sábado, 20 de novembro de 2010

50611/20

611

Hoje em dia não pensamos muito no amor de um homem por um animal; rimos de pessoas que são apegadas a gatos. Mas se pararmos de amar aos animais, não estaremos na iminência de pararmos de amar os humanos, também?
Alexander Solzhenitsyn

Quem nega o pleno amor
Jamais conhecerá
Da vida tal maná
Ou mesmo o redentor
Caminho em tal valor
Que sempre bordará
O sonho e desde já
Presume encantador
Cenário onde comporte
A sorte em tal aporte
Gerando a eternidade,
E quando no vazio
O tempo ora desfio
Apenas me degrade.

612

Justiça é consciência, não uma consciência pessoal mas a consciência de toda a humanidade. Aqueles que reconhecem claramente a voz de suas próprias consciências normalmente reconhecem também a voz da justiça.
Alexander Solzhenitsyn

O quanto fosse justo
Em consciente passo
No todo em raro espaço
O prazo; agora ajusto
E sei do torpe custo
Do mundo onde desfaço
Apenas no cansaço
Aonde o quis robusto,
Não vejo após a liça
A luta em tal justiça
Marcada em desigual
Caminho onde a potência
Traçando esta ingerência
Num passo mais venal.

613

Tão logo a falsidade seja desmascarada, a violência nua terá que aparecer em toda sua hediondez - e a violência, derrotada, desaparecerá.
Alexander Solzhenitsyn

A hipocrisia rege
O espúrio passo além
Do quanto ainda tem
Um tempo mais herege,
E o quanto desprotege
Quem segue sempre aquém
Do todo em tal desdém
E apenas tanto inveje,
A falsa sensação
Denota os que verão
Após a tempestade
E o caos se aproximando
Ditando em ar nefando
O quanto nos degrade.

614


O fardo do casamento é tão pesado que precisa de dois para carregá-lo - às vezes, três.
Alexandre Dumas

O quanto se divide
O peso do contrato
Aonde o que resgato
Deveras não se olvide,
E trago e não duvide
Do sonho aonde ingrato
Traduz este retrato
E nele tanto agride,
O prazo determina
O fim da cristalina
Noção adormecida
Nos ermos de um medonho
Caminho onde proponho
A morte em plena vida.

615

Não poderá a velhice chegar tão depressa que não tenhamos de fazer meio caminho para ir ao seu encontro ? De resto, o que é que nos faz velhos ? Não é a idade, são as doenças.
Alexandre Dumas

O quanto da tolice
Presume o nosso fim,
E o tempo diz enfim
Do quando não se visse,
Ainda que eu cobice
Cenário sempre assim
Matando o quanto em mim
Ainda se desdisse,
Espero após o lodo
A vida noutro todo
Em renascer suave,
Mas quanto mais avança
A sorte em tal mudança
Deveras mais se agrave.

616

Há favores tão grandes que só podem ser pagos com a ingratidão.
Alexandre Dumas

Negar esta ventura
A quem se dera tanto
Pudesse em desencanto
Gerar farta amargura,
E nada se procura
Nem mesmo o que garanto
E nisto quando espanto
A sorte me tortura,
Esqueço o que fizeste
E sendo aquém e agreste
Apenas poderia
Na ingrata face turva
A história então se curva
E mata a fantasia.

617

Os maridos das mulheres que nós admiramos parecem-nos sempre estúpidos.
Alexandre Dumas

As uvas que eu pudera
Ainda desejar
No quanto amadurar
Trouxesse a primavera,
Depois de tanta espera
Já nada mais notar
Senão somente olhar
A vida destempera,
Gerando após o nada
Versão já desolada
Embora mentirosa,
Espinho me impedira
De ter o quanto atira
A sorte em bela rosa.

618

Nos negócios não existem amigos, apenas clientes.
Alexandre Dumas

O quanto poderia
Haver em amizade
Não traça aonde brade
O todo em noite fria,
A sorte em agonia
O passo desagrade
Quem bebe a claridade
E mata a fantasia,
Ainda que se ausente
Do tanto onde o poente
Trouxesse nova lua,
Mas quando se aproxima
A vida noutra estima,
Apenas leda atua.

619

O mais feliz dos felizes é aquele que faz os outros felizes.
Alexandre Dumas

Felicidade é ter
O quanto dividir
E nisto permitir
Além algum prazer
E tanto em bem querer
O mundo diz porvir
E molda o persistir
Aonde o possa ver,
Escolho cada passo
E nisto agora eu traço
A paz em tal constância
E desta forma vejo
O mundo noutro ensejo
Traçando a clara estância.


