
OURIVES DA ESPERANÇA
Ourives da esperança, a poesia,
Entorna-se deveras sobre nós,
Não serei o que virá depois, após,
A noite que se fez amarga e fria.
Só sei que na verdade eu te queria,
O amor foi companheiro, mas algoz,
A dor da solidão se faz atroz,
E impede que ressurja um novo dia.
Na aurora da existência, perco o rumo,
Os erros que cometo, bebo o sumo,
E foge entre os meus dedos, mocidade...
Quem dera ouvir a voz melodiosa
Da deusa que se fez tão majestosa
E reina nos confins de uma saudade...
MARCOS LOURES
Ourives da esperança, a poesia,
Entorna-se deveras sobre nós,
Não serei o que virá depois, após,
A noite que se fez amarga e fria.
Só sei que na verdade eu te queria,
O amor foi companheiro, mas algoz,
A dor da solidão se faz atroz,
E impede que ressurja um novo dia.
Na aurora da existência, perco o rumo,
Os erros que cometo, bebo o sumo,
E foge entre os meus dedos, mocidade...
Quem dera ouvir a voz melodiosa
Da deusa que se fez tão majestosa
E reina nos confins de uma saudade...
MARCOS LOURES
DIA A DIA
O amor se conquistando dia a dia
Adia as decisões ou precipita,
E quando encontro a mais bela pepita
Se precipita toda a fantasia,
Só posso te dizer que a fantasia
Mais rica; mais possante e mais bonita
Aquela que no peito forte grita
Conforme tanto tempo eu perseguia.
Guiando cada passo, o grande amor,
Compondo com total fascinação
Um mundo muito além do que sonhara,
Demonstra quanto vale ao sonhador
Um gole de razão, farta emoção
Tornando a nossa vida bem mais rara..
MARCOS LOURES
O amor se conquistando dia a dia
Adia as decisões ou precipita,
E quando encontro a mais bela pepita
Se precipita toda a fantasia,
Só posso te dizer que a fantasia
Mais rica; mais possante e mais bonita
Aquela que no peito forte grita
Conforme tanto tempo eu perseguia.
Guiando cada passo, o grande amor,
Compondo com total fascinação
Um mundo muito além do que sonhara,
Demonstra quanto vale ao sonhador
Um gole de razão, farta emoção
Tornando a nossa vida bem mais rara..
MARCOS LOURES
FALANDO EM SOLIDÃO
Nesses meus versos, tento te dizer,
Da boca que não beijo e tanto quero...
Celebro meu desejo, mordaz, fero.
Em tal fogueira, sonho, enfim, m’arder...
Porém, ao mesmo tempo, sem querer,
Por temer teu silêncio, nada espero.
Então me silencio. Nada gero
Somente esses meus versos posso ter...
Na mansidão volúpias atormentam,
Minhas angústias mudas, só aumentam...
Mas sou feliz fazendo esse poema...
Sonhar é doloroso, mas acalma,
A vida transtornada cede calma,
Embora a solidão seja meu tema...
MARCOS LOURES
Nesses meus versos, tento te dizer,
Da boca que não beijo e tanto quero...
Celebro meu desejo, mordaz, fero.
Em tal fogueira, sonho, enfim, m’arder...
Porém, ao mesmo tempo, sem querer,
Por temer teu silêncio, nada espero.
Então me silencio. Nada gero
Somente esses meus versos posso ter...
Na mansidão volúpias atormentam,
Minhas angústias mudas, só aumentam...
Mas sou feliz fazendo esse poema...
Sonhar é doloroso, mas acalma,
A vida transtornada cede calma,
Embora a solidão seja meu tema...
MARCOS LOURES
UM AMOR IMAGINÁRIO
Pensando em fazer outra poesia
Que fale de um amor imaginário,
Não tendo mais conversa ou alegria,
Apenas tão somente sou otário.
Fazer de meus lamentos fantasia,
Tornando meu amigo um adversário,
E cada vez que tento a mão vadia
Buscando no teclado outro fadário...
Fertilizando a mente com prazeres,
Domando meus instintos, o que fazer?
As letras vão pulando à minha frente
E faltam para a festa estes talheres,
Sem ter sequer idéia pude ver
O olhar que me lançaste, diferente...
MARCOS LOURES
Pensando em fazer outra poesia
Que fale de um amor imaginário,
Não tendo mais conversa ou alegria,
Apenas tão somente sou otário.
Fazer de meus lamentos fantasia,
Tornando meu amigo um adversário,
E cada vez que tento a mão vadia
Buscando no teclado outro fadário...
Fertilizando a mente com prazeres,
Domando meus instintos, o que fazer?
As letras vão pulando à minha frente
E faltam para a festa estes talheres,
Sem ter sequer idéia pude ver
O olhar que me lançaste, diferente...
MARCOS LOURES
FIM DE CASO
Eu não serei funesto, nem pretendo
Falar do amor que tive e se perdeu,
O quanto da ternura se mantendo,
Reflete este caminho, meu e teu.
Mistérios envolvendo a nossa vida,
Momentos que se vão pra nunca mais.
E quando nossa história está perdida,
Procuro ancoradouro noutro cais.
Poeta mata o sonho e se alimenta
Dos restos da ilusão que um dia quis,
Pensando na borrasca violenta,
Não quero e nem consigo ser feliz...
Matei os meus resquícios de alegria,
Rasgando eternamente a fantasia...
MARCOS LOURES
Eu não serei funesto, nem pretendo
Falar do amor que tive e se perdeu,
O quanto da ternura se mantendo,
Reflete este caminho, meu e teu.
Mistérios envolvendo a nossa vida,
Momentos que se vão pra nunca mais.
E quando nossa história está perdida,
Procuro ancoradouro noutro cais.
Poeta mata o sonho e se alimenta
Dos restos da ilusão que um dia quis,
Pensando na borrasca violenta,
Não quero e nem consigo ser feliz...
Matei os meus resquícios de alegria,
Rasgando eternamente a fantasia...
MARCOS LOURES
FIM DE SONHO
Por vezes imagino outro país;
Nas gélidas manhãs, tórrido anseio.
Desejos incontidos, sem receio,
Um corpo saciado, outro feliz.
Vontade de voar mesmo em céu gris
Percorro delirante cada seio,
Descubro outras paragens, singro o veio,
Qual fora eternamente um aprendiz...
Mas nada; nem a sombra do passado,
Apenas o vazio em minha cama,
A morte sorrateira, vem e chama,
Deitando sorridente aqui do lado.
E quando imaginava outra saída
Escorre em minhas mãos, a frágil vida...
MARCOS LOURES
Por vezes imagino outro país;
Nas gélidas manhãs, tórrido anseio.
Desejos incontidos, sem receio,
Um corpo saciado, outro feliz.
Vontade de voar mesmo em céu gris
Percorro delirante cada seio,
Descubro outras paragens, singro o veio,
Qual fora eternamente um aprendiz...
Mas nada; nem a sombra do passado,
Apenas o vazio em minha cama,
A morte sorrateira, vem e chama,
Deitando sorridente aqui do lado.
E quando imaginava outra saída
Escorre em minhas mãos, a frágil vida...
MARCOS LOURES
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
MINHA ALMA
Minha alma, velha pária sem repouso,
Esgueira-se entre as pedras das calçadas.
Um sonho mais audaz; por vezes, ouso,
Porém as minhas pernas, tão cansadas.
O pensamento vaga entre ladeiras,
Estúpido poeta; quis amores,
As dores tão comuns e costumeiras
Enquanto os sonhos são frágeis atores...
Procuro na sarjeta algum recanto,
Aonde repousar minha alma inerme,
Até as ratazanas, desencanto,
Expulsam tal espectro, amaro verme...
Só me restam as águas poluídas
E as velhas ilusões apodrecidas...
marcos loures
Minha alma, velha pária sem repouso,
Esgueira-se entre as pedras das calçadas.
Um sonho mais audaz; por vezes, ouso,
Porém as minhas pernas, tão cansadas.
O pensamento vaga entre ladeiras,
Estúpido poeta; quis amores,
As dores tão comuns e costumeiras
Enquanto os sonhos são frágeis atores...
Procuro na sarjeta algum recanto,
Aonde repousar minha alma inerme,
Até as ratazanas, desencanto,
Expulsam tal espectro, amaro verme...
Só me restam as águas poluídas
E as velhas ilusões apodrecidas...
marcos loures
Jaqueline!
Jacqueline: Aquela que supera
Tantas dores a vida nos promete
São montanhas diversas, ventanias...
Ao passado, a tristeza me remete
Fazendo transtornar as melodias
Da festa, serpentina com confete
Nos meus ultrapassados carnavais.
O tempo que se foi não mais repete,
A alegria vivemos, nunca mais!
Das dores que acumulo pela vida,
A ausência desta luz que já morreu,
Da minha mocidade, despedida...
Não há mais sequer lua que ilumine
O meu céu sem estrelas, puro breu,
No brilho dos meus olhos, Jaqueline!
Jaqueline conforme prometido
Jacqueline: Aquela que supera
Tantas dores a vida nos promete
São montanhas diversas, ventanias...
Ao passado, a tristeza me remete
Fazendo transtornar as melodias
Da festa, serpentina com confete
Nos meus ultrapassados carnavais.
O tempo que se foi não mais repete,
A alegria vivemos, nunca mais!
Das dores que acumulo pela vida,
A ausência desta luz que já morreu,
Da minha mocidade, despedida...
Não há mais sequer lua que ilumine
O meu céu sem estrelas, puro breu,
No brilho dos meus olhos, Jaqueline!
Jaqueline conforme prometido
Mônica: Só, sozinha, viúva
Na noite, solitária, o vento qual chibata
Batendo na janela. Amor, triste, partiu...
Um canto longe, vago, uma lágrima,mil...
A vida se esvaindo, a dor maltrata...
A solidão noturna, a saudade retrata.
O mundo que sonhara, um átimo, ruiu...
O castelo, a princesa... O mundo já traiu.
Na morte, se enlutara, a volta não tem data,
Mas espera o momento onde possa encontrar
O motivo da vida, o brilho do luar...
