sábado, 18 de junho de 2011

Noite afora, adentra a sala
A verdade que não vinha
Da esperança que foi minha
E hoje em medo me avassala
A saudade que se cala
A loucura onde se aninha,
Sei da sorte tão mesquinha
Minha vida foi de gala...
Mas agora tão somente
Resistindo bravamente
Nada traz deste momento,
E sem rumo, sem destino
Quando muito me alucino
Ou decerto um mundo eu tento.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A lâmpada que traz
Relevo em noite escura,
Enquanto se procura
A face mais tenaz,
O risco tão audaz
Da sorte em que amargura,
Ou mesmo na ternura
O quanto se desfaz,
Vagando sem destino
Agora em cristalino
Momento te encontrando,
Apenas ilusão?
Prossigo, mesmo em vão,
Meu sonho naufragando.


2

A beleza dos lençóis
Os teus seios, tuas pernas
Nossas horas são eternas
Tanto encanto que constróis

Dominando os arrebóis
Se teus olhos são lanternas
As palavras mansas, ternas
Nestas noites, plenos sóis
Revestindo a fantasia
Que tanto nos poderia
Traduzir a sensação
Desta rara fantasia
Matando uma solidão
Minha antiga companhia

3

Nos olhos raro brilho
Vontade de seguir
A cada novo trilho
Somente pudesse ir,
Ousando no estribilho
Do amor que ao redimir
Encantos que palmilho
Traduzem meu sentir.
Esgoto cada senso
E quanto mais eu penso
Não peno, apenas vivo,
Num turbilhão de cores
Aonde quer e fores
Contigo sigo altivo.

4
No sonho, mal contendo
O todo que ora anseio,
O mundo cede e veio
Além deste remendo,
Que a vida em dividendo
Trouxesse em tom alheio,
Ao todo que rodeio
No encanto se sorvendo,
E bebo em goles fartos
O amor em nobres partos
Gerando eternidade,
O verso se anuncia
Na noite em alegria
Que em paz já nos invade.


5

Luar nos toca agora
E traz a sensação
Que enquanto nos devora
Traduz a dimensão
Do quanto em mim se ancora
A sorte, esta impressão
Do tempo sem demora
Ou mesmo a negação
Do dia mais sutil,
Do quanto a gente viu
Vagando no infinito,
Vencido o que se tenta
Além da tez sangrenta
O amor que necessito.

6

Concebo no horizonte
A lua que se dera
Mais bela em rara fonte
Vivendo a primavera
E nisto já se aponte
O tanto que se espera
Enquanto agora conte
Com vasta e bela esfera.
Gerando outro momento
Aonde o canto ecoa,
Palavra que ora tento,
Traduz a sorte, boa
E vejo o quanto atento
O pensamento voa.


7

Olhares, heliantos
Em plena claridade
Procuram pelos cantos
A intensa liberdade
E seguem já sem prantos
O passo que em verdade
Os dias fossem tantos
E neles a saudade
Daquela que desfila
Seu corpo em belos tons,
A noite se perfila
Em raros, bons neons,
Amar; fazer da argila
O sonho em raros dons.

8

Clarão já se entornando
O quanto pude e tento
Ousando o pensamento
Apenas bem mais brando,
O mundo vai rodando
E sigo a força e o vento,
Buscando algum alento
Aonde houvera e quando,
Já nada caberia
Nem sórdida tristeza
Nem mesmo esta agonia
Ou lenta correnteza,
Vivendo o que teria
Além da mera presa.

9

Veredas tropicais
Que penetro em dia claro,
Os sonhos que declaro

O senso enquanto esvais
Ousando no que amparo,
Gerando o que preparo
Em rudes vendavais.
Negando cada ocaso,
Vivendo o quanto atraso
Meu passo mesmo em vão,
O tanto que me enlaço
Nas ânsias do cansaço
Presumem negação.