50620

Suprimir a distância é aumentar a duração do tempo. A partir de agora, não viveremos mais; viveremos apenas mais depressa.
Alexandre Dumas

O tempo não se mede
Apenas em momento
E nisto quando tento
E nada mais impede,
O todo se procede
E gesta em sentimento
Além do sofrimento
O quanto se concede,
Bebendo deste encanto
O sonho onde garanto
Expressa novo passo,
E sinto claramente
A vida onde se sente
O canto enquanto o traço.

50601 a 50610

601

Quem pensa ver algo sem falhas / pensa naquilo que nunca existiu, que não existe, e que nunca existirá.
Alexander Pope

Enganos fazem parte
Da eterna aprendizagem
E nesta vã miragem
O todo se reparte
E o canto não comparte
Além mesma viagem,
A sorte é vaga pajem
E nega qualquer arte,
A leda sensação
Dos dias que virão
Traduz o quanto havia
E anda mais se vendo
Após o vão remendo
O resto? Uma utopia.

602

Não é um lábio ou um olho o que chamamos de beleza, / Mas a força global e o resultado final de todas as partes.
Alexander Pope

O belo se traduz
No quanto pôde a vida
Traçar de uma ferida
A imensa e rara luz,
Ao quanto nos conduz
E nisto não duvida
A dita proferida
No templo onde reluz,
Vencer a correnteza
Gerando esta beleza
De um dia mais suave,
Assim nada se cala
Jamais sendo vassala
Uma alma não se entrave.

603

O divertimento é a felicidade daqueles que não sabem pensar.
Alexander Pope

Hedônico caminho
Renega o pensamento
E traz no alheamento
O bem sempre mesquinho,
E quando me avizinho
Do fim e não lamento
Presumo outro momento
Envolto em mero espinho,
Fortuna desigual
Num ato mais banal
Gerasse uma esperança
Sem ter qualquer futuro
O passo do inseguro
Depressa já se cansa.

604

Um pouco de cultura é uma coisa perigosa.
Alexander Pope

O quanto nos traísse
A vida em mera fonte
Enquanto desaponte
Gerando outra mesmice,
E nisto esta crendice
Pudera ser a ponte
Matando este horizonte
Aonde nada visse,
Esqueço cada passo
E sei do quanto traço
Vestindo a negação,
Depois de cada engodo
O tempo traz o lodo
E mata os que virão.

605

Uma mente nobre tem vergonha de não se arrepender.
Alexander Pope

O quanto se permite
Neste arrependimento
A vida num momento
Supera algum limite
E o todo necessite
Enquanto me atormento
Vestindo o sofrimento
Ou nada se acredite,
Esquivas noites; vejo
E sei do meu desejo,
Também de cada engano,
Reconhecer seu erro
Supera algum desterro
Conserta qualquer dano.

606

Quem confessa os seus erros é mais sábio hoje do que ontem.
Alexander Pope

A sorte num desenho
Diverso de quem tenta
Saber desta tormenta
E nisto se me empenho
No fundo não desdenho
A noite até sedenta
E marco a turbulenta
Vontade enquanto venho,
Escassos dias tendo
Além do quanto horrendo
O mundo se trouxesse,
Ainda em construção
Ausente perfeição
Permite uma benesse.

607

A esperança brota eternamente no peito do homem. Ele nunca é, mas espera sempre ser feliz.
Alexander Pope

Pudesse ser feliz
E crer noutro cenário
Ainda imaginário
E nisto sempre quis
Traçando por um triz
O mesmo itinerário
Num conto do vigário
A nova cicatriz,
Mas quanto mais se espera
A vida sendo fera
No fim nos apascenta,
Em vão cada momento
Dizendo em pensamento
Da vida em vã tormenta.

608

Encantos impressionam a vista, mas o mérito ganha o coração.
Alexander Pope

O quanto se percebe
No passo mais sutil
Deveras já não viu
Beleza em rara sebe,
A vida onde se embebe
Do canto mais gentil,
Aonde repartiu
O todo se concebe,
A sorte dita o mérito
E o coração emérito
Expressa a liberdade,
Bem mais do que a beleza
Que exposta sobre a mesa
Aos poucos já se evade.

609


Sentir raiva é vingar-se das falhas dos outros em si próprio
Alexander Pope

O quanto me maltrato
Não traz sequer um traço
Do todo onde desfaço
O passo mais ingrato
E assim neste retrato
O mundo mais escasso
Presume sem espaço
O nada onde constato
Mergulhos no vazio
E sei quanto é sombrio
O todo que se dita,
Na tétrica aventura
A vida se amargura
E molda-se maldita.

