sábado, 14 de maio de 2011

1




Deitando sobre a praia a bela lua
Meu canto sem sentido e sem razão
O tempo se moldando em dimensão
Ainda quando a sorte vã cultua,
O passo se envereda e continua
Moldando novamente outra estação
E a vida se desenha neste vão
Que tanto quanto a sorte volta à rua.
Vencido caminheiro do passado,
O tempo noutro tanto desolado
E o corte se tramando sem segredo,
O quanto se pudesse adivinhar
O todo se derrama em tal luar
Que traz o quanto quero e me concedo.

2

O quanto desejasse e nada tenho
Senão a mesma falta de esperança
E a vida paulatina mente e avança
Deixando para trás qualquer empenho,
O tempo que traduz o quanto venho
Tentando qualquer forma de mudança,
O passo se perdendo sem fiança
Um ato mais gentil, mero desenho...
Não pude ser feliz, fazer o que?
No olhar a dura sorte que se vê
Representando a velha realidade
Do marco que adentrando o meu passado
O verso noutro termo sonegado
E a velha solidão que tanto brade.

3

Já não pudera mais acreditar
Nos ermos desta vida sem paragem,
O canto se moldando em tal visagem
Pudesse novo encanto desvendar,
Mas sem saber sequer se há algum lugar
Vazia há tanto tempo esta bagagem,
Vislumbro tão somente uma miragem
Aonde imaginasse sol e mar.
O tanto que se esvai a cada engodo,
Não tendo o que pensara ser um todo,
E meramente vejo o ledo fim,
Cenário tão diverso do que eu cria
Somente o que traduza fantasia
Vivendo sem respostas dentro em mim.

4


Não pude nem devesse de tal forma
Seguir o que ditasse uma emoção
Sabendo do caminho amargo e vão,
A vida pouco a pouco se transforma,
Apenas solidão que agora informa
Da vida em mais dorida sensação,
Traçando simplesmente o mesmo não,
Qual fosse indubitável, rude norma,
Não quero outro momento, mas somente
Fugir do que deveras se apresente
Tortura feita a cada novo dia,
O sonho se pudesse transmudá-lo...
Porém nada vivendo, sou vassalo
Do que dita a diversa fantasia.

5


Num tanto que se molde a cada passo
O verso se transforma soberano
E possa desvendar em novo engano
O quanto deste todo ora desfaço,
Negando da esperança qualquer traço,
Puindo com certeza todo plano,
O vento traz apenas mesmo dano,
E sei que na verdade há descompasso,
Vertentes tão diversas da esperança
Os dias quando o sonho em vão se lança
Marcando o temporal que nos domina,
A luta sem sentido nem razão,
O medo toma a vida em direção
Ao quanto fosse sorte cristalina.

6


Não mais se tente crer neste vazio
Que a vida nos trazendo em tom solene
Demonstra com seu passo e nos condene
Vagando sem sentido em tom sombrio,
Descendo da ilusão imenso rio
O quanto se tentara e concatene,
Presumo o que perdera e não me acene
A sorte como fosse um desvario.
Mergulho sem respostas noutro caos
Os dias com certeza sendo maus
Trariam tão somente a negação,
Do que mais poderia se tivesse
Ao menos com ternura qualquer messe
Moldando deste mundo outro senão.

7


Eu não quero a solidão
Que decerto me trarás,
Outros tempos mostrarão
O caminho tão mordaz
Onde sei que o que se faz
Dita em turva dimensão
A palavra mais voraz,
Ou quem sabe, o mesmo não.
Quero apenas crer no olhar
De quem fora e não voltara
Outro sonho, outra seara,
Nada trama o que moldar,
Sendo assim, jamais me importa
O diabo atrás da porta.

8


Não queria ter comigo
O que pude já prever
E talvez tentasse ver
Qualquer sorte em claro abrigo,
Mas no fundo, se nem ligo
Dominando o velho ser
A alegria do poder
Trazer tudo que eu consigo.
Versejando em tom macio,
Ouso e mesmo desafio
Tão comum hipocrisia,
Mediana mente traça
Mesma face agora escassa
Do que tanto em paz queria.,

9


Não queria ter nas mãos
Esta decisão temida,
Apontar uma saída,
Perceber os vários vãos,
Enfrentar os velhos nãos
Outra sorte se divida
E o que possa nesta vida
Já matasse em solo, os grãos.
Nada mais eu quero além
Que o caminho que hoje vem
Refletindo esta janela
Ao abrir este infinito
Transformando qualquer rito
No que em nada se revela.

10

Represento o que não vejo
Ou talvez sinta distante
O que a vida num lampejo
Noutro rumo me garante
O momento mais sobejo
Outra sorte delirante
Quando o velho e bom desejo
Mostre um rumo radiante.
Nada tendo além do sonho
O que tento e te proponho
Talvez seja fantasia,
Mas tentara ter além
Do que em raro mundo tem
Ou ao menos deveria.

11

São diversas as razões
De quem sonha e não permite
Que se veja num limite
O que agora tu me expões,
A verdade em dimensões
Ultrapassa o que acredite,
E decerto necessite
Outras velhas negações.
Resumindo cada fato
Onde o todo que constato
Não traria a paz que quero,
O meu tempo sem paragem
Vai vazia esta bagagem
Num silêncio tão austero.