Nesta eterna neblina aguarda pela chuva
Que nunca vem. Final de tudo, sofrimento...
Nesta janela aberta a voz triste do vento...
E Mônica sozinha, o leito, de viúva...
Marcos Loures
conforme prometido Monica -
MEUS QUINTAIS
Revejo os meus quintais na primavera,
Ilhado neste quarto, apartamento,
O verso que compus, traduz espera,
A salvação virá, qualquer momento.
Resisto bravamente, sorte mera,
E mesmo ser feliz, ainda tento,
Naufrago no teu mar, minha galera,
E busco, vez em quando, um novo invento.
Mas vendo estas paredes no horizonte,
Queria com a vida última ponte
Perdi os velhos elos da corrente
Trancafiado aqui, neste lugar,
Revejo o meu quintal e vou buscar
Algum retrato fusco em minha mente...
marcos loures
Revejo os meus quintais na primavera,
Ilhado neste quarto, apartamento,
O verso que compus, traduz espera,
A salvação virá, qualquer momento.
Resisto bravamente, sorte mera,
E mesmo ser feliz, ainda tento,
Naufrago no teu mar, minha galera,
E busco, vez em quando, um novo invento.
Mas vendo estas paredes no horizonte,
Queria com a vida última ponte
Perdi os velhos elos da corrente
Trancafiado aqui, neste lugar,
Revejo o meu quintal e vou buscar
Algum retrato fusco em minha mente...
marcos loures
NO MEU AMOR
No meu amor, bengala que me leva
Pelas esquinas, curvas, montes, ruas...
O peito apaixonado sempre neva
As bocas que beijamos sempre cruas.
Escapo da tortura, fuga e treva,
Não busco meus prazeres nessas luas.
O resto do que fomos não me ceva,
O tempo que passamos, noites nuas...
Colhendo as margaridas que plantaste,
Nos medos que me trazem desolado...
Nos ventos que tempestas já fui haste.
As víboras se posam de vestais,
Coroas por viver apaixonado.
Os cernes dos amores canibais...
marcos loures
No meu amor, bengala que me leva
Pelas esquinas, curvas, montes, ruas...
O peito apaixonado sempre neva
As bocas que beijamos sempre cruas.
Escapo da tortura, fuga e treva,
Não busco meus prazeres nessas luas.
O resto do que fomos não me ceva,
O tempo que passamos, noites nuas...
Colhendo as margaridas que plantaste,
Nos medos que me trazem desolado...
Nos ventos que tempestas já fui haste.
As víboras se posam de vestais,
Coroas por viver apaixonado.
Os cernes dos amores canibais...
marcos loures
Não quero falar de amores tontos,
Nem quero perceber quais foram os sonhos...
As madrugadas parecem mais risonhas,
Os meus dias são pétreos abandonos...
Queria navegar teu horizonte.
Da fonte dos desejos, uma moeda;
A mordaça cansaços e delírios.
As crisálidas que fomos não vingaram...
Quero o defeito de não ter solução,
Quero o direito de não ter mais meu fracasso.
Aço fraco, frascos, ascos e escusas...
As blusas abertas, o blues que tocas..
As tocas onde deixo meus degredos e segredos...
Meus medos, sutis medos, temerário...
Meu salário que recebo, um passo sem estrada...
Uma escada sem degraus. Um mar sem ter naus...
O caos absoluto...
Me enluto e não te esqueço. Tropeço, vou do avesso...
Me arremesso, não peço nem prossigo.
Se persigo não consigo consistência. A ciência
Da consciência esparsa, farsa...Belas taças
Jogadas num vago espaço...
Trago o aço da batalha, navalha, falhas e pecados...
Quero o acero da alma, a chama, acalma e tramas sem nexo...
Quero o frio gosto do rosto exposto sem rugas...
As rusgas as tropas e as trôpegas pegadas...
As pegas, os rogos, os lagos e barcos.
Arcos, areia, marcos, penteia a sereia os cabelos...
A morte não traíra nem traria uma traição.
Ação e coragem, aragem e sertão.
As serralhas e as fornalhas, acendidas.
As mãos descansadas, o peito aberto.
Meu medo completo, a nau, o sol...
Quero teu prazer e tua lei.
Quero poder ser teu rei
Quero o que não sei,
O seio, o veio,
O meio
Um mar
Distante mar,
Luz e luar, plenilúnio
Quero saber teu infortúnio.
Quero nada mais que minha sina.
Um frágil delírio, um vício, um principio.
Um banal gesto trazendo um desencontro louco,
As tarde sem Marina. Saudades fúteis e inúteis, fétidas...
Se ainda me quisesses não poderias dizer adeus...
Quem sabe os sonhos meus te trariam de novo.
O gosto amargo da saudade... Olhos tristes,
A vida resiste e não insiste, existe. Exige!
A face da esfinge se finge ágil e frágil.
As horas não passam, nem peço.
Meus passos, tropeço.
Me apresso
E não
Vou....
marcos loures
Nem quero perceber quais foram os sonhos...
As madrugadas parecem mais risonhas,
Os meus dias são pétreos abandonos...
Queria navegar teu horizonte.
Da fonte dos desejos, uma moeda;
A mordaça cansaços e delírios.
As crisálidas que fomos não vingaram...
Quero o defeito de não ter solução,
Quero o direito de não ter mais meu fracasso.
Aço fraco, frascos, ascos e escusas...
As blusas abertas, o blues que tocas..
As tocas onde deixo meus degredos e segredos...
Meus medos, sutis medos, temerário...
Meu salário que recebo, um passo sem estrada...
Uma escada sem degraus. Um mar sem ter naus...
O caos absoluto...
Me enluto e não te esqueço. Tropeço, vou do avesso...
Me arremesso, não peço nem prossigo.
Se persigo não consigo consistência. A ciência
Da consciência esparsa, farsa...Belas taças
Jogadas num vago espaço...
Trago o aço da batalha, navalha, falhas e pecados...
Quero o acero da alma, a chama, acalma e tramas sem nexo...
Quero o frio gosto do rosto exposto sem rugas...
As rusgas as tropas e as trôpegas pegadas...
As pegas, os rogos, os lagos e barcos.
Arcos, areia, marcos, penteia a sereia os cabelos...
A morte não traíra nem traria uma traição.
Ação e coragem, aragem e sertão.
As serralhas e as fornalhas, acendidas.
As mãos descansadas, o peito aberto.
Meu medo completo, a nau, o sol...
Quero teu prazer e tua lei.
Quero poder ser teu rei
Quero o que não sei,
O seio, o veio,
O meio
Um mar
Distante mar,
Luz e luar, plenilúnio
Quero saber teu infortúnio.
Quero nada mais que minha sina.
Um frágil delírio, um vício, um principio.
Um banal gesto trazendo um desencontro louco,
As tarde sem Marina. Saudades fúteis e inúteis, fétidas...
Se ainda me quisesses não poderias dizer adeus...
Quem sabe os sonhos meus te trariam de novo.
O gosto amargo da saudade... Olhos tristes,
A vida resiste e não insiste, existe. Exige!
A face da esfinge se finge ágil e frágil.
As horas não passam, nem peço.
Meus passos, tropeço.
Me apresso
E não
Vou....
marcos loures
Ella despidió a su amor
Él partió en un barco en el muelle de San Blas
él juró que volvería
y empapada en llanto ella juró que esperaría
miles de lunas pasaron
y siempre ella estaba en el muelle
esperando
Muchas tardes se anidaron
se anidaron en su pelo
y en sus labios
Fher
Um dia ele partiu – distante mar,
Dizendo que mais tarde voltaria.
O tempo se passando a naufragar
Uma esperança a cada novo dia.
O tempo se perdendo e num olhar,
A moça enamorada refazia
O sonho de – quem sabe – renovar
O amor que eternamente esperaria...
Um sentimento novo e soberano,
Aos poucos a tomava e, sem saber
Apaixonou-se então pelo oceano
E nele reencontrara o seu prazer.
Entregue à fantasia em lua cheia,
Nasceu, num breve instante, uma sereia...
marcos loures
Él partió en un barco en el muelle de San Blas
él juró que volvería
y empapada en llanto ella juró que esperaría
miles de lunas pasaron
y siempre ella estaba en el muelle
esperando
Muchas tardes se anidaron
se anidaron en su pelo
y en sus labios
Fher
Um dia ele partiu – distante mar,
Dizendo que mais tarde voltaria.
O tempo se passando a naufragar
Uma esperança a cada novo dia.
O tempo se perdendo e num olhar,
A moça enamorada refazia
O sonho de – quem sabe – renovar
O amor que eternamente esperaria...
Um sentimento novo e soberano,
Aos poucos a tomava e, sem saber
Apaixonou-se então pelo oceano
E nele reencontrara o seu prazer.
Entregue à fantasia em lua cheia,
Nasceu, num breve instante, uma sereia...
marcos loures
sentir-me solitário e perceber
o quão seja indigesta esta presença
de quem imaginando em tola crença
o amor quando pudesse conceber,
um fétido canino, um podre ser
caminha sem buscar a desavença
e agora finalmente se convença
do quanto nada resta, ou possa haver.
escorraçado sigo pelas ruas,
e vejo as tentativas mortas, cruas
de um dia ser feliz, pobre idiota!
um asno sem medidas, sigo aquém
de quem outrora me quis bem
e agora, simplesmente ao cão enxota!
marcos loures
o quão seja indigesta esta presença
de quem imaginando em tola crença
o amor quando pudesse conceber,
um fétido canino, um podre ser
caminha sem buscar a desavença
e agora finalmente se convença
do quanto nada resta, ou possa haver.
escorraçado sigo pelas ruas,
e vejo as tentativas mortas, cruas
de um dia ser feliz, pobre idiota!
um asno sem medidas, sigo aquém
de quem outrora me quis bem
e agora, simplesmente ao cão enxota!
marcos loures
UM CANTO DE LOUVOR À AMIZADE - coroa de sonetos
No passo sempre firme deste sonho,
Vagando na amplidão, cada momento,
Num canto mais preciso eu te proponho
A força mais tenaz de um sentimento,
Que possa transbordar em mar risonho,
Trazendo para a vida um manso vento,
Não quero mais meu passo tão tristonho,
Eu quero esta certeza, num momento
Capaz de transformar em harmonia,
O que se fez temível ventania.