50610


Quem ama ardentemente, também no ódio é violento.
Alexander Pope

Extremos são perversos
E ditam destempero
Aonde em raro esmero
Os dias matam versos
E sinto os mais dispersos
Caminhos, desespero
Ousando outro tempero
Adentro os universos
Que se tocam deveras
Em sensações mais feras
Marcando o fim do sonho,
E quanto mais for rude
A vida desilude
Num ato atroz, medonho.

50591até 50600

50591

O bom senso existia; mas estava escondido, por medo do senso comum.
Alessandro Manzoni

Aonde poderia
Haver sempre o bom senso
No quanto mais intenso
O sonho em agonia
Deveras não traria
Sequer o que ora penso
E aos poucos em convenço
Da mera fantasia,
A sorte em tal discórdia
Ousando na mixórdia
Acalentando o fim,
Depois de tanto ocaso
O passo eu sempre atraso
Mudando o que há em mim.

50592

A um homem honesto, que cuida da própria vida e sabe conservar-se no seu lugar, nunca ocorrem maus encontros.
Alessandro Manzoni

Presumo num anseio
O quanto pude ou possa
Vivendo além da nossa
História em devaneio,
O canto onde permeio
A luta que se endossa
Teimando enquanto roça
O tanto em tom alheio,
Celeiro da esperança
A vida nos amansa
E gera enfim a paz,
Destarte ao conhecer
O raro amanhecer
Um mundo em nós se faz.

50593

Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros já foram.
Alexander Graham Bell

O quanto se renova
O passo noutro fato
E o nada mais resgato
E tento em nova prova
A lua sendo nova
Do sonho este retrato
E nisto ora constato
A vida que comprova,
Após o descaminho
Aonde me avizinho
Do etéreo em tom audaz,
Melhor do que vestir
O mesmo vão porvir
Que aos poucos se desfaz.

50594

Quando uma porta se fecha outra se abre; mas nós quase sempre olhamos tanto e de maneira tão arrependida para a que se fechou, que não vemos aquelas que foram abertas para nós.
Alexander Graham Bell

Olhando para trás
Não vemos o futuro
E quando além procuro
O nada já me traz
Passado mais mordaz
E nisto eu me torturo
No canto aquém do muro
O mundo se desfaz,
Enquanto o novo dia
Decerto não veria
Não tendo outra esperança
Meu passo desvalido
Aonde não lapido
E o sonho não se alcança.


50595

Que força é esta, eu não sei; tudo o que sei é que existe, e está disponível apenas quando alguém está num estado em que sabe exatamente o que quer, e está totalmente determinado a não desistir até conseguir.
Alexander Graham Bell

Gerando a imensa luta
Na força que não cessa
Além desta promessa
A sorte não reluta
E a paz tanto desfruta
Do quanto recomeça
E segue sem ter pressa
Vencendo e sendo astuta,
Não deixe para após
O quanto viva em nós
Na voz do sentimento,
Assim em novo rumo,
Aos poucos me acostumo
Enquanto a meta alento.

50596


Um homem nunca deve sentir vergonha de admitir que errou, o que é apenas dizer, noutros termos, que hoje ele é mais inteligente do que era ontem.
Alexander Pope

Errar ensina tanto
No quanto se permite
Apenas o limite
No passo onde garanto
O rumo em raro encanto
E assim se delimite
Além e se acredite
No tempo eu me agiganto,
Percebo nova luz
E o todo me conduz
Ao quanto desejasse
Vencendo de tal forma
A luta que deforma
E gera algum impasse.

50597

Todos os deveres humanos se encerram nestes dois pontos: resignação à vontade do Criador e caridade para com os nossos semelhantes.
Alexander Pope

Negar cada vontade
De quem nos ama tanto
Pudera em ledo espanto
Matar a claridade,
O sonho já se evade
E nada mais garanto
Além do como e quanto
Tentasse a liberdade
E ao ver em cada irmão
A nobre sensação
Do amor em tal milagre.
A vida se traçando
Bem mais do que este brando
Momento ora consagre.

50598

Feliz do homem que não espera nada, pois nunca terá desilusões.
Alexander Pope

Poupar de uma esperança
Inútil, sem caminho
Não sendo tão daninho
O rumo onde se lança
A vida em tal mudança
Gerando novo espinho
E sendo mais sozinho,
O fim dita a lembrança,
Não quero e não espero
E sendo mais sincero
A fera pouco importa
Abrindo o velho peito
O nada agora aceito
E fecho a leda porta.

50599

Suportam melhor a censura os que merecem elogio.
Alexander Pope


Apenas a verdade
Liberta o coração
E nesta dimensão
Encaro a realidade,
Ainda quando invade
Os tempos que virão
Marcando a decisão
E mesmo desagrade,
A noite se aproxima
Regendo em novo clima
O quanto ora desfio,
E sei desta censura
E nela vejo a cura
Bem mais que no elogio.

