sábado, 28 de maio de 2011

1

Se eu pudesse simplesmente
Encontrar a tradução
Do que possa em dimensão
Tão diversa num repente
Outro tanto que se invente
Procurando a direção
Dos caminhos que virão
Envolvendo o tom frequente
Das masmorras da esperança
Onde o nada se entranhando
Leva ao verso que se lança
Noutro tanto mesmo quando
O que gere confiança
Pouco a pouco destoando.

2

Já não traga melhor sorte
O que possa ser diverso
Do caminho que comporte
Cada sonho ou louco verso
A verdade não aporte
Outro tempo mais disperso
Do que possa em ledo norte
Ou decerto desconverso,
Vejo apenas o vazio
Que traduza o dia a dia
A vereda desafio
E se possa moldaria
Procurando em cada fio
O que possa a fantasia.

3


Nada tenho dentro em mim
Que falasse do passado
E se tento ou mesmo vim
Desta forma já me evado,
O momento chega ao fim
E mergulho neste enfado
O tormento diz que enfim
Não serei tão desolado.
Versifico o quanto possa
E procuro nesta areia
A certeza que foi nossa
E o vazio ora rodeia
Encontrando mera troça
Quando o sol já me incendeia.

4


Sigo angustiadamente
Lancetado pelo medo
E se possa e não desmente
Minha vida ora concedo
Inda vejo esta semente
Onde o todo que procedo
Traz apenas em tal mente
A vontade noutro enredo.
Justifico cada passo
E procuro nova luz
O momento que inda traço
Leva ao quanto reproduz
O caminho em mim desfaço
E ao vazio eu faço jus.

5

São palavras, nada mais
O que pude de tal forma
Na verdade os temporais
Onde a vida se transforma
Procurasse qualquer cais
Ou seguisse antiga norma
Nos cenários desiguais
A palavra nos deforma,
A certeza não combina
E deveras não combate
O que fora cristalina
Sensação de mero abate
Onde há sorte e me fascina
Esperança diz resgate.

6


Já não vejo como esteja
O que tento acreditar
Na palavra que se almeja
Ou nos sonhos de um luar,
Pouco a pouco esta peleja
Possa em nada desvendar
O que fora e se deseja
Noutro tom, rumo e lugar,
Visto o quanto poderia
Noutro canto ter somente
O meu mundo em agonia
A incerteza não desmente
Numa noite amarga e fria
O tormento se pressente.

7


Beijo o sonho e na morena
A certeza realizada
A palavra que serena
Traz a sorte emoldurada
No que tanto fora amena
A verdade desejada
O caminho se condena
Ou traduz a velha estrada
Nada tento contra tudo
E se possa como eu quis
O momento onde me iludo
Superando a cicatriz
Quando tento e tanto mudo
Não me faço mais feliz.

8

Resta apenas o que trago
Neste olhar em busca vã
O que possa num afago
Traz a sorte tão malsã
No teu colo hoje divago
E fazendo-o meu divã
Cada sonho antigo; o apago
Num amor sem amanhã.
Tento crer na liberdade
E deveras não consigo,
Onde o tempo se degrade
Encontrando o velho abrigo
Superando qualquer grade
Separando joio e trigo.

9


Liberdade trama a luz
Que pudesse em meu caminho
Quando o tempo nos conduz
Na verdade se mesquinho
Combinando faço jus
Ao que possa em desalinho
Navegando não me pus
Nem pudera no teu ninho.
Versejando sem descanso
O meu prazo determina
O que possa e não alcanço
Quando a sorte, dita e sina
Traz o canto outrora manso
Hoje em voz rude assassina.

10


Tendo na alma este deserto
Que cultivo a cada queda
A palavra não acerto
O momento se segreda
Na verdade o templo aberto
Traz a rústica moeda
E se possa e já desperto
Noutro tanto a vida veda,
Enveredo neste espaço
Que espolia cada instante
Deste anseio que ora traço
No final nada garante
Tão somente o meu cansaço
Ou o quanto se adiante.

11


Nada tenho mais de meu
Nem teria se pudesse,
A incerteza em apogeu
A mortalha já se tece
O caminho se perdeu
No cenário em tal benesse
E o que possa se esqueceu
Ou também ora enlouquece.
Vagamente tendo a sorte
Que pudera vez em quando
O meu mundo me conforte
Mesmo quando desabando
Faz do canto o novo forte
Enfrentando o velho bando.

12

Já não posso mais lutar
Contra os erros da razão
A vontade a desfilar
No final esta emoção
O caminho a divagar
Sobre os tempos que virão
Outro céu, novo luar
Nesta rude escuridão
A incerteza me domina
E não traz um só caminho
Quando a sorte é cristalina
Prosseguindo mais sozinho
A loucura desatina
E meu passo é tão mesquinho.

13


São terríveis os enganos
Que deveras tu trouxeste
Neste sonho tantos danos
Velho solo mais agreste
E se possa em novos planos
A vereda se reveste
Dos momentos mais insanos
Ou do tempo em paz, celeste.
Simplesmente o que te trago
Trama o quanto nada tem,
O momento onde divago
Traz o medo e tudo bem,
Vou seguindo e se me alago
Procurasse novo alguém.

14

Regiamente desenhando
O meu tempo de viver
No que possa em contrabando
Mesmo até me convencer
Do momento mais infando
Que pudera conceber
No cenário desde quando
Ensinaste o perceber.
O meu tempo se esvaíra
Noutro tempo tão diverso
E se trago esta mentira
Noutro canto também verso
E se possa ou interfira
Sem razões eu desconverso.

