sábado, 9 de fevereiro de 2013

tentando duetar com OLAVO BILAC... audácias...

tentando duetar com OLAVO BILAC... audácias...





Dormes... Mas que sussurro a umedecida
Terra desperta? Que rumor enleva
As estrelas, que no alto a Noite leva
Presas, luzindo, à túnica estendida?

São meus versos! Palpita a minha vida
Neles, falenas que a saudade eleva
De meu seio, e que vão, rompendo a treva,
Encher teus sonhos, pomba adormecida!

Dormes, com os seios nus, no travesseiro
Solto o cabelo negro... e ei-los, correndo,
Doudejantes, sutis, teu corpo inteiro

Beijam-te a boca tépida e macia,
Sobem, descem, teu hálito sorvendo
Por que surge tão cedo a luz do dia?!

Olavo Bilac

Adormecida está maravilhosamente
O amor que em palidez encontro em lua clara,
A voz doce e serena, uma paixão declara,
Marmórea lividez um gozo audaz pressente.

Alabastrina tez, um ar quase dolente
Jogando-me aos teus pés, a vida enfim se aclara,
E tens em tua face alvura bela e rara,
Queria ter talvez o amor que me apascente.

Escuto a voz da noite em meio aos vários cantos,
Noturna melodia; a profusão de encantos
E a sorte se afastando a angústia de saber

Que estás aqui presente e não posso tocá-la,
A luz deste luar ao invadir a sala,
Trazendo em solidão, vontade de morrer...

CONFRARIA LOURES

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

MINHA ESPERA FELIZ

MINHA ESPERA FELIZ...

Mineiras esperanças bem que quis
Na espera sem ter tréguas nem cansaço.
O gesto da morena mais feliz
No gosto que se acena no seu braço.
Querendo ser da vida um aprendiz
Uma beleza rara pega a laço.

Espera tão feliz, mata mineira,
Valendo a pena ser tão insistente.
Descendo pelo Vale em cachoeira
No Paraíso o verso mais contente.
Lerdeza de sonhar a vida inteira,
O mundo fica belo, de repente....

Espera Feliz, nunca mais só,
Morena que sonhei, Caparaó...

MARCOS LOURES


CONDENADO

CONDENADO
Condenado a te amar
Sem sequer esboçar
Qualquer defesa.
Aliás, não necessito
Nem quero justificativas;
Amor exposto
Fratura exposta.

Porém, nosso amor
Recôndito e complexo
Mineiramente oculto.
Sem faces e sem facas.
Disfarces ou barracos.
Apenas existe
E se colhe
Sem se encolher
Por si só.
E nada mais...

CONFRARIA LOURES

APÓS AS DORES TANTAS - sextina


 APÓS AS DORES TANTAS - sextina


Após as dores tantas que passei,
Os medos que invadiram minha vida,
Agora que, feliz, eu te encontrei,
Do labirinto, encontro uma saída,
No mar de tanto amor, eu mergulhei
Deixando a dor distante e já vencida.

A luta mais renhida está vencida
Depois de toda dor que aqui passei,
Nos braços de quem amo, eu mergulhei
Razão para viver, o bem da vida.
Percebo finalmente esta saída,
Caminho mais suave que encontrei.

A sorte nos teus braços; encontrei,
Dificuldade imensa foi vencida
E ao vislumbrar, enfim esta saída
Depois da triste estrada que passei
Recebo o vento forte e beijo a vida
Nos lábios deste amor, eu mergulhei.

Em meio a tantas trevas mergulhei,
Sabendo que o caminho eu encontrei
Razão para seguir a minha vida;
A solidão enfim se fez vencida
Nas tramas mais doridas que eu passei
Resume nosso amor, uma saída.

Quem tenta na tempesta uma saída
Já sabe o quanto fundo eu mergulhei,
E todo o vendaval que aqui passei.
Somente após saber que te encontrei
Eu percebi batalha já vencida
E renovei em paz a minha vida.

Uma esperança doura a minha vida
Percebe ao fim do túnel, a saída
Deixando bem distante, de vencida
A chama em que sozinho, mergulhei
Agora meu amor que eu te encontrei,
Concebo o quanto outrora em dor passei.

Depois do que passei em minha vida,
Eu sinto que encontrei uma saída
Em ti eu mergulhei. Guerra vencida.