Meu verso te propondo, companheira
Um laço bem mais forte que nos una,
Ao cais desta amizade, a nossa escuna
Enfrenta a tempestade derradeira.
2
Enfrenta a tempestade derradeira
Aquela que destrói; e tudo esmaga
A vida se promete alvissareira
E o vento da alegria sempre afaga
Ao proteger do corte abaixa a adaga
E tendo uma razão por timoneira
Com amizade pura faz a paga,
Numa ternura imensa e costumeira.
Ao ter esta aliança e ser amigo
De quem amigo sempre esteve aqui.
Elevo o pensamento e chego a ti.
Nos versos que te faço, assim eu digo
Do quanto é bom falar desta amizade,
Uma expressão mais pura da verdade.
3
Uma expressão mais pura da verdade,
Aquela que permite um sonho bom,
A vida percorrida ao mesmo tom,
Recende a mais perfeita qualidade.
Nos cantos mais distantes da cidade,
Quem dera se escutasse o claro som
Nos ecos mais fiéis desta amizade,
Decerto mais que tudo, um raro dom.
Eu tenho o peito aberto de quem sonha,
Vencer a solidão cruel, medonha,
Ao lado de quem sei que me quer bem.
É bom poder gritar ao mundo todo,
Que em meio a tantos pântanos, vil lodo,
Eu posso enfim dizer que tenho alguém.
4
Eu posso enfim dizer que tenho alguém
E nada mais eu temo em minha vida,
Sabendo que encontrei o grande bem,
De tantos labirintos, a saída.
Por mais a noite escura eu sei que vem
Não vejo mais a sorte assim perdida,
A mão que acaricia sempre tem
A força de acolher a alma perdida.
Àquele que morreu por todos nós,
Senhor de cada passo, mensageiro,
De todo amor que seja companheiro
Matando com certeza a dor atroz,
Eu posso assim dizer do grande amigo,
Andando o tempo inteiro aqui, comigo.
5
Andando o tempo inteiro aqui, comigo,
Aquele que é cordeiro e salvador,
Não tenho mais temor, venço o perigo,
Pois sinto o derradeiro e santo amor.
É bom poder dizer: divino amigo,
Estou contigo, inteiro ao teu dispor
Felicidade plena que eu persigo
Eu canto tão somente em teu louvor.
Quem veio pra ser Rei, se deu aos pobres,
Vendido por alguns, míseros cobres,
Sofreu e padeceu terror cruel,
Depois de ser entregue e torturado,
Em um momento místico e sagrado
Ergueu-se, se elevando, alçou o Céu...
6
Ergueu-se, se elevando, alçou o Céu,
De todos os mortais, o grande amigo.
As nuvens recobrindo em belo véu
Mostrando que há um pai, o nosso abrigo.
Estrelas desfilando em carrossel,
O quanto desejei eu já consigo
Deixar o meu passado mais cruel
Seguindo cada passo, vou contigo.
Amigo que se fez grande doutor
Curando o mal que aflige a todos nós,
Tornando verdadeiro, o mago amor
O mundo transformado logo após,
Porém há tanta gente que te nega,
A multidão caminha ainda cega.
7
A multidão caminha ainda cega
Distante de teu claro ensinamento,
Quem à riqueza em vida já se apega
Condena seu irmão ao sofrimento.
A vida não se dá pra quem se nega
É muito mais que um simples, bom momento.
O pensamento livre assim navega
E vence qualquer forma de tormento.
Vieste para nós e para tantos,
Na forma de Jesus ou de outros santos
E nisso, meu amigo, tantas vezes
Pastores confundindo suas reses
Querendo ter maior autoridade
Denigrem o sentido da amizade.
8
Denigrem o sentido da amizade
E matam por palavras ou por crenças.
Cegando, mesmo em plena claridade,
No sangue de outro irmão, as recompensas.
Eu creio neste amor em liberdade,
Bem mais que a simples cura de doenças,
Milagre bem maior, fraternidade
Traído pelas frias desavenças.
Amor que tanto encanta quem mais ama,
Permite se manter acesa a chama
De toda uma esperança para a Terra.
Tocando o coração em bem profundo,
Espalha uma alegria pelo mundo,
Numa emoção sincera ele se encerra.
9
Numa emoção sincera Ele se encerra
E faz bem mais possível ser feliz.
Palavra que se espalha em vale e serra
Do puro amor sagrado já nos diz.
Meu peito em sofrimento se desterra
Sentindo que o amor vai por um triz.
Porém uma esperança se descerra
Mudando todo o céu, novo matiz.
Nas cores e nas crenças tão diversas,
Por mais que sejam almas mais dispersas
Ao crerem neste ser que nos criou
Os homens podem ter uma esperança
Em toda humanidade esta aliança
Do amor que em amizade transbordou.
10
Do amor que em amizade transbordou,
Eu sinto uma harmonia benfazeja,
De toda a paz que em vida se deseja,
Apenas quem amou já conquistou.
Amor em amizade ele ensinou
Trazendo o bem sublime que se almeja
Perdão que tantas vezes demonstrou,
Vontade soberana que assim seja.
Os cânticos divinos de louvor,
O riso bem mais franco da criança
Uma alma é bem feliz se for mais mansa
Entregue, sem limites ao amor.
Pois, Oxalá, Jesus, Brahma ou Tupã
Espalha sobre nós bela manhã.
11
Espalha sobre nós bela manhã
O sol que se irradia em amizade,
A vida se permite ao novo afã
Tocada pela vida em claridade.
Deixando para trás a dor malsã
Vivendo enfim a vera liberdade,
Sabendo do sabor de uma maçã
Amor se espalhará na humanidade.
Amigo, tantas vezes vi teu rosto
Em faces tão diversas, vai exposto
No irmão que perambula pelas ruas.
O pai que se mostrou a todos nós
Ao homem deu a força e deu a voz,
Porém sem ser ouvido, continuas...
12
Porém, sem ser ouvido continuas
Amigo que se fez um Rei plebeu,
Em meio a tantos brilhos, céus e luas,
O mundo em um momento concebeu.
Palavras mais sublimes são as tuas
Falando deste amor que se perdeu,
Jogado nas sarjetas, frias ruas
De um homem, o próprio homem se esqueceu;
Na cruz e no martírio que sofreste,
Neste amor que ensinaste e que nos deste
Exemplo tão sublime e verdadeiro
De quem é criador e criatura,
Doutor que nos mostrou com alma pura
O amor que se faz nosso timoneiro.
13
O amor que se faz nosso timoneiro
Permite um sonho bom, uma esperança,
Um canto mais suave traz o cheiro
Sublime do perfume da aliança;
Que seja então amor mais costumeiro,
E todos numa mesma e bela dança,
Verão o Deus perfeito e verdadeiro
Além do que um olhar vazio alcança.
Amigo é necessário um novo norte,
Que à tua maravilha nos transporte
E deixe para trás as diferenças,
O mundo num só canto, mesma prece,
Aos teus desígnos santos obedece,
Tendo em alegrias, recompensas.
14
Tendo em alegrias, recompensas,
Trazendo para nós felicidade,
Unindo num só Deus as várias crenças
Sem donos absolutos da verdade.
Deixando bem distantes horas tensas,
Sem mortes com terrível crueldade
Nas catedrais dos sonhos tão imensas,
Traduzindo enfim, solidariedade.,
Um dia, quando o mundo for assim,
Florindo em puro amor, nosso jardim
Amanhecer será sempre risonho.
No canto da amizade, comunhão,
Amor feito com bases no perdão,
No passo sempre firme deste sonho
marcos loures
No passo sempre firme deste sonho,
Vagando na amplidão, cada momento,
Num canto mais preciso eu te proponho
A força mais tenaz de um sentimento,
Que possa transbordar em mar risonho,
Trazendo para a vida um manso vento,
Não quero mais meu passo tão tristonho,
Eu quero esta certeza, num momento
Capaz de transformar em harmonia,
O que se fez temível ventania.
Meu verso te propondo, companheira
Um laço bem mais forte que nos una,
Ao cais desta amizade, a nossa escuna
Enfrenta a tempestade derradeira.
2
Enfrenta a tempestade derradeira
Aquela que destrói; e tudo esmaga
A vida se promete alvissareira
E o vento da alegria sempre afaga
Ao proteger do corte abaixa a adaga
E tendo uma razão por timoneira
Com amizade pura faz a paga,
Numa ternura imensa e costumeira.
Ao ter esta aliança e ser amigo
De quem amigo sempre esteve aqui.
Elevo o pensamento e chego a ti.
Nos versos que te faço, assim eu digo
Do quanto é bom falar desta amizade,
Uma expressão mais pura da verdade.
3
Uma expressão mais pura da verdade,
Aquela que permite um sonho bom,
A vida percorrida ao mesmo tom,
Recende a mais perfeita qualidade.
Nos cantos mais distantes da cidade,
Quem dera se escutasse o claro som
Nos ecos mais fiéis desta amizade,
Decerto mais que tudo, um raro dom.
Eu tenho o peito aberto de quem sonha,
Vencer a solidão cruel, medonha,
Ao lado de quem sei que me quer bem.
É bom poder gritar ao mundo todo,
Que em meio a tantos pântanos, vil lodo,
Eu posso enfim dizer que tenho alguém.
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Eu posso enfim dizer que tenho alguém
E nada mais eu temo em minha vida,
Sabendo que encontrei o grande bem,
De tantos labirintos, a saída.
Por mais a noite escura eu sei que vem
Não vejo mais a sorte assim perdida,
A mão que acaricia sempre tem
A força de acolher a alma perdida.
Àquele que morreu por todos nós,
Senhor de cada passo, mensageiro,
De todo amor que seja companheiro
Matando com certeza a dor atroz,
Eu posso assim dizer do grande amigo,
Andando o tempo inteiro aqui, comigo.
