sábado, 16 de abril de 2011

Cansado de lutar inutilmente
Meu tempo se perdera no vazio,
O tempo sem ter tempo, o desvario
Ainda que outro rumo em vão se tente.
O passo segue mesmo impunemente
E o tanto quanto possa traz o frio
E neste delirar, o quanto crio
Expressa o que se faz indiferente
Já não mais me coubera melhor sorte,
A luta sem descanso. O vento rude
E tento imaginar mais do que pude,
Vencendo o que restara, um turvo corte,
E vejo tão somente o que se traz
Envolto no que deixo para trás.

2

Acreditava na vida
Um momento além do não
E singrando a embarcação
Mesmo quando já perdida,
Esperança resumida
No caminho em dimensão
Sem sentido ou previsão,
Noutra face construída,
A vertente mais ousada
A verdade diz do nada
E o momento se redime
Do que tanto imaginava,
Porém a alma ora se lava
Nas searas deste crime.

3

Esbravejo contra a sorte
De quem tanto quis um dia
Desenhar em harmonia
O que sabe não suporte,
Relegando cada aporte
Ao que nunca poderia
Traduzir em agonia
O que agora desconforte.
Gerações entre momentos
Mais doridos, meus lamentos
Lancetados pelo fim.
Ao findar cada esperança
A verdade que me alcança
Traça o resto que há em mim.

4


Já não mais suportaria
Novo tempo nem talvez
O que tanto ainda vês
Noutra face, velho dia,
O meu canto em agonia,
A completa insensatez
O meu tempo de desfez
Onde tanto mais queria,
Vejo o fim de cada sonho
E se posso e recomponho
O meu mundo se perdendo,
Noutro tempo mais sutil,
E o meu sonho se evadiu
Num momento mais horrendo.

5


Nada mais me restaria
Nem sequer qualquer alento
E se tanto quero e tento
Novo tempo ou novo dia,
A verdade moldaria
O que possa o pensamento
E seguindo em tal tormento
Mato aos poucos a alegria.
O caminho na verdade
Nada traz e se degrade
Nas tormentas do não ser,
O meu barco sem destino,
O meu verso em desatino
E a vontade de morrer.


6


O meu mundo se perdendo
Do que tanto desejara
A verdade desampara
Quem nos sonhos faz o adendo
E meu mundo se revendo
Onde possa essa seara
Noite imensa e mesmo clara
Outro tempo, outro remendo.
Falo sobre o fim do jogo
E me entrego inteiro ao fogo
E semeio o que viria
Nestes solos, liberdade,
A palavra que me agrade
Noutro tom dita agonia.

7

Busco os olhos da manhã
Nos teus olhos, e não vejo
O que possa meu desejo
Traz a vida mesmo vã,
A esperança noutro afã
O caminho onde azulejo
O meu mundo num ensejo,
Vida amarga e tão malsã.
O meu prazo se esgotando
O meu tempo outrora brando
Desde quando se mostrara
Sem destino em sorte atroz
Já calando a minha voz
Torna rude esta seara.

8

O meu canto sem valia
O meu verso sem saber
O que possa percorrer
Noutro tempo o que viria
E se tenho dia a dia
O que tanto quis viver
A vontade do não ser
Provocasse uma alegria.
O meu canto se resume
Nesta faca em cada gume
Preparada na tocaia,
O meu verso se assumindo
Onde outrora quis já findo
E hoje o tempo sempre traia.

9


Morto o velho comandante,
O navio segue além
E o que possa e me convém
Noutro tom já se adiante,
O meu barco num instante
Desejando o que não tem,
Tantas vezes traz o bem
E naufraga doravante,
Timoneiro sem saber
Onde possa perceber
Qualquer tom diverso e claro,
O meu mundo desabando
O meu tempo desenhando
Todo porto em desamparo.

10


Nas estradas mais sutis
Nos enredos mais audazes
O que tanto agora trazes
O meu tempo contradiz,
No meu verso, este infeliz
Vejo apenas velhas fases
E se tanto ainda fazes
Levo a vida por um triz,
Restaria muito menos
Do que possam mais amenos
Caminheiros da esperança
O meu tempo se esgotara
Numa lua jamais clara,
A vontade ao fim se lança.


11


O que possa acreditar
Não carrego mais comigo
E se tento e não consigo
Já cansei de me entregar
E o meu mundo sem lugar
A expressão em tal castigo
E o que busco e até persigo
Nada vejo a me tocar.
Ouso crer no que não vinha
A incerteza sendo minha
A palavra me maltrata
Vejo o fim e se talvez
O que tanto agora vês
No final nada retrata.

12


Já não cabe mais o sonho
Onde o tempo se fez rude
E se tanto desilude
O meu canto eu não proponho,
Vendo o quanto possa, oponho
A verdade em atitude
Desenhando o que não mude
E o meu verso mais bisonho.
Onde outrora fora risco
Hoje sinto mais arisco
O meu salto no vazio.
Investindo no passado
Vejo o tempo desenhado
Na esperança que recrio.


13


Se por tanto acreditar
Eu perdi qualquer contato
O que agora mal constato
Traz a fúria em seu lugar,
O meu tempo a desenhar
O que possa e não resgato
Vejo a sorte em ledo fato
E mergulho em rude mar
Nada mais eu poderia
E se tanto até quisera
A esperança, esta utopia
Mostra a face mais atroz
Do que possa haver em nós.

14


Nada mais seria além
Do meu mundo sem sentido
E o que possa e não duvido
Na verdade não mais vem
E o caminho diz de alguém
Que pudera e sempre olvido
Neste canto refletido
Noutro tom e sem ninguém
Que tentara ser diverso
Do que possa ou mesmo verso
Num instante mais sutil,
O meu tempo sem ter lume
A verdade aonde eu rume
Traz o quanto se impediu.

15



Nada mais pudera ser
Nem quisera num instante
O que possa e se garante
Já não traz qualquer querer
A quem sabe que o prazer
Se moldara e se garante
No caminho onde adiante
A vontade a se perder.
Nas entranhas mais diversas
As palavras são dispersas
E as certezas mais cruéis
Bebo em toda esta esperança
O que a vida em vão já lança
Reservado em duros féis.

16


Viveria mais um ano
Ou quem sabe até bem mais,
Mas em meio aos vendavais
Refletindo cada dano
O que possa em soberano
Caminhar diz dos banais
E diversos temporais
Onde sempre ao fim me engano
Nada mais pudera ter
Nem sequer qualquer prazer
A verdade é sempre assim,
O meu mundo sem um prumo
Todo engano que hoje assumo
Traz certeza do meu fim.

17



Nada mais pudera quem
Entre tantos dias traz
A vontade mais mordaz
E o momento sem ninguém
O que a vida não contém
O que a luta já desfaz
Trama apenas o incapaz
Caminhar além do bem,
A mortalha me coubera
E se tanto sei sincera
A vontade de expressar
O que pude ou não pensara
Minha luta se declara,
E não cansa de espreitar.

18

Vento forte me guiando
Onde a vida não seguira
Cada rastro da mentira
Neste tempo desde quando
O meu mundo destoando
Do que tanto se retira
Vejo o olhar e sei da mira
Que se mostra em contrabando,
Bebo o fim do que pensara
Ser diverso ou mesmo além
Do que tanto a vida tem
E domina esta seara
A verdade não permite
Qualquer sonho além limite


19

Num momento mais audaz
Outro tanto se repete
Ao meu mundo não compete
O que tanto o tempo traz,
O que possa ser mordaz
Na verdade se reflete
No que possa e me complete
Noutro tom mesmo tenaz.
O versar sobre o vazio
O meu mundo em desafio
E o momento mais cruel,
Ouso mesmo acreditar
No que possa desejar
Sendo brumas, véu e céu.

20


Participo desta festa
Muito embora nada traga
Ao que possa em leda plaga
A verdade não mais resta
E o que vejo pela fresta
Traz a vida em rude vaga,
O meu mundo não apaga
A certeza que me empesta.
Ouço a voz de um abandono
E procuro e se me adono
Nada resta além do fim,
O meu prazo se termina
E a vontade que domina
Adormece dentro em mim.



21

Amor cuja esperança traz desditas
E marca com as garras afiadas
Fortunas tantas vezes desejadas
Além do que desejas, acreditas,

Cerzindo quando o todo necessitas
Entranha dentro da alma as alvoradas
E sorve noites claras consteladas
E gera do não ser raras pepitas.

Amor, qual sortilégio que apascenta
Transcorre calmaria em tal tormenta
Eclode em tons diversos, seus matizes

Entoa em momentos tão diversos
Da lira envolvendo com seus versos
O quanto gera em doces cicatrizes.


22

Ao visitar dos sonhos o castelo
Amar e crer nas ânsias mais sutis,
Aonde se desenha o quanto eu quis
E traz cada momento onde o revelo,

Meu mundo poderia ser mais belo,
E a sorte não veria por um triz,
O sonho sendo além deste infeliz
Momento que decerto agora anelo.

Escusas entre erráticos cenários,
Os tempos são deveras temerários
E os dias se perdendo sem um porto,

Do quanto poderia ser altar
Apenas vejo a vida se tornar
Gestando dentro da alma um ledo aborto.


23


Naufrágios que enfrentei. Distante cais,
Na ausência de quem possa traduzir
O sonho num momento que há de vir
Após os mais frequentes vendavais,

Meus dias entre tantos desiguais
A senda deslumbrante de um porvir
Que posso tão somente presumir
Em meio aos desacordos mais banais.

O amor em suas tramas doma o quanto
Pudesse e no final já não garanto
Sequer algum momento em paz e luz,

Mas quando transcorrendo além do sonho,
Meu barco nos seus braços quando o ponho
Expressa o que tanto em paz conduz.

24


Aonde eu pus a vida e nada havia
Senão a mesma sorte sem sentido,
O amor envolve e torna o presumido
Cenário em claros tons de poesia,

A luta se desenha e percebia
O canto aonde o todo ora envolvido
Expressa o que sinto e não duvido
Marcando com ternura em fantasia,

O ocaso se permite noutro engodo
E toma com certeza o sonho e todo
Momento se traduz onde tentara

Ousando na verdade em tom suave,
O quanto deste encanto não se agrave
Traçando em raro brilho esta seara.

25


Que queres mais de mim se já sou teu?
O tempo revelando as cicatrizes
E sei da própria angústia e seus deslizes
Aonde o meu momento se perdeu.

O verso desenhado em apogeu
Ousando em mais suaves, tais matizes
Agora na verdade contradizes
E o quanto poderia já morreu,

O prazo se findando, a vida passa
E a sorte desejada mesmo escassa
Avança sobre os restos; desamor.

No cálice em cristal ou mesmo engano,
A vida se desenha em roto pano
E o templo se transforma e mata a flor.

26


Não mais consigo imaginar uma saída
Enquanto no passado fora amor
E agora tão somente a se compor
A mesma história tanto distorcida,

Vencer o que pudera e ter na vida
A sorte como um raro refletor
Vagando seja lá por onde for
Na mesma lenda há tanto proferida.

Repastos tão diversos, verso aquém
Do quanto poderia e já não tem
Sequer a dimensão que eu buscaria,

A luta se desenha sem vontade
E apenas fantasia mal degrade
Encontro as ledas tendas da agonia.

27


Enquanto poderia uma esperança
Reger o passo em torno deste lume
O tempo noutro tanto se acostume
E a vida mais gentil contrabalança

Vislumbro o que possa e não me alcança
Dos sonhos acumulo resto, estrume,
E vejo sem saber por onde rume
O mundo sem sentido ou confiança.

