Um ninho de serpentes se mostrando
Aonde um dia quis ter mais tranqüilo
O dia em que sereno e em paz desfilo,
Tentando ser ao menos bem mais brando,
Mas desde que percebo, aonde e quando
O tempo não se mostra em tal estilo,
E quando desatino, e enfim destilo
Veneno que recebo, retornando,
Traduzo a realidade deste mundo
Aonde com terror eu me aprofundo
E vejo especular retrato meu.
Porquanto poderia ser sereno
Aos pouco eu também já me enveneno
Bebendo o que decerto a sorte deu.
PARA TANTOS, PRINCIPALMENTE MARCOS GABRIEL, MARCOS DIMITRI E MARCOS VINÍCIUS. MINHA ESPERANÇA. RITA PACIÊNCIA PELA LUTA.
sábado, 27 de agosto de 2011
- CENÁRIO MAJESTOSO
Aonde na verdade nada tema,
O peso do viver pendendo em fúria,
Não posso com temor sequer lamúria
Minha alma não suporta alguma algema
E quando mais feroz já se blasfema
Sabendo tão somente desta incúria
A sorte se demonstra agora espúria
E sabe discernir diversa gema.
Pepitas entre falsas pedrarias
Assim a cada tempo mais adias
Herdades que trouxeste em farto gozo,
Meu mundo não se vê nem mesmo cabe
O quanto dentro em mim já se desabe
Outrora num cenário majestoso...
- MINHA ALMA AVENTUREIRA
Enfastiado tento alguma voz
Que possa transcender à própria vida
E quanto mais quem sabe já duvida
O passo se transcorre em tom feroz,
E nada do que fora outrora algoz
Permite que se veja outra saída
E sendo assim a morte diz transida
A sorte de quem sabe ser atroz.
Ouvisse qualquer hino em tal louvor
E tendo a cada dia mais o horror
Gravado dentro da alma aventureira,
Imerso neste imenso pandemônio,
O fim será deveras patrimônio
Que deixo para quem inda me queira...
Que possa transcender à própria vida
E quanto mais quem sabe já duvida
O passo se transcorre em tom feroz,
E nada do que fora outrora algoz
Permite que se veja outra saída
E sendo assim a morte diz transida
A sorte de quem sabe ser atroz.
Ouvisse qualquer hino em tal louvor
E tendo a cada dia mais o horror
Gravado dentro da alma aventureira,
Imerso neste imenso pandemônio,
O fim será deveras patrimônio
Que deixo para quem inda me queira...
27/08/2011
Nada posso contra a fúria
De quem tenta alguma chance
E se vejo em tal lamúria
O caminho aonde avance
Sem saber de tal incúria
A vereda enquanto lance
Trama sempre a leda injúria
Que deveras nos alcance
Resumindo esta esperança
No que possa e não se amansa
Reduzindo todo o sonho.
Espaireço ou mesmo luto
Sendo o tempo mais astuto
Traz o quanto decomponho.
2
Reparando muito bem
Nada trago do que um dia
Sei que tanto me convém
Ou jamais se moldaria
Na verdade que ora tem
Noutro encanto alegoria
De quem sabe ser alguém
E jamais me esqueceria.
Outro tanto que buscasse
Gera a vida novamente
E se vença em desenlace
O que queira e mesmo atente
Cerzi neste vago impasse
Meu caminho impertinente.
3
Nada tendo do que há tanto
Poderia ser diverso
O meu mundo não garanto
Nem tampouco este universo.
Reduzindo amor em pranto
Noutro engodo me disperso
Nem soubera mesmo quanto
Deste dom traz novo verso.
Vendo a sorte de tal forma
Que jamais pudesse além
O que possa e se transforma
Pouca coisa inda contém
E se tento em tal reforma
O momento já não vem.
4
Outro trago e nada mais
Outro sonho se perdendo
O meu mundo quando esvais
Traz o medo em dividendo,
O meu barco perde o cais
E transcende ao quanto emendo
Do que agora transformais
Outros tais em tom horrendo,
Resta apenas meu passado
Ou quem sabe o que virá,
Neste anseio desde já
O meu canto aquém evado
E se mostra alguma luz
Nada mais posso ou seduz.
5
Resplandece além a lua
E se espalha em tanto brilho
Esperança que palmilho
O meu sonho ora cultua
Reparando, continua
O momento aonde trilho
Tanto amor em estribilho
Mesmo a fera vã, recua.
Nada tendo nem pudesse
Traduzir além da prece
Procelária fantasia,
A palavra se perdesse
E jamais se merecesse
O que a vida negaria
Nada posso contra a fúria
De quem tenta alguma chance
E se vejo em tal lamúria
O caminho aonde avance
Sem saber de tal incúria
A vereda enquanto lance
Trama sempre a leda injúria
Que deveras nos alcance
Resumindo esta esperança
No que possa e não se amansa
Reduzindo todo o sonho.
Espaireço ou mesmo luto
Sendo o tempo mais astuto
Traz o quanto decomponho.
2
Reparando muito bem
Nada trago do que um dia
Sei que tanto me convém
Ou jamais se moldaria
Na verdade que ora tem
Noutro encanto alegoria
De quem sabe ser alguém
E jamais me esqueceria.
Outro tanto que buscasse
Gera a vida novamente
E se vença em desenlace
O que queira e mesmo atente
Cerzi neste vago impasse
Meu caminho impertinente.
3
Nada tendo do que há tanto
Poderia ser diverso
O meu mundo não garanto
Nem tampouco este universo.
Reduzindo amor em pranto
Noutro engodo me disperso
Nem soubera mesmo quanto
Deste dom traz novo verso.
Vendo a sorte de tal forma
Que jamais pudesse além
O que possa e se transforma
Pouca coisa inda contém
E se tento em tal reforma
O momento já não vem.
4
Outro trago e nada mais
Outro sonho se perdendo
O meu mundo quando esvais
Traz o medo em dividendo,
O meu barco perde o cais
E transcende ao quanto emendo
Do que agora transformais
Outros tais em tom horrendo,
Resta apenas meu passado
Ou quem sabe o que virá,
Neste anseio desde já
O meu canto aquém evado
E se mostra alguma luz
Nada mais posso ou seduz.
5
Resplandece além a lua
E se espalha em tanto brilho
Esperança que palmilho
O meu sonho ora cultua
Reparando, continua
O momento aonde trilho
Tanto amor em estribilho
Mesmo a fera vã, recua.
Nada tendo nem pudesse
Traduzir além da prece
Procelária fantasia,
A palavra se perdesse
E jamais se merecesse
O que a vida negaria
- DEGRADANTE
Decreta-se o terror a cada olhar
E tento vez em quando algum disfarce
Porquanto a própria vida nos esgarce
Não tendo após tempesta outro luar
O quanto é necessário acostumar-se
Com toda a farsa feita, este lugar
Transcende ao que pudesse imaginar
Enquanto sorrateiro não notar-se
A fúria do que tanto produzira
Ainda com terror e sendo a mira
A morte que procuro a cada instante,
O vândalo fantoche num mergulho
Tocando sem defesa o pedregulho,
Transformo-me em tal fera degradante...
- A BESTA FERA
Um delicado monstro, besta fera
Que habita dentro em mim e se desnuda
Na sorte desejada e mesmo muda
Transformação que a vida por si gera,
Acoito desde sempre esta pantera
E dela com certeza tanta ajuda
Enquanto se percebe mais miúda
A face que este tempo degenera.
Resido nestes antros, súcias, hordas
E quando novos dias vês e abordas
Não tento disfarçar realidade.
Porquanto cada passo dita o não,
Aonde se pensara em direção,
A cada engodo eu sinto se degrade.
- NAS MÃOS DA AMIZADE
É necessária sempre a confiança
Que possa permitir o passo forte,
Mudando num segundo nosso norte
É base para a vida em esperança.
E assim nas mãos suaves da amizade,
Encontro a realidade de um amor,
Baseado nos anseios de igualdade,
Num tempo fabuloso a se compor.
O sonho de uma vida bem melhor,
Trazendo a quem batalha tanta fé
Sabendo desta história já de cor,
Lutando o tempo inteiro, vou até
Poder ter em meus braços rara tília
Que forma-se no amor de uma família...
Que possa permitir o passo forte,
Mudando num segundo nosso norte
É base para a vida em esperança.
E assim nas mãos suaves da amizade,
Encontro a realidade de um amor,
Baseado nos anseios de igualdade,
Num tempo fabuloso a se compor.
O sonho de uma vida bem melhor,
Trazendo a quem batalha tanta fé
Sabendo desta história já de cor,
Lutando o tempo inteiro, vou até
Poder ter em meus braços rara tília
Que forma-se no amor de uma família...
- FORÇA HERCÚLEA
Meus olhos emprenhados de terror,
Arcando com tamanho prejuízo,
E sendo muitas vezes mais conciso,
Não posso novo tanto recompor,
Se ainda houvesse em mim além do horror
O que perdi decerto, todo o siso,
Navego contra a força do impreciso
Oceano sem saber o que propor.
Hercúlea força dita este demônio
E tanto quanto pode cada hormônio
Ditando o meu futuro desde então,
Nas sendas do prazer, orgasmos tantos
Depois ao me perder em desencantos,
Hiberno mesmo sendo em mim verão.
Arcando com tamanho prejuízo,
E sendo muitas vezes mais conciso,
Não posso novo tanto recompor,
Se ainda houvesse em mim além do horror
O que perdi decerto, todo o siso,
Navego contra a força do impreciso
Oceano sem saber o que propor.
Hercúlea força dita este demônio
E tanto quanto pode cada hormônio
Ditando o meu futuro desde então,
Nas sendas do prazer, orgasmos tantos
Depois ao me perder em desencantos,
Hiberno mesmo sendo em mim verão.
- ENTREGUE ÀS FERAS
O mundo entregue às feras e eu aqui,
Tomando o meu sorvete calmamente,
E quanto mais o tempo se faz quente
Maior esta certeza do que vi,
A podre sensação da qual sorvi
O tanto que talvez inda apresente
A morte noutro fato, mais contente,
Trazendo o que talvez não conheci,
Enverga-me o terror e nada sendo,
Apenas do passado algum adendo,
Adentro pelos ermos deste vão,
E tanto poderia ter em mim,
Ainda qualquer flor, pomar, jardim,
Mas como se não vejo irrigação?
-DESPOJOS
Despojos que saqueio do passado
Trazendo para mim um novo corte,
Aonde se produz a minha morte,
E deixo apenas isso qual legado,
Cadáver que cultivo com o enfado,
Não tendo quem deveras o comporte,
Transcende com certeza à própria sorte
Decerto o seu caminho, ilimitado.
Pereço quando vejo o meu retrato
E tanto quanto posso eu mesmo trato
Dos erros que costumo cometer,
Se eu trago puro estrago dentro da alma,
Certeza do vazio já me acalma,
A morte ao ultimar seu parecer...
Trazendo para mim um novo corte,
Aonde se produz a minha morte,
E deixo apenas isso qual legado,
Cadáver que cultivo com o enfado,
Não tendo quem deveras o comporte,
Transcende com certeza à própria sorte
Decerto o seu caminho, ilimitado.
Pereço quando vejo o meu retrato
E tanto quanto posso eu mesmo trato
Dos erros que costumo cometer,
Se eu trago puro estrago dentro da alma,
Certeza do vazio já me acalma,
A morte ao ultimar seu parecer...
- AGRIDOCE
Eu vejo caricata face quando
No espelho me envaideço em cada ruga,
E tendo na verdade como fuga
Momento que pensara se fadando
Nas mãos deste demônio demonstrando
Aonde a sorte toma ou mesmo aluga,
Minha alma a cada farsa mais se enruga
Retrato se moldando assim nefando.
E tenho sempre boa companhia,
Jamais andei sozinho e não podia
Saber das heresias se não fosse
A vida companheira de desditas
E quando noutros rumos acreditas
Não vês demônio aonde és agridoce...
No espelho me envaideço em cada ruga,
E tendo na verdade como fuga
Momento que pensara se fadando
Nas mãos deste demônio demonstrando
Aonde a sorte toma ou mesmo aluga,
Minha alma a cada farsa mais se enruga
Retrato se moldando assim nefando.
E tenho sempre boa companhia,
Jamais andei sozinho e não podia
Saber das heresias se não fosse
A vida companheira de desditas
E quando noutros rumos acreditas
Não vês demônio aonde és agridoce...
- INCOERÊNCIAS
Guardadas nesta jaula, incoerências
Medonho olhar tomando este horizonte
Bem antes que meu passo desaponte
Não quero nem preciso mais clemências
Urdidos pelas mãos das inocências
Imensa poluição tomando a fonte,
Não posso e talvez sequer aponte
As mortes que carrego em prepotências.
Acolho os meus fantasmas e me vingo
Embora saiba bem cada domingo
Do peso da semana que virá,
Acréscimos de dores e discórdias
Não quero nem pretendo em tais mixórdias
Colher o que plantei aqui ou lá.
- ARACNIDEOS
Escorpiões, aranhas e serpentes,
Medonha face exposta deste que
Falaste tantas vezes e se vê
Diverso do que tanto me apresentes.
Trazendo sempre a faca entre teus dentes
O todo prometido? Não se crê
No fardo de viver tento e cadê?
As sortes nunca foram previdentes...
Herdando qual legado este aracnídeo
Momento desairoso em tal dissídio
Transporta a morte em vida e nada traz
Senão este vazio que me deste,
Gerando dentro em mim terror e peste,
Na face mais atroz, dura e mordaz...
Medonha face exposta deste que
Falaste tantas vezes e se vê
Diverso do que tanto me apresentes.
Trazendo sempre a faca entre teus dentes
O todo prometido? Não se crê
No fardo de viver tento e cadê?
As sortes nunca foram previdentes...
Herdando qual legado este aracnídeo
Momento desairoso em tal dissídio
Transporta a morte em vida e nada traz
Senão este vazio que me deste,
Gerando dentro em mim terror e peste,
Na face mais atroz, dura e mordaz...
-Angelina
Angelina: Aquela que é como um anjo, pura
Num vestido de chita bem rodado
Caminha esta princesa e me domina.
No tempo que sofri, e foi passado,
Procurando, nas matas, rica mina.
Meu mundo parecia desgraçado,
A lua no meu céu já não domina.
Embalde vasculhei o povoado,
Queria te encontrar, bela menina!
Olhando para o chão, onde buscava,
Não pude discernir tua beleza.
A luz do sol já não iluminava,
Meu mundo resumia-se em tristeza.
Mas, quando mais eu me desesperava
Achei em Angelina, tal pureza!
-ARIADNE
ARIADNE: castíssima.
Magia encantadora conheci,
Nos frêmitos divinos, coração!
Por mundos tão fantásticos saí,
Procurando encontrar a solução
Do vazio que estava todo aqui,
Na quimera feroz, a solidão.
Anseio seus mistérios, me perdi,
À procura do afago, seu perdão!
És pura, teus caminhos sem deslizes,
Sem marcas, que enodassem teu passado.
Por mais que sempre foram infelizes,
Os dias que passast; mas, dulcíssima
Perdoa coração apaixonado.
Ariadne, mulher linda e castíssima!
- ARACI
ARACI: a mãe do dia, a aurora.
Noite que me traria teu amor,
É noite engalanada maviosa.
Explode-se nas chamas, esplendor!
Perfuma meu desejo, linda rosa,
Vestido carmesim, cadê rubor?
Se entrega no festim, audaciosa,
Vulcânica, desmancha-se em calor,
Em meus braços, dilui-se, vaporosa!
Na noite dos desejos e carícias,
Imerso em teus delírios e delícias,
Prazeres que em loucura revesti.
É mar que, enluarado, me convida,
Orgástico, fecunda e se engravida,
Na aurora, mãe do dia, em Araci...
Noite que me traria teu amor,
É noite engalanada maviosa.
Explode-se nas chamas, esplendor!
Perfuma meu desejo, linda rosa,
Vestido carmesim, cadê rubor?
Se entrega no festim, audaciosa,
Vulcânica, desmancha-se em calor,
Em meus braços, dilui-se, vaporosa!
Na noite dos desejos e carícias,
Imerso em teus delírios e delícias,
Prazeres que em loucura revesti.
É mar que, enluarado, me convida,
Orgástico, fecunda e se engravida,
Na aurora, mãe do dia, em Araci...
-APARECIDA
No mel de tua boca, pleno gozo,
Nos ventos, meu orgulho de lutar.
Por vezes, meu caminho é andrajoso,
Distantes esperanças, céu e mar...
Vitórias sempre deixam orgulhoso
Quem sempre se perdeu por não amar.
Chama queimará pobre teimoso
Ao largo das estrelas, ao luar...
Travando mil batalhas contra a sorte,
Espero preservar a minha vida.
O coração boêmio teme a morte.
A juventude morre, má, fendida.
Amor que representa duro corte,
Renasce em teu olhar; Aparecida!
-ANITA com estrambote
A luz que te traria me enganou,
Não trouxe nem sequer um vago lume.
Saudade que senti, ressuscitou
Nas asas desse amor, um vaga-lume!
Carrego o muito pouco que sobrou,
A dor, o medo, a ponta de ciúme,
A dúvida feroz, ser o que sou?
Não posso perseguir o teu perfume,
(A rosa que deixaste, não brotou...)
Perdoe se não posso estar contigo,
Meu grito nunca mais te importará.
À noite, adormecido, não consigo,
Saber o quanto a dor traga infinita,
Estrela dos teus olhos brilhará
No que me restará de vida, Anita!
Não trouxe nem sequer um vago lume.
Saudade que senti, ressuscitou
Nas asas desse amor, um vaga-lume!
Carrego o muito pouco que sobrou,
A dor, o medo, a ponta de ciúme,
A dúvida feroz, ser o que sou?
Não posso perseguir o teu perfume,
(A rosa que deixaste, não brotou...)
Perdoe se não posso estar contigo,
Meu grito nunca mais te importará.
À noite, adormecido, não consigo,
Saber o quanto a dor traga infinita,
Estrela dos teus olhos brilhará
No que me restará de vida, Anita!
-ANGÉLICA
ANGÉLICA: pura como um anjo.
Celestiais delírios dum poeta!
Compostos de ilusão e de tormento.
A vida se perdendo em nova meta:
Caminho que me leve o pensamento.
No mundo tantas vezes fui asceta,
Distâncias percorri, amado vento.
Tentando ser teu arco, fui a seta.
Amor que me deflagra o sentimento!
Ah! Celestes desejos! Fantasias...
Nas telas que pintaste teus arranjos,
As cores boreais, as poesias...
Por quantas vezes alma levo bélica,
Mas os teus braços, mansos, calmos, anjos
Sossegam meus tormentos, minha Angélica!
Celestiais delírios dum poeta!
Compostos de ilusão e de tormento.
A vida se perdendo em nova meta:
Caminho que me leve o pensamento.
No mundo tantas vezes fui asceta,
Distâncias percorri, amado vento.
Tentando ser teu arco, fui a seta.
Amor que me deflagra o sentimento!
Ah! Celestes desejos! Fantasias...
Nas telas que pintaste teus arranjos,
As cores boreais, as poesias...
Por quantas vezes alma levo bélica,
Mas os teus braços, mansos, calmos, anjos
Sossegam meus tormentos, minha Angélica!
-ANA: cheia de graça.
Vinda da noite estrela que me guia,
Seu brilho transformando minha vida.
O canto desta noite, fantasia,
A lua não pretende despedida.
Nos olhos dos cometas, ventania,
Minha alma, em desalento, vai perdida.
Silêncio nos amantes, noite fria,
A noite vai morrendo, amanhecida...
Embora tão distante, dos meus braços,
O canto que se escuta, não disfarça.
Teu rosto nos espaços, finos traços...
Coretos alegrando plena praça,
Em gracioso desejo, branca garça.
Vai Ana, caminhando, plena graça!
-Ângela
Noite vem outra vez, me encontra só...
Os raios deste sol não me aqueceram.
A vida se refaz, retorno ao pó
A sorte e meus amores me esqueceram...
Destino tão cruel quanto o de Lot,
As rodas da fortuna se perderam.
Quem quis da vida festa e pão de ló
Já sabe que alvoradas não romperam.
No fundo se perdeu, sem despedida...
Saudade que já tive e não trarei.
A morte vem tecendo sua lei,
Desfeita a liberdade, morte em vida...
No peito o frio vago nega a vela,
Só Ângela, num anjo se revela...
-Andréia...