12

Nada mais se faz presente
Nem tampouco poderia
Numa imagem leda e fria
O caminho se pressente
O momento indiferente
Sem saber da poesia
Que deveras me traria
Um anseio persistente,
Vago além desta promessa
No que possa e recomeça
Numa cena mais diversa.
Já não tendo tanta pressa
A palavra se confessa
E meu mundo desconversa.

13

Nada mais eu pude crer
Nem teria por anseio
O que tanto tente ver
Dita em tom diverso e alheio
O momento de viver
Sem temor e sem rodeio,
O caminho do prazer
Gera apenas devaneio.
Nada tenho hoje de meu
Bebo apenas solidão,
O que tanto se perdeu
Deste encanto, tradução
Esperando o mero breu
Ou quem sabe a solução?

14


Vivo apenas o que pude
Num momento mais sutil
Outro tanto se previu
Sendo nova esta atitude,
Num fomento o passo rude,
Noutro rumo permitiu
O que a vida trouxe, vil
E negasse em plenitude
Vejo a queda deste encanto
Vejo o tempo e quando canto
Tramo sortes onde a luta
Não pudesse definir
O caminho a prosseguir
E ninguém de fato escuta.

15

Numa sorte diversa e tão profana
Caminhando envolvido pela bruma
O que tento deveras já se esfuma
E palavra sem nexo nos engana,
A versão que pudesse; soberana
Pensamento vagando não se apruma
E transforma o que possa nesta espuma
Da versão insensata, que se explana.
O meu tempo se perde no vazio
E por certo o que tento é desvario
De um poeta que possa ter no olhar
Mesmo em trevas o quanto desejar
Vagamente o que pensa se faria
No buril de uma tosca poesia.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

1

Quando veja talvez nada pressinta
A verdade que tanto te pareça
E versando quem sabe já se esqueça
Da saudade deveras quase extinta,
O que possa traze e mesmo minta
Confundindo o que possa esta cabeça
Na certeza do quanto se obedeça
A esperança se mostre mais faminta.
O meu canto semeia o que inda quero
Na colheita que nunca mais terei,
O que vejo desenha nesta grei
O momento quem sabe mais austero,
Outro tempo; no fim, recolherei,
Mesmo sendo o caminho bem mais fero.

2


É preciso bem mais do se ver,
O sentir desta essência em primavera,
O momento decerto degenera
O caminho sem paz a percorrer,
Outro tanto pudesse amanhecer
Na vontade que vem e já se espera,
Noutro tanto o todo nada gera
Sem menores anseios do prazer.
Enxergar e sentir, além do toque
Paladar e o que odor tanto provoque,
Sem temor mergulhando agora em paz
No que a vida se trama diferente
A verdade traduz o que se sente
Quando o vasto decerto em luz nos traz.

3


Não pergunte nem como e nem por que
Viva o tempo sem nada mais além
A verdade que o todo já contém
No final tão somente não se vê,
O que possa e nos traz o que se crê
Navegando no sonho de outro alguém
Muitas vezes nós vemos com desdém,
Porém tudo decerto o sonho lê.
Não transforme num ato de arrogância
O que tente seguir com tal constância
O que venha também já nos transforma
Muito embora fujamos deste fato,
O caminho aonde o tanto ora constato
Vai moldando deveras nova forma.

4


Somos seres diversos, na verdade,
Não existe quem tenha tal razão
Outro tanto trazendo a sensação
Que deveras nos toma e nos invade,
O que possa tramar a tempestade
Muitas vezes domina este timão,
Outros tempos decerto moverão
O que fosse diversa claridade.
O meu tempo se mostra mais diverso
E se possa também já desconverso
Versando sobre o tempo que passara.
A lua mesmo sendo em tantas fases
Traduz o que por certo sei que fazes,
Porém eternamente se vê clara...

5



Não feche esta janela sobre o mundo
Que tudo se fará queira ou não queira,
O tempo não nos mostra a derradeira
Verdade pela qual luto e me inundo.
O verso mais audaz e vagabundo,
A sorte no invernal de outra geleira
Também a imensidão desta fogueira
Mergulho neste abismo, mais profundo.
E sei que no caminho tanto espinho,
O vento possa vir e se amesquinho
Meu tanto se transforma em muito pouco.
O que fora em passado libertário
Agora se demonstra solitário
Talvez amanhã se faça louco.

6

Já nada mais veria nem tampouco
Pudesse acreditar no que não vem,
A senda no final trama o desdém
E o sonho deste espúrio mundo louco,
A porta que me cabe, o sonho mouco
E o canto se fazendo onde não tem
Sequer o que pudera noutro alguém
O quanto na verdade é muito pouco.
Vestígios de outras eras tão expressas
No quanto logo após já recomeças
Vagando sem sentido ou dimensão
Na força que se mostre esta inexata
Versão do que por certo ora constata
As tramas mais diversas que virão.

7


O que já nos pareça de tal jeito
Que nada mudará, é tão mutável...
Assim como o de certo confiável
Agora com certeza não aceito,
E variando o rio, curso e leito,
O solo se mostrara ou não arável,
E o tempo que pudera memorável
Morrendo sem ter forma, noutro pleito.
Deformações diversas; sonho em vão,
A luta se mostrando em dimensão
Suprindo cada engodo de tal forma
Que tudo quanto eu visse se transforma
E cria novo tempo ou velho espaço
E toda esta certeza ora desfaço.

