sábado, 23 de julho de 2011

COMPANHEIROS 4

Meu amigo, o teu grito é um alerta
E me ponho ao dispor para atender
O que o Santo e bom Deus puder fazer
Ao usar-me, instrumento que desperta!

Amigo, oh, eu percebo a hora certa
Para dar testemunho, e com prazer
De que sei muito bem desse doer,
Mas eu lembro: Eis, de Deus, a porta aberta!

A minha prece é forte ombro, amigo!
O meu orar apela ao Soberano:
“Tem piedade, ó Senhor! Sei, tens um plano.

Eu te rogo a mercê que é forte abrigo
E, oh, livras, suplico, do perigo
Meu amigo de todo e qualquer dano”!

Ronaldo Rhusso

Por vezes nossa vida se transforma
E as bases que julgara firmes são
Apenas arremedos da ilusão,
Tomando num instante nova forma,

Ouvir a tua voz já me conforma,
Saber que inda existe solução,
Em Deus, feito no Amor e no Perdão,
Ousando na esperança, nobre norma.

Escuto a tua voz, meu companheiro
De tantas e difíceis caminhadas,
Promessas de outras claras alvoradas,

Cevando com nobreza este canteiro,
Aonde em florescência a vida brota
Mudando num momento a antiga rota.

Marcos Loures

Poder nos vem do Alto e regozijo
Pela dádiva nobre e eficaz
Concedida pra nós: Augusta paz
Que é tépido e lindo esconderijo!

Ah! Eu corro pra Ele, eu me dirijo
Na certeza da força que me faz
Pressentir que podemos muito mais
Nesse Amor que é Rocha, é forte, é rijo...

Quando eu olho o passado e vejo tudo
Que Ele fez... Nem mereço, eu fico mudo!
Então penso melhor na florescência

Dessa aurora necessária para a vida
Que pro fraco e cansado é a guarida
Mas que chamo de Amor, a pura essência!

Ronaldo Rhusso

Unidos pela fé que nos permite
Vencer quaisquer batalhas vida afora,
A força divinal nos revigora
E não conhece- eu sei- nenhum limite.

E quando nesta glória se acredite,
Em meio às vis borrascas já se ancora
Com toda mansidão e sem demora,
No Amor que nos liberta e não se omite.

Seguimos pela vida sem temores,
Embora tantas vezes mortas flores
Expressem um futuro tão instável,

Fazendo do perdão nossa bandeira
Prepara-se de fato, a vida inteira,
Terreno para a Glória, em paz arável.

Marcos Loures

Perdão é o pendão que me interessa
E sei que tem mão dupla e liberta;
Ele age no pecado qual coberta
Que sana o frio da dor com muita pressa!

A força divinal pra quem confessa
O erro cometido, eis, acoberta
E traz real conforto em hora certa.
A quem interessar: a hora é essa!

Abrir o coração ao Criador
É só para os fortes e valentes,
Pois sorvem grande Amor vindo em torrentes!

A Glória que procuro, e com ardor,
Não faz escolha entre classe ou cor
Mas acha-se aberta a todos entes!

Ronaldo Rhusso

Quem conhece a verdade libertária
Jamais se negará enquanto a vida
Às vezes parecendo sem saída
Encontra a palavra solidária.

Ainda sendo a sorte procelária,
O Amor feito em louvor logo lapida
Na Glória uma certeza construída
Trazendo em noite escura, a luminária.

No Deus eterno e vivo, persistimos,
E mesmo quando a vida trama os limos,
Nesta esperança além teimo e persisto.

E tendo como Pai e nobre Irmão,
Abrindo sem fronteira o coração,
Sabendo a perfeição em Jesus Cristo

Marcos Loures

A Verdade liberta e traz a cura
Para a alma, pro corpo e para a mente.
Eu bebo dessa Fonte e é contente
Que afirmo: é a mais límpida e pura!

A noite nunca mais fica escura
Se temos Essa Luz resplandecente
Mostrando que se torna diferente
A alma que em louvor vive segura!

O persistir nAquele que é Eterno
É a sabedoria que me importa
Pois mostra que a esperança nunca é morta.

Mas nesse mundo louco e tão moderno
Prefere-se a frieza desse Inverno
Do que todo Esse Amor que Ele comporta!

Ronaldo Rhusso


Porém enquanto houver alguma luz
Que venha nos guiar a cada dia,
Do túnel a saída se veria
E ao todo cada facho nos conduz.

Não falo e nem percebo mais a cruz,
A liberdade traça em galhardia
O sonho que domina a poesia,
Pois nela está presente o Bom Jesus.

Após o duro inverno, a primavera,
E a vida noutro instante regenera
Transforma toda a neve em flórea senda,

Ergamos nossas preces e orações
Unindo vozes, versos e emoções,
E assim novo verão, amor desvenda...

COMPANHEIROS 3

Meu amigo, o teu grito é um alerta
E me ponho ao dispor para atender
O que o Santo e bom Deus puder fazer
Ao usar-me, instrumento que desperta!

Amigo, oh, eu percebo a hora certa
Para dar testemunho, e com prazer
De que sei muito bem desse doer,
Mas eu lembro: Eis, de Deus, a porta aberta!

A minha prece é forte ombro, amigo!
O meu orar apela ao Soberano:
“Tem piedade, ó Senhor! Sei, tens um plano.

Eu te rogo a mercê que é forte abrigo
E, oh, livras, suplico, do perigo
Meu amigo de todo e qualquer dano”!

Ronaldo Rhusso

Por vezes nossa vida se transforma
E as bases que julgara firmes são
Apenas arremedos da ilusão,
Tomando num instante nova forma,

Ouvir a tua voz já me conforma,
Saber que inda existe solução,
Em Deus, feito no Amor e no Perdão,
Ousando na esperança, nobre norma.

Escuto a tua voz, meu companheiro
De tantas e difíceis caminhadas,
Promessas de outras claras alvoradas,

Cevando com nobreza este canteiro,
Aonde em florescência a vida brota
Mudando num momento a antiga rota.

Marcos Loures

Poder nos vem do Alto e regozijo
Pela dádiva nobre e eficaz
Concedida pra nós: Augusta paz
Que é tépido e lindo esconderijo!

Ah! Eu corro pra Ele, eu me dirijo
Na certeza da força que me faz
Pressentir que podemos muito mais
Nesse Amor que é Rocha, é forte, é rijo...
Quando eu olho o passado e vejo tudo
Que Ele fez... Nem mereço, eu fico mudo!
Então penso melhor na florescência

Dessa aurora necessária para a vida
Que pro fraco e cansado é a guarida
Mas que chamo de Amor, a pura essência!

Ronaldo Rhusso

Unidos pela fé que nos permite
Vencer quaisquer batalhas vida afora,
A força divinal nos revigora
E não conhece- eu sei- nenhum limite.

E quando nesta glória se acredite,
Em meio às vis borrascas já se ancora
Com toda mansidão e sem demora,
No Amor que nos liberta e não se omite.

Seguimos pela vida sem temores,
Embora tantas vezes mortas flores
Expressem um futuro tão instável,

Fazendo do perdão nossa bandeira
Prepara-se de fato, a vida inteira,
Terreno para a Glória, em paz arável.

Marcos Loures

Perdão é o pendão que me interessa
E sei que tem mão dupla e liberta;
Ele age no pecado qual coberta
Que sana o frio da dor com muita pressa!

A força divinal pra quem confessa
O erro cometido, eis, acoberta
E traz real conforto em hora certa.
A quem interessar: a hora é essa!

Abrir o coração ao Criador
É só para os fortes e valentes,
Pois sorvem grande Amor vindo em torrentes!

A Glória que procuro, e com ardor,
Não faz escolha entre classe ou cor
Mas acha-se aberta a todos entes!

Ronaldo Rhusso


Quem conhece a verdade libertária
Jamais se negará enquanto a vida
Às vezes parecendo sem saída
Encontra a palavra solidária.

Ainda sendo a sorte procelária,
O Amor feito em louvor logo lapida
Na Glória uma certeza construída
Trazendo em noite escura, a luminária.

No Deus eterno e vivo, persistimos,
E mesmo quando a vida trama os limos,
Nesta esperança além teimo e persisto.

E tendo como Pai e nobre Irmão,
Abrindo sem fronteira o coração,
Sabendo a perfeição em Jesus Cristo.

COMPANHEIROS 2

Meu amigo, o teu grito é um alerta
E me ponho ao dispor para atender
O que o Santo e bom Deus puder fazer
Ao usar-me, instrumento que desperta!

Amigo, oh, eu percebo a hora certa
Para dar testemunho, e com prazer
De que sei muito bem desse doer,
Mas eu lembro: Eis, de Deus, a porta aberta!

A minha prece é forte ombro, amigo!
O meu orar apela ao Soberano:
“Tem piedade, ó Senhor! Sei, tens um plano.

Eu te rogo a mercê que é forte abrigo
E, oh, livras, suplico, do perigo
Meu amigo de todo e qualquer dano”!

Ronaldo Rhusso

Por vezes nossa vida se transforma
E as bases que julgara firmes são
Apenas arremedos da ilusão,
Tomando num instante nova forma,

Ouvir a tua voz já me conforma,
Saber que inda existe solução,
Em Deus, feito no Amor e no Perdão,
Ousando na esperança, nobre norma.

Escuto a tua voz, meu companheiro
De tantas e difíceis caminhadas,
Promessas de outras claras alvoradas,

Cevando com nobreza este canteiro,
Aonde em florescência a vida brota
Mudando num momento a antiga rota.

Marcos Loures

Poder nos vem do Alto e regozijo
Pela dádiva nobre e eficaz
Concedida pra nós: Augusta paz
Que é tépido e lindo esconderijo!

Ah! Eu corro pra Ele, eu me dirijo
Na certeza da força que me faz
Pressentir que podemos muito mais
Nesse Amor que é Rocha, é forte, é rijo...

Quando eu olho o passado e vejo tudo
Que Ele fez... Nem mereço, eu fico mudo!
Então penso melhor na florescência

Dessa aurora necessária para a vida
Que pro fraco e cansado é a guarida
Mas que chamo de Amor, a pura essência!

Ronaldo Rhusso

Unidos pela fé que nos permite
Vencer quaisquer batalhas vida afora,
A força divinal nos revigora
E não conhece- eu sei- nenhum limite.

E quando nesta glória se acredite,
Em meio às vis borrascas já se ancora
Com toda mansidão e sem demora,
No Amor que nos liberta e não se omite.

Seguimos pela vida sem temores,
Embora tantas vezes mortas flores
Expressem um futuro tão instável,

Fazendo do perdão nossa bandeira
Prepara-se de fato, a vida inteira,
Terreno para a Glória, em paz arável.

RASTROS

Por vezes procurando pelos rastros
Daquilo que decerto, um dia eu fui,
Enquanto o que hoje sou incerto flui,
A vida sonegando velhos lastros.

Olhando inutilmente para os astros,
O tanto que imagino agora rui,
Meu mundo num momento, apenas pui,
Não restam da estrutura nem os mastros.

Somente uma lembrança ainda trago,
Do quanto agora vejo em rude estrago
Escombros de quem tanto quis e, nada.

A luta se desenha sempre inglória
No céu a mesma lua merencória
Em meio às tantas nuvens, embaçada...

COMPANHEIROS

Meu amigo, o teu grito é um alerta
E me ponho ao dispor para atender
O que o Santo e bom Deus puder fazer
Ao usar-me, instrumento que desperta!

Amigo, oh, eu percebo a hora certa
Para dar testemunho, e com prazer
De que sei muito bem desse doer,
Mas eu lembro: Eis, de Deus, a porta aberta!

A minha prece é forte ombro, amigo!
O meu orar apela ao Soberano:
“Tem piedade, ó Senhor! Sei, tens um plano.

Eu te rogo a mercê que é forte abrigo
E, oh, livras, suplico, do perigo
Meu amigo de todo e qualquer dano”!