O mundo não me trouxe tais respostas,
Aguardo calmamente este desfecho.
Chicotes vão lanhando as minhas costas,
Na luz dos meus amores, nenhum fecho...
Quem dera minha sorte sem desleixo,
Quem dera meu destino, vida em postas,
O peso desta vida, não me queixo.
Queria só saber se tu me gostas!
Apostas que já fiz, perdi de vista.
Amor não é nenhuma panacéia...
Não creio em sentimento que resista
Aos ventos e tempestas da saudade...
A noite de meus sonhos, claridade
Encontra nos teus olhos, linda Andréia...
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
- CAIS
Entre chacais ferozes, na tocaia
A senda que percorro se mostrara
Na ausência de esperança mais amara,
Enquanto a solidão assim se espraia,
Ainda vejo ao longe, areia e praia,
Durante a vida inteira navegara
Buscando qualquer cais, mas nada ampara
Apenas me pedindo em vão que eu saia.
Reluto ao perceber ainda a chance
E tanto quanto em fúria já se avance
No sôfrego delírio este naufrágio,
Porém a vida cobra e como eu sei,
Assim é que se faz a sua lei,
E imenso com certeza sempre este ágio.
A senda que percorro se mostrara
Na ausência de esperança mais amara,
Enquanto a solidão assim se espraia,
Ainda vejo ao longe, areia e praia,
Durante a vida inteira navegara
Buscando qualquer cais, mas nada ampara
Apenas me pedindo em vão que eu saia.
Reluto ao perceber ainda a chance
E tanto quanto em fúria já se avance
No sôfrego delírio este naufrágio,
Porém a vida cobra e como eu sei,
Assim é que se faz a sua lei,
E imenso com certeza sempre este ágio.
- A FONTE DAS ILUSÕES
Do quanto resta assim de uma alma estúpida
A fonte interminável de ilusões
E nela cada dia tu me expões
Em forma tão sutil e às vezes cúpida.
Porém ao perceber ser a crisálida
Que um dia libertária se fará,
O quanto desvendara desde já
Deixando a minha face agora pálida,
Acalma-me saber do fim do jogo,
E tanto posso mesmo em tal derrota
Mudar o que se fora antiga rota,
Jamais ouvindo assim pedido e rogo,
Seduz-me o que não pude e poderia,
Mas nada vale mais que a fantasia...
A fonte interminável de ilusões
E nela cada dia tu me expões
Em forma tão sutil e às vezes cúpida.
Porém ao perceber ser a crisálida
Que um dia libertária se fará,
O quanto desvendara desde já
Deixando a minha face agora pálida,
Acalma-me saber do fim do jogo,
E tanto posso mesmo em tal derrota
Mudar o que se fora antiga rota,
Jamais ouvindo assim pedido e rogo,
Seduz-me o que não pude e poderia,
Mas nada vale mais que a fantasia...
- VOLÚVEL CORAÇÃO
Destino desairoso, o que fazer?
Somente caminhar e nada mais,
Assisto às derrocadas ancestrais
E digo, tenho até certo prazer,
Mas quando mergulhando no meu ser
Anseios e desejos animais,
Arcando com demônios sem jamais
Poder às tais vontades conceder.
Eu sinto ser volúvel coração
E nele se percebe a direção
Insólita que tantas vezes dita
O rumo de quem tenta e por um triz
Já tendo tatuada a cicatriz,
Condena-se decerto em vã desdita...
Somente caminhar e nada mais,
Assisto às derrocadas ancestrais
E digo, tenho até certo prazer,
Mas quando mergulhando no meu ser
Anseios e desejos animais,
Arcando com demônios sem jamais
Poder às tais vontades conceder.
Eu sinto ser volúvel coração
E nele se percebe a direção
Insólita que tantas vezes dita
O rumo de quem tenta e por um triz
Já tendo tatuada a cicatriz,
Condena-se decerto em vã desdita...
- EU E VOCÊ
Unidos pelo amor, mesma placenta
Que tanto nos irmana e nos concebe
Presença tão igual, diversa sebe,
E quando em temporais, já nos alenta.
Vencido pela fúria da tormenta
Aonde cada gozo insano bebe
O corpo enaltecendo se percebe
E nem sequer a paz inda o sustenta.
Arcando com meus erros, não prossigo
E tento vez em quando, estou contigo,
Saber de outro momento mais feliz.
Porém ao me perder em senda escusa,
A fúria do vazio me seduza
E faz comigo aquilo que bem quis.
Que tanto nos irmana e nos concebe
Presença tão igual, diversa sebe,
E quando em temporais, já nos alenta.
Vencido pela fúria da tormenta
Aonde cada gozo insano bebe
O corpo enaltecendo se percebe
E nem sequer a paz inda o sustenta.
Arcando com meus erros, não prossigo
E tento vez em quando, estou contigo,
Saber de outro momento mais feliz.
Porém ao me perder em senda escusa,
A fúria do vazio me seduza
E faz comigo aquilo que bem quis.
26/08/2011
Nada vindo contra mim
Nem tampouco o quanto espero
Se eu pudesse ser sincero
Vergaria amor sem fim
E trazendo de onde eu vim
O que possa e degenero
Resumindo o que mais quero
Noutro tempo sempre assim,
Restaurando o meu caminho
Onde a sorte se deseja
Outro tempo mais daninho
Sei que a vida é tal peleja
E se possa e não me aninho
Velha luta não fraqueja.
2
Reparando cada engano
De um passado sem sentido
O momento onde me ufano
Já não traz além do olvido
E se possa e não lapido
Num cenário sempre urbano,
O que vejo e não divido,
Traz o engodo e assim me dano,
Vestiria a poesia
Que coubesse dentro da alma
A verdade não se via
Quando o tanto já se acalma
Clareando a imensidão
Nesta turva dimensão.
3
Bravo sonho que se queira
Noutro instante ser diverso
A palavra derradeira
Quando muito desconverso
E se mostra tal bandeira
Segue o mundo mais disperso,
Desabando em tal ladeira.
O meu prazo se esgotara
E a certeza não viera,
Dominando esta seara
A verdade atroz e fera
A avenida se prepara,
Mas a sorte é insincera.
4
Vejo o quanto pode a vida
Sem sentido e sem razão
Trazer nesta dimensão
O que tanto nos acida,
Já deveras dividida
Senda molda sem senão
O momento em dispersão
Procurando uma saída,
Mas ao ver onde me tinto
Adentrando um labirinto
Sem saber o que virá.
O meu mundo desabasse
Mesmo em rude desenlace
O desenho desde já.
5
Marcas desta noite atroz
Ou quem sabe da manhã
A saudade toma a voz
E profere o duro afã
Desta sorte que há em nós
Numa luta temporã
Envergando logo após
Sem saber de um amanhã.
A mordaça se estendendo
Levo na alma este remendo
E recolho cada peça
Do que fora poesia
E deveras não traria
O que em vão já recomeça.
Nada vindo contra mim
Nem tampouco o quanto espero
Se eu pudesse ser sincero
Vergaria amor sem fim
E trazendo de onde eu vim
O que possa e degenero
Resumindo o que mais quero
Noutro tempo sempre assim,
Restaurando o meu caminho
Onde a sorte se deseja
Outro tempo mais daninho
Sei que a vida é tal peleja
E se possa e não me aninho
Velha luta não fraqueja.
2
Reparando cada engano
De um passado sem sentido
O momento onde me ufano
Já não traz além do olvido
E se possa e não lapido
Num cenário sempre urbano,
O que vejo e não divido,
Traz o engodo e assim me dano,
Vestiria a poesia
Que coubesse dentro da alma
A verdade não se via
Quando o tanto já se acalma
Clareando a imensidão
Nesta turva dimensão.
3
Bravo sonho que se queira
Noutro instante ser diverso
A palavra derradeira
Quando muito desconverso
E se mostra tal bandeira
Segue o mundo mais disperso,
Desabando em tal ladeira.
O meu prazo se esgotara
E a certeza não viera,
Dominando esta seara
A verdade atroz e fera
A avenida se prepara,
Mas a sorte é insincera.
4
Vejo o quanto pode a vida
Sem sentido e sem razão
Trazer nesta dimensão
O que tanto nos acida,
Já deveras dividida
Senda molda sem senão
O momento em dispersão
Procurando uma saída,
Mas ao ver onde me tinto
Adentrando um labirinto
Sem saber o que virá.
O meu mundo desabasse
Mesmo em rude desenlace
O desenho desde já.
5
Marcas desta noite atroz
Ou quem sabe da manhã
A saudade toma a voz
E profere o duro afã
Desta sorte que há em nós
Numa luta temporã
Envergando logo após
Sem saber de um amanhã.
A mordaça se estendendo
Levo na alma este remendo
E recolho cada peça
Do que fora poesia
E deveras não traria
O que em vão já recomeça.
- PUNHAIS
Punhais cravados todos no meu peito,
Palavras que disseste no passado,
E tanto quanto pude desmembrado
Viver a tepidez de insano leito,
Agora quando em morte enfim me deito,
Arisco tento mesmo novo fado,
Porém o meu caminho demarcado
Não aceitando mais espúrio pleito,
Assaz nefasta a vida de quem tenta
Vencer em mansidão qualquer tormenta
E sabe dissonantes emoções
Assim ao perpetrar este caminho,
Eu sei que na verdade estou sozinho,
E nada, nem perdão agora expões...
Palavras que disseste no passado,
E tanto quanto pude desmembrado
Viver a tepidez de insano leito,
Agora quando em morte enfim me deito,
Arisco tento mesmo novo fado,
Porém o meu caminho demarcado
Não aceitando mais espúrio pleito,
Assaz nefasta a vida de quem tenta
Vencer em mansidão qualquer tormenta
E sabe dissonantes emoções
Assim ao perpetrar este caminho,
Eu sei que na verdade estou sozinho,
E nada, nem perdão agora expões...
- OLHAR...
Descendo cachoeiras e cascatas
Resisto vez em quando ao que pudera
Gerar dentro de mim a imensa fera
E nela descontando tais bravatas
As horas poderiam insensatas
Beberem do que um dia em primavera
Pensara e quando vi se desespera
Enquanto os nossos laços tu desatas.
Resisto ao mais terrível dos momentos,
E sei quantos prováveis sofrimentos
Terei ao me tornar de ti diverso,
E quanto mais eu luto e não consigo,
Cevando a cada não meu desabrigo
No olhar, que sei temido e tão perverso.
Resisto vez em quando ao que pudera
Gerar dentro de mim a imensa fera
E nela descontando tais bravatas
As horas poderiam insensatas
Beberem do que um dia em primavera
Pensara e quando vi se desespera
Enquanto os nossos laços tu desatas.
Resisto ao mais terrível dos momentos,
E sei quantos prováveis sofrimentos
Terei ao me tornar de ti diverso,
E quanto mais eu luto e não consigo,
Cevando a cada não meu desabrigo
No olhar, que sei temido e tão perverso.
- MEU FUTURO
A morte se adentrando em mim traçando
A cada novo dia outro desgaste,
E tanto sem poder contar com a haste
O mundo pouco a pouco desabando,
E sei que meu futuro é tão nefando
Durante o que vivera fora um traste,
E agora com a merda que legaste,
O pouco que me resta destroçando.
Fagulhas não permitem farta frágua
Aonde a labareda enfim deságua
Ardência sonegada, fim imundo,
Nas tramas do que tanto desfiara
A vida se transcorre tão amara,
E nesta insânia imensa eu me aprofundo...
A cada novo dia outro desgaste,
E tanto sem poder contar com a haste
O mundo pouco a pouco desabando,
E sei que meu futuro é tão nefando
Durante o que vivera fora um traste,
E agora com a merda que legaste,
O pouco que me resta destroçando.
Fagulhas não permitem farta frágua
Aonde a labareda enfim deságua
Ardência sonegada, fim imundo,
Nas tramas do que tanto desfiara
A vida se transcorre tão amara,
E nesta insânia imensa eu me aprofundo...
- ENSANDECIDO
Bulindo em minha pele tais anseios
Gerindo cada passo rumo ao cardo,
E quanto se percebe imenso fardo,
Relembro tuas pernas, coxas, seios,
E deixo para trás velhos receios,
Qual fora algum poeta, mesmo um bardo,
A vida penetrando feito um dardo
Matando o que pensara em vãos recreios.
Negar o descaminho por onde adentro,
E tendo esta figura como centro
De todo pensamento que se tenha,
Viver ensandecido, forma vã
De poder num louvor clamar Satã
Por mais que uma alma tola se contenha...
Gerindo cada passo rumo ao cardo,
E quanto se percebe imenso fardo,
Relembro tuas pernas, coxas, seios,
E deixo para trás velhos receios,
Qual fora algum poeta, mesmo um bardo,
A vida penetrando feito um dardo
Matando o que pensara em vãos recreios.
Negar o descaminho por onde adentro,
E tendo esta figura como centro
De todo pensamento que se tenha,
Viver ensandecido, forma vã
De poder num louvor clamar Satã
Por mais que uma alma tola se contenha...
- HELMINTOS NA MINHA ALMA
Helmínticos momentos, parasitas
Aonde o que talvez não percebesse
Mudasse na verdade qualquer messe
Verdade conhecida, mas evitas,
E tentas disfarçar horas malditas
E delas cada cena que se tece
Fazendo do vazio, tosca prece
Enquanto ainda insana; teimas, gritas.
E tanto poderia acreditar
No quase que decerto já nos guia,
A porta ao esconder a fantasia
Transcende ao que seria lupanar,
Prostíbulos que tanto freqüentei
Conhecem dos prazeres cada lei.
Aonde o que talvez não percebesse
Mudasse na verdade qualquer messe
Verdade conhecida, mas evitas,
E tentas disfarçar horas malditas
E delas cada cena que se tece
Fazendo do vazio, tosca prece
Enquanto ainda insana; teimas, gritas.
E tanto poderia acreditar
No quase que decerto já nos guia,
A porta ao esconder a fantasia
Transcende ao que seria lupanar,
Prostíbulos que tanto freqüentei
Conhecem dos prazeres cada lei.
- A MÃO QUE TE ABENÇOA
O quanto se roubando deste sumo
No qual ao se mostrar extasiado,
Talvez já te pareça algum pecado,
O gozo que eu desejo e sempre assumo,
No quanto ser feliz eu me acostumo,
E sei que tantas vezes desvairado,
O mundo sonegando algum recado,
Dos ermos mais profanos me perfumo.
Aonde se pudesse e sei quem mude,
Não tendo mais pudor, sequer virtude,
Anseio pelo orgasmo e nada além,
A fúria das tempestas? Passageira,
A mão que te abençoa, traiçoeira
Demônios, na verdade ela contém.
No qual ao se mostrar extasiado,
Talvez já te pareça algum pecado,
O gozo que eu desejo e sempre assumo,
No quanto ser feliz eu me acostumo,
E sei que tantas vezes desvairado,
O mundo sonegando algum recado,
Dos ermos mais profanos me perfumo.
Aonde se pudesse e sei quem mude,
Não tendo mais pudor, sequer virtude,
Anseio pelo orgasmo e nada além,
A fúria das tempestas? Passageira,
A mão que te abençoa, traiçoeira
Demônios, na verdade ela contém.
AS TEIAS DA AMIZADE
Não de degrade ..oh alma perdida.
Não te faça ,refem de demo
Aconchegue-se ao anjo da guarda
Uma mão de amigo,te estendo.
Maria Regina Ferreirinha Nery
Uma alma necessita deste apoio
E segue seu caminho quando vens
Trazendo em alegrias raros bens
Tornando mais sublime o manso arroio,
E a vida que se faz sendo um comboio
Vagando entre os diversos vãos desdéns
Encontra na expressão que em paz tu tens
Apenas farto trigo, sem o joio,
Amiga te agradeço cada frase.
E mesmo quando a vida em dor se embase
Tu trazes lenitivo que em verdade
Suplanta qualquer medo, anseio ou tédio,
E nisto ora concebo este remédio
Nas teias tão divinas da amizade!
- ESTRADA PERDIDA
Prazeres que conduzem ao vazio
Entregues em momentos triunfais,
Percebo tão somente dos umbrais
O tempo se tornando bem mais frio.
E quando este fantasma enfim recrio,
Tocado pelos gozos dos cristais,
Aonde se mostrasse em magistrais
Momentos, o que tanto desafio.
Relendo cada página da vida,
A estrada que percebo já perdida,
Conduz ao mais terrível desatino,
Mas como posso ser assim diverso,
Se neste mundo escroto andando imerso,
Um tosco viajante, um clandestino...
Entregues em momentos triunfais,
Percebo tão somente dos umbrais
O tempo se tornando bem mais frio.
E quando este fantasma enfim recrio,
Tocado pelos gozos dos cristais,
Aonde se mostrasse em magistrais
Momentos, o que tanto desafio.
Relendo cada página da vida,
A estrada que percebo já perdida,
Conduz ao mais terrível desatino,
Mas como posso ser assim diverso,
Se neste mundo escroto andando imerso,
Um tosco viajante, um clandestino...
- ORGÁSTICA LOUCURA
A prostituta, o velho, este menino,
As somas dos vazios entre tantos
E quando se cobrissem com tais mantos
Invés do que pensavas desatino
Vivenciando assim um diamantino
Delírio entre fulgores, mais encantos,
E quanto mais sobejos os quebrantos,
Mais alto deste inferno eu ouço um hino.
Dos pélagos dos sonhos, nada existe
Senão este cenário que de triste
Não tem a menor sombra, mas diverso,
E vejo entre desejos, nuas musas
E quanto mais anseios, mais abusas,
Orgástico momento, e nele imerso.
As somas dos vazios entre tantos
E quando se cobrissem com tais mantos
Invés do que pensavas desatino
Vivenciando assim um diamantino
Delírio entre fulgores, mais encantos,
E quanto mais sobejos os quebrantos,
Mais alto deste inferno eu ouço um hino.
Dos pélagos dos sonhos, nada existe
Senão este cenário que de triste
Não tem a menor sombra, mas diverso,
E vejo entre desejos, nuas musas
E quanto mais anseios, mais abusas,
Orgástico momento, e nele imerso.
- LIBERTINO
Apenas nesta vida um libertino
Que tanto se entregou sem ter medida,
E agora quando finda a sua vida,
Deveras procurando outro destino?
No quanto em tal cenário me alucino
Do labirinto ausente uma saída,
Porquanto quem adentra não duvida,
O quanto se faz turvo o cristalino.
Assaz diverso o rumo aonde encontro
E nele a cada passo o desencontro
Forjando novos dias, mesmas eras,
Não vês o quão soberba esta emoção
E segues sem pensar na direção
Aonde em mansa espreitas vejo as feras...
Que tanto se entregou sem ter medida,
E agora quando finda a sua vida,
Deveras procurando outro destino?
No quanto em tal cenário me alucino
Do labirinto ausente uma saída,
Porquanto quem adentra não duvida,
O quanto se faz turvo o cristalino.
Assaz diverso o rumo aonde encontro
E nele a cada passo o desencontro
Forjando novos dias, mesmas eras,
Não vês o quão soberba esta emoção
E segues sem pensar na direção
Aonde em mansa espreitas vejo as feras...
- BENDITAS TREVAS
Através destas trevas tentadoras
Adentro pouco a pouco o ledo inferno
E quanto mais nos ermos eu me interno,
As horas com certeza redentoras,
Ainda que diversa tu já foras
Verás no verso agora o que externo
Um mundo que é decerto duro e terno,
Em sendas mais doridas, promissoras.
Eu sei o quanto é vário o seu caminho
E fácil te garanto, prosseguir,
Assim ao se embeber neste elixir
Jamais terás um dia em vão, sozinho,
Das chamas entre lodos, pantanais
Cenários com certeza magistrais...
Adentro pouco a pouco o ledo inferno
E quanto mais nos ermos eu me interno,
As horas com certeza redentoras,
Ainda que diversa tu já foras
Verás no verso agora o que externo
Um mundo que é decerto duro e terno,
Em sendas mais doridas, promissoras.
Eu sei o quanto é vário o seu caminho
E fácil te garanto, prosseguir,
Assim ao se embeber neste elixir
Jamais terás um dia em vão, sozinho,
Das chamas entre lodos, pantanais
Cenários com certeza magistrais...
- O IMPÉRIO DO SENTIDO
Herdeiro deste Reino demoníaco
Satã, um soberano em gozo e festa,
Assim ao se pensar quanto funesta
Deveras noutra face afrodisíaco,
E tendo esta verdade em ser maníaco
Aonde se pensara em qualquer fresta
Adentra o coração e assim se empresta
Hedônico portal, paradisíaco.