15

Num momento feroz em tempestade
A vontade de ser quem mais pudera
Desenhando a verdade em rude fera
Ou talvez tendo enfim felicidade,
O meu tempo deveras à vontade
Não traduz o que fora longa espera
A incerteza domina e destempera
Mesmo quando a loucura nos agrade.
Não quisera sentir o quanto pude
Na palavra que tanto desilude
O meu barco garante qualquer porto,
Mas não sabe sequer o que virá
A vontade desenha desde já
O cenário tão vago de um aborto.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

1

O momento mais fugaz
Traça apenas solidão
E se vejo desde então
O que a vida ora desfaz
Noutro tempo tento a paz
E se possa em tal versão
Ver a mesma dimensão
Do meu passo mais audaz,
Nada mais teria quando
O meu mundo se disfarça
E talvez já desabando
O que fora outrora a farsa
Quantas vezes noite rude
Traz o quanto agora ilude.

2


Não se tente pelo menos
Desejar outro cenário
Sigo em tempo temerário
Ou talvez dias amenos,
Envolvendo nos venenos
O meu canto em sonho vário
Trago olhar imaginário
Entre engodos, mesmo plenos.
Variando em cada fato
Onde pude ser feliz
O que quer e já retrato
Mal resgata o quanto eu quis
E se possa e não constato,
Resta na alma a cicatriz.

3


Nada mais pudesse ver
Ou talvez inda restasse
A verdade noutro impasse
Onde possa recolher
A incerteza de viver
Em temido desenlace
Ou se mostre a velha face
Que me faça renascer,
Vejo apenas no futuro
O que tanto em vão procuro
E desenho logo após
Resoluto cavaleiro
Que vivesse o derradeiro
Caminhar em ledos nós.

4

Outro tanto se desdenha
Quando a vida trama a sorte
Tão diversa que comporte
Emoção que não mais venha
A incerteza desta ordenha
A vontade nos aporte
Deste tanto que se importe
Com o quanto não convenha.
Régio tom em nova estada
A notícia se espalhando
Onde possa demonstrada
A noção de um tempo brando
Geração do mesmo nada
Noutro tom se desenhando.

5

Nada trago de outros dias
Entre enganos mais frequentes
E se tanto agora sentes
O que sei em sintonias
Tão diversas, e querias
O que possa e mesmo ausentes
Dos instantes eloqüentes
Entre enganos, fantasia.
Contrarresta esta verdade
Feita em duro desengano
O que mude cada plano
Noutro tempo se degrade
A versão moldando o dano
Onde o todo desagrade.

6


Navegando em eloquência
Ou tentando melhor sorte
A verdade não conforte
Quem se mostra em anuência
Outro passo dá ciência
Do caminho em vida ou morte
Da janela o que se importe
Traz a mera coincidência.
Novamente quero o fato
Que deveras já constato
Resumindo o meu passado,
Noutro tempo que se veja
A palavra diz peleja
E meu sonho o velho brado.

7


Nada mais pudesse até
Quando a vida se desenha
E se trama em rude fé
O que possa e não mais venha
E talvez por quem em pé
Trace o quanto não contenha
A verdade diz quem é
E se molda em nova senha.
Dos entraves costumeiros
Outros tomam os canteiros
E anunciam este fim,
O meu verso sem segredo
O caminho que concedo
Traz a morte dentro em mim.

8

O meu tempo se esvaíra
Nas tormentas costumeiras
E se tanto quanto queiras
Trazes na alma esta mentira
A incerteza que interfira
Derrubando tais barreiras
Entre tantas derradeiras
O meu mundo ledo gira
Nada tendo mais de meu
O que fora não voltara
O meu canto se perdeu
Na ferida, dura escara,
O momento em apogeu
A verdade se escancara.

9


Nada mais do que pudesse
Ter nas mãos inutilmente,
A verdade que apresente
Outro tempo dita a prece
E se a sorte se merece
Ou deveras também mente
O que possa longamente
Noutro engodo se confesse,
Não teria qualquer sorte
Quem se faz tão arrogante
A palavra que conforte
No vazio se garante
E produz o ledo norte
Que seguimos doravante.

10

Romanesco caminhar
Entre sendas mais diversas
Ou se possas e dispersas
O que tanto faz sonhar,
Só queria este luar
E deveras quando versas
As palavras vão imersas
Neste longo delirar
O meu mundo se perdendo
Noutro tom ou mesmo após
O que possa ser horrendo
Ou quem sabe em tom atroz
Novamente ora prevendo
A passada mais veloz.

11

Numa sorte diversa e sem limites
O caminho traduz a imperfeição
Outros dias deveras nos verão
Mesmo quando em vazio te permites
O que possa e decerto necessites
Traz da morte a perfeita dimensão
Ouso até presumir no mesmo não
O que vejo e talvez não acredites,
A senzala que tanto conheci,
O momento em loucura e frenesi
O meu verso se perde num instante
E não tento seguir rumo diverso
O cenário que em paz já não disperso
Outro fato por certo se garante.

12


Outra vez mal desejara
Qualquer sonho que não veio
E seguindo sem rodeio
O caminho se prepara
Lua bela e noite clara
Nada mais tento ou receio
Da esperança em tom alheio
O que possa e se escancara
Versejando impunemente
O que tantas vezes tente
Desenhasse uma paragem
Meu anseio; não mais pude
Mesmo sendo a vida rude
E emoção, mera miragem.

13


Quando a sorte se pondera
E presume novo fim
Desabando tudo em mim
A palavra mais austera
O caminho que se espera
O momento tão ruim
O vazio dita enfim
O final da primavera.
Num ocaso sem proveito
O que possa e não aceito
Trama a voz em dor e tédio
Já não sigo mansamente
Onde quer que se apresente
A ilusão em livre assédio.

