sábado, 21 de maio de 2011

1

Não cansei da caminhada
Cujo tempo desdenhara
Outra sorte desenhada
No final gerando a escara
A verdade degradada
Outra luta dita a amara
Sensação do etéreo nada
Que deveras desampara.
Gera apenas o abandono
E se possa ou já me adono
Dos meus erros costumeiros
Bebo as tramas do passado
E se mostra ledo enfado
O cenário entre canteiros.

2


Tantas vezes a tristeza
Dominando este cenário
Traz a vida em tal surpresa
No caminho temerário
E se possa em correnteza
Noutro rumo, itinerário,
Cartas soltas sobre a mesa
Versejando em tom mais vário.
Nada mais pudesse ser
Senão isto que apresento
O meu mundo sem prazer
O momento enquanto tento
Mergulhar nalgum querer
Ou gerir meu pensamento.


3

Mas a sorte se permita
Muito mais que meramente
A verdade quando dita
O que possa e não desmente
A palavra mais bendita
Envolvendo corpo e mente
Na esperança agora aflita
O que muitas vezes tente.
Nada possa contra o fato
Do que tento resgatar
Meu anseio ora constato
E procuro algum lugar
Onde o sonho que resgato
Não pudera imaginar.

4


Amortiza este veneno
A saudade que domina
Outro tempo eu concateno
Numa sorte cristalina,
Na verdade me condeno
Ao que possa e me fascina
Meu amor pudesse pleno,
Mas audaz tudo extermina,
Vicejando no meu peito
O rosal que eu merecia
Quando sigo satisfeito
Bebo a sorte a cada dia,
O meu verso sem efeito
Nem um sonho em paz teria.


5

Vou singrando em novos mares
Tão diversos do que anseio
E se vejo e assim notares
O que tanto traz alheio
O cenário onde em lugares
Diferentes não mais veio
Procurando nos altares
O sentido que receio,
Bebo sempre o mesmo instante
E deveras não garante
Nem sequer o que pudera
Transformando em penitência
O que fora em inclemência
A verdade mais austera.



6


Respirando em outros traços
Os momentos mais diversos
Procurando por espaços
Emolduro velhos versos
Os meus dias seguem lassos
E deveras são perversos
Mesmo quanto mais escassos
Outros ermos vão imersos.
Nada pude ou tentaria
Vendo o quanto desilude
O que gere a fantasia
Transformando em plenitude
O que tanto se recria
Amortalha a juventude.


7

Em distantes noites vago,
Procurando algum descanso
E se tanto busco afago
Na verdade não alcanço
A pureza deste lago
Noutro engano ora me lanço
O momento em que divago
Na esperança de um remanso.
Ouso até pensar no quanto
Minha vida ora garanto
Sem saber da tempestade
Que decerto me derrote
Revelando ao velho mote
O caminho em que se evade.

8


Céus em plena mansidão
Pós tormenta, esta bonança
Que deveras já se alcança
E promove a dimensão
Dos caminhos que virão
Transformando em confiança
A verdade em tal mudança
Do vazio em geração.
Nada pude e nem tentasse
A verdade dita impasse
E o mergulho trama a queda
Outro tempo em desenlace
Traz o tanto que tramasse
A incerteza ora envereda.

9

Mas, te falo e te asseguro
Do que pude em realidade
No que possa ser mais duro
O momento não agrade
Tendo aquém do que procuro
Nada tento na verdade
E se siga em céu escuro
Nada bebo em claridade,
O meu verso se destoa
A palavra se revela
A versão que fosse boa
Outro tempo trama a cela
A minha alma em vão revoa
Sofrimento enfim revela.

10

Por mais triste que pareça
O momento traz sutil
O cenário que se esqueça
Ou talvez; já nem se viu
Roda além minha cabeça
E se possa ser gentil
Antes que tudo enlouqueça
Quem tal sorte não sentiu.
Sendo audácia tão constante
No caminho de quem erra
A palavra não garante
O cenário em alta serra
Na verdade doravante
O meu passo nada encerra.

11

A alegria salta o muro
E procura algum remanso
Onde o verso que procuro
Noutro tempo mesmo alcanço
No momento mais seguro
Outro tanto quando avanço
Traz o manto e neste auguro
A verdade diz descanso.
O que pude e não viera
A certeza desta fera
Que espreitasse tão somente
O meu mundo se apresenta
Na emoção leda se sangrenta
E decerto sempre mente.


12

Nos braços de uma amizade
Que pudera garantir
O caminho em liberdade
A vontade que há por vir
Traz o sonho que degrade
A palavra a redimir
O que trama uma verdade
Noutro passo a se exigir.
Nada vejo do que fomos
E se possa em tantos gomos
Somos mesmo sempre assim,
O tormento se anuncia
E rondando o dia a dia
Preconiza o mero fim,



13



De sermos mais felizes, por um dia
O quanto se pudera acreditar
Na sorte que imagino a nos rondar
Marcando o que deveras poderia
O cerne da questão dita a alegria
O mundo se perdendo a divagar
Ousando noutro instante a meditar
A tarde se desenha mais sombria.
Versando sobre o tempo onde pudera
Apascentar distante e rude fera
Tramando qualquer queda após o fato
E bebo em goles fartos o que trace
A vida se moldando em desenlace
Diverso do que quero e até constato.


14

As lágrimas nem sempre são vertidas
No olhar de quem se fez um sonhador
Seguindo de tal forma aonde eu for
Vivendo entre tormentos e avenidas
As horas renegadas, divididas
O mundo sem saber do quanto amor
Pudesse noutro instante em nova cor
Ousando além das dores refletidas.
O medo me atormenta e posso ver
O quanto se deseja em tal prazer
Enquanto a vida trama outro final
O que inda me restara é muito pouco
E sei do caminhar diverso e louco
De quem se desenhasse sempre igual.