Enquanto rege o Império do sentido,
Tomado pelas ânsias da libido,
Eclético senhor, dita o poder,
E assim ao se mostrar desnudo ser
Edênica serpente? Ledo engano
É belo e tentador tal soberano.
Satã, um soberano em gozo e festa,
Assim ao se pensar quanto funesta
Deveras noutra face afrodisíaco,
E tendo esta verdade em ser maníaco
Aonde se pensara em qualquer fresta
Adentra o coração e assim se empresta
Hedônico portal, paradisíaco.
Enquanto rege o Império do sentido,
Tomado pelas ânsias da libido,
Eclético senhor, dita o poder,
E assim ao se mostrar desnudo ser
Edênica serpente? Ledo engano
É belo e tentador tal soberano.
- PÚTRIDA VISÃO
Encontro no que tanto te traz pejo
O gozo mais sublime e tão perfeito
E quando em trevas tantas eu me deito,
O fim maravilhoso ora prevejo,
Nas sanhas mais sublimes um lampejo
Transcorre furioso e me deleito,
Agora por Satã se sou aceito,
O mundo em glórias fartas, mais sobejo,
Alívio aos meus tormentos, minhas dores,
Espinhos derrotando podres flores
E todo este cenário decomposto,
A pútrida visão, mera carniça
Poder que enfim se emana da cobiça
E Jeová enfim será deposto!
O gozo mais sublime e tão perfeito
E quando em trevas tantas eu me deito,
O fim maravilhoso ora prevejo,
Nas sanhas mais sublimes um lampejo
Transcorre furioso e me deleito,
Agora por Satã se sou aceito,
O mundo em glórias fartas, mais sobejo,
Alívio aos meus tormentos, minhas dores,
Espinhos derrotando podres flores
E todo este cenário decomposto,
A pútrida visão, mera carniça
Poder que enfim se emana da cobiça
E Jeová enfim será deposto!
- AS ÂNSIAS DO DEMÔNIO
Marcado pelas ânsias do demônio
Não pude mais seguir tal procissão,
Nos círios e nas lágrimas de então
Agora dentro em mim tal pandemônio,
Ao ser deste Satã um patrimônio,
Não quero mais a dura solidão
Tampouco este silêncio e me ouvirão
Do grande aristocrata ao vil campônio.
Servindo ao grande pai, o majestoso,
Herdando a terra inteira após o fim,
Medonho caricato um querubim,
Andando pelas ruas, pegajoso,
Verá depois de tudo o grande Império
Aonde o despudor dita o critério.
Não pude mais seguir tal procissão,
Nos círios e nas lágrimas de então
Agora dentro em mim tal pandemônio,
Ao ser deste Satã um patrimônio,
Não quero mais a dura solidão
Tampouco este silêncio e me ouvirão
Do grande aristocrata ao vil campônio.
Servindo ao grande pai, o majestoso,
Herdando a terra inteira após o fim,
Medonho caricato um querubim,
Andando pelas ruas, pegajoso,
Verá depois de tudo o grande Império
Aonde o despudor dita o critério.
- NAS HORDAS DE SATÃ
Sentindo-me deveras no vapor
Aonde se esfumaça a liberdade,
Vencendo com furor a tempestade,
Gozando deste imenso dissabor,
O preço que se paga pelo amor,
Enquanto o tempo tudo em vão degrade,
Rompendo dos pudores qualquer grade,
Não vejo mais a cena a se compor,
Fagulhas incendeiam os infernos
E deles novamente ricos ternos,
E tantas maravilhas prometidas,
Infaustos nesta vida? Nunca mais,
Auríferos caminhos magistrais,
Nas hordas de Satã enternecidas...
Aonde se esfumaça a liberdade,
Vencendo com furor a tempestade,
Gozando deste imenso dissabor,
O preço que se paga pelo amor,
Enquanto o tempo tudo em vão degrade,
Rompendo dos pudores qualquer grade,
Não vejo mais a cena a se compor,
Fagulhas incendeiam os infernos
E deles novamente ricos ternos,
E tantas maravilhas prometidas,
Infaustos nesta vida? Nunca mais,
Auríferos caminhos magistrais,
Nas hordas de Satã enternecidas...
- SEDUÇÃO
Poder que nos seduz, dinheiro e gozo,
Assim ao mais sublime dos altares
E quando com certeza tu tocares
Verás o quanto é belo e majestoso,
Ainda quando agora, este andrajoso
Demônio nos diversos lupanares
Caminhos mais sutis tu profanares,
Após a tempestade o prazeroso
Cenário se mostrando em ouro e fêmeas
Diversas almas sendo quase gêmeas
E nelas se desnuda este delírio,
Deixando para trás a virulência
Da espúria e sem proveitos inocência
Matando o que restara em ti, martírio...
Assim ao mais sublime dos altares
E quando com certeza tu tocares
Verás o quanto é belo e majestoso,
Ainda quando agora, este andrajoso
Demônio nos diversos lupanares
Caminhos mais sutis tu profanares,
Após a tempestade o prazeroso
Cenário se mostrando em ouro e fêmeas
Diversas almas sendo quase gêmeas
E nelas se desnuda este delírio,
Deixando para trás a virulência
Da espúria e sem proveitos inocência
Matando o que restara em ti, martírio...
- ESPÍRITO SATÂNICO
Espírito satânico domina
O verso mais audaz que poderia,
E tanta vida feita em tez sombria
Negando desde sempre alguma mina,
Aonde se emanara podre sina
E tanto quanto pude em agonia
Dizer do meu fantasma que se cria
Enquanto este terror tanto fascina,
A sorte desvendada neste enredo
E quanto mais ao demo me concedo
Percebo enfim a tal felicidade,
Assim ao retratar a humanidade
Nas sendas de Satã eu me enveredo
Minha alma pouco a pouco se degrade...
O verso mais audaz que poderia,
E tanta vida feita em tez sombria
Negando desde sempre alguma mina,
Aonde se emanara podre sina
E tanto quanto pude em agonia
Dizer do meu fantasma que se cria
Enquanto este terror tanto fascina,
A sorte desvendada neste enredo
E quanto mais ao demo me concedo
Percebo enfim a tal felicidade,
Assim ao retratar a humanidade
Nas sendas de Satã eu me enveredo
Minha alma pouco a pouco se degrade...
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
- TRANSFIGURAS=
Deitado sobre as sombras do que fui
Encontro esta satânica figura,
E quando se percebe assim ternura,
A morte em minhas veias, segue e flui.
O quanto deste demo sempre influi
No passo que deveras transfigura
Embora te pareça uma loucura,
Revela o que decerto pressinto e rui.
Não pude contra a força mais insana
E tantas vezes alma tão profana
Hedônico demônio me tocara,
Assim ao se sanar a solidão
Nos ermos deste inferno a solução
Cicatrizando o não, dorida escara...
Encontro esta satânica figura,
E quando se percebe assim ternura,
A morte em minhas veias, segue e flui.
O quanto deste demo sempre influi
No passo que deveras transfigura
Embora te pareça uma loucura,
Revela o que decerto pressinto e rui.
Não pude contra a força mais insana
E tantas vezes alma tão profana
Hedônico demônio me tocara,
Assim ao se sanar a solidão
Nos ermos deste inferno a solução
Cicatrizando o não, dorida escara...
- LÁSTIMAS
Lavando os meus pecados com as lástimas
Que tanto surtem ledo e triste efeito,
Já não seria assim tão satisfeito
O mundo feito em pulhas, vagas lágrimas,
E tantas vezes traço em tom atroz
O quadro que tecera a mansidão
Se eu quero e mesmo adoro a danação
É nela que se torna firme a voz,
Augúrios entre sonhos, senda vis,
Resenhas costumeiras, e as jornadas
Deveras entre tantas malfadadas,
Assim talvez me faça mais feliz.
Reparo a sombra escusa desta bruma,
E toda esta esperança em vão se esfuma...
Que tanto surtem ledo e triste efeito,
Já não seria assim tão satisfeito
O mundo feito em pulhas, vagas lágrimas,
E tantas vezes traço em tom atroz
O quadro que tecera a mansidão
Se eu quero e mesmo adoro a danação
É nela que se torna firme a voz,
Augúrios entre sonhos, senda vis,
Resenhas costumeiras, e as jornadas
Deveras entre tantas malfadadas,
Assim talvez me faça mais feliz.
Reparo a sombra escusa desta bruma,
E toda esta esperança em vão se esfuma...
- LÁSTIMAS
Lavando os meus pecados com as lástimas
Que tanto surtem ledo e triste efeito,
Já não seria assim tão satisfeito
O mundo feito em pulhas, vagas lágrimas,
E tantas vezes traço em tom atroz
O quadro que tecera a mansidão
Se eu quero e mesmo adoro a danação
É nela que se torna firme a voz,
Augúrios entre sonhos, senda vis,
Resenhas costumeiras, e as jornadas
Deveras entre tantas malfadadas,
Assim talvez me faça mais feliz.
Reparo a sombra escusa desta bruma,
E toda esta esperança em vão se esfuma...
Que tanto surtem ledo e triste efeito,
Já não seria assim tão satisfeito
O mundo feito em pulhas, vagas lágrimas,
E tantas vezes traço em tom atroz
O quadro que tecera a mansidão
Se eu quero e mesmo adoro a danação
É nela que se torna firme a voz,
Augúrios entre sonhos, senda vis,
Resenhas costumeiras, e as jornadas
Deveras entre tantas malfadadas,
Assim talvez me faça mais feliz.
Reparo a sombra escusa desta bruma,
E toda esta esperança em vão se esfuma...
- À SATÃ
Adentro felizmente este caminho
Que leva ao meu querido Satanás
E tenho nesta fúria, a imensa paz,
Da qual e pela qual me fiz daninho,
Erguendo um brinde ao Demo, vou sozinho
E embora na verdade tanto faz,
O quanto me fiz rude e até mordaz,
Sangrando a cada verso, traço o ninho.
Não quero o teu perdão nem mais preciso,
Se a vida sempre traça um prejuízo
De que me vale assim, misericórdia,
O passo mais feroz que inda se dê
Transforma qualquer coisa sem por que
No anseio mais sublime da discórdia...
- PECADOS
As minhas confissões, erros, pecados
Jamais me permitiram salvação
Enquanto a vida traça a viração
Volvendo aos meus diversos vãos e enfados,
Não deixo mais sequer meros recados,
Nem tento novos dias, pois virão
Somente os mesmos ledos, sem verão
Inverna a cada dia nestes prados.
Igrejas e demônios poluindo
O quanto poderia ser infindo
Cenário decomposto, sem ternura.
Caminho sem sequer ter um momento
Aonde poderia sem tormento,
Sobrando para mim tanta amargura...
Jamais me permitiram salvação
Enquanto a vida traça a viração
Volvendo aos meus diversos vãos e enfados,
Não deixo mais sequer meros recados,
Nem tento novos dias, pois virão
Somente os mesmos ledos, sem verão
Inverna a cada dia nestes prados.
Igrejas e demônios poluindo
O quanto poderia ser infindo
Cenário decomposto, sem ternura.
Caminho sem sequer ter um momento
Aonde poderia sem tormento,
Sobrando para mim tanta amargura...
25/08/2011
Já não posso contra o tanto
Que se faz em tom medonho
O cenário que garanto
Traduzindo aonde o ponho
No versejo sem encanto
Noutro tanto mais bisonho
O que possa e sei de antanho
Traga a sorte e não me espanto
União se perfazendo
Onde o todo em dividendo
Trama a sorte que veria
Quem se entrega aos vãos cuidados
Ou caminhos tão errados
Desfilando em fantasia.
2
Adentrando aonde a sorte
Já não pode mais trazer
Qualquer tom que nos comporte
Na avenida eu possa ver
O que tanto me conforte
Ou regendo o quanto ser
Do momento bem mais forte
Onde vejo o meu viver,
Desvendando o que inda resta
Da funesta caminhada
Onde espalho em rude fresta
A verdade maltratada
E se mostra quando infesta
A minha alma deste nada.
3
Versos tento noutro rumo
Quando a vida poderia
Traduzir no que resumo
Outro tempo em alegria
Mesmo quando o suprassumo
Noutro tom já se cerzia
A verdade diz consumo
De esperança a cada dia.
Restaurando o que se quer
Na incerteza esta resposta
A vontade que vier
Vendo a mesa sempre posta
No que possa e convier
A loucura a ser proposta.
4
Brilhos fartos, vida trama
E jamais imaginara
Onde encontro o melodrama
Noutra sorte bem mais clara
O momento não se inflama
Nem tampouco se declara
Na expressão de quem reclama
De outro tempo, outra seara.
Resumindo cada verso
Eu não tenho quase nada
O cenário onde disperso
Resumindo o quanto brada
Noutro rumo, este universo
Dita a sorte que me enfada.
5
Fragilizo quando anseio
Neste louco calendário
O tormento que ora veio
Já não fora necessário,
E sabendo o devaneio
De outro engodo, procelário,
O meu tempo de permeio
Ou deveras solitário.
Restaurando o passo quando
O vazio me tomando
Nada traz senão a queda
Adereços que pudesse
Sem saber de qualquer messe
Que no fim leda, envereda.
Já não posso contra o tanto
Que se faz em tom medonho
O cenário que garanto
Traduzindo aonde o ponho
No versejo sem encanto
Noutro tanto mais bisonho
O que possa e sei de antanho
Traga a sorte e não me espanto
União se perfazendo
Onde o todo em dividendo
Trama a sorte que veria
Quem se entrega aos vãos cuidados
Ou caminhos tão errados
Desfilando em fantasia.
2
Adentrando aonde a sorte
Já não pode mais trazer
Qualquer tom que nos comporte
Na avenida eu possa ver
O que tanto me conforte
Ou regendo o quanto ser
Do momento bem mais forte
Onde vejo o meu viver,
Desvendando o que inda resta
Da funesta caminhada
Onde espalho em rude fresta
A verdade maltratada
E se mostra quando infesta
A minha alma deste nada.
3
Versos tento noutro rumo
Quando a vida poderia
Traduzir no que resumo
Outro tempo em alegria
Mesmo quando o suprassumo
Noutro tom já se cerzia
A verdade diz consumo
De esperança a cada dia.
Restaurando o que se quer
Na incerteza esta resposta
A vontade que vier
Vendo a mesa sempre posta
No que possa e convier
A loucura a ser proposta.
4
Brilhos fartos, vida trama
E jamais imaginara
Onde encontro o melodrama
Noutra sorte bem mais clara
O momento não se inflama
Nem tampouco se declara
Na expressão de quem reclama
De outro tempo, outra seara.
Resumindo cada verso
Eu não tenho quase nada
O cenário onde disperso
Resumindo o quanto brada
Noutro rumo, este universo
Dita a sorte que me enfada.
5
Fragilizo quando anseio
Neste louco calendário
O tormento que ora veio
Já não fora necessário,
E sabendo o devaneio
De outro engodo, procelário,
O meu tempo de permeio
Ou deveras solitário.
Restaurando o passo quando
O vazio me tomando
Nada traz senão a queda
Adereços que pudesse
Sem saber de qualquer messe
Que no fim leda, envereda.
- SEGUINDO EM FRENTE
Já não me arrependendo sigo em frente
E tento vez em quando um novo engodo,
A vida me levando ao mesmo lodo
E nisto cada dia se apresente,
Aonde poderia ser o todo,
Deveras nem metade se pressente,
Da sorte se decerto fui ausente
O sonho a cada não sombrio eu podo,
E enredo-me nas tramas desta pútrida
Visão que tanto pude enquanto cúpida
Vivenciar o torpe descaminho,
Agora em cena tétrica desvio
A direção fugaz de um velho rio
Nas margens deste inferno já me aninho...
- VACÂNCIA
Não quero um misantropo, a mendicância
Gerada pela insânia de quem sabe
O quanto a cada dia mais desabe
O mundo sem ternura em tal vacância
Marcado pelas garras da ganância
Bem antes já vivera o que não cabe,
E parto do princípio que se acabe
Aquilo que transcorra em discrepância.
Velhusco coração de um ser otário
Sabendo quanto o fim é necessário
Um pária se envolvendo em qualquer trama,
Eu sinto ser deveras mais urgente
O quanto necessito e penitente
A voz deste demônio já me clama.
Gerada pela insânia de quem sabe
O quanto a cada dia mais desabe
O mundo sem ternura em tal vacância
Marcado pelas garras da ganância
Bem antes já vivera o que não cabe,
E parto do princípio que se acabe
Aquilo que transcorra em discrepância.
Velhusco coração de um ser otário
Sabendo quanto o fim é necessário
Um pária se envolvendo em qualquer trama,
Eu sinto ser deveras mais urgente
O quanto necessito e penitente
A voz deste demônio já me clama.
- MEUS DEMÔNIOS
Alimento os meus demônios com a fúria
Que tantas vezes dita o dia a dia,
E quando ainda assim se lamuria
A sorte se percebe em tal incúria,
Resisto o quanto posso e nesta escura
Seara não desvendo qualquer luz,
A morte, eu sou sincero, me seduz,
E nada além do fim, a alma procura.
Nefasta realidade diz de quem
Vivera sempre à sombra e nada fora,
Na fétida ilusão tão tentadora,
Meu enlutado riso se contém,
Convenha qualquer ópio que entorpeça
A quem interessasse: a vida avessa...
Que tantas vezes dita o dia a dia,
E quando ainda assim se lamuria
A sorte se percebe em tal incúria,
Resisto o quanto posso e nesta escura
Seara não desvendo qualquer luz,
A morte, eu sou sincero, me seduz,
E nada além do fim, a alma procura.
Nefasta realidade diz de quem
Vivera sempre à sombra e nada fora,
Na fétida ilusão tão tentadora,
Meu enlutado riso se contém,
Convenha qualquer ópio que entorpeça
A quem interessasse: a vida avessa...
- EMPÍRICO
Ocupa-se da dor meu parco espírito
E tanto navegando em água imunda,
A sorte no vazio se aprofunda
Errático e satânico eis o empírico
Caminho que perfaço em tom etílico
E vago pelas hordas mais temíveis,
Os sonhos se os tivesse; imprescindíveis
Famélica figura, um ser idílico
Não posso prescindir desta quimera,
Pois dela ao absorver cada respiro,
No quanto em tal abismo já me atiro
Somente a solidão ainda espera
Quem tanto desejara alguma paz,
E apenas a mortalha satisfaz...
E tanto navegando em água imunda,
A sorte no vazio se aprofunda
Errático e satânico eis o empírico
Caminho que perfaço em tom etílico
E vago pelas hordas mais temíveis,
Os sonhos se os tivesse; imprescindíveis
Famélica figura, um ser idílico
Não posso prescindir desta quimera,
Pois dela ao absorver cada respiro,
No quanto em tal abismo já me atiro
Somente a solidão ainda espera
Quem tanto desejara alguma paz,
E apenas a mortalha satisfaz...
- DUVIDO COM ESTRAMBOTE
Gerido pela vã necessidade
O tempo em vilania se percebe
E quando mergulhando escusa sebe
O temporal deveras nos degrade
E gera com terror esta ansiedade
Aonde a paz jamais viva concebe
E tudo o que decerto se recebe
Não traça senão dor e falsidade.
Errôneos dias vago sem sentido
E tudo se perdendo em fome e tédio,
Sabendo tão distante algum remédio
Até da própria vida já duvido
Recado demoníaco eu prevejo,
Regrando cada nota de um desejo
Traçando em torpe esgoto a poesia...
O tempo em vilania se percebe
E quando mergulhando escusa sebe
O temporal deveras nos degrade
E gera com terror esta ansiedade
Aonde a paz jamais viva concebe
E tudo o que decerto se recebe
Não traça senão dor e falsidade.
Errôneos dias vago sem sentido
E tudo se perdendo em fome e tédio,
Sabendo tão distante algum remédio
Até da própria vida já duvido
Recado demoníaco eu prevejo,
Regrando cada nota de um desejo
Traçando em torpe esgoto a poesia...
- O AMOR QUE EU QUIS
Aonde se pudesse ter o píncaro
Apenas um terrível abissal,
O amor que tanto quis fenomenal,
Traduz a realidade de um novo Ícaro,
Cincada após cincada sigo assim,
Jogado contra as pedras, nada valho,
O quanto este danado dá trabalho
Depois de certo tempo chega o fim,
E volto novamente à solidão,
Qual onda em praia nunca deixo a areia
A movediça sorte me incendeia,
Porém o tempo dita a viração,
As asas derretidas, nova queda,
Porém eu pagarei: mesma moeda.