14

Nada mais teria quando
A verdade se apresenta
Enfrentar outra tormenta
Ou no quanto desabando
A ilusão se transformando
Numa senda mais sangrenta
A palavra virulenta
Outro tempo renegando.
O meu verso se aproxima
Do que possa imaginar
E se vejo em velha estima
O que tente desenhar
Nada mais moldasse o clima
Que buscara a divagar.

15

Num caminho insensato e tão atroz
Nada resta do quanto poderia
A palavra se mostra em agonia
O meu mundo não tendo nada após
A esperança ditando em rude voz
A certeza que nada mais veria
Expressão da diversa poesia
Que moldara este sonho como algoz,
Um verdugo apenas, nada mais
Tanto amor se perdera no caminho,
E se agora deveras tu te esvais
No teu passo sem rumo enfim me alinho
E mergulho em temíveis temporais
Num cenário que possa ser mesquinho.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A manhã é companheira
Do que possa acreditar
Noutro tempo a divagar
Onde o rumo ora se queira
Na palavra derradeira
Numa ausência de lugar
Já cansado de lutar
Tendo o vão como bandeira
Acenando desde quando
A verdade não se cala
Outra vida emoldurando
Adentrando a minha sala
Meu caminho outrora brando
Sem sentido me avassala.

2

Sem sentido me avassala
A esperança que pudera
Traduzir além da fera
O que possa e nada fala
Aportando em rara gala
Superando a velha espera
O que tanto degenera
Respeitando a viva escala
Dos enganos mais frequentes
Onde siga sendo rude
E se tanto agora tentes
O caminho onde se ilude
Na verdade não inventes
Outra amarga juventude.

3


Outra amarga juventude
Mostra a face tentadora
De quem sempre segue e fora
Na expressão que nada mude,
Ouso ver nesta atitude
O que possa a sonhadora
Sensação tão redentora
Onde o tanto nunca pude,
Versos soltos sigo ao vento
E procuro algum descanso
Mesmo quando alheio eu tento
E deveras não alcanço
Prosseguindo em sofrimento
Só querendo algum remanso.

4


Só querendo algum remanso
Que pudera me trazer
Outro sonho enquanto lanço
O meu canto a se perder
Já não levo qualquer ranço
Do que pude conceber
E se tento e ora balanço
Nova queda posso ver,
Resumindo cada fato
Nada mais trouxesse enquanto
O meu mundo que constato
Traz apenas desencanto
Se meu sonho ora resgato
Noutro rumo eu me garanto.

5

Noutro rumo eu me garanto
E pudesse sempre assim
O que trago dentro em mim
Geraria algum espanto
Onde o todo quis e tanto
Noutro traço quando eu vim
Expressasse sempre o fim
Que deveras adianto,
Não teria solução
Nem sequer outro momento
Nesta luta mesmo em vão
O caminho que fomento
Traz em nova dimensão
Muito além de um sentimento.

6


Muito além de um sentimento
A incerteza dita a sorte
E deveras não conforte
O que insano sempre tento,
Expressando contra o vento
Este tanto que suporte
O vazio deste corte
O meu velho sofrimento,
Nada pude e nem teria
Nem sequer a paz que siga
O meu canto em alegria
Numa voz imensa e amiga,
Outro tempo não veria
Mesmo quando em dor prossiga.


7

Mesmo quando em dor prossiga
A verdade traz o quanto
Noutro fato onde me espanto
Revivesse cada viga
A palavra que não diga
O momento em que garanto
A certeza deste pranto
Que decerto desabriga,
O meu verso se perdera
Noutro tanto ou mesmo quase
O que agora concebera
Trama o quanto a vida abrase
A expressão que se tecera
Na surpresa de outra fase.

8

Na surpresa de outra fase
O meu verso em desafeto
Onde quer que não se embase
Traz o tempo predileto
E gerando o quanto atrase
Noutro rumo eu me completo
Ou versando em cada frase
Do momento antes dileto.
Nada mais pudesse então
Nem sequer a sorte em paz
A incerteza traz o não
E o tormento se desfaz
Na verdade sem senão
O meu canto nada traz.

9

O meu canto nada traz
Nem pudera desejar
O que tanto sendo audaz
Não encontra um só lugar
E o sentido não se faz
Onde pude declinar
No meu verso mais tenaz
Sem saber sequer lutar.
Sei das sendas mais atrozes
E dos dias mais sutis
Entremeio velhas vozes
Com o sonho que já quis
Os anseios são algozes
O meu verso, este infeliz.

10



O meu verso, este infeliz
Nada entende de abandono
E procuro em raro abono
Este amor que ora desfiz,
Vejo apenas cicatriz
E decerto em vão me adono
Desta noite já sem sono
Outro tempo trama o bis
De quem pôde marinheiro
Ao vagar no mundo inteiro
Na esperança de outro bem
A saudade toma a cena
E se possa e me condena
Com certeza nada vem.

11


Com certeza nada vem
E decerto não viria
Nem sequer saber de alguém
Onde viva a fantasia
E se sei o sonho tem
O que nunca mais teria
Quem vagando no desdém
Mata logo a poesia.
Mergulhando no passado
Noutro tempo mais sutil,
O que tanto agora brado,
Na verdade não previu
O meu mundo em raro enfado
Onde fora mais gentil.

12

Onde fora mais gentil
A palavra se perdendo,
O meu sonho este remendo
Que deveras se reviu
No caminho redimiu
Cada fardo mais horrendo
E sem ter um dividendo
Segue em rumo atroz e vil,
Nada tendo dentro da alma
Nem sequer o que se quer
O meu tempo não acalma
Nem quadris desta mulher
Provocando a fúria em calma
Sem me dar prazer sequer.