10

Momentos mais diversos
Que a vida nos prepara
A sorte mesmo amara
Traduz meus universos,
Apenas vão submersos
Na senda, tal seara
Que nada mais ampara
Senão meus velhos versos
Que tento sem ter sorte
Levar o que conforte
A quem sofresse tanto,
Somente me levanto
E bebo o fim da cena
Enquanto a voz condena.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O meu canto se perdera
Nesta sorte mais cruel
Vaga à noite o carrossel
O pavio aceso, a cera
A palavra que tecera
O momento perde ao léu
O inaudito e vão corcel
Noutro tanto se esquecera
Da palavra que riscara
Desta agenda, solidão,
Ouso crer na mesma escara
Ou quem sabe em dimensão
Bem diversa se prepara
A temida negação.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Vivendo o dia a dia sempre atento,
Depois de tantas dores coletadas
As sortes muitas vezes desenhadas
Moldando tão somente o sofrimento,
Ainda que pudesse, quando o vento
Trazendo esta poeira em vãs estradas
As horas já perdidas, maltratadas
O mundo se anuncia em vil tormento,
Bebendo gota a gota este infinito,
O quanto poderia e não imito
O verso sem sentido e sem razão
Presumo cada queda que se veja
Aonde a vida trama esta peleja
Marcando os dias turvos que virão.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Não fosse um pormenor, a poesia,
O tempo se faria bem diverso
Do quanto merecesse cada verso
Ou mesmo o que inda trago todo dia;
O todo noutra face moldaria
O rústico cenário do universo
Por vezes tão audaz quanto disperso
Matando em nascedouro a fantasia.
Jamais imaginei ser tão feliz
Ou mesmo desenhando o quanto eu quis
Pudesse num instante em raro abono,
Viver a claridade e prenuncio
Além do que mostrara mais sombrio
A face do demônio que abandono.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Num porto mais alegre e mais seguro,
Tentasse ancoradouro da esperança,
Vivendo tão somente esta lembrança
De um tempo que decerto inda procuro,
Vagando sem saber do quanto escuro
Meu tempo noutro instante agora avança
E sei desta loucura onde a fiança
Cobrada dita o todo que amarguro.
A cada gestação, novo vazio
E o mundo sem sentido ora recrio
Vagando pelos ermos do não ser
No tempo que desnuda esta palavra
Minha alma inutilmente sempre lavra
E nada da colheita aparecer.

2

Se eu pudesse ancorar, teria a paz?
Já nada mais sustenta tal versão
E bebo desde agora, desde então
O corte que jamais me satisfaz
O verso se mostrara mais audaz
O tempo sonegando outra estação
Os dias com certeza moldarão
O quanto se pudera ser tenaz.
Renunciando ao verso que não veio,
O peso do passado segue alheio
Ao quanto de minha alma não se fez
Jogado sobre as pedras, meu saveiro
O sonho quando o tento, derradeiro
E nele se desenha a estupidez.

3

O amor que na verdade, diga encanto
Pudera resumir o quanto quero
E sei quando tentara ser sincero
O verso noutro fato mal garanto,
O mundo em falso enredo eu agiganto
E bebo o que deveras destempero,
Ousando muito mais do quanto espero
Rendido ao quanto trace em belo manto.
Meu sonho se embotando, o pesadelo,
O canto sem poder sequer sabê-lo
Desvelos tão comuns de um trovador
Que enamorando a lua sertaneja
Apenas calmaria ora deseja
E sabe do que possa em tal louvor.

4

Aquele que deveras permitisse
Um dia mais tranquilo em meio a tantos
Que possam transformam em desencantos
Os dias que a palavra não se ouvisse,
Apenas poderia ser tolice
Ousando acreditar em velhos mantos
Os ermos de minha alma, seus espantos,
A sorte se fizera esta crendice.
Negar cada momento que inda venha
E ter nas mãos o todo que convenha
Ao velho sonhador, novo repente,
Um gole de café, um pão de queijo
Somente da morena quero um beijo
Traindo a solidão que se pressente.