Regendo cada passo, desconexo
O tempo segue em vão e vou anexo
Aos erros mais comuns de quem se fez

Num átimo um momento mais gentil,
Porém a sua história se evadiu
Deixando desamor e insensatez.

28


Guardando estes despojos de um amor
Que tanto poderia ser diverso,
Ainda quando além do sonho eu verso
Presumo o quanto possa em raro ardor.

O tempo se anuncia e como for
O canto se moldando mais disperso
Tramando outro momento ou universo,
O cais se distancia, sem pudor.

E o barco se perdendo em mar aberto,
O rumo que pudera já deserto
E vago sem poder saber do encanto

Da vida sem sentido e sem proveito,
E quando no final; a dor, aceito
Enfrento o que decerto não garanto.

29


Querer-te muito além do que podia
Esta alma sem sentido não trouxera
Senão a mesma senda mais sincera
E nela outra esperança em utopia.

O manto quando a vida ora puía
Não deixa o que se veja nem espera
E traz a mão que tanto degenera
E marca com certeza essa agonia.

Avalizando enganos, sigo em frente
Por vezes tento ser mais coerente
E o fato se traduz neste vazio

Que tanto procurara disfarçar
E sei que nada resta em seu lugar
Somente o que por certo eu desafio.


30


O amor que se conjuga com vingança
Espalha pelas ruas ódio e medo
E quando qualquer passo; além, procedo
A vida se moldando em rude lança;

Perpasso o meu destino e já me canso
Enquanto no não ser eu me concedo
Ousando acreditar em tal segredo
Buscando após o todo algum remanso;

Não tive melhor sorte nesta senda
E quando outra verdade ora se estenda
Rezando na cartilha do non sense,

Amor se perde e gera em turbilhão
A sorte em diversa dimensão,
Mas mesmo assim decerto recompense.

31

O amor que tantas vezes se procura
Envolto nas diversas emoções
E quando sem sentir tu me propões
Apenas vejo em volta esta loucura
E sei do quanto possa e me tortura
Vagando nas mais longas dimensões
E sei dos meus anseios em porões
E neles o que resta em amargura,
O tempo sem acordo, acordes, sonhos,
Os ventos que me tocam são medonhos
E os dias se repetem tão somente,
O quanto mais pudera não resiste
E sigo cada vez ausente e triste
Enquanto a própria vida volve e mente.

32


Os erros são comuns a quem batalha
E nisto me aprofundo sem sentido
O tempo noutro engano resumido
Traduz o que se fez em dura falha,
O amor que na verdade não se espalha
E gera o quanto pude demovido
Da sorte que tentara e sei do olvido
Enquanto a sorte tece tal mortalha.
O rústico momento em tom grisalho,
Tentando para além qualquer atalho
Encontro os meus escombros e sorrio,
Pudesse ser feliz? Nem mesmo sei
Somente outro caminho eu naveguei
Nas margens erodidas deste rio.

33


Bastasse alguma sorte e até quem sabe
Meu sonho novo tempo desenhasse
E vendo a solidão em raro enlace
O mundo sem sentido algum desabe,
Porquanto ser feliz já não me cabe,
O tanto quanto quero demonstrasse
A rústica beleza em leda face
Sem mesmo que esperança ao fim se gabe,
Amar e ter nas mãos quaisquer sinais
Em dias tão diversos, vendavais
Explodem no horizonte sem descanso,
E quando a face escusa da verdade
Expressa o que se quis realidade
Apenas o vazio; agora, alcanço.

34


Olhando fixamente cada olhar
Que busca no horizonte alguma luz
Entendo o quanto possa e ao que conduz
O tempo sem talvez mesmo notar.

O vento traz o quanto a se moldar
No toque que deveras já seduz
E sinto repartida a velha cruz
Que tanto cismo insano, carregar.

E vejo nestes brilhos mais opacos
Os dias entre cortes, sonhos fracos
E cantos sem encanto, apenas isto,

Que valem decassílabos homéricos?
Os tempos se desenham quase histéricos
E sem poder lutar; cedo eu desisto.

35


Quisera a mansidão de um lago apenas
E nada mais traria esta incerteza
Do quanto a vida molda em correnteza
Gerando o que deveras me condenas.
As sortes entre tantas são pequenas
E a vida não trouxera uma surpresa
O sonho poderia em fortaleza,
Porém as noites morrem sem ser plenas,
O canto não ressoa e nada trago
O amor que se confunde num afago
E o vento castigando meus umbrais
Do todo que eu quisera; o nada vendo
Traduz o mesmo tom atroz e horrendo
Gestando tão somente vendavais.

36


Não mais me caberia qualquer sorte
Nem mesmo acreditar no que não vinha,
A luta se desenha toda minha
E nada mais no mundo me conforte,
O sonho que em verdade a vida aborte,
A trama se mostrara mais daninha
E quando se anuncia tão mesquinha
A vida se traduz em medo e corte.
Apenas não queria ser assim,
Iniciando agora o amargo fim,
Firmando o meu olhar noutro horizonte.
O tempo sem saber da dimensão
Do dia que se faz em amplidão
E ao mesmo tempo ronde e desaponte.

37


Amar e ter nas mãos o meu futuro,
E ser além do quanto poderia,
A vida noutro tom em fantasia
O verso mesmo atroz, cruel e duro,
O canto traz o tanto que procuro
E versa sobre o mundo em utopia,
Mas nada do que tenho me traria
Senão este caminho em tempo escuro,
Viajo por estrelas e cometas
E sei do quanto possas e arremetas
Vagando sem saber de qualquer porto,
Meu tempo se esvaíra num segundo
E quando no vazio eu me aprofundo,
Encontro o meu anseio, semimorto.

38


Nas tramas mais doridas da emoção
As sortes entre enganos e desejos
Os tempos mais audazes e sobejos
Traduzem do passado esta lição.
Relembro velhos sonhos, realejos
E bebo a mais diversa dimensão
Do tempo sem qualquer satisfação
Rompendo desde já meus azulejos.
Hedônico caminho se permite
E vejo o quanto possa em tal limite
Marcando com terror o dia a dia
A sorte sem sentido e sem proveito
O quanto se anuncia e sempre aceito
Embora mesmo saiba, não devia.

39

Jamais acreditar no que não veio
E mesmo que viesse não traria
A sorte que procuro a cada dia
E dita o quanto rege este receio,
O mundo segue além e devaneio
Marcando o que jamais se poderia
Traçar em novos tons, esta utopia
Que traz o meu caminho sem rodeio,
Não vejo qualquer tom diversamente
E a vida quando trama e se desmente
Expressa a realidade mais sutil,
O vento açodando esta esperança
Ao menos na incerteza ora se lança
E marca o que de fato nada viu…

40



Não quero qualquer sorte que não seja
Diversa da que tanto desenhei,
A luta se moldando nesta grei
Preconizando além desta peleja
A fúria a cada seta que dardeja
Demonstra o que tanto procurei
E sinto que jamais encontrarei
O amor que mais queria e se preveja.
O sórdido cenário em tom atroz
Ninguém mais calaria a minha voz
Somente esta certeza desfiando
O tempo sem ter mais ancoradouro
O sonho onde em verdade ora me douro
E o mundo que pudera, se negando.


41

A turba lacrimeja em tom sombrio
E gera esta implacável penitência
A vida se moldando em tal ciência
Expressa o quanto possa em desvario
E tento enquanto passo e desafio,
O verso se moldando em inclemência
A luta se mostrara em ingerência
Diversa da que tento e aqui desfio.
Ocasionando a queda a cada instante
O medo no final nada garante
Senão a mesma face mais atroz,
De quem se fez alheio ao que pudera
E alimentando a vida, amarga fera
Bebesse este cenário, rude algoz.

42


O vento que assoprando teus cabelos
Trazendo deste mar tantos segredos,
Os dias entre enganos, mortos, ledos,
Travando em noite escusa pesadelos,
Momentos tão diversos, ao revê-los
Encontro meus caminhos, desenredos
E bebo dos meus erros, fartos medos
E me sito envolvido em vãos novelos.
Já nada mais comportaria melhor sorte
Nem mesmo o quanto possa e não aporte
Senão a solidão tão costumeira,
O ocaso se espalhando pelo solo,
O tempo se desenha em raro dolo
E toda a solidão inda me queira.

43


Com suas próprias garras me tocando
A luta se fazendo dia a dia,
O quanto deste intento poderia
Trazer outro momento mais infando,
O verso noutro tom se arremessando
Vertente mais audaz já não veria
E o peso se transforma em ironia
O mundo se traduz em contrabando.
Acalma-me o que possa ser diverso
E bebo a magnitude de algum verso
Vertendo sobre nós o nada ter
Meu canto sem sentido e sem razão
A morte talvez seja a solução
E o caos negando o calmo amanhecer.

44


Enquanto na parede agora vejo
Imagens incrustadas de um passado
Ao todo noutro tom já revelado
E sem sentir o quanto mais desejo,
Não tendo nem sequer o velho pejo
O tempo se mostrando degradado,
O passo noutro engano desenhado
E o mundo se perdendo onde o prevejo.
O caos se aproximando a cada instante
O quanto se resume e se garante
Expressa a solidão e nada mais.
O canto sem partilha, a morte certa
A porta que se queira sempre aberta
Exposta aos mais diversos temporais.

45


Exala-se deveras tal anseio
Eflúvios de uma vida sem proveito
E quando no vazio eu me deleito
Percebo o desenhar em rude veio,
O tempo traduzindo o que permeio
E gera noutro tempo o rude pleito,
E sinto tão somente onde me deito
O canto sem saber qualquer receio.
Bebendo goles fartos, morte tanta
A luta na verdade não me espanta
Apenas expressasse o quanto quero,
E vejo o dia a dia de tal forma
Que a sorte noutro tom já se transforma
E marca o meu tormento mais sincero.

46


Horrorizado vejo o quanto houvera
Da sensação cruel, já nada resta,
Imagem desta vida mais funesta
E nela o que se vendo trama a fera
O pouco se anuncia e destempera
Marcando cada corte em fina fresta
O olor da podridão que agora empesta
Presume o que decerto degenera.
O vento se anuncia em tom audaz
E o medo quando muito satisfaz
A face de quem pôde acreditar
No errático momento feito em corte,
E bebo sem sentido o quanto aporte
A morte sem sequer saber lutar.

47


Estende-se esta furna aonde um dia
O gesto mais agudo me trouxesse
Apenas o que possa em leda messe
E o mundo com certeza eu não veria,
A sorte se desenha em rebeldia
E mesmo quando o nada se obedece
O passo sem sentido já se tece
E marca com terror esta agonia.
Eu vejo tão somente o que plantara
Cevando a solidão nesta seara
Vestindo o que inda tenho em abandono,
E quando do vazio me apossara
A noite se desenha e se declara
Enquanto do non sense ora me adono.

48


Somente percebendo no final
A rota sem sentido em ermos rumos,
Os dias se esvaindo, ledos fumos
O tempo se mostrando desigual,
A vida não permite o ritual
E nisto sei dos tantos vãos resumos
E bebo do amargor, diversos sumos
E sei do meu caminho ora infernal.
Amar e ter nos olhos a canção
Que possa me trazer contemplação
E negação após o que vivesse
Já não me caberia outro caminho
E quando do passado eu me avizinho
É como se a mortalha ora tecesse.

49


Nos cimos da ilusão, a queda traça
Apenas a verdade em tom cruel,
O roto desenhar de um velho véu
A fúria se moldando em tal fumaça
E quando o meu cenário se desgraça
Redunda tão somente em turvo céu
E vejo esta esperança em carrossel,
No quanto a própria vida queda escassa,
Vestígios de outras eras? Mero sonho,
O quanto ainda tenho e decomponho
Traduz mais fielmente o dia a dia
Meu mundo sem sentido e sem razão
A luta em temida dimensão,
A sorte gera apenas a agonia.