5
Andando o tempo inteiro aqui, comigo,
Aquele que é cordeiro e salvador,
Não tenho mais temor, venço o perigo,
Pois sinto o derradeiro e santo amor.
É bom poder dizer: divino amigo,
Estou contigo, inteiro ao teu dispor
Felicidade plena que eu persigo
Eu canto tão somente em teu louvor.
Quem veio pra ser Rei, se deu aos pobres,
Vendido por alguns, míseros cobres,
Sofreu e padeceu terror cruel,
Depois de ser entregue e torturado,
Em um momento místico e sagrado
Ergueu-se, se elevando, alçou o Céu...
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Ergueu-se, se elevando, alçou o Céu,
De todos os mortais, o grande amigo.
As nuvens recobrindo em belo véu
Mostrando que há um pai, o nosso abrigo.
Estrelas desfilando em carrossel,
O quanto desejei eu já consigo
Deixar o meu passado mais cruel
Seguindo cada passo, vou contigo.
Amigo que se fez grande doutor
Curando o mal que aflige a todos nós,
Tornando verdadeiro, o mago amor
O mundo transformado logo após,
Porém há tanta gente que te nega,
A multidão caminha ainda cega.
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A multidão caminha ainda cega
Distante de teu claro ensinamento,
Quem à riqueza em vida já se apega
Condena seu irmão ao sofrimento.
A vida não se dá pra quem se nega
É muito mais que um simples, bom momento.
O pensamento livre assim navega
E vence qualquer forma de tormento.
Vieste para nós e para tantos,
Na forma de Jesus ou de outros santos
E nisso, meu amigo, tantas vezes
Pastores confundindo suas reses
Querendo ter maior autoridade
Denigrem o sentido da amizade.
8
Denigrem o sentido da amizade
E matam por palavras ou por crenças.
Cegando, mesmo em plena claridade,
No sangue de outro irmão, as recompensas.
Eu creio neste amor em liberdade,
Bem mais que a simples cura de doenças,
Milagre bem maior, fraternidade
Traído pelas frias desavenças.
Amor que tanto encanta quem mais ama,
Permite se manter acesa a chama
De toda uma esperança para a Terra.
Tocando o coração em bem profundo,
Espalha uma alegria pelo mundo,
Numa emoção sincera ele se encerra.
9
Numa emoção sincera Ele se encerra
E faz bem mais possível ser feliz.
Palavra que se espalha em vale e serra
Do puro amor sagrado já nos diz.
Meu peito em sofrimento se desterra
Sentindo que o amor vai por um triz.
Porém uma esperança se descerra
Mudando todo o céu, novo matiz.
Nas cores e nas crenças tão diversas,
Por mais que sejam almas mais dispersas
Ao crerem neste ser que nos criou
Os homens podem ter uma esperança
Em toda humanidade esta aliança
Do amor que em amizade transbordou.
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Do amor que em amizade transbordou,
Eu sinto uma harmonia benfazeja,
De toda a paz que em vida se deseja,
Apenas quem amou já conquistou.
Amor em amizade ele ensinou
Trazendo o bem sublime que se almeja
Perdão que tantas vezes demonstrou,
Vontade soberana que assim seja.
Os cânticos divinos de louvor,
O riso bem mais franco da criança
Uma alma é bem feliz se for mais mansa
Entregue, sem limites ao amor.
Pois, Oxalá, Jesus, Brahma ou Tupã
Espalha sobre nós bela manhã.
11
Espalha sobre nós bela manhã
O sol que se irradia em amizade,
A vida se permite ao novo afã
Tocada pela vida em claridade.
Deixando para trás a dor malsã
Vivendo enfim a vera liberdade,
Sabendo do sabor de uma maçã
Amor se espalhará na humanidade.
Amigo, tantas vezes vi teu rosto
Em faces tão diversas, vai exposto
No irmão que perambula pelas ruas.
O pai que se mostrou a todos nós
Ao homem deu a força e deu a voz,
Porém sem ser ouvido, continuas...
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Porém, sem ser ouvido continuas
Amigo que se fez um Rei plebeu,
Em meio a tantos brilhos, céus e luas,
O mundo em um momento concebeu.
Palavras mais sublimes são as tuas
Falando deste amor que se perdeu,
Jogado nas sarjetas, frias ruas
De um homem, o próprio homem se esqueceu;
Na cruz e no martírio que sofreste,
Neste amor que ensinaste e que nos deste
Exemplo tão sublime e verdadeiro
De quem é criador e criatura,
Doutor que nos mostrou com alma pura
O amor que se faz nosso timoneiro.
13
O amor que se faz nosso timoneiro
Permite um sonho bom, uma esperança,
Um canto mais suave traz o cheiro
Sublime do perfume da aliança;
Que seja então amor mais costumeiro,
E todos numa mesma e bela dança,
Verão o Deus perfeito e verdadeiro
Além do que um olhar vazio alcança.
Amigo é necessário um novo norte,
Que à tua maravilha nos transporte
E deixe para trás as diferenças,
O mundo num só canto, mesma prece,
Aos teus desígnos santos obedece,
Tendo em alegrias, recompensas.
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Tendo em alegrias, recompensas,
Trazendo para nós felicidade,
Unindo num só Deus as várias crenças
Sem donos absolutos da verdade.
Deixando bem distantes horas tensas,
Sem mortes com terrível crueldade
Nas catedrais dos sonhos tão imensas,
Traduzindo enfim, solidariedade.,
Um dia, quando o mundo for assim,
Florindo em puro amor, nosso jardim
Amanhecer será sempre risonho.
No canto da amizade, comunhão,
Amor feito com bases no perdão,
No passo sempre firme deste sonho
marcos loures
Toda a minha esperança esbarra na saudade
Que sempre me rondando está deveras perto.
Meu mundo sem carinho, um vazio deserto.
Espero então que morra a triste realidade.
Sonhando a cada dia, a minha alma soluça
Espero por um dia, a vida estando calma,
Que Deus já me liberte abraçando a minha alma
Que sem ter outro colo, em ti já se debruça.
Amor se fez quimera e clama o triste fado,
A luz desse luar reclama um sonho, uma asa
Que possa libertar apagando essa brasa
Devoradora. Clamo um brado amargurado...
Fecho-me sem saber que o frio amor recorta
Os céus por onde andei em fúria e se levanta
Dando-me a sensação perfeita que me encanta
Do amor que tanto quis batendo em minha porta!
marcos loures
Natal, Papai Noel
Estrelinhas lá no céu
Que felicidade!
As ruas enfeitadas
Presentes pra criançada!
Que bom!
Bate o sino pequenino...
As lojas estão cheias
Os corações vazios...
Natal é tempo de paz,
Papai Noel chegou,
A família reunida
A ceia, mesa tá posta
Tanta coisa que se gosta.
Tem leitão e rabanada.
Mas que nada,
No Natal tanto presente.
Cadê o aniversariante?
Ah! Ele não veio,
Quem veio foi São Nicolau,
Com os veadinhos todos,
Numa alegria gigantesca
Passou pela chaminé
De carroça ou mesmo a pé
Veio atender a cartinha
Que o menino escreveu.
Escreveu, o pau não leu,
O comércio, a indústria,
Todos comemoram!
Mas cadê esse aniversariante
Que não vem?
Deve ser porque nasceu
No curral,
E as casas estão muito enfeitadas,
Ou por que ele é, com certeza,
Envergonhado.
Mas me faça um favor:
Qual o nome dele mesmo?
marcos loures
Estrelinhas lá no céu
Que felicidade!
As ruas enfeitadas
Presentes pra criançada!
Que bom!
Bate o sino pequenino...
As lojas estão cheias
Os corações vazios...
Natal é tempo de paz,
Papai Noel chegou,
A família reunida
A ceia, mesa tá posta
Tanta coisa que se gosta.
Tem leitão e rabanada.
Mas que nada,
No Natal tanto presente.
Cadê o aniversariante?
Ah! Ele não veio,
Quem veio foi São Nicolau,
Com os veadinhos todos,
Numa alegria gigantesca
Passou pela chaminé
De carroça ou mesmo a pé
Veio atender a cartinha
Que o menino escreveu.
Escreveu, o pau não leu,
O comércio, a indústria,
Todos comemoram!
Mas cadê esse aniversariante
Que não vem?
Deve ser porque nasceu
No curral,
E as casas estão muito enfeitadas,
Ou por que ele é, com certeza,
Envergonhado.
Mas me faça um favor:
Qual o nome dele mesmo?
marcos loures
Um Feliz Natal e Presenteemos o Aniversariante.
Desejo-te, por certo, um feliz Natal.
Com muitas alegrias, festas, ceias, brinquedos, trocas de presente e tudo que temos direito.
Mas, espero que penses no Natal de uma forma diferente, pelo menos por alguns momentos.
Nesta data comemoramos o nascimento de uma criança pobre, filha de exilados, em pleno deserto e em uma manjedoura, nome mais sofisticado para curral, estrebaria.
Essa criança pobre, um filho de carpinteiro, veio ao mundo com uma missão: não somente confirmar as leis divinas, como também traduzi-las e acrescentar a maravilhosa noção do perdão e do amor absoluto.
Amigo, será que, dois mil e seis anos depois, aprendemos alguma coisa?
Mil perdões, mas acredito que a maioria de nós continua a fechar os olhos para a miséria, para a fome e para as injustiças.
Uma criança faminta, na televisão, sensibiliza.
Ao vivo, nem tanto.
Como é aniversário de uma criança
Que nos ensinou a amar e perdoar.
Dê um presente ao aniversariante.
AME E PERDOE!
Mas, acima de tudo, reconheça nos injustiçados e famintos o teu irmão.
E farás a vinda de Cristo ter, a cada dia, mais sentido.
Brindemos ao Aniversariante
Com o vinho do nosso sangue
E com o pão nosso, de cada dia.
NOSSO.
DOS SEIS BILHÕES DE IRMÃOS QUE TEMOS, MUNDO AFORA!
marcos loures
Desejo-te, por certo, um feliz Natal.
