sábado, 25 de maio de 2013

UM TOSCO AFAGO



UM TOSCO AFAGO

Jogado sobre as pedras de algum cais,
Vencido pelas ondas de uma vida
Há tanto sem sentido nem saída,
Vertida em dias rudes e venais,

Enquanto se buscasse ser bem mais
Que a própria solidão já consumida
Nas tramas mais terríveis, na incontida
Visão do quanto fora e sonegais,

Vagando por estranhas heresias
O quanto na verdade não terias
Expressa em agonias o que trago,

Mergulho sem saber se existe porto,
E contra toda sorte, vivo ou morto,
Coleto em cada instante um tosco afago...

MARCOS LOURES

MEU TEMPO



MEU TEMPO

Meu tempo transcorrendo de tal forma
Que nada mais pudesse me impedir
Negando o quanto houvesse num porvir
Enquanto o próprio anseio me deforma,

O mundo sem defesas se transforma
Matando cada dia a redimir
Em ermo caminhar sem resumir
O todo costumeiro em nova norma,

Arquétipos de sonhos inauditos,
Os olhos tantas vezes entre ritos
Procuram mansidão, mas não as há.

Servil entre os servis não sirvo mais,
E bebo dos delírios  abissais,
Cavando a sepultura desde já...

MARCOS LOURES

ALGUMA PAZ



ALGUMA PAZ

Buscar alguma paz depois de tanto
Sentir a imensidão da força bruta,
Um velho viajante não reluta
E bebe mesmo o rude desencanto.

Ousando o se fazer além do pranto,
A voz que não se eclode a vida escuta,
Matando enquanto sorve tal cicuta,
A velha fantasia morta, eu canto,

Atípicas paisagens de uma vida
Vencida há tanto tempo em tal desordem,
Os dias insensatos sempre mordem,

Não deixam sequer rastro, em despedia,
Disperso caminhando vida afora,
A própria sensatez cedo devora...

MARCOS LOURES

sexta-feira, 24 de maio de 2013

EM CANTO VIVO



EM CANTO VIVO

Pudesse novamente em canto vivo
Traçar outro cenário enquanto eu quis
Singrar este oceano e ser feliz
Tramando um novo dia, e ser cativo,

Deixando no passado um ar altivo,
Seguindo o que pudesse e não desdiz
Do todo quanto deva um aprendiz,
Servindo a própria sorte, sobrevivo.

Negar um novo tempo enquanto rude
Delírio que minha alma enfim desnuda
Com maestria ter outro caminho,

Proclamo com palavras insensatas
O todo que deveras arrebatas,
Logrando o quanto houvera, em torpe ninho...

MARCOS LOURES

UM DIA MAIS ATROZ



UM DIA MAIS ATROZ


Não quero nem pudesse imaginar
Um dia mais atroz onde pudera
Viver sem conhecer a mesma espera
Tocado pelos raios de um luar

Enquanto não tivesse onde buscar,
Inóspita ilusão, sem primavera,
Matando o quanto possa e desespera
Quem tanto se fizera além do mar,

Negociando farsas quando outrora
A vida sem sentido e em tal demora
Marcasse ansiosamente outro momento,

E; quantas vezes, mundo solitário,
Cerzindo outro tormento imaginário
Bebendo a solidão em raro vento...

MARCOS LOURES

MEUS ANSEIOS

MEUS ANSEIOS

Acolho os meus anseios e procuro
Vencer o quanto tente a cada engano
Meu mundo na verdade expressa o dano
Causado pelo passo num escuro.

E sei da solidão que tanto aturo
E bebo o meu caminho em desumano
Cenário quando o todo agora explano
Gerando o que deveras não depuro.

Cercado pelas tantas ironias
Os dias entre tantos me trarias
Marcando com terror o que pudera,

Vestindo a mesma farsa ora inclemente
Ainda que meu mundo enfim se ausente
O todo se apresenta noutra esfera.

MARCOS LOURES

SINCRONIA

 SINCRONIA

E tanto quanto busco em sincronia
O que jamais pudesse adivinhar
A luta se moldando dia a dia
E nada se expressando em tal lugar,

O prazo com certeza não traria
Nem mesmo o que inda possa flutuar,
A marca mais atroz não serviria
Sequer eu beberia o teu luar.

O manto restaurado em ledo espaço
O verso que deveras não mais traço
Escassa solução presume a queda,

E bebo do meu pranto enquanto salgo
Sabendo desde sempre que sem algo
Que cure minha vida em vão se enreda.

MARCOS LOURES

ESTA ESPERANÇA

ESTA ESPERANÇA


Jorrando dentro da alma esta esperança
Que tanto desejei e não previsse
Marcando com ternura tal mesmice
E nisto se pudesse enquanto amansa.

Minha alma nesta rude e torpe lança
Expressaria toda a meninice
De quem noutro cenário não mais visse
Senão a mesma sorte em vã mudança.

O cântico expressando o que inda tente
Vagando sem saber se finalmente
Teria ou não teria algum alento.

O vértice da vida, este apogeu
Há tanto no vazio se perdeu
Deixando este sinal: padecimento...


MARCOS LOURES

HORIZONTE BELO

HORIZONTE BELO

Já não mais poderia ter no olhar
Este horizonte belo quando sonho
E sei do caminhar mesmo enfadonho
Gerando cada passo devagar,

O cântico que possa nos mostrar
O tanto quanto quero e até proponho
Vagando sobre o mar que ora componho
Brindando com os raios do luar.

No ocaso de uma vida sem razão
A sorte traz a mesma dimensão
Gerada pelo caos e sem proveito,

O tanto que pudera acrescentando
Ao mundo quando vejo o ser infando
Que sou e neste infausto em vão me deito.

MARCOS LOURES

QUALQUER SORTE

QUALQUER SORTE

Já não mais caberia qualquer sorte
A quem se procurara noutro instante
E a vida se propõe quando em rompante
Traçar inda que o sonho ora se aborte.

Vacante coração já não comporte
Sequer o quanto pude e se garante
Marcando a minha vida doravante
Tentando acreditar num novo norte.

Seria mais tranquilo se meu mundo
Aonde a cada passo me aprofundo
Gerasse tão somente outro momento,

Vagando sem saber do quanto possa
Trazendo além do medo a imensa fossa
Na qual a cada passo me atormento.

MARCOS LOURES

NOVO CAMINHO


 NOVO CAMINHO

Amar e construir novo caminho
Após as mais diversas tempestades
E quando no final tanto me agrade
Expresso o dia a dia com carinho

Traçando um belo tempo onde me alinho
E nisto novos rumos quando invades
Trouxeste com certeza a liberdade
Deixando para trás o atroz espinho.

Vencendo finalmente o quanto pude
Tramar noutro momento em atitude
Versando sobre o quanto me alivias

Gerando tão somente num clarão
O amor na mais completa dimensão
Gerando muito além das fantasias.

MARCOS LOURES