Ronaldo Rhusso

Por vezes nossa vida se transforma
E as bases que julgara firmes são
Apenas arremedos da ilusão,
Tomando num instante nova forma,
Ouvir a tua voz já me conforma,
Saber que inda existe solução,
Em Deus, feito no Amor e no Perdão,
Ousando na esperança, nobre norma.
Escuto a tua voz, meu companheiro
De tantas e difíceis caminhadas,
Promessas de outras claras alvoradas,
Cevando com nobreza este canteiro,
Aonde em florescência a vida brota
Mudando num momento a antiga rota.

MEU CORCEL

Um dia imaginara meu corcel,
Qual fosse um cavaleiro em noite clara.
A senda mais sutil já se escancara
O tempo redimisse o tom cruel.

O vento se espalhando toma o véu
E a lua noutro tempo ora prepara
O brilho mais audaz e não separa
Sequer o que pudesse ver ao léu

Não tenho nem teria melhor sorte
Sem nada que talvez inda conforte
O passo sem sentido de um poeta.

Cometa se espalhando em amplidão
Os tempos mais audazes moldarão
A sorte que deveras não completa.

REFAZENDO A PRIMAVERA

Porém amor refaz a primavera
Depois de tanto tempo em duro outono,
E quando da esperança enfim me adono
A luta noutro tom agora espera

Versando sobre o quanto não pudera
Adentra o pensamento e rouba o sono
E quando na verdade quis abono
Apenas vislumbrara a leda fera,

Não quero e nem teria melhor chance
Aonde o meu cenário não avance
Matando pouco a pouco o que me resta,

Ainda quando vejo em novo rumo
O tanto quanto quero e se consumo
Expressa o que pudesse em rara festa.

DEVANEIOS

Cantara com ternura o que não veio
E tanto desejei outro cenário,
A vida segue o seu itinerário
E nesta solidão prossigo alheio.

O todo se anuncia em devaneio
E o prazo determina o tempo vário,
Vestígios do que possa necessário
Marcando o quanto tenha e não rodeio.

Espero uma expressão bem mais tranquila
Enquanto uma alma em paz ora desfila
Presumo meus enganos e desfaço

O tanto quanto quis e não pudera
Preparo meu caminho e na nova era
Eu tento pelo menos mais um passo.

DESENGANO

O desengano espalha em vendaval
E gera novos erros no futuro,
O quanto poderia sendo escuro
O dia mais atroz e mais venal.

Resumo cada parte no final
E bebo do que possa e me asseguro
Ousando acreditar no que procuro
Embora já não veja nem sinal.

Ocaso da esperança acaso venha
A luta sem sentido se desdenha
E marca com temor o que viria

No engodo costumeiro, meu caminho,
Expressa esta incerteza em tom mesquinho
Matando em nascedouro a poesia.

AS MÃOS DO TEMPO

As mãos do tempo trazem afiadas
As mais diversas presas, duras garras
E quando no final; tento e desgarras
Dos sonhos mais atrozes sei que evadas.

Ainda que sonhasse em alvoradas
Tramando com firmeza vãs amarras
E sobre o meu cadáver tanto escarras
Nas ânsias entre sonhos desfiadas.

Amortalhada sorte sem saber
Do quanto poderia em ter prazer
Angustiadamente nada reste

Senão a mesma face, hipocrisia
E o tempo que deveras não viria
Senão marcando o tempo mais agreste.

MANSIDÃO

Crianças percorrendo o manso prado,
O vento feito em brisa, calmamente
E o tanto quanto quero não desmente
O verso que deveras trama o fado.

Versando sobre o todo quando evado
Marcando com sorriso plenamente
O sonho que emoldura a minha mente
Num único momento, delicado.

Espero no futuro o que viria
Ousando na sublime fantasia
Que apenas por sonhar, eu me alimento.

Lembranças de outras eras? Nunca mais.
O quanto se aproxima demonstrais
Na doce sensação do calmo vento.

CORAÇÃO

O coração como se fosse uma falena
Em volta deste lume mais atroz
E nada do que possa traz em nós
O tanto quanto a vida nos condena,

A sorte que buscara mais amena
A vida noutro rumo tão feroz
Espera tão somente o velho algoz,
Amor, que na verdade me envenena.

Pacatas emoções, num ledo espaço
A luta que deveras já desfaço
Demonstra a solidão do ser poeta,

O caos gerado na alma em tal enredo
Proclama o quanto possa e até concedo
Vivendo esta palavra predileta.

UM MUJIQUE

Por quem pudera e tento e sempre vivo
Ousando acreditar no paraíso,
A sorte se transforma em tom preciso
E o prazo se moldara mais altivo.

O canto sem sentido quando o privo
Gerando o que se queira e não matizo
Meu tempo noutro engodo, num granizo
Que nega mesmo o ledo lenitivo.

A senda que deveras modifique
O passo deste pária vão mujique
Respalda o quanto nega em serventia.

A porta com certeza não mais abra
A luta desenhada em voz macabra
Traduz a sorte amarga e tão sombria.

ILUSÃO

A vida traduzindo esta ilusão
Da qual eu me alimento e não consigo
Vencer o mais completo desabrigo
Marcando os dias turvos que verão

Meus olhos noutro prumo e direção
Aonde se tentara ser amigo
Separo no final o joio e o trigo
E sigo sem saber tal procissão.

Capacitando o mundo em tom suave
Apenas o que possa tanto entrave
Futuro mais audaz, ou menos rude.

Enquanto a poesia ora me escude
O prazo dilatado da esperança
Aos poucos sem proveito ora se cansa.

DESENCANTO

A sorte ascenda à senda aonde eu possa
Trazer em minha adaga o velho gume,
Ainda que deveras me acostume
No tanto que se enreda em poço e fossa.

A sórdida expressão enfim se apossa
E vejo deste vale além o cume
Vagando sem sequer lanterna ou lume,
Enquanto cada engano, o lodo endossa.

Da velha tentativa: ser feliz,
O quanto poderia e já não quis
Vivendo sem sentido ou mesmo enquanto

A luta ainda trace alguma sorte,
E embora dentro da alma não comporte,
Meu mundo se esvazia; desencanto...

FEITIÇO

O quanto deste sonho foi feitiço
E sei que na verdade nada tenho,
Senão a fantasia em rude empenho
E o manto que deveras mal cobiço.

O passo feito em solo movediço
O rústico momento onde desdenho
Fechando com certeza o manso cenho,
Num tempo mais audaz e corrediço.

Prefaciando a morte que viria
O tanto quanto possa em agonia
Meu prazo determina o fim do jogo.

Esqueço o quanto pude noutro fato
E sei da solidão que ora retrato
Sem mesmo conhecer superno rogo.

FEITIÇO

O quanto deste sonho foi feitiço
E sei que na verdade nada tenho,
Senão a fantasia em rude empenho
E o manto que deveras mal cobiço.

O passo feito em solo movediço
O rústico momento onde desdenho
Fechando com certeza o manso cenho,
Num tempo mais audaz e corrediço.

Prefaciando a morte que viria
O tanto quanto possa em agonia
Meu prazo determina o fim do jogo.

Esqueço o quanto pude noutro fato
E sei da solidão que ora retrato
Sem mesmo conhecer superno rogo.

A SOMBRA DESTE SONHO...

A sombra deste sonho, mesmo esquivo
Transcende ao quanto pude e não seguisse
A vida se transforma em tal mesmice
Que quando me percebo sobrevivo,

O vento traz apenas lenitivo
E sei do desamor, vaga tolice
Remando contra a fúria que se ouvisse
Na noite aonde sigo mais altivo.

O prazo demonstrando o que inda tem
Apesar de viver farto desdém,
Amar e ser feliz? Mera ilusão.

Mortalha que me deste como farda
A morte na verdade não retarda
E traz a mais sublime precisão.

NOVA SENDA?

Já não me caberia nova senda
E mesmo quando pude desvendar
A marca noutro tom a me entranhar
Deveras cada passo não entenda,

A rústica expressão ditando a lenda
O verso sem saber onde ancorar
E o prazo noutro tanto a sonegar
O marco que deveras não se estenda.

Percebo o quanto quis e não viera
Sangrando nesta fonte mais austera
Bendigo cada passo que tentasse

Meu tempo sem ter tempo de sentir
O quanto poderia no porvir
Vencer o mais diverso desenlace.

NAS PEDRAS DO CAIS

Jogado sobre as pedras o meu barco,
O vento sem sentido e sem proveito
O tanto que deveras mais aceito
Expressa o quanto pude e sempre abarco.

O sonho quando veio se fez parco
A luta noutro anseio toma o leito
Do rio que se perde e quando deito
Encontro o descaminho em rude marco.

Não pude e nem devesse ser assim,
O fim se aproximando dentro em mim
E o sórdido sentido sem saber

O canto mais audaz que não teria
A sorte feita em luz ou agonia
A morte se desenha em bel prazer.

QUANTO EU PUDERA SER FELIZ...

Já não mais caberia qualquer sorte
A quem se fez aquém do quanto quis
E sei quanto pudera ser feliz
Quem tanto noutro rumo nos conforte,

A vida sonegando algum aporte
O manto se traduz em cicatriz
A sorte se desenha e por um triz
Apenas novo rumo adentre e corte.

Embora não tivesse mesmo um dia
E sei do quanto possa e não viria
O verso sem proveito e em tal vingança

A luta não desenha claramente
A face mais cruel e se apresente
O tanto que decerto o não alcança.

TÊNUES ILUSÕES

Bailando sobre as tênues ilusões
Vagando sem destino vida afora,
O tempo na verdade desancora
E nisto traz aos sonhos mil versões.

Escarificam na alma as sensações
Do mais diversos medos e me apavora
Saber do quanto a vida não demora
Enquanto apenas medos tu me expões

Não mais me caberia qualquer farsa
Nem mesmo a solidão já se disfarça
E o peso de uma sorte se perdendo.

No caos gerado em nós; leda partilha
A vida noutro tom não mais rebrilha,
Resulta nesta face em tom horrendo.

O AMOR TEM DESTAS COISAS

O amor tem destas coisas e sei bem
O quanto na verdade poderia
Gerar dentro do peito uma alegria
Enquanto a tempestade agora vem,
No errático cenário, ser ninguém,
Pousando aonde o tempo não traria
Sequer a mais suave melodia,
Num dia que se perde, muito aquém.
O amor com suas faces inexatas,
E nisto num instante já constatas
Facetas divergentes deste prisma,
Iridescente ou mesmo quando opaco,
Imenso turbilhão que em paz aplaco,
Gigante desvario que alma cisma...

UMA ESPERANÇA

O quanto quis amar e não sabia
Das tramas e dos erros costumeiros,
A vida se anuncia e dos canteiros
Nem mesmo qualquer sombra de alegria,
Apenas meramente fantasia,
Aonde imaginasse jasmineiros,
Ocaso traz os dias derradeiros
E o velho desencanto hoje me guia.
Saudades do que fui e não mais vejo
Sequer a menor sombra nesta estrada,
A noite tanta vez enluarada
Se existe claridade; algum lampejo.
Porém viceja na alma esta esperança,
E mesmo contra tudo, enfim, avança...

UMA ESPERANÇA

O quanto quis amar e não sabia
Das tramas e dos erros costumeiros,
A vida se anuncia e dos canteiros
Nem mesmo qualquer sombra de alegria,
Apenas meramente fantasia,
Aonde imaginasse jasmineiros,
Ocaso traz os dias derradeiros
E o velho desencanto hoje me guia.
Saudades do que fui e não mais vejo
Sequer a menor sombra nesta estrada,
A noite tanta vez enluarada
Se existe claridade; algum lampejo.
Porém viceja na alma esta esperança,
E mesmo contra tudo, enfim, avança...

EU AMO TANTO

Não quero que se veja a mesma senda
Durante tanto tempo sem sentido
E o verso noutro ponto resumido,
O tanto quanto a vida não entenda,
A cada novo passo outra contenda,
E mesmo quando posso mal duvido
O sonho tantas vezes repetido,
Pior do que o soneto? Tosca emenda...
Apesar de viver cada segundo
Qual fosse um caminheiro sem destino,
No quanto poderia e me alucino,
Das tramas mais diversas já me inundo.
Meu canto além do encanto,
Embora, na verdade eu ame tanto...