Com muitas alegrias, festas, ceias, brinquedos, trocas de presente e tudo que temos direito.
Mas, espero que penses no Natal de uma forma diferente, pelo menos por alguns momentos.
Nesta data comemoramos o nascimento de uma criança pobre, filha de exilados, em pleno deserto e em uma manjedoura, nome mais sofisticado para curral, estrebaria.
Essa criança pobre, um filho de carpinteiro, veio ao mundo com uma missão: não somente confirmar as leis divinas, como também traduzi-las e acrescentar a maravilhosa noção do perdão e do amor absoluto.
Amigo, será que, dois mil e seis anos depois, aprendemos alguma coisa?
Mil perdões, mas acredito que a maioria de nós continua a fechar os olhos para a miséria, para a fome e para as injustiças.
Uma criança faminta, na televisão, sensibiliza.
Ao vivo, nem tanto.
Como é aniversário de uma criança
Que nos ensinou a amar e perdoar.
Dê um presente ao aniversariante.
AME E PERDOE!
Mas, acima de tudo, reconheça nos injustiçados e famintos o teu irmão.
E farás a vinda de Cristo ter, a cada dia, mais sentido.
Brindemos ao Aniversariante
Com o vinho do nosso sangue
E com o pão nosso, de cada dia.
NOSSO.
DOS SEIS BILHÕES DE IRMÃOS QUE TEMOS, MUNDO AFORA!
marcos loures
Não quero teu controle sobre mim,
Se faço ou não faço, passo
Caço e se descalço, estrepo o pé.
Dane-se!
Ou melhor, a vida e o pé são meus.
Não me deixe tão sozinho assim amor...
A noite não saberá o que fazer comigo.
Espero nas esquinas com ardor,
A bala que virá no fogo amigo.
Abrigos casamatas matas casas,
Camas e ressacas.
Ninguém é de ferro,
Se berro neste aterro nem atrevo.
Revivo e não mereço.
Ah! Tropeço faz parte do passo.
Do passo e do passado, passarinho...
Rimo o que vejo e o que estimo.
Extremo e não contente, resumo.
O sumo do que sou está exposto
Em vidros hermeticamente fechados,
Na quitanda da esquina.
Politicamente correto, sem matas que mate
Sem balas que negue
E sem amor que resfrie.
Sorriso balsâmico,
Anêmico e tetânico.
Correto.
Sempre correto.
Feto que aborto
Esgoto que jogo,
Vomito no fim.
Pedaço de mim
Que, vergonhosamente, escondo.
Luxúrias e lamúrias. Sangrias...
Espero que este espelho se quebre em mil pedaços.
Mil cacos, migalhas...
Espalhando meus restos pelas ruas
Formando as especulares fantasias.
Na órbita dos sonhos, sou hipócrita.
Ou pelo menos penso.
Imenso em um vazio sem precedentes.
Dentes e olhos vazados pela firme vontade de morrer.
Fumo desbragadamente.
Vergonhosamente
Estupidamente
De repente
Nada mente
E sou sincero.
Diabético, açúcar na poesia e na alma.
Sou dialeticamente imperfeito e profeticamente incauto.
Um auto retrato pútrido e fantasmagórico.
Não falo de Nada que não seja meu.
Eco de mim mesmo não aprendi a ser solidário.
Sol de mim mesmo, solitário.
Mas que se dane a noite e o dia.
A chuva é mais tinhosa.
E mentirosa como o frio
Que nunca vem se eu não quiser.
Ano que vem irei mudar...
Prometo, quem sabe?
O dente de sabre
Espera na esquina
E desatinadamente me agrada.
Amo sim.
Claro que temo isso,
Não sou burro.
Mas de fininho, vago sentado na cadeira
Por horas e horas.
Buscando o que não sei nem sei onde.
Mineiro compra bonde
O meu descarrilou...
Felizes anos velhos e ano novo.
São os mesmos e serão,
Ser tão ingênuo a ponto de achar
Que o simples fato de comprar folhinha nova
Muda a vida...
Eu sei que não.
Corro atrás,
De mim mesmo
E nada encontro
A não ser essa vontade
Louca de, louva deus,
Me entregar a um amor suicida
Que decida minha vida.
Mas, querida, me dê a mão
Que o sol desponta
E o ano novo apronta
As mesmas desilusões...
MARCOS LOURES
Se faço ou não faço, passo
Caço e se descalço, estrepo o pé.
Dane-se!
Ou melhor, a vida e o pé são meus.
Não me deixe tão sozinho assim amor...
A noite não saberá o que fazer comigo.
Espero nas esquinas com ardor,
A bala que virá no fogo amigo.
Abrigos casamatas matas casas,
Camas e ressacas.
Ninguém é de ferro,
Se berro neste aterro nem atrevo.
Revivo e não mereço.
Ah! Tropeço faz parte do passo.
Do passo e do passado, passarinho...
Rimo o que vejo e o que estimo.
Extremo e não contente, resumo.
O sumo do que sou está exposto
Em vidros hermeticamente fechados,
Na quitanda da esquina.
Politicamente correto, sem matas que mate
Sem balas que negue
E sem amor que resfrie.
Sorriso balsâmico,
Anêmico e tetânico.
Correto.
Sempre correto.
Feto que aborto
Esgoto que jogo,
Vomito no fim.
Pedaço de mim
Que, vergonhosamente, escondo.
Luxúrias e lamúrias. Sangrias...
Espero que este espelho se quebre em mil pedaços.
Mil cacos, migalhas...
Espalhando meus restos pelas ruas
Formando as especulares fantasias.
Na órbita dos sonhos, sou hipócrita.
Ou pelo menos penso.
Imenso em um vazio sem precedentes.
Dentes e olhos vazados pela firme vontade de morrer.
Fumo desbragadamente.
Vergonhosamente
Estupidamente
De repente
Nada mente
E sou sincero.
Diabético, açúcar na poesia e na alma.
Sou dialeticamente imperfeito e profeticamente incauto.
Um auto retrato pútrido e fantasmagórico.
Não falo de Nada que não seja meu.
Eco de mim mesmo não aprendi a ser solidário.
Sol de mim mesmo, solitário.
Mas que se dane a noite e o dia.
A chuva é mais tinhosa.
E mentirosa como o frio
Que nunca vem se eu não quiser.
Ano que vem irei mudar...
Prometo, quem sabe?
O dente de sabre
Espera na esquina
E desatinadamente me agrada.
Amo sim.
Claro que temo isso,
Não sou burro.
Mas de fininho, vago sentado na cadeira
Por horas e horas.
Buscando o que não sei nem sei onde.
Mineiro compra bonde
O meu descarrilou...
Felizes anos velhos e ano novo.
São os mesmos e serão,
Ser tão ingênuo a ponto de achar
Que o simples fato de comprar folhinha nova
Muda a vida...
Eu sei que não.
Corro atrás,
De mim mesmo
E nada encontro
A não ser essa vontade
Louca de, louva deus,
Me entregar a um amor suicida
Que decida minha vida.
Mas, querida, me dê a mão
Que o sol desponta
E o ano novo apronta
As mesmas desilusões...
MARCOS LOURES
Das fadas e princesas do passado
Ainda guardas cenas na memória
E mesmo quando muda toda a história
O sonho vez por outra relembrado,
O tempo diz do templo abandonado
E nele tão somente rala escória
Do quanto se fartou como em vitória
Desenho na parede mal pintado,
E as horas vão passando e nada vindo,
O amor que outrora fora quase infindo
Esvaecido em cenas de novelas,
E quando lacrimejas, voz embarga
A doce fantasia agora amarga
Menina que inda existe tu revelas.
MARCOS LOURES
Ainda guardas cenas na memória
E mesmo quando muda toda a história
O sonho vez por outra relembrado,
O tempo diz do templo abandonado
E nele tão somente rala escória
Do quanto se fartou como em vitória
Desenho na parede mal pintado,
E as horas vão passando e nada vindo,
O amor que outrora fora quase infindo
Esvaecido em cenas de novelas,
E quando lacrimejas, voz embarga
A doce fantasia agora amarga
Menina que inda existe tu revelas.
MARCOS LOURES
Nos louros da vitória se expressara
A glória que jamais se fez inteira,
História tão comum e corriqueira
Agora se apresenta como rara,
Vencido e vencedor, a mesma cara
Reflexo desta luta costumeira
Vivendo em precipício sempre à beira
A morte a todo dia se declara
Nas formas mais sutis ou agressivas
Enquanto de prazeres tu te privas
Virando um prisioneiro do presente,
Audaciosamente esta caterva
Aos poucos dominando já te enerva,
Mas logo silencias tão descrente.
MARCOS LOURES
A glória que jamais se fez inteira,
História tão comum e corriqueira
Agora se apresenta como rara,
Vencido e vencedor, a mesma cara
Reflexo desta luta costumeira
Vivendo em precipício sempre à beira
A morte a todo dia se declara
Nas formas mais sutis ou agressivas
Enquanto de prazeres tu te privas
Virando um prisioneiro do presente,
Audaciosamente esta caterva
Aos poucos dominando já te enerva,
Mas logo silencias tão descrente.