- A CADA PASSO
Moldando a cada passo um novo prédio
Aonde poderia ter sossego,
Verdade é que pedindo sempre arrego,
Não vejo qualquer sonho, e morro em tédio,
Amor fazendo sempre um tolo assédio,
Não quero e não mereço mais apego,
Já não suporto mais este morcego
Anêmico delírio quer remédio.
Mas quando esta morena se apresenta,
A boca se mostrando mais sedenta,
E tudo novamente recomeça,
Na fresta que se abriu amor já vem,
Depois de certo tempo sem ninguém,
E este idiota aqui sempre tropeça...
Aonde poderia ter sossego,
Verdade é que pedindo sempre arrego,
Não vejo qualquer sonho, e morro em tédio,
Amor fazendo sempre um tolo assédio,
Não quero e não mereço mais apego,
Já não suporto mais este morcego
Anêmico delírio quer remédio.
Mas quando esta morena se apresenta,
A boca se mostrando mais sedenta,
E tudo novamente recomeça,
Na fresta que se abriu amor já vem,
Depois de certo tempo sem ninguém,
E este idiota aqui sempre tropeça...
- A CADA PASSO
Moldando a cada passo um novo prédio
Aonde poderia ter sossego,
Verdade é que pedindo sempre arrego,
Não vejo qualquer sonho, e morro em tédio,
Amor fazendo sempre um tolo assédio,
Não quero e não mereço mais apego,
Já não suporto mais este morcego
Anêmico delírio quer remédio.
Mas quando esta morena se apresenta,
A boca se mostrando mais sedenta,
E tudo novamente recomeça,
Na fresta que se abriu amor já vem,
Depois de certo tempo sem ninguém,
E este idiota aqui sempre tropeça...
Aonde poderia ter sossego,
Verdade é que pedindo sempre arrego,
Não vejo qualquer sonho, e morro em tédio,
Amor fazendo sempre um tolo assédio,
Não quero e não mereço mais apego,
Já não suporto mais este morcego
Anêmico delírio quer remédio.
Mas quando esta morena se apresenta,
A boca se mostrando mais sedenta,
E tudo novamente recomeça,
Na fresta que se abriu amor já vem,
Depois de certo tempo sem ninguém,
E este idiota aqui sempre tropeça...
- FELICIDADE?
Quem diz felicidade não conhece
Da vida nem sequer mínima parte,
E quando se fizesse assim descarte
O todo não merece qualquer prece,
Aos poucos esperança já fenece
E deixa no lugar um Malasarte
Teimoso cavaleiro que reparte
Colheita que deveras não merece.
Pergunto e sem respostas sigo em frente
Por mais que na verdade ainda tente
Fugir do meu espelho, sou assim,
Medonha face exposta no presente,
O quanto do passado ainda ausente
Não dita a primavera e nem jardim...
Da vida nem sequer mínima parte,
E quando se fizesse assim descarte
O todo não merece qualquer prece,
Aos poucos esperança já fenece
E deixa no lugar um Malasarte
Teimoso cavaleiro que reparte
Colheita que deveras não merece.
Pergunto e sem respostas sigo em frente
Por mais que na verdade ainda tente
Fugir do meu espelho, sou assim,
Medonha face exposta no presente,
O quanto do passado ainda ausente
Não dita a primavera e nem jardim...
- UM DÉBIL CORAÇÃO
Já não escuto mais o que me dita
O débil coração que tanto teima
E quando esta verdade doma e queima
A sorte se transforma em tez maldita,
Pudesse até sonhar com tal desdita
E nada do que cismo é guloseima,
Amor vira do avesso e vira teima
Enquanto não conserto e a morte pita.
Esfumaçada cena noite em branco,
Às vezes é melhor que eu seja franco,
E aos trancos e barrancos levo a vida,
Caindo vez em quando me levanto,
E quando me machuco, sem espanto,
Encontro em solidão, uma saída...
- UMA SAÍDA
Procuro uma saída e não percebo
Sequer qualquer momento que me acolha,
O amor numa outonal e tosca folha
A cada novo dia em vão concebo,
E sendo assim da vida este placebo
Que cada sonho então já se recolha
E trancafie o canto em tola bolha
Do quanto poderia e nem mais bebo.
Erguendo a velha taça de cristal,
Aonde quis um copo de tomate,
O amor por ser assim velho arremate
Não deixa depois disso algum sinal,
E tanto se desvenda este mistério
Na falta de juízo ou de critério...
Sequer qualquer momento que me acolha,
O amor numa outonal e tosca folha
A cada novo dia em vão concebo,
E sendo assim da vida este placebo
Que cada sonho então já se recolha
E trancafie o canto em tola bolha
Do quanto poderia e nem mais bebo.
Erguendo a velha taça de cristal,
Aonde quis um copo de tomate,
O amor por ser assim velho arremate
Não deixa depois disso algum sinal,
E tanto se desvenda este mistério
Na falta de juízo ou de critério...
- NÁUFRAGO DA ESPERANÇA
Teria o que talvez inda quisesse
Não fosse a vida assim tão traiçoeira
Se eu faço da ilusão minha bandeira,
Jamais terei da sorte esta benesse,
O quanto do vazio se obedece
Na fonte aonde a seca é verdadeira,
Não posso contra a vida em derradeira
Medonha face, tudo não mais tece
O parto sonegado, ledo aborto,
Navio sem destino busca o porto
Na ausência de caminho, norte ou rumo,
E tanto quanto pude até navego,
Mas sendo eternamente tolo e cego,
Naufrágio da esperança eu sempre assumo...
Não fosse a vida assim tão traiçoeira
Se eu faço da ilusão minha bandeira,
Jamais terei da sorte esta benesse,
O quanto do vazio se obedece
Na fonte aonde a seca é verdadeira,
Não posso contra a vida em derradeira
Medonha face, tudo não mais tece
O parto sonegado, ledo aborto,
Navio sem destino busca o porto
Na ausência de caminho, norte ou rumo,
E tanto quanto pude até navego,
Mas sendo eternamente tolo e cego,
Naufrágio da esperança eu sempre assumo...
- TORPOR
Sonhar é permitido, mas que vale
O sonho se com fé não realizo,
O tanto que inda ganho é prejuízo
Porquanto tão somente inda resvale
No todo que imagino, e não se fale
A sorte me remete ao vil granizo
E quando noutras cores me matizo
Mimetizada vida nega o xale,
E o frio dominando o dia a dia,
Esboço reações, mas não podia
Saber do quanto resta em luz e dor,
Abrindo esta janela, num convite
Mergulho no vazio e sem limite,
Sobrevoando a vida em tal torpor...
- DISCREPÂNCIA
Do quanto vejo em pura discrepância
Atendo aos meus instintos e não mais,
Esgoto a minha força, mas jamais
Concebo noutro rumo, esta elegância
Aonde não se vê torpe ganância
Que é tudo o quanto move em rituais
Momentos onde sinto tão banais
Vontades em diversas vis, estâncias.
Resido no que posso acreditar
E teimo contra a fúria mais cruel,
O mundo não se mostra em carrossel
E quando vejo as fases do luar
Pressinto em espiral o dia a dia
E perco desde sempre a montaria...
Atendo aos meus instintos e não mais,
Esgoto a minha força, mas jamais
Concebo noutro rumo, esta elegância
Aonde não se vê torpe ganância
Que é tudo o quanto move em rituais
Momentos onde sinto tão banais
Vontades em diversas vis, estâncias.
Resido no que posso acreditar
E teimo contra a fúria mais cruel,
O mundo não se mostra em carrossel
E quando vejo as fases do luar
Pressinto em espiral o dia a dia
E perco desde sempre a montaria...
- GOZOS
Aonde a poesia se fez senda
Diversidade dita o que não traço
E sei do quanto perco a cada espaço
Sem ter sequer a luz que ainda atenda
O gozo se mostrando sob a venda
E nela não se vê ainda um traço
Do quanto poderia e já desfaço,
O amor se transformara em tola lenda,
Realço com meus versos o sentido
Do pendular momento em que vivido
Angustiadamente nada resta,
E tento disfarçar, ledo sorriso,
Meu passo rumo ao quanto se indeciso
Transcende ao que seria mera fresta.
Diversidade dita o que não traço
E sei do quanto perco a cada espaço
Sem ter sequer a luz que ainda atenda
O gozo se mostrando sob a venda
E nela não se vê ainda um traço
Do quanto poderia e já desfaço,
O amor se transformara em tola lenda,
Realço com meus versos o sentido
Do pendular momento em que vivido
Angustiadamente nada resta,
E tento disfarçar, ledo sorriso,
Meu passo rumo ao quanto se indeciso
Transcende ao que seria mera fresta.
- TROÇA
Tentando enfim seguir com mansidão
Aonde tantas vezes não resisto
E sinto que deveras se inda insisto
Apenas os vazios tomarão
O mundo sem sentido ou mesmo em vão
Amor se transformando em torpe cisto
E quando ainda resto e não desisto,
Medonha face eu vejo: exposição
Dos erros mais comuns que tanto fiz,
E sei que decerto um infeliz
Procura por momento que inda possa
Saber do lenitivo que não vem,
A cada dia o sonho, mas ninguém,
O encanto que vivera? Simples troça...
Aonde tantas vezes não resisto
E sinto que deveras se inda insisto
Apenas os vazios tomarão
O mundo sem sentido ou mesmo em vão
Amor se transformando em torpe cisto
E quando ainda resto e não desisto,
Medonha face eu vejo: exposição
Dos erros mais comuns que tanto fiz,
E sei que decerto um infeliz
Procura por momento que inda possa
Saber do lenitivo que não vem,
A cada dia o sonho, mas ninguém,
O encanto que vivera? Simples troça...
-MOMENTOS DE ALEGRIA?
Convivo com momentos de alegria,
Embora seja sempre um ledo engano
E quando novo tempo ainda ufano
Mortalha novamente se recria,
E tanto posso mesmo ou poderia
Viver qualquer sentido sem o dano
De quem se fez deveras soberano,
Mas teme com razão seu dia a dia,
Nefasta imagem trago a cada não,
E tento mesmo quando em viração
Vencer os vendavais, mas não consigo,
E tanto poderia acreditar
Na sorte desairosa a me guiar,
Porém somente o nada, inda persigo...
Embora seja sempre um ledo engano
E quando novo tempo ainda ufano
Mortalha novamente se recria,
E tanto posso mesmo ou poderia
Viver qualquer sentido sem o dano
De quem se fez deveras soberano,
Mas teme com razão seu dia a dia,
Nefasta imagem trago a cada não,
E tento mesmo quando em viração
Vencer os vendavais, mas não consigo,
E tanto poderia acreditar
Na sorte desairosa a me guiar,
Porém somente o nada, inda persigo...
- ENTRE NEBLINAS
Aonde um sonhador há tanto houvera
Agora nem a sombra de quem tanto
Sofrendo a cada passo desencanto
Renasce dentro em si, soberba fera,
E quando imaginara nova espera
A morte se transborda e em turvo manto
Gerando a quem me vê, total espanto,
A sorte num terror já degenera.
As garras afiadas, minhas presas,
Aonde se mostrasse com surpresas
Suprimo qualquer forma mais humana,
Entre neblinas tantas, tez espessa
A fronte destroçada e na cabeça
A fúria sem sentido, soberana...
Agora nem a sombra de quem tanto
Sofrendo a cada passo desencanto
Renasce dentro em si, soberba fera,
E quando imaginara nova espera
A morte se transborda e em turvo manto
Gerando a quem me vê, total espanto,
A sorte num terror já degenera.
As garras afiadas, minhas presas,
Aonde se mostrasse com surpresas
Suprimo qualquer forma mais humana,
Entre neblinas tantas, tez espessa
A fronte destroçada e na cabeça
A fúria sem sentido, soberana...
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
- NÃO!
O tempo ao nos trazer sabedoria
Impede a derrocada da esperança,
Mas quando no vazio a vida avança
O que deveras inda em dor me guia
Apenas tempestade e ventania
Ausente do meu peito a temperança
A sensação feroz desta vingança
Que a cada novo não a vida urdia,
Percebo ser inútil cada sonho
E tanto quanto posso até me oponho
Ao vândalo fantasma da ilusão
E morto antes do tempo nada vejo,
E quando alguma luz inda desejo,
O peito mais silente grita: não!
Impede a derrocada da esperança,
Mas quando no vazio a vida avança
O que deveras inda em dor me guia
Apenas tempestade e ventania
Ausente do meu peito a temperança
A sensação feroz desta vingança
Que a cada novo não a vida urdia,
Percebo ser inútil cada sonho
E tanto quanto posso até me oponho
Ao vândalo fantasma da ilusão
E morto antes do tempo nada vejo,
E quando alguma luz inda desejo,
O peito mais silente grita: não!
-BONS MOMENTOS 632
O quanto poderia em bons momentos
Fazer dos versos traços de alegria,
Mas sei quando em mim fotografia
Transmite tão somente desalentos,
Procuro da ilusão velhos sustentos
E quanto mais feroz, maior sangria
E todo este delírio se porfia
Enfrento com temor, diversos ventos,
E ainda creio ter nesta senzala
A voz que não se ouvindo, não mais fala
E deixa que se leve a correnteza,
Aonde quis cenário mais suave
A vida se tornando duro entrave,
Restando para mim tanta incerteza...
Fazer dos versos traços de alegria,
Mas sei quando em mim fotografia
Transmite tão somente desalentos,
Procuro da ilusão velhos sustentos
E quanto mais feroz, maior sangria
E todo este delírio se porfia
Enfrento com temor, diversos ventos,
E ainda creio ter nesta senzala
A voz que não se ouvindo, não mais fala
E deixa que se leve a correnteza,
Aonde quis cenário mais suave
A vida se tornando duro entrave,
Restando para mim tanta incerteza...
- FIM DO JOGO
Pudesse acreditar noutra emoção
Que tanto me trouxesse paz enquanto
O mundo se transforma em desencanto
E perco totalmente esta noção
Do quanto poderia ser em vão
A vida se tornando em dor e em pranto,
O peso de viver, gerando espanto
E quando vejo falta a direção,
Negar a fantasia é ter a morte
E dela se fazendo a cada corte
Maior a expectativa de vingança,
Assim o fim do jogo se aproxima,
E quando ainda vejo o mesmo clima,
Ao nada, sempre ao nada a vida lança...
Que tanto me trouxesse paz enquanto
O mundo se transforma em desencanto
E perco totalmente esta noção
Do quanto poderia ser em vão
A vida se tornando em dor e em pranto,
O peso de viver, gerando espanto
E quando vejo falta a direção,
Negar a fantasia é ter a morte
E dela se fazendo a cada corte
Maior a expectativa de vingança,
Assim o fim do jogo se aproxima,
E quando ainda vejo o mesmo clima,
Ao nada, sempre ao nada a vida lança...
- SE A VIDA PERMITISSE
Se a vida permitisse o pleno amor
A quem se deu demais e nunca vira
Sequer de uma emoção, um rastro e a mira
Desanda sem talvez nada propor,
E tudo o que pensara a decompor,
O encanto cada vez mais se retira,
E embora novo tempo se prefira,
A morte é o que me resta, qual favor.
E tanto poderia ser diverso
Não fosse tão doído cada verso
Que tento em voz cansada e sem futuro,
Mergulho dentro em mim e não desvendo
Sequer qualquer delírio e nada tendo,
O tempo de viver, somente escuro...
A quem se deu demais e nunca vira
Sequer de uma emoção, um rastro e a mira
Desanda sem talvez nada propor,
E tudo o que pensara a decompor,
O encanto cada vez mais se retira,
E embora novo tempo se prefira,
A morte é o que me resta, qual favor.
E tanto poderia ser diverso
Não fosse tão doído cada verso
Que tento em voz cansada e sem futuro,
Mergulho dentro em mim e não desvendo
Sequer qualquer delírio e nada tendo,
O tempo de viver, somente escuro...
- AMOR
Amor que sem enganos imagino
Não existindo aqui nem haverá
E sei desta verdade e desde já
Apenas num delírio perco o tino,
Cansado desta luta, meu destino
Jamais em novas luzes brilhará
E todo o meu anseio mostrará
O quanto vivo só, e não domino
Sequer o meu caminho e até por isto,
Deveras não concebo mais, desisto
E tudo o que pensara ser tão certo
Agora não se vê nem se adivinha
A sorte não se fez jamais, pois, minha
Uma esperança assim eu já deserto...
- SOMBRAS DO PASSADO
Envolto pelas sombras do passado,
Não tenho mais saída e embora tente
Um tempo tão amargo é o que se sente,
A morte ecoa forte em alto brado,
Reside dentro em mim um duro fado,
E quando outro caminho se apresente
A dor revolve o peito e tão freqüente
Não vejo qualquer rastro iluminado.
Pudesse ver nos olhos deste sol,
A clara sensação, raro farol,
Mas tudo sonegando a fantasia,
Apenas a mortalha inda me resta,
A cena que se vê, dura e funesta
Felicidade nunca mais se via...
Não tenho mais saída e embora tente
Um tempo tão amargo é o que se sente,
A morte ecoa forte em alto brado,
Reside dentro em mim um duro fado,
E quando outro caminho se apresente
A dor revolve o peito e tão freqüente
Não vejo qualquer rastro iluminado.
Pudesse ver nos olhos deste sol,
A clara sensação, raro farol,
Mas tudo sonegando a fantasia,
Apenas a mortalha inda me resta,
A cena que se vê, dura e funesta
Felicidade nunca mais se via...
- ÁLIBI
Quisera ter um álibi qualquer
Justificando a volta à nossa casa,
Mas quando a vida muda e se defasa
Não tendo mais sentido o que vier
Apenas o vazio e se puder
Talvez resida ainda frágil brasa,
A frágua sem sentido não abrasa,
O quanto se propõe já não me quer.
E tudo foi assim, um mero engano,
Aonde quis a messe resta o dano
E dele não consigo me livrar,
Pudesse novo dia, mas agora,
A imensa solidão que se demora,
E nada está de volta em seu lugar.
Justificando a volta à nossa casa,
Mas quando a vida muda e se defasa
Não tendo mais sentido o que vier
Apenas o vazio e se puder
Talvez resida ainda frágil brasa,
A frágua sem sentido não abrasa,
O quanto se propõe já não me quer.
E tudo foi assim, um mero engano,
Aonde quis a messe resta o dano
E dele não consigo me livrar,
Pudesse novo dia, mas agora,
A imensa solidão que se demora,
E nada está de volta em seu lugar.
- EM TUAS MÃOS
Deténs em tuas mãos as alegrias
Que tanto procurara inutilmente
Porquanto novo rumo se apresente
E nele com certeza tu me guias
Levando para longe as agonias
Tomando o coração, domina a mente
E tudo o que sonhara ultimamente
Agora se transforma em claros dias.
Um sonho e nada mais, eis o que fora,
A sorte muitas vezes tentadora
Não deixa que se faça realidade
E a cada passo em falso, nova dor,
Assim errando sempre, aonde eu for,
Somente a solidão dita a verdade...
Que tanto procurara inutilmente
Porquanto novo rumo se apresente
E nele com certeza tu me guias
Levando para longe as agonias
Tomando o coração, domina a mente
E tudo o que sonhara ultimamente
Agora se transforma em claros dias.
Um sonho e nada mais, eis o que fora,
A sorte muitas vezes tentadora
Não deixa que se faça realidade
E a cada passo em falso, nova dor,
Assim errando sempre, aonde eu for,
Somente a solidão dita a verdade...
- MEU ERRO
Não posso condenar meu erro quando
Pensara tão somente em te encontrar
E quando tantas vezes divagar,
A vida sem destino me fartando.
No caminhar diverso de um nefando
E tímido bufão, qualquer luar
Expressa muito além; podes notar
O todo dentro em mim já se emanando.
Eu poderia apenas ter te dito
Do quanto se tornara mais bendito
O mundo desde quando eu te encontrei,
Mas quando fui além e quis até
Tocar-te mansamente, tola fé,
Aí talvez deveras eu errei...
Pensara tão somente em te encontrar
E quando tantas vezes divagar,
A vida sem destino me fartando.
No caminhar diverso de um nefando
E tímido bufão, qualquer luar
Expressa muito além; podes notar
O todo dentro em mim já se emanando.
