sábado, 27 de agosto de 2011

27/08/2011


Nada posso contra a fúria
De quem tenta alguma chance
E se vejo em tal lamúria
O caminho aonde avance
Sem saber de tal incúria
A vereda enquanto lance
Trama sempre a leda injúria
Que deveras nos alcance
Resumindo esta esperança
No que possa e não se amansa
Reduzindo todo o sonho.
Espaireço ou mesmo luto
Sendo o tempo mais astuto
Traz o quanto decomponho.

2

Reparando muito bem
Nada trago do que um dia
Sei que tanto me convém
Ou jamais se moldaria
Na verdade que ora tem
Noutro encanto alegoria
De quem sabe ser alguém
E jamais me esqueceria.
Outro tanto que buscasse
Gera a vida novamente
E se vença em desenlace
O que queira e mesmo atente
Cerzi neste vago impasse
Meu caminho impertinente.

3

Nada tendo do que há tanto
Poderia ser diverso
O meu mundo não garanto
Nem tampouco este universo.
Reduzindo amor em pranto
Noutro engodo me disperso
Nem soubera mesmo quanto
Deste dom traz novo verso.
Vendo a sorte de tal forma
Que jamais pudesse além
O que possa e se transforma
Pouca coisa inda contém
E se tento em tal reforma
O momento já não vem.

4

Outro trago e nada mais
Outro sonho se perdendo
O meu mundo quando esvais
Traz o medo em dividendo,
O meu barco perde o cais
E transcende ao quanto emendo
Do que agora transformais
Outros tais em tom horrendo,
Resta apenas meu passado
Ou quem sabe o que virá,
Neste anseio desde já
O meu canto aquém evado
E se mostra alguma luz
Nada mais posso ou seduz.

5

Resplandece além a lua
E se espalha em tanto brilho
Esperança que palmilho
O meu sonho ora cultua
Reparando, continua
O momento aonde trilho
Tanto amor em estribilho
Mesmo a fera vã, recua.
Nada tendo nem pudesse
Traduzir além da prece
Procelária fantasia,
A palavra se perdesse
E jamais se merecesse
O que a vida negaria

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