MARCOS LOURES
AOS DEFENSORES DA SACROSSANTA INTERVENÇÃO MILITAR
Falar de ditadura militar,
voltar aos belos tempos do passado,
um povo na porrada, comportado,
o gado proibido de pensar
é ver o quanto é belo o caminhar
do canhão pela rua bem armado,
grassando sobre as flores, num sonhado
desejo de uma classe "popular"
o povo que desfila, a burguesia
em suas belas faixas poderia
trazer outro cenário mais "satânico"
desfraldando sua alma caridosa,
deixando vivo espinho e morta a rosa
louvando sem vergonha o Estado Islâmico!
marcos Loures
Falar de ditadura militar,
voltar aos belos tempos do passado,
um povo na porrada, comportado,
o gado proibido de pensar
é ver o quanto é belo o caminhar
do canhão pela rua bem armado,
grassando sobre as flores, num sonhado
desejo de uma classe "popular"
o povo que desfila, a burguesia
em suas belas faixas poderia
trazer outro cenário mais "satânico"
desfraldando sua alma caridosa,
deixando vivo espinho e morta a rosa
louvando sem vergonha o Estado Islâmico!
marcos Loures
Falo de ti a todos os que vejo
E sinto que a resposta é o mesmo não
Enquanto as horas todas mostrarão
O quanto da emoção fora lampejo,
O beijo mais audaz não antevejo
Tampouco alguma luz ou solução
Esqueço qualquer rota ou direção
Perdendo desde sempre o bom ensejo,
E sendo assim navego em mar sombrio
Diverso do que tanto fantasio
Sem porto que me abrigue, ancoradouro,
Que faço sem poder ter florescido
Jardim há tantos anos esquecido,
Porém só para mim, raro tesouro.
marcos loures
E sinto que a resposta é o mesmo não
Enquanto as horas todas mostrarão
O quanto da emoção fora lampejo,
O beijo mais audaz não antevejo
Tampouco alguma luz ou solução
Esqueço qualquer rota ou direção
Perdendo desde sempre o bom ensejo,
E sendo assim navego em mar sombrio
Diverso do que tanto fantasio
Sem porto que me abrigue, ancoradouro,
Que faço sem poder ter florescido
Jardim há tantos anos esquecido,
Porém só para mim, raro tesouro.
marcos loures
Fragrante Rosa em Jericó plantada,
Como a lua formosa, e esclarecida,
Como o sol entre todas escolhida,
E como puro espelho imaculada.
Virgem antes dos séculos criada
Para Mãe do supremo Autor da vida,
Para fonte de graça dirigida,
E de toda a desgraça reservada.
Pois a vosso rosário se dedica
Esta academia, em que tanto acerta,
Consagrando-se a vós, divina Rosa:
Claro, patente, e manifesto fica,
E conclusão é sem falência certa,
Que do mundo há de ser mais gloriosa.
GREGÓRIO DE MATOS
A Rosa que entre Rosas se fez Santa
Formosa em raro brilho ostenta a luz,
E dela este Cordeiro atado à Cruz
Cujo holocausto ainda nos encanta.
A força que Ela emana, sendo tanta
Às multidões diversas já conduz
Divina Criação se reproduz
Na Imagem mais fiel e Sacrossanta.
Da Glória em Graça feita, olhai por mim,
Em Vós percebo além deste jardim,
Superna Maravilha em divindade,
Dos nomes o mais simples vos daria
O Amor, pois em Amor se fez Maria
E Dela a Soberana Majestade.
marcos loures
Como a lua formosa, e esclarecida,
Como o sol entre todas escolhida,
E como puro espelho imaculada.
Virgem antes dos séculos criada
Para Mãe do supremo Autor da vida,
Para fonte de graça dirigida,
E de toda a desgraça reservada.
Pois a vosso rosário se dedica
Esta academia, em que tanto acerta,
Consagrando-se a vós, divina Rosa:
Claro, patente, e manifesto fica,
E conclusão é sem falência certa,
Que do mundo há de ser mais gloriosa.
GREGÓRIO DE MATOS
A Rosa que entre Rosas se fez Santa
Formosa em raro brilho ostenta a luz,
E dela este Cordeiro atado à Cruz
Cujo holocausto ainda nos encanta.
A força que Ela emana, sendo tanta
Às multidões diversas já conduz
Divina Criação se reproduz
Na Imagem mais fiel e Sacrossanta.
Da Glória em Graça feita, olhai por mim,
Em Vós percebo além deste jardim,
Superna Maravilha em divindade,
Dos nomes o mais simples vos daria
O Amor, pois em Amor se fez Maria
E Dela a Soberana Majestade.
marcos loures
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
Como se fosse amor sábia ventura
À qual já se atrelasse uma esperança
Vivendo dos agouros da lembrança
Eterna busca ainda em vão perdura,
E quanto mais se quer e se procura
Distante deste olhar, amor se lança
A mão já com certeza não alcança
Sobrando a quem deseja esta loucura.
Essencialmente eu vivo só por que
Nas sanhas deste encanto que se vê
Ao longe, minhas tramas me conduzem,
Mas quando me aproximo, logo escapas
Da essência do viver percebo as capas,
Aonde os meus anseios vãos reluzem.
marcos loures
À qual já se atrelasse uma esperança
Vivendo dos agouros da lembrança
Eterna busca ainda em vão perdura,
E quanto mais se quer e se procura
Distante deste olhar, amor se lança
A mão já com certeza não alcança
Sobrando a quem deseja esta loucura.
Essencialmente eu vivo só por que
Nas sanhas deste encanto que se vê
Ao longe, minhas tramas me conduzem,
Mas quando me aproximo, logo escapas
Da essência do viver percebo as capas,
Aonde os meus anseios vãos reluzem.
marcos loures
Momentos que o prazer torna imortais!
Marcos Osilia
fazendo do viver algo mais nobre,
e mesmo quando a sorte além recobre
os dias com diversos temporais,
somente da semente percebais
o quanto do florir já se descobre
em vossas mansas mãos a luz redobre
e traga novos sonhos em cristais.
E vosso, muito embora inda arredio,
percorro cada margem deste rio
e sigo em afluência ao mar imenso,
no todo que se emana a cada instante
o sonho tão profundo se garante
e nele, com fervor, me recompenso...
Marcos Loures;
Marcos Osilia
fazendo do viver algo mais nobre,
e mesmo quando a sorte além recobre
os dias com diversos temporais,
somente da semente percebais
o quanto do florir já se descobre
em vossas mansas mãos a luz redobre
e traga novos sonhos em cristais.
E vosso, muito embora inda arredio,
percorro cada margem deste rio
e sigo em afluência ao mar imenso,
no todo que se emana a cada instante
o sonho tão profundo se garante
e nele, com fervor, me recompenso...
Marcos Loures;
Das águas cristalinas sei a fonte
E dela me fartando a cada dia,
Enquanto aos mais diversos sonhos guia
A mão que se estendendo no horizonte
Transforma nosso amor em rara ponte,
E nela novos campos eu veria
Sabendo desde sempre esta alegria,
Que a cada amanhecer logo desponte
Deixando como um rastro o brilho farto,
Do qual jamais deveras eu me aparto,
E sei que escravizado em tal algema
Por mais que enamorado nada tema
Eu sigo em luzes várias, movediças
Exposto aos dissabores e cobiças.
marcos loures
E dela me fartando a cada dia,
Enquanto aos mais diversos sonhos guia
A mão que se estendendo no horizonte
Transforma nosso amor em rara ponte,
E nela novos campos eu veria
Sabendo desde sempre esta alegria,
Que a cada amanhecer logo desponte
Deixando como um rastro o brilho farto,
Do qual jamais deveras eu me aparto,
E sei que escravizado em tal algema
Por mais que enamorado nada tema
Eu sigo em luzes várias, movediças
Exposto aos dissabores e cobiças.
marcos loures
Agonizando em vida, um louco amante
Percebe o quão inútil caminhar
E tendo muitas vezes que enfrentar
Perigo audacioso e mais constante
Ainda prosseguindo sempre avante
Não deixa de tentar e de sonhar,
Embora muitas vezes sem lugar
Procura pelo amor, seu diamante.
Andara tantas noites sem saber
Aonde em que estalagem me esconder
Lutando com gigantes ou moinhos,
E agora que te tenho em minhas mãos
Percebo o quanto os sonhos foram vãos
E os dias continuam tão sozinhos.
marcos loures
Percebe o quão inútil caminhar
E tendo muitas vezes que enfrentar
Perigo audacioso e mais constante
Ainda prosseguindo sempre avante
Não deixa de tentar e de sonhar,
Embora muitas vezes sem lugar
Procura pelo amor, seu diamante.
Andara tantas noites sem saber
Aonde em que estalagem me esconder
Lutando com gigantes ou moinhos,
E agora que te tenho em minhas mãos
Percebo o quanto os sonhos foram vãos
E os dias continuam tão sozinhos.
marcos loures
Desprezos que trazeis em vosso olhar
Estranhas desventuras me causando,
Aonde houvera um tempo desde quando
O Amor se poderia imaginar
Servindo-vos deveras e encontrar
Momento tão suave, ameno ou brando,
E mesmo quando em luz alvoroçando
Falena num instante a se encantar
Adona-se dos sonhos, poesia,
E dela em ventos mansos se porfia
Tecendo nobre e raro amanhecer,
Servir-vos ó senhora dos meus ais
Enquanto o vosso encanto; derramais
Navego ao vosso claro e bel prazer.
marcos loures
Estranhas desventuras me causando,
Aonde houvera um tempo desde quando
O Amor se poderia imaginar
Servindo-vos deveras e encontrar
Momento tão suave, ameno ou brando,
E mesmo quando em luz alvoroçando
Falena num instante a se encantar
Adona-se dos sonhos, poesia,
E dela em ventos mansos se porfia
Tecendo nobre e raro amanhecer,
Servir-vos ó senhora dos meus ais
Enquanto o vosso encanto; derramais
Navego ao vosso claro e bel prazer.
marcos loures
Faço-vos Senhora em cada verso
Declarações que ousando vos falar
Derramam sobre nós raro luar
Tomando em claridade este universo,
Nas ânsias do desejo sigo imerso
Servindo-vos qual fora a um altar
E em vós aprendo logo a decifrar
Delírio dos meus cantos mais diverso.
E quando vedes noite enluarada
Derramais vossos sonhos nesta estrada
E nela ao encontrardes meus caminhos
Percebei quão sobeja fantasia
Aonde a luz superna se irradia
Tomando-nos na força dos carinhos.
marcos loures
Declarações que ousando vos falar
Derramam sobre nós raro luar
Tomando em claridade este universo,
Nas ânsias do desejo sigo imerso
Servindo-vos qual fora a um altar
E em vós aprendo logo a decifrar
Delírio dos meus cantos mais diverso.
E quando vedes noite enluarada
Derramais vossos sonhos nesta estrada
E nela ao encontrardes meus caminhos
Percebei quão sobeja fantasia
Aonde a luz superna se irradia
Tomando-nos na força dos carinhos.
marcos loures
Pois antes só que mal acompanhado!