50600

Algumas pessoas nunca aprendem nada, porque entendem tudo muito depressa.
Alexander Pope

Aprender na verdade
Traduz a persistência
E tanto na ciência
A vida não degrade
O rumo em penitência
Aos poucos claridade
Traçando em liberdade
Gerando a consciência,
Enquanto quando apressa
A vida é ré confessa
Da espúria estupidez
Destarte nada tendo
Apenas um remendo
Do que tu já não vês.

50581 até 50590

50581

Há um único recanto do universo que podemos ter certeza de melhorar: o nosso próprio eu.
Aldous Huxley

Destarte mergulhara
Nas ânsias contumazes
A sorte quando trazes
Moldando outra seara
E nisto se escancara
Na vida em suas fases
Aonde o quanto fazes
No topo se prepara,
A luta não descansa
E gera outra esperança
Mudança em rota e rumo,
E sei do quanto tente
Viver o pertinente
Momento onde me aprumo.

2

Os fatos são como os bonecos dos ventríloquos. Sentados no joelho de um homem sábio articularão palavras de sabedoria; noutros joelhos, não dirão nada ou dirão disparates, ou comprazer-se-ão em puro diabolismo.
Aldous Huxley

Os atos refletindo
Uma alma a cada instante
Se vendo degradante
Ou mesmo quase infindo,
Ainda fosse lindo
O nada se garante
Expressa doravante
O quanto ora deslindo,
Resumos dos meus cantos
E nestes meus quebrantos
Os erros entre enganos
Os prazos se expressando
Aonde e desde quando
Verdades dizem danos.

3

A felicidade nunca é grandiosa.
Aldous Huxley

O quanto se recorda
Da dor, do sofrimento
E nada mais eu tento
Além do que me acorda,
Rompendo a velha corda
Apenas num momento
Invade o pensamento
E gera além da borda,
Ocasos dentro em mim
Ditame dita o fim
Do nada sem sentido,
E quando a dor se vê
A vida sem por que
Deveras dilapido.

4

O degrau da escada não foi inventado para repousar, mas apenas para sustentar o pé o tempo necessário para que o homem coloque o outro pé um pouco mais alto.
Aldous Huxley

Ousar noutro momento
Após o inicial
Trazendo triunfal
Caminho onde me alento,
E sei do quanto tento
Vagando sem final
Resumo desigual
Sonega o alheamento,
O passo rumo ao cume
Ainda que se aprume
Não deixa se perder,
Neste horizonte a lua
Expressa a noite nua
E dita ao bel prazer.

5

Os fatos não deixam de existir só porque são ignorados.
Aldous Huxley

O quanto não veria
Não nega a persistência
Da vida em tal ciência
Ou trama outra agonia,
Vestindo a fantasia
A sorte em providência
Do todo em evidência
No caos transformaria,
Espúrias cenas vejo
Envolto no desejo
Que possa me trazer
Após a tempestade
O quanto desagrade
Brumoso amanhecer.

6

As palavras nos permitiram elevar-nos acima dos animais, mas também é pelas palavras que não raro descemos ao nível de seres demoníacos.
Aldous Huxley

Razão que tanta vez
Impede algum futuro
No tempo mais escuro
O todo se desfez,
Imensa estupidez
Num porto não seguro
Vagando salto o muro
E o canto já não vês,
Apenas posso ser
O quanto recolher
Dos ermos do caminho,
Apresentando a sorte
Que nada mais comporte
Além do ser mesquinho.

7

"O inferno é a incapacidade de sermos diferentes da criatura segundo a qual ordinariamente nos comportamos."
Aldous Huxley

Pudesse desenhar
Um ser tão diferente
Deste que se apresente
Num passo a divagar,
O todo a se moldar
Não deixa que se tente
Vencer o canto urgente
Sem prumo e sem lugar,
A luta não se acaba
Do palacete à taba
Do duro ao sempre terno,
Fastios ditam regras
E quando desintegras
Adentras tal inferno.

8

Os provérbios são sempre chavões até você experimentar a verdade contida neles.
Aldous Huxley

Ainda se apresenta
A vida em tal faceta
E nada me arremeta
Na sorte virulenta,
Luta nunca apascenta
E noutro vão cometa
O passo se prometa
Em noite turbulenta
Ausente do passado
O corte desenhado
Presume o meu futuro,
Os erros são diversos,
E rondo os universos
Sem ter porto seguro.