8


O velho sofrimento que persiga
Aquele que não vendo mais motivo
Apenas no final se sobrevivo
A sorte de tal forma é mais antiga,
Quebrando na verdade a velha viga
O manto se traduz em lenitivo
Do quanto poderia e já me crivo
Dos medos, da palavra que consiga.
O tempo se moldando após o tanto
Que possa resumir novo caminho,
Não tendo quase nada, não garanto
Senão que seguirei, mesmo sozinho,
Levado pelas ondas do oceano,
Aos poucos noutro engodo, desengano...


9

Jamais acreditando em tantas regras
Que possam desvendar felicidade,
O quanto se traduz onde degrade
Talvez no dia a dia o nada; integras
E quantas vezes quando tu te alegras
Expressas noutro tom diversidade
Do quanto poderia em liberdade
Ou mesmo noutro instante reintegras,
Apenas o que vejo não traduz
Sequer o quanto possa haver em luz
Ao fim de cada túnel, simplesmente
A vida não suporta invariáveis
E sei dos passos tantos permutáveis
O quanto agora afirmas, também mentes.

10


Tentar acreditar no quanto existe
Do mundo em real ou falsa luta
A sorte na verdade que se escuta
Aponta a direção, co’o dedo em riste
Não quero nem pudera se persiste
O tempo aonde o todo já reluta
Vagando sobre a estrada mais astuta
Ou mesmo tendo a voz amarga e triste.
Se da janela vês o que não vejo,
Quem sabe esta esperança num lampejo,
Almejo qualquer tom que não viria,
E sigo sem saber o quanto resta
Da vida que penetra cada fresta
Ousando até seguir em fantasia.

11


Jamais imaginei qualquer momento
Diverso do que tanto poderia
Pousando na dispersa alegoria
Que mostra a solidão quando a invento,
Pudesse estar quem sabe mais atento,
Ou ver noutro cenário o que teria
A sorte sem fatal melancolia
Palavra se perdendo em ledo vento.
Não tente adivinhar o quanto venha
Versando sobre o fato ou mesmo até
No canto que se espanto sei quem é
O mundo aonde o sonho não se empenha,
Vestígios do que fomos; no passado,
Ousando noutro tanto e de bom grado.

12


Já não vejo a liberdade
Que deveras procurava
A palavra traz a lava
E o momento se degrade,
O caminho em claridade,
A esperança sem a trava
O tesouro que se cava
A versão que desagrade,
O tormento sem sentido
O que tanto dilapido
E permito noutro engodo,
Do veneno costumeiro,
Cada praga no canteiro
Transbordando em lama e lodo.

13


Ascendência sobre o sonho?
Quem pudera ter de fato
O que nada mais componho
Traz o quanto não constato,
E se possa em tal retrato
O momento mais bisonho
Realiza tal contrato
E decerto enfim me oponho.
Nada mais eu poderei
O que sinto pouco importa
O meu mundo em rude lei,
A esperança há tempos morta
E se tanto cultivei
A palavra já se aborta.

14


Nada tenho contra a sorte
Que se molda em verso e dor,
Mas pudera quem conforte
Noutro passo, redentor,
A verdade não comporte
O que possa em desamor
Sem saber de qualquer norte
No final, nada a propor.
Sigo aquém da fantasia
Que deveras já se cria
E desfila em tal momento,
O meu passo sedimenta
Esta angústia que a tormenta
Traz enquanto desalento.

15


Reparando cada passo
Do que possa ser diverso
Onde gera o mais disperso
Caminhar já me desfaço,
O momento que ora traço
Noutro tempo quando verso,
Gera sonhos no universo
Resumindo cada laço,
Preservando este cenário
Outro tanto imaginário
A verdade representa
O que possa ser talvez
O que tanto agora vês
Numa sorte virulenta.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

1


Permita cada sonho que se trace
E veja tão somente o que asseguro
Não quero e não pudesse em tempo escuro
Vencer cada momento em vago impasse,
O tempo que se molda e não se enlace
Noutra vereda após do que procuro
Ousando totalmente onde asseguro
O que se demonstrasse noutra face.
A sorte se moldando de tal forma
Que toda a solução que a vida informa
Gerasse a redenção do que pudera,
Não tente acreditar noutro momento
E sei do que se veja enquanto assento
A sorte mesmo quando rude e fera.




Não posso acreditar no que não venha
Tramando qualquer sorte mais diversa
E sei o quanto a vida desconversa
E traz o que pudera ser a senha,
O quanto na verdade me convenha
Somática palavra se dispersa
E quando a poesia teima e versa
Tentando alimentar a velha lenha.
Somassem tantos erros do passado
O verso noutro encanto desdenhado
O prazo determina o fim do jogo
E sei do quanto pude acreditar
Teimando nas entranhas deste mar
Ousando acreditar em luz e fogo.

7


Jogado sobre as pedras e rochedos
Pousando na vertente mais atroz
O tempo se desenha como algoz
Tramando o desespero em meus degredos,
Ousando acreditar em vários medos
O tanto que se perde dita em nós
O que inda mais pudesse ser feroz
Traçando sem sentido tais segredos.
Meu rumo nada tem do que viria
Apenas desenhando em agonia
O tempo mais suave aonde ilude
O verso sem sentido e sem proveito
E quando no vazio me deleito
Eu vejo o dia a dia bem mais rude.

8


Não tento acreditar no que se visse
Apenas como sombra e nada mais
O tempo quando além m demonstrais
Traduz o que já fora uma crendice.
O muito quanto quero contradisse
Vencendo os meus anseios desiguais
E sei do que pudera em tais sinais
Marcar o desenhar, rude tolice
Saber o quanto possa e me traria
A vida noutro rumo se moldara
E tendo esta incerteza atroz e clara
O verso noutro ponto, uma agonia.