50


Invado imundo fosso: liberdade.
E bebo desta pútrida loucura
A vida que se quer não mais perdura
E o tempo num ocaso se degrade,
A sorte sem saber da realidade
Expressa tão somente o que tortura
E mata o quanto pude em amargura
Gerando o que pudera além da grade
O fim já se apresenta e mesmo assim,
Ainda resistindo busco em mim
Apenas um apoio e nada mais,
Mergulho neste insólito cenário
E vejo o tempo rude e temerário
Envolto nos anseios temporais.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

45

Andarilho sem paragem
Busco ao menos num segundo
O que possa e já me inundo
Da diversa paisagem
E buscando a mera aragem
Sigo as tramas deste mundo
E no vago me aprofundo,
Rebentando tal barragem,
Vendo o caos que se aproxima
Vendo o fim que imaginamos
Entre tantos velhos ramos
A esperança negar o clima
E estimando o recomeço
Vejo apenas um tropeço.

46

Ousando num repente acreditar
Nas tramas desta lua que não veio
E vedo o meu caminho rumo ao mar
Que nunca mais seria o um raro esteio
Do sonho que pudera navegar
E mesmo se pudesse, sigo alheio
Bebendo cada engano a se moldar
Num ato sem sentido, em vão receio.
Apenas apresento a queda após
O quanto poderia em viva voz
Vivenciar o medo e tão somente
Gerar a interminável sensação
Do dia que se perde desde então
Sem chão, improdutiva esta semente.


47

Negar o dia a dia e ser aquém
Do passo que refundo a cada instante
A vida no final não mais garante
Sequer o que esperança ora contém
De todos os caminhos sei ninguém
E sinto o que pudera doravante
A luta se mostrando ora incessante
Traduz o que em verdade sempre vem.
Apresentando o fim desta vontade
Enquanto o meu caminho já se invade
De todas as daninhas que conheço
Aprendo mesmo quando em dor intensa
A vida no final não mais compensa
Sequer o quanto quer cada adereço.

48

Amar e ter nas mãos o que permita
A luta sem permuta, em claridade,
Ainda quando a sorte fora aflita
Procuro a mais sincera liberdade,
E a mão que sempre apóia necessita
Do cântico por onde a realidade
Expresse o que pudera e sem desdita
Marcasse o quanto viva em tal verdade,
Vertiginosamente o que se vê
Não traz além da sorte em tal clichê
Já tanto conhecido e sem sentido.
Depreciando o tempo de sonhar
Querendo tão somente este lutar
Agora já sem luz, empedernido.

49


Já não me caberia melhor sorte
Nem mesmo algum instante aonde eu possa
Trazer esta esperança outrora nossa
E crer no que deveras me conforte.
O passo sem sentido, apenas corte
O mundo se desenha em leda fossa
E o verso sem proveito não endossa
O quanto poderia em novo aporte.
Restando muito pouco, nada vejo,
Somente o desdenhar de cada ensejo
Amortalhado sonho em tom cruel,
O verso se perdendo sem razão
A sorte traz a imensa negação
E o tempo se nublando em turvo véu.

50

Nas tramas mais diversas que embrenhei
Eu vejo o quanto pude e não mereça
A vida sem saber do que obedeça
Desperta o que deveras desejei,
A luta se anuncia e sem cabeça
A tropa se perdendo, mata o rei,
O verso que procuro e procurei
Aos poucos sem sentido me enlouqueça
Vestígios do passado que alimento
Apenas meramente um excremento
Aonde quis o todo e nada veio,
Serenamente volto ao mesmo nada,
E a luta com terror anunciada
Expressa o meu momento em devaneio.
31

O quanto se conhece desse fato
E traz a solidão como bandeira
Na sorte que se trama derradeira
Apenas o vazio ora constato,
E vejo tão somente o que retrato
Na luta aonde a sorte também queira
Vencer a minha insânia corriqueira
E ter o que se molda e não comparto,
Procuro pelo menos um alento
E sei do quanto possa em pleno vento
Vestígios desta vida sem razão,
Um lúdico momento? Nada disso,
O solo se mostrando movediço
O canto sem sequer tal dimensão.

32


O canto sem sequer tal dimensão
Expressa o que tentei e não viria
E bebo toda a sorte em tal sangria
Marcando os dias turvos que virão
O preço se demonstra desde então
Na tola sensação que não traria
Sequer o quanto possa em alegria
Ou mesmo resumisse em amplidão,
Meu verso sem sentido e sem proveito,
O tanto quanto quero e não aceito
O vento se anuncia em tom diverso,
O muito que queria e não mais tenho,
O mundo em insensato desempenho
Enquanto no vazio em vão eu verso.


33


Enquanto no vazio, em vão eu verso
Bebendo cada gole da esperança
O tempo noutro rumo já se lança
E quantas vezes teimo e desconverso,
Bebendo o que pudera ser disperso
Marcando o dia a dia em confiança
Seguindo as velhas tramas sem mudança,
Vagando sob o nada, em dor imerso.
Não tive qualquer sorte nem pudera
A sorte se desnuda, tal pantera
E marca com as garras afiadas
Meus sonhos sem sentido, atormentados
Os pesos entre corpos destroçados
As horas sonegando as alvoradas.

34

As horas sonegando as alvoradas
Perpetuando trevas dentro em mim,
E o quanto poderia chega ao fim
Trazendo sem sentido tais estradas
E quando dos meus sonhos tu te evadas
A morte se anuncia e vejo assim
O canto em desencanto e bebo enfim
As sobras pelos cantos, destroçadas.
Não quero mais apenas o sorriso
De quem se penaliza ou ironiza
O tempo se mostrando onde preciso
De um tanto quanto possa em mansa brisa,
Mas sei que nada resta e desta lama
A vida noutro instante a morte trama.

35


A vida noutro instante a morte trama
E traz o que pudera ser além
Do quanto na verdade sei que tem
E gera tão somente o mesmo drama,
Meu verso se entranhando em leda chama
O tempo reafirma e sei ninguém
O mundo se aproxima e em tal desdém,
Nem mesmo esta vontade ainda clama.
O corpo se perdendo em rota espúria
A luta se prepara em tal penúria
Penalizando o quanto desenhara
A morte que redima me acalenta
E a luta sem defesas, virulenta
Adentra dominando esta seara.

36

Adentra dominando esta seara
A sorte sem saber de quanto possa
Viver esta emoção, quem sabe nossa
E o mundo noutro tom já se escancara
O verso dominando o que declara
E traz o que devora e não endossa
A velha sordidez gerando a fossa
E nisto o meu caminho desampara.
A fome, a fúria o medo e a tempestade
O sonho aonde o todo ora se evade
Vagando pelo medo de sentir
O tanto quanto quero e nada vem,
Meu mundo se desenha em sem porvir
Seguindo da esperança muito aquém.

37

Seguindo da esperança muito aquém,
O passo não traduz qualquer caminho
E vejo o meu anseio mais daninho
E sei que no final nada convém,
O prazo se desdenha e a morte vem
Tramando o que pudera ser meu ninho
E solitário sonho onde me alinho,
Da fúria desenhada em tal desdém,
Meu canto se perdendo em noite escura
A vida se atrapalha e não procura
Sequer algum apoio, tão somente
O verso sem sentido e sem razão
A luta noutra senda e direção
Apenas sonegando o sonho, mente.

38

Apenas sonegando o sonho, mente
O tanto quanto quis e não viera
A sorte se traduz nesta insincera
Versão que me domina plenamente
Ainda quando o mundo mesmo tente
Vagando sobre as trevas, a quimera
Espreita noutro instante e degenera
Marcando cada fato imprevidente,
A vaga sensação de ser feliz
O quanto desejara e nada fiz
Somente o que talvez inda resulte
No todo aonde o verso ora me insulte
E gere a sensação deste vazio
Enquanto o meu anseio desafio.

39


Enquanto o meu anseio desafio.
E vejo o quanto pude e não mais trago
A vida se moldando sem afago
O tempo se perdendo a cada fio,
O rumo noutro caos, em desvario
O verso se anuncia e se divago
O preço a se pagar deveras pago
E o prazo determina o que não crio,
Revelo com meu sonho o que inda tenho
E vendo o mais temido desempenho
Do canto em alvoroço, bebo um gole
Do quanto a cada dia mais engole
E gera a tempestade tão somente
Enquanto a própria vida agora mente.

40

Enquanto a própria vida agora mente
Já nada mais comporta o que pensara
A luta se desnuda, jamais clara
E o tempo se moldara ora inclemente.
O mundo se transforma de repente
E o vento noutro rumo se prepara
A sorte desafia e não ampara
Quem tenta novo canto, e nada sente.
Ousasse acreditar no que não veio,
A bela moça expondo o claro seio,
O olhar se perde além neste horizonte,
Sem nada que pudesse me trazer
A sombra pelo menos do prazer,
Ao quanto desejei o olhar aponte.

41

Ao quanto desejei o olhar aponte
E mostre o que restasse dentro em nós
O mundo com certeza sendo o algoz
Retira do caminho a velha ponte
E quando mais deveras desaponte
A farsa se mostrando logo após
Atando com firmeza rudes nós
Sem nada que pudera enquanto afronte
A marca mais sutil se expressaria
Na luta que se molda dia a dia
E vença quem vencer, sou derrotado.
Meu canto sem sentido em farsas feito,
Enquanto no vazio eu me deleito,
Aos poucos o não ser agora invado.

42

Aos poucos o não ser agora invado
E tento converter cada momento
No todo aonde possa e me alimento
Do velho desenhar em torpe enfado,
E sei que na verdade a desagrado
Marcando com terror o forte vento
E sei do que pudera mais atento
Enquanto caminhasse lado a lado
Com todo o sofrimento que alimento
Gerando tão somente esse tormento
Aonde nada houvera do que um dia
Vestisse tão somente este non sense
E o tempo sem ter tempo me convence
Da morte que deveras rondaria.

43

Da morte que deveras rondaria
Já nada mais pudera senão isto
E quando mesmo tempo e já desisto
Encontro um rastro espúrio, fantasia.
O verso sem sentido imolaria
O sonho que deveras não insisto
No canto onde permite o que persisto
Marcando o dia a dia em agonia.
O preço a se pagar não mais traduz
O quanto se moldando em medo e cruz
Acrescentando ao nada esta visão
Do tempo mais dorido em sortilégio
Quisera finalmente o privilégio
De um dia em completa mansidão.


44

De um dia em completa mansidão
Não traz o que desejo ou mais queria
A imagem se desenha mesmo fria,
Marcando com terror cada estação,
O verso se moldando em negação
A luta se mostrando em agonia
O tempo na verdade não recria
Sequer o que pudesse em dimensão
Diversa da que tenho e não pudera
Ainda sendo a via mais sincera
O errático momento ora constato
E vejo tão somente o quanto resta
Olhando mansamente pela fresta
O quanto se conhece desse fato
21

Ainda que decerto, moldaria
Por sobre cordilheiras tal certeza
Gerando com ternura esta nobreza
Da sorte que deveras nos traria
O canto sem igual em harmonia,
Vencendo qualquer queda sem surpresa
Uma alma pura segue sempre ilesa
E traz dentro de si rara magia.
Fendesse toda a Terra num instante,
O mundo não teria explicações
Senão as mais diversas dimensões
Deste poder que além já se garante,
Porquanto, a mão que traz a mansidão
Presume, quando quer, destruição.