9

Se considerais ter agido mal, arrependei-vos, corrigi os vossos erros na medida do possível
e tentai conduzir-vos melhor na próxima vez. E não vos entregueis, sob nenhum pretexto, à meditação
melancólica das vossas faltas. Rebolar no lodo não é, com certeza, a melhor maneira de alguém se
lavar.
Aldous Huxley

Errar ensina tanto
Enquanto diz futuro
Diverso deste escuro
Aonde o vão garanto,
E quando fosse quanto
O manto onde procuro
Vencer o solo duro
E nisto não quebranto,
Vestindo a luz diversa
Meu sonho segue e versa
Além da mera foz
Pudesse de tal forma
Gerar o que reforma
O todo dentro em nós.

50590

Como é difícil compreender os vícios de outro homem. (Aldous Huxley, em "A Ilha")

O que não fosse espelho
Diverso do que sou
Ainda me mostrou
Em vão qualquer conselho,
E quando me ajoelho
Buscando o que restou,
Caminho se entranhou
E o sonho; em vão, destelho,
Esquivos dias vejo
E sei deste desejo
Embora não consiga
Trazer dentro do peito
O quanto agora aceito
Ou mesmo em vão prossiga.

50571 a 50580

50571

Experiência não é o que acontece com um homem; é o que um homem faz com o que lhe acontece.
Aldous Huxley

O quanto se aprendesse
A cada nova queda
Aonde se envereda
A vida noutra messe
Aos poucos isto tece
E gera além, não veda
E nisto ora se enreda
O todo que acontece,
Gerando a consistência
Da farta experiência
E o tanto quanto possa
Além de mero ocaso
A sorte quando aprazo
Supera qualquer fossa.

50572

A constância é contrária à natureza, contrária à vida. As únicas pessoas completamente constantes são os mortos.
Aldous Huxley

Enquanto sou mutante
A cada instante vivo
E nisto não me privo
Do quanto se garante
A vida noutro instante
Audaz onde me crivo
E traço o passo altivo
Além do que se espante,
Vencendo os meus enganos
Rompendo velhos planos
O rumo se transmuda,
A sorte dita o porto
E não estando morto
O novo sempre ajuda.

50573

Posso compartilhar as dores das pessoas, mas não os seus prazeres. Existe algo curiosamente aborrecedor na felicidade alheia.
Aldous Huxley

Se as dores compartilho
Prazeres não consigo,
Ainda sendo amigo
Diverso é cada trilho,
E além de qualquer brilho
Deveras eu persigo
Ousando no perigo
O todo em empecilho,
Escassa noite clara
E quando se declara
Expressa novo rumo,
E quantas vezes; tento
Vencer o alheamento
E nisto em vão resumo.

50574

O silêncio está tão repleto de sabedoria e de espírito em potência como o mármore não talhado é rico em escultura.
Aldous Huxley

Quem cala não diz nada,
Mas pensa de tal forma
Que mesmo não informa
A sorte desenhada
E quando o sonho brada
Supera qualquer norma
E o todo que se forma
Traduz nova alvorada,
Silenciosamente
A vida nos contente
Ou mesmo desagrade,
Nos ermos do vazio,
O tempo eu desafio
Além da realidade.

50575

Uma das funções principais de um amigo consiste em sofrer, sob uma forma mais doce e simbólica, os castigos que desejaríamos e não podemos infligir aos nossos inimigos.
Aldous Huxley

Perdoe se te firo
E sei que agindo assim
Pudesse dentro em mim,
Apenas dar um tiro,
E o quanto em paz prefiro
Gerando após o fim,
Momento de onde vim,
E nada além retiro,
Expresso em virulência
O quanto diz ciência
De um tempo mais atroz,
Embora esteja aberto
O rumo onde deserto
Transgride em turva voz.

50576

As paródias e as caricaturas são as formas mais agudas de crítica.
Aldous Huxley

Retrato caricato
Da turva realidade
Enquanto se degrade
Ao mesmo tempo eu ato
E vejo o meu retrato
Aonde a claridade
Pudesse na verdade
Traçar um rumo ingrato,
Esqueço o desafeto
E quando me completo
Nos ermos de meu sonho,
Errático cometa
A vida não prometa
O quanto ora proponho.


50577

A publicidade é uma das formas mais interessantes e difíceis da literatura moderna.
Aldous Huxley

O parecer e o ser
Diverso do que existe
No todo sempre em riste
Permite o conceber
Aonde algum prazer
No quanto ora persiste
Marcando o que se insiste
E gera o bem querer,
Não tento na verdade
A vida onde me invade
O mar em alegria,
Apenas neste sonho
O quanto em paz componho
E o nada que viria.