13

Sem me dar prazer sequer
A verdade não tramasse
Outro tempo em tom qualquer
A incerteza em desenlace
Venha logo o que vier
Noutro tom se demonstrasse
A beleza da mulher
Que moldara a nova face
De um desejo mais audaz,
Poesia determina
O que possa e já me traz
Nesta senda cristalina
O que tente e satisfaz
Aflorando em rara mina.

14


Aflorando em rara mina
A certeza se renova
E deixando determina
O que a vida ora comprova
Nada mais já me fascina
E se tento verso e trova
A verdade dita a prova
E deveras me alucina,
Nada mais que se vivesse
Outro tom jamais se queira
A palavra que volvesse
Ao momento onde se esgueira
E do sol que se tecesse
A manhã é companheira.

15


Num momento de glória no passado
Ao instante feroz que agora vejo
O tormento se mostra num lampejo
Meu caminho num tom mais elevado,
O sentido no qual decerto eu brado
Versejando nas sendas do desejo
O meu mundo deveras eu prevejo
Onde quero o cenário iluminado,
A senzala que sinto inda a carrego
No vazio de um templo sonhador
E prossigo sabendo sempre cego
Este rumo deveras feito amor,
Neste mar sem sentido que navego
Teu olhar, meu farol, o condutor.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

1

Refaz a nossa vida
Esperança sutil
Que tanto ora se viu
Sem mesmo a despedida
A luta presumida
O passo mais gentil
O verso que seguiu
A senda ora perdida,
Vestígios do passado
O tempo segue em paz
O quanto agora brado
O verso mais capaz
Do canto desolado
E nisto o sonho audaz.

2

A queda ou mesmo o medo,
Tramando a solidão
De quem tentando em vão
O quanto não concedo
Ao mundo sem segredo
Na farsa desde então
A sorte em dimensão
Diversa deste enredo.
Já nada caberia
Jazida de esperança
O quanto a vida cansa
Em torpe fantasia
Ao fim ora se lança
E nada mais veria.


3

E quando assim pudera
Além do que me cabe
O todo que desabe
A sensação sincera
Da vida em leda fera
Ou mesmo quando acabe
O quanto que não gabe
Trazendo a longa espera,
Vacância se adivinha
Na sorte que foi minha
E nada mais se trame
Na vida sem sentido
No tempo consumido
No engodo de um ditame.

4


No quanto não permita
A sorte de tal forma
Que tudo se transforma
Na senda mais maldita,
Pudesse e não repita
O que jamais informa
O passo se deforma
Tramando esta desdita.
A vida que se esgota
Perdendo cada cota
Do quanto fora além,
O prazo determina
A lenta e vaga sina
No duro e atroz desdém.

5

Ou mesmo agora aceito
Ou não pudesse crer,
Na vida deste jeito
Na ausência do querer
Vivendo o quanto em pleito
Pudesse conceber
O mundo adentra o peito,
O nada eu posso ver.
E sendo sempre assim,
O início trama o engano,
Aonde sei que vim
A sorte em novo plano
O tempo segue em mim
Tramando o rude plano.


6


O risco, o tempo atroz,
A sorte que não veio
O tempo mais feroz
O quanto em vão anseio
Seguindo até a foz
O pensamento alheio
Ao tanto quanto após
Pudesse em devaneio.
Vagando sem sentido
Sem norte em dimensão
Diversa, ora duvido
Dos sonhos que verão
Enquanto dilapido
O tempo sem razão.

7


Não tendo outro momento
Apenas poderia
Ousar enquanto tento
Vencer esta agonia
O dia que lamento
A noite amarga e fria
O verso em provimento
Ao quanto mais queria.
O tempo ora desfaz
O que deixara em luz
E nada desta paz
Ao sonho me conduz,
Deixando para trás
O que já não reluz.

8

Não vejo mais a sorte
Que tanto imaginara
E sei que me conforte
Nesta dura seara.
O medo não comporte
A vida não prepara
A luta segue forte
E gera nova escara,
Matando mansamente
O quanto ainda havia
Tomando o que se sente
Na dura alegoria
Meu verso se ressente
Na espúria poesia.

9


Tristeza diz do medo
Que tanto me entranhasse
Ousando não mais cedo
E nem mostrasse a face
Que possa no degredo
Ou mesmo num impasse,
Vagando não concedo
O sonho que se trace.
Resumo todo verso
No tanto que não veio
Seguindo sempre imerso
O tempo diz receio
E sei que me disperso
Num tom diverso, alheio.

10

E quando não se traga
A vida em liberdade
A sorte noutra plaga
O tempo se degrade,
A morte em justa paga
Ousando em claridade
Vencendo cada vaga
Da imensa tempestade.
No fim me acostumando
Ao que jamais tivera
Nem mesmo como e quando
A solidão austera
O mundo desabando
Aos poucos nada gera.

11

O tempo traz no sonho
A marca de outras sendas
E sei do que proponho
E mesmo além desvendas
O tanto mais risonho
Momento onde te estendas
Vagando onde proponho
A sorte em simples tendas.
Não pude com certeza
Vencer o dia a dia
E pondo sobre a mesa
O pouco que cabia
Mergulho em correnteza
E tento a fantasia…

12

O vasto caminhar
Durante a noite escura
Já não tendo lugar
Um porto em paz procura
E sei do imaginar
Além desta loucura
Pudesse desenhar
A sorte mais segura,
O verso não segreda
O quanto pude outrora
Preparo para a queda
Que tanto já se aflora
E a morte se envereda
Tomando sem demora.

13

Agora sem saber
O quanto poderia
A vida sem prazer
O tempo em agonia
Vivendo em teu poder
A sorte não veria
O quanto posso crer,
Decerto ainda havia.
Meu tempo se transforma
E bebo cada gota
A luta em cada forma
Tramando a bancarrota
A senda se deforma
Agora a vejo rota.