9
Não tento acreditar no que viesse
Trazendo qualquer dia ou mesmo o sonho,
Meu mundo noutro rumo decomponho
E sei do que pudera em rude messe,
Ainda quando a vida já se esquece
Tramando o que deveras mais proponho
Ousando no sentido que enfadonho
Aos poucos sem ternura me enlouquece
Servir a quem se fez plenipotente
E ter o quanto quero e já se sente
Astuciosamente a vida traz
O salto que procuro ter em paz,
Mas quando esta esperança não freqüente
Meu verso sem vontade nada faz.

10

Jogado sobre o nada sigo em busca
Da sorte que se fez em tempestade
A luta que se mostra sempre brusca
E versa sobro o quanto nos agrade.
A sorte que pudera nos ofusca
Negando o quanto fora em claridade,
Verdade que se fez velha e patusca,
Trazendo no final a qualidade.
O vento ora adentrando cada campo,
Meu mundo noutro engodo agora encampo
E vago sem saber qualquer detalhe,
Ainda que pudesse ser diverso
Vagando sobre o quanto não mais verso
Traduz o que deveras nos retalhe.

11


O mundo não traria sequer a solução
Enquanto quanto tento no mundo se veria
Pousando mansamente em rara companhia
Moldando novos dias que nunca mais verão
O tempo se traduz e toma a dimensão
Do quanto na verdade o tempo não adia
Matando pouco a pouco a leda fantasia
Gerando o descaminho em rude sensação.
Um tempo mais agudo em sorte mais diversa
Aonde exista o sonho meu tempo já se versa
Traçando novo rumo em paz e simplesmente
marcando com ternura o que não mais tivera
Enquanto a solidão expressa a velha fera
E o tempo trama e mente

12

Bebesse novamente o quanto quis
Graduas com teus versos o meu sonho,
edito cada frase que componho
Sabendo ser no fim, mero aprendiz.
o rumo se desenha e por um triz
O quanto me resume não proponho
E quando no final me decomponho
Vivendo o que pudera em céu mais gris.
o canto sem sentido e verso rude,
O mundo na verdade desilude
E gera tão somente a vaga história
De quem se fez além da tempestade,
E quando no final tudo degrade
O sonho se perdendo em vã memória.

13

Olhando mansamente para trás
Aprenderia a crer noutro momento
E quando do passado me alimento
A vida pouco a pouco se desfaz
E gera outro tormento mais fugaz
Movendo o que trouxera o sofrimento
Vencendo o dia a dia em pleno vento,
Na sorte que deveras satisfaz.
O tempo não se trama de tal forma
E vejo o que pudera e se transforma
Sentindo este cenário dentro da alma,
A luta se desdenha a cada engodo,
E tanto quanto posso traz o todo
E a sorte noutro sonho já me acalma.

14


Jamais esqueceria cada passo
E vendo o que veria em novo rumo
Aonde o que pensara já consumo
enquanto esta verdade teimo e traço,
A luta se fizera em mundo escasso
E bebo da esperança todo o sumo,
Depois do que tentara me acostumo
Ousando com certeza noutro espaço.
vestindo cada sorte mais audaz,
O tanto que pudesse cedo traz
Bagagens que carrego na alma em luz,
E sei do quanto tente ser diverso
O tempo mais voraz trama disperso
O passo que ao vazio me conduz.

15

Erguendo meu olhar sobre montanhas
E delas desvendando o nevoeiro
O tempo se mostrando corriqueiro
Enquanto na verdade nada ganhas,
A vida se apresenta em raras sanhas
E bebo o que pudera quando esgueiro
Do passo que se fez o derradeiro,
marcando com terror dores tamanhas.
Espero alguma luz após o todo
E sei do que decerto traz o engodo
E nada mais pudesse ser assim,
apenas o vazio me domina
Na noite que sonhara cristalina
O tempo se aproxima já do fim.


2

Verdades absolutas? Tantas; ouço...
No fundo são mentiras, nada mais
E quando me encontrando em temporais
Apenas vejo à frente o calabouço;
O quanto que já trouxe e não servisse,
O tempo sem remédio não me deixa
Ousar além de ter na própria queixa
Um pouco ou mesmo até plena tolice
Meu mundo que em tamanha dor viera
Tentando acreditar no que partilha,
O sonho se transforma em armadilha
E retroalimentando a velha fera.
Não quero qualquer sorte que não veja
A franca fantasia em vã peleja.

3


Não quero o que pudesse transformar
Meu mundo num momento sem beleza
Tampouco conceber a natureza
Avanço meus sentidos, bebo o mar.
E quando me pensara em tal lugar
Somente realçando com franqueza
O quanto poderia ser a presa
Na sorte que se esconde em tal vagar
O medo em consonância dita o quando,
O temo noutro tanto se moldando,
Tramasse qualquer coisa que não venha,
Do sonho mais agudo ou mais atroz,
O quanto se perdera logo após
Não tendo nem sequer quem o contenha.

4


Já não mais conseguira qualquer passo
E nem sequer tentara acreditar
Nas tantas ilusões deste lugar
Que em meros pensamentos, tento e traço.
Meu verso se moldando em rude laço,
O ranço do que pude desenhar
Numa alma tanta vez rudimentar,
No tempo mais audaz, porém escasso.
Resulto deste nada que pudesse
Tramar além do quanto em cada prece
A vida me traria a solução
Dos erros costumeiros e banais
O tempo se transforma e nunca mais
Meus olhos outro espaço em paz verão.