HOMENAGEM A KATHLEEN LESSA

HOMENAGEM A KATHLEEN LESSA


Alternam-se alegria e sofrimento!
Habitam teus conflitos por me amar,
Subsiste meu amor sem alimento.

Kathleen Lessa

1

“Alternam-se alegria e sofrimento!”
E a vida continua o seu caminho,
Perfumes exalados pelo espinho,
O quanto poderia e mais não tento,
Tomando com certeza o pensamento,
Aonde na verdade se me aninho
Apenas o vazio que adivinho
Entregue sem defesas, firme vento.
Porém ao crer possível ser feliz,
Ousando muito além do quanto fiz,
Mosaico de emoções, caleidoscópio.
Somente num amor me realizo
E vindo sorrateiro e sem aviso,
Qual fosse para esta alma um mágico ópio.

2


“Habitam teus conflitos por me amar,”
E sinto que entre tantos possa ter
A força quando impele o amanhecer
Trazendo a claridade além, solar.
Mas sei do quanto a vida há de buscar
Deixando o sentimento ao bel prazer,
O estar se transformando agora em ser,
Traçando o quanto possa navegar.
O amor é mesmo assim, é sim e não,
Silente insegurança de um vulcão
Num átimo derrama cinza e lava,
Depois na placidez, adormecido,
Até que num momento, enfurecido,
Supera qualquer medo, algema ou trava.


3

“Subsiste meu amor sem alimento,”
Mas sei do quanto sofro solitário,
Dos pensamentos sigo qual corsário
E um bom ancoradouro em paz eu tento.
O barco sem timão exposto ao vento,
Seguindo sem saber do itinerário,
O canto que pudera solidário
Expressa mais que tudo algum lamento.
Amar é ter nos olhos a esperança
Num horizonte além do quanto avança
Uma alma sem temores e liberta.
Mas quando a noite chega; em desvario,
Um Eldorado em sonhos; busco e crio,
E a velha solidão já se deserta...

HOMENAGEM A KATHLEEN LESSA

HOMENAGEM A KATHLEEN LESSA


Alternam-se alegria e sofrimento!
Habitam teus conflitos por me amar,
Subsiste meu amor sem alimento.

Kathleen Lessa

1

“Alternam-se alegria e sofrimento!”
E a vida continua o seu caminho,
Perfumes exalados pelo espinho,
O quanto poderia e mais não tento,
Tomando com certeza o pensamento,
Aonde na verdade se me aninho
Apenas o vazio que adivinho
Entregue sem defesas, firme vento.
Porém ao crer possível ser feliz,
Ousando muito além do quanto fiz,
Mosaico de emoções, caleidoscópio.
Somente num amor me realizo
E vindo sorrateiro e sem aviso,
Qual fosse para esta alma um mágico ópio.

2


“Habitam teus conflitos por me amar,”
E sinto que entre tantos possa ter
A força quando impele o amanhecer
Trazendo a claridade além, solar.
Mas sei do quanto a vida há de buscar
Deixando o sentimento ao bel prazer,
O estar se transformando agora em ser,
Traçando o quanto possa navegar.
O amor é mesmo assim, é sim e não,
Silente insegurança de um vulcão
Num átimo derrama cinza e lava,
Depois na placidez, adormecido,
Até que num momento, enfurecido,
Supera qualquer medo, algema ou trava.


3

“Subsiste meu amor sem alimento,”
Mas sei do quanto sofro solitário,
Dos pensamentos sigo qual corsário
E um bom ancoradouro em paz eu tento.
O barco sem timão exposto ao vento,
Seguindo sem saber do itinerário,
O canto que pudera solidário
Expressa mais que tudo algum lamento.
Amar é ter nos olhos a esperança
Num horizonte além do quanto avança
Uma alma sem temores e liberta.
Mas quando a noite chega; em desvario,
Um Eldorado em sonhos; busco e crio,
E a velha solidão já se deserta...

HOMENAGEM A KATHLEEN LESSA

HOMENAGEM A KATHLEEN LESSA


Alternam-se alegria e sofrimento!
Habitam teus conflitos por me amar,
Subsiste meu amor sem alimento.

Kathleen Lessa

1

“Alternam-se alegria e sofrimento!”
E a vida continua o seu caminho,
Perfumes exalados pelo espinho,
O quanto poderia e mais não tento,
Tomando com certeza o pensamento,
Aonde na verdade se me aninho
Apenas o vazio que adivinho
Entregue sem defesas, firme vento.
Porém ao crer possível ser feliz,
Ousando muito além do quanto fiz,
Mosaico de emoções, caleidoscópio.
Somente num amor me realizo
E vindo sorrateiro e sem aviso,
Qual fosse para esta alma um mágico ópio.

2


“Habitam teus conflitos por me amar,”
E sinto que entre tantos possa ter
A força quando impele o amanhecer
Trazendo a claridade além, solar.
Mas sei do quanto a vida há de buscar
Deixando o sentimento ao bel prazer,
O estar se transformando agora em ser,
Traçando o quanto possa navegar.
O amor é mesmo assim, é sim e não,
Silente insegurança de um vulcão
Num átimo derrama cinza e lava,
Depois na placidez, adormecido,
Até que num momento, enfurecido,
Supera qualquer medo, algema ou trava.


3

“Subsiste meu amor sem alimento,”
Mas sei do quanto sofro solitário,
Dos pensamentos sigo qual corsário
E um bom ancoradouro em paz eu tento.
O barco sem timão exposto ao vento,
Seguindo sem saber do itinerário,
O canto que pudera solidário
Expressa mais que tudo algum lamento.
Amar é ter nos olhos a esperança
Num horizonte além do quanto avança
Uma alma sem temores e liberta.
Mas quando a noite chega; em desvario,
Um Eldorado em sonhos; busco e crio,
E a velha solidão já se deserta...
O gosto que transcende uma certeza
Do tempo mais feliz que eu não sabia
Buscando quase sempre uma utopia
Não vira a carta aberta sobre a mesa,
O tempo segue como a correnteza
E o tanto que desejo nunca via
Não fosse a tua bela companhia
Há muito se rompera tal represa
Volúveis emoções, fim se aproxima
E vejo tão somente a dura estima
Que a vida nos ensina e não cala,
Fortuna me deixando para trás
Apenas o vazio, outono traz
E uma alma desta angústia ora é vassala.

AMANDO SOB AS ESTRELAS 4

AMANDO SOB AS ESTRELAS

Arrasto-me entre os becos, sorrateiro,
Percurso repetido todo dia.
Se outrora, por amor, me dei inteiro,
O que restou: a noite vaga e fria.

Dos sonhos, um eterno garimpeiro,
Entregue à delicada fantasia,
Se agora entre os esgotos, eu me esgueiro,
Procuro na sarjeta, poesia.

Amando sob estrelas, bebo a lua,
Encontro tua sombra pela rua
E finjo acreditar no grande amor.

Aos poucos, agrisalham-se os cabelos,
Quem dera, teus carinhos inda tê-los,
Do esterco nascerá enfim a flor?

MARCOS LOURES

Restou-nos só a noite vaga e fria
Daquele amor repleno d’inocência,
Lilás tal qual a flor da bela hortência
Suave feito a luz da fantasia.

E o vinho bebo dessa nostalgia,
Sorvendo as dores dessa tua ausência,
Vivendo mesmo à beira da demência,
A delirar em versos, poesia.

E vago o meu olhar por entre estrêlas,
Buscando a sombra tua em noite escura,
Co’a alma minha triste e merencória.

Andejo recordando a nossa história,
O nosso amor, a sua iluminura,
E as lágrimas não posso, não, contê-las,

EDIR PINA DE BARROS

Procuro inutilmente quem me traga
Além deste vazio imenso e rude,
O sonho que deveras me transmude,
Cicatrizando na alma a velha chaga.
Minha alma sem sentido segue vaga,
Ainda quando a lua em plenitude
Apenas num momento desilude,
Na torpe solidão da escusa plaga.
Amores de um passado que, distante,
Anunciando um passo agonizante
Em meio às constelares esperanças.
O tempo não trouxesse qualquer chance,
E quanto mais a dor, agora avance,
À tosca solidão, tu mais me lanças.

MARCOS LOURES

À tosca solidão tu mais me lanças
Quando te vais além de minha estrada,
Partindo sem adeus, dizer-me nada,
Quebrando assim meus sonhos, esperanças.

E quando me aproximo tu avanças.
Deixando-me mais só, desesperada,
Nas sombras da tristeza mergulhada,
Levando dentro em mim desesperanças.

Além deste vazio imenso e rude,
Restou-me a tua ausência desmedida
A preencher meus dias minhas noites.

E sinto das saudades seus açoites,
E desencanto enorme pela vida
Porque viver contigo eu não pude.

EDIR PINA DE BARROS

Um pária coração buscando o alento
Que a vida tantas vezes me negara,
Ainda quando a noite se faz clara
Apenas no tormento me alimento,
O sonho conduzindo ao sofrimento,
A sórdida expressão que se escancara
Do amor quando em verdade nada ampara,
A queda se anuncia num momento.
Pudesse pelo menos ter o abrigo
De quem tanto desejo e não consigo,
Porém ao longe ouvindo, enfim, teu nome,
Acordo e me preparo. Inutilmente,
Somente este vazio se apresente,
E o som, perdido ao vento, logo some...


Marcos Loures


Alento hás de encontrar no meu regaço,
sentindo o meu calor, o meu perfume,
na noite fresca, vendo o vagalume
distante da tristeza, do cansaço.

Oh! Vem! Antes que vire pó, se escume
a chama da paixão, que em ti esvoaço,
quais colibris voando pelo espaço,
sentindo desse amor a força e o lume.

Se tudo terminar, empós, querido,
há de restar em nós a soledade,
lembranças que o tempo não apaga.

Trilhemos nossa estrada, a nossa saga,
sem mais pensar que tudo é vanidade,
quem ferirá, ou vai sair ferido.

EDIR PINA DE BARROS

Em ti eu sei do porto onde asseguro
Atracação suave após procelas
E quando nos teus cantos me revelas,
És luminária em céu brumoso, escuro.
Traçando o quanto busco e configuro
Rompendo do passado trancas, celas,
As horas do teu lado são tão belas,
Esqueço após a curva esta alto muro.
Porém quando me afasto, a solidão,
Qual fosse uma terrível erupção
Destroça todo o sonho que inda havia,
O encanto desenhado no teu rosto,
O sonho em desejos mis composto,
Traduz o quanto trago em poesia.

Marcos Loures


Se tu te arrastas pelos becos, sorrateiro,
Em nome desse amor que foi em vão sentido,
Por certo que demais eu hei também sofrido,
e até a insanidade, tão sozinha, beiro.

Eu vivo a recordar o instante derradeiro
No qual contigo estive e muito hei vivido,
Que agora se resume a outro tempo ido,
Quais cinzas que sobraram dentro do cinzeiro.

Também eu vivo nessas sendas do passado,
Sentindo no meu peito imensa nostalgia,
Sem ter mais dentro em mim por cousa alguma gosto.

E o mais doirado sonho meu? Amortalhado!
Tudo morreu em mim! Tudo! Mas quem diria?!
Mas tu estás em mim! Nas marcas do meu rosto.

Edir Pina de Barros


Quem dera se eu pudesse acreditar
Nas tantas ironias que tu fazes,
A vida se fazendo em tantas fases,
As cãs também vieram me tomar,

O sonho sem sentido; e busco o mar,
Apenas ilusões; de novo trazes,
Devastas meus anseios e sem bases,
Somente o que me resta: desabar.

As tantas emoções; ledas mentiras,
E quando meu apoio tu retiras
A queda se aproxima, simplesmente.

Do grande amor que um dia me afirmaste,
A frágil sensação de uma torpe haste,
Matando cada grão, toda semente...

sexta-feira, 22 de julho de 2011

AMANDO SOB AS ESTRELAS 3

AMANDO SOB AS ESTRELAS

Arrasto-me entre os becos, sorrateiro,
Percurso repetido todo dia.
Se outrora, por amor, me dei inteiro,
O que restou: a noite vaga e fria.