22


Ainda que se veja além do cais
O quanto imaginávamos perfeito,
O rio ultrapassando o velho leito
Eclode após diversos temporais,
E quando tanto frágil tu te esvais
Vagando sem sentido em raro pleito,
O muito que se faz e já foi feito
Não cessa um só segundo, nunca mais.
Mutável direção que se apresenta
A cada novo tempo, outra tormenta
Jorrando dentro em nós, e na natura,
O tempo se derrama e traz consigo
Apenas o que possa enquanto abrigo
Ou mesmo se desenha em tal tortura.

23


O quanto se desenha em falso tom
Gerando da loucura a fantasia
E desta o que pudesse noutro dia
Traria o que se quer e anseia bom,
O vértice desenha o mesmo dom
Que a vida noutro engodo se traria
Vestígios do que possa em harmonia
Ou restos desta lua de neon,
A luta sem sentido se aproxima
Do quanto poderia em manso clima
E rima dor e tédio, simplesmente
Negar cada momento que em clichê
Diverso do que tento já se vê
E traz o que devora e tanto mente.

24


Qual fosse um solitário navegante
Em mares mais diversos, movediço
Ainda que pudesse e se me viço
O tempo na verdade não garante
O canto tantas vezes triunfante
O olhar enamorado e mais mortiço
De quem se procurara onde cobiço
O mundo que se possa doravante.
O tédio não se expressa em tantas vezes
E sei do quanto tentam essas reses
Aprisionadas entre os meus cercados.
O frágil desenhar se aprofundando
E o mundo noutro lado como e quando
Traduz os dias duros, demarcados.

25


A vida agrisalhada não permite
Qualquer tom que inda traga algum clarão
Sentindo o meu caminho em direção
Ao quanto se desenha em tal limite.
Ainda quando mesmo necessite
Ousar em novo rumo, desde então
A luta se moldara em negação
Embora esse confronto a vida evite.
Meu mundo sem sentido e sem proveito,
O corte aonde possa e me deleito
A morte traz em pleito o quanto pude,
Viver a mansidão que não viria,
A sorte sem saber desta alegria
Que possa desdenhar cada atitude.

26


Louvar quem tanto amasse sem cobrança
E crer na mais perfeita dimensão,
Do tempo após o tempo na amplidão
Aonde o meu destino, a sorte lança.
O amor se traduzindo em temperança
Certeza de outros dias que verão
Apenas os sorrisos da emoção
Que aos poucos mansamente agora avança;
E penetrando rústico, esta farsa
Aonde o que pudera já se esgarça
E nisto o quanto tenho não me traz
Senão a sensação de vã tortura
Aonde o que pudesse diz loucura
E o passo se adivinha mais mordaz.

27

Cansado das promessas, desventura,
O tempo não me trouxe explicação
E sei do quanto possa em dimensão
Diversa da que tanto se procura,
O verso se anuncia e me tortura
Gerando outro caminho em direção
Ao quanto se moldara em negação
Apenas tão somente me amargura.
O prazo derradeiro, o fim de tudo
E quanto mais desejo e desiludo
O vento se explodindo noutro rumo,
Da brisa desejada, nem sinal,
O tempo se moldara irracional
E o canto se transforma em turvo sumo.

28

Jamais consentiria noutro passo
E mesmo quando vejo o tom sombrio
Gerado pela noite em desafio,
O mundo sem sentido eu tento e traço,
O sonho se mostrara sempre escasso
E quando cada ponto eu não recrio
Encontro o que pudera fio a fio
E tento desenhar um novo espaço.
Marasmo dita o fim de cada sonho
E quanto do meu mundo ora proponho
Vacante coração já se alimenta
Do caos que na verdade reina em nós
E sei do quanto possa e nada após
Expressa outra manhã tão virulenta.

29


Não meço mais palavras, perco o rumo
E bebo cada gole do que pude
Vencido caminheiro em tom mais rude,
Ainda quando em vão feroz me aprumo,
E bebo cada fase em que resumo
Meu mundo na completa plenitude
Vagando sem saber o quanto ilude
O canto aonde há tempos eu me esfumo.
O preço a se pagar já não condiz
Com todo o que pensara ser feliz
E por um triz seguindo sem descanso,
Somente o meu vazio sentimento
Enquanto mansamente busco e tento
Jamais, em minha vida, eu mesmo alcanço.

30


Tentara a sorte feita em noite clara,
E o verso mais agudo em vã promessa,
O passo na verdade já tropeça
E a voz já sem sentido se escancara,
Na fonte desejada a morte aclara
O quanto se pudera e recomeça
Ousando sem saber se existe pressa
Ou mesmo na tocaia se prepara.
O vértice traduz vórtice e guerra
Meu mundo sem destino se desterra
E gera outro vazio dentro em nós.
O preço mais audaz que se cobrasse
Gerando a solidão em rude impasse
Não deixa quase nada e cessa a voz.
11

Pudesse tanto amor trazer à tona
O quanto mais anseio e mesmo tento
E sei do doloroso sentimento
Enquanto esta fortuna me abandona,
O rústico cenário enfim se adona
E gera tão somente o desalento
E exposto ao que pudera em rude vento
A sorte sem destino ora ressona,
Guardando minha vida em tal redoma,
Aonde imaginara leda soma,
Apenas se percebe o fim de tudo,
E neste caminhar sem mais valia,
O tempo noutro tempo em sintonia
Traduz o descaminho e assim me iludo.


12


Já não me caberia mais dizer
Dos ermos que alimento e que procuro,
O tempo aonde o templo configuro
Expressa a discordância ao bel prazer,
Vagando sem sentido passo a ver
Apenas o que tanto fora escuro
E salto sobre a sorte, em ledo muro
Morrendo pouco a pouco sem saber,
Esqueço o meu tormento mais feroz
E nada se espelhasse em rude voz
Somente o que se queira em heresia.
O verso noutro tom pôde ditar
O quanto deste encanto soube amar
Quem tantas noites claras buscaria.

13

Após a ventania, uma bonança?
Jamais se imaginara ser assim,
Início desastroso traz ao fim
A falta do que possa em confiança
Meu passo no vazio ora se lança
E marca o que tentara dentro em mim
Na sórdida presença vejo enfim
O tempo se moldando enquanto avança.
Não pude discernir qualquer anseio
Dos quantos poderia e quando veio
Meu canto sem proveito, em tom mordaz,
O quanto fui feliz? Já nem me lembro,
Distante vejo as sendas de setembro
E a primavera o tempo não mais traz.


14


Explicações diversas, mesmo engodo
O tempo se anuncia sem sentido
E quanto mais meu mundo agora olvido,
A vida se renega em vão denodo,
Adentro sem defesas este lodo
E o canto noutro tom desprevenido,
O verso sem certeza presumido
E nisto se desfaz o mundo todo.
Encontro meros rastros do que um dia
Pudesse ser talvez o que eu queria
Partícipe de um sonho sem proveito,
E amortalhadamente o tempo rege
O corpo se tomando, duro herege
Nos ermos de meu mundo eu me deleito.


15

Ateia o fogaréu, leda esperança
E quanto mais se vendo noutra face
O que deveras teime e mesmo trace
Embora sem sentido algum, já cansa.
A vida num momento quando avança
Trouxesse simplesmente o mesmo impasse
Aonde o que tivesse se mostrasse
Na ponta mais aguda desta lança;
Um tempo sem sentido a morte em vida
E o quanto desta luta se decida
Nos ermos de quem tanto quis além,
Do canto sem saber qualquer momento
O quanto na verdade busco e tento
Traduz o muito pouco que contém.

16


Pudesse em mansidão novo caminho
Diverso do que tanto se apresenta
Na sorte dolorosa, em vã tormenta
Aonde o que se vê seja daninho,
O mundo não presume cada espinho
E quando nova estrada sempre tenta
A vida se moldara mais atenta,
Ousando num instante de carinho.
Escuto a voz do vento me chamando
E tento elucidar o mundo quando
O tempo se fizera mais atroz,
O rumo se desenha em tom feroz,
O corte traz esfera bem diversa
E o tempo noutro tanto desconversa.


17



Não sei reconhecer o meu limite
E mesmo que soubesse não teria
Nas mãos o quanto possa a fantasia
Embora novo passo eu necessite
Ainda quando o rumo se acredite
Na farsa que; talvez, já moldaria
O verso sem saber da sintonia
Que possa traduzir o que alma grite.
Já não mais me coubera melhor sorte
E sinto que se esvai o meu cansaço
Na trama mais atroz enquanto a grasso
Sem nada que deveras me conforte,
E nisto o quanto quis e não viera
Alimentando apenas tal quimera.


18


Permita-me dizer que quero tanto
Viver cada momento sem perder
O rumo e na verdade o conceber
Traduz esse cenário e me garanto,
O rumo desenhado em raro encanto
O sórdido cenário eu possa ver
Marcando com temor e desprazer
O tema que em verdade diz quebranto,
O medo se traduz em tom diverso
E bebo a fantasia enquanto verso
Galgando cordilheiras, incansável.
O tempo se perdendo tão somente
E a vida quanto mais deveras mente
Expressa este cenário insuportável.


19

Jamais evitaria tal loucura
Que ao mesmo tempo fere enquanto sana,
Imagem muitas vezes soberana
Do preço que se cobra e me tortura,
O verso se traduz nesta amargura
E quando na verdade desengana
A morte na tocaia, esta profana,
Traduz o quanto a vida em vão procura.
Ressalto dos meus erros o mais claro
E bebo a fantasia e se declaro
Apenas o que tento presumir
Já nada mais terei noutro momento
A vida se expressando em rude vento
Deixando inalcançável meu porvir.

20


Jamais eu demonstrei a santidade
Que buscas nalgum ser que tanto engane,
O velho coração já dando pane,
Ao menos reconhece a liberdade,
E quanto mais meu sonho o canto invade,
Ainda que talvez isso profane
O rústico momento não se ufane
Da falsa sensação de claridade,
Negar o que inda tenho e mesmo assim,
Sentir o quanto resta dentro em mim,
Vestindo a rude imagem de poeta,
O mundo sem sentido algum me traz
O quanto desejei e sei sem paz,
Na voz que a poesia ora deleta.
Aonde não pudera conceber
A força inesgotável onde se vê
O quanto desenhasse sem por que
Na vida desairosa, em desprazer,
Depois do que mais tente conceber
A sorte traz conforme o quanto crê
Razões que demonstrando onde revê
A sanha do que eu possa perceber.
Amar e ter nos olhos a certeza
Da vida prosseguindo em natureza
Diversa da que tanto desejei,
Ourives da emoção, tal sentimento
Expressa; simplesmente, onde me alento.
E faz desta esperança sua lei.


2

Não quero acreditar, mas não consigo
Ousar noutro momento e mesmo assim,
A vida se transforma e chega ao fim
Na espreita mais atroz em desabrigo,
O verso que carrego ora comigo
A lua derramando em meu jardim
Tornando a minha noite ao menos clean
E o sonho se moldando onde o persigo.
Acalentando o quanto cabe e vejo
Sabendo deste encanto mais sobejo
Desejos entre raros, bons clarões,
Mas tudo não passando de ilusão
Resume este vazio e a sensação
De nebulosa senda agora expões.

3

Jamais imaginara qualquer canto
Aonde em desencanto se fez rude
Cenário enquanto tudo se transmude
E gere o que procure e não garanto.
Vencesse o dia a dia em desencanto
E nisto o quanto possa, se me ilude,
Traduz a morta luz da juventude
E o tempo desenhado em tal quebranto.
Restando muito pouco do que outrora
Vivera em tom diverso e me apavora
Logrando ser audaz, mas sem poder,
Empana-se o futuro num momento
E quando um novo rumo; ainda tento
Eu sinto minha história a se perder.