5

Não vejo mais saída e nem buscava
Sequer o que pudesse ser assim,
O todo se desenha dentro em mim
E expele toda a fúria em densa lava,
A sorte que se possa ser escrava
Do sonho que chegara ao ledo fim,
Tramando cada passo de onde eu vim,
Negando do caminho a mera trava,
O verso se enviesa e se perdendo
Apenas traz do encanto algum remendo
E no arremedo rude, dito vida
A senda que julgara mais florida
Desnuda em aridez o turvo solo
E neste mundo em vão me desconsolo.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Não tendo nem sequer uma esperança
Cansado desta luta sem razão
O tempo se demonstra em negação
Enquanto no vazio ora se lança
O sonho na verdade não alcança
O mundo sem saber da dimensão
Do quanto se traduz em solução
Se a vida inda pudesse ser mais mansa.
Vencida a tempestade nada veio
O risco se mostrasse sem receio
E bebo a solução que não se veja
O tanto quanto expressa a realidade
Demonstra o que se mostra na verdade
E nada traduzisse outra peleja.

2

Meu mundo se perdendo a cada instante
Moldando sem sentido o que viria
Marcar o que pudera a fantasia
E nisto cada passo se garante
O todo que tentasse doravante
Tocando o que teimasse e não veria
A luta se desenha a cada dia
E mesmo este ar sombrio me agigante.
O quanto se perdera num segundo
Tramando o que se queira e me aprofundo
Nos ermos da emoção que não traduz
O quanto recebeste em franca luz
E o medo não permite novo sonho,
Aonde o que decerto mais se quis
Transcende ao quanto possa ser feliz
Num mundo devastado e tão medonho.

3

Jamais acreditei no que talvez
Moldasse novo passo em frente à vida,
A sorte que deveras já não vês
Expressa a mesma história ora perdida,
Não quero acreditar e se desfez
A luta noutra morte resumida,
A lua que se entrega, insensatez
Mergulha na esperança em despedida.
Vestígios de uma dita tão escusa,
A lenta caminhada agora abusa
Do velho patamar que não viria,
Ousando acreditar no meu passado
O tempo se demonstra desolado,
Matando em nascedouro a poesia.

4


Eu não quero qualquer sorte
Que pudesse desenhar
O que tanto nos conforte
Mesmo em céu, imenso mar,
O que trama e se suporte
Molda todo o caminhar
Entre o rumo, velho norte
Que pudesse desvendar
Não mereço qualquer brilho
Nem pudesse noutro engodo,
Caminhar feito andarilho,
Mangue, charco, lama e lodo
E deveras quando trilho
Não encontro mais o todo.

5

Nunca tive a sensação
Da verdade mais sutil,
O que tanto se previu
Traz a velha negação,
O meu mundo em solidão,
O momento que se viu
Já pudera ser gentil
Ou moldar novo senão.
A palavra mais audaz
A verdade não traria
O que possa e se desfaz
Gera sempre esta utopia
Do meu mundo que é capaz,
Mas deveras não veria...

6

Bebo em goles a esperança
E talvez felicidade
O que possa em unidade
Noutro rumo ora se lança
Vejo a velha temperança
O meu tempo se degrade
No que pude em claridade
E no fim já nada alcança;
Verso mesmo sendo rude
Transformando o quanto pude
Em sensata dimensão
O meu mundo se perdendo
Neste tempo em ledo adendo
Transcorrendo em negação.

7

Não teria melhor sorte
Se eu pudesse acreditar
No que tanto me conforte,
Mas não possa me entregar
Entre as sendas deste norte
Que permite o caminhar
Entre o medo, o corte a morte
Sem poder nem descansar.
Vejo a queda e logo após
O que houvesse dentro em nós
Noutro tempo poderia
Transformar em rumo e cais
O que tanto já distrais
E matasse a fantasia.

8

O verso que me ilude não consegue
Seguindo a procissão, leda esperança
O tempo na verdade não alcança
Somente concebendo o quanto negue,
A vida que deveras se renegue
O passo que somente ora me cansa
Ousando crer na força em aliança
Meu mundo contra todos já prossegue.
Reparo cada engano e sigo em frente
Aonde o que pudesse se apresente
Marcando com ternura o que virá,
O tempo sem temor algum se trama
E a vida se desenha em leda chama
Morrendo pouco a pouco e desde já.

9

Eu não quero a solidão
Nem tampouco poderia
Noutro tempo em solidão
A verdade dura e fria,
O que versa sobre o não
Tanto faz e não traria
O meu mundo em dimensão
Retocando a fantasia.
Quem se faz além ou sente
O que tanto mansamente
Presumindo outro cenário,
O caminho se traduz
E buscando nova luz
O meu sonho? Imaginário...

10

Nada mais pudesse ver
Quem se faz além do dano
E se tanto já me engano
Nas entranhas do querer
A verdade passo a ter
No caminho onde meu plano
Mostra um tempo soberano
Desdenhando em desprazer,
Vejo o sonho e quando o sinto
O meu verso num instinto
Seduzido em luz e glória
Modifica o que pudera
E gerando em si a fera
Renovasse minha história.