CONFRARIA LOURES

I PRESS



I press

 Eyes seek
Colors so that nothing could
Extend the forgotten image
The corners of the house,
Old abandoned house
For the mistakes of a life without value,
Pouring in new and fatal mistakes.
Eyes looking through wilderness
Terms and be
What more would not
But the very fact
Aged and clumsy
The future becomes past tense.
The wall fell, the wind raging,
The negligence,
Whimper?
I press...

CONFRARIA LOURES

A ETERNIDADE



A ETERNIDADE

A Eternidade existe e posso tê-la
na semente de vida que há em ti;
e por fazer-te a preferida estrela,
esta esperança, em mim, crescer senti!

É só no amor que a vida se eterniza,
nos frutos de união perene e casta
que os sonhos de ventura centraliza
e que a morte, de nós, por certo afasta!

A eternidade é sim, uma semente
que no materno ventre, um dia eclode;
e fazer tal milagre eu sei que pode

este teu corpo que, de amor, fremente,
sonhos em flor, ao coração me traz,
“na luz difusa do abajur lilás”...

MARCOS COUTINHO LOURES

GÉRANIUMS



Géraniums

Géraniums dans la fenêtre de ma chambre,
Arrosage avec des larmes qui apportent
Salage cet espoir, pas de câlins,
Ce rêve s'écrouler atroce et de remplissage.
Et quand la joie en vain, je me détourne,
Où trouvez-vous, l'amour, se renseigner
Et sans réponses suivent et se sentir les dommages
Quel a été le refus d'une accouchement rare.
Je porte des avortements dans l'âme,
Pas même la fantaisie encore calme
Plaisirs, qui je cherche sont vides;
Et quand je me suis retrouvé,
En regardant ces géraniums, vie absente
Loin s'épanouir sur les nuits froides.

CONFRARIA LOURES

SEDUCTION

SEDUCTION

Power that seduces us, money and enjoyment,
Thus the most sublime of altars
And certainly when you touch it
You will see just how beautiful and majestic,
Even though now, this tattered
Devil in the various brothels
More subtle ways, you profane
After the storm the pleasurable
Scenario showing up in gold and females
Several souls being almost twins
And therein lays bare if this delusion,
Leaving behind the virulence
Of spurious and without income innocence
Killing what was left in you, martyrdom...

CONFRARIA LOURES

COMBOIOS DA ESPERANÇA

COMBOIOS DA ESPERANÇA


Nos comboios da esperança
Faço a lança que adentrando
Este brando coração
Entre o não e o sim restara
Mais que a clara fantasia
Onde o dia bebe a sorte
Traça o norte sem proveito
E se deito noutro anseio
O que veio me permite
Sem palpite ou comoção
Na noção que não tivera
Desta fera imprescindível
Doutro nível da emoção
Dimensão diversa tem
Sigo aquém do quanto quis
Ser feliz sem ter amor?
Noutra flor ou primavera
Esta espera sem sentido,
Resumido em ledo estio
Se inda crio fantasias
Novos dias me trouxeste
Numa agreste noite espúria,
Tanta incúria em temporal
Bebo o sal da solidão
Entro em vão o que seguira
Na mentira de outro engodo
Deste todo nada resta
Mera fresta onde se esconde
Perco o bonde e volto ao zero,
Onde espero a remissão...

CONFRARIA LOURES

PARINDO O SENTIMENTO

PARINDO O SENTIMENTO..


Faço versos como quem
Ao parir o sentimento
Traz no sonho que fomento
A vontade sem desdém
Do que tanto o tempo tem
E se faz no pensamento
Muito além de algum momento
Ou deveras já contém
O infinito de um alento
Sopro forte da esperança
Que pudera ao sofrimento
Trazer tanto o quanto avança
Penetrando sem temor
Onde brilho o raro amor
Navegando contra as ondas
Mais bravias do oceano
Quando enfim perco e me dano
Inda mais que me respondas
Tantas sortes onde escondas
O que fosse soberano
Caminhando sem engano
Onde quer que não mais sondas
A vontade sem proveito
O momento aonde aceito
O que tanto mais queria
Bebo assim a fantasia
Em cenários discrepantes
E deveras me garantes
O que tento ou poderia,
Não sei nada sobre a vida
E tampouco quero crer
Neste amor sem bem querer
Sem caminho e sem saída
E o que tanto dilapida
O meu verso a se perder
Adentrando inteiro o ser
Na verdade sempre acida,
Marca o tom desta ferida
Que chagásica domina
Procurando a cristalina
Expressão mal resumida
Do que tanto me fascina
E traduz a luz perdida;
Noite afora sem estrelas
Incertezas me competem
Outros erros se repetem
Mesmo quando possa vê-las
Espalhadas pelos céus
Onde os tempos trazem sonhos
Tantas vezes mais risonhos
Recobrindo, claros véus
Como antigos carrosséis
Pensamentos e quereres
Vagam e sem perceberes
Queres mais que sonhos, méis
E blindando após a queda
O que tanto se perdera
No caminho concebera
O que a vida nos enreda
Gerações em raros brilhos
Olhos tristes, maltrapilhos
E a vontade de seguir
Ultrapassa qualquer medo
Quando amor, em ti, tão cedo
Aprendera algum porvir.