50578

A castidade é a mais anormal das perversões sexuais.
Aldous Huxley

O amor que se renega
A luz em abandono,
O todo desabono
Na sorte alheia e cega,
O prazo desta entrega
E nela sempre outono
Matando em ledo sono
O mar não se navega,
Ausência de esperança
A luta não avança
E dita a solidão,
Do quanto poderia
E nada em agonia
Da morte é tradução.

50579

Em tempos normais, nenhum indivíduo são pode concordar com a ideia de que os homens são iguais.
Aldous Huxley

Diversidade dita
A maravilha em vida,
No quanto se duvida
E mesmo necessita
A noite se infinita
Na luta em vão urdida
A sorte ora contida
E nisto se acredita,
Espera após o canto
O rumo aonde encanto
O passo mais audaz,
Assim a cada instante
A vida me agigante
Ou nada enfim me traz.


50580

Toda a descoberta da ciência pura é potencialmente subversiva; por vezes a ciência deve ser tratada como um inimigo possível.
Aldous Huxley

Ciência sem um quê
De fantasia e sonho
Traçando um ar medonho
Aonde o fim se vê
Gerando o quanto crê
E nisto ora componho
O mundo mais bisonho
Procuro; mas, cadê?
A sorte em teoria
Decerto não traria
Real felicidade,
E o tempo se desnuda
Aonde sem ajuda
O caos tanto degrade.

50561 a 50570

50561

O sonho em solidão
A vida não demora
Posterga a sensação
Do quanto me apavora
E nesta dimensão
A sorte sem ter hora
Resume os que virão
Num ato onde devora,
O prazo determina
O fim desta que fora
Além da leda mina
Deveras tentadora
O quanto me fascina
Senda libertadora.

50562

Ainda pude em risos
Acreditar no nada
E a noite enluarada
Dissera em prejuízos
Os rumos imprecisos
A sorte deflagrada
A vida ora se evada
E gera aquém os sisos,
Espero alguma vida
Aonde não duvida
Nem mesmo acida a dita
O corte se aprofunda
A cena nauseabunda
Invalidando grita.

50563

A lua fosse minha
O verso nosso cais
E nestes vendavais
O pouco nos detinha,
E sei desta mesquinha
Vontade enquanto vais
Traçando em desiguais
Cenários; quanto eu tinha.
Mergulho neste encanto
E busco e não garanto
Sequer a menor chance
Do vago em rumo atroz
Negando aquém a voz
Sem nada que me alcance.

50564

Quisera uma saída
Aonde nada veio
Somente este receio
A sorte desvalida
O quanto não decida
Encanto mais alheio
Bebendo em ledo veio
A morte entorpecida,
Ocasos entre enganos
Os dias soberanos
Os ermos caminhares
E quando mal percebes
Vislumbras nestas sebes
O todo que entornares.

50565

Diversas solidões
Em prazos diferentes
E quanto mais urgentes
Os dias tu me expões
As tantas soluções
E mais do que inda tentes
Os olhos pertinentes
Fartas exposições
Não pude e não teria
Sequer a fantasia
De ser além do nada,
A vida em avidez
Aos poucos já desfez
Em mim cada alvorada.


50566

A solidão enflora
E rege o duro outono
A luta em desabono
O manto sem demora
O corte então aflora
E gera este abandono
O medo diz do sono,
O sonho desancora,
Apraza-me sentir
O quanto se há de vir
No infausto de um momento
Depois de certo engano
Aos poucos se me dano
Um novo cais invento.

50567

Seguindo longe, além
Do quanto ainda resta
Apenas na funesta
Noção que nada tem,
Do canto sou refém
E busco a mera fresta
Meu sonho ora se empresta
Ao fim deste desdém,
Resumos de outros laços
Os sonhos mais devassos
E os pântanos que adentro,
O charco em fantasia
Aonde eu poderia
Além do ledo centro.

50568

Apenas sei de ti
E nada além do fato
Aonde eu já constato
O todo que perdi
Ainda resumi
Meu mundo em tal retrato
E nisto eu me arrebato
Marcando o quanto cri,
Espero aquém da sorte
O que inda me conforte
E geste em novo dia,
O todo onde me encargo
Do sonho mais amargo
E nada se veria.

50569

Os dias fossem teus
As sortes sendo nossas
Ainda quando roças
Os olhos neste adeus
Mergulham sobre os meus
E nisto também possas
Ousar enquanto adoças
Os passos entre os breus,
Resumos de outras eras
Aonde destemperas
Prepara nova queda
E sendo de tal forma
A luta não conforma
E ao nada se envereda.