Eu poderia apenas ter te dito
Do quanto se tornara mais bendito
O mundo desde quando eu te encontrei,
Mas quando fui além e quis até
Tocar-te mansamente, tola fé,
Aí talvez deveras eu errei...
24/08/2011
A vereda que adentrara
Noutro tempo se anuncia
Quando a vida fosse clara
E deveras mostraria
O que possa em tal seara
Ou redime a fantasia
E se o mundo desprepara
Outro enredo me traria,
Nada entendo do que há tanto
Procurei e sei que é vão
No final nada garanto
Nem tampouco a dimensão
Do versejo feito em pranto
Onde eu quis libertação.
2
Nada vejo após a estrada
Que perdera no final
A palavra desdenhada
O caminho desigual
A versão desenfreada
A verdade mais venal
Dia a dia sobra o nada
E se mostra algum sinal
Devedor desta esperança
Que pudera ser bem mais
O meu passo não avança
E se perde quando esvais
No gerar onde se lança
Procurando um manso cais.
3
Já não cabe a melhor sorte
Nem tampouco se adivinha
A certeza que conforte
Onde a rota fosse minha,
A loucura em que se corte
O que tanto sei mesquinha
A versão que não comporte
Solidão em mim se aninha.
Restaria deste todo
Tão somente o que carrego
E se possa sem engodo
Desenhando um ponto cego
Onde o mundo traz o lodo
E sem chance ora navego.
4
Restaria dentro em nós
O que a vida dita e trama
Na verdade cada algoz
Dita o rude e velho drama
Na incerteza mais atroz
O que tanto já se exclama
Reunindo além da voz
O que possa e não reclama.
Resumidamente sigo
Assumindo cada engano
E se possa vou contigo
Noutro tanto em desabrigo
No sentido onde me dano
Reduzindo o quanto explano.
5
Brindo a sorte de tal forma
Que navego em tom cruel
Derramando sempre ao léu
O que tanto nos deforma,
A versão que já se informa
Dita o sonho em carrossel
O teu lábio feito em fel
Insensata luz transforma
Reduzindo a simples pó
Sem saber atando o nó
E tramando a própria queda
Mergulhando no vazio
O cenário ora recrio
E meu passo em ti se enreda.
A vereda que adentrara
Noutro tempo se anuncia
Quando a vida fosse clara
E deveras mostraria
O que possa em tal seara
Ou redime a fantasia
E se o mundo desprepara
Outro enredo me traria,
Nada entendo do que há tanto
Procurei e sei que é vão
No final nada garanto
Nem tampouco a dimensão
Do versejo feito em pranto
Onde eu quis libertação.
2
Nada vejo após a estrada
Que perdera no final
A palavra desdenhada
O caminho desigual
A versão desenfreada
A verdade mais venal
Dia a dia sobra o nada
E se mostra algum sinal
Devedor desta esperança
Que pudera ser bem mais
O meu passo não avança
E se perde quando esvais
No gerar onde se lança
Procurando um manso cais.
3
Já não cabe a melhor sorte
Nem tampouco se adivinha
A certeza que conforte
Onde a rota fosse minha,
A loucura em que se corte
O que tanto sei mesquinha
A versão que não comporte
Solidão em mim se aninha.
Restaria deste todo
Tão somente o que carrego
E se possa sem engodo
Desenhando um ponto cego
Onde o mundo traz o lodo
E sem chance ora navego.
4
Restaria dentro em nós
O que a vida dita e trama
Na verdade cada algoz
Dita o rude e velho drama
Na incerteza mais atroz
O que tanto já se exclama
Reunindo além da voz
O que possa e não reclama.
Resumidamente sigo
Assumindo cada engano
E se possa vou contigo
Noutro tanto em desabrigo
No sentido onde me dano
Reduzindo o quanto explano.
5
Brindo a sorte de tal forma
Que navego em tom cruel
Derramando sempre ao léu
O que tanto nos deforma,
A versão que já se informa
Dita o sonho em carrossel
O teu lábio feito em fel
Insensata luz transforma
Reduzindo a simples pó
Sem saber atando o nó
E tramando a própria queda
Mergulhando no vazio
O cenário ora recrio
E meu passo em ti se enreda.
- POR ONDE PASSAS
Por onde passas deixas demarcado
Caminho que persigo a cada instante
O mundo sendo assim tão fascinante
Aonde se mostrara este recado
Deixado em cada passo, lado a lado
O quanto poderia deslumbrante
Cenário que pra ti é degradante,
Porém me deixa sempre extasiado.
Não pude conhecer felicidade,
Apenas qualquer sonho satisfaz
E deixa que adormeça em fim em paz,
Porquanto esta ilusão enquanto invade
Inunda o coração de um vão poeta,
A vida mesmo em não já se repleta...
Caminho que persigo a cada instante
O mundo sendo assim tão fascinante
Aonde se mostrara este recado
Deixado em cada passo, lado a lado
O quanto poderia deslumbrante
Cenário que pra ti é degradante,
Porém me deixa sempre extasiado.
Não pude conhecer felicidade,
Apenas qualquer sonho satisfaz
E deixa que adormeça em fim em paz,
Porquanto esta ilusão enquanto invade
Inunda o coração de um vão poeta,
A vida mesmo em não já se repleta...
- POR ONDE PASSAS
Por onde passas deixas demarcado
Caminho que persigo a cada instante
O mundo sendo assim tão fascinante
Aonde se mostrara este recado
Deixado em cada passo, lado a lado
O quanto poderia deslumbrante
Cenário que pra ti é degradante,
Porém me deixa sempre extasiado.
Não pude conhecer felicidade,
Apenas qualquer sonho satisfaz
E deixa que adormeça em fim em paz,
Porquanto esta ilusão enquanto invade
Inunda o coração de um vão poeta,
A vida mesmo em não já se repleta...
Caminho que persigo a cada instante
O mundo sendo assim tão fascinante
Aonde se mostrara este recado
Deixado em cada passo, lado a lado
O quanto poderia deslumbrante
Cenário que pra ti é degradante,
Porém me deixa sempre extasiado.
Não pude conhecer felicidade,
Apenas qualquer sonho satisfaz
E deixa que adormeça em fim em paz,
Porquanto esta ilusão enquanto invade
Inunda o coração de um vão poeta,
A vida mesmo em não já se repleta...
- RITUAIS
Da vida um helianto e nada mais,
Procuro a cada instante a estrela guia,
E quanto mais a vida não traria
Mais forte estes desejos rituais,
Talvez se inda fossem triunfais
O mundo não teria esta magia,
Sonhar e tão somente dia a dia,
Permite anseios fartos, desiguais.
E tento transformar a cada instante
O que se fora atroz em deslumbrante
A vida vale mesmo pelo quanto
Possível se tentar, embora em vão,
O olhar ao encontrar a direção,
Sabendo ser alheio a mim tal porto,
Prazer talvez insólito e assim torto,
Imerso em fantasias, tento e canto.
- RITUAIS
Da vida um helianto e nada mais,
Procuro a cada instante a estrela guia,
E quanto mais a vida não traria
Mais forte estes desejos rituais,
Talvez se inda fossem triunfais
O mundo não teria esta magia,
Sonhar e tão somente dia a dia,
Permite anseios fartos, desiguais.
E tento transformar a cada instante
O que se fora atroz em deslumbrante
A vida vale mesmo pelo quanto
Possível se tentar, embora em vão,
O olhar ao encontrar a direção,
Sabendo ser alheio a mim tal porto,
Prazer talvez insólito e assim torto,
Imerso em fantasias, tento e canto.
-AO SOL E AO VENTO
Os rastros que deixaste enfim persigo
E tento conceber tua presença,
Vontade se tornando tão intensa,
Embora se pressinta algum perigo,
O quanto desejara estar contigo,
E sei que em teu olhar a indiferença
Ditando a dolorida e vã sentença,
E dela me condeno ao desabrigo.
Mas mesmo assim, não temo mais a sorte,
E quando se aproxima enfim a morte,
Terei esta certeza de um momento
Aonde fui feliz e conheci
O raro amanhecer que vem de ti
E neste instante ao menos, solto ao vento...
- TUA BELEZA
Tua beleza dita este cenário
E quando me percebo hipnotizado,
Relembro cada engodo do passado
E tento prosseguir; sei temerário
Caminho que me leve a tal templário
E sinto como fosse iluminado
Num átimo, de novo enamorado,
O quanto em sofrimento é necessário?
Não posso mais conter este desejo
A queda a cada instante, pois, prevejo;
Mas sei que não consigo mais calar
O quanto se é possível ter em mente,
E mesmo que decerto o sonho ausente,
Valeu apenas mesmo por te olhar...
E quando me percebo hipnotizado,
Relembro cada engodo do passado
E tento prosseguir; sei temerário
Caminho que me leve a tal templário
E sinto como fosse iluminado
Num átimo, de novo enamorado,
O quanto em sofrimento é necessário?
Não posso mais conter este desejo
A queda a cada instante, pois, prevejo;
Mas sei que não consigo mais calar
O quanto se é possível ter em mente,
E mesmo que decerto o sonho ausente,
Valeu apenas mesmo por te olhar...
-DOCE ALGEMA
Das esperanças todas que inda espalhas
Tomando cada cena onde imagino
Um novo tempo claro e cristalino,
Vencendo as mais doridas, vãs batalhas,
E quanto mais deveras amealhas
Momentos divinais, eu me alucino
E perco a cada instante mais o tino,
Rendido aos teus carinhos, doces malhas,
Mergulho insanamente neste fogo
E nada nem sequer lamúria ou rogo
Escutas, e dominas plenamente,
E assim escravizado em doce algema,
A vida dita o lúbrico poema
E tudo se transforma de repente...
Tomando cada cena onde imagino
Um novo tempo claro e cristalino,
Vencendo as mais doridas, vãs batalhas,
E quanto mais deveras amealhas
Momentos divinais, eu me alucino
E perco a cada instante mais o tino,
Rendido aos teus carinhos, doces malhas,
Mergulho insanamente neste fogo
E nada nem sequer lamúria ou rogo
Escutas, e dominas plenamente,
E assim escravizado em doce algema,
A vida dita o lúbrico poema
E tudo se transforma de repente...
- A LUA CHEIA
Qual fosse um belo sol, a lua cheia
Domina a noite imersa em solidão,
E tendo assim deveras a impressão
Da vida que em loucuras devaneia
O quanto se percebe em voz alheia
Beleza mais distante, negação
E novos dias sempre me trarão
O canto mais audaz desta sereia
Aonde me imbuindo de vontades,
Perdendo logo o rumo e liberdades,
Não pude mais seguir a vida em paz,
E quando a lua invade imenso mar,
Vontade de também já mergulhar,
Mas nada, nem o tédio, uma onda traz...
Domina a noite imersa em solidão,
E tendo assim deveras a impressão
Da vida que em loucuras devaneia
O quanto se percebe em voz alheia
Beleza mais distante, negação
E novos dias sempre me trarão
O canto mais audaz desta sereia
Aonde me imbuindo de vontades,
Perdendo logo o rumo e liberdades,
Não pude mais seguir a vida em paz,
E quando a lua invade imenso mar,
Vontade de também já mergulhar,
Mas nada, nem o tédio, uma onda traz...
- MEDO E ESPANTO
A lua banha o turvo mar com prata
E tento em rastros claros ver o quanto
A vida poderia ter o encanto,
Mas sei que a cada instante se desata
Caminho ainda atroz, a cena ingrata
Reveste mesmo em claro e argênteo manto
Traçando tão somente medo e espanto,
Aonde desejara mais sensata
A sorte que deveras desconheço
E sendo assim comum novo tropeço
Não resta enfim mais nada, morro em vida.
Ainda procurando alguma paz,
Nem mesmo este vazio satisfaz
Preparo tão somente a despedida...
E tento em rastros claros ver o quanto
A vida poderia ter o encanto,
Mas sei que a cada instante se desata
Caminho ainda atroz, a cena ingrata
Reveste mesmo em claro e argênteo manto
Traçando tão somente medo e espanto,
Aonde desejara mais sensata
A sorte que deveras desconheço
E sendo assim comum novo tropeço
Não resta enfim mais nada, morro em vida.
Ainda procurando alguma paz,
Nem mesmo este vazio satisfaz
Preparo tão somente a despedida...
- NOVO RUMO...
Aonde em claridade quis farol
Apenas outra noite em tempestade,
E quando a realidade se degrade
Aonde poderia haver um sol?
Se ainda sou somente um girassol
Durante a noite o medo sempre invade
E tudo que deveras desagrade
Permite toda a fúria do arrebol,
A timidez dos óculos, meu medo,
E mesmo tão calado inda procedo
E tento novo rumo, mas mentiras...
Qualquer nuance novo de vitória
Tu vens e repetindo a velha história
Esta esperança logo, pois, retiras...
- CAMINHO AO PARAÍSO?
Pudesse algum caminho ao paraíso
Quem sabe nos teus olhos, tua pele
E quando à tal loucura me compele
O passo mais audaz, mesmo impreciso,
O quanto se perdendo de algum siso
Ainda que deveras tente e apele,
O fardo se pesando me atropele,
E no final das contas: prejuízo...
Assim a vida dita suas normas
E quando vez por outra tu me informas
De sonhos mais felizes? Só bravatas...
O mundo me ensinou a cada não
Que nunca se sabendo a direção
As ondas com certeza são ingratas...
Quem sabe nos teus olhos, tua pele
E quando à tal loucura me compele
O passo mais audaz, mesmo impreciso,
O quanto se perdendo de algum siso
Ainda que deveras tente e apele,
O fardo se pesando me atropele,
E no final das contas: prejuízo...
Assim a vida dita suas normas
E quando vez por outra tu me informas
De sonhos mais felizes? Só bravatas...
O mundo me ensinou a cada não
Que nunca se sabendo a direção
As ondas com certeza são ingratas...
- SEM NEXO
Imerso nos caminhos mais ditosos
Os dias que passara junto a ti
Falando deste sonho que vivi,
Momentos tantas vezes prazerosos,
Porém são meus caminhos caprichosos
E tudo o que tivera enfim perdi,
E nada do que quis mantenho aqui,
Meus olhos seguem rotos e andrajosos,
Ansiosamente espero nova chance,
Mas nada do que tanto quero alcance
O passo sem sentido, rumo e nexo,
O amor se fez ausente e sendo assim,
O quanto poderia dita o fim,
O fato de viver, duro e complexo...
- PENHASCOS
Meu rumo se perdera entre os penhascos
Escarpas e falésias, cordilheiras,
As sortes se mostrando traiçoeiras
Amores são dos sonhos vis carrascos,
E quando se percebem noutros frascos
Venturas que julgara verdadeiras
Aos poucos dos meus olhos tu te esgueiras
E sinto o teu terror, temores, ascos.
Não pude ser feliz e isto já basta,
Ingrata realidade se contrasta
Com todo o sonho imenso em que vivi,
E quando me percebo em tanta dor,
Porquanto pude ser um sonhador,
Apenas um fantasma eu vejo aqui...
Escarpas e falésias, cordilheiras,
As sortes se mostrando traiçoeiras
Amores são dos sonhos vis carrascos,
E quando se percebem noutros frascos
Venturas que julgara verdadeiras
Aos poucos dos meus olhos tu te esgueiras
E sinto o teu terror, temores, ascos.
Não pude ser feliz e isto já basta,
Ingrata realidade se contrasta
Com todo o sonho imenso em que vivi,
E quando me percebo em tanta dor,
Porquanto pude ser um sonhador,
Apenas um fantasma eu vejo aqui...
- RARA ESTRELA
Fulgindo neste céu a rara estrela
Que tanto procurara e não soubera
Exposto a cada dia, tosca fera,
Agora finalmente posso vê-la,
E quando me proponho a recebê-la
Já dista dos meus olhos primavera,
No outono a frialdade é o que se espera,
E assim jamais poder em mim contê-la.
A temporã estrela dita a sorte
De quem se imaginara bem mais forte,
E sente-se esvair em frágeis luzes,
Luzerna do passo, pirilampo
E quando nos meus sonhos eu acampo,
Apenas brilhos foscos reproduzes...
Que tanto procurara e não soubera
Exposto a cada dia, tosca fera,
Agora finalmente posso vê-la,
E quando me proponho a recebê-la
Já dista dos meus olhos primavera,
No outono a frialdade é o que se espera,
E assim jamais poder em mim contê-la.
A temporã estrela dita a sorte
De quem se imaginara bem mais forte,
E sente-se esvair em frágeis luzes,
Luzerna do passo, pirilampo
E quando nos meus sonhos eu acampo,
Apenas brilhos foscos reproduzes...
- MEU OLHAR
Quisesse ter no olhar este otimismo
Que tantas vezes traça alguma luz,
Ferrenha caminhada ora conduz
À beira deste enorme vão, abismo.
E quando ainda teimo e insano cismo
Vencer qualquer momento ao qual me opus,
Restando dentro da alma a lama e o pus,
Sentindo em quem me abraça este cinismo.
Esbarro nos meus erros do passado
E tento ainda mesmo respirar,
Percorro cada estrada a divagar
E apenas o terror segue ao meu lado,
Pudesse ter pujante sol em mim,
Mas quando me percebo, estou no fim...
Que tantas vezes traça alguma luz,
Ferrenha caminhada ora conduz
À beira deste enorme vão, abismo.
E quando ainda teimo e insano cismo
Vencer qualquer momento ao qual me opus,
Restando dentro da alma a lama e o pus,
Sentindo em quem me abraça este cinismo.
Esbarro nos meus erros do passado
E tento ainda mesmo respirar,
Percorro cada estrada a divagar
E apenas o terror segue ao meu lado,
Pudesse ter pujante sol em mim,
Mas quando me percebo, estou no fim...
- A LUTA INGLÓRIA
Meus versos traduzindo a luta inglória
Da qual a minha vida se fez nada
E tanto se pudesse ter atada
Em mim a sorte imensa da vitória,
Mas quando me percebo pária, escória
Preparo o caminhar vazio em cada
Momento aonde a sorte já traçada
Exprime a realidade merencória.
Perdido entre espinheiros, dia a dia,
Nem mais qualquer lanterna enfim me guia,
Vagando sem destino vida afora,
E quando me percebo solitário,
Apenas o vazio é solidário
Enquanto a morte aos poucos me devora...
Da qual a minha vida se fez nada
E tanto se pudesse ter atada
Em mim a sorte imensa da vitória,
Mas quando me percebo pária, escória
Preparo o caminhar vazio em cada
Momento aonde a sorte já traçada
Exprime a realidade merencória.
Perdido entre espinheiros, dia a dia,
Nem mais qualquer lanterna enfim me guia,
Vagando sem destino vida afora,
E quando me percebo solitário,
Apenas o vazio é solidário
Enquanto a morte aos poucos me devora...
- SEGUIR A CORRENTEZA
São mórbidos caminhos que percorro,
Na ausência de qualquer luz que inda trace
De um mundo bem melhor, imagem, face
Apenas no poema eu me socorro,
E quando se percebe em cada morro
A luta se transforma em novo impasse,
Porquanto cada passo enfim trespasse
Aos poucos, solitário, cedo e morro.
Vazia vida dita a minha sorte,
E quando só restando agora a morte,
Não tendo solução, o que fazer?
Seguir a correnteza e ser mais um,
Olhando em volta e vejo, então nenhum
Momento que inda possa dar prazer...
- JAMAIS
Disperso caminhar traduz o quanto
Eu tento perceber tua presença
E quando tua ausência me convença
A vida se perdendo sem encanto,
Porquanto ainda busco em qualquer canto,
Saudade se tornando tão imensa,
Jamais terei decerto a recompensa,
Apenas o vazio, turvo manto,
Negando a própria essência do existir
Não tendo mais sequer qualquer porvir,
Resisto tão somente e nada mais,
Aonde te escondeste estrela guia?
A noite se tornando dura e fria,
O mundo me repete enfim: JAMAIS!
Eu tento perceber tua presença
E quando tua ausência me convença
A vida se perdendo sem encanto,
Porquanto ainda busco em qualquer canto,
Saudade se tornando tão imensa,
Jamais terei decerto a recompensa,
Apenas o vazio, turvo manto,
Negando a própria essência do existir
Não tendo mais sequer qualquer porvir,
Resisto tão somente e nada mais,
Aonde te escondeste estrela guia?
A noite se tornando dura e fria,
O mundo me repete enfim: JAMAIS!
- EDÊNICOS CAMINHOS
Edênicos caminhos percorri
Durante tanto tempo, mas eu sinto
Que tudo o que vivera agora extinto
Já não encontra nada, mesmo aqui.