CONFRARIA LOURES

NUNCA MAIS FALAR TEU NOME

NUNCA MAIS FALAR TEU NOME

Nunca mais falar teu nome,
Nem tampouco ouvir a voz,
Tudo queima, me consome,
Some o que já fomos nós...
Quero teu corpo somente ,
Semente de tantas esperas,
Minhas feras, simplesmente,
São minhas velhas quimeras...
Nunca mais saber de ti,
Vivi a procura louca,
Bocas tantas que mordi,
Perdido por tua boca...
Nessas horas mais aflitas,
Gritas por meu nome tanto.
Tento o vento que agitas,
Infinitos teus encantos.
Sei que andas tão distante,
Instantes são mais eternos,
Ternos sonhos, constante
Amantes parecem ternos.
Mas a dor que te provocam,
Invoca meu nome, Maria;
Dia a dia eles convocam,
Sentimentos, poesia...
Horas e anos, atrás,
Amores e dores cegam,
Me esquecer, se for capaz,
Todas as coisas te negam
Arrependes? Nada feito.
Não quero mais o perdão
Pela vida, satisfeito
Pelo sim e pelo não.
Nas curvas dessa seara,
Nos medos do meu sertão,
Essa dor? A vida apara;
Sobrevivo ao velho chão.
Sento os olhos no horizonte,
Busco a lua nada vejo,
Subo, enfim, no velho monte,
Onde enterrei meu desejo.
Minha carne vou expondo,
Podre carne sempr’ às moscas,
Meus sonetos vou compondo,
Nessas paisagens mais toscas.
Meu passado não procuro,
Nem escondo por vergonha,
Se passei por medo, escuro,
Nova vida a vida sonha.
Se cansei de nada ser
Não procuro pela culpa,
Me importa, somente ter
A vida como desculpa.
Quero beber nova boca
Quero sorver mais saliva,
Não irei dormir de toca,
Ser do canhão, a ogiva...
Quero ser somente luz
E não ter mais ferimento,
Quero a lua que conduz
Ao azul do firmamento.
Quero o verde matagal,
Amarelo desse ouro
Brincar no meu carnaval,
Procurando meu tesouro.
Quero o sabor como lábio
Mergulhar nesse oceano,
Vida corre, tudo é lábil,
Acaba, descerra o pano...
Não tenho essa pretensão
De viver eternidade,
Quero somente a atenção
Dessa tal felicidade.
Nem que seja pra dizer
Você não merece perdão
Não vou conseguir morrer
Sem ter paz no coração.
Sem a certeza da sorte
De poder ter a certeza,
A de que, na minha morte,
Mesmo com a ligeireza
De quem não quer majestade,
E só quer essa certeza,
Ser amado de verdade...

CONFRARIA LOURES

LLEGASTE



LLEGASTE

Llegaste en una mañana, bello sol,
Trasciendo en tu mirada eso calor
Que tanto me inebria y me conquista,
Dejando mis problemas en el pasado,
Quemando mansa y calma, dominando
El corazón de quien se haciendo triste
No más proseguiría en medio a lluvia
Que cisma en cambiar todo horizonte.
Viniste salvadora y más tranquilla,
Rompiendo las cadenas de una vida
Sufrida entre temblores, decepciones,
Lucero en las tinieblas conocidas.
Marcaste con la fuerza más pacífica,
Rasgando los antiguos y dolorosos
Versos de los libros de existencia.
Y ahora, que soy tuyo y no más niego,
Boceo en el abismo de tus brazos,
Encontrando la redención tan deseada…

CONFRARIA LOURES

EU TE VEJO

EU TE VEJO

Eu te vejo sentada sobre as pedras
As pedras que levavam para o mar
No mar que tantas trevas prometia.
Prometias viver amor demais.
Demais pensei que a sorte não seria.
Seria tão somente uma saudade;
Saudade de quem fora e não voltara
Voltaram minhas dores, sem piedade...