50570

Ainda quando rumes
Em noite mais sombria
Já nada poderia
Senão velhos costumes
A vida em seus ardumes
Apenas moldaria
A leda fantasia
Meus sonhos são cardumes
E perco a direção
Dos dias que verão
Somente o medo e o fim,
O rústico cenário
Num canto temerário
Matando o todo em mim.

50551 a 50560

551

Embrionário sonho
Gerando um pesadelo
E quanto mais revê-lo
Num ar tanto medonho
Aonde em vão me enfronho
E nada em tal desvelo,
A vida nega o zelo
Nos medos decomponho,
Espero apenas isto
E sei que já desisto
Do todo sem valência
Perdendo esta eloqüência
Do encanto ora me disto
Em leda convivência.

552

Voassem tais libélulas
Ousando noutro encanto
A vida eu não garanto
Matando velhas células
Ainda sem as pérolas
Que possam noutro canto
Gerar o tanto quanto
Trouxesse além das férulas.
Acasos entre ocasos
E sei dos meus atrasos
E casos sem remédio,
A luta me cansava
Minha alma agora escrava
O medo rege em tédio.


553

Na primitiva sorte
Apenas solidão
E os dias não terão
Sequer quem nos conforte
O passo em novo norte
O tempo em previsão
As horas mostrarão
Somente o mesmo corte,
Não pude acreditar
Nas ânsias e ao lutar
Audaciosamente
Meu mundo descaído
E nada mais convido,
A vida sempre mente.

554

Aonde não desdenho
Sequer o novo passo
E quando aquém eu traço
A sorte deste empenho
Mergulho enquanto eu tenho
Apenas o cansaço
E o medo sendo escasso
Deveras não detenho,
Resumos de outras eras
E nisto destemperas
Marcando com constante
Cenário sem proveito
E quando em vão me deito
A vida não garante.

50555

Enquanto houvesse a fonte
E nada mais pudera
Além do quanto espera
O dia que desponte,
No fundo desaponte
Matando noutra esfera
A solidão mais fera
Desfila no horizonte;
Escusas não se ouvira
E morto em tal mentira
Não resta nada além
Do quanto poderia
Em tom de alegoria
O nada que convém.

50556

Minha alma se perdendo
A cada novo engano
E quando me profano
Num tempo mais horrendo
Apenas vou revendo
O fado soberano
E sei que mais um ano
Aos poucos num remendo,
O preço a se pagar
O nada a desbravar
O mar de amor em mim,
Apenas não veria
Sequer a fantasia
Caminhos para o fim.

50557

Minha alma não veria
O quanto se tentara
Apenas nesta clara
Noção em agonia,
Gerando a mesma escara
O todo não traria
Sequer a alegoria
E a morte se escancara,
Preparo cada bote
Bem antes que se note
Na traiçoeira senda,
Ainda que pudesse
Viver em plena prece
O nada se desvenda.

50558

Vislumbro em tua fronte
O quanto mais quisera
Pousando além da espera
Aonde desaponte
O risco não confronte
Com tudo ou se pudera
Vestir a primavera
E crer noutro horizonte,
A morte se aproxima
E sei do quanto a rima
Espera redenção,
Porém no mesmo nada
A vida desolada
Sonega a direção.

50559

A sonhadora senda
Aonde pude um dia
Vencer esta agonia
E tudo ora se estenda
Enquanto se desvenda
A sorte moldaria
Em mim nova utopia
Ou mesmo a velha lenda,
Resulto deste insulto
E quando em tal tumulto
A vida se previsse,
Amor sem ter futuro
Somente eu asseguro
A torpe e vã crendice.


50560

Ainda fosse um bardo
Cantando em lira e verso
O quanto hoje disperso
E sei não mais resguardo,
E tento enquanto aguardo
O prazo mais diverso
E nisto este universo
Expressa apenas cardo,
O pranto se transforma
Na luta em leda forma,
Formalizando o caos
O manto se desnuda
A sorte tão miúda
Momentos turvos, maus.

50541 a 50550

50541

Donde venho eu posso
Traçar o desvario
E sei que desafio
O quanto não endosso,
E sendo este destroço
Apenas já desfio
O que jamais eu crio
E nisto me remoço.
Recolho cada engano
E quando enfim me dano
Bebendo amargamente
A pútrida noção
Da vida sem razão
Enquanto o todo mente.

50542

A vida mais remota
Nos ermos do infinito
Apenas acredito
Na sorte em velha rota
A luta se denota
E disto necessito
Ainda quando um grito
Somente aquém se nota,
Esquivo sonhador
Gerando aonde for
O passo em turbulência
A vida não traria
Nem mesmo a poesia
Sequer a consciência.