14


O fim já reproduz
Imagem de outras eras
Aonde degeneras
Ou negas; plena luz
O tempo traz a cruz
E tanto quanto esperas
Marcantes primaveras
O sonho não seduz,
Vencido pelo ocaso
Traçando cada engano
O mundo dita o prazo
E enfim sempre me dano,
Gerando o velho atraso,
Matando um vento insano.

15


No jamais que inda tivesse
A palavra mais sutil
O cenário que se viu
Não traria esta benesse,
O que possa e já me apresse
O tormento atroz e vil
Ou o vento mais gentil
No que a sorte se obedece.
Cada farsa representa
Nascedouro de outra farsa
A palavra desatenta
Outro tempo não disfarça
Muito embora o que se tenta
Traz a vida sempre esparsa.

terça-feira, 24 de maio de 2011

1

Desenganos permitem aprender
Os erros nos ensinam muito mais
Que os dias tão comuns, mornos, banais
Sem ter qualquer espécie de prazer,
Seguindo tão somente por viver
E sem coragem frente aos vendavais
As horas se repetem, são iguais
E nisto se perdendo algum querer,
Insisto no caminho que me traga
A imensa sensação da vaga plaga
Distante de meus braços, noutro tom,
A luta se emoldura no vazio
O quanto possa mesmo desafio
Ouvindo dos engodos claro som.

2

Que nem sempre teremos afeição
Por tanto quanto a vida nos maltrata
A sorte no final se torna ingrata
Marcando com tormenta a direção
Dos dias que deveras moldarão
A velha sensação que se resgata
Na fonte que ilusão já desbarata
Tramando a mesma farsa em solidão.
Não pude adivinhar aonde o tempo
Vencendo qualquer medo ou contratempo
Trouxera a dimensão de um novo sol,
A luta se desenha sem descanso
O que mais desejava; eu não alcanço
Ousando na esperança, um vão farol.

3

Embora uma amizade traga tanto
Podendo transformar o dia a dia,
O tempo noutro instante não viria
Ousar no mais suave e doce canto.
Aonde com certeza desencanto
O sonho desenhado em luz sombria
Gerando dentro da alma esta utopia
Que ao fim de certo tempo mal garanto.
Escuto a voz do vento me clamando
O amor que desejara bem mais brando
Apenas desfolhando em outonais.
Meu verso não traduz felicidade
O quanto em agonia se degrade
Trazendo tão somente o nunca mais.

4

Tantas vezes ganhamos em perder
O rumo mais atroz ou mesmo fero,
Apenas traduzindo o que ora espero
A sorte dominando inteiro o ser.
Já não pudera nada conceber
E sendo de tal forma mais sincero
Meu verso noutro tempo degenero
E o rumo pouco a pouco a se perder.
Não tive melhor sorte nem pudesse
O tempo desenhando a rude prece
Que a vida nos ensina amortalhando
O quanto poderia ser feliz
Agora traz somente o que não quis
Tornando o dia a dia mais infando.

5

Melhor caminho livre sem enganos,
Quem sabe no final já se pressinta
E sei da solidão que traz em tinta
Algozes e momentos entre danos.
Os dias se repetem, são insanos,
A fúria que julgara morta, extinta
Ainda quando muito nada sinta
Caminhos são deveras desumanos.
Ousando acreditar noutro cenário
O verso se moldando solitário
O tanto quanto quis e nada veio.
Somente traduzisse nova mente
E o passo dia a dia não desmente
O todo que procuro em devaneio.

6


Tropeços fazem parte desta vida;
Mas nada que me impeça a caminhada
Vagando pelos ermos desta estrada
Que há tanto imaginara enfim perdida.
A sorte noutro tempo não duvida
E gera após o sonho o quase nada
A faca sendo além desafiada
A morte se presume, despedida.
Vencendo o que pudesse ser diverso
Do quanto na verdade teimo e verso
Tentando acreditar no que não seja
Além do meu caminho ora se espalha
A furiosa senda em tal batalha
Na eterna sensação, morte e peleja.

7



Amizade que se foi noutro momento
Deixando para trás o quanto havia
Agora se explodindo em agonia
Apenas trama o quanto ora lamento,
Se a vida me permite o quanto alento
Marcando o tempo em dura fantasia
A morte se aproxima e não teria
Sequer uma esperança, um sentimento.
Ocaso de uma senda aonde há tanto
Quisera e na verdade até garanto
Sonhara ser possível nova luz,
Mas quando se anuncia este vazio
O tempo noutro tempo não adio
E o quanto nunca fora em vão reluz.

8

Não cabe no futuro esta esperança
Que tanto poderia me alentar
E sei quando perdido a se negar
O mundo no vazio ora se lança
E perde a direção e nada alcança
Vagando sem sequer onde aportar
A luta se anuncia num vagar
Tramando o que pudera em tal mudança,
Resumos de outras eras dentro em nós
O quanto se anuncia logo após
Regendo com temor esta ilusão,
Meu canto não teria a lira exata
A sorte tantas vezes nos maltrata
Ao deformar decerto este timão.

9


Amigo que não sabe que o perdão
Deveras se mostrara ser o rumo
Aonde o coração em firme prumo
Expande o quanto possa em solução.
Embora a própria vida diga não
Essencialmente o sonho que consumo
Trazendo toda a luz quando a presumo
Ousando acreditar noutro senão.
A luta após a queda não se trava
Uma alma se explodindo traz em lava
Apenas o que pude resgatar
Das ânsias de um passado tão distante
Somente este cenário se garante
Moldando a minha morte em avatar.