Dos sonhos, um eterno garimpeiro,
Entregue à delicada fantasia,
Se agora entre os esgotos, eu me esgueiro,
Procuro na sarjeta, poesia.

Amando sob estrelas, bebo a lua,
Encontro tua sombra pela rua
E finjo acreditar no grande amor.

Aos poucos, agrisalham-se os cabelos,
Quem dera, teus carinhos inda tê-los,
Do esterco nascerá enfim a flor?

MARCOS LOURES

Restou-nos só a noite vaga e fria
Daquele amor repleno d’inocência,
Lilás tal qual a flor da bela hortência
Suave feito a luz da fantasia.

E o vinho bebo dessa nostalgia,
Sorvendo as dores dessa tua ausência,
Vivendo mesmo à beira da demência,
A delirar em versos, poesia.

E vago o meu olhar por entre estrêlas,
Buscando a sombra tua em noite escura,
Co’a alma minha triste e merencória.

Andejo recordando a nossa história,
O nosso amor, a sua iluminura,
E as lágrimas não posso, não, contê-las,

EDIR PINA DE BARROS

Procuro inutilmente quem me traga
Além deste vazio imenso e rude,
O sonho que deveras me transmude,
Cicatrizando na alma a velha chaga.
Minha alma sem sentido segue vaga,
Ainda quando a lua em plenitude
Apenas num momento desilude,
Na torpe solidão da escusa plaga.
Amores de um passado que, distante,
Anunciando um passo agonizante
Em meio às constelares esperanças.
O tempo não trouxesse qualquer chance,
E quanto mais a dor, agora avance,
À tosca solidão, tu mais me lanças.

MARCOS LOURES

À tosca solidão tu mais me lanças
Quando te vais além de minha estrada,
Partindo sem adeus, dizer-me nada,
Quebrando assim meus sonhos, esperanças.

E quando me aproximo tu avanças.
Deixando-me mais só, desesperada,
Nas sombras da tristeza mergulhada,
Levando dentro em mim desesperanças.

Além deste vazio imenso e rude,
Restou-me a tua ausência desmedida
A preencher meus dias minhas noites.

E sinto das saudades seus açoites,
E desencanto enorme pela vida
Porque viver contigo eu não pude.

EDIR PINA DE BARROS

Um pária coração buscando o alento
Que a vida tantas vezes me negara,
Ainda quando a noite se faz clara
Apenas no tormento me alimento,
O sonho conduzindo ao sofrimento,
A sórdida expressão que se escancara
Do amor quando em verdade nada ampara,
A queda se anuncia num momento.
Pudesse pelo menos ter o abrigo
De quem tanto desejo e não consigo,
Porém ao longe ouvindo, enfim, teu nome,
Acordo e me preparo. Inutilmente,
Somente este vazio se apresente,
E o som, perdido ao vento, logo some...


Marcos Loures


Alento hás de encontrar no meu regaço,
sentindo o meu calor, o meu perfume,
na noite fresca, vendo o vagalume
distante da tristeza, do cansaço.

Oh! Vem! Antes que vire pó, se escume
a chama da paixão, que em ti esvoaço,
quais colibris voando pelo espaço,
sentindo desse amor a força e o lume.

Se tudo terminar, empós, querido,
há de restar em nós a soledade,
lembranças que o tempo não apaga.

Trilhemos nossa estrada, a nossa saga,
sem mais pensar que tudo é vanidade,
quem ferirá, ou vai sair ferido.

EDIR PINA DE BARROS

Em ti eu sei do porto onde asseguro
Atracação suave após procelas
E quando nos teus cantos me revelas,
És luminária em céu brumoso, escuro.
Traçando o quanto busco e configuro
Rompendo do passado trancas, celas,
As horas do teu lado são tão belas,
Esqueço após a curva esta alto muro.
Porém quando me afasto, a solidão,
Qual fosse uma terrível erupção
Destroça todo o sonho que inda havia,
O encanto desenhado no teu rosto,
O sonho em desejos mis composto,
Traduz o quanto trago em poesia.

PARA RANIELE

A vida traz surpresas divinais
E transformando antigos sofrimentos
Mudando a direção dos vários ventos,
Querida, a cada instante o demonstrais.

Os dias do passado, tão venais,
Distantes sem um porto, os pensamentos,
Galgando sem sentido os meus tormentos,
Velhice me bebendo mais e mais.

Porém quando te vejo, fascinante,
Meu mundo se renova num instante
E sabe qual valor desta amizade,

Em plena tempestade, se revele,
O cais que tens nas mãos e, Raniele,
A paz que necessito, vem e invade.

HOMENAGEM A KIRO MENEZES

HOMENAGEM A KIRO MENEZES.

“as palavras se escolhem entre si”
Formando aleatórios arabescos
E os sonhos que pudessem ser dantescos,
Atravessando a vida em frenesi,
O quanto, na verdade mereci,
Os dias mais audazes, quixotescos,
Momentos mais sutis e pitorescos,
Vivendo esta expressão além e aqui.
O verso me inundando, em fúria e gozo,
Caminho que se mostre caprichoso
Levando para além, raro Eldorado,
Poética emoção que nos domina,
Domando num instante, dita e sina,
Fazendo mais suave o duro Fado...

Verso original de Kiro Menezes

HOMENAGEM A JOSÉ SEPÚLVEDA

HOMENAGEM A JOSÉ SEPÚLVEDA
E vimos-te prestar esta homenagem
Querendo realçar tua coragem
De abrir teu coração em poesia.

José Sepúlveda

1

“De abrir teu coração em poesia.”
Traçando o quanto possa em maravilha,
E quando nos astrais meu sonho trilha
Decerto, num momento te veria.
O canto se mostrando em harmonia,
Minha alma no infinito ora palmilha
E sei quanto em verdade doma e brilha
Meu canto em plena festa, em alegria.
Ao ver tua beleza iridescente,
O velho trovador agora sente
A imensidade feita em esperança,
Resgato a já perdida mocidade,
E a brisa calmamente então me invade
E uma razão de vida, enfim me alcança.

2

”Querendo realçar tua coragem”
Em meio às vis borrascas mar afora,
Nesta loucura imensa que apavora,
Tornando ora grisalha esta paisagem.
Meu verso te enaltece e qual miragem
Olhando o teu olhar já se demora
E sei da fortaleza que, senhora,
Do dia a dia enfrenta esta voragem.
E vendo nos teus braços, o regaço,
Depois de tanta luta em tal cansaço,
Eu sinto renovada minha vida.
Em ti além do quanto em sonhos traço,
Caminho que deveras busco e grasso,
Que uma esperança audaz, hoje lapida.

3


“E vimos-te prestar esta homenagem”
Embora sejam frágeis os meus versos,
Trazendo em tuas mãos mil universos,
E toda a maravilha em t’a bagagem,
Um pássaro mudando de plumagem,
Os dias que vivemos, mais perversos,
Os sonhos antes vagos e dispersos,
Agora num só tom, mesma estalagem.
E sei que sou feliz e te agradeço,
Tranquilidade encontra este endereço
Aonde há tanto tempo, só martírio...
Viver a plenitude em verso e prosa,
A vida se desenha fabulosa,
Eternizando na alma; este delírio!

HOMENAGEM A DUDU OLIVEIRA

Quer a dor mais feroz na abundância dos pastos
Quer viver no prazer toda culpa do incesto
Pela dor resistir a latência dos castos.

Dudu Oliveira.


1


“Pela dor resistir a latência dos castos,”
Que enquanto nos prejulgam ditam norma
Enquanto a própria vida se deforma,
Ousando nos banquetes, vis repastos.
Não quero e não suporto tal algema,
A vida não se traz atrás das celas,
E quantas maravilhas que revelas
Presumem o que o sonho busca e selas.
Eu sei quanto é difícil prosseguir
Em meio aos turbilhões sem mais sentido,
E embora tente além, já decidido,
A insegurança doma o meu porvir.
Não quero mais a mão que me tortura,
Tampouco as garras turvas da censura.

2

“Quer viver no prazer toda culpa do incesto”
Num átimo, um mergulho no meu ego,
E quando no final tento e navego,
À mágica expressão então me empresto,
Coleto cada resto que pudesse
Ainda me trazer além do hedônico
Caminho que se mostre desarmônico
Gerando a variada e louca messe.
Não sinto mais os medos nem pudores,
A senda se desnuda e me aprofundo,
Vagando sem sentido no meu mundo,
Seguindo cada passo aonde fores.
E sei que nada disso hoje é palpável,
Estrela no infinito, inalcançável.

3


“Quer a dor mais feroz na abundância dos pastos”
Que a cerca nos impede de alcançar,
Assim como um mineiro frente ao mar,
Assim como meus sonhos, velhos, gastos.
Já nada mais comporta o quanto outrora
Coubera dentro da alma de um poeta,
A vida se mostrara ora incompleta
E a fúria, pouco a pouco me apavora,
Eu não sei que não pudera ser diverso,
As asas já podadas pela vida,
Não vejo embora busque uma saída,
Contido o coração neste universo.
Vagar além do quanto a eternidade
Presume quando o sonho além se evade...
AMANDO SOB AS ESTRELAS

Arrasto-me entre os becos, sorrateiro,
Percurso repetido todo dia.
Se outrora, por amor, me dei inteiro,
O que restou: a noite vaga e fria.

Dos sonhos, um eterno garimpeiro,
Entregue à delicada fantasia,
Se agora entre os esgotos, eu me esgueiro,
Procuro na sarjeta, poesia.

Amando sob estrelas, bebo a lua,
Encontro tua sombra pela rua
E finjo acreditar no grande amor.

Aos poucos, agrisalham-se os cabelos,
Quem dera, teus carinhos inda tê-los,
Do esterco nascerá enfim a flor?

MARCOS LOURES

Restou-nos só a noite vaga e fria
Daquele amor repleno d’inocência,
Lilás tal qual a flor da bela hortência
Suave feito a luz da fantasia.

E o vinho bebo dessa nostalgia,
Sorvendo as dores dessa tua ausência,
Vivendo mesmo à beira da demência,
A delirar em versos, poesia.

E vago o meu olhar por entre estrêlas,
Buscando a sombra tua em noite escura,
Co’a alma minha triste e merencória.

Andejo recordando a nossa história,
O nosso amor, a sua iluminura,
E as lágrimas não posso, não, contê-las,

EDIR PINA DE BARROS

Procuro inutilmente quem me traga
Além deste vazio imenso e rude,
O sonho que deveras me transmude,
Cicatrizando na alma a velha chaga.
Minha alma sem sentido segue vaga,
Ainda quando a lua em plenitude
Apenas num momento desilude,
Na torpe solidão da escusa plaga.
Amores de um passado que, distante,
Anunciando um passo agonizante
Em meio às constelares esperanças.
O tempo não trouxesse qualquer chance,
E quanto mais a dor, agora avance,
À tosca solidão, tu mais me lanças.

MARCOS LOURES

À tosca solidão tu mais me lanças
Quando te vais além de minha estrada,
Partindo sem adeus, dizer-me nada,
Quebrando assim meus sonhos, esperanças.

E quando me aproximo tu avanças.
Deixando-me mais só, desesperada,
Nas sombras da tristeza mergulhada,
Levando dentro em mim desesperanças.

Além deste vazio imenso e rude,
Restou-me a tua ausência desmedida
A preencher meus dias minhas noites.

E sinto das saudades seus açoites,
E desencanto enorme pela vida
Porque viver contigo eu não pude.

EDIR PINA DE BARROS

Um pária coração buscando o alento
Que a vida tantas vezes me negara,
Ainda quando a noite se faz clara
Apenas no tormento me alimento,
O sonho conduzindo ao sofrimento,
A sórdida expressão que se escancara
Do amor quando em verdade nada ampara,
A queda se anuncia num momento.
Pudesse pelo menos ter o abrigo
De quem tanto desejo e não consigo,
Porém ao longe ouvindo, enfim, teu nome,
Acordo e me preparo. Inutilmente,
Somente este vazio se apresente,
E o som, perdido ao vento, logo some...
HOMENAGEM A MARCO AURÉLIO VIEIRA

E, das tuas montanhas, tu negas os seios
e essas águas tão puras que brotam nos veios...
Então, mato o meu puma e me faço um condor.