11


O meu mundo se mostra na verdade
Demarcado por erros tão freqüentes
E se possa no fundo quanto sentes
Destroçar o que foi felicidade;
O meu canto no tempo já se evade
E traduz velhos sonhos mais presentes
E se tente viver o que pressentes
No final não mais vejo a liberdade.
O meu tempo pudera ser diverso
Do que tanto quisera cada verso
Nos anseios de um pobre sonhador
O que vejo no fim já desanima
O momento em verdade cristalina
Sonegando o que fora o grande amor.

12

O meu mundo se desperta
E gerando o que não veio
Traz apenas tal receio
Da porteira sempre aberta
Se o meu sonho já deserta
E seguindo em rumo alheio
O momento em devaneio
A palavra nos alerta.
O que pude e não tivesse
Na verdade qualquer messe
Que trouxesse plena paz,
A verdade não se cala
O meu corpo exposto em sala
Num cenário atroz, mordaz.

13
Nada mais eu poderia
Nem tampouco se soubesse
Da verdade em rara messe
Ou da vida em agonia,
O que posso e não teria
Noutro rumo já se tece
O caminho que obedece
Gera apenas fantasia.
O meu tempo não tem tempo
E se morre em contratempo
Nada traz além do nada,
A verdade que procuro
Neste mundo amargo e duro
Traz a sorte renegada.

14

Nada mais quisesse ter
Nem tampouco poderia
O caminho a percorrer
A verdade em agonia,
A vontade de vencer
O momento em utopia,
O cenário a se prever
Onde o nada mais teria
Tão somente o mesmo caos
Dias rudes sonhos maus
E naufrágios tão somente.
A ilusão se desnudando
O meu mundo outrora brando
Pouco a pouco se desmente.

15

Não vivesse qualquer sonho
Nem tampouco pude ter
No que possa conceber
O que agora te proponho,
Vejo o fim deste medonho
Caminhar e sem saber
Do que tente reverter
Diz do quanto ora componho.
Nada tenho dentro da alma
Nem o medo que me acalma
Nem o verso que pudera
Traduzir qualquer momento
Onde o medo que ora invento
Traz a sorte mais sincera.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

1

Não quero acreditar no que talvez
Pudesse discernir quando sonhasse
A vida se vencendo a cada impasse
Moldando na verdade o que ora vês
O mundo se desenha em seus porquês
E mesmo que o futuro nada trace
Ousando acreditar na rude face
Aonde a vida trama a insensatez.
O canto se perdendo noutro instante
Somente este vazio se garante
E gera o que pudesse ser diverso,
Acreditando mesmo na promessa
Que a cada novo tempo recomeça
Expresso o quanto pude em cada verso.

2


Não tento acreditar no que se sabe
Diverso do que tanto procurei,
Adentro esta esperança, leda grei
E sei do que deveras já não cabe.
Bem antes que meu sonho enfim acabe
O tempo noutro tanto desenhei,
E sendo o que decerto imaginei
Não tenho e nem terei do que me gabe.
O término dos passos traz o fim
Do quanto poderia ser mais forte,
E nada do que tente ora conforte,
Trazendo o pouco ou nada que há em mim.
Vertendo como fosse algum riacho,
Apenas o vazio em mim eu acho.

3


Não poderei seguir a procissão
Embora tantas vezes me imagine
Aonde se tentasse e se examine
A vida noutro fardo e dimensão,
Os dias entre tantos poderão
Por mais que a própria história desatine
Falar do que se tente e já se incline
Trazendo novamente a solidão.
Enquanto imaginasse nova luz
A sorte se perdendo não produz
Sequer algum lampejo e sigo após
Somente o que vivera num momento
E quando novo cais procuro ou tento
O mundo se perdendo em falsa foz.

4

Um copo de aguardente, a noite e o bar
O vento me açoitando sem descanso
E sei do que pudera e não alcanço
Sequer o que tentasse desejar,
O medo noutro instante a se mostrar
O rude caminhar onde me lanço
Buscando simplesmente algum remanso
Aonde possa em paz, pois caminhar.
O vento bate manso no meu rosto,
A vida traz o sonho agora exposto
No nada ou na incerteza mais fugaz
O corte se aprofunda simplesmente
E sei do quanto a vida sempre mente
E o tempo no vazio se desfaz.

5

Não tenho mais sequer o que pudesse
Viver ou mesmo crer em liberdade,
O tempo pouco a pouco se degrade
E traz do descaminho a rude messe,
Ainda que talvez mesmo tivesse
O verso noutro enredo que em verdade
Trouxesse tão somente a realidade
E nela o que meu mundo ora padece.
Arrancas do jardim minhas roseiras
E vejo as minhas horas derradeiras
Marcadas pelo nada que produzo,
O mundo sem certeza de futuro
Depositando a sorte em solo duro
Traduz um dia a dia mais confuso.

6


Não vejo e não teria qualquer chance
Sequer de imaginar novo caminho
Aonde com certeza ora me alinho
Ainda que meu mundo não alcance
O verso se mostrando num nuance
Marcando o que pudesse sem carinho,
O tempo mais atroz, rude e mesquinho
Negando qualquer tom, velho romance.
O mundo se anuncia sem sentido
E o manto pela vida já puído
O corte se mostrando mais profundo.
O tanto quanto resta não permite
O passo que se faz neste limite
Enquanto do vazio ora me inundo.