O quanto necessito enfim de ti,
Bebendo da ilusão, deveras minto
E tanto do passado em que me pinto
Falando do que outrora em paz, vivi,
Mas nada do que sou mais interessa,
A vida com certeza já se engessa
E tudo o que pudesse vira pó,
Saudade diz do quanto pude um dia,
E agora quando a casa esta vazia,
Apenas meu silêncio amargo e só...
Durante tanto tempo, mas eu sinto
Que tudo o que vivera agora extinto
Já não encontra nada, mesmo aqui.
O quanto necessito enfim de ti,
Bebendo da ilusão, deveras minto
E tanto do passado em que me pinto
Falando do que outrora em paz, vivi,
Mas nada do que sou mais interessa,
A vida com certeza já se engessa
E tudo o que pudesse vira pó,
Saudade diz do quanto pude um dia,
E agora quando a casa esta vazia,
Apenas meu silêncio amargo e só...
- CÂNTICOS
Dos cânticos que uma alma traduzisse
A voz de quem se foi e não retorna
Ferrenha tempestade já se entorna
E a vida volta a ter esta mesmice,
Falar que tanto amor fora crendice,
A sorte furiosa agora é morna
Somente esta lembrança atroz adorna,
A vida que deveras se desdisse,
E fosse assim; quem sabe, em novo dia
O encanto que decerto se perdia
Enquanto tu saíste pela porta.
A vida revivida a cada noite,
Realidade corta feito açoite,
Uma esperança há tanto semimorta...
A voz de quem se foi e não retorna
Ferrenha tempestade já se entorna
E a vida volta a ter esta mesmice,
Falar que tanto amor fora crendice,
A sorte furiosa agora é morna
Somente esta lembrança atroz adorna,
A vida que deveras se desdisse,
E fosse assim; quem sabe, em novo dia
O encanto que decerto se perdia
Enquanto tu saíste pela porta.
A vida revivida a cada noite,
Realidade corta feito açoite,
Uma esperança há tanto semimorta...
- UMA ESPERANÇA
Porquanto vaporosa seja a vida,
São poucos lastros firmes que nós temos
E quanto mais deveras envolvemos
A sorte com inglória senda urdida
A cada nova queda ou despedida,
Se na amizade encontro lemes, remos,
Viagem mais segura enfim teremos
Sabendo desde o início uma saída.
Ao ter esta certeza navegando
Com teu braço, decerto, timoneiro
O encanto se mostrando bem mais brando
E assim o mundo tece em segurança,
Do quanto ser feliz eu já me inteiro,
Ao ver nesta amizade uma esperança.
São poucos lastros firmes que nós temos
E quanto mais deveras envolvemos
A sorte com inglória senda urdida
A cada nova queda ou despedida,
Se na amizade encontro lemes, remos,
Viagem mais segura enfim teremos
Sabendo desde o início uma saída.
Ao ter esta certeza navegando
Com teu braço, decerto, timoneiro
O encanto se mostrando bem mais brando
E assim o mundo tece em segurança,
Do quanto ser feliz eu já me inteiro,
Ao ver nesta amizade uma esperança.
- SOL MAIOR
Encontro em harmonia, pareados
Os passos que permitem horizonte,
E quando o sol maior, raro desponte,
Belezas embebendo nossos prados,
Os dias sendo assim iluminados,
A vida encontra então sobeja fonte
E dela num relance, firme fronte,
Trazendo estes momentos desejados.
Nos laços que nos unem a amizade
Traduz da própria vida a qualidade
E dando a segurança a quem caminha,
Expressa o sol enorme que se emana,
Imagem sobre tantas, soberana,
Aonde a divindade mor se aninha.
Os passos que permitem horizonte,
E quando o sol maior, raro desponte,
Belezas embebendo nossos prados,
Os dias sendo assim iluminados,
A vida encontra então sobeja fonte
E dela num relance, firme fronte,
Trazendo estes momentos desejados.
Nos laços que nos unem a amizade
Traduz da própria vida a qualidade
E dando a segurança a quem caminha,
Expressa o sol enorme que se emana,
Imagem sobre tantas, soberana,
Aonde a divindade mor se aninha.
- SUPREMA MELODIA
Suprema melodia diz da amiga
Que tantas vezes dando o seu apoio
Transforma a corredeira em manso arroio
E a cada novo engodo tanto abriga,
A vida muitas vezes se periga
De suas mãos eu vejo alheio o joio,
Estrelas se desfilam num comboio
Enquanto a boa sorte se consiga,
Viver esta amizade em plenitude
E assim todo o caminho ora transmude
Gerando a imensidade feita em paz,
No quanto já me tem ao lado seu,
Meu mundo finalmente conheceu
O quanto este poder se faz capaz.
- DOR E GOZO
Desejos que ora sinto indefiníveis
Vontades discrepantes, dor e gozo,
O tempo em lua imensa, esplendoroso,
Momentos de carinho inesquecíveis
Os sons das liras sendo assim audíveis
O encanto que se mostra majestoso,
A noite em raro tom mais prazeroso,
O amor adentra em mim, todos os níveis.
Mas quando penso agora no amanhã
A vida retornando ao velho afã,
Vontade de talvez eternizar
Pudesse ter nas mãos este cinzel,
Eu pararia estrelas, vida e céu,
O tempo neste instante enfim, parar...
- O BRILHO DOS TEUS OLHOS
Errantes quais cometas, noite afora,
Os brilhos de teus olhos meus faróis
Quais fossem, pois noturnos belos sóis
Vontade de te ter, tanto devora
E quando a poesia assim se aflora
Domina a rispidez dos arrebóis
Dois corpos isolados, dois atóis
Unidos num só corpo, sem demora.
A lua enternecida tudo vê
O mar em seus marulhos canta um hino
E quando em tal cenário eu me fascino,
A vida passa a ter algum por que,
Depois de tanto amor, tanto prazer,
Desnudos vendo o dia amanhecer...
Os brilhos de teus olhos meus faróis
Quais fossem, pois noturnos belos sóis
Vontade de te ter, tanto devora
E quando a poesia assim se aflora
Domina a rispidez dos arrebóis
Dois corpos isolados, dois atóis
Unidos num só corpo, sem demora.
A lua enternecida tudo vê
O mar em seus marulhos canta um hino
E quando em tal cenário eu me fascino,
A vida passa a ter algum por que,
Depois de tanto amor, tanto prazer,
Desnudos vendo o dia amanhecer...
- APAIXONADAMENTE
Formas que tanto dizem dos anseios
Delírios de um poeta simplesmente?
Desejo dominando corpo e mente,
Lembrança de teus belos, rijos seios.
Falando sem frescuras e rodeios,
O quanto que te quero? Imensamente
E todo este prazer que ora se sente,
Envolve o pensamento em devaneios.
Assim ao seres minha, pois quem sabe
Sofreguidão imensa, enfim acabe
Ou revigore a fúria e desde então,
Sabendo ter decerto uma alma escrava,
Entregue sem defesas, medo ou trava
Às sanhas sem limites da paixão!
Delírios de um poeta simplesmente?
Desejo dominando corpo e mente,
Lembrança de teus belos, rijos seios.
Falando sem frescuras e rodeios,
O quanto que te quero? Imensamente
E todo este prazer que ora se sente,
Envolve o pensamento em devaneios.
Assim ao seres minha, pois quem sabe
Sofreguidão imensa, enfim acabe
Ou revigore a fúria e desde então,
Sabendo ter decerto uma alma escrava,
Entregue sem defesas, medo ou trava
Às sanhas sem limites da paixão!
terça-feira, 23 de agosto de 2011
- CARRUAGEM...
Medonha carruagem leva ao fim
E traça com seus passos os meus dias,
Arcando com diversas ironias
Apenas o vazio tenho enfim,
Pudesse ser diverso, mas assim,
Ao menos ao beber das ironias,
Descrevo com meus versos poesias
Amordaçando a sorte que há em mim,
Finalizando assim cada poema,
Apenas não suporto alguma algema
A morte me liberta deste inferno
Que a vida pouco a pouco me deixara,
E quando se percebe tal escara
Até o fim se mostra bem mais terno...
E traça com seus passos os meus dias,
Arcando com diversas ironias
Apenas o vazio tenho enfim,
Pudesse ser diverso, mas assim,
Ao menos ao beber das ironias,
Descrevo com meus versos poesias
Amordaçando a sorte que há em mim,
Finalizando assim cada poema,
Apenas não suporto alguma algema
A morte me liberta deste inferno
Que a vida pouco a pouco me deixara,
E quando se percebe tal escara
Até o fim se mostra bem mais terno...
- ACORDES FATAIS
Fatais acordes trazem melodias
Aonde não se ouvindo algum alento,
O peso do viver vira tormento,
As noites solitárias e sombrias
Diverso do que tanto prometias,
Ainda não resta sequer vento,
Enquanto respirasse ainda tento
Vencer as mãos terríveis onde guias
Erráticos caminhos pelo nada,
E tanto quanto pude imaginar
Jamais eu poderia me encontrar
Sabendo tão diversa assim a estrada
E na estalagem feita em ilusão
Somente meus espectros se verão.
Aonde não se ouvindo algum alento,
O peso do viver vira tormento,
As noites solitárias e sombrias
Diverso do que tanto prometias,
Ainda não resta sequer vento,
Enquanto respirasse ainda tento
Vencer as mãos terríveis onde guias
Erráticos caminhos pelo nada,
E tanto quanto pude imaginar
Jamais eu poderia me encontrar
Sabendo tão diversa assim a estrada
E na estalagem feita em ilusão
Somente meus espectros se verão.
- NOITES SOMBRIAS
Sombrias noites trazem o silêncio
E nele me entranhando totalmente,
Sem ter qualquer alívio em minha mente
O dia a cada treva que inda adense-o
Permite que se creia no vazio
E neste nada ter a minha herança
Aonde se pudesse em esperança
Apenas o não ser eu principio
E tento vez em quando algum sorriso,
Embora mais nefasto que pudera,
Aguarda-me com fúria a torpe fera
E assim o meu caminho sem juízo
Amortalhando o passo rumo ao vão
Traçado pela imensa solidão...
E nele me entranhando totalmente,
Sem ter qualquer alívio em minha mente
O dia a cada treva que inda adense-o
Permite que se creia no vazio
E neste nada ter a minha herança
Aonde se pudesse em esperança
Apenas o não ser eu principio
E tento vez em quando algum sorriso,
Embora mais nefasto que pudera,
Aguarda-me com fúria a torpe fera
E assim o meu caminho sem juízo
Amortalhando o passo rumo ao vão
Traçado pela imensa solidão...
- RUÍNAS
Ruínas do que fomos vejo agora,
E tento disfarçar qualquer enredo
E quando algum sorriso inda concedo,
Vontade de partir já me devora,
E tanto poderia sem ter hora
Saber da vida cada vão segredo
E tendo o meu caminho amargo e ledo,
O fim já se aproxima e nada ancora
Saveiro que se fez em temporais
E sabe tão distante qualquer cais
Além desta mortalha em verdes tons,
Os dias transcorrendo em dor e mágoa
Somente o frio imenso em mim deságua
Da morte ouvindo os sinos, belos sons...
E tento disfarçar qualquer enredo
E quando algum sorriso inda concedo,
Vontade de partir já me devora,
E tanto poderia sem ter hora
Saber da vida cada vão segredo
E tendo o meu caminho amargo e ledo,
O fim já se aproxima e nada ancora
Saveiro que se fez em temporais
E sabe tão distante qualquer cais
Além desta mortalha em verdes tons,
Os dias transcorrendo em dor e mágoa
Somente o frio imenso em mim deságua
Da morte ouvindo os sinos, belos sons...
- MELANCOLICAMENTE
Melancolicamente a noite trama
O fim de cada sonho e por ventura
A vida se transforma e me amargura
Enquanto a dor mantendo viva a chama
Que traz a inglória luta, tolo drama
E quando alguma chance se procura,
O medo a cada instante mais perdura
E nada do que quero ainda exclama
Uma alma solitária em vão, demente,
E tudo o que sabe e o que se sente
Traduz o nada ser e não podendo
Viver um só momento de esperança
A noite em solidão, atroz avança
Quem a sabe a morte um bem tão estupendo?
O fim de cada sonho e por ventura
A vida se transforma e me amargura
Enquanto a dor mantendo viva a chama
Que traz a inglória luta, tolo drama
E quando alguma chance se procura,
O medo a cada instante mais perdura
E nada do que quero ainda exclama
Uma alma solitária em vão, demente,
E tudo o que sabe e o que se sente
Traduz o nada ser e não podendo
Viver um só momento de esperança
A noite em solidão, atroz avança
Quem a sabe a morte um bem tão estupendo?
- NIGROMANTES
Aonde nigromantes, sacrifícios
Ditavam os meus dias em quebranto,
Ainda se procura a cada canto,
Diversos e medonhos vãos ofícios
Entregue à profusão de vários vícios
E deles sei deveras quando e quanto
Mereço cada queda e se levanto,
Os ossos são beirais de precipícios
Mecânica da vida se traduz
Na falta terminal de qualquer luz,
A terra recobrindo a dura ossada,
E tanto que sonhei, fiz versos, cri,
E agora o que restara vês aqui
Medonho e caricato, vago, nada...
Ditavam os meus dias em quebranto,
Ainda se procura a cada canto,
Diversos e medonhos vãos ofícios
Entregue à profusão de vários vícios
E deles sei deveras quando e quanto
Mereço cada queda e se levanto,
Os ossos são beirais de precipícios
Mecânica da vida se traduz
Na falta terminal de qualquer luz,
A terra recobrindo a dura ossada,
E tanto que sonhei, fiz versos, cri,
E agora o que restara vês aqui
Medonho e caricato, vago, nada...
- GÉLIDA
Ao expirar num último momento,
Eu vejo as dissonâncias de uma vida
Que há tanto se fizera mais perdida
Gerada pelo infausto em desalento,
Não quero da esperança mais o vento,
Nem mesmo perpetrar qualquer saída
Se tudo o que pensei traz despedida
E na verdade nada mais agüento.
Pereço a cada não que tu me deste,
E o quanto sou medonho e mesmo agreste
Espelhos de minha alma em água fétida
Apenas esta face que enrugada
Traduz e tão somente mostra o nada,
Figura sempre apática jaz gélida...
Eu vejo as dissonâncias de uma vida
Que há tanto se fizera mais perdida
Gerada pelo infausto em desalento,
Não quero da esperança mais o vento,
Nem mesmo perpetrar qualquer saída
Se tudo o que pensei traz despedida
E na verdade nada mais agüento.
Pereço a cada não que tu me deste,
E o quanto sou medonho e mesmo agreste
Espelhos de minha alma em água fétida
Apenas esta face que enrugada
Traduz e tão somente mostra o nada,
Figura sempre apática jaz gélida...
- BÊNÇÃO
Meu corpo estando exausto da batalha
Assaz desnecessária e tanto inglória
Pudesse reverter a minha história
E nela entranhar firme esta navalha,
O corte a cada dia mais retalha
O corpo em tal imagem merencória,
E nada do que trago na memória
Ainda qualquer coisa mesmo valha.
Sou nada e deste nada reproduzo
Um passo rumo ao fim, tosco e confuso,
Apenas velho traste em tez imunda,
Ouvindo o mesmo não, velha resposta
A face já deveras decomposta
A morte abençoada enfim me inunda...
Assaz desnecessária e tanto inglória
Pudesse reverter a minha história
E nela entranhar firme esta navalha,
O corte a cada dia mais retalha
O corpo em tal imagem merencória,
E nada do que trago na memória
Ainda qualquer coisa mesmo valha.
Sou nada e deste nada reproduzo
Um passo rumo ao fim, tosco e confuso,
Apenas velho traste em tez imunda,
Ouvindo o mesmo não, velha resposta
A face já deveras decomposta
A morte abençoada enfim me inunda...
- A FACE DA VERDADE
A face ensangüentada da verdade
Resiste ao que pudesse ser um sonho,
E quando novo tempo a mim proponho
Decerto cada fato desagrade,
E sei do quanto diz a realidade
Diversa deste mundo vão risonho
E tanto que deveras não reponho
Caminho sem sentido, ou liberdade.
Morrer é ter deveras o meu cais
Cansado destes tantos temporais
Pudesse descansar eternamente,
Mas quando a dor refaz a velha estada
Eu tento seduzir a madrugada
Porém esta mortalha apenas mente...
Resiste ao que pudesse ser um sonho,
E quando novo tempo a mim proponho
Decerto cada fato desagrade,
E sei do quanto diz a realidade
Diversa deste mundo vão risonho
E tanto que deveras não reponho
Caminho sem sentido, ou liberdade.
Morrer é ter deveras o meu cais
Cansado destes tantos temporais
Pudesse descansar eternamente,
Mas quando a dor refaz a velha estada
Eu tento seduzir a madrugada
Porém esta mortalha apenas mente...
- ÀS HORAS MORTAS
Às horas mortas vejo esta figura
Decrépito fantasma que persigo
E quando no meu peito faz abrigo,
A noite se mostrando sempre escura
Enquanto se traduz leda loucura
Eu vejo a cada passo outro perigo
E tanto ou quase insano assim prossigo
Traçando nova senda em amargura,
Herméticos caminhos me levando
Ao quadro mais atroz, duro e nefando
Nevando dentro da alma solitária,
Aonde quis a paz e não soubera
Revive esta tristeza douta fera
E a sorte se vier, é temporária.
Decrépito fantasma que persigo
E quando no meu peito faz abrigo,
A noite se mostrando sempre escura
Enquanto se traduz leda loucura
Eu vejo a cada passo outro perigo
E tanto ou quase insano assim prossigo
Traçando nova senda em amargura,
Herméticos caminhos me levando
Ao quadro mais atroz, duro e nefando
Nevando dentro da alma solitária,
Aonde quis a paz e não soubera
Revive esta tristeza douta fera
E a sorte se vier, é temporária.
RECEBO COM TERNURA
Recebo com ternura o que pudesse
O mundo traça apenas o futuro
Gerando o quanto teime e me asseguro
E nisso noutro rumo a velha prece,
O medo se anuncia e se merece
A luta se traduz e configuro
Presumo o quanto veja e o que procuro
Encontra o sonho além do quanto expresse,
Mostrando alguma luz aonde um dia
Gerasse este delírio e poderia
Viver cada segundo de tal forma,
Pousando mansamente na janela,
Enquanto uma emoção nada revela
E o mundo noutro tom já se transforma...
O mundo traça apenas o futuro
Gerando o quanto teime e me asseguro
E nisso noutro rumo a velha prece,
O medo se anuncia e se merece
A luta se traduz e configuro
Presumo o quanto veja e o que procuro
Encontra o sonho além do quanto expresse,
Mostrando alguma luz aonde um dia
Gerasse este delírio e poderia
Viver cada segundo de tal forma,
Pousando mansamente na janela,
Enquanto uma emoção nada revela
E o mundo noutro tom já se transforma...
BORRASCAS
Amor que nos domina e não permite
Qualquer anseio além da libertária
Noção desta expressão tão necessária
E nisto outro momento se limite,
Não tendo nem sequer o que acredite
O vento ronda a vida procelária,
Que vaga enquanto arisca e temerária
Tramando o quanto tento ou necessite.
Aonde houvesse mares e promessas
Decerto sei que quando recomeças
Traçasse outro momento em vária paz.
Meu mundo não se atente enquanto ronda
A sorte que pudesse enfrentar a onda
Quando a borrasca na alma assim se faz.
Qualquer anseio além da libertária
Noção desta expressão tão necessária
E nisto outro momento se limite,
Não tendo nem sequer o que acredite
O vento ronda a vida procelária,
Que vaga enquanto arisca e temerária
Tramando o quanto tento ou necessite.
Aonde houvesse mares e promessas
Decerto sei que quando recomeças
Traçasse outro momento em vária paz.
Meu mundo não se atente enquanto ronda
A sorte que pudesse enfrentar a onda
Quando a borrasca na alma assim se faz.
- DOCE ALENTO
Espessa sombra ronda a minha cama,
E traz o doce alento feito em morte,
Cansado de viver sem ter suporte,
Aonde a solidão teima e reclama
Realça-se esta cena e tanto clama
Quem nunca mais soubera de algum norte,
Apenas aumentando cada corte,
Entranho sem defesas nesta lama,
E o pântano que deste de presente
Porquanto a cada dia mais aumente
A fúria deste charco dentro da alma,
Jogado sobre as pedras, mar imenso,
No quanto nada sou eu sempre penso,
E apenas o não ser decerto acalma.