MARCO AURÉLIO VIEIRA

1

“Então, mato o meu puma e me faço um condor.”
Alçando muito além da imensa cordilheira,
Ousando acreditar no quanto mais se queira
Gerando esta esperança, um sol encantador.
O tempo tanto pode e traz frio e calor,
A sorte molda a rota expressa e derradeira,
E quem tem dentro da alma a força da bandeira
Extasiada mente entregue ao raro amor,
Ultrapassando o cimo invade este infinito,
E o verso como fosse a bússola que leva
Acima do que possa, a solidão e a treva.
Sem ter os pés no chão, esta amplidão eu fito,
E um Ícaro vagando em busca deste etéreo,
Encontro ao fim de tudo o frio e vão minério.



2

” e essas águas tão puras que brotam nos veios”
Gerando esta nascente aonde eu mergulhasse
Sem ter nada a temer, sequer algum impasse,
A vida se apresenta e deixa atrás rodeios,
Os dias são gentis? Apenas devaneios,
O quanto se quisera, o tempo não mostrasse,
A seca, o duro estio, o fim em desenlace,
Alimentando assim, os mais vários receios.
Pudera ter certeza e ver este regato
Bebendo o pleno mar, mas nada mais constato,
Senão a solidão de quem se perde aquém
Do todo que deseja e nada mais teria,
Somente a sensação espúria da agonia,
Buscando a fina areia e sei que nunca vem...

3

“E, das tuas montanhas, tu negas os seios”
Na gélida expressão do que deveras
Expresse a solidão das várias feras,
Deixando os versos vãos, aquém ou mesmo alheios.
Nas Minas do passado, agora nada resta,
Somente uma lembrança envolta em tanta bruma,
O olhar sem horizonte, ao nada se acostuma,
Mas busca a claridade, ao menos numa fresta.
E do Curral del Rei, a velha Mantiqueira,
Dos áureos tempos vem o vento me clamando,
E tento acreditar ainda em fogo brando,
Que a Terra que foi minha ainda um dia queira,
Sentir cada pegada em solo rico e grasso,
Nos sonhos procurando, apenas seu regaço...
No mundo em que o amor em sonhos cria
Jamais se poderia imaginar
Um tempo tão diverso a se mostrar
Além do que vivesse em fantasia
Gerando uma esperança em utopia
Pousando noutro encanto a divagar
Ao sonho que se molde em tal lugar
A sorte na verdade se recria
Recolho o que restara e desde agora
O tempo noutro instante desarvora
Deixando esta incerteza no caminho.
Incide sobre nós o mais perfeito
Cenário que deveras tanto aceito
Aonde com certeza eu já me aninho.

HOMENAGEM A EDIR PINA DE BARROS

Hão de ficar no ar depois do meu adeus,
Libertos dessas mágoas, dessas mil penúrias,
Das dores que senti porque demais sonhei.


Edir Pina de Barros


1
“Das dores que senti porque demais sonhei,”
Jamais me esqueceria; imenso desafeto,
E quando em solidão, meu mundo vai repleto,
A vaga sensação domina inteira a grei,
O quanto poderia e ao fim nada terei,
Meu barco sem sentido, aborto dita o feto,
Do amor que tanto eu quis, apenas incompleto,
A sórdida expressão que em ti eu cultivei.
Meus sonhos, meu anseio, a vida sem sentido,
O tempo sem proveito, o encanto destruído,
A fúria do que invade e gera pesadelos.
Fazendo da esperança a farsa mais comum,
De tudo o quanto busco, agora sou nenhum.
E os sonhos? Na verdade. É melhor nunca tê-los...

2

“Libertos dessas mágoas, dessas mil penúrias,”
Quem sabe nalgum dia ainda seja crível
Os dias mais gentis, a vida noutro nível,
Vencendo simplesmente as tantas vãs incúrias.
Não adiantaria a fuga para Astúrias,
Tampouco o que trouxesse um solo mais plausível,
Amor nos dominando, um verso que impossível,
Traduz em tempestade as mais diversas fúrias.
Não quero e não pudera apresentar saída,
O jogo sobre a mesa, a rodada perdida,
E o vento desabando em rude vendaval.
Amar é crer no quanto a vida nos traria
Bem mais do que somente a frágil poesia
Buscando na esperança um tosco e tolo aval.

3

“Hão de ficar no ar depois do meu adeus,”
Os brilhos que sonhei da aurora que não veio,
Meu verso se perdendo em tolo devaneio,
Negando o quanto eu quis em sonhos tolos, meus...
A vida declinando após seus apogeus,
O mundo sem sentido e o tempo segue alheio,
Ao quanto desejara e sem sequer um meio,
Distante do horizonte, onde estará meu Deus?
Somente este vazio adentrando o meu peito,
O sonho que vivera agora, enfim desfeito,
O tempo se nublando, as nuvens... temporais...
Respostas que este vento expressa com firmeza,
O todo desejado, agora com certeza,
Responde simplesmente: “amigo; nunca mais!”

HOMENAGEM A EDIR PINA DE BARROS

Hão de ficar no ar depois do meu adeus,
Libertos dessas mágoas, dessas mil penúrias,
Das dores que senti porque demais sonhei.


Edir Pina de Barros


1
“Das dores que senti porque demais sonhei,”
Jamais me esqueceria; imenso desafeto,
E quando em solidão, meu mundo vai repleto,
A vaga sensação domina inteira a grei,
O quanto poderia e ao fim nada terei,
Meu barco sem sentido, aborto dita o feto,
Do amor que tanto eu quis, apenas incompleto,
A sórdida expressão que em ti eu cultivei.
Meus sonhos, meu anseio, a vida sem sentido,
O tempo sem proveito, o encanto destruído,
A fúria do que invade e gera pesadelos.
Fazendo da esperança a farsa mais comum,
De tudo o quanto busco, agora sou nenhum.
E os sonhos? Na verdade. É melhor nunca tê-los...

2

“Libertos dessas mágoas, dessas mil penúrias,”
Quem sabe nalgum dia ainda seja crível
Os dias mais gentis, a vida noutro nível,
Vencendo simplesmente as tantas vãs incúrias.
Não adiantaria a fuga para Astúrias,
Tampouco o que trouxesse um solo mais plausível,
Amor nos dominando, um verso que impossível,
Traduz em tempestade as mais diversas fúrias.
Não quero e não pudera apresentar saída,
O jogo sobre a mesa, a rodada perdida,
E o vento desabando em rude vendaval.
Amar é crer no quanto a vida nos traria
Bem mais do que somente a frágil poesia
Buscando na esperança um tosco e tolo aval.

3

“Hão de ficar no ar depois do meu adeus,”
Os brilhos que sonhei da aurora que não veio,
Meu verso se perdendo em tolo devaneio,
Negando o quanto eu quis em sonhos tolos, meus...
A vida declinando após seus apogeus,
O mundo sem sentido e o tempo segue alheio,
Ao quanto desejara e sem sequer um meio,
Distante do horizonte, onde estará meu Deus?
Somente este vazio adentrando o meu peito,
O sonho que vivera agora, enfim desfeito,
O tempo se nublando, as nuvens... temporais...
Respostas que este vento expressa com firmeza,
O todo desejado, agora com certeza,
Responde simplesmente: “amigo; nunca mais!”
Hão de ficar no ar depois do meu adeus,
Libertos dessas mágoas, dessas mil penúrias,
Das dores que senti porque demais sonhei.


Edir Pina de Barros


1
“Das dores que senti porque demais sonhei,”
Jamais me esqueceria; imenso desafeto,
E quando em solidão, meu mundo vai repleto,
A vaga sensação domina inteira a grei,
O quanto poderia e ao fim nada terei,
Meu barco sem sentido, aborto dita o feto,
Do amor que tanto eu quis, apenas incompleto,
A sórdida expressão que em ti eu cultivei.
Meus sonhos, meu anseio, a vida sem sentido,
O tempo sem proveito, o encanto destruído,
A fúria do que invade e gera pesadelos.
Fazendo da esperança a farsa mais comum,
De tudo o quanto busco, agora sou nenhum.
E os sonhos? Na verdade. É melhor nunca tê-los...

2

“Libertos dessas mágoas, dessas mil penúrias,”
Quem sabe nalgum dia ainda seja crível
Os dias mais gentis, a vida noutro nível,
Vencendo simplesmente as tantas vãs incúrias.
Não adiantaria a fuga para Astúrias,
Tampouco o que trouxesse um solo mais plausível,
Amor nos dominando, um verso que impossível,
Traduz em tempestade as mais diversas fúrias.
Não quero e não pudera apresentar saída,
O jogo sobre a mesa, a rodada perdida,
E o vento desabando em rude vendaval.
Amar é crer no quanto a vida nos traria
Bem mais do que somente a frágil poesia
Buscando na esperança um tosco e tolo aval.

3

“Hão de ficar no ar depois do meu adeus,”
Os brilhos que sonhei da aurora que não veio,
Meu verso se perdendo em tolo devaneio,
Negando o quanto eu quis em sonhos tolos, meus...
A vida declinando após seus apogeus,
O mundo sem sentido e o tempo segue alheio,
Ao quanto desejara e sem sequer um meio,
Distante do horizonte, onde estará meu Deus?
Somente este vazio adentrando o meu peito,
O sonho que vivera agora, enfim desfeito,
O tempo se nublando, as nuvens... temporais...
Respostas que este vento expressa com firmeza,
O todo desejado, agora com certeza,
Responde simplesmente: “amigo; nunca mais!”
Marcos Loures
22 de julho de 2011 08:15
- AMANDO SOB AS ESTRELAS

Arrasto-me entre os becos, sorrateiro,
Percurso repetido todo dia.
Se outrora, por amor, me dei inteiro,
O que restou: a noite vaga e fria.

Dos sonhos, um eterno garimpeiro,
Entregue à delicada fantasia,
Se agora entre os esgotos, eu me esgueiro,
Procuro na sarjeta, poesia.

Amando sob estrelas, bebo a lua,
Encontro tua sombra pela rua
E finjo acreditar no grande amor.

Aos poucos, agrisalham-se os cabelos,
Quem dera, teus carinhos inda tê-los,
Do esterco nascerá enfim a flor?

MARCOS LOURES

Restou-nos só a noite vaga e fria
Daquele amor repleno d’inocência,
Lilás tal qual a flor da bela hortência
Suave feito a luz da fantasia.

E o vinho bebo dessa nostalgia,
Sorvendo as dores dessa tua ausência,
Vivendo mesmo à beira da demência,
A delirar em versos, poesia.

E vago o meu olhar por entre estrêlas,
Buscando a sombra tua em noite escura,
Co’a alma minha triste e merencória.

Andejo recordando a nossa história,
O nosso amor, a sua iluminura,
E as lágrimas não posso, não, contê-las,

EDIR PINA DE BARROS

Procuro inutilmente quem me traga
Além deste vazio imenso e rude,
O sonho que deveras me transmude,
Cicatrizando na alma a velha chaga.
Minha alma sem sentido segue vaga,
Ainda quando a lua em plenitude
Apenas num momento desilude,
Na torpe solidão da escusa plaga.
Amores de um passado que, distante,
Anunciando um passo agonizante
Em meio às constelares esperanças.
O tempo não trouxesse qualquer chance,
E quanto mais a dor, agora avance,
À tosca solidão, tu mais me lanças.
Marcos Loures
22 de julho de 2011 08:15
- AMANDO SOB AS ESTRELAS

Arrasto-me entre os becos, sorrateiro,
Percurso repetido todo dia.
Se outrora, por amor, me dei inteiro,
O que restou: a noite vaga e fria.

Dos sonhos, um eterno garimpeiro,
Entregue à delicada fantasia,
Se agora entre os esgotos, eu me esgueiro,
Procuro na sarjeta, poesia.

Amando sob estrelas, bebo a lua,
Encontro tua sombra pela rua
E finjo acreditar no grande amor.