15

Marcadas por tristezas e lamentos
As noites que entranhei nada trouxeram
Sequer os meus momentos vãos esperam
O soluçar diverso destes ventos.
Os olhos que persistem mais atentos
Os dias entre enganos degeneram
E quando noutro rumo destemperam
Os versos são além dos elementos.
O medo não traria melhor sorte
Nem mesmo quando muito o que conforte
Traduza o que pudesse ser maior
O rumo sem sentido se versando
O tempo noutro tanto desde quando
O anseio que procuro sei de cor.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

1


Nas águas tão profundas, num abismo,
Em abissal caminho me encontrando
O tempo noutro tempo mais infando
Enquanto no vazio ainda cismo
E mesmo quando houvesse o cataclismo
O mundo novamente se moldando
Num ávido lutar se desenhando
Matando cada anseio noutro sismo.
Vencendo o quanto pude imaginar
E tendo apenas isso a me tocar
A luta se desvenda em rude fim,
Soubera da promessa não cumprida
De ter além da morte nova vida,
Marcando o quanto possa haver em mim.



2

Em busca da possível aliança
Que a vida não pudera renegar
O tempo se moldando enquanto avança
Gerando o quanto tente desejar
Não vendo solução a se mostrar
Movendo cada farsa na lembrança
O mundo se traçando a divagar
Enquanto o dia a dia sempre cansa.
Não tenho qualquer tom de ansiedade
E bebo com certeza esta saudade
Em goles bem mais fartos, fantasia...
O quanto não se faz em ledo sonho
Apenas ao final eu me proponho
Tramando o quanto pude e não teria.

3


Que venha sem trazer qualquer mentira
A senda mais audaz que imaginasse
O tempo se transforma em nova face
E o todo noutro passo se retira
O quanto da verdade ora interfira
Marcando o dia a dia neste impasse
Vencendo o quanto possa e se mostrasse
Enquanto o próprio tempo avança e gira;
Não quero ter nas mãos a farsa e a queda
Aonde se pagando em tal moeda
A luta desengana quem tentara
Vestir a fantasia e não viesse
Singrando sem saber qualquer benesse
Da glória tão distante quanto rara.


4

A vida faz promessas não cumpridas
E traz esta ilusão que ora alimento
Ardor em sensações, o sentimento
Expressa tantas fontes desprovidas
E sei que mesmo quando tu duvidas
O tanto que se molda alheamento,
Pousando noutro fato desatento
Cevando aonde visse tais feridas,
Negando melhor sorte a quem tentara
Sentir a mansidão que já não veio,
O passo se moldando em tal receio
A rede de emoções me desampara
E sinto se esvaindo o sonho em mim
E toda esta incerteza traz meu fim.


5

O meu canto em liberdade
O meu sonho mais audaz
O que possa da saudade
Na verdade o tempo traz
E se molda em claridade
O que quero ter em paz
Ao saber felicidade
Da esperança sou capaz.
Mas não tendo outro caminho
Sigo só e nada vem,
Outro tempo mais mesquinho
Mostra a sorte com desdém
E se possa a cada espinho
O vazio me convém.


6


Vai buscando a cada passo
O que tanto poderia
Na verdade o que ora faço
Dita apenas fantasia
E se o mundo não mais traço
No que possa em alegria
A vereda em sonho lasso
Outro tom se moldaria,
Vejo apenas o que possa
Traduzir cada cenário
Do que fosse imaginário
À certeza que foi nossa
O tormento anunciado
Trama a fúria do legado.


7

Que distante, eu reconheço
Já não posso nem falar
Do que vendo em tal tropeço
Torna a vida a se moldar,
Onde pude em adereço
Num estranho caminhar
O momento enquanto esqueço
Do que atente ao me entregar,
Verso sobre o que divirjo
E se possa e não convirjo
Para a mesma direção,
Onde o tempo anunciasse
Turbilhão em desenlace
Noutra sorte, outro senão.

8


Misturando a fantasia
Que decerto tanto pude
Transformar e não teria
Mais a doce plenitude
De quem teima em poesia
Mesmo em tempo bem mais rude
Ou versando a cada dia,
No final se desilude.
Vejo o todo e me alimento
O momento mais sutil
Quando a sorte se previu
Solto e livre pensamento
Trama o corte em desvario
E meu mundo desafio.



9


Com pitadas de emoção
Onde o nada se moldara
A verdade diz do não
E transforma esta seara
A palavra em divisão
A incerteza bem mais clara
Novos sonhos se farão
Quando a vida desampara.
Esperasse pelo menos
Os anseios mais serenos
Depois desta iniqüidade
O meu tempo que destróis
Procurando vãos faróis
E incerteza agora invade.

10


Na ilusão desta promessa
Que jamais se possa ver
O que tanto recomeça
Noutro rumo a se perder,
O meu passo ora tropeça
Nos anseios do querer
E a verdade prega a peça
Só gerando o desprazer.
Numa sórdida presença
O que pude há tanto e nada
Outra noite se convença
Da incerteza desta estrada
Quando há lua a recompensa
Tantas vezes desejada.

11

Não deixando mais tropeço
Nem sequer o quanto aborta
Outro enredo desconheço
E mantendo aberta a porta
Sei da vida em adereço
O que tanto agora importa
Traz a sorte em recomeço
Ou desenha a antiga, morta.
Vejo o mundo como fosse
Este cenário já perdido
O momento presumido
Muitas vezes quero-o doce,
Mas sei bem do desvario
Que deveras desafio.


12

Tantas coisas que passei
Erros fartos, simplesmente
O que possa e se apresente
Dita o quanto eu esperei
Na verdade a dura lei
Que decerto impertinente
Traz o todo que se atente
E a vereda onde entranhei.
Nada mais pudesse crer
Nem sequer no que viria
Ouso até mesmo em poder
Desenhar o que teria
Nas entranhas do prazer
Ou quem sabe em novo dia.