Mas sinto que tu chegas de repente
E sinto que te tenho aqui de novo,
Renovo tantos votos e promessas
Remessas de sonhos que perdera.
Nas pedras do caminho que trouxeram
Os dias de saudades que sentira.
Agora que te tenho novamente.
A mente se renova e fortalece.

E tece cada noite mais um sonho,
E trama a cada noite uma esperança.
Viver tão bela vida me proponho,
Não tiro teu olhar mais da lembrança.
Meu mundo se promete mais risonho
A vida nova vida já me alcança
E quero nosso amor, pura emoção,
Que traz e que devora o coração...

CONFRARIA LOURES

SONHANDO CALMAMENTE

SONHANDO CALMAMENTE

Tu dormias, mansamente,
Sonhando tão calmamente
Nesta mais bela visão
No frescor do respirar,
A beleza de encontrar
Amor, tamanha emoção!

Tantas vezes que sonhara,
Poder encontrar minha cara
Tranqüila note de sono,
Na placidez infinita
De tanto amor que me excita
Deitada em seu abandono...

A minha alma embriagada
Nessa tua alma enfeitada
Fazendo um verso sem fim,
Um dueto mais perfeito,
Amar é estar satisfeito,
Te encontrar tão bela assim.

Ao te ver eu não dormia,
Nada mais eu conseguia
Só pensar no meu desejo
De saber do teu amor,
Me levas por onde for,
Minha boca quer teu beijo..

Nessas espreitas, sem medo,
Sem temer qualquer segredo,
Amor cedo me conquista,
Não me deixa um só momento,
Superando esse tormento
Fazendo a vida bem quista.

Agora que o tempo passa
Que todo amor não disfarça
Que te quero sem temer
Em volta desta fogueira
Vou te amar a noite inteira,
Emoldurar meu prazer...

E sinto que não termina,
Amor que tanto domina,
Não te esqueço mais querida
Eu quero te dar meu canto,
Vibrando com teu encanto,
Sonhando com nossa vida!

CONFRARIA LOURES

SÓ LETRANDO AMOR

Só Letrando Amor

Muitas vezes te perdi.
Obuses abusos luzes me cerziste.
Cinzas cravos mortes seduziste
Nada mais te temo
Meu último ultimo teu timo
Estimo teu rumo, prumo e destino.
Atino e desatino, átomo desato-me...
Religo restinga e montanha.
Minha senha, minha sanha.
Nas morfinas noites alucinas.
Aços e ações. Rabecões.
Carrego meu corpo
Levo para a cova.
A sova do não
O pão sovado.
O amor desengonçado;
O nada sem gosto
Sem sal.
Soletro seu amor.
Seleto e sem sabor.
Completo desafeto,
Perpetuo este feto.
Perpétuo aspecto
E respeito.
No peito
Um jeito de não bater.
Baterias e bactérias terias.
Mas não me tens e vens
E vens e não me tens...
Se não vens me terias.
Mentirias se me tiveste.
As hastes que quebraste
São as mesmas que sustento.
Meu vento e feitio
Fastio,
Estio
És
Ex.
Estilo
Estrilo
Estridor...

CONFRARIA LOURES

MALAS HIERBAS




MALAS HIERBAS

Mis versos no suportan la censura
Tampoco me imagino en otro tiempo,
Las marcas del azote en el costado,
Las palabras terribles de la tortura,
Después de tantos años en la lucha,
Por veces he encontrado sus señales,
En gestos muchas veces sin sentido,
El corte, la expresión autoritaria.
Un alma socialista no permite
Paralizada por las manos rudas,
Escucho bien más prójimo el gemido
De los muertos que traigo en mi viejo pecho,
Cansada de las tantas hipocresías,
De quien se haciendo líder no lidera,
Los comandantes boca arriba, que sean olvidados,
Y venga la fraternidad imaginada.
Los ecos de las revoluciones aun escucho,
Y tiento suplantar las malas hierbas
Matando silenciosamente la primavera…

CONFRARIA LOURES