7


Não tendo qualquer sonho senão este
Que tanto se perdera no passado,
O verso muitas vezes delicado
Decerto no final não mais teceste,
O quanto se percebe e concebeste
No vento tantas vezes desolado,
O corte se moldando aprofundado
Amor aonde tolo me embebeste.
O canto sem proveito em tal discórdia
A vida se desenha em tal mixórdia
No tempo sem sentido e sem promessas.
Aonde na verdade não se venha
A luta não traria nova senha
E cada novo engodo recomeças.

8

Já nada mais pudesse acreditar
Somente na semente que se aborta
A vida ronda inútil velha porta
E traz o que teimasse imaginar,
O verso que tentara desvendar
O rumo sem sentido não importa,
A voz que em solidão tanto comporta
Não deixa quase nada em seu lugar.
Lutando contra a fúria de uma sorte
Que tanto nos maltrate e não conforte
Quem luta inutilmente vida afora,
O corte se mostrando mais profundo,
E quando no vazio ora me inundo
A própria resistência me apavora.

9

O meu verso não teria
Sem motivos um segundo
Do que tanto em alegria
Na verdade me aprofundo
Coração que não se guia
Segue sempre vagabundo
E procura a poesia
Desenhando em rude mundo
O que tanto acreditei
Ser além de meramente
O meu sonho eu esperei
E tomando a minha mente
Onde fora reino e rei,
Toda a sorte ora desmente.

10


Não pudera e nem se tenta
Ter no olhar a liberdade
Ao vencer qualquer tormenta
Procurando a claridade,
O meu mundo se alimenta
Do que tanto se degrade,
Mergulhando no que inventa
E deveras não mais brade,
Vejo apenas meus escombros
Sol se eleva sobre os ombros
E traduz o que desejo,
Mas o mundo se perdendo
Num momento mais horrendo
Traz a sorte num lampejo.

11

Resumindo cada verso
Na palavra mais sutil
Vou reinando no universo
Onde todo amor se viu,
O momento mais disperso
Traz o canto até gentil,
E o que trame em tom diverso
Na verdade fosse vil.
Ouso crer na tempestade
E bebendo temporais
Do que possa e se degrade
Na verdade quero mais,
Bebo toda a claridade,
E desfaço o quanto trais.

12

Não pudera jamais ter tal momento
Nem mesmo se quisesse qualquer tom
Diverso do que possa em teu batom
O beijo que deveras inda tento,
Ousando numa sorte em raro alento
A vida se transforma em claro dom,
O quanto desejara ser tão bom
Perdendo qualquer sonho em vão provento.
Negando cada passo rumo ao quanto
Meu mundo se presume em desencanto
Matando uma esperança dia a dia,
O verso sem sentido e sem razão
A noite na completa escuridão
Nos olhos o que sei jamais veria.

13

Momentos diversos aprendendo agora
A luta se mostra dispersa da paz
O quanto pudera viver mais audaz
O tempo não pára somente devora,
O barco que cede palavra que ancora
Expressa outro rumo teimoso e tenaz,
A vida se perde no quanto se traz
E o vento trazendo já tanto apavora.
O manto sem prumo marcante cenário
Vivendo o passado mudo itinerário
Negando o que venha sentido cruel
Restando algum sonho diverso e sutil,
O quanto tivera ninguém mais previu,
Deixando meu sonho, mortalha infiel...

14

Eu não quero esta verdade
Que deveras me domina
O meu corpo, noutra esquina
A certeza se degrade,
Noutro tom, felicidade
Muitas vezes me alucina
E no fim a cristalina
Noite traz a claridade.
O meu mundo não mais cabe
No que possa acreditar
E sem ter o quanto acabe
Bebo o raio mais audaz
Que esta noite em paz me traz
Nos anseios do luar.

15


Bebo a sorte que engalana
Vejo o tempo e já desenho
O que possa quando venho
Na esperança soberana,
Nada mais o mundo engana
E se possa em desempenho
Outro tanto traz no cenho
Na palavra mais profana.
O meu mundo desabando
O meu tempo sem receio,
Vou seguindo em contrabando
Desenhando o quanto veio
Deste mundo se moldando
Nos meus sonhos, devaneio...

domingo, 8 de maio de 2011

Quem sabe eu tivesse qualquer otimismo
Vestindo esperança que nada sufoque
A vida mudando por vezes de enfoque
Traduz o caminho no qual sempre cismo,
Vencendo o que possa terrível abismo,
A sorte quem sabe no fundo provoque
O que na verdade guardasse no estoque
Do mundo que penso vital cataclismo
Chegando mansinho no sonho que trago
A sorte provoca e sei deste estrago
Que tanto permite cenário diverso
Ousando no quanto percebo em teu verso
O mundo que tento quando ora divago
Sem rumo e sem nexo, num mundo disperso.

2

Num martelo que faço em pensamentos
O momento diverso, mas audaz
A verdade no tempo se desfaz
E traduz tão somente os sofrimentos
Procurasse no fim raros alentos
O cenário que tanto satisfaz
Ao gerar num anseio pertinaz
O que possam traçar velhos tormentos.
A saudade não deixa p’ra depois
O que trazem nos olhos de nós dois,
A saudade se mostra soberana
E permite outro sonho, em ledo engano
O caminho no qual sempre me dano,
Transformando uma luta vã, profana.


3

Não pudesse mais sentir
O que tanto se quisesse
O momento que há de vir
Renegando qualquer messe,
No final a resumir
O que possa e já se esquece
No final ao resumir
Cada sonho em vão se tece
A palavra que redima
Modifica todo o clima
E gerando a negação
Expressando qualquer dia
Onde o pouco poderia
Explodir em louca ação.