10


Portanto não conhece pleno amor
Quem trama o medo e mostra esta incerteza
A vida se desenha sem surpresa
Cenário tão sutil em multicor,
A sorte que pudera um refletor
Expondo cada carta sobre a mesa
A senda mais audaz, agora é presa
Do quanto poderia em tanta dor.
Expresso com meu verso o quanto quis
Depois de certo tempo ser feliz
E a vida não trouxera mais a paz.
O preço a se pagar não mais importa
Abrindo com certeza cada porta
O quanto imaginei já se desfaz.

11


Em vida destilando seu veneno
O amor não mais pudera ser assim,
Trazendo dentro da alma a morte enfim
Ousando acreditar no que condeno.
O sonho se mostrara quase pleno
O tempo traz o nada de onde eu vim,
E sei do quanto possa sem em mim
Haver o que inda fosse mais ameno.
Resumos de outras eras, nada além
E sei quanta esperança me contém
Vagando pelas ruas noite afora,
Depois de ter nas mãos o mesmo nada
A fonte tantas vezes desejada
No engodo costumeiro, em dor se aflora.

12



Depois de tanto mel, vem amargar
O sonho quando pude ter nas mãos
Os dias sem tormentas, erros vãos
E nada se moldando sem marcar
O tempo na verdade a se mostrar
Matando com certeza velhos grãos
Ousando ser além dos tantos nãos
Que a sorte mal pudera imaginar.
Vacante coração ditando o norte
De quem tanto pudera e não comporte
Sequer a menor chance de beber
Um gole desta doce fantasia
Que há tanto noutro engano moldaria
O quanto não consigo perceber.

13




Quem fora companheiro, nos traindo,
Gerasse a turbulência que nos rege
O passo desta turba; súcia herege
Deixando este cenário morto e findo.
O tempo noutro engano se esvaindo
A sorte na verdade não elege
Quem tanto em ilusões já se protege
O engodo de tal sorte presumindo.
Não quero acreditar e não viria
Viver dentro do sonho a fantasia
Sutil que se perdera pouco a pouco,
A vida se desenha em dura venda
E quando a solidão além se estenda
Sem ter qualquer apoio eu me treslouco.

14



Nos mostra quanto a vida é tão instável;
O fato que talvez inda resuma
O engano além da mera e vaga espuma,
Tormento trama a vida ora intragável,
O encanto se mostrara então mutável
E nada do que possa me acostuma
Aos dias onde o todo ora se esfuma
E molda este caminho intolerável.
Não quero simplesmente o desengano,
Apenas se me perco e enfim me dano
Expresso com as lágrimas a queda,
A luta se anuncia em passo falso
E o sonho preparando o cadafalso
Aonde o dia a dia se envereda.

15




Amizade, nem sempre é presumida
Nas tramas mais diversas do que tive
Ousando na palavra não retive
Sequer uma ilusão a mais na vida,
Apátrida emoção tão consumida
A luta nos meus braços não contive
E sei desta emoção que sobrevive
A todo o sentimento, nossa ermida.
Vestígios do passado dentro da alma
A vida noutro tom jamais acalma
E traça a desventura mais sutil,
O prazo determina o fim do jogo
O sonho se perdendo em pleno fogo
Aquém do que esperança em vão previu.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

1
Não quero mais valentia
Numa vida sem juízo
O caminho ora impreciso
Noutro tempo se veria
O que possa e não teria
A certeza de um conciso
Desenhar sem prejuízo
Novo tempo moldaria,
A beleza de uma sorte
Que de fato nos conforte
E nos traga a plena paz,
O que pude noutro instante
Sem surpresa não garante
O meu verso mais audaz.


2

Nem tampouco tempestade
Traz o quanto desenhasse
Noutro tempo o mesmo impasse
A certeza se degrade
O momento em liberdade
Esperança muda a face
E se tanto amor se trace
Busco ainda a claridade,
Navegante sem destino
O que possa e me alucino
Trama noites mais serenas,
Porém vendo o quanto tenho
O meu mundo em vão desenho
Sem ter nada me envenenas.

3

No tanto que me coubera
Desta vida sem ter paz
A palavra mais sincera
Na verdade não me traz
O que possa em noite austera
Ou deveras mais tenaz
O que vejo destempera
A mortalha onde se faz.
Enveredo tais caminhos
E se possa em tão mesquinhos
Rudes termos da ilusão
Presumindo tais espinhos
Em tormentos mais daninhos
Mesmos erros se verão.


4

Só cabe nossa incerteza
Onde tanto desejei
Outro fato em realeza
Ou mudasse a velha lei
Que gerasse em correnteza
O que tanto procurei
A minha alma segue presa
Do caminho em que vaguei.
Nada vendo e mesmo assim
O que fazes diz de mim
Que não tive melhor sorte
Do caminho mais audaz
A verdade que se faz
Não traz nada que conforte.

5

Meu amigo já te conto
O que possa a nossa vida
Noutro tempo, sigo pronto
Esperando a despedida,
E se possa ponto a ponto
Desejasse a mais temida
Sorte quando desaponto
E moldasse em mim a ermida
Vagamente quero a luta
E decerto nada escuta
A não ser o quanto veio,
Do meu mundo em tal fastio
O que possa e desafio
Traduzindo este receio.

6

De tudo o que já vivi
Numa vida sem sentido
O momento em frenesi
Atiçasse esta libido
O que possa e nunca ouvi
O tormento dividido
O meu mundo lá e aqui
Traz o quanto não lapido
Deste sonho mais audaz
E a versão mais acanhada
Do que possa e satisfaz
Mergulhando nesta estrada
Encontrando o mundo em paz
Mesmo quando não há nada.