4


Já não mais caberia um sentimento
Aonde o que se mostra tanto traz
A sorte mais dorida e tão mordaz
Diversa da que eu busco e mesmo invento.
À sombra do que fora alheamento
O mundo na verdade não se faz
Jogado sobre as pedras, volto atrás
E bebo tão somente o sofrimento;
Num átimo um anseio traduzido
No quanto deste sonho agora olvido
E vejo os meus sinais pelos quintais,
Amanhecendo em belos, claros sóis
E logo cada sonho tu constróis
Quarando esta querência nos varais.


5

Altares que buscara em tom suave,
A vida não traria nenhum rumo,
O verso aonde aos poucos eu me esfumo,
O coração liberto, feito uma ave.
O medo se transforma noutro entrave
E o preço a se mostrar em ledo fumo,
O tanto que perdi agora aprumo
E bebo a sensação que não agrave,
O mundo sem sentido, o tempo atroz,
Ausência do que possa haver em nós
Senão a mesma espúria fantasia
Promessas tão diversas, sonho rude
E sei do quanto possa e se me ilude,
O mundo noutro tom eu tentaria.


6


Levasse de vencida esta partida
Aonde o que se traça na verdade
Expressa muito aquém da realidade
A luta no vazio decidida,
Apenas poderia e não duvida
Quem tenta caminhar e já se evade
Da mesma hipocrisia, a claridade
Renega o que buscara em nossa vida.
Numa avidez atroz e mesmo rude,
O manto se transforma e desilude
Matando desde sempre o sol em mim.
Negar qualquer anseio, rumo e sorte,
Vivendo tão somente o quanto aporte
Trazendo esta visão de amargo fim.

7


Esquadrinhasse a vida de tal forma
Que nada mais pudesse ser perfeito,
E quando nesta ausência eu me deleito
O tempo noutro tom já se transforma.
O medo traz no olhar cada reforma
E o que vier, decerto eu sempre aceito
Sabendo da esperança em ledo leito
E a vida feita à parte de tal norma.
Ouvisse a voz da noite ou mesmo até
O quanto se traduz e marca a fé
Sem rumo e sem vontade, meramente.
O mundo em raro gládio se porfia
E mata desde sempre a fantasia
E sei do quanto possa e sempre mente.


8


Não quero acreditar e não podia
Trazendo nos meus olhos a esperança
Que quanto mais audaz decerto avança
Percebo tão diversa esta harmonia,
O verso se moldando dia a dia,
Roubando do que possa em confiança
A vida não permite a temperança
E a luta a cada instante não se adia.
Vestindo o que inda resta do meu mundo
Aonde possa em paz eu me aprofundo
E bebo ou mesmo até redimo enganos
E sinto sem saber o que virá
Saneio meu caminho e desde já
Expresso versos duros, rudes danos.


9

Aglutinando as sortes de quem tenta
Vencer o que pudera em tom disperso
Tentando acreditar no mais diverso
Caminho feito em luz tão turbulenta,
A parte do que resta e me alimenta
Expressa o caminhar rude e perverso
E sigo nos meus erros, quando imerso
Bebendo a face escusa e violenta.
O medo não traduz realidade
E o quanto do meu passo na verdade
Vagando sem sentido diz do não,
Enfrento o que viria sem certeza
E luto contra a própria natureza
Escombro já jogado sobre o chão.

10


Não tento acreditar no que não veio,
E sei do meu momento mais venal,
Apenas aprendendo bem ou mal
A cultivar a vida em tal receio,
O quanto prosseguira enfim alheio
Ao que inda restaria no bornal,
Vagando sem saber qualquer sina,
Colhendo apenas medo e devaneio.
Um sórdido cenário, a voz audaz
De quem tanto deseja e nada faz
Senão representar o que não vem,
Durante muito tempo sem apoio,
A sorte se permite em pleno joio
E o todo que desejo, diz ninguém...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

41

O quanto uma alma crê ser mais plausível
Entoa mansamente a melodia
Que possa renovar a cada dia
O tempo mais feroz quanto impossível
A luta se renova e noutro nível
O quanto se deseja o tempo adia
E marca com volúpia o que viria
Ou mesmo noutro tom, inatingível.
O prazo determina o fim do jogo
E sem que se adivinhe qualquer rogo
Um trôpego caminheiro encontra a queda
Enquanto no final já nada vejo
O dia dita os rumos do desejo
E o tempo no vazio ora se enreda.


42


Mal pude acreditar noutro momento
Aonde o meu anseio se afigura
O quanto se procura em tal tortura
Traduz o que deveras mal invento,
O sonho se perdendo em rude vento
O medo na verdade em amargura
Renega qualquer forma de brandura
E marca com temor o sofrimento.
Alheio aos tão diversos rumos, sigo
Ousando acreditar que o mais antigo
Encontra a tradução noutro vazio.
E sei do quanto pude e não viera,
Sentindo o bafejar desta pantera
Que, incauto caminheiro, eu mesmo crio.


43

Revejo o que perdera a direção
Em dimensão diversa da que tento
E sei do tão enorme sofrimento
Marcando os dias turvos que virão.
Buscasse no caminho a solução
E sei do quanto possa e mesmo invento,
Arcando com o rude sentimento
Toando dentro da alma a solidão.
Propositadamente crio o fim
E neste emaranhado sigo em mim
Vagando sem sentido algum, ao caos
Faltando muito pouco ou quase nada,
A sorte noutra luta desenhada,
A escada apodrece seus degraus.


44

Já não me caberia melhor sorte
Senão a que transcende ao quanto quis
O rumo se moldando por um triz
Galgando num realce a própria morte.
Sem nada que em verdade me conforte,
O peso se transforma e a geratriz
Verdade marca o sonho, este infeliz
Com toda a solidão que traz aporte.
Aborte cada verso e siga em frente
O quanto inda puder, decerto enfrente
E saiba da engrenagem que não cessa.
O amor foi simplesmente ledo engano
O tempo noutro tanto dita o dano
E a vida se traduz vaga promessa.

45


Históricos os meus erros, disto eu sei,
O tempo não resume outro fato,
E quando na incerteza que constato
Presumo o que retrato em leda grei,
O verso aonde o tanto eu desenhei
A vida sem saber de algum retrato
Do tanto que perdi e não resgato
Apenas o passado que entranhei.
Meu verso sem saber desta muralha
Enquanto faz um campo de batalha
A cada novo engodo não diz nada
E sei do quanto possa ou mesmo tento
Vencer o meu caminho em sofrimento
Ousando desenhar outra guinada.


46


Durante tanto tempo a vida tive
Conforme a solidão já me entranhasse
Sabendo desde então do desenlace
Aonde o que não pude mal retive,
O sonho a cada engano se revive
E o preço que deveras se pagasse
Moldando a sensação do rude impasse
Não vala cada flor que se cultive.
Espero pelo menos melhor sorte,
Mas sei que na verdade o que viria
Não mais alimentasse a poesia
E nisto renegasse algum suporte,
O verso sem temer qualquer anseio
Seria o que talvez já nem receio.


47


Travando com a vida esta batalha
Em furiosa noite solidão,
O corte se anuncia e desde então
A voz já sem sentindo em vão se espalha.
O prazo na verdade dita a falha
E embaralhando apenas a visão,
Pudesse noutro ponto e dimensão
Ousar no que prepara esta navalha.
A morte sem sentido, o caos, o medo
E quando de tal forma mal procedo
O tempo se expressasse em tom cruel,
Aonde quis um tempo tão somente,
A vida se denigre e fatalmente
Esgarça o quanto fora um manso véu.

48

Determinando o fim, sigo calado
E vejo o sonho mesmo envolto em brasas
E quando em solidão tu já me atrasas
Percebo o meu caminho derrotado.
O tempo sem juízo, o verso dado
Ultrapassando além diversas casas
Enquanto na verdade tu defasas
Os dias noutro tempo relegado,
E quando me evadisse de meu sonho,
Apenas o que possa e decomponho
Traduz o que jamais eu poderia
Ousar nesta verdade e sem destino,
O quanto mais procuro e determino
Expressa a mais suave fantasia.


49

Jamais acreditei no que disseste
Cerzindo outro momento após o tanto
E neste mais diverso desencanto
Apenas o meu mundo mais agreste
E tanto quanto podes tu vieste
Gerando o que se mostra em rude canto
Somente o caminho onde garanto
Expressa a solidão que tu me deste.
Negar alguma luz onde não há
Caminho sem saber se aqui ou lá
O verso se entranhasse neste rumo.
E o vértice se torna perigeu
Meu mundo sem sentido se perdeu
Enquanto da esperança mal consumo.

50


Não tenho qualquer chance, mas reluto
E vejo o que pudera ser diverso
Vagando cada ponto do universo
Ainda que se veja em solo bruto,
O mundo desenhando o tom astuto
Refém do caminhar onde disperso
Meu mundo sem saber de cada verso
O tanto que queria já permuto.
E bebo a solidão, em fartos goles
Os erros costumeiros sei que engoles
E marcas com temor o dia a dia.
Ainda que se fez incoerente
O tanto quanto quero se apresente
Aquém do que deveras poderia.
31

Saudade, um codinome que alimento
E luto contra as novas direções,
Embora saiba vagas dimensões
Volver ao que perdera, tanto tento.
E sei do quanto possa e me atormento
Enquanto novos rumos tu me expões
Aos poucos desdenhosas emoções
Expressam tão somente o sofrimento.
Astuciosamente tento enfim
Ousar enquanto vejo aquém de mim
O mesmo incontrolável senso quando
O mundo se transforma e nada sigo,
O quanto se traduz em rude abrigo
Aos poucos vejo logo desabando.

32


Minha alma sem saber de qualquer luz
Adentra em noites turvas e brumosas,
E quanto mais se vendo caprichosas
As sortes no vazio eu recompus.
E sorvo o quanto pude em leda cruz
Ousando acreditar jardins e rosas,
Palavras que pensara carinhosas,
Jocosa a sensação do amargo pus.
Negar algum caminho ou mesmo um ato
Aonde o que pudera já desato
E nego qualquer cais ou mesmo apoio,
E sigo sem saber do que viria,
A luta se anuncia a cada dia
Secando na nascente algum arroio.


33

Meu mundo sem sentido não traria
Sequer quanto pude desejar,
A vida se desenha e ao divagar
O corte noutro fato moldaria
Enganos são frequentes dia a dia
O verso não consigo imaginar
Aonde o meu castelo a desabar
Trazendo a mesma imagem leda e fria.
Respaldos de uma vida sem sentido
O canto noutro tom não mais ouvido
E o sonho se perdendo em ledo ocaso,
Aonde quis o vinho e quis o pão,
Apenas resta enfim a negação
E o passo sem proveito algum, o atraso.


34

Negar o que talvez me redimisse
O prazo sem sentido e sem valia
A morte traz no olhar a fantasia
E o quanto imaginara, é só tolice
A vida com certeza não mais visse
O que inda imaginei a não teria,
A rude sensação da poesia
Expressa tolamente esta crendice.
Buscando algum aporte aonde o nada
Entoa a velha sorte demarcada
Cansada desta luta sem proveito,
O quanto venha encontro nos escombros
E quando o sol renasce sobre os ombros
A morte se anuncia em ledo pleito.