E traz o doce alento feito em morte,
Cansado de viver sem ter suporte,
Aonde a solidão teima e reclama
Realça-se esta cena e tanto clama
Quem nunca mais soubera de algum norte,
Apenas aumentando cada corte,
Entranho sem defesas nesta lama,
E o pântano que deste de presente
Porquanto a cada dia mais aumente
A fúria deste charco dentro da alma,
Jogado sobre as pedras, mar imenso,
No quanto nada sou eu sempre penso,
E apenas o não ser decerto acalma.
- NEM MARTÍRIOS, NEM TORMENTAS
Não quero mais martírios nem tormentas
Delírios são comuns a quem anseia,
Mas quando a lua morre e nunca é cheia,
Somente tão diversos dias ventas
E beijo o que deveras desalentas
Enquanto a solidão volta e rodeia,
Perdendo todo sangue em minha veia,
Anêmica loucura e me apascentas;
Servindo de retalho a quem tecesse
A colcha feita em morte, novos panos,
Não tendo além dos erros velhos danos,
A morte talvez venha qual benesse,
Riscando assim do mapa qualquer sombra
Daquele que odiaste e já te assombra.
Delírios são comuns a quem anseia,
Mas quando a lua morre e nunca é cheia,
Somente tão diversos dias ventas
E beijo o que deveras desalentas
Enquanto a solidão volta e rodeia,
Perdendo todo sangue em minha veia,
Anêmica loucura e me apascentas;
Servindo de retalho a quem tecesse
A colcha feita em morte, novos panos,
Não tendo além dos erros velhos danos,
A morte talvez venha qual benesse,
Riscando assim do mapa qualquer sombra
Daquele que odiaste e já te assombra.
- UM SONO EXTENSO
A morte como fosse um sono extenso,
Talvez aplaque a dor do amanhecer
E quando se percebe o fenecer
É nele que deveras recompenso
Os erros mais comuns enquanto penso
Em formas de poder fugir ou ver
Somente novo tempo a se tecer,
Mas sei que o céu será decerto tenso.
E quando não encontre outra saída,
A perda do que dizem ser a vida,
Permitirá viver, pois, finalmente.
Mortalha como terno sob medida
E tudo se fazendo mais premente
Talvez a solução que ainda eu tente...
Talvez aplaque a dor do amanhecer
E quando se percebe o fenecer
É nele que deveras recompenso
Os erros mais comuns enquanto penso
Em formas de poder fugir ou ver
Somente novo tempo a se tecer,
Mas sei que o céu será decerto tenso.
E quando não encontre outra saída,
A perda do que dizem ser a vida,
Permitirá viver, pois, finalmente.
Mortalha como terno sob medida
E tudo se fazendo mais premente
Talvez a solução que ainda eu tente...
- TONS AMORTALHADOS
Cerzida nestes tons amortalhados
A alfombra que me deste nada traz
Senão a mesma cena onde mordaz
Vivemos vis momentos, mil enfados,
E quando se mostrassem derrotados
Caminhos que trouxessem canto em paz,
O quanto deste sonho se desfaz
E neles velhos sóis já tão nublados.
Partindo do princípio que não tenho
Sequer da melhor sorte um desempenho
Que possa pelo menos me alentar,
Só resta a quem se entrega este final,
E nele algum velório é ritual,
Talvez consiga assim comemorar...
A alfombra que me deste nada traz
Senão a mesma cena onde mordaz
Vivemos vis momentos, mil enfados,
E quando se mostrassem derrotados
Caminhos que trouxessem canto em paz,
O quanto deste sonho se desfaz
E neles velhos sóis já tão nublados.
Partindo do princípio que não tenho
Sequer da melhor sorte um desempenho
Que possa pelo menos me alentar,
Só resta a quem se entrega este final,
E nele algum velório é ritual,
Talvez consiga assim comemorar...
- FALSIDADE
Repousa este cadáver sob o templo
Aonde se erigira a falsidade
E quando percebera a divindade
Da podre realidade que contemplo,
Não tendo para tal qualquer exemplo
Não sigo esta maré que agora invade
Portanto quando a vida me degrade
No quanto poderia eu já me exemplo,
Servindo de repasto às tais rapinas,
Enquanto noutro lado te fascinas
Eu vejo o meu final em podre face.
E sendo assim a sorte traiçoeira
Do quarto mais escuro já se esgueira
Aquela em cuja boca eu me desgrace.
Aonde se erigira a falsidade
E quando percebera a divindade
Da podre realidade que contemplo,
Não tendo para tal qualquer exemplo
Não sigo esta maré que agora invade
Portanto quando a vida me degrade
No quanto poderia eu já me exemplo,
Servindo de repasto às tais rapinas,
Enquanto noutro lado te fascinas
Eu vejo o meu final em podre face.
E sendo assim a sorte traiçoeira
Do quarto mais escuro já se esgueira
Aquela em cuja boca eu me desgrace.
- RAPINEIRA
Fechando os olhos posso adivinhar
O que talvez se visse não sabia,
O peso da finada fantasia
Costuma normalmente me envergar,
O parto a cada dia sonegar
O quanto na verdade se esvazia
E gera nova senda em nova cria,
Refaz o mesmo nada, par a par.
Partícipe da festa rapineira,
A vida não se mostra por inteira
E não desejo mesmo o lixo e o vão,
Mas como me negar a ver o claro?
Apuro com terror visão e faro
E sinto dentro em mim a podridão...
RUMO AO CAOS
Cadenciando o passo rumo ao caos
Avanço e procurasse pelo menos
Os dias tão suaves e serenos
Em ritos tanto atrozes quanto maus,
Olhando para além destes degraus
Os tempos onde os sonhos são amenos
Expressem o que possam tais venenos
E nisto naufragassem minhas naus,
Além dos desenganos costumeiros
Ainda se tentasse nos canteiros
Um tempo feito em rara primavera.
Ocasionando a queda a cada passo,
Bisonha farsa dita o que enfim eu traço
E nisto em meu caminho a sorte espera...
Avanço e procurasse pelo menos
Os dias tão suaves e serenos
Em ritos tanto atrozes quanto maus,
Olhando para além destes degraus
Os tempos onde os sonhos são amenos
Expressem o que possam tais venenos
E nisto naufragassem minhas naus,
Além dos desenganos costumeiros
Ainda se tentasse nos canteiros
Um tempo feito em rara primavera.
Ocasionando a queda a cada passo,
Bisonha farsa dita o que enfim eu traço
E nisto em meu caminho a sorte espera...
A VOZ DA ESPERANÇA
Dos sonhos tantas vezes sendo um rastro
Apenas já perdido em meio ao nada,
A sorte noutra face desenhada,
Enquanto meu caminho; além, alastro,
Olhares se perdendo buscando astro
Na noite quando a vejo, constelada,
E quando no meu quarto a lua invada
Traçando raios belos de alabastro,
Ousasse acreditar na eternidade
Do amor que se redime em claridade
E molda este infinito vivo em nós.
Assim ao desenhar um novo quadro
Meu tempo nos teus braços eu enquadro
Ouvindo da esperança a mansa voz...
Apenas já perdido em meio ao nada,
A sorte noutra face desenhada,
Enquanto meu caminho; além, alastro,
Olhares se perdendo buscando astro
Na noite quando a vejo, constelada,
E quando no meu quarto a lua invada
Traçando raios belos de alabastro,
Ousasse acreditar na eternidade
Do amor que se redime em claridade
E molda este infinito vivo em nós.
Assim ao desenhar um novo quadro
Meu tempo nos teus braços eu enquadro
Ouvindo da esperança a mansa voz...
- PÁRIA SIM, MAS PULHA NÃO
Tateio procurando alguma agulha
E tento no palheiro encontrar trigo,
Mas joio tão somente o que consigo,
A luz que imaginara? Só fagulha,
O estômago deveras já se embrulha
E tento consolar-me; mas nem ligo,
O quanto posso ainda ora desligo,
Somente sendo pária não sou pulha.
E cada entulho feito em vil carcaça
Não deixa que se veja o que se passa
Além dos olhos mortos da criança,
A noite apresentando prostitutas,
Travecos e vadias mais astutas,
Reduzem vestimentas e esperança.
-MÁGOAS
As mágoas corriqueiras dos casais
Cevando violência em noite fria,
E quando se percebe esta heresia
Estrelas sobre a terra, magistrais,
E quando se preparam funerais,
Velório se fazendo dia a dia,
A morte sustentando a hipocrisia
Abutres em delírios mais carnais,
Existo ou simplesmente ainda resto?
Não posso ser deveras mais funesto
E vivo em solilóquio qual demente,
Depois de algum calmante, uma aguardente
O fim de uma esperança quando atesto
O meu também se vê, claro e premente.
23/08/2011
Jamais acreditando num enredo
Diverso do que a vida me traria
Pousando aonde a sorte não veria
O tanto quanto possa e mais concedo,
Vencendo o caminhar audaz e ledo
A luta se desenha em agonia,
Regendo tão somente a fantasia
E nisto cada passo em vão procedo,
Ausento de mim mesmo quando busco
O velho delirar e sei do brusco
Cerzir deste vazio dentro da alma,
O rústico momento se transforma
E tendo a solidão como tal norma
Apenas a mortalha eu sei que acalma.
2
Quisera acreditar no que não veio
E mesmo se tentasse não versejo
Apenas tendo em mote o meu desejo
Ou todo este momento rude e alheio,
Não pude imaginar o quanto anseio
E trago o meu vergar onde dardejo
Marcando o movimento que ora vejo
Diverso do que possa e até rodeio.
No ocaso se esvaindo cada verso
Desvio o meu olhar deste horizonte
E tanto quanto sonhe até aponte
Rastreio cada estrela no universo
Matando a sensação que desaponte
Ou mesmo sonegasse o brilho e a fonte.
3
Retirantes do futuro
Esperanças mortas trago
E se possa noutro afago
Esta estrada eu não perduro,
Tendo o dia mais seguro
Ou decerto o velho mago
Traz o quanto aquém divago
Neste mundo amargo e escuro,
Restaurando cada encanto
Do que tente e não garanto
Nem sequer eu reconheço,
Poesia dita o rumo
E se veja o que resumo
Noutro sonho ou adereço.
4
Ruminando desde agora
O que prezo e não teria
A certeza me apavora
Incerteza mais sombria
O meu barco desancora
E outro tempo me traria
A vontade que vigora
Mesmo aquém de uma magia
Onde vejo o meu retrato
Sem proveito em vaga estância
O que possa e já constato
Vai além da mendicância
O momento dita o fato
Mesmo quando a luz alcance-a.
5
Nada resta deste sonho
Que pudera ter nas mãos
Ouso crer e até proponho
Na incerteza de outros vãos
Os momentos que medonho
Cada verso bebe os nãos
Muito aquém do quanto ponho
Sobre o solo árido, os grãos.
Já não sei nem represento
O que outrora fosse luz
A verdade encontra o vento
De tal forma me conduz
Transgredindo o pensamento
À mortalha já faz jus.
Jamais acreditando num enredo
Diverso do que a vida me traria
Pousando aonde a sorte não veria
O tanto quanto possa e mais concedo,
Vencendo o caminhar audaz e ledo
A luta se desenha em agonia,
Regendo tão somente a fantasia
E nisto cada passo em vão procedo,
Ausento de mim mesmo quando busco
O velho delirar e sei do brusco
Cerzir deste vazio dentro da alma,
O rústico momento se transforma
E tendo a solidão como tal norma
Apenas a mortalha eu sei que acalma.
2
Quisera acreditar no que não veio
E mesmo se tentasse não versejo
Apenas tendo em mote o meu desejo
Ou todo este momento rude e alheio,
Não pude imaginar o quanto anseio
E trago o meu vergar onde dardejo
Marcando o movimento que ora vejo
Diverso do que possa e até rodeio.
No ocaso se esvaindo cada verso
Desvio o meu olhar deste horizonte
E tanto quanto sonhe até aponte
Rastreio cada estrela no universo
Matando a sensação que desaponte
Ou mesmo sonegasse o brilho e a fonte.
3
Retirantes do futuro
Esperanças mortas trago
E se possa noutro afago
Esta estrada eu não perduro,
Tendo o dia mais seguro
Ou decerto o velho mago
Traz o quanto aquém divago
Neste mundo amargo e escuro,
Restaurando cada encanto
Do que tente e não garanto
Nem sequer eu reconheço,
Poesia dita o rumo
E se veja o que resumo
Noutro sonho ou adereço.
4
Ruminando desde agora
O que prezo e não teria
A certeza me apavora
Incerteza mais sombria
O meu barco desancora
E outro tempo me traria
A vontade que vigora
Mesmo aquém de uma magia
Onde vejo o meu retrato
Sem proveito em vaga estância
O que possa e já constato
Vai além da mendicância
O momento dita o fato
Mesmo quando a luz alcance-a.
5
Nada resta deste sonho
Que pudera ter nas mãos
Ouso crer e até proponho
Na incerteza de outros vãos
Os momentos que medonho
Cada verso bebe os nãos
Muito aquém do quanto ponho
Sobre o solo árido, os grãos.
Já não sei nem represento
O que outrora fosse luz
A verdade encontra o vento
De tal forma me conduz
Transgredindo o pensamento
À mortalha já faz jus.
ORDENHA
Retiro dos meus sonhos o que há tanto
Gerasse alguma sorte e nada tenha
Senão esta emoção rude e ferrenha
Que possa traduzir em desencanto,
O verso se anuncia em raro espanto
E o medo se propõe ao quanto venha
Na sórdida expressão da tosca ordenha
O peso se moldara enquanto canto,
E tento de tal sorte novo teto
E sei do quanto possa e me completo
Nas velhas ilusões do ser poeta,
A luta não tem fim, e recomeça,
Enquanto o coração nega a promessa
Que há tanto no vazio se repleta...
Gerasse alguma sorte e nada tenha
Senão esta emoção rude e ferrenha
Que possa traduzir em desencanto,
O verso se anuncia em raro espanto
E o medo se propõe ao quanto venha
Na sórdida expressão da tosca ordenha
O peso se moldara enquanto canto,
E tento de tal sorte novo teto
E sei do quanto possa e me completo
Nas velhas ilusões do ser poeta,
A luta não tem fim, e recomeça,
Enquanto o coração nega a promessa
Que há tanto no vazio se repleta...
DESABRIGO
Ainda quando em sonhos vejo a vida
Marcada desde sempre pelo não,
Ousasse acreditar na dimensão
Que expresse no final uma saída,
A luta se prepara em despedida
E vendo o quanto tenha em aversão
Matando pouco a pouco a dimensão
Que possa destroçar e não duvida,
O canto sem alento, a noite fria,
O tanto além do vento poderia
Vencer os meus temores, mas prossigo,
E vendo o que se mostre reticente
O velho coração já nada sente
Apenas condenado ao desabrigo.
Marcada desde sempre pelo não,
Ousasse acreditar na dimensão
Que expresse no final uma saída,
A luta se prepara em despedida
E vendo o quanto tenha em aversão
Matando pouco a pouco a dimensão
Que possa destroçar e não duvida,
O canto sem alento, a noite fria,
O tanto além do vento poderia
Vencer os meus temores, mas prossigo,
E vendo o que se mostre reticente
O velho coração já nada sente
Apenas condenado ao desabrigo.
NOVO TEMPO?
Já não mais poderia ter no olhar
Sequer o quanto a vida resumisse
Na farsa que traduza esta mesmice
E o tempo noutro engano a se mostrar,
O prazo determina o que moldar
O rumo se transforma em tal crendice
E o bêbado cenário contradisse
O quanto desejara caminhar
E sei dos meus anseios e recordo
O todo quando subo e volto a bordo
Do velho barco há tanto destruído,
O quanto poderia ser apenas
Enquanto na verdade me condenas
E deste novo tempo inda duvido.
Sequer o quanto a vida resumisse
Na farsa que traduza esta mesmice
E o tempo noutro engano a se mostrar,
O prazo determina o que moldar
O rumo se transforma em tal crendice
E o bêbado cenário contradisse
O quanto desejara caminhar
E sei dos meus anseios e recordo
O todo quando subo e volto a bordo
Do velho barco há tanto destruído,
O quanto poderia ser apenas
Enquanto na verdade me condenas
E deste novo tempo inda duvido.
POÉTICA
Aonde se quisera ter o sonho
Vagando entre caminhos mais dispersos
Tentando acreditar que novos versos
Traduzam o cenário onde os componho,
O tempo tantas vezes enfadonho,
Os dias seguem ledos e perversos,
Porém noutros cenários tão diversos
Ao menos num instante ora me enfronho,
Viceja esta vontade de viver
E sei o quanto possa conceber
Dos tantos descaminhos num momento,
E sinto a sensação intensa e eclética
Da vida desenhada em tão poética
Vontade que sonhando ora fomento...
Vagando entre caminhos mais dispersos
Tentando acreditar que novos versos
Traduzam o cenário onde os componho,
O tempo tantas vezes enfadonho,
Os dias seguem ledos e perversos,
Porém noutros cenários tão diversos
Ao menos num instante ora me enfronho,
Viceja esta vontade de viver
E sei o quanto possa conceber
Dos tantos descaminhos num momento,
E sinto a sensação intensa e eclética
Da vida desenhada em tão poética
Vontade que sonhando ora fomento...
LUMINÁRIAS
Deitando sob a lua imensidão,
A cena se repete e me traduz
A imensa maravilha feita em luz
Deixando para trás a solidão,
O quanto poderia e sei que em vão
A vida em nova face ora seduz
E ao tanto se desenha e assim propus
O tempo na sobeja dimensão,
Ao ver teus olhos claros, noite intensa,
Minha alma na tua alma recompensa
As noites do passado, solitárias,
E vejo enquanto em ti é refletida
A sorte tantas vezes perseguida
Trazendo para o quarto, luminárias...
A cena se repete e me traduz
A imensa maravilha feita em luz
Deixando para trás a solidão,
O quanto poderia e sei que em vão
A vida em nova face ora seduz
E ao tanto se desenha e assim propus
O tempo na sobeja dimensão,
Ao ver teus olhos claros, noite intensa,
Minha alma na tua alma recompensa
As noites do passado, solitárias,
E vejo enquanto em ti é refletida
A sorte tantas vezes perseguida
Trazendo para o quarto, luminárias...
UM DIA EM PAZ...
Não quero transformar em tempestade
O rude vendaval que me trouxeste
Cenário que transforma o tom celeste
E quanto mais se adentra mais degrade,
O sonho anunciando a liberdade
O solo sem limites, tanto agreste,
O corte na raiz quando vieste
E o passo sem sentido em brevidade.
Navego pelas tramas do passado
E vejo o quanto fora abandonado
O todo num anseio sem igual,
O verso se apresenta em vã defesa
E jogo cartas claras sobre a mesa
Tentando algum instante em paz. Normal...
O rude vendaval que me trouxeste
Cenário que transforma o tom celeste
E quanto mais se adentra mais degrade,
O sonho anunciando a liberdade
O solo sem limites, tanto agreste,
O corte na raiz quando vieste
E o passo sem sentido em brevidade.
Navego pelas tramas do passado
E vejo o quanto fora abandonado
O todo num anseio sem igual,
O verso se apresenta em vã defesa
E jogo cartas claras sobre a mesa
Tentando algum instante em paz. Normal...
MEUS ANSEIOS
Resumo os meus anseios num só verso
E tento acreditar que melhorasse
A vida de tal forma sem impasse
Regendo este caminho mais diverso,
E tanto quanto possa este universo
Mostrando com ternura a sua face,
Grassando onde esperança se notasse
Nas ânsias deste encanto sigo imerso.
Preparo após o todo novo passo
E vejo e tão somente o tanto escasso
Cenário que se mostre mais audaz,
O canto se presume noutro engano
E o todo se moldasse soberano
Enquanto uma esperança o sonho traz...
E tento acreditar que melhorasse
A vida de tal forma sem impasse
Regendo este caminho mais diverso,
E tanto quanto possa este universo
Mostrando com ternura a sua face,
Grassando onde esperança se notasse
Nas ânsias deste encanto sigo imerso.
Preparo após o todo novo passo
E vejo e tão somente o tanto escasso
Cenário que se mostre mais audaz,
O canto se presume noutro engano
E o todo se moldasse soberano
Enquanto uma esperança o sonho traz...