5

Seguindo desta forma, torpe e avesso,
O mundo não traria melhor sorte
E sei do quanto possa e num tropeço
O todo se traduz em leda morte,
O quanto da esperança ora mereço,
O vento se desenha bem mais forte
E sei do que pudera em adereço
Ainda quando a noite já nos corte.
Não tive nem pensei em liberdade
Somente o quanto a vida desagrade
O tempo não promete e nem traria
Sequer o que este luto programara
Mantendo bem mais viva cada escara
Gerando dentro da alma esta agonia.



6

Algozes encontrando a cada dia
A face mais cruel, realidade
O tempo não se mostra em liberdade
Enquanto mantém viva a fantasia,
O vento na verdade não traria
O quanto desejara em claridade,
Nem mesmo o quanto quis felicidade
Num verso mais suave viveria.
Sedento beduíno num deserto,
Apenas o que possa a descoberto
Encontro nesta ausência que nos toma
Ainda multiplico meu passado
E vejo que somente este legado
Traduz o que pudera em rude soma.

7

O verso que talvez não traduzisse
O mundo quando muito o desejei
O tanto que se fez na dura grei
Ou mesmo se moldara em tal tolice
A vida se mostrando em tal crendice
Enquanto no vazio eu mergulhei
Dos erros costumeiros escapei
E a noite em sonho rude contradisse.
Presumo cada engano e tão somente
O mundo noutro fato se apresente
Mostrando a velha cena em dor e tédio,
Meu canto sem razão já não ecoa
A sorte que pensara calma e boa
Agora se perdeu, e sem remédio.

8

Servindo como norma ou mesmo ausência
Do tanto quanto tento e nada vejo
Num tempo tão cruel e malfazejo
A sorte se produz na inconsistência
Do temporal do qual já sem ciência
O manto que recobre em azulejo
Traduz sem ter firmeza o que desejo
Traçando a mais sutil impertinência.
Vacante coração em noite fria,
Ausenta de meus olhos, poesia
E nada mais se vendo senão isto
Resumo meu passado num só verso
E neste caminhar agora imerso,
Apenas já cansado, ora desisto.


9


E os erros que não faço, nem aceito,
Apenas o que vejo dita o fim,
E bebo cada gole e sei que vim,
Tramando o que deveras nega o pleito
A sorte desejosa toma o leito
E bebe este cenário sempre assim,
Marcando o quanto resta vivo em mim,
Na solidão da qual não me deleito,
Vagando em lua clara, noite imensa
A sorte noutro tanto busca e pensa
Vencida a tempestade, na bonança;
Porém nova faceta da procela
Aos poucos sem sentido algum revela
A fúria que decerto nos alcança.


10



Pedindo o teu perdão, nada tivesse
Sequer algum momento mais suave
A vida se moldando aonde agrave
Não admitindo ao menos mera prece
O verso que deveras não se esquece
A liberdade feita na alma, esta ave
Que segue sempre além, qual fosse nave
Quando sequer uma ordem obedece,
Presume a claridade da manhã
E sei da própria sorte neste afã
Gerado pelo imenso delirar,
Vestígios do passado? Nem pensar,
Não quero alimentar mais esta cã
Somente noutro instante divagar...

domingo, 12 de junho de 2011

O amor nos transformando a cada dia
Transcende ao que pudera ser diverso
E sei do quanto veja no universo
Aonde reina em paz a poesia,
Vergando sob o peso da euforia
O mundo se anuncia mais disperso
E quando para além do sonho eu verso
Meu tempo traduzisse uma alegria,
E vendo tão somente a mesma cena
Que tanto nos seduz quanto condena
E gera o que não pode ser além
Do todo disfarçando cada passo,
E sei que na verdade o que ora traço
Expressa o que saudade ora contém.