7

Sofrimento foi a paga
Desta vida em vão tormento
Quando sigo noutra plaga
Procurando estar atento
Ao que o coração divaga
E meu verso eu alimento
Na esperança que se traga
Noutro caos, pressentimento.
Erros tantos vez em quando
E meu mundo se anuncia
Onde houvera transmudando
Tal cenário, a fantasia
Procurando um sonho brando
Na verdade nada havia.

8



De todo amor que possa
Traduzir o quanto resta
Da palavra que foi nossa
Hoje soa mais funesta
O meu tempo já se endossa
No que possa e sei da fresta
Onde aberta a velha fossa
Dita o quanto não se presta
Gestos tantos, medo atroz
E sementes desperdiço
O que tente logo após
Noutro engodo não cobiço
Desenhando sempre em nós
Um cenário mais mortiço.

9

Companheiro não me esqueço
Do que possa ser a trama
Da verdade em adereço
Quando a sorte se reclama
Quando a vida tem seu preço
Outro tanto acende a chama
Deste amor quando enlouqueço
Revelando o velho drama.
Não seria de bom tom
O que tanto se quisera
A esperança tem tal dom
Mesmo sendo tão austera
Minha lua de neon
Refletindo a primavera.

10

Das palavras que dizia
Ou deveras cobiçasse
O que tanto em teimosia
Noutro tempo sonegasse
A verdade não viria
Demonstrar em ledo impasse
A versão feita agonia
Que meu passo nada trace.
Vejo o quanto resta na alma
E produzo a sensação
Do que tanto ora me acalma
Ou propaga esta versão
Vai mantendo vivo o trauma
E moldando o dia em vão.

11


Esse amor eu não tivesse
Sendo a sorte de tal forma
Que a loucura quando tece
A verdade se deforma
E vagando em leda messe
O que possa se deforma
E o caminho trama em prece
A expressão que não reforma.
Vejo apenas o que um dia
Poderia ser diverso
O meu canto em harmonia
Ou de fato um fútil verso
O que possa e não teria
Ronda além noutro universo.


12

Mas custando a acreditar
No que possa desde agora
A vontade a se mostrar
Quando a vida além se aflora
Tento em noites o luar
E se possa sem demora
O que tanto a divagar
Já percebo, foi embora.
O meu tempo se revela
Na expressão dura e venal
Percebendo a velha cela
Outro instante desigual
A palavra sempre vela
Um momento em ritual.


13

Moço pobre, moça rica,
Onde tudo começara
A verdade não se explica
Numa sorte bem mais rara,
A palavra se complica
E transgride o quanto ampara
O cenário quando implica
No vagar desta seara,
No momento mais bravio
O que possa se silente
O que agora desafio
Noutro instante mais demente
Traduzindo o desvario
Que deveras se apresente.

14

Quando a coisa se danasse
Numa história bem diversa
Da que tanto em ledo enlace
Poderia e desconversa
A palavra se mostrasse
Muitas vezes mais perversa
E se tenho em nova face
A expressão que em nada versa.
O meu tempo se anuncia
No final da brincadeira
A palavra fantasia
A esperança derradeira
E meu tempo em agonia
Trama a sorte costumeira.


15


O dinheiro tem valor,
Mas não posso acreditar
Que talvez um grande amor
Tenha tanto a nos cobrar
A palavra trama a cor
Do que possa este lugar
O cenário redentor
Não pudera desenhar
Vendo enfim o quanto valho
Meu caminho mesmo falho
Expressando este vazio
Que se faz em abandono
E gerando o que me abono
Vejo o dia mais sombrio.

domingo, 22 de maio de 2011

De tais adubos fétidos, as rosas
Transformam em beleza o que se faz
Deveras tão atroz e já nos traz
As sortes tantas vezes caprichosas,
Vencendo o quanto possas antegozas
O quanto se moldara em mundo audaz
Deixando este cenário para trás
As ermas noites são voluptuosas.
Vagando entre nuas paisagens
A lua desenhando tais miragens
Que possam permitir um sonho a mais
Trouxesse a mansidão que inda procuro
O tanto quanto possa ser seguro
Ainda que enfrentasse vendavais.


2

Fazem-se vigorosas e mais belas
As sendas em eterna primavera,
O quanto deste todo já espera
A luta quando nela tu revelas
Deixando para trás toscas procelas
O canto sem sentido degenera
Ousando acreditar em tais esfera
Aonde a lucidez domina as velas
E o barco penetrando em mar imenso
Tramando o que decerto quero e penso
Invisto meu anseio neste mar
Que possa novamente ter nas ondas
O quanto da esperança correspondas
Moldando a clara estrela a divagar


3

Das ostras frágeis nascem ricas jóias
E vejo a vida assim em fato e tese
O quanto na verdade se despreze
Traduz o que sonega tais tramóias
E quando no infinito nadas, bóias
O tempo noutro tanto já se preze
E mesmo quando inútil verso reze
Os passos sem descanso não apóias.
Espero esta incerteza que domina
A face mais audaz da nossa sina
Sentindo o que presume nova mente
O vento toma a praia e traz à areia
O quanto da saudade me incendeia
E espalha para além uma semente.


4

E dos vermes obscuros renascendo
A vida que se perde noutro instante
Meu tempo na verdade se adiante
Marcando o que perdera em vão remendo.
Apenas o que tento e agora entendo
A sorte se moldara entediante
E o passo noutro rumo, vacilante
O medo se anuncia e a dor desvendo.
Resulto deste ocaso aonde o todo
Trouxera simplesmente o que não veio,
Adentro esta esperança e sem receio
Nefasto caminhar imerso em lodo
Gerando o que pudera e não soubesse
Negando o quanto quero em vã benesse.