35

Meu mundo não traria alguma luz
Sequer o que busquei e não veria,
A vida se perdendo em utopia
Enquanto o meu cenário em vão reluz
Ousando caminhar em leda cruz
O tempo na verdade não teria
Sequer o quanto guarda em fantasia
E a faca na tocaia reproduz.
O vento sopra manso, mas sei bem
Do quanto na verdade após já vem
Matando qualquer fonte ou mesmo o prazo
Aonde o que se fez em tempestade
Gerara o que pudesse na verdade
Trazer além do todo o mero ocaso.

36


Não tenho mais nos olhos a presença
De quem amei de mais e não retorna,
A vida segue mansa, mesmo morna,
Mas nada do que vejo me convença
Aonde imaginara a recompensa
A sorte sem sentido não se entorna
E o quanto se redunda e em dor adorna
A velha paisagem morta e tensa.
Ocasionando o canto sem sentido
O verso noutro tempo resumido,
O canto sem proveito e o fim de tudo,
Cansado de lutar inutilmente
Apenas o que trago nada tente
Senão cada momento onde me iludo.

37

Um passo em falso e a vida continua
Depois da velha queda, nada resta
Senão imaginar o quanto empesta
A vida sem sentido, amarga e nua.
Ousasse acreditar na própria lua
E ver esta esperança pela fresta,
Enquanto no passado houvera festa
Uma alma sem sentido agora amua.
E vejo o meu retrato em distorção
Procuro qualquer tom em solução
Da solidez esboço um movediço
Caminho sem sentido e sem vigor
Aonde poderia crer no amor,
Apenas o momento mais mortiço.

38

Não tento novo rumo, sigo só
E bebo cada gole do passado,
Aonde o meu caminho é desenhado
Encontro tão somente o ledo pó
A farsa se desenha e sem saber
Do quanto possa mesmo ter na mente
Ainda que meu mundo mal frequente
O tempo noutro tempo a se perder,
Ardentes noites são mera ilusão
E o verso se aproxima do final,
Aonde houvera espaço sideral
A queda preconiza o velho chão,
E o medo sem sentido e sem sustento
Levado para além em torpe vento.

39

Não pude e nem tivera qualquer chance
De crer neste momento mais suave,
A vida a cada passo mais agrave
O quanto sem sentido não alcance,
Olhando o dia a dia de nuance
A liberdade traz em Ledo entrave
O passo sem sentido aonde trave
Sem mesmo perceber o quanto avance
Resulto deste engodo, costumeiro
E sei do meu caminho, do espinheiro
E das diversas formas de tocaias
E mesmo que pudera ter nas mãos
Momentos mais suaves, outros nãos
Permitam que deveras tu te esvaias.

40

Não mais me alentaria acreditar
No canto sem sentido e sem proveito
E quando solitário enfim me deito,
Encontro a companhia no luar.
O verso quando pude desenhar
Tentando vislumbrar do ledo leito
O mundo que eu queria ou mais aceito
Jamais o poderia imaginar.
Olhando para trás já nada vejo
O mundo por talvez ser malfazejo
Expressa o fim de tudo num instante
E o caos que se apodera de minha alma
No fundo sem por que teima e me acalma
E um dia mais feliz já se garante.
21

O amor em tantas vezes nos domina
E traz entre meandros vários cortes
Podendo conduzir sem os aportes
Do quanto se queria cristalina,
A fonte na verdade determina
A ausência dos caminhos e dos nortes
Desenha o quanto traça em rudes mortes
A faca, a foice e a fonte mais ladina.
Mergulho nos meus erros e percebes
Ainda quando muito velhas sebes
E segues dentro em pouco o que restara,
Do tempo sem preceitos ou razões
E nisto o quanto tem tu decompões
Tornando uma emoção muito mais rara.


2


Não pude acreditar no que talvez
Redima quem perdera a dimensão
Da vida sem saber da direção
Por onde o dia a dia se desfez
E quando em redenção ainda crês
No tempo aonde vivo em solidão,
A turva noite traz em turbilhão
O mundo na completa insensatez.
Eu quero acreditar, mas não consigo
E vejo o que restara em desabrigo
Estendo as minhas mãos e nada vem,
Apenas a vontade sem proveito
E mesmo assim, decerto o fim aceito
Embora com temor e com desdém.

3


Desdenho os velhos erros do passado
E sigo sem saber o quanto venha,
A luta se transforma e se desenha
Trazendo o que pudera lado a lado,
O quanto do meu mundo teimo e brado
A vida reacende a velha lenha
E sei do caminhar hoje sem senha
E neste sonho eu sigo; um velho gado.
Presente dentro da alma esta incerteza
De quem ousando crer na sorte ilesa
Mergulha no vazio que se estende,
O passo que pudera ser mais firme
Sem ter quem na verdade ora o confirme
Ocasionando a queda não se entende,.


4


Esqueço o meu caminho e vejo após
O quanto deste todo não trouxera
Sequer a mesma imagem, primavera
Sequer o que deseja logo em nova voz,
O rio se perdendo em sua foz,
A vida noutra face destempera
E a morte sem sentido nos espera
Embora nem se mostre tão feroz.
Restando muito pouco, a bala e a fogo,
Perdendo desde sempre o velho jogo,
Não tento acreditar em salvação.
Ocasionando em mim este vazio,
Apenas o que possa e desafio
Traduz os dias turvos que virão.

5


Jogado sobre as pedras, meu saveiro
Não mais suportaria qualquer sonho
Aonde o que pudera decomponho
Matando cada flor deste canteiro,
O verso de outro verso, companheiro,
O rústico cenário tão medonho
O tempo aonde o tempo tento e ponho,
Impõe-se no final e nada levo,
Meu mundo que o queria mais longevo,
O preço a se pagar em altos juros,
Os dias que pensara serem puros
Os erros se acumulam; nada resta
Senão a mesma história em rude aresta.

6


Arestas que cortara vida afora
Apontam para a perda irreparável
Do sonho quando muito imponderável
Na fúria que deveras desarvora
Marcando o quanto possa e me devora
E nisto qualquer sonho fora arável,
Mas sei do céu em brilho interminável,
Que tanto quanto mente nos decora.
Avesso ao que pudera e não tentara
Alheio ao caminhar em noite espúria
A vida se transforma em tal penúria
E o medo que ora assola nos domina,
Ainda quando visse o sol nascendo
O tempo noutro tanto me envolvendo
Negasse a fonte calma e cristalina.


7


Não pude e não tivera melhor sorte,
A vida é mesmo assim, perdas e ganhos,
Apenas ao rever os fortes lanhos
Encontro o quanto quis se fora forte,
O medo não traduz o dia a dia,
A luta sem sentido, o caos que na alma
Jamais se moldaria e não me acalma,
Marcando o que pudera e não viria,
Ascendo ao meu momento mais gentil
E tento acreditar no que não veio,
O tempo se moldando em tal receio
O verso traz o quanto se pediu.
E sei do meu caminho em discordância
Dos sonhos; gigantesca e vã distância.

8

Meu mundo nada traz e não traria
Somente a mesma face em inclemência
O quanto se perdendo em paciência
Talvez recuperasse em harmonia,
Mas vejo o que pudesse e não teria
Ainda vendo a luz em consciência
Marcando o que pudera em tal ciência
A sorte se moldara dia a dia,
Adio cada passo e sei do fim,
No tempo sem proveito e bebo o fim,
Reinando sobre o caos que me entranhasse,
Depois de certo tempo o fim de tudo
Expressa o caminhar onde me iludo
Mostrando da incerteza a rude face.

9

Não pude e não tentara ser diverso
Do quanto no passado ainda existe,
O verso se produz e sigo triste
Vagando num sentido mais disperso.
O passo se reverte e do perverso
Momento apenas morte inda persiste
O canto sem sentido algum insiste
E neste caos prossigo e vou imerso,
Ainda que eu pudesse acreditar
O tempo não traz nada e a divagar
Eu busco pelo menos mansidão,
Os rudes e temíveis devaneios
Os olhos sem sentido vão alheios
Trazendo o quanto resta em solidão.

10


Não pude desvendar qualquer segredo
E vejo o que inda possa ser além
Do quanto na verdade não contém
E mesmo se transcende em ledo enredo,
O pouco quando tento e não concedo,
A morte se tratando com desdém,
O rumo se desenha e sem ninguém,
O prazo aonde o tempo dita o medo,
Fascínios entre enganos são comuns,
Dos sonhos inda trago na alma alguns
E bebo com ternura o que findara.
A luta se desenha sem proveito,
E quando a cada passo eu me deleito
Invento dentro da alma esta seara.
Queria simplesmente acreditar
Que tudo poderia ser diverso.
Além do quanto espreita cada verso
A vida se moldando devagar
E crer que um raio calmo de luar
Mudasse num instante este universo
Por vezes doloroso e tão perverso,
Sem ter sequer ao fim algum lugar.
Quisera acreditar noutra esperança
Embora que espera sempre cansa
O sonho se contínuo nos liberta,
Ascendo em pensamento ao meu nirvana
E sei desta ilusão que sempre engana,
Porém mantenho a porta sempre aberta.


2



Acreditar na força que, inerente,
Produza novo sol a cada instante
E mesmo numa noite degradante
Possibilite o quanto já se tente
Eu sei deste cenário que, mutante
Expressa simplesmente o quanto a mente
Ousasse vasculhar ora inclemente
O quanto na verdade não garante.
O rude caminheiro em noite escura,
A luta a cada passo onde perdura
Traduz a maior perda: a da esperança.
Mas vejo e creio mesmo noutro tempo,
Vencendo cada etapa em contratempo,
Meu mundo noutro instante ora se lança.


3

Já tanto desejei algum descanso,
E sei do quanto pude e não teria
Sequer a menor sombra da alegria
Rondando o que pudera ser remanso,
E quando na verdade onde me lanço
Sonega qualquer paz que eu buscaria,
A vida sem saber da sintonia
Marcando com terror o passo manso.
Angustiadamente vejo o vão
Enorme sob os pés, leda cratera,
E apenas o que resta e o tempo espera
Traduz a rude face em negação.
Ouvir o mar distante e perceber
Somente o quanto possa o desprazer.


4

Não tive melhor sorte e nem teria
Apenas quero o tempo aonde o canto
Trouxesse talvez mesmo algum encanto
Embora saiba a vida mais sombria,
Desnudo o que se fora em harmonia,
O medo se apresenta e não garanto
Sequer o que pudera noutro tanto
E a vida renegasse o que viria.
Ausento-me dos passos quando os dera
E sei da face escura ou insincera
De quem por vezes tenta disfarçar,
Nos ermos de minha alma nada tendo
Apenas o que resta, este remendo
E a luta noutro engodo a se moldar.


5



Amar-te e crer possível novo dia
Em eras compatíveis com meu sonho,
O quanto deste encanto ora componho
Pudesse traduzir em harmonia.
A face mais escusa me traria
Um dia tantas vezes tão medonho,
Vagando sem saber onde me ponho,
Apenas a verdade negaria.
O verso sem resumo, o tempo incauto,
Dos sonhos, o meu verso quando arauto
Expressa tão somente o que imagina,
Porém toda a verdade se desnuda
Numa alma que se molda tão miúda
Invés da que eu queria, cristalina.

6


Arcar com meus enganos e poder
Vagar entre os diversos desalentos,
A vida traz em tons de sofrimentos
O quanto mais queria sem se ter.
A noite desenhada num querer
Diverso do que possa em tantos ventos
Marcando com terror os pensamentos,
Na fúria tão diversa a se conter.
O canto sem encanto, e não sutil
Meu mundo quando a sorte não se viu
Trouxera simplesmente a negação
Do sonho que pudera acalentar
Vencendo o que me resta a navegar
Trazendo tão somente um turbilhão.