13

Tanta lágrima rolando
Deste olhar agora ausente
O que possa ser mais brando
No final não se apresente
O que vejo desabando
O momento que se sente
O tormento me inundando
Noutro verso, previdente
O meu caso não diz nada
Nem do quanto visse em paz
A verdade sonegada
O caminho se desfaz
E ao chegar nova alvorada
O segredo nada traz.

14

Mas agora eu me percebo
Entre as pedras do caminho
E se possa o que concebo
Na verdade sou daninho
Esperança; eu já não bebo
E tampouco ali me alinho,
O meu sonho, este placebo
Sem sequer saber do ninho.
Enveredo no passado
E se tento ser diverso
O que mostra tanto enfado
Desenhasse o mais disperso
Delirar onde me evado
E decerto eu desconverso.


15

Num caminho mais sereno
Poderia imaginar
Outro tempo onde condeno
Outro sonho a me marcar
A verdade em tom ameno
A vontade de chegar
E sabendo do veneno
Nada possa em tal lugar,
A vereda que se forma
A palavra sonegasse
E deveras se deforma
O que tento em nova face
Outro tanto sem a norma
Que pudesse e não se trace.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

1

Sem certeza do quanto mais pudera
Noutro engano diverso a vida segue
Já não tendo sequer o que prossegue
Não se vendo nem mesmo o quanto espera
Quem deseja a palavra mais sincera
Na ilusão que decerto em mim consegue
O momento feroz onde se embebe
A palavra tornada dura, austera.
Não querendo talvez o que me iluda
A minha persiste amarga e muda
No caminho que tanto se pensara
Outro tom se divisa e na verdade
O meu canto presume a falsidade
Espalhando o não ser nesta seara.

2


Eu quisera somente ter nas mãos
Outro dia diverso do que veio,
A palavra que tanto diz receio
Os momentos marcando velhos chãos
Apresentem decerto mortos grãos
O meu passo se mostre mesmo alheio
Ao que possa viver e não rodeio
Já sabendo faz tempo destes vãos.
Mergulhando no ocaso onde pudesse
Ter apenas o quanto a vida tece
Seduzido por erros tão comuns,
Os meus versos se dizem ilusórios,
Meus momentos são ritos tão inglórios
Da esperança, restando só alguns.


3

Eu não tenho mais o quanto
Poderia acreditar
Noutro tempo a desnudar
O que nada enfim garanto,
Vejo a sorte e me adianto
Ao que tente desvendar
Nada mais irá mudar
O caminho em desencanto
Outro sonho se decide
Na verdade que inda incide
Sobre nós e nos domina,
O que tento noutro fato
Com certeza não constato
Fonte outrora cristalina




4

Jamais se vendo a vida de tal forma
Que nada mais pudesse além do quanto
O tempo se anuncia em desencanto
E o mundo no vazio se transforma,
Ousasse acreditar no quanto a vida
Trouxesse muito mais do que pudera
O tanto quanto resta nessa esfera
Tramando a velha sorte, distraída.
Numa esperança tola, o mesmo algoz
Que quando poderia me negara
A sorte mais airosa, bela e rara
Ao elevar além a nossa voz.
Vivesse cada instante mais feliz
Singrando o quanto possa e tanto quis.

5


Um áspero caminho e nada mais
O tanto se anuncia após a queda
E quando se desenha e não se enreda
A vida entre diversos rituais,
Os olhos enfrentando vendavais
A sorte na verdade se envereda
Trazendo toda a dor como moeda,
Moldando do bastante o nunca mais.
Pousando tão somente aonde pude
Vencer o que se mostre em amplitude
Diversa da que um dia imaginara,
A noite se desenha mais escura
E nada quanto eu creia me assegura
Que um dia volverá suave e clara.

6

Não quero esta palavra sem a qual
O mundo talvez fosse interessante,
O tempo de viver não se garante
Na morte que desenha o ritual,
O sonho que pudesse ser banal
O quanto resta apenas doravante
Mudando este caminho a todo instante
Marcando cada sombra em tom fatal.
Não posso e nem tentara mesmo após
A luta desejada em rude foz
Mortalha que se tece a cada dia,
Seara tão diversa da que tento
E sei do quanto atroz o sofrimento
E nada contra a fúria eu poderia.

7



É bom saber que existes; minha amiga!
A vida se apresenta de tal forma
Que tudo o quanto possa nos transforma
Ainda que a saudade em vão prossiga.
O tempo quando muito desabriga
E nada se moldando em tal reforma
Do tanto quanto a sorte nos deforma
E gera o que pudera em rude liga.
Vestindo a hipocrisia deste sonho
Que tanto imaginara e não viera,
A senda a se moldar demais austera
O canto noutro tom eu te proponho
Vagando sem saber cada viela,
A velha solidão já se revela.




8

Na luta tão difícil pela vida
O quanto poderia cada instante
Traçar outro momento doravante
Deixando bem distante a despedida.
Aumenta esta esperança qual ferida
Que gera este final tão fascinante
Ousando no caminho que garante
O tempo e sem saber; sequer, saída.
O tanto quanto quero e não percebo
Amor que se moldara e não recebo
De quem já poderia ser além
Do verso que deveras fragiliza
Tentando acreditar que venha a brisa
Aonde tempestade ora contém.


9

Que tantas vezes vem e já não traz
Sequer o quanto pude desejar
O tempo se perdendo num vagar
Aonde se mostrara mais audaz.
O verso noutro tom jamais se faz
Pousando neste sonho devagar,
E tendo ou não caminho onde rogar
O todo se desenha aquém da paz.
Já não comportaria qualquer sorte
Que ao menos no final tanto conforte
Quem luta simplesmente e nada mais,
Pousando dentro da alma esta esperança
A vida num momento em vão se lança
Enquanto sem sentido tu me trais.

10


Saber que estás aí, querida amada
Tramando o quanto possa noutro instante
Vagando pelo mundo deslumbrante
Trazendo no final o mesmo nada.
A sorte se moldando em cada estrada
O passo se mostrara doravante
O quanto na verdade se garante
Deixando a noite calma, enluarada.
Vestígios do que fora uma esperança
Agora no vazio a voz se lança
E nada mais trouxera a paz que eu quis
Pudera imaginar novo momento,
E sei do que decerto busco ou tento
Eterno marinheiro, um aprendiz.