VELHO CORAÇÃO
O medo não tramasse escapatória
Tampouco no final já se veria
O resto do que fora fantasia
E agora se desenha em vaga escória,
A luta se moldando na memória
E o prazo determina o fim do dia
Enquanto cada verso, uma utopia,
A sorte adormecida, merencória.
Pedaços entre tantos pelas ruas
E quando este tormento ora cultuas
Traçando a redenção em plena farsa
O amor que tanto fora além de tudo,
Agora se traduz enquanto iludo
O velho coração que assim se esgarça...
EU PUDE VER NO TEU OLHAR
Ao menos pude ver no teu olhar
O quanto se estampara neste anseio
E o todo que deveras inda veio
Presume o que pudesse imaginar,
O sonho noutro sonho a se entranhar
A luta sem temor e sem rodeio,
O vago caminhar em tom alheio,
Cenário que pudesse desejar.
Meu tempo se resume no que um dia
Tentasse e na verdade não teria
Nem mesmo algum sinal que inda viesse
Grassando sobre os ermos do caminho
E quando na ilusão enfim me aninho,
O coração expressa o sonho em prece...
O quanto se estampara neste anseio
E o todo que deveras inda veio
Presume o que pudesse imaginar,
O sonho noutro sonho a se entranhar
A luta sem temor e sem rodeio,
O vago caminhar em tom alheio,
Cenário que pudesse desejar.
Meu tempo se resume no que um dia
Tentasse e na verdade não teria
Nem mesmo algum sinal que inda viesse
Grassando sobre os ermos do caminho
E quando na ilusão enfim me aninho,
O coração expressa o sonho em prece...
JAMAIS SE IMAGINASSE
Jamais se imaginasse nova sorte
De quem se fez além de mero ocaso,
O tempo se desenha e neste acaso
Já não encontraria quem conforte,
O passo noutro tempo se suporte
E o verso se desenha em rude atraso
E quantas vezes tento e assim me aprazo
De ter numa esperança algum aporte,
O vento anunciasse o tom suave
De um verso em claridade e o quanto entrave
Meu passo no vazio que eu sustento,
Ao menos poderia ser além
Do todo que decerto sei que vem
Expondo o coração ao rude vento.
De quem se fez além de mero ocaso,
O tempo se desenha e neste acaso
Já não encontraria quem conforte,
O passo noutro tempo se suporte
E o verso se desenha em rude atraso
E quantas vezes tento e assim me aprazo
De ter numa esperança algum aporte,
O vento anunciasse o tom suave
De um verso em claridade e o quanto entrave
Meu passo no vazio que eu sustento,
Ao menos poderia ser além
Do todo que decerto sei que vem
Expondo o coração ao rude vento.
- ROTINA COM ESTRAMBOTE
Descendo sobre a terra a lua traça
Detalhes desta noite amortalhada,
E quando desnudando esta calçada
Enquanto a podridão em vida passa,
Eu vejo a mesma cena, esta fumaça
Erguida dos cachimbos, nova fada
Gerando fantasias, molecada
Entregue aos mesmos vícios, mesma praça.
- Assim ao se sentir normalidade -
Na noite em lua cheia e treva farta
Um carro de polícia já se aparta
Reparta esta propina, volta e meia,
A morte não perdoa este cenário,
E o mundo neste podre itinerário,
Apenas esta pedra se incendeia...
Detalhes desta noite amortalhada,
E quando desnudando esta calçada
Enquanto a podridão em vida passa,
Eu vejo a mesma cena, esta fumaça
Erguida dos cachimbos, nova fada
Gerando fantasias, molecada
Entregue aos mesmos vícios, mesma praça.
- Assim ao se sentir normalidade -
Na noite em lua cheia e treva farta
Um carro de polícia já se aparta
Reparta esta propina, volta e meia,
A morte não perdoa este cenário,
E o mundo neste podre itinerário,
Apenas esta pedra se incendeia...
- FERAS
Esfaimadas as bocas dos meninos
Em cada esquina vejo a mesma cena,
E ainda quando a noite é mais amena,
Os mesmos e terríveis desatinos,
Assim ao se dobrarem tantos sinos,
Nem mesmo esta mortalha me serena,
A fome se mostrando imensa e plena,
Enquanto outros caminham vis, ladinos.
Assisto ao mesmo enredo há tantos anos,
E penso serem fatos desumanos
Aqueles que se mostram corriqueiros,
Abutres de nós mesmos, fera em fera
A morte nos decora e nos tempera,
É dela que renascem os canteiros.
Em cada esquina vejo a mesma cena,
E ainda quando a noite é mais amena,
Os mesmos e terríveis desatinos,
Assim ao se dobrarem tantos sinos,
Nem mesmo esta mortalha me serena,
A fome se mostrando imensa e plena,
Enquanto outros caminham vis, ladinos.
Assisto ao mesmo enredo há tantos anos,
E penso serem fatos desumanos
Aqueles que se mostram corriqueiros,
Abutres de nós mesmos, fera em fera
A morte nos decora e nos tempera,
É dela que renascem os canteiros.
- NOITES BRUMOSAS
As noites são brumosas, sem a lua
A sorte não percebe qualquer chance
E quando de algum brilho este nuance
Ainda que distante em vão atua,
A morte se aproxima e continua
Enquanto a solidão bem mais se avance
Do quanto poderia e não se lance
A vida numa imagem nua e crua.
Restando talvez mesmo o precipício,
Abissais estas fossas, reconheço,
E quando do terror sei o endereço,
Pudesse retornar e desde o início
Soubesse caminhar entre espinheiros,
Os dias não seriam traiçoeiros...
A sorte não percebe qualquer chance
E quando de algum brilho este nuance
Ainda que distante em vão atua,
A morte se aproxima e continua
Enquanto a solidão bem mais se avance
Do quanto poderia e não se lance
A vida numa imagem nua e crua.
Restando talvez mesmo o precipício,
Abissais estas fossas, reconheço,
E quando do terror sei o endereço,
Pudesse retornar e desde o início
Soubesse caminhar entre espinheiros,
Os dias não seriam traiçoeiros...
- MINHA ALMA
Minha alma enlouquecida nada vê
E sabe tão somente do vazio,
E quando a cada passo mais desfio
O que deveras nada e ninguém crê
O quanto poderia e sem por que
Apenas resta em mim, ledo pavio,
E a morte se aproxima, desafio,
Mas cada face escusa se revê
E nela mergulhando em vão espelho,
O olhar por vezes vejo assim vermelho
E as lágrimas tentando disfarçar,
Somente este sorriso de sarcasmo,
Enquanto sobrevém um novo espasmo,
A fonte pouco a pouco a se secar.
E sabe tão somente do vazio,
E quando a cada passo mais desfio
O que deveras nada e ninguém crê
O quanto poderia e sem por que
Apenas resta em mim, ledo pavio,
E a morte se aproxima, desafio,
Mas cada face escusa se revê
E nela mergulhando em vão espelho,
O olhar por vezes vejo assim vermelho
E as lágrimas tentando disfarçar,
Somente este sorriso de sarcasmo,
Enquanto sobrevém um novo espasmo,
A fonte pouco a pouco a se secar.
- SOMBRAS
Somente as sombras restam do que antanho
Já fora um homem forte, um sonhador,
E agora apodrecido a decompor,
Deveras quase mesmo um ser estranho,
E aonde se pensara em algum lanho
Imensa escara vejo a se compor
Tomado por insânia e num torpor,
As sendas infernais agora entranho.
E sigo cada rastro rumo ao fim,
Fracasso após fracasso o que me resta
Seara dolorosa e tão funesta,
Recende ao mesmo nada de onde vim
E assim retornarei de peito aberto,
Enquanto esta batalha em vão, deserto.
- MINHA HERANÇA
Partindo brevemente deixarei
Apenas os meus versos como herança
Aonde houvera paz e temperança
A morte transtornando toda a grei,
E quando no vazio mergulhei
Traçando com terror a imensa lança
A sombra do não ser agora avança
E todo este cenário desvendei.
Outrora fui poeta e sonhador,
Agora só resta em mim a dor
Da qual já não consigo me livrar,
Morfina após morfina, o câncer come
E o quanto do que fui, aos poucos some
A sombra vai tomando o meu lugar...
Apenas os meus versos como herança
Aonde houvera paz e temperança
A morte transtornando toda a grei,
E quando no vazio mergulhei
Traçando com terror a imensa lança
A sombra do não ser agora avança
E todo este cenário desvendei.
Outrora fui poeta e sonhador,
Agora só resta em mim a dor
Da qual já não consigo me livrar,
Morfina após morfina, o câncer come
E o quanto do que fui, aos poucos some
A sombra vai tomando o meu lugar...
- TANTOS SONHOS
Diante dos altares sonhos tantos
E neles desvendando cada engano,
O quanto se fez duro em pleno dano
Somando os mais diversos desencantos
Os tempos modificam todo plano
E tecem com terror nefastos mantos,
E posso garantir em meus quebrantos
Inútil conhecer o ser humano.
Assim mesquinhos dias são freqüentes
E mesmo quando aqui tu já te ausentes
O teu perfume toma todo o quarto,
Porquanto poderia ser liberto,
Mas quanto mais o sonho enfim deserto,
De ti já não consigo nem me aparto.
E neles desvendando cada engano,
O quanto se fez duro em pleno dano
Somando os mais diversos desencantos
Os tempos modificam todo plano
E tecem com terror nefastos mantos,
E posso garantir em meus quebrantos
Inútil conhecer o ser humano.
Assim mesquinhos dias são freqüentes
E mesmo quando aqui tu já te ausentes
O teu perfume toma todo o quarto,
Porquanto poderia ser liberto,
Mas quanto mais o sonho enfim deserto,
De ti já não consigo nem me aparto.
- LUTA PERDIDA
Elevando este olhar ao infinito,
Pudesse até quem sabe adivinhar
Diversidades tantas e encontrar
Quem sabe da verdade rota e rito,
Mas quando inutilmente eu tento e grito,
Ao menos me perdendo devagar
Cansado de tentar e de lutar
Ao próprio suicídio enfim me incito.
E tanto poderia ser diverso
Não fosse assim meu passo mais disperso
Tampouco tão inglória a minha vida,
Mas tanto se batalha e nada vem,
Apenas o vazio e sigo aquém
Do quanto imaginei; luta perdida...
- A SOLUÇÃO QUE SE PROCURA
A voz que tanto ordena e mais suplica
Não vale um só momento de atenção,
E sei das desventuras que trarão
A imagem mais nefasta, embora rica,
E quando o nada ser já me complica
Ausente dos meus olhos, direção,
Não posso mais levar a embarcação,
Viagem sem destino sacrifica
E transmitindo assim a voz ao léu,
Pudesse percorrer o imenso céu,
Mas asas não as tenho e porventura
A queda livre nega qualquer chance
Bem antes que este medo venha e alcance
A solução deveras se procura.
Não vale um só momento de atenção,
E sei das desventuras que trarão
A imagem mais nefasta, embora rica,
E quando o nada ser já me complica
Ausente dos meus olhos, direção,
Não posso mais levar a embarcação,
Viagem sem destino sacrifica
E transmitindo assim a voz ao léu,
Pudesse percorrer o imenso céu,
Mas asas não as tenho e porventura
A queda livre nega qualquer chance
Bem antes que este medo venha e alcance
A solução deveras se procura.
- UM GESTO. TALVE...
Um gesto em tal leveza que pudesse
Trazer algum momento mais eclético,
O quanto se fez tolo e mesmo aético
Não deixa que se pense em qualquer prece,
E tendo o que a verdade me oferece
Por mais atroz ainda e não atlético
O mundo que sonhara em mal genético
Aos poucos tal mortalha já me tece.
Vencida cada etapa nada resta
E a senda que se vê sendo funesta
Talvez inda redima cada crime,
Porquanto a luz apenas ameniza
Passada para a morte é mais precisa,
Sem ter quem alivie ou mesmo estime.
Trazer algum momento mais eclético,
O quanto se fez tolo e mesmo aético
Não deixa que se pense em qualquer prece,
E tendo o que a verdade me oferece
Por mais atroz ainda e não atlético
O mundo que sonhara em mal genético
Aos poucos tal mortalha já me tece.
Vencida cada etapa nada resta
E a senda que se vê sendo funesta
Talvez inda redima cada crime,
Porquanto a luz apenas ameniza
Passada para a morte é mais precisa,
Sem ter quem alivie ou mesmo estime.
CENÁRIO
O tom opaco, dita este cenário
Aonde noutros dias quis marfim,
O amor chegando aos poucos, ledo fim,
Meu rumo se perdendo em vil fadário.
Espero qualquer dia? É necessário
Saber do quanto posso e de onde vim,
Mortalha me recobre e sei que assim
Agrisalhada noite em tom mais vário
Esparsos cantos mortas ilusões
E quando noutros sonhos tu te expões
Desnudando esta face denegrida,
A porta se fechando, e sem futuro,
Ainda que se veja vão e escuro
Restando algum resquício de uma vida...
Aonde noutros dias quis marfim,
O amor chegando aos poucos, ledo fim,
Meu rumo se perdendo em vil fadário.
Espero qualquer dia? É necessário
Saber do quanto posso e de onde vim,
Mortalha me recobre e sei que assim
Agrisalhada noite em tom mais vário
Esparsos cantos mortas ilusões
E quando noutros sonhos tu te expões
Desnudando esta face denegrida,
A porta se fechando, e sem futuro,
Ainda que se veja vão e escuro
Restando algum resquício de uma vida...
- TUAS MÃOS
As mãos de quem tocara no meu rosto
Em palidez intensa; fossem mortas
Abrindo do passado velhas portas
Deixando o meu caminho assim exposto,
O quanto do viver há decomposto
E nele com certeza não aportas
Nem mesmo em horas turvas, rotas, tortas
Reacendendo enfim tanto desgosto.
A par dos descaminhos que enfrentara
A morte tão somente semeara
Deixando para trás qualquer sinal
Daquilo que pensara em liberdade
E agora que este mundo em vão degrade
O que restou de nós; bebo o final.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
DUETO DE AMOR
Por onde quer que eu vá
em algum lugar, lá voce há de estar.
Passo os meus dias em ti pensando
amor amar, ladrar o seu suspiro
seu desejo sua pele seu toque
[que] ainda sinto; não minto!
Dessa sua boca que nunca beijei
loucura ou razão não sei.
Perdida em mim ou não
em ti me encontro.
Não me importo,
abro a porta eu te vejo te tenho
teu beijo meu desejo
sua sede seu suor seu toque.
Não adianta fugir nem ir.
Aqui lá ou em qualquer lugar.
Nossos elos nossos laços
fogo e suor [alquimia].
Nem me pertubo
no contratempo ou acaso.
Só desejo neste caso,
que me queira assim,
desmedidamente e profana.
Acredite. Minha alma...
...certamente dono tem
é voce!!!
GEANE MASAGO
Sentindo o teu perfume delicado,
Tocando em frenesi meu pensamento,
Enquanto num instante sempre tento
O tempo que pudesse desejado,
Galgando este infinito, não me evado,
Encontro no teu corpo este provento
Aonde o meu anseio ora fomento
Desenho de um momento alucinado,
As tramas enredando, corpos, pernas,
As noites mais audazes tanto ternas
E nelas o que possa ter bem mais
Que tudo o quanto sonho sem limites
E nisto tanto quanto me permites
Em noites tão divinas, sensuais...
- AO LUAR
Sobre as vagas azuis a luz da lua
Deitando a claridade mais audaz,
Assim também a vida agora traz
Beleza sem igual enquanto atua
E tanta maravilha já flutua
E nela cada passo agora faz
Do mundo derradeira e bela paz,
Deslinda esta beleza seminua.
Acrescentando a glória mais sobeja
Ainda que a manhã rara preveja
Enaltecidos brilhos nesta aurora,
Assim em cores várias perfiladas
Adentro o paraíso em alvoradas
E tanta luz em sonho amor aflora...
Deitando a claridade mais audaz,
Assim também a vida agora traz
Beleza sem igual enquanto atua
E tanta maravilha já flutua
E nela cada passo agora faz
Do mundo derradeira e bela paz,
Deslinda esta beleza seminua.
Acrescentando a glória mais sobeja
Ainda que a manhã rara preveja
Enaltecidos brilhos nesta aurora,
Assim em cores várias perfiladas
Adentro o paraíso em alvoradas
E tanta luz em sonho amor aflora...
- O AMANHECER (30568)
Traços de luz dourando o amanhecer
Permitem que se tenha esta visão
Do quanto poderia em procissão
O mundo a cada dia renascer,
E sinto no provável novo ser
As horas que deveras mostrarão
Quem sabe novo rumo ou direção
Depois de tanta dor a entorpecer,
Espúrias madrugadas, noites vãs
Agora ao me perder nestas manhãs
Expondo o que melhor existe ainda
E tanto se percebe insanidade,
Que quando a luz imensa a terra invade,
Nem mesmo a poesia em mim deslinda...
Permitem que se tenha esta visão
Do quanto poderia em procissão
O mundo a cada dia renascer,
E sinto no provável novo ser
As horas que deveras mostrarão
Quem sabe novo rumo ou direção
Depois de tanta dor a entorpecer,
Espúrias madrugadas, noites vãs
Agora ao me perder nestas manhãs
Expondo o que melhor existe ainda
E tanto se percebe insanidade,
Que quando a luz imensa a terra invade,
Nem mesmo a poesia em mim deslinda...
- O MAR
O mar passeia em ondas sobre a areia
Trazendo estas notícias de outras terras
Também quando os desejos tu descerras
Na frágua dos anseios incendeia
A vida enquanto a sorte nos anseia
E muda a direção, logo desterras
E deixas para trás enquanto cerras
As portas desta luz que te rodeia,
As artimanhas todas de uma vida
Mostradas neste instante em que se volta
Gerando em turbulência esta revolta
Aonde se pensara decidida
A sorte de quem tanto quis sentir
As mesmas ilusões de outro porvir...
Trazendo estas notícias de outras terras
Também quando os desejos tu descerras
Na frágua dos anseios incendeia
A vida enquanto a sorte nos anseia
E muda a direção, logo desterras
E deixas para trás enquanto cerras
As portas desta luz que te rodeia,
As artimanhas todas de uma vida
Mostradas neste instante em que se volta
Gerando em turbulência esta revolta
Aonde se pensara decidida
A sorte de quem tanto quis sentir
As mesmas ilusões de outro porvir...
- BENESSE (30546)
Num triunfo divino feito em glória
Jazendo dentro em mim velha mortalha
A sorte muitas vezes não batalha
Sabendo da verdade sempre inglória
E tanto poderia ter vitória
Quem sabe e se perdendo nada valha
Sequer o mesmo corte não espalha
A fúria que é decerto merencória.
Resisto ao não saber do quanto trama
A vida em dolorosa e forte chama
Na ardência contumaz de quem se conhece
A morte bem de perto e não se cala,
Uma alma não se mostra assim vassala
E busca mesmo em vão qualquer benesse.
Jazendo dentro em mim velha mortalha
A sorte muitas vezes não batalha
Sabendo da verdade sempre inglória
E tanto poderia ter vitória
Quem sabe e se perdendo nada valha
Sequer o mesmo corte não espalha
A fúria que é decerto merencória.
Resisto ao não saber do quanto trama
A vida em dolorosa e forte chama
Na ardência contumaz de quem se conhece
A morte bem de perto e não se cala,
Uma alma não se mostra assim vassala
E busca mesmo em vão qualquer benesse.
- AGRISALHADO
Imagens dissolutas do passado,
Medonhas faces dizem o não ser,
E quando pude enfim te conhecer
O mundo novamente iluminado.
Residuais tormentos, duro enfado,
E tudo o que se poder agora ver
Permite tão somente este prazer
Enquanto amor me dá o seu recado,
E sei ser mais feliz enquanto pude
Viver com tal beleza a juventude
E agora agrisalhado pela vida,
Ainda permaneço junto a ti,
E sei de cada gota que sorvi
Por deuses e alquimistas sendo urdida...
Medonhas faces dizem o não ser,
E quando pude enfim te conhecer
O mundo novamente iluminado.
Residuais tormentos, duro enfado,
E tudo o que se poder agora ver
Permite tão somente este prazer
Enquanto amor me dá o seu recado,
E sei ser mais feliz enquanto pude
Viver com tal beleza a juventude
E agora agrisalhado pela vida,
Ainda permaneço junto a ti,
E sei de cada gota que sorvi
Por deuses e alquimistas sendo urdida...
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