7


Ocasionando a queda de quem sonha,
A luta não termina e segue em frente
Ainda que meu mundo agora enfrente,
A face se desenha mais medonha.
No quanto poderia e já se oponha,
A vida se moldara onde inclemente
Pudesse desvendar mais claramente
O que neste final em vão componha.
Reparo cada parte deste todo
E vejo tão somente o mesmo lodo
Aonde ao adentrar me entranho e sinto
O pleno lamaçal onde esperança
Sem ter qualquer aporte agora avança
Em tempo tão atroz quando distinto.


8

Já não me caberia qualquer sonho
Apenas recolher os meus farrapos,
E vendo a minha vida em velhos trapos,
O tempo se moldando mais bisonho.
A sorte não traria maior brilho
A quem se fez sem nexo e sem moldura
A vida se espalhando em vã procura
O amor não mais seria um estribilho,
Pilhando-me nas ânsias mais vulgares
Aonde o quanto quis jamais teria
A vida se fizera tão sombria
Ainda que em teus sonhos desejares
Momentos mais suaves; nada vem
Somente o mesmo olhar em vão desdém.


9

Coubesse alguma porta de saída
Aonde o meu desenho se confunde,
O tempo que deveras nos afunde
Transforma toda a dimensão da vida
E sei do quanto pude em despedida
E quando em claro amor, amor redunde
O sonho com a vida ora se funde
E gera outro ponto de partida.
Meu verso se entregando ao quanto quer
E nada mais do sonho, nem sequer
O medo se aglutina junto a mim,
E quando pude crer no pesadelo,
Apenas não consigo mais vivê-lo,
Tortura por acaso chega ao fim?


10


Não tenho outro caminho nem buscara
Ainda que esta vida fosse assim,
A luta desenvolta traz em mim
A sorte sem sentido em tal seara,
Na noite desenhada em trevas, rara
Vontade desvendada até o fim,
E quando mal percebo de onde vim,
A porta sem querer não se escancara.
Rasgando em tom atroz o quanto pude
Viver sem mais querência a juventude
Já morta e sem razões, mero desenho
Do todo que não traz qualquer aceno,
Meu mundo que se fez audaz e pleno,
Agora traz o quanto não contenho.
Porquanto a minha vida se moldara
Nas ânsias de quem busca pelo menos
Momentos mais suaves ou serenos
E sabe quanto a sorte é tão amara,
O verso noutro tom já se escancara
E bebo gole a gole tais venenos
E os olhos vendo sonhos tão pequenos
No tempo aonde o nada se prepara;
Esqueço os meus tormentos? Pode ser...
No fundo o que pretendo merecer
Talvez já se levasse em rumo além
O corte se aproxima da raiz,
O tempo quanto mais se quer e diz
Traduz o que minha alma ora contém.


2

Não pude discernir qualquer resposta
Aonde o que se fez iridescente
Traduza o quanto possa e não se sente
Sequer na mesa feita e decomposta.
O quanto se deseja e não mais gosta
O verso que deveras se apresente
No mundo sem saber do quanto alente
Ou traça esta noção que em vão aposta.
Ao canto, relegada esta esperança
Jogada pelas tramas do vazio,
E quando algum instante desafio
O passo noutro enredo não avança
Espero cada verso e nada veio,
Apenas o tormento em vão receio.

3



Se nada mais pudera quem deseja
Vencer os turbilhões que a vida traça
O mundo se moldando em tal fumaça
Aonde o que se quer, busca a peleja,
A sorte tantas vezes mais sobeja,
O corte noutro instante nos trespassa
E a vida sem sentido traz na caça
O que alma sem saber teima e poreja,
Apenas poderia ser feliz,
E ter no meu olhar o quanto quis
Somente imaginando algum anseio
De um mundo sem sentido e sem razão
A morte ronda e traz em dimensão
Exata o quanto possa e ao que mais veio.

4


Tentando algum apoio, uma bengala,
A vida não traria novo sol,
O verso se perdendo em tal farol
A luta sem sentido me avassala,
Resumo o quanto posso e nada cala
Num átimo mergulho em arrebol
E bebo do que possa quando em prol
Da vida que buscara na ante-sala.
O medo se traduz em lavras, erros
E os dias são apenas meus desterros
Jogados pelos ermos do caminho.
O tanto que pudera e nunca houvera
A solidão traduz a sorte fera,
E mostra o quanto eu possa ser daninho.


5


Não quero acreditar noutra vertente
Nem mesmo mergulhar na que persiste
O meu olhar se molda amargo e triste
Por mais que nova luz inda se tente,
O quanto se procura e se apresente,
No fim apenas morre e não resiste
E tento caminhar, o sonho em riste
Marcado pela sorte inconsequente,
O fim de tudo traz esta certeza
Da vida sem saber qualquer surpresa
Senão o mesmo engano de um passado
Jogado sobre as pedras e rochedos,
Tentara adivinhar vários segredos,
Mas vejo apenas morte lado a lado.

6


Num átimo o mergulho em tons suaves
Aonde corações desejam sonho,
O quanto na verdade me proponho
Explode em dimensões diversas, naves.
E apenas vejo restos ou entraves
De um tempo mais audaz, rude e medonho,
Somente o meu caminho decomponho
E nisto não encontro velhas chaves.
Apenas entranhando este vazio
Enquanto cada passo desafio
O verso se anuncia sem noção
Do tempo que busquei e não viesse
Sequer eu poderia ter benesse
Aonde vivo inteira a maldição.

7


Apresentando apenas o meu mundo
Sem nexo, sem caminho ou dimensão,
A vida se apresenta em solidão
Nos ermos deste sonho eu me aprofundo,
O tempo se mostrara nauseabundo
E o corte se expandindo em direção
Ao quanto rege na alma a podridão
De um velho coração mais vagabundo.
Encontro cada parte do que fomos,
E sei que nos perdemos, vários gomos,
Jogados nas estradas, nas vielas
E sei do quanto possa acreditar
Embora noutra sorte a desnudar,
Mentiras quase críveis me revelas.

8



Vivendo por viver cada momento
Aonde nada mais pudesse ter
Senão a mesma sorte a se colher
Enquanto já se espalha em forte vento,
O tanto que produza o sentimento,
O mundo noutro ponto me faz ver
Da solidão que tento recolher
Guardando dentro da alma o sofrimento.
Alheio ao que pudera e mesmo assim
Traçando desde agora o ledo fim
De quem se imaginou bem mais capaz,
O verso se anuncia e se apresenta
Na foz desta existência virulenta
Apenas, tão somente vã, mordaz.


9


Não tento acreditar em novos dias
Sabendo estarem mortos os que há tanto
Pudera imaginar e não garanto
Senão no quanto teimas e querias,
Vagando entre diversas fantasias
O mundo se regendo em ledo espanto,
O verso sem sentido traz o pranto
E mata as minhas rudes alegrias.
Podando com certeza cada sonho,
O quanto deste todo ora proponho
Não traz sequer um sol onde quisera
Viver amanhecer sem ser brumoso,
E o rumo desenhado, pedregoso,
Demonstra a vida amara ou insincera.


10

Agradecendo o quanto a vida traz
Sementes espalhadas pelo solo,
E quando cada passo em luz assolo
Do todo na verdade sou capaz,
A vida muitas vezes busca a paz
E mesmo que se mostre sem o dolo,
Transcorre no vazio e mata o colo
Que tanto procurara e satisfaz.
Gerando apenas isso: solidão
Os erros desta vida são atrozes,
E busco sem sentido minhas vozes
Tentando adivinhar a direção
Do passo que não veio e não viria,
Matando desde sempre a fantasia.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quanto tempo poderia a sorte ser diversa
Do todo desejado e quando desconversa
Remete ao que vivi e nada mais terei
Sabendo que o passado inteiro eu entranhei,
A vida se moldando embora mais perversa
Além da cordilheira em vagas noites versa
E trama o que seria apenas uma lei
No tanto quanto possa e não mais esperei,
Respaldos do que trago em tons sutis e rudes,
Mas sei quando em verdade apenas desiludes
Marcando com ferrenha e torpe dimensão
As tramas onde envolvo a mera sensação
Do que pudesse tanto e jamais desejara
Embora a solidão, expressa a voz amara.


Durante muito tempo em volta do que tive
Ainda que esperança, inútil tom cative
Encontro tais sinais do que se fez em vida
E agora noutro tom aguarda a despedida,
E bebo cada sonho enquanto mal estive
Na luta contra a qual uma alma já convive
Sabendo do cenário e desta ora partida
Aonde o que se vê presume uma saída,
Embora tanta vez o mundo se anuncie
Na força sem igual que possa e propicie
Alguma sorte além do tanto que pudera
Vencer numa tocaia a sorte em leda fera,
Agindo de tal forma o medo sobrepuja
Pintando da esperança, a mera garatuja.


Encontrei no passado os meus anseios tantos
E vi quanto tenaz o passo em desencantos
Vestindo a fantasia outrora mais sutil,
E o todo noutro instante aos poucos dividiu
Meu mundo sem saber aonde em raros cantos
Pudesse me mostrar além de vagos prantos,
O rumo sem sentido e o quanto o sonho é vil
E tento desvendar um passo tão gentil.
Ocasionando a queda em vagas caminhadas
Percebo quão cruéis as curvas desenhadas
Nas tramas onde o todo aos poucos se perdendo,
Deixando invés de sonho apenas um remendo
E o tempo não traria ainda o quanto possa,
Na luta que sei tanto ao fundo ser só nossa.

Jargões dizem da vida envolta em medos, quando
O tempo se transforma e tudo transmudando
Expressa a solidão, audaciosamente
E o corpo se evadindo, encontra o quanto mente.
A sorte desejada em ledo contrabando,
O canto anunciado, o mundo desabando
E o peso se soltando aonde plenamente
O corte se aprofunda e mata em tom premente
O fim do meu anseio em versos e temores,
Ainda sem saber sequer por onde fores
Tentando adivinhar o que não mais veria,
Ousando ter nas mãos, a mera fantasia,
Do todo sem proveito e o caos dentro de mim,
A vida determina; aos poucos o seu fim.


Nascido no vazio e filho do não ser
Apenas concebendo o quanto em desprazer
Pudesse desenhar em noite desumana,
O passo sem sentido; aos poucos já me dana.
E quantas vezes; tento um claro amanhecer
Sem nada mais sentir tampouco reviver
A vida se transcorre em dores, cega e insana
Palavra que apascenta agora desengana
O verso sem sentido e o tempo sem razão
A sorte se perdendo em rude dimensão,
Já não me caberia ou mesmo se tivesse
A luta não traria enfim a rara messe
De quem se fez aquém do quanto em tal poeira
Somente sem destino, afastando se esgueira.


Não tive melhor sorte e seguindo o caminho
Que leva à solidão enquanto em vão me alinho
Bebendo cada gole espúrio deste fel
Aonde quis somente um novo e claro céu,
O tempo mais atroz, audaz, quanto daninho
Encontra em meu rosal apenas vago espinho
E o corte se aprofunda, apenas mais cruel.
Não tenho solução e se tivesse? Nada.
A mesa já demonstra a carta antes marcada
E o vento leva além o quanto esperaria
Matando em nascedouro a mera fantasia.
O mundo sem saber do quanto posso ou tente,
Traduz o meu anseio, um mero penitente.