11

Tantas vezes sozinho, busco o mar
Tentando acreditar nalgum cenário
Ainda que deveras solitário
Sem ter sequer um canto onde ancorar,
O corte se mostrara a divagar
O tempo se moldando solidário
Meu verso se anuncia temerário
E o corte; o sinto sempre aprofundar.
Vestindo a velha sorte que não trama
Sequer o que pudera em ledo drama
Matando o sonho mesmo quando possa
Traçar outra verdade que não venha
Buscando no infinito a rara senha
Que impeça a penitência atroz e nossa.


12

Distante mar que nunca mais eu vi
Depositando o sonho no vazio
E sei do quanto possa ou fantasio
E bebo a sorte em tanto frenesi.
Volvendo num momento chego a ti
E sei do que se faz em desafio
O verso prenuncia o desvario
E o todo que tentara não senti.
Vagasse contra as fúrias deste rumo
Ousando acreditar ser o oceano
E sei do quanto possa quando escumo
O tempo num completo desengano
Versando sobre o mundo que não vejo,
Amor nunca passando de um desejo.

13

Cismando, sou teimoso, vagando além
Do quanto poderia imaginar
A sorte noutro rumo a se tomar
E sei que no final não há ninguém
O tempo na verdade não contém
E sabe o quanto possa desejar
Marcando cada passo devagar
Deixando para trás único bem.
Jamais imaginara novamente
O quanto cada passo represente
Mergulhos na ilusão, torpe ou serena
O preço a ser cobrado não garante
O dia que deveras fascinante
Infelizmente ao nada nos condena.

14


Nas ondas deste mar onde tentara
Vencer uma procela tão feroz,
A vida desenhando dentro em nós
A sensação atroz de corte e escara,
A luta se aproxima e desejara
Apenas um descanso logo após,
Mas nada do que possa tão veloz
Domina o quanto a morte ora escancara.
Eu visse meu olhar ora perdido
O verso com cuidado, o dilapido
E tento acreditar no que veria,
O olhar bem mais tranquilo de quem sonha
E tenta acreditar noutra risonha
Vontade desfilando em poesia.

15

Pensava descobrir uma esperança
Nos olhos de quem tanto acreditasse
Na vida superando algum impasse
E a sorte que ao vazio ora se lança
Marcasse cada dia em confiança
E neste duro e rude desenlace
O mundo sem sentido se moldasse
E nada mais pudera ou já descansa.
A cena se repete a cada queda
E sei que na verdade o que me seda
Expressa o turvo olhar impertinente.
Não pude e não seria de outra forma
O próprio amanhecer já nos transforma
E novo caminhar a vida atente.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

1

Não me importa saber do quanto veio
Nem tampouco da rara divisão
A verdade tecendo em tal senão
O caminho do qual me devaneio,
O momento seria em tom alheio
A saudade expressando a dimensão
Do meu verso moldando desde então
O que possa e deveras incendeio.
Não queria pensar no meu passado
Nem tampouco desenho o que ora brado
Num cenário sem rumo e tão atroz
Que pudera gerar outra esperança
O meu verso se mostra e não alcança
Nem sequer o que possa vivo em nós.

2

O que possa viver em plenitude
Nas imagens dos sonhos mais profanos
Outros ritos deveras mais humanos
Ou quem sabe no fim tudo transmude,
A verdade de fato não ilude
O meu mundo ao passar dos tantos anos,
A saudade deixando velhos planos
Desengano se mostra em magnitude.
Onde um dia pudera ser diverso
Do caminho mordaz que agora verso,
Transformando o meu mundo no vazio,
Encontrando pedaços da esperança
Na certeza o que tanto a vida avança
Não permite sequer o quanto eu crio.

3

Nos amores de tanto falso brilho
Perolada expressão de solidão,
O momento se mostra mesmo vão
E deveras no espaço nu eu trilho,
Vagamente pudesse este andarilho
Noutro tempo moldar a dimensão
Recebendo da sorte a imprevisão
Do cenário onde tento e me polvilho,
Galgaria quem sabe novo espaço
E pudesse tramar o quanto traço
Sem ter medo sequer de teu veneno,
Mas a vida não traz sortes e risos
Acumulo somente prejuízos
O meu mundo jamais se fez sereno.

4

Sem saber da verdade que nos rege
Ou transforma esta luta em decadência
O meu tempo se molda em vã ciência
E a palavra sem nexo já se elege.
O meu verso podendo ser herege
Não teria afinal tal ascendência
O que pude sentir mata inocência
De quem busca a esperança e em dor lateje,
O meu mundo não cabe dentro em mim,
O final se aproxima e sendo assim
A saudade relata cada engodo
Desta vida sem nexo, ora insensata
O que possa traçar e se arrebata
Joga o sonho por certo em podre lodo.

5

Não me cabe falar do que não veio
E sequer poderia mesmo vir
O caminho se mostra em tom alheio
Impedindo saber o que sentir
Baixa o pano e demonstra em vão recreio
O momento diverso a perseguir
O que possa tramar já não anseio
Na incerteza do quanto irei ouvir.
Decidindo meu passo no futuro
O cenário que trace onde perduro
Reunisse esperanças mais diversas
E tentasse sentir completamente
O tormento que mesmo se apresente
Quando além dos caminhos rudes, versas.

6

Respeitando o que possa mesmo ou não
A verdade não dita novo passo,
E vivendo sem ter o quanto traço
Esperando quem sabe esta expressão
Vagamente o que possa desde então
Traduzindo somente o meu cansaço,
Noutro rumo modera o que inda faço
E presume afinal tal direção,
Já não quero saber do quanto veio
Nem tampouco que venha novamente
O cenário deveras se desmente
E prossigo num tom calado, alheio
Vivendo do que possa em plenitude
Quando amor sem verdades desilude.

