sexta-feira, 26 de agosto de 2011

26/08/2011

Nada vindo contra mim
Nem tampouco o quanto espero
Se eu pudesse ser sincero
Vergaria amor sem fim
E trazendo de onde eu vim
O que possa e degenero
Resumindo o que mais quero
Noutro tempo sempre assim,
Restaurando o meu caminho
Onde a sorte se deseja
Outro tempo mais daninho
Sei que a vida é tal peleja
E se possa e não me aninho
Velha luta não fraqueja.

2

Reparando cada engano
De um passado sem sentido
O momento onde me ufano
Já não traz além do olvido
E se possa e não lapido
Num cenário sempre urbano,
O que vejo e não divido,
Traz o engodo e assim me dano,
Vestiria a poesia
Que coubesse dentro da alma
A verdade não se via
Quando o tanto já se acalma
Clareando a imensidão
Nesta turva dimensão.

3

Bravo sonho que se queira
Noutro instante ser diverso
A palavra derradeira
Quando muito desconverso
E se mostra tal bandeira
Segue o mundo mais disperso,
Desabando em tal ladeira.
O meu prazo se esgotara
E a certeza não viera,
Dominando esta seara
A verdade atroz e fera
A avenida se prepara,
Mas a sorte é insincera.

4

Vejo o quanto pode a vida
Sem sentido e sem razão
Trazer nesta dimensão
O que tanto nos acida,
Já deveras dividida
Senda molda sem senão
O momento em dispersão
Procurando uma saída,
Mas ao ver onde me tinto
Adentrando um labirinto
Sem saber o que virá.
O meu mundo desabasse
Mesmo em rude desenlace
O desenho desde já.

5

Marcas desta noite atroz
Ou quem sabe da manhã
A saudade toma a voz
E profere o duro afã
Desta sorte que há em nós
Numa luta temporã
Envergando logo após
Sem saber de um amanhã.
A mordaça se estendendo
Levo na alma este remendo
E recolho cada peça
Do que fora poesia
E deveras não traria
O que em vão já recomeça.

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