4

Resumindo cada ponto
Do que tanto quis um dia
O que possa e não apronto
Traz a sorte em agonia,
O meu mundo sem desconto
Gera apenas a agonia
E se tanto sei do conto
Morro aquém da fantasia.
Visto o rude pensamento
Nada mais eu pude ver
O meu mundo segue e tento
No final algum prazer
Visto apenas desalento
E a vontade de morrer.

5

Não quero outro tempo nem talvez mereça
A sorte traindo quem tentara tanto
Ousar na noite traduzindo o canto
Que invadindo toma conta da cabeça.
O quanto que se possa na incerteza aqueça
Renegando apenas o que se fez pranto
Mergulhando em nada, puro desencanto
Não tendo nem mesmo quem decerto esqueça
O vento mais forte, temporais da vida
A sorte que se mostra nova despedida
Gerando apenas a vereda nobre
Que todo esse tempo se fizesse além
Do quanto decerto na verdade tem
E somente a morte no final recobre.
6

Eu não quero esta demência
Nem tampouco o que viria
Ouso até na alegoria
Que pudesse em inclemência
Produzir nova cadência
Ou quem sabe me traria
O que tanto se queria
E gerasse a resistência.
O meu canto desencanta
A palavra sendo tanta
No final nada me traz,
Visto a sorte mais cruel
E bebendo o fogo e fel
Torna o tempo mais mordaz.

7

Se eu já não tenho certeza
Do que venha após o medo
O meu canto sem surpresa
À saudade me concedo
E percebo com firmeza
O que possa e me enveredo
Na palavra com rudeza
No momento em desenredo,
Venço o tempo que se veja
Na saudade do que um dia
Entregando de bandeja
O que possa ou não viria,
Mais um gole de cerveja
Falsos tons desta alegria.

8


Não sendo um moralista
Que se mostra em caradura
A verdade que se avista
Não permite outra ventura
E se possa realista
O que vejo sem procura
Não mostrasse o que se assista
Mesmo em tempos de amargura.
Democrática versão
Não traduz realidade
Quando a sorte em dimensão
Tão diversa se degrade
Não se compra a solução
Para a tola humanidade.

9

O tempo que passa jamais retornando
Pudesse quem sabe trazer outra voz
E sei do que tente viver, mesmo atroz
Caminho se feito sem como nem quando
A vida percebe cenário moldando
O quanto pudera viver dentro em nós
O manto puído num mundo feroz
Aonde o meu canto sinto desabando
Vagando sem rumo, momentos ausentes
E nisto o que venha deveras pressentes
E segues calada mergulhas no nada
E tanto se queira vencer outra estada
Na lua que volta tons iridescentes
Ainda se a sorte diversa ora brada.

10

Já não quero falar do dia a dia
Nem tampouco da dor que me deixaste
O meu mundo marcado em tal desgaste
A palavra decerto não viria,
Nem tampouco quem sabe a poesia
Poderia viver cada contraste
E se tanto soubesse do que afaste
O meu sonho em completa hipocrisia.
Vendo a lua deitando em raios nobres
A beleza que assim logo descobres
Numa prata que possa dominar
O cenário qual fosse deusa e diva,
A minha alma se mostra então cativa
Da grandeza de um raio de luar...

11


Nada mais se pudesse desde quando
O meu mundo perdendo a direção
Noutro tanto que possa sem razão
Mergulhar no vazio naufragando
O que perco no tempo desejando
Um momento em descanso e solução
Representa os tormentos que virão
Numa sorte deveras se negando.
versos tantos caminhos imprecisos,
E deveras em tempos mais sutis
Não mais tendo em verdade o quanto quis
Acumulo diversos prejuízos
Meu anseio se faz a cada instante
E o meu sonho no fim nada garante.

12


Recebendo este vento no meu rosto
Abrandando o momento mais sutil,
O que possa em verdade não se viu
No caminho que segue ora proposto,
E se vejo somente o meu desgosto
Onde a vida se mostre bem mais vil,
O cenário que a vida permitiu
Traz o sonho num sonho já composto.
Cada frase traduz realidade
E se mostra meu canto em liberdade
Já não pode falar do que viria,
O meu mundo não cabe dentro da alma
E se possa viver o que me acalma
Meramente desvendo a fantasia.

13


No momento mais audaz
A palavra que se tenta
Molda enfim cada tormenta
Que este tempo agora traz,
Não pudesse ser capaz
De vencer a violenta
Sedução rara e sangrenta
Num anseio contumaz.
A verdade não teria
O que possa em poesia
Outro canto mais sutil,
O meu verso se percebe
Invadindo cada sebe
Traduzindo o que ora viu.
14


Trovador enamorado
Nada tenho da esperança
O meu tempo desdenhado
O passado então se lança
E mergulho ou mesmo invado
Rude e louca temperança
O caminho desenhado
Molda a sorte que me alcança.
A mudança não se vendo
Onde o tempo se traria
O que possa ser remendo
Na verdade é fantasia
E o meu mundo se tecendo
No fantasma da alegria.

15


Nada mais pudesse ter

Quem jamais se fez presente
O que possa merecer
Noutro canto se apresente
Invadindo cada ser
O que vivo plenamente
Esperando o renascer
Que domina toda a mente.
Nada vendo do passado
Nada vejo em meu futuro
O que possa lado a lado,
Traz o quanto configuro,
Desenhando o degradado
Nem meu sonho eu asseguro...