7


Quando pude perceber
O final da velha peça
Onde o sonho em vão tropeça
Procurando algum prazer
Revigora todo o ser
Sem ter nada que me impeça
De viver o que interessa
A quem tudo possa crer.
Já não cabe tal momento
E se tanto agora invento
Qualquer dom pudesse em nós
Transferir este final
Tão comum, mesmo banal.


8

Já coubera desvendar
O meu mundo quando o fato
Que deveras mal constato
Toma todo este lugar,
O que pude desvendar
Meu momento ora retrato
No vazio que resgato
Ou quem sabe noutro mar,
A verdade se mostrando
E meu tempo fora brando,
Mas diverso do que insiste
Em tramóias e mentiras
Que decerto tu prefiras
Mesmo a vida sendo triste.

9


Já não vejo solução
Nem pudera num instante
O que a vida não garante
Nem traduz em dimensão
Mais diversa desde então
O que possa e me adiante
Transformando doravante
A incerteza de um senão
No tormento mais comum,
Se deveras sou nenhum
Nada tenho a demonstrar
O que possa noutro rumo
Na verdade não consumo
O que tente imaginar.

10

Já não vejo sequer cais
E tentasse além do sonho
A verdade que ora exponho
Dita velhos temporais
Os meus dias desiguais
Num anseio mais bisonho
E se possa e já me enfronho
Procurando ou nunca mais,
A loucura, a insanidade
O meu mundo se degrade
Numa velha turbulência
Cabe na alma este vazio,
Onde possa e desafio
Meu amor, velha ciência...

11

Num delírio que permita
O que tanto desejara
Noutro tempo, vida amara
Sorte atroz, audaz e aflita
Sem saber sequer reflita
Ou desenha e desprepara
O que nunca se notara
E de fato não se evita.
Revelando cada instante
O que possa e não garante
Sequer sombra de esperança
O meu mundo não traduz
Nem sequer presume a luz
Que decerto o nada alcança.

12


Já não pude ter em mente
O que tanto desejara
A esperança sendo cara
Traça o sonho plenamente.
Mas deveras se desmente
E no todo não se ampara
Falsamente ora escancara
Torna a sorte uma demente,
O vazio se mostrasse
Onde quer que num impasse
Verso veja o que não veio
Sigo o rumo e sei do quanto
Na verdade desencanto
E produzo o meu anseio.

13


Resumindo cada fato
No que tanto desejasse
O meu mundo em desenlace
Que deveras já constato,
Nada pude e neste ingrato
Caminhar o que se trace
Desenhando o que embarace
O meu passo em vão retrato.
Já não guardo do passado
Nem sequer menor lembrança
O meu tempo desvendado
E deveras quando avança
Sigo a vida lado a lado
Gero além a confiança;

14

Mal me cabe o que viria
Noutro tom deveras rude
A palavra que me ilude
Outro tom em agonia
Versejando dia a dia
O meu mundo em atitude
Revelando o quanto mude
E de fato moldaria
Quando a luz audaz incide
No momento onde decide
O final que nunca veio,
Expressando uma quimera
Que talvez na mesma esfera
Traz o quanto em vão rodeio.

15


Transcrevendo o fogaréu
Que minha alma coletasse
Noutro rumo, mesmo impasse
Novamente sou o réu
E o caminho atroz, cruel
Que esperança nunca trace
Na verdade que gerasse
Ilusão em claro véu
Azulejos do passado
Onde tanto desvendado
Meu momento sendo rude
Trama o quanto poderia
Noutro tom, velha utopia
Tanto amor de fato ilude.

terça-feira, 17 de maio de 2011

1

Quando se desenha em uniforme
Caminho a mesma face ou mesmo até
Aquela que deveras nos conforme
Ou gere a insensatez de cada fé,
E quando em solidão meu peito dorme
Vagando sem saber mais por quem é
A face se mostrando mais disforme
Traduz o quanto a vida segue a pé
Vestindo a mesma velha inconseqüência
Ousando acreditar na competência
De quem jamais se fez além do vago,
Invisto cada passo no futuro
E tanto quanto possa, configuro
O tempo; aonde sempre em vão divago.

2


Teologias várias me trariam
Talvez algum alento ao fim de tudo,
O quanto na verdade me transmudo
No quanto velhos sonhos poderiam.
Vassalos da esperança moldariam
O enredo; aonde eu tanto desiludo
Porquanto siga só, alheio ou mudo
Os dias entre enganos seguiriam,
Versando sobre o que inda me restara
A noite se mostrara em prata rara
Num plenilúnio intenso e mavioso,
Mas quando me avizinho do vazio
Reparo o quanto sigo ora sombrio
Tornando o meu caminho pedregoso.

3

Ou quando se mostrara em tal miséria
O mundo desnudado rudemente
No todo que deseja agora mente
E sabe a franca face da matéria,
O verso noutro tanto, a voz mais séria
Enquanto o que pudesse plenamente
Apresentando o corte e sem semente
A vida não tecendo a sorte; espere-a.
Decerto o caminhar se moldaria
No tanto que se inunda em poesia
O versejar suave e soberano
O vento nos tocando devagar
Uma esperança eu sinto a divagar,
Porém o meu anseio diz engano.

4


O tempo mudando a sorte
De quem tanto poderia
Procurar qualquer aporte
Noutro tom sem ironia,
O cenário que conforte
A verdade e a fantasia
Noutro dia mesmo o corte
Nada mais alegaria,
Verso sobre o que pudera
E se vejo viva a fera
Que alimenta-se de entranhas
O meu sonho se desfaz
Num momento onde mordaz
Outros erros; tanto assanhas...

5

Percebo este ser obscuro
Que alimenta o pensamento
E se tanto quero ou tento
Noutro passo me asseguro,
O que possa e já procuro
Outro fato onde lamento
O meu verso em sofrimento,
Solidão trama e perduro,
Navegando no vazio
Onde o quanto desafio
Traça enganos tão somente,
A verdade não se omita
Quando a sorte traz aflita
A esperança que ora mente.