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Durante o que eu pensara em ser tranquila sorte
O zéfiro domina e sendo extenso e forte,
Traduz o quanto pude e mais não poderia
Viver o que sonhei em clara calmaria,
No tanto quanto pude enquanto me comporte
A vida se procura e tento num suporte
Vestir o que me cabe onde eu não mais teria
O tempo mais audaz em noite tão sombria
E nada do caminho envolto em cada instante
Aonde o que se possa em nada se garante,
Vivendo simplesmente o quanto ainda resta
A face da verdade, embora mais funesta
Expressa o temporal e nele me entranhando
Um canto aonde o quis suave e até mais brando.


Negando cada passo aonde pude ver
O tempo sem sentido e o canto a se perder
Nas tramas desta noite envolta em raras brumas,
Porquanto nada mais enquanto além tu rumas.
Ousara novamente a cada amanhecer
No encanto que a verdade espreita e sem se ter
Olhando para o mar, são fores as espumas
E nisto enveredando aonde não te aprumas.
Errático cometa, a vida não tem dono,
Revela cada passo imagem de abandono
E num momento atroz já não mais se consegue
Viver felicidade e o quanto a sorte regue
Tentando na colheita a rara florescência
Do tempo que sonhei; agora em decadência.


Num mundo aonde o corte expressa algum sentido
O verso se anuncia e sinto desvalido
Apenas o que trago, imensa solidão,
Marcando passo a passo, a rude dimensão.
O quanto te queira; o mundo resumido
O sonho sem proveito e o vento ora perdido.
A lenta face exposta em rude exposição
Aonde quis um vento, a vida em viração.
O manto sem valia, o que valera ao menos
Trouxesse dias tais, envolto em mais amenos
Anseios da verdade ou mesmo do querer,
Trazendo sem proveito o passo a se perder.
Não tive outra razão senão a mesma fúria
Que gera dentro da alma apenas esta incúria.



Porém a vida traz em sortilégio imenso
O quanto se pudera e nada mais compenso
No verso que se mostra em rude temperança
A luta quando toca e sei porquanto avança
Expressa a solidão, e rude mesmo penso
No canto que se perde envolto em clima tenso,
Seguindo cada passo e nele esta aliança
Expressa o que pudera ainda em esperança;
Resumos de um passado sem tempo e sem futuro,
O corte mais audaz, deveras configuro
E bebo em tom medonho o pouco que restou
Do mundo onde meu sonho deveras entranhou
E nada será meu; sequer o que eu queria
Apenas o vagar da torpe fantasia.

Negar o que esta vida expressa em tons diversos
Vagando sem sentido além dos universos
Marcados pelos erros e ledos desenganos
Dos dias mais doridos, e sei quanto profanos,
Os olhos procurando em rumos mais perversos
O quanto redimira em sonhos mais dispersos,
Vestindo esta ilusão assaz contraditória
Assim eu apresento início de uma história
Talvez mera ou banal, mas sei quanto foi minha,
Vestígios que acumulo em sorte mais daninha.


ENTRONIZANDO A ESPERANÇA


Durante tanto tempo, em plena adolescência
Ousara acreditar além desta ciência
Que traça sem sentido algumas dimensões
Diversas da que tenho em mágicos clarões,
No mundo o que se perde em tanta imprevidência
Traria o que tentasse; ainda em coincidência
Falando do que possa ou mesmo em emoções
Diversas da que trago e sei quanto inda expões.
Já nada mais teria o quanto desejasse
Sabendo de antemão o ledo desenlace
Aonde saboreio o que jamais concebo,
O amor sem solução a sorte que recebo
Invariavelmente expressa o quanto outrora
Tivera num momento enquanto a vida aflora.

Uma esperança além o tempo sempre dita
E quanto mais a vida em sonhos necessita
De um porto mais suave ou mesmo mais seguro
Expressa esta emoção envolta em ar mais puro.
Depositando o verso aonde se acredita
Nas tramas mais sutis e sei do que permita
Um tempo aonde o rumo entoa o que procuro
Saltando sobre o quanto impeça este alto muro.
Ao menos cada verso expande outra versão
E molda no sentido insólita impressão
De um canto mais suave, e sei bem mais gentil,
Do quanto se pudera e mesmo se previu
Ousando acreditar nas tramas onde um dia
O tempo noutro tom diverso entoaria.


Nascendo dentro da alma esta inclemente sorte
Sem nada que pudesse ou mesmo que a conforte,
Jamais aproveitando o tempo que se vê
Na luta desenhada, às vezes sem por que,
O canto que tentara e mesmo fosse forte
Deste redemoinho, o vento não comporte
A imensidão da vida aonde o que se crê
Perdera a direção e segue e não revê
Os erros do passado, o passo aonde um dia
Pudera acreditar em mera fantasia,
Que a juventude traz; e o tempo, logo esgota
Do tanto que tentei agora já sem rota,
Apenas esperei um dia mais suave,
Porém a vida grassa o passo quando a entrave.

Crescendo de tal forma; envolto em vãos anseios
Os olhos procurando em meros devaneios
Alguma fonte enquanto o mundo se moldara
Na fúria sem sentido, atroz desta seara,
Avanço e sem pergunta, o que valem rodeios?
Adentro sem defesa os mais diversos veios
E bebo mesmo quando a vida mais amara
Aos poucos se traduz enquanto desprepara.
Depois de certo tempo, o que resume o fato
Traduz o que me verdade eu perco e mal constato,
Gerando tão somente a sorte que não traz
Sequer o que pudesse e tento ser audaz,
Mas sei que com certeza o vento se esvaindo
Expressa o sofrimento, em rude mar infindo.

Nascendo desta aurora, um novo e iridescente
Cenário poderia e quando se apresente
Transcende ao quanto quis e nada mais tivera
A luta sem sentido, a face mais austera.
O corpo delicado a rota, o sonho e a mente
Ainda que decerto o encanto ora frequente
Marcando com ternura a voz mansa e sincera,
Mas nada disso expressa ainda a primavera.
Um gole de café, a sala, a mesa, a broa,
A vida noutro tom, a sorte ainda ecoa
Nos olhos de quem sente embora nada veja,
O mundo se aproxima e sinto em tal peleja
A rústica montanha envolta em brumas tais
Matando o quanto quis em sonhos magistrais.

Não pude e não teria a sorte que buscava,
O verso sem proveito a vida em fúria e lava,
A senda mais atroz e a mocidade morta,
Ao menos a ilusão abrira alguma porta,
Mas nada do que possa uma alma sendo escrava
Enquanto o passo além, o tempo aquieta e trava
Já nada mais teria e o quanto a sorte aborta
Expressa a solidão e nisto se comporta,
Qual fora a delicada e rude dimensão,
Da vida sem mais nada, envolta em solidão.
Aprendo com a dor e disto até me orgulho,
O mundo se anuncia a cada pedregulho
E nesta nova face os medos e as palavras
Ousando acreditar nas renováveis lavras.



A mocidade perde o que fora razão
E segue em noite escura, em volta da emoção
Jogada pelo canto embora tente crer
O quanto a vida traga envolto num prazer
O rumo mais audaz e nele esta amplidão
Expressa tão somente o tempo amargo e vão.
Depois de tanta luta; infausto caminhar
Envolto no vazio e possa me entranhar
Somente no que resta em rude senso crítico,
E vendo o que pudera em tom quase analítico
O tísico poeta agora já não segue
Nem mesmo a claridade insólita consegue
E vaga noutro caos envolto em plena bruma,
E sabe do que explode enquanto além se esfuma.

Mas pude acreditar durante algum momento
No quanto ainda resta ou mesmo busco e invento
Cerceios de uma vida em tom duro e fugaz,
O rumo se desenha e deixa para trás
O quanto poderia e nesse vão lamento
O canto que se ouvira, apenas sofrimento,
Expressa o que tentara e sendo mais mordaz
O mundo na verdade a morte cedo traz.
E nada do que um dia ousara ser diverso
Do canto aonde eu pude e sei deste disperso
Cenário já perdido ou mesmo por perder,
No quanto desejei apenas o viver.

Esperança decerto, amiga derradeira
Acolhe cada passo e nisto a sorte esgueira
Vagando sem um traço ou mesmo a dimensão
Do rústico cenário envolto na emoção
Jogada pela rua e nada mais se queira
Somente a luta amarga, e sei ser derradeira,
Noviço sentimento envolve o coração
E traz a cada queda o tom desta ilusão,
Jangada enfrenta o mar e sabe deste porto
Distante do que tento e bebo o semimorto
Cenário aonde a vida esboça a insensatez
Tramando o quanto a sorte, aos poucos já desfez.

Mas tendo esta vontade e nela o meu arrimo,
O quanto tento e vejo, ainda quando exprimo
Em verso mais sutil ou mesmo delicado,
No fundo o meu caminho há tanto destroçado
Olhando para a vida, em volta deste cimo,
O quanto não mais tenho, apenas mal suprimo
Esbarro no vazio e bebo o derrotado
Cenário sem proveito há muito derrotado.
E posso acreditar no fim que se anuncia
Matando pouco a pouco a leda fantasia
De quem quisera tanto e nada mais tivera
Apenas a palavra atroz, rude quimera.
O vento se perdendo em turbilhão e medo,
Aos braços do não ser, agora, enfim concedo.


Noite tempestuosa, em rude solidão
As trevas mais venais e o mundo em negação
Perdendo a direção seguindo sem sentido
O quanto de minha alma traduz o presumido
E agora se esvaindo, atroz embarcação
Que segue em mocidade, ausente algum timão,
E o tempo se perdendo em brumas; desvalido,
Já não encontro mais meu rumo: está perdido.
O vento toma todo este cenário e sigo
Tentando ao menos ter, ao fim algum abrigo
E sei que na verdade o mundo se esvaíra
Nas tramas duras, vis, mordazes da mentira.
E o velho camarada agora sem paragem
Em torno do que sonha, expressa uma miragem

Esperança fugaz, e mesmo reticente
Moldando o que pudera e nada se apresente
Senão a mesma face autoritária e rude
Do quanto mais quisera a morta juventude,
O todo que se perde; o nada que se sente
O verso sem sentido, o tempo, este inclemente.
Ousei acreditar além do que eu já pude
E nada poderia ou mesmo até transmude
O rumo onde se segue o fogo ora inclemente.
E tantas noites vãs repetem mesmo engano,
A cada nova etapa, aumenta o velho dano,
E o medo de seguir domina este cenário,
O ser que se isolasse, apenas solitário,
Ausenta da esperança e morre a cada dia.
Assim como morrera há muito a fantasia.

A primavera traz nos olhos a esperança
Da frutificação e após, enquanto avança
A vívida impressão quem sabe de colheita,
Mas quando na verdade o tempo numa espreita
Expressa a fúria intensa e aponta a velha lança
Matando em nascedouro a frágil confiança
O quanto se permite e nada mais aceita
Senão qual turvo corte em rota atroz e estreita.
O tempo passa e quando eu vejo o mesmo estio,
A primavera morta e campo onde desfio
Sem florescência alguma, apenas aridez,
O tanto quanto eu pude; aos poucos se desfez
Gerando sem sentido o tempo enclausurando
Um ar rude e pesado, ao mesmo tempo infando.


Não pude imaginar o fim desta estação
Apenas no vazio e sem a dimensão
De um novo renascer, aonde não florira
Aos poucos se desenha a face da mentira
E nisto o que pudera em luzes, ser verão,
Transforma qualquer sonho em mera solidão,
E a mágica expressão, deveras se retira,
Imola-se o apogeu negando a frágil pira.
O quanto poderia e nada mais se vendo
Expressa o quanto quis, e vejo após, horrendo,
Abortos da esperança aonde eu pude crer
Num tempo vigoroso em raro amanhecer.
Deixada a primavera, o quanto esperaria?
Se desde muito cedo o tempo nublaria?