Aos poucos, agrisalham-se os cabelos,
Quem dera, teus carinhos inda tê-los,
Do esterco nascerá enfim a flor?

MARCOS LOURES

Restou-nos só a noite vaga e fria
Daquele amor repleno d’inocência,
Lilás tal qual a flor da bela hortência
Suave feito a luz da fantasia.

E o vinho bebo dessa nostalgia,
Sorvendo as dores dessa tua ausência,
Vivendo mesmo à beira da demência,
A delirar em versos, poesia.

E vago o meu olhar por entre estrêlas,
Buscando a sombra tua em noite escura,
Co’a alma minha triste e merencória.

Andejo recordando a nossa história,
O nosso amor, a sua iluminura,
E as lágrimas não posso, não, contê-las,

EDIR PINA DE BARROS

Procuro inutilmente quem me traga
Além deste vazio imenso e rude,
O sonho que deveras me transmude,
Cicatrizando na alma a velha chaga.
Minha alma sem sentido segue vaga,
Ainda quando a lua em plenitude
Apenas num momento desilude,
Na torpe solidão da escusa plaga.
Amores de um passado que, distante,
Anunciando um passo agonizante
Em meio às constelares esperanças.
O tempo não trouxesse qualquer chance,
E quanto mais a dor, agora avance,
À tosca solidão, tu mais me lanças.
ABRINDO O CORAÇÃO

Deixando para trás os meus enganos
Abrindo o coração, menti demais.
Se tudo o que sonhei não foi jamais,
Esqueço antigos dias, velhos planos.

Descanso o meu olhar noutro horizonte
E vejo-te desnuda, nuvem bela;
E quando a fantasia se revela,
Desfaço com a vida qualquer ponte.

Mergulho nesta infinda insensatez,
Alvoroçado peito de um poeta
Que tendo a poesia como meta,

Aplaca o que seria lucidez
E bebe até fartar-se da ilusão,
Abrindo, escancarando o coração...


Edir Pina de Barros

Mergulho nesta infinda insensatez
Sem me importar com nada! Julgamentos!
Tirando para mim esses momentos,
Julgando ser a hora, a minha vez.

Jogando meus pudores contra os ventos,
Rompendo co’s silêncios, sisudez,
Deslizo devagar em tua tez,
Sentindo das paixões os seus rebentos.

E pouso o meu olhar nos olhos teus,
E sem pudor a ti eu peço e imploro
Clemência para o amor que em mim viceja.

E não me nego mais os sonhos meus,
e sinto o toque teu em cada poro,
pois sou aquela que te quer, deseja!


E eu trago dentro em mim a florescência
De um grande amor que vivo a cada instante,
E o sonho quando invade e me agigante
Domina toda a minha consciência,

Sentir tua presença em eloquência,
Num átimo me sino fascinante
E quanto mais vieres doravante
Maiores as razões desta existência

Que há tanto se perdera; solitária,
Da vida como fosse uma alimária,
Cansada de lutar inutilmente.

Porém, ao te saber; inteira, minha,
Minha alma tantas vezes tão mesquinha,
Agora em plena festa se apresente.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Estreitam-se deveras nossos laços
E vejo ser possível novo tempo
Deixando para trás o contratempo
Ou mesmo velhos dias, torpes, lassos,
E sei do quanto a vida se prepara
Vagando sem destino em lua mansa
E sei da solidão sem esperança
Tornando mais atroz esta seara,
Vestígios do que fomos noutras eras
E sendo tão sutil a interferência
Do amor que devastando a consciência
Transcende ao que decerto ainda esperas
Da sorte de uma vida mais tranquila
Enquanto imensidão em ti desfila.
A DERRADEIRA POESIA

Abordo meus fantasmas com descrenças
À bordo dos meus sonhos, sigo insone
E quando ouço chamar neste interfone
Preparo pra enfrentar mais desavenças.


Não tendo mais nem fé sequer as crenças
Nem mesmo uma palavra que me abone,
Por mais que a solidão não me abandone
Antigas esperanças são imensas.

E quando apodrecendo mais um tanto,
A vida se perdendo em farto encanto
No desencanto grana um novo dia

Imerso nas neblinas corriqueiras,
Arcaicas ilusões erguem bandeiras
E nasce a derradeira poesia...

MARCOS LOURES



Querido, tua dor não é segredo!
Dá medo perceber: tua fé se esvai!
Descai o meu semblante e sei que é cedo
Pro ledo engano que tanto subtrai...

É Pai o Criador e só c’um dedo
Degredo manda embora e Satã sai.
Sei vais me compreender, pois que concedo
O enredo do sofrer que sobressai-me

Meu ai que tu conheces, meu irmão!
É vão o entregar-se derrotado
Bocado que tu sabes ser sorvido

Bebido pelo Bicho, pelo Cão.
O não se lamentar deixa-o de lado
Sedado pelo orar do destemido!

Ronaldo Rhusso




Cansado de lutar contras as marés
Bravias desta insânia coletiva,
Ainda quando o sonho sobreviva
Velhas correntes atam os meus pés,

Cansado de seguir noutro viés
Enquanto a fantasia não cativa,
Minha alma da esperança já se priva
E perco o quanto houvera em ledas fés.

Um dia, após o fato consumado,
O verbo conjugado no passado,
Não sobrará sequer algum resquício

Do que pensara ser bem mais suave,
E a cada novo engodo a vida agrave
Cavando simplesmente o precipício.

MARCOS LOURES



Eu digo que estás equivocado!
Tu és a grande luz entre os poetas
E mártir deve estar, sim, preparado
Para chegar à última das metas.

Sem medo, mas com fé e de bom grado,
Um vate como tu suporta as setas
Aniquilando a dor que é mau bocado
Com versos lindos. E eis que ao mal tu vetas!

Meu caro tu és forte e a Depressão
É mal que nunca dura, eu sou a prova!
Pois quando a dor se vai meu Dom renova.

A fé não morre, pois é a razão
Que leva a tua alma à inspiração
E no que é feio tu tens dado sova!

Ronaldo Rhusso



Porém minha esperança em funerais
Não deixa nem sequer a menor sombra
Que tanto me conforte quanto assombra
Gerando dias turvos, desiguais.

Na alfombra onde pensara haver descanso,
Somente a sensação de algum faquir
No quanto poderia e sem porvir,
Deveras, no final já nada alcanço.

A luta se fazendo quixotesca
Moinhos gigantescos, medos tantos,
E os olhos entre velhos vis quebrantos
Resumem cada cena mais grotesca,

E o que consola quem tanto peleia:
Poder vagar além da lua cheia.

MARCOS LOURES




Eu digo que te enganas novamente,
Pois teu legado é grande e muito encanta.
Só morre quem viveu e, displicente,
Deixou passar em branco a lida tanta!


Irmão, qualquer um vê, és diferente
E a obra tua à toda se agiganta.
Tu és quem põe ess’arte a ir pra frente;
Fazes da poesia u’a arte santa!

Aqui, coadjuvante, eu testemunho
O brilho de teus versos magistrais
Que calam o sonido de teus ais

A alma que expões a próprio punho
Eu tento imitar, mas só rascunho.
E esse teu ser jamais se satisfaz?


RONALDO RHUSSO




Ainda que cogite em poder ter
Nas mãos este buril que me emprestaste,
Jogado pelos cantos feito um traste,
Ausento-me do sonho de viver,

A fonte já secando e sem saber
O quanto poderia em tal desgaste
Traçar além do que deveras eu me afaste,
Buscando a poesia; frágil haste.

Em ti, além do mais nobre parceiro,
Certeza da florada no canteiro
Das tantas verdejantes primaveras.

Mas quando me observando mais de perto,
Aos poucos, lentamente eu me deserto,
Entregue sem defesa às várias feras.

MARCOS LOURES


As feras que se danem, és herói!
Não há poeta vivo qual tu és!
Para que alguém se achegue aos teus pés
Verá na tez o quanto a dor corrói.
Mas esse teu talento ao frágil mói
E tu te entregas, pulas do convés
Da nau da vida eu vejo de víeis
Sem entender: O bom, eis se destrói!

Amigo dor é luxo para os fortes!
Se a vida já não mais te satisfaz
Oh! Satisfaças tu à vida assaz!

Eu peço tão somente que suportes
E morras a mais bela e vil das mortes,
Sem vã tristeza, ess’arma dos boçais!

RONALDO RHUSSO



Maior talento eu vejo em quem com fé
Consegue superar suas barreiras,
E nisto mesmo quando em cordilheiras
Permite-se deveras ser quem é.

Palavras; leva o vento, o que resta,
Depois de tantos medos e vitórias
Moldando a vária tela das histórias
A face se mostrando além da fresta.

Tu és o meu exemplo; em ti vejo,
Em minhas tempestades, o farol,
Meu verso aproveitando o belo ensejo
De poder caminhar bem junto ao sol.

Permite que deveras alto eu brade
Em toda plenitude esta amizade!

MARCOS LOURES


O meu querer é simples, meu amigo:
Mandar tua tristeza ir embora
E ver-te derramando aí a fora
Os versos que pra muitos é abrigo!

É grande a missão que tens contigo
E o mal que te persegue já implora
Pra ir embora, pois que já aflora
Tua força renovada. Que perigo!

O mal tem suas hostes dedicadas
A não querer te ver nos abrigar
Com esse teu brilhante versejar.

Palavras vento levam? Não. Coitadas!
Tu tornas todas elas delicadas
E o planar delas vem nos encantar!

RONALDO RHUSSO


Brindamos com mil versos à esperança,
A nossa companheira e a fornalha
Que gera a fantasia e assim se espalha
Aonde a poesia, em luz, avança.

Nossa alma, tantas vezes de criança,
Vencendo sem temor qualquer batalha
Tecendo com ternura a cordoalha
Que ao infinito tempo além se lança.

Vibramos consonantes harmonias
Poemas que criamos- tu sabias-
Alentam nossos tantos sofrimentos,

Jamais nos perderemos no caminho,
Num mundo muitas vezes mais mesquinho
Cantemos com louvor aos quatro ventos.


MARCOS LOURES


Oh! Sim. Cantar pra mim é sorver vida!
Um bom louvor anima a minha alma
E logo de manhã, antes da lida
Louvar a D’us espanta todo o trauma!

Irmão, a poesia é-nos guarida
E sinto que essa moça nos acalma.
Eu sei que ela é quem a nós convida
A transformar o mundo e isso encalma!


Os quatro ventos são bons aliados
Porque propagam o cantar perfeito
Que sai do teu e também do meu peito!


A vida eu sei nos deixou machucados,
Mas também nos cedeu uns bons bocados
E a esses é que eu canto em tom perfeito!


RONALDO RHUSSO



Se apesar dos pesares sou feliz
Eu devo à poesia este aconchego
Ensina com certeza o desapego
Criando este cenário que ora eu quis.

E mesmo quando a noite é mais nublosa
Os sonhos esvaídos nas sarjetas,
Os brilhos de diversos, zis cometas,
Cevando nos astrais a nebulosa

Que possa nos trazer a plena luz,
Qual fosse uma explosão de tantos sóis
E quando em consonância tu constróis
Encanto noutro encanto se produz,

E mesmo quando a vida nos maltrata
A poesia surge na hora exata!


MARCOS LOURES


É fato, meu amigo! Tens razão!
A poesia clama e obedecemos
Porque direito, esse, nós não temos
De dizer não à doce inspiração!

O recriar o que quebrou-se ao chão
É algo em que com brio nos envolvemos
Porque em nosso íntimo sabemos
Que ser poeta é ir na contramão.

Mas veja como isso é engraçado!
A nossa verve nem é compreendida,
Mas inda assim renova a frágil vida

Que muitos fruem sem olhar pro lado
E ver que a poesia é o legado
Que espalhamos e sem remorso ou brida!

RONALDO RHUSSO


Matizes que deveras percebeste
Num mundo já grisalho e sem sentido,
E quanto mais contigo ora lapido
O mundo segue além do que fora este.

Cada momento enquanto engradeceste
Tornando bem mais forte e decidido
O passo rumo ao farto presumido
No encanto que deveras tu teceste.