6

Não queria acreditar
Nos engodos mais comuns
Meus momentos; sei de alguns
Onde houvera algum luar
Vou vertendo num vagar
Busco sonhos incomuns
Aguardentes, vinhos runs
E o meu mundo a naufragar.
Na esperança que não veio
No caminho sempre alheio
No cenário sem descanso,
Onde possa ter a sorte
Que deveras me comporte
Na verdade não alcanço.

7


Brindo ao sonho que partira
Noutro rumo de tal forma
Que a palavra que reforma
Traz apenas a mentira
E deveras já prefira
Caminhar enquanto a norma
Não trouxesse o que deforma
Nem matasse insana pira.
Versejando sobre o nada
A certeza destroçada
A verdade não se traz
Onde o vento me inundasse
Ao vencer qualquer impasse
Outro rumo, mais audaz.

8

Divagando sobre o fato
De viver o quanto pude
Mesmo sendo em atitude
Tão diversa, ora constato,
O momento mais ingrato
A palavra dura e rude
Velha flor da juventude,
Outra face em vão retrato.
Jamais tento acreditar
No que possa caminhar
Neste rumo, mais incerto.
Já não quero o mero sonho,
O que tenho decomponho
E alimento este deserto.

9

Ao falar do pleno amor
Que deveras nos guiasse
Onde quer que a vida trace
Mesmo engano sem pudor,
Caminhando aonde eu for
A verdade em desenlace
Trama o quanto desejasse
A palavra sem a dor,
O meu mundo se discerne
Procurando pelo cerne
Da questão que ora apresento,
Mas sabendo do que trago
Não supondo algum afago
Da esperança sigo isento.

10

Exorcizo esta ilusão
E desejo novo rumo,
Onde possa e não me aprumo
Novos dias não verão
A terrível solidão
Que pudera em mero sumo
A palavra que resumo
Nesta vasta imensidão.
Ousaria acreditar
No que possa algum luar
Espalhando em luz suave,
O caminho que se cria
Trama a imensa fantasia
Que decerto nada agrave.

11


Já não possa perceber
O que a vida me ensinara
Desde quando a sorte amara
Desdenhara o meu viver,
E se tento agora ver
Outra luta se prepara
E navego em vã seara
Sem sequer me perceber,
O vazio que entranhasse
Traça o rude desenlace
De uma vida sem proveito,
Galgo os sonhos, mas a queda
No tormento se envereda
E deliro, mas aceito.

12


Não me cabe decidir
Sobre o fato que não veio
Sigo o mundo sempre alheio
Ao que tanto há no porvir,
A verdade a perseguir
O momento onde rodeio
O caminho em devaneio
Dos meus sonhos me excluir.
Ver somente o que interessa
E deveras já sem pressa
Procurar algum alento,
Mas pudesse ser enfim
O que trago dentro em mim
Ou deveras mesmo tento.

13

Nada mais se vendo após
O caminho sem seu norte
O que possa e não conforte
Traduzindo a velha voz
Do momento nosso algoz,
Desenhando o quanto corte
Sei somente desta morte
Num anseio mais feroz.
Resumindo cada verso
Onde tanto sigo imerso
Vago além do pensamento
Outro fato se repete
Na verdade o canivete
Corta fundo em tom sangrento.

14

Presumisse outro final
A verdade se veria
Muito embora a fantasia
Molda o verso mais banal,
E seguindo o ritual
Bebo apenas a ironia
E se possa em alegria
Com certeza é menos mal.
O meu passo em retrocesso
O que possa e não confesso
Sem sentido e sem razão,
Ouso mesmo quando dano
O meu mundo em desengano
Ou os dias que virão.

15

Visto o sonho e nada mais
Do que possa acreditar
No meu verso a desenhar
Seus diversos temporais,
Outro tempo é crer jamais
Não restando céu ou mar
Nem tampouco algum lugar
Que pudesse ser meu cais,
Vejo apenas o que pude
Num momento em plenitude
Ou após em livre queda,
Refazendo o que tentara
Noite em paz, coisa tão rara,
Solidão, cara moeda...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

1

No desejo infinito de te ter
Entre sonhos diversos, meu engano,
Porquanto na verdade se me dano,
No fim não restará sequer prazer
Do quanto na verdade mais quis ser
E a vida com seu ar duro e profano
Criando este abandono, traça um plano
Contrário ao que pudera conceber,
O velho coração em apatia
O tempo se reduz ao que não via
E na avidez do encanto se desfez
A morte sinaliza de tal forma
Que todo o meu cenário se deforma
Neste desejo feito insensatez.

2

Verter nosso prazer em caudalosas
Vontades num momento irradiante,
O tempo na verdade não garante
Nem mesmo primavera traz tais rosas.
O quanto se deseja em majestosas
Loucuras nada mais já se adiante
E sei do que pudesse doravante
E tanto quanto podes; caprichosa.
A luta se desenha de tal sorte
Que nada mais deveras nos conforte
Somente esta vontade insaciada,
A luta se anuncia mais febril
No instante que este amor já se reviu
Moldando num momento nossa estrada.

3


Não quero ter pudores ao dizer
Do quanto nosso mundo possa além
Da vida que decerto já contém
Imensidão desnuda em tal prazer,
O que inda poderia mesmo ver
Disfarça sem sentido o que detém
O passo modulando o raro bem
Que um dia tentaria conceber,
Nas tramas desta insânia sigo logo
E quando de esperanças vãs me afogo
Presumo o fim do jogo, mas tu vens
Tomando com firmeza este timão,
E doma a mais diversa direção
Transformas dias rudes; raros bens...