Marcos Osilia
embora a solidão tanto me ensine,
o rumo ao qual o sonho se destine
persiste neste barco, lado a lado,
quisera o ser poeta, pois alado,
mas quando sobre a vida, ora rumine,
adentre no meu peito, vã cabine,
e curse o velho rio abandonado.
uma araponga cisma dentro em mim,
e quando me recorde de onde eu vim
a Minas me abandona e bebo o mar,
fazendo deste ninho uma promessa
a senda se faz cíclica e começa
buscando simplesmente descansar...
Marcos Loures
Marcos Osilia
embora a solidão tanto me ensine,
o rumo ao qual o sonho se destine
persiste neste barco, lado a lado,
quisera o ser poeta, pois alado,
mas quando sobre a vida, ora rumine,
adentre no meu peito, vã cabine,
e curse o velho rio abandonado.
uma araponga cisma dentro em mim,
e quando me recorde de onde eu vim
a Minas me abandona e bebo o mar,
fazendo deste ninho uma promessa
a senda se faz cíclica e começa
buscando simplesmente descansar...
Marcos Loures
Em ásperos caminhos, vossos passos
Levando à mais completa solidão
E quanto aos novos dias, mostrarão
Além de meros erros, velhos traços,
Enquanto os olhos restem quietos, baços,
Ordenhas de ilusões não nos trarão
Tampouco uma esperança ou solução,
Engodos cometidos; toscos, crassos,
E sendo-vos melhor não ter agora
A fonte luminosa em que se aflora
A benção de saber em voz constante
O quão soberbo andar se preconiza
Transformando tempesta em mera brisa
Nas guerras ou na paz, já triunfante.
marcos loures
Levando à mais completa solidão
E quanto aos novos dias, mostrarão
Além de meros erros, velhos traços,
Enquanto os olhos restem quietos, baços,
Ordenhas de ilusões não nos trarão
Tampouco uma esperança ou solução,
Engodos cometidos; toscos, crassos,
E sendo-vos melhor não ter agora
A fonte luminosa em que se aflora
A benção de saber em voz constante
O quão soberbo andar se preconiza
Transformando tempesta em mera brisa
Nas guerras ou na paz, já triunfante.
marcos loures
Uma alma enfraquecida não percebe
O quão dificultoso o caminhar
Em meio às tantas pedras e buscar
Além do que do amor já se recebe,
O quanto deste sonho se concebe
E bebe-se deveras devagar
E quando novamente eu vasculhar
Veremos noutro encanto a rara sebe,
Em glebas tão distantes e sombrias
Durante muitas horas, tantos dias
Seguimos rastros outros que encontramos,
E após diversos ermos, descaminhos,
Agora que sabemos tão sozinhos,
Prazer incomparável; desfrutamos.
marcos loures
O quão dificultoso o caminhar
Em meio às tantas pedras e buscar
Além do que do amor já se recebe,
O quanto deste sonho se concebe
E bebe-se deveras devagar
E quando novamente eu vasculhar
Veremos noutro encanto a rara sebe,
Em glebas tão distantes e sombrias
Durante muitas horas, tantos dias
Seguimos rastros outros que encontramos,
E após diversos ermos, descaminhos,
Agora que sabemos tão sozinhos,
Prazer incomparável; desfrutamos.
marcos loures
Gentis, desconcertantes vastidões
Entoam luzes fartas e serenas,
Além do que pensara em duras penas
Encontro as maravilhas que ora expões,
E tendo nos meus braços soluções
As dores se transformam e pequenas
Jamais perturbariam, pois apenas
São faces que deveras recompões.
Esboço novos passos noite adentro,
E quando neste intento me concentro
Vislumbro o que queria e procurava,
Aonde quis momento em sintonia,
A música se espalha e se irradia,
Vai libertando esta alma, outrora escrava.
marcos loures
Entoam luzes fartas e serenas,
Além do que pensara em duras penas
Encontro as maravilhas que ora expões,
E tendo nos meus braços soluções
As dores se transformam e pequenas
Jamais perturbariam, pois apenas
São faces que deveras recompões.
Esboço novos passos noite adentro,
E quando neste intento me concentro
Vislumbro o que queria e procurava,
Aonde quis momento em sintonia,
A música se espalha e se irradia,
Vai libertando esta alma, outrora escrava.
marcos loures
Aonde imaginavas um acerto
Decerto nada tendo, desviaste
O olhar em tanta fúria e num contraste
Criaste em nossa vida um vão deserto,
E quando deste fato ora me alerto,
Embora te pareça ser um traste,
Vagando em noite imensa desabaste
Medonhas excrescências: rumo certo.
Visões de outros momentos já passados
E os olhos muitas vezes embotados
Confusas as imagens, percebera.
Exposto aos mais terríveis pesadelos,
Agora mais tranquilo posso vê-los
E nele se repete a mesma fera.
marcos loures
Decerto nada tendo, desviaste
O olhar em tanta fúria e num contraste
Criaste em nossa vida um vão deserto,
E quando deste fato ora me alerto,
Embora te pareça ser um traste,
Vagando em noite imensa desabaste
Medonhas excrescências: rumo certo.
Visões de outros momentos já passados
E os olhos muitas vezes embotados
Confusas as imagens, percebera.
Exposto aos mais terríveis pesadelos,
Agora mais tranquilo posso vê-los
E nele se repete a mesma fera.
marcos loures
Sobeja majestade em vossos olhos
Divina criatura feita em luz,
O amor quando em amor nos reconduz
Deixando no passado os vis abrolhos
Recolhe na florada, ensandecido
Momentos deslumbrantes, bom perfume,
Bem antes que minha alma se acostume,
Acende-se a vontade na libido
E tendo-vos por ama e por senhora,
O quão maravilhoso e perolado
Delírio quando estou ao vosso lado,
E nesta voz suprema ora se aflora
Encanto sem igual que derramais,
Delírios em delícias sensuais.
marcos loures
Divina criatura feita em luz,
O amor quando em amor nos reconduz
Deixando no passado os vis abrolhos
Recolhe na florada, ensandecido
Momentos deslumbrantes, bom perfume,
Bem antes que minha alma se acostume,
Acende-se a vontade na libido
E tendo-vos por ama e por senhora,
O quão maravilhoso e perolado
Delírio quando estou ao vosso lado,
E nesta voz suprema ora se aflora
Encanto sem igual que derramais,
Delírios em delícias sensuais.
marcos loures
Não deixe que estas ânsias determinem
O fim de um caso raro em pleno amor,
E sendo necessário recompor
Momentos que deveras nos dominem
Enquanto novos dias exterminem
O que se fez outrora em plena dor
Sentindo deste encanto o raro ardor,
Aonde os meus temores se suprimem,
Verás nos olhos meus a poesia
E dela a realidade se recria
Moldando um novo tempo de viver,
Aonde se enverede em voz suave
Sem medos nem terror que ainda agrave
Tornando mais difícil meu prazer.
marcos loures
O fim de um caso raro em pleno amor,
E sendo necessário recompor
Momentos que deveras nos dominem
Enquanto novos dias exterminem
O que se fez outrora em plena dor
Sentindo deste encanto o raro ardor,
Aonde os meus temores se suprimem,
Verás nos olhos meus a poesia
E dela a realidade se recria
Moldando um novo tempo de viver,
Aonde se enverede em voz suave
Sem medos nem terror que ainda agrave
Tornando mais difícil meu prazer.
marcos loures
Querendo simplesmente te encontrar
Depois dos temporais e ventanias
Aonde nosso encanto tu desfias
Tecendo novos raios do luar,
Escuto neste instante a preamar
E quando as noites seguem bem mais frias
Em ti farto calor que em luzes crias
Tocando a minha pele, devagar,
Arrasto-me deveras aos teus pés,
E preso nas entranhas do desejo,
O quanto mavioso o amor prevejo
Sem medos, nem correntes ou galés,
Vivendo a liberdade do querer
A recompensa é feita no prazer.
marcos loures
Depois dos temporais e ventanias
Aonde nosso encanto tu desfias
Tecendo novos raios do luar,
Escuto neste instante a preamar
E quando as noites seguem bem mais frias
Em ti farto calor que em luzes crias
Tocando a minha pele, devagar,
Arrasto-me deveras aos teus pés,
E preso nas entranhas do desejo,
O quanto mavioso o amor prevejo
Sem medos, nem correntes ou galés,
Vivendo a liberdade do querer
A recompensa é feita no prazer.
marcos loures
domingo, 13 de dezembro de 2015
Mesquinhos abandonos em que vejo
Uma alma demoníaca e desnuda,
Penando a cada dia sem ajuda
Entregue aos vagos nãos de um vão desejo.
Afasto-me do espelho que me traz
A face decomposta deste estúpido
Aonde se fizera outrora cúpido
Agora se demonstra mais mordaz,
Voluptuosamente insaciável
Satânicos momentos que vivera,
E em cada deles sempre convivera
Com fera de perfil mais intratável
E entranha-se na podre criatura
Que mesmo após o fim atroz, perdura.
marcos loures
Uma alma demoníaca e desnuda,
Penando a cada dia sem ajuda
Entregue aos vagos nãos de um vão desejo.
Afasto-me do espelho que me traz
A face decomposta deste estúpido
Aonde se fizera outrora cúpido
Agora se demonstra mais mordaz,
Voluptuosamente insaciável
Satânicos momentos que vivera,
E em cada deles sempre convivera
Com fera de perfil mais intratável
E entranha-se na podre criatura
Que mesmo após o fim atroz, perdura.
marcos loures
Numa ávida ilusão feita quimera
A boca se escancara furiosa
Enquanto a própria vida já se glosa
Apascentar a fúria de uma fera
E dela toda a sorte degenera
E muda esta faceta cor de rosa
Agrisalhando o olhar se ri e goza
Do pânico que atroz, em todos gera.