E, pareados, temos nos poemas,
Ruptura do que fossem as algemas
Que tanto o dia a dia nos impinge.

A poesia brota a cada instante
E nisto com certeza nos garante,
Qual Édipo vencendo a velha Esfinge.


MARCOS LOURES


Esse brotar de versos me anima;
E toca o meu sentir com mais urgência!
Retorna o entorno para a coerência
E sei que há alegria lá em Cima!

Os anjos, bons poetas, nesse clima
Já tangem suas harpas n’anuência,
Pois sentem que se foi a vil dormência
E resta a esperança em rara rima!


Assim, meu bom amigo, a negra morte
Se sente derrotada e humilhada
Por tua excelente poesia.

Ainda que ela venha e seja forte
Só levará a carne já cansada
E a vida eterna vem com primazia!.

RONALDO RHUSSO


Liberto coração fala por si
E traz a eternidade a cada instante
Dos sonhos, sendo mero navegante,
Amigo, como é bom estar aqui!

Por tanto tempo, alheio ao que vivi,
Meu verso noutro rumo, degradante,
Agora na esperança se garante
E traz ao pensamento, frenesi.

Edênico caminho ao mais sublime
Etéreo desenhar tanto redime
Que nos permite além do que é palpável.

Tornando mesmo o solo mais agreste
Num campo bem mais rico e sempre arável,
O mundo que deveras compuseste.


MARCOS LOURES


Diria: o privilégio é só da gente!
Que sorve de teus versos... Euforia!
Não será derradeira poesia;
Um mestre como tu deixa-a latente!

A História vai mostrar que é diferente,
Em livro ou o que valha em breve dia
Pra fazer entender dicotomia,
Querer e ser poeta, realmente!

Alguém faz um aposto de dois versos?
Se o fiz foi pra deixar bem registrado
O quanto a estupidez me causa enfado...

Em que latrina estão crânios imersos
Dos grandes editores controversos?
Estranho não te ver já consagrado...

RONALDO RHUSSO


Querido, na verdade ainda cismo,
Tentando no soneto em ritmo clássico,
E sou por isso mesmo qual jurássico
Aos olhos do velhusco modernismo.

A vida, porém tanto generosa,
Permite que se encontre no caminho,
Ainda quando exista algum espinho,
Fragrância tão suave de uma rosa.

Eu creio como crês na eternidade,
Nossa alma, noutro estágio no futuro,
E neste novo mundo configuro
A mais real e bela claridade,

E enquanto houver dos sonhos, o jardim,
Mantenho a poesia viva em mim!


MARCOS LOURES


Eu trilho por caminhos bem diversos
Por crer que a poesia assim exige.
Mas sei que minha alma não se aflige
Porque não sou de instar com muitos versos.

Lutar por versos justos e complexos
É como um motorista que dirige
Sem uma infração: ninguém corrige!
Seus atos bons são vistos ou dispersos?

O bem que ele faz é instrumento,
Preserva a vida e é muito louvável!
Por isso vale a pena ir adiante!

O Clássico é tesouro! Nobre intento
É dar-se a preservá-lo! É intocável
A alma que se dá a essa constante!

RONALDO RHUSSO


Num tempo onde se busca alguma ajuda
Ou mesmo a insanidade da mentira,
Quem noutro caminhar tente e prefira
É pássaro sem penas, fria muda.



Num tempo onde o consumo se amiúda
E a qualidade expressa mera pira,
O sonho pouco a pouco se retira
Sem nada que deveras nos acuda.

Quisera ter nas mãos este poder
De hipnotizar com mitos e trazer
Um mundo aonde vise simplesmente

O masturbar dos egos na falácia;
Faltando para tanto a torpe audácia
Nosso verso se finge, jamais mente...

MARCOS LOURES


Sigamos sempre à frente dos pequenos
De mente, de carinho ou de vivência...
Tenhamos sempre a nobre paciência,
Pois mal por mal é coisa de somenos!

Custar a compreender que vale menos
O novo, trivial, sem competência
Que o ouro garimpado na eloquência
É o mesmo que macacos entre acenos...

Não digo aqui que os símios nada valem.
Mas eles só repetem por instinto
E muitos deles são melhores, sinto!


Compor faz que alicerces vãos se abalem!
O nada e outro nada se equivalem.
É dura realidade, mas não minto!

Ronaldo Rhusso

Vivemos num fast food e nada mais,
Consumo dever ser somente hedônico
O verso que se faça mais harmônico
Espanta os pensamentos, tão iguais,
O velho sonetar, agora agônico,
Tramando em maravilha risos e ais,
Que a cada novo canto demonstrais,
Morrendo a cada espasmo, rito crônico.
Jamais se imaginasse um plenilúnio
Ousando acreditar neste infortúnio
Ou mesmo no que faça-nos pensar,
Consumo tem que ser imediato,
Tecer do dia o dia o seu retrato,
É como no vazio navegar...
COMO EU TE AMO...

Perceba em cada verso que te faço,
Toda a pureza expressa em cada frase,
Quem tem a fantasia como base,
Estreita com os sonhos, firme laço.

O velho caminhar que agora traço,
No intenso fogaréu, sempre se abrase,
Mantendo a plenitude em cada fase,
Na mansa placidez de um doce abraço...

Ser teu e não fugir um só segundo,
Sossega um coração tão vagabundo,
Que outrora qual cometa, desfilava...

Usando de total simplicidade,
O amor que agora trago, de verdade.

Marcos Loures

Percebo em cada verso que tu fazes,
Toda pureza e encanto nele posto,
O sonho tão etéreo sempre exposto
Nos teus poemas belos e loquazes.

D’amor eu sinto as forças mais tenazes,
Com toques de requinte e muito gosto,
Levando a marca tua, por suposto,
em todos seus momentos, suas fases.

E cada verso teu posto no mundo
Um vendaval d’amor a mim me inspira
A mais profunda paz, que me extasia.

Percebo que és meu por um segundo,
Nos versos que compões, entregue à lira,
perdido entre o sonho e a fantasia.

Edir Pina de Barros


O sentimento invade qual tsunami
E nada resta em pé do que pensávamos,
Deste horizonte antigo aonde olhávamos
A vida a transformar cada ditame.
Mais alto com certeza brade e clame,
Além do que deveras mal contávamos,
Cevando no caminho os belos álamos
As esperanças vagam qual enxame.
E após a tempestade, inundação,
O quanto nos domina- esta emoção,
Traduz este cenário onde desfilo,
No coração em sonhos adubado,
O mundo com prazer a ser cevado,
Às margens do meu peito, um velho Nilo...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

- A DERRADEIRA POESIA

Abordo meus fantasmas com descrenças
À bordo dos meus sonhos, sigo insone
E quando ouço chamar neste interfone
Preparo pra enfrentar mais desavenças.

Não tendo mais nem fé sequer as crenças
Nem mesmo uma palavra que me abone,
Por mais que a solidão não me abandone
Antigas esperanças são imensas.

E quando apodrecendo mais um tanto,
A vida se perdendo em farto encanto
No desencanto grana um novo dia

Imerso nas neblinas corriqueiras,
Arcaicas ilusões erguem bandeiras
E nasce a derradeira poesia...

MARCOS LOURES

Querido, tua dor não é segredo!
Dá medo perceber: tua fé se esvai!
Descai o meu semblante e sei que é cedo
Pro ledo engano que tanto subtrai...

É Pai o Criador e só c’um dedo
Degredo manda embora e Satã sai.
Sei vais me compreender, pois que concedo
O enredo do sofrer que sobressai-me

Meu ai que tu conheces, meu irmão!
É vão o entregar-se derrotado
Bocado que tu sabes ser sorvido

Bebido pelo Bicho, pelo Cão.
O não se lamentar deixa-o de lado
Sedado pelo orar do destemido!

Ronaldo Rhusso

Cansado de lutar contras as marés
Bravias desta insânia coletiva,
Ainda quando o sonho sobreviva
Velhas correntes atam os meus pés,

Cansado de seguir noutro viés
Enquanto a fantasia não cativa,
Minha alma da esperança já se priva
E perco o quanto houvera em ledas fés.

Um dia, após o fato consumado,
O verbo conjugado no passado,
Não sobrará sequer algum resquício

Do que pensara ser bem mais suave,
E a cada novo engodo a vida agrave
Cavando simplesmente o precipício.

MARCOS LOURES

Eu digo que estás equivocado!
Tu és a grande luz entre os poetas
E mártir deve estar, sim, preparado
Para chegar à última das metas.

Sem medo, mas com fé e de bom grado,
Um vate como tu suporta as setas
Aniquilando a dor que é mau bocado
Com versos lindos. E eis que ao mal tu vetas!

Meu caro tu és forte e a Depressão
É mal que nunca dura, eu sou a prova!
Pois quando a dor se vai meu Dom renova.

A fé não morre, pois é a razão
Que leva a tua alma à inspiração
E no que é feio tu tens dado sova!

Ronaldo Rhusso

Porém minha esperança em funerais
Não deixa nem sequer a menor sombra
Que tanto me conforte quanto assombra
Gerando dias turvos, desiguais.

Na alfombra onde pensara haver descanso,
Somente a sensação de algum faquir
No quanto poderia e sem porvir,
Deveras, no final já nada alcanço.

A luta se fazendo quixotesca
Moinhos gigantescos, medos tantos,
E os olhos entre velhos vis quebrantos
Resumem cada cena mais grotesca,

E o que consola quem tanto peleia:
Poder vagar além da lua cheia.

MARCOS LOURES

Eu digo que te enganas novamente,
Pois teu legado é grande e muito encanta.
Só morre quem viveu e, displicente,
Deixou passar em branco a lida tanta!

Irmão, qualquer um vê, és diferente
E a obra tua à toda se agiganta.
Tu és quem põe ess’arte a ir pra frente;
Fazes da poesia u’a arte santa!

Aqui, coadjuvante, eu testemunho
O brilho de teus versos magistrais
Que calam o sonido de teus ais

A alma que expões a próprio punho
Eu tento imitar, mas só rascunho.
E esse teu ser jamais se satisfaz?

RONALDO RHUSSO

Ainda que cogite em poder ter
Nas mãos este buril que me emprestaste,
Jogado pelos cantos feito um traste,
Ausento-me do sonho de viver,

A fonte já secando e sem saber
O quanto poderia em tal desgaste
Traçar além do que deveras eu me afaste,
Buscando a poesia; frágil haste.

Em ti, além do mais nobre parceiro,
Certeza da florada no canteiro
Das tantas verdejantes primaveras.

Mas quando me observando mais de perto,
Aos poucos, lentamente eu me deserto,
Entregue sem defesa às várias feras.

MARCOS LOURES

As feras que se danem, és herói!
Não há poeta vivo qual tu és!
Para que alguém se achegue aos teus pés
Verá na tez o quanto a dor corrói.

Mas esse teu talento ao frágil mói
E tu te entregas, pulas do convés
Da nau da vida eu vejo de víeis
Sem entender: O bom, eis se destrói!

Amigo dor é luxo para os fortes!
Se a vida já não mais te satisfaz
Oh! Satisfaças tu à vida assaz!

Eu peço tão somente que suportes
E morras a mais bela e vil das mortes,
Sem vã tristeza, ess’arma dos boçais!

RONALDO RHUSSO

Maior talento eu vejo em quem com fé
Consegue superar suas barreiras,
E nisto mesmo quando em cordilheiras
Permite-se deveras ser quem é.

Palavras; leva o vento, o que resta,
Depois de tantos medos e vitórias
Moldando a vária tela das histórias
A face se mostrando além da fresta.

Tu és o meu exemplo; em ti vejo,
Em minhas tempestades, o farol,
Meu verso aproveitando o belo ensejo
De poder caminhar bem junto ao sol.

Permite que deveras alto eu brade
Em toda plenitude esta amizade!

MARCOS LOURES

O meu querer é simples, meu amigo:
Mandar tua tristeza ir embora
E ver-te derramando aí a fora
Os versos que pra muitos é abrigo!

É grande a missão que tens contigo
E o mal que te persegue já implora
Pra ir embora, pois que já aflora
Tua força renovada. Que perigo!