5

Assim a vida mostra que em verdade
O tempo não traduz o quanto quis
O verso se moldando mais feliz
Ou mesmo a fantasia que te agrade,
Anseio desvendar realidade
E nisto sou deveras aprendiz
Proponho muito além do quanto fiz
E sei que sorveria a claridade.
Não possa descrever o quanto reste
Do mundo que se mostre sempre agreste
Funérea sensação que me domina
Do todo que produz o mesmo nada
A sorte no vazio desenhada
A face demarcado esta assassina.




6

Riquezas que encontramos no caminho
São meramente enganos, nada mais
Os dias entre tantos vendavais
O canto se mostrando sem carinho,
Aonde em solidão tanto me alinho
Vencido por momentos tão venais
Enfrento os velhos erros virtuais
Sabendo do final turvo e mesquinho,
Apenas encontrando novo engano
O mundo se desenha em tom diverso
E sei quando em verdade ora me dano,
Tentando adivinhar o quanto verso
Montando este cenário mais prosaico
De um tempo quase morto, tosco, arcaico.


7

Formados por verdades e mentiras
Os dias que vivemos no passado
Aos poucos traduzindo cada brado
Tramando o que deveras já retiras
As sortes entre tantas interfiras
O quanto poderia ser alado
O verso noutro canto recobrado
Ainda quando tentas e me firas.
Aceno com meus erros e percebo
A vida como fosse um novo enredo
E tento quando muito e já me embebo
Ao tanto que pudera e não concedo,
O nada traduzindo o que recebo
O mundo se perdera desde cedo.


8

A proteção emana lealdade
E traça o que pudera desta forma
A vida noutro tempo se transforma
E gera o quanto pode ou mesmo agrade.
Quisera ter somente a liberdade
Sabendo da vontade que reforma
Um mundo sem sentido, onde deforma
A sorte que se molda ansiedade.
Vencido pelo quanto desejei
O amor que na verdade não viria,
Tentando simplesmente a alegoria
No quanto neste mar eu naufraguei
Ousando crer na dura fantasia
Fazendo da esperança, norma e lei.


9

Tu sabes, valorizo-te demais
Embora mesmo quando não vieste
Num mundo sem sentido ou mesmo agreste
Enquanto noutro enredo tu te esvais,
Vacante coração em temporais
A vida não traria o tom celeste
E sei do que pudera e se reveste
Na ausência do que possa ser bem mais.
O verso se desenha deste jeito
E tanto quanto tente e mesmo aceito
Vencido pelos erros contumazes,
As sortes que em verdade não mais trazes
Os olhos noutro enredo libertário
O sonho se mostrara temerário.


10

Pois sei de tua força e teu carinho
E embora tantas vezes, sonegaste
A vida se desenha em tal contraste
E neste desejar nada adivinho,
O quanto se pudera ser mesquinho
Ousando na esperança sem desgaste,
E possa traduzir o que tramaste
Gerando no vazio o velho ninho.
Apenas sei do quanto pude agora
E sinto o que de fato já se aflora
Moldando sem demora algum momento
Entregue sem saber o quanto dói
O mundo pouco a pouco se destrói
Enquanto a salvação, por certo eu tento.

11

Jamais permitirás que o sofrimento
Rondando o dia a dia de quem sonha
Trazendo a mesma face tão medonha
E nela o que se fez em desalento,
Ainda quando o todo agora invento
A sorte de tal forma se componha
Ousando merecer sorte que enfronha
Nos ermos do meu vago pensamento.
Mereço alguma sorte mais diversa
E sei do quanto o tempo desconversa
E gera outro cenário dentro em nós.
Meu passo se perdendo vai sem rumo,
E quanto da esperança ora consumo
Mesmo sem nada ver, decerto após.


12

Atinja destruindo o quanto pude
Traçar entre diversas caminhadas
A sorte quando tentas, finges, bradas
O corte se mostrando em magnitude
Apenas desenhando esta atitude
As sendas até quando iluminadas
Gerando a sensação que desoladas
Veredas na verdade nos ilude.
A porta se entreabria permitindo
O quanto se mostrara quase infindo
Agora desenhado no vazio,
Reinando sobre todo este tormento
O mundo que deveras eu invento
Traduz o quanto possa e não recrio.


13

Eu agradeço à sorte mais sutil
Ousando acreditar no que viria
Tentando elucidar tal fantasia
Enquanto o sonho em paz se perseguiu
O todo que se mostre tão gentil
A luta se moldando dia a dia
A noite noutro tom gera a harmonia
O medo com certeza não se viu.
Reparo cada fato e me concedo
Apenas o que possa mesmo ledo
Trazer outro momento em que eu pudera
Vencer os sortilégios desta luta
A noite na verdade não reluta
Alimentando enfim a dura fera.


14

Embora nunca a tenha conhecido
Percebo que talvez viesse logo
Gerando o que pudesse e quando rogo
O tempo se mostrara dividido,
O quanto se desenha sem sentido
As lágrimas nos sonhos eu afogo
E tanto quanto possa sempre jogo
O todo que deveras dilapido.
Não pude perpetrar este caminho
Que deva me trazer um tom daninho
Pousando noutro caos, a vida inútil,
O verso se mostrara bem mais fútil
Restando muito pouco ou mesmo nada
Da dita tantas vezes desenhada.

15


O fruto que ela teve em perfeição,
A vida se mostrara mais precisa
E sei da correnteza em leve brisa
Ou mesmo deste engano em precisão.
O tempo traz os dias que virão
E neles a palavra não divisa
A sorte que gerasse a mais concisa
Certeza do que possa desde então.
Renego cada engano, porém sei
Que tanto nesta vida eu já errei
E permaneço errado te buscando,
O tempo se desenha mais infando
E nisto prenuncio desde quando
A solidão se fez em regra e lei.