4

Ardendo neste jogo em fogaréu
O tento mais perfeito em harmonia
O verso que pudera e não se via
Translada para a terra todo o céu,
Vagando como fosse um carrossel
O sonho dita o tom da fantasia
E traça o que tentara em alegria
Desfolha da esperança último véu.
E sei do quanto é rude a caminhada
De quem sabendo as curvas desta estrada
Desata os velhos nós de um mau destino,
O canto se anuncia noutro espaço
O que teimara em ver se eu mesmo traço
O corte se aproxima e me alucino.

5


Do amor que a gente faz, sem mais juízo
O todo se entranhando dentro em mim,
O verso traduzindo o quanto enfim
Tivera num momento mais conciso,
O passo se traduz em tom preciso,
E sei da florescência de um jardim
Vivendo o quanto resta até o fim,
Não importando mais se existe siso.
Revigorando o passo que pudera
Trazer para meus olhos primavera
Versando sobre o tanto que a desejo,
Vestígios do passado? Nunca mais...
Os dias são diversos, mas banais,
O tempo transmudando a cada ensejo.

6


Pudesse enfim te ter, mas nada disto
A vida me permite desde quando
O tempo noutro instante se moldando
Traduz o quanto quero e não desisto,
Mas sei que na verdade não existo
Apenas vou seguindo em contrabando
Ou mesmo noutro instante agora ousando
Aonde quis bem mais e inda persisto.
Jamais eu poderia acreditar
No quanto a vida traz e em tal lugar
O verso se anuncia sem promessa
A vida não teria novo gosto
O olhar desenha o medo e segue exposto
Ao quanto poderia e não começa.

7


Nas sanhas desta vida em tal sentido
O vento não pudera me trazer
Sequer o quanto tento em teu prazer
Ou mesmo mergulhasse num olvido,
O tanto que desejo e não duvido
Moldando toda a sorte deste ser
E traz o quanto veja em bem querer
No fato mais sincero e presumido.
Ousasse penetrar no pensamento
E sei que na verdade estando atento
Talvez até consiga a liberdade
E sei do que pensara em qualidade
Ou mesmo caminhando contra o vento
Tentando adivinhar a claridade.

8


Jamais pudera crer no que viesse
Sem ter qualquer momento venturoso
O tempo se traduz em farto gozo,
A vida traz a trama que enlouquece
A sorte se promete em rara messe
E o verso se mostrara majestoso
O canto tantas vezes desairoso
O fim em descaminho ora se tece.
Vestindo hipocrisias do passado,
O tanto quanto fora anunciado
Morrendo num instante sem ter paz,
Trazendo no meu peito a velha adaga
A morte mansamente quando afaga
A mórbida esperança, enfim me traz.

9


As mãos que te estendera num momento
Enquanto a sorte fosse mais diversa,
Agora quando o tempo tergiversa
O canto vira apenas desalento,
Aonde poderia e sei que tento
Vencer a sensação que em dores versa
Gerando o descaminho vai submersa
Expondo o coração ao duro vento,
Não tive nem teria novo anseio
Apenas o que possa e sei que veio
Reinando sobre os dias mais suaves,
E tendo este caminho feito em paz
Do quanto poderia ser audaz
Embora no final enfrente as traves.

10


Meu canto sem sentido e sem razão
A luta se mostrando com freqüência
Aonde se tentara em eloquência
Perdera da esperança uma noção,
Vagando neste imenso turbilhão
A vida se mostrara em inclemência
Meu passo traz no fundo a penitência
Gerado pelas fúrias de um tufão,
Resumo cada verso no futuro
Que tanto quanto possa até procuro
Vestindo meu momento mais gentil,
O todo se transforma e nada deixa
Senão a sensação de velha queixa
Que até algum sentido não se viu.

11

O que possa ser diverso
Do que tanto desejei
Na verdade não terei
Nem porquanto ao nada verso
E seguindo mais disperso
Deste todo fosse um rei
Ou quem sabe desenhei
Um alento mais perverso,
Beberia com prazer
Toda a sorte a me envolver
Nos dissídios da ilusão,
Mas apenas prosseguindo
Sem saber me dividindo
Entre as tramas que virão.

12

Nada trago senão isso
E pudera ser bem menos,
Os meus dias mais amenos
Perdem todo o velho viço,
O momento onde cobiço
Enfrentando os teus venenos
Entre engodos claros, plenos
Neste solo movediço.
Revoando sem paragem
O que trago na bagagem
Não permite qualquer sonho,
Sou somente o velho não
E se tento a dimensão
Noutro engodo a decomponho.

13


Nada mais pudesse enquanto
Meu momento fosse assim
O que vive dentro em mim
Na verdade não garanto
E se possa saber tanto
Traduzindo ao quanto vim
O meu mundo seja enfim
O cenário sem quebranto,
Mas o todo se dilui
O meu mundo agora rui
E o que pude nada traz,
Sou apenas o vazio
E se tento ou me recrio,
Perco e nada satisfaz.

14


Já não pude mais sentir
O que tanto desejara,
A verdade se prepara
No caminho que há de vir,
O momento a se sentir
A vagar nesta seara
Noite imensa, lua clara
Dia belo a presumir.
Atormento meu passado
E vagando em ledo prado
Verso sobre o que pensava
De uma vida mais suave,
Mas o quanto agora agrave
Torna a sorte dura escrava.

15


Nada mais pudera ter
Senão erros tão frequentes
E deveras onde tentes
Saiba deste desprazer
Quantas vezes quis querer
Entre enganos renitentes
Outros dias não inventes
Nem pudesse perceber,
O sentido sem razão
O momento em divisão
Onde o nada se aproxima
E domina o que inda resta
Adentrando em breve fresta
Resumindo o velho clima.

domingo, 15 de maio de 2011

1

Onde possa viver tranquilamente
O que reste da vida dura e atroz
Transformando e rompendo velhos nós
Outro passo se trama e se apresente,
O que versa no sonho imprevidente
Caminhando entre tantos; mais veloz
Muda sempre o cenário desta foz
Que já fora diverso e impertinente.
O meu mundo se torna num anseio
Tantas vezes dorido e sem cuidado,
A palavra trazendo em cada brado
O momento feroz que também veio
Na incerteza que torna a sorte rude,
O que possa deveras desilude...