O mal tem suas hostes dedicadas
A não querer te ver nos abrigar
Com esse teu brilhante versejar.

Palavras vento levam? Não. Coitadas!
Tu tornas todas elas delicadas
E o planar delas vem nos encantar!

RONALDO RHUSSO

Brindamos com mil versos à esperança,
A nossa companheira e a fornalha
Que gera a fantasia e assim se espalha
Aonde a poesia, em luz, avança.

Nossa alma, tantas vezes de criança,
Vencendo sem temor qualquer batalha
Tecendo com ternura a cordoalha
Que ao infinito tempo além se lança.

Vibramos consonantes harmonias
Poemas que criamos- tu sabias-
Alentam nossos tantos sofrimentos,

Jamais nos perderemos no caminho,
Num mundo muitas vezes mais mesquinho
Cantemos com louvor aos quatro ventos.

MARCOS LOURES

Oh! Sim. Cantar pra mim é sorver vida!
Um bom louvor anima a minha alma
E logo de manhã, antes da lida
Louvar a D’us espanta todo o trauma!

Irmão, a poesia é-nos guarida
E sinto que essa moça nos acalma.
Eu sei que ela é quem a nós convida
A transformar o mundo e isso encalma!

Os quatro ventos são bons aliados
Porque propagam o cantar perfeito
Que sai do teu e também do meu peito!

A vida eu sei nos deixou machucados,
Mas também nos cedeu uns bons bocados
E a esses é que eu canto em tom perfeito!

RONALDO RHUSSO

Se apesar dos pesares sou feliz
Eu devo à poesia este aconchego
Ensina com certeza o desapego
Criando este cenário que ora eu quis.

E mesmo quando a noite é mais nublosa
Os sonhos esvaídos nas sarjetas,
Os brilhos de diversos, zis cometas,
Cevando nos astrais a nebulosa

Que possa nos trazer a plena luz,
Qual fosse uma explosão de tantos sóis
E quando em consonância tu constróis
Encanto noutro encanto se produz,

E mesmo quando a vida nos maltrata
A poesia surge na hora exata!

MARCOS LOURES

É fato, meu amigo! Tens razão!
A poesia clama e obedecemos
Porque direito, esse, nós não temos
De dizer não à doce inspiração!

O recriar o que quebrou-se ao chão
É algo em que com brio nos envolvemos
Porque em nosso íntimo sabemos
Que ser poeta é ir na contramão.

Mas veja como isso é engraçado!
A nossa verve nem é compreendida,
Mas inda assim renova a frágil vida

Que muitos fruem sem olhar pro lado
E ver que a poesia é o legado
Que espalhamos e sem remorso ou brida!

RONALDO RHUSSO

Matizes que deveras percebeste
Num mundo já grisalho e sem sentido,
E quanto mais contigo ora lapido
O mundo segue além do que fora este.

Cada momento enquanto engradeceste
Tornando bem mais forte e decidido
O passo rumo ao farto presumido
No encanto que deveras tu teceste.

E, pareados, temos nos poemas,
Ruptura do que fossem as algemas
Que tanto o dia a dia nos impinge.

A poesia brota a cada instante
E nisto com certeza nos garante,
Qual Édipo vencendo a velha Esfinge.

MARCOS LOURES

Esse brotar de versos me anima;
E toca o meu sentir com mais urgência!
Retorna o entorno para a coerência
E sei que há alegria lá em Cima!

Os anjos, bons poetas, nesse clima
Já tangem suas harpas n’anuência,
Pois sentem que se foi a vil dormência
E resta a esperança em rara rima!

Assim, meu bom amigo, a negra morte
Se sente derrotada e humilhada
Por tua excelente poesia.

Ainda que ela venha e seja forte
Só levará a carne já cansada
E a vida eterna vem com primazia!.

RONALDO RHUSSO

Liberto coração fala por si
E traz a eternidade a cada instante
Dos sonhos, sendo mero navegante,
Amigo, como é bom estar aqui!

Por tanto tempo, alheio ao que vivi,
Meu verso noutro rumo, degradante,
Agora na esperança se garante
E traz ao pensamento, frenesi.

Edênico caminho ao mais sublime
Etéreo desenhar tanto redime
Que nos permite além do que é palpável.

Tornando mesmo o solo mais agreste
Num campo bem mais rico e sempre arável,
O mundo que deveras compuseste.

MARCOS LOURES

Diria: o privilégio é só da gente!
Que sorve de teus versos... Euforia!
Não será derradeira poesia;
Um mestre como tu deixa-a latente!

A História vai mostrar que é diferente,
Em livro ou o que valha em breve dia
Pra fazer entender dicotomia,
Querer e ser poeta, realmente!

Alguém faz um aposto de dois versos?
Se o fiz foi pra deixar bem registrado
O quanto a estupidez me causa enfado...

Em que latrina estão crânios imersos
Dos grandes editores controversos?
Estranho não te ver já consagrado...

RONALDO RHUSSO

Querido, na verdade ainda cismo,
Tentando no soneto em ritmo clássico,
E sou por isso mesmo qual jurássico
Aos olhos do velhusco modernismo.

A vida, porém tanto generosa,
Permite que se encontre no caminho,
Ainda quando exista algum espinho,
Fragrância tão suave de uma rosa.

Eu creio como crês na eternidade,
Nossa alma, noutro estágio no futuro,
E neste novo mundo configuro
A mais real e bela claridade,

E enquanto houver dos sonhos, o jardim,
Mantenho a poesia viva em mim!

MARCOS LOURES

Eu trilho por caminhos bem diversos
Por crer que a poesia assim exige.
Mas sei que minha alma não se aflige
Porque não sou de instar com muitos versos.

Lutar por versos justos e complexos
É como um motorista que dirige
Sem uma infração: ninguém corrige!
Seus atos bons são vistos ou dispersos?

O bem que ele faz é instrumento
Preserva a vida e é muito louvável!
Por isso vale a pena ir adiante!

O Clássico é tesouro! Nobre intento
É dar-se a preservá-lo! É intocável
A alma que se dá a essa constante!

RONALDO RHUSSO

Num tempo onde se busca alguma ajuda
Ou mesmo a insanidade da mentira,
Quem noutro caminhar tente e prefira
É pássaro sem penas, fria muda.

Num tempo onde o consumo se amiúda
E a qualidade expressa mera pira,
O sonho pouco a pouco se retira
Sem nada que deveras nos acuda.

Quisera ter nas mãos este poder
De hipnotizar com mitos e trazer
Um mundo aonde vise simplesmente

O masturbar dos egos na falácia,
Porém faltando para tanto a torpe audácia
Nosso verso se finge, jamais mente...
No amor que nos transtorna e nos domina,
A sorte se lançando sobre a mesa
Ainda quando traz uma surpresa
A senda não seria cristalina
Nem toda a solução já determina
O quanto moldaria em correnteza
Traçando outro momento, a senda ilesa
Apenas se anuncia e desatina.
Versando sobre o quanto não se visse
A luta determina esta tolice
E vejo o sortilégio e nada mais,
Expondo no futuro o que passei
No amor que seduzira a bela grei
Vencendo os mais temidos vendavais.
1

Distando dos meus olhos o voar
Dos sonhos mais audazes e felizes
Deixando no caminho as tantas crises
Que possa cada instante provocar,
O quanto se tentara enfim amar,
Vagando sobre as pedras em deslizes,
Do tanto que fizeste e ora desdizes,
A sorte que pudera desejar.
Não quero tão somente o mesmo enfado
E nisto aonde possa e se me evado
Enfrento os turbilhões. É sempre assim.
Meu mundo desabando noutra esquina
Ainda quando muito mal domina
O resto que inda guardo vivo em mim.


2

Enquanto seja breve o sentimento
Vencendo as arrogâncias e temores
Pousando muito além e de onde fores
Verás a solidão esparsa ao vento.
Meu mundo noutro instante e sei que tento
Vestir o meu cenário em várias cores,
O prazo determina então as dores
Gravadas neste louco pensamento.
Vagasse pela noite e até tentasse
Quem sabe, um mais suave desenlace,
A vida não seria de tal forma
A espúria face exposta e mais sangrenta,
E quando noutro rumo o passo tenta,
Realidade volve e nos deforma.

3


Pairando sobre os sonhos num momento
Aonde se divergem meio e sorte,
Apenas o que possa e me conforte
Traçasse novo tom, novo lamento.
E quando na verdade o julgamento
De um vago caminhar não me comporte,
Procuro a sensação de um novo n
orte
E sei ser com certeza outro lamento.
Pudera perceber o quanto havia
De sonho mesmo até de fantasia
Nas tramas mais doridas de quem busca,
Vencido caminhante sem destino,
A cada novo instante me alucino,
E a vida se anuncia atroz e brusca.

4

Nas tantas cordilheiras da esperança
O verso se perdera e nunca mais
A vida que deveras tanto trais
Gerasse o que pudesse e enfim me lança.
O passo sem sentido; eu sei que cansa,
Os olhos se perdendo tão banais
Meus tantos desenganos e os venais
Caminhos onde a morte vai e avança.
Não quero a sensação do que não veio
Tampouco vejo a vida em tal receio
Que impeça o meu caminho no futuro,
O vento roça então a minha pele,
Porquanto a própria vida me compele,
Apenas o vazio eu configuro.


5

Tocando mansamente a minha fronte
O vento que trouxera outra ilusão
Expressa no final o mesmo não
Que tanto quanto possa desaponte,
O verso noutro rumo, velha fonte,
Aonde se perdera em sensação
Traçando dos caminhos que virão
O quanto a cada engodo me remonte.
1

Distando dos meus olhos o voar
Dos sonhos mais audazes e felizes
Deixando no caminho as tantas crises
Que possa cada instante provocar,
O quanto se tentara enfim amar,
Vagando sobre as pedras em deslizes,
Do tanto que fizeste e ora desdizes,
A sorte que pudera desejar.
Não quero tão somente o mesmo enfado
E nisto aonde possa e se me evado
Enfrento os turbilhões. É sempre assim.
Meu mundo desabando noutra esquina
Ainda quando muito mal domina
O resto que inda guardo vivo em mim.


2

Enquanto seja breve o sentimento
Vencendo as arrogâncias e temores
Pousando muito além e de onde fores
Verás a solidão esparsa ao vento.
Meu mundo noutro instante e sei que tento
Vestir o meu cenário em várias cores,
O prazo determina então as dores
Gravadas neste louco pensamento.
Vagasse pela noite e até tentasse
Quem sabe, um mais suave desenlace,
A vida não seria de tal forma
A espúria face exposta e mais sangrenta,
E quando noutro rumo o passo tenta,
Realidade volve e nos deforma.

3


Pairando sobre os sonhos num momento
Aonde se divergem meio e sorte,
Apenas o que possa e me conforte
Traçasse novo tom, novo lamento.
E quando na verdade o julgamento
De um vago caminhar não me comporte,
Procuro a sensação de um novo n
orte
E sei ser com certeza outro lamento.
Pudera perceber o quanto havia
De sonho mesmo até de fantasia
Nas tramas mais doridas de quem busca,
Vencido caminhante sem destino,
A cada novo instante me alucino,
E a vida se anuncia atroz e brusca.

4

Nas tantas cordilheiras da esperança
O verso se perdera e nunca mais
A vida que deveras tanto trais
Gerasse o que pudesse e enfim me lança.
O passo sem sentido; eu sei que cansa,
Os olhos se perdendo tão banais
Meus tantos desenganos e os venais
Caminhos onde a morte vai e avança.
Não quero a sensação do que não veio
Tampouco vejo a vida em tal receio
Que impeça o meu caminho no futuro,
O vento roça então a minha pele,
Porquanto a própria vida me compele,
Apenas o vazio eu configuro.


5

Tocando mansamente a minha fronte
O vento que trouxera outra ilusão
Expressa no final o mesmo não
Que tanto quanto possa desaponte,
O verso noutro rumo, velha fonte,
Aonde se perdera em sensação
Traçando dos caminhos que virão
O quanto a cada engodo me remonte.