A morte se mostrando nua e crua
Deveras nos tortura e continua
Atormentando até chegar o fim
E pútrido penhor nos devolvendo,
A carne noutra pasta convertendo
Aduba das daninhas o jardim.
marcos loures
A boca se escancara furiosa
Enquanto a própria vida já se glosa
Apascentar a fúria de uma fera
E dela toda a sorte degenera
E muda esta faceta cor de rosa
Agrisalhando o olhar se ri e goza
Do pânico que atroz, em todos gera.
A morte se mostrando nua e crua
Deveras nos tortura e continua
Atormentando até chegar o fim
E pútrido penhor nos devolvendo,
A carne noutra pasta convertendo
Aduba das daninhas o jardim.
marcos loures
Na lúgubre paisagem tal mortalha
Esboça este retrato mais fiel,
O olhar degenerado rompe o céu
E voa libertários corvo e gralha
Apenas quando vejo esta batalha
A faca se transforma em carrossel
Girando vagamente segue ao léu
Enquanto a realidade se atrapalha,
Adentrando no peito o canivete
A morte transcorrendo em paz intensa
Satânico caminho recompensa
A boca apodrecida me remete
Ao lago em placidez sob a neblina
Ao qual a nossa vida nos destina.
marcos loures
Esboça este retrato mais fiel,
O olhar degenerado rompe o céu
E voa libertários corvo e gralha
Apenas quando vejo esta batalha
A faca se transforma em carrossel
Girando vagamente segue ao léu
Enquanto a realidade se atrapalha,
Adentrando no peito o canivete
A morte transcorrendo em paz intensa
Satânico caminho recompensa
A boca apodrecida me remete
Ao lago em placidez sob a neblina
Ao qual a nossa vida nos destina.
marcos loures
Murmúrios prenunciam noites fartas
Em trevas adiando uma esperança
As nuvens provocando rara dança
Enquanto da alegria tu te apartas,
Jogando sobre a mesa as mesmas cartas
Somente o funeral de uma alma avança
Sarcástica figura em aliança
Futuro desde já sei que descartas.
E morto em vida segues qual fantoche
Exposto aos vis sarcasmos e ao deboche
Rolando sem destino nem paragem,
A podridão sondando cada passo
Que dás rumo ao vazio que ora traço
Selando em tom mais fúnebre a paisagem.
marcos loures
Em trevas adiando uma esperança
As nuvens provocando rara dança
Enquanto da alegria tu te apartas,
Jogando sobre a mesa as mesmas cartas
Somente o funeral de uma alma avança
Sarcástica figura em aliança
Futuro desde já sei que descartas.
E morto em vida segues qual fantoche
Exposto aos vis sarcasmos e ao deboche
Rolando sem destino nem paragem,
A podridão sondando cada passo
Que dás rumo ao vazio que ora traço
Selando em tom mais fúnebre a paisagem.
marcos loures
Jogado pelas ruas como um pária
Já não pertences mais ao mundo que
Tentaste conhecer, mas já não vê
Figura caricata uma alimária.
Esgota-se por si tão temerária
Imagem deturpada que se crê
Maior do que deveras já se lê
No olhar ensimesmado da alma otária
Expondo esta faceta apodrecida
Ainda pensa ter alguma vida
E morto, perambula por aí,
Um cão entre outros cães e nada mais,
Nos sórdidos retratos vãos, venais
Sorrindo de si mesmo tal zumbi.
marcos loures
Já não pertences mais ao mundo que
Tentaste conhecer, mas já não vê
Figura caricata uma alimária.
Esgota-se por si tão temerária
Imagem deturpada que se crê
Maior do que deveras já se lê
No olhar ensimesmado da alma otária
Expondo esta faceta apodrecida
Ainda pensa ter alguma vida
E morto, perambula por aí,
Um cão entre outros cães e nada mais,
Nos sórdidos retratos vãos, venais
Sorrindo de si mesmo tal zumbi.
marcos loures
Resignado prossigo meu caminho
Rumando para a morte incontestável
Figura assaz comum e detestável
Satânico percorro e vou sozinho,
Nefasto caminhar me leva ao ninho
Deveras como fosse um intragável
Destino deste ser tão deplorável
Nos túmulos de uma alma vã me aninho.
E riscando os espaços nada deixo,
Sequer um rastro fétido. Não queixo
Sabendo ser assim a minha sorte,
Depois de tantos erros, desventuras
Nas mãos esta vergasta em que torturas
Condenas com escárnio à fria morte.
marcos loures
Rumando para a morte incontestável
Figura assaz comum e detestável
Satânico percorro e vou sozinho,
Nefasto caminhar me leva ao ninho
Deveras como fosse um intragável
Destino deste ser tão deplorável
Nos túmulos de uma alma vã me aninho.
E riscando os espaços nada deixo,
Sequer um rastro fétido. Não queixo
Sabendo ser assim a minha sorte,
Depois de tantos erros, desventuras
Nas mãos esta vergasta em que torturas
Condenas com escárnio à fria morte.
marcos loures
Apenas os espinhos entranhando
A pele já desfeita em podridão
E o quanto novos dias mostrarão
Resumo de um momento amargo e brando,
As rapineiras chegam, ledo bando
Fazendo do cadáver, divisão,
Mortalha se tornando meu colchão
O mundo cada parte devorando.
Afasto-me dos sonhos, bebo as trevas
E quando te aproximas também cevas
Os restos deste espectro que inda sobram,
Deveras me entregando não resisto,
Sabendo que o culpado maior disto
Sou eu, e os meus demônios vêm e cobram.
marcos loures
A pele já desfeita em podridão
E o quanto novos dias mostrarão
Resumo de um momento amargo e brando,
As rapineiras chegam, ledo bando
Fazendo do cadáver, divisão,
Mortalha se tornando meu colchão
O mundo cada parte devorando.
Afasto-me dos sonhos, bebo as trevas
E quando te aproximas também cevas
Os restos deste espectro que inda sobram,
Deveras me entregando não resisto,
Sabendo que o culpado maior disto
Sou eu, e os meus demônios vêm e cobram.
marcos loures
Bebendo desta fonte poluída
Por tantas e terríveis ilusões
Na verdadeira face que me expões
A tradução perfeita para a vida.
A porta escancarada traduzida
No todo que deveras decompões
Aonde ao meu destino não opões
Verões em plena neve, tudo acida.
E quando esta carcaça se permite
Usar de uma esperança qual limite
Errático fantasma segue a trilha
E mesmo quando em fétidos aromas
O nojo neste instante; tu já domas
Minha alma em tom bem pálido rebrilha.
marcos loures
Por tantas e terríveis ilusões
Na verdadeira face que me expões
A tradução perfeita para a vida.
A porta escancarada traduzida
No todo que deveras decompões
Aonde ao meu destino não opões
Verões em plena neve, tudo acida.
E quando esta carcaça se permite
Usar de uma esperança qual limite
Errático fantasma segue a trilha
E mesmo quando em fétidos aromas
O nojo neste instante; tu já domas
Minha alma em tom bem pálido rebrilha.
marcos loures
Aonde se pensasse em liberdade
O ser humano muda toda a história
Bisonha criatura que em vanglória
Destroça o que inda houvesse em quantidade.
Estúpida quimera vaga solta
E traz nos seus olhares fogo e fúria
Mortalha se desenha em tal incúria
Deixando em polvorosa e tão revolta
A nave-mãe que um dia se fez nobre
E agora mero esgoto, mal suspira
Na mão de um verme inválido esta pira
Com bruma e com veneno a mãe encobre,
Depois deste serviço em vão completo
O rei dos animais? Simples inseto...
marcos loures
O ser humano muda toda a história
Bisonha criatura que em vanglória
Destroça o que inda houvesse em quantidade.
Estúpida quimera vaga solta
E traz nos seus olhares fogo e fúria
Mortalha se desenha em tal incúria
Deixando em polvorosa e tão revolta
A nave-mãe que um dia se fez nobre
E agora mero esgoto, mal suspira
Na mão de um verme inválido esta pira
Com bruma e com veneno a mãe encobre,
Depois deste serviço em vão completo
O rei dos animais? Simples inseto...
marcos loures
De quem se fez feliz e quer bem mais
Apenas um sorriso não acode
Além do que deveras inda pode
Enfrenta estes terríveis abissais.
Eu sinto que o final já se aproxima,
Mordazes os momentos mais cruéis,
E neles enfrentando os velhos féis
O quanto é necessária alguma estima.
Estigmas que carrego são vulgares,
Mas tento disfarçar um ledo engano
Mudando a direção em novo plano,
Retorno sem saber aos tais lugares
Esgarço-me e demonstro em cada parte
O que se fez inútil e já descarte...
marcos loures
Apenas um sorriso não acode
Além do que deveras inda pode
Enfrenta estes terríveis abissais.
Eu sinto que o final já se aproxima,
Mordazes os momentos mais cruéis,
E neles enfrentando os velhos féis
O quanto é necessária alguma estima.
Estigmas que carrego são vulgares,
Mas tento disfarçar um ledo engano
Mudando a direção em novo plano,
Retorno sem saber aos tais lugares
Esgarço-me e demonstro em cada parte
O que se fez inútil e já descarte...
marcos loures
Extraviando a rota em tal sequestro
Vestindo esta mortalha e enlutado,
O beijo pela dor silenciado,
Momento mais feliz sequer orquestro,
E sendo nesta vida tão canhestro
Percebo tão somente o mesmo enfado
E nele refazendo o meu passado,
O verso sequer tento nem adestro.
Esgoto os meus anseios no vazio,
E quando a realidade aqui desfio,
Enceto-me em mortais caricaturas,
Servindo aos meus senhores, sou o nada,
A sorte tantas vezes desprezada
Distante do que queres e procuras.
Vestindo esta mortalha e enlutado,
O beijo pela dor silenciado,
Momento mais feliz sequer orquestro,
E sendo nesta vida tão canhestro
Percebo tão somente o mesmo enfado
E nele refazendo o meu passado,
O verso sequer tento nem adestro.
Esgoto os meus anseios no vazio,
E quando a realidade aqui desfio,
Enceto-me em mortais caricaturas,
Servindo aos meus senhores, sou o nada,
A sorte tantas vezes desprezada
Distante do que queres e procuras.
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