2


Nada tenho destes sonhos
Cuja força ora me engana
A palavra mais profana
Outros dias mais bisonhos,
Os momentos enfadonhos
Sem vontade soberana
A certeza que nos dana,
Mata dias mais risonhos.
Renegando qualquer tom
Do que outrora fora bom,
Mas agora se perdera,
A incerteza desta sorte
Sem trazer o que conforte
No final, nada tecera.

3

Sendo rude a caminhada
De quem tenta nova vida
Já não tendo uma saída
Não sobrando quase nada,
A incerteza desenhada
Outra parte dividida
Constatando esta feria
Que julguei cicatrizada.
No que possa imaginar
Novo sonho a se moldar
Ou quem sabe o mesmo falso,
Cada dia se apresenta
A verdade virulenta
Preparando o cadafalso.

4

Não queria tal cenário
Muito menos ter nas mãos
A certeza destes nãos
Noutro tempo, imaginário
No meu canto solitário
Nada vejo e sem irmãos
Os meus erros, velhos, vãos
O meu tempo atroz e vário.
Nada pude perceber
Nem quisera de tal fato
O que tente e se constato
Molde apenas meu prazer
Na vontade sem igual,
Outro tempo. Irracional.

5

Versejando sobre a sorte
Que pudera ter no olhar
Horizonte onde se aporte
O meu duro desenhar
Entre o tempo, rude corte
O que possa mergulhar
Já no fim nada suporte
Nem trouxesse novo mar.
Vejo a sorte soberana
A palavra onde se dana
O momento sem futuro,
O meu passo se perdendo
Num cenário sempre horrendo
Aonde morto perduro.

6

Já não posso ou não devia
Crer nos erros de quem sonha,
A palavra mais bisonha
Alimenta a fantasia
E o que tanto poderia
Noutro tempo já se enfronha
Só deixando esta vergonha
Feita apenas agonia.
O meu verso se perdendo
No cenário mais horrendo
Na verdade que se trama
Deste mundo sem razão
Quem me dera a solução
Muito além de mero drama.

7

Nada tenho já de meu
Nem pudera acreditar
Jogo as cartas, a vagar
Se este sonho ora perdeu,
O caminho no apogeu
Ou no imenso e rude mar
Do que possa desenhar
Outro tanto se esqueceu,
Vago apenas neste escuro
E presumo ou mesmo aturo
Qualquer erro que inda vejo,
E se possa noutro passo
O cenário que ora traço
Já não fora mais sobejo.



8

Não queria de tal forma
Este mundo que me trazes,
Dias duros e mordazes
Sonho em pesadelo forma
O caminho onde se informa
Os momentos mais tenazes
Outros tantos já desfazes
Ou decerto ora deforma.
Cada encanto que não sorvo
Renovando o mesmo corvo
Agourenta luz disforme
Onde pude no passado
Crer ser fato consumado
Esta dor sem fim, enorme,

9

Luto contra o que viria
Transformando cada passo
Num momento mais escasso
Sem sequer a poesia
Ou talvez em agonia
Cada instante, velho laço,
O meu mundo que ora traço
Outro tanto me traria.
Na verdade o quanto é rude
Neste fato que me ilude
A verdade que não traz
O que possa ser expresso,
E se tanto ora tropeço
Ausentando-me da paz.

10

O que siga cada engano
E moldasse novo mundo
Outro tanto onde me dano
Ou do medo me aprofundo,
Nada mais enquanto inundo
O momento noutro plano
Vago sem saber do imundo
Desenhar tão desumano.
Vestiria a melhor sorte
Que deveras me conforte
Ou me traga algum alento,
Outro rumo; já não vejo,
Sigo apenas meu desejo,
Pelo menos sei que tento.

11


Nada mais seria o quanto
Trago na alma em transparência
A verdade traz ciência
Do caminho que adianto,
Sem saber o mero encanto
Do que dita a consciência
Não suporto esta ingerência
E meu verso rasga o manto
Que pudera ser além
Do cenário que ora vem
Desolado e tão mordaz,
Onde tive o desalento
Outro rumo mesmo invento,
Mas no fim nada se faz.

12

Quando a vida trouxe infarto
Noutro instante comecei
A pensar na dura lei
E meu sonho; enfim, descarto,
Poesia que comparto
Velho tempo que busquei,
No momento o que trarei
Não traduz o antigo parto
De quem teve em pensamento
O caminho que alimento
Procurando meramente
O que possa ser bem mais
E no fundo em funerais
Traz o quanto se apresente.

13


No cenário que emolduro
Velho tom em fantasia
O que possa e não traria
Dita o rumo mais escuro,
O momento onde perduro
Noutro tanto em agonia
Gera apenas o que um dia
Fosse além de um solo duro,
Nada tendo em vã resposta
A palavra sendo exposta
No expoente da ilusão
Vago sem saber do quanto
Poderia e não garanto
Nem sequer a direção.

14


Não queria que este fato
Transbordasse noutro enredo,
E se tanto me concedo
Na verdade não resgato
O que possa e nem contato
O que quero desde cedo,
Meu momento em vão segredo
Ilusão expondo o trato.
Somos parte deste todo
Que deveras se moldando
Num cenário outrora brando
Invadido em mangue e lodo,
Trama apenas desventura
E no nada se emoldura.

15


Numa sorte diversa e tão mesquinha
A palavra se mostra em consonância
A verdade trouxesse noutra estância
A certeza que fora toda minha,
Mas o tempo deveras desalinha
E procura sem paz a concordância,
Vago sempre sem ter qualquer distância
Nem pretendo o que agora se avizinha,
Vejo o corte tramado neste ocaso
O tormento citando o quanto atraso
Noutro engodo que possa resumir
O vazio no palco da esperança
O meu mundo sem rumo ora se lança
Já matando este encanto que há de vir...