50543

Além destas substâncias
Herdadas do passado
Aonde o nada invado
Marcando tais estâncias
As sortes, discrepâncias
Do todo onde inundado
Presumo este pecado
Em rústicas instâncias.
Esquivo companheiro
No canto derradeiro
Ousando algum sinal,
Matando dentro em pouco
O quanto me treslouco
Num ato mais banal.

50544

Num ato elementar
Pudesse discernir
As horas sem porvir
A vida sem lugar
Já nada a se moldar
O preço a se sentir
No quanto inda há de vir
Na noite sem luar,
Lutando pela sorte
Que quando me conforte
Gerasse a fantasia,
Depois do desalento
Aonde o mundo eu tento
O fim iludiria.

50545

O tempo aonde infindo
Pudesse ter encanto
Diverso do que canto
Do lodo se emergindo,
O sonho ora evadindo
Deixando este recanto
Aonde o que garanto
Com sorte jamais blindo,
Ousasse em novo passo
O quanto sei escasso
O rumo em tom atroz,
De toda a podridão
Desta alma se verão
Os cantos deste algoz.

50546

As horas mais diversas
Na cósmica loucura
A vida nos tortura
Em ânsias tão perversas
E quando aquém tu versas
Marcando esta procura
No todo em amargura
Histórias que dispersas,
Esqueço o rumo quando
Meu mundo se moldando
Apenas no vazio,
Carcaça da esperança
Meu sonho também cansa
Do ledo desafio.

50547

Nos termos da matéria
O nada se viria
E o tempo em agonia
A sorte em tal miséria,
A luta sendo séria
Bem mais do que seria
O todo em agonia
Apenas sou bactéria
E vejo este momento
Aonde ainda tento
Um novo itinerário
Nanômetros apenas
Enquanto me condenas
Mero protozoário

50548

Do nada quando venho
Apenas a carniça
Que a vida jamais viça
E mata a cada empenho,
O tanto em tal desenho
Marcado por cobiça
Na sorte mais mortiça
O corte trago e tenho
Espero alguma luz
E nada reproduz
Cenário onde buscara
Além da minha luta
A marca amarga e bruta
Da vida mais amara.

50549

Os sonhos mais visíveis
Os tempos entre nadas
E quando tu te evadas
A sorte noutros níveis
Pudessem mais incríveis
Audazes tais jornadas
E nisto anunciadas
As mãos jamais plausíveis
O mundo palatável
O campo aonde arável
Tentara acreditar
No fruto que deveras
Esboça em primaveras
Vontade de sonhar.

50550

Um canto em profusão
A luta não cessara
E sei desta seara
Aonde não verão
E desta alegação
O manto se prepara
E nada se escancara
Tornando o passo vão,
Esvaio num segundo
E quando ora me inundo
Profundo delirar,
A carne apodrecida
A morte dita vida
Tocando-a devagar.

50531 a 50540

50531

Já não pudera mais
Pousar meu pensamento
Ainda quando enfrento
Os velhos vendavais
E nada nem jamais
Houvera algum alento
E sei do sofrimento
E nele tu me trais,
Resplende dentro da alma
A lua que me calma
Argêntea maravilha,
Mas quando a sorte evade
Matando a claridade
O nada em mim polvilha.

50532

Os velhos sentimentos
Dos sonhos são tiranos
E trazem desenganos
Aonde em desalentos
Adentre os pensamentos
Os cantos noutros planos
E disto após mil anos
Ainda sinto os ventos,
Vestígios do que fora
Uma alma sonhadora
Jogada no porão
Apenas noutro engodo
O mundo diz do todo
Em medo e profusão.

50533

Além do quanto sei
O rumo sem sentido
O tempo decidido
Mantendo a velha lei
E o manto que entranhei
Ou mesmo ora duvido
Do quanto não divido
E nisto eu vejo a grei,
Cerzindo a discordância
A vida numa instância
Diversa da que eu pude
Trazer no olhar sem luz,
Ausência reproduz
A farsa em atitude.

50534

Além da vida o quanto
Pudesse ser diverso
Vagando no universo
Em pleno desencanto
Aonde eu me quebranto
E sei quando disperso
Meu rumo em todo verso
Gerado em rude manto,
Negando algum anseio
O todo que receio
Esboça o ledo fim,
Arcando com engano
Enquanto hoje me dano,
Mortalha viva em mim.

50535

Além do medo e caos
A sorte não trouxera
O quanto em rude espera
Anseia em tais degraus,
As rotas, velhas naus,
A morta primavera
A vida amarga e fera,
Momentos rudes, maus.
Gerando do vazio
Apenas desafio
A luta já perdida,
Batalhas entre tantas
E quando desencantas
A morte nos convida.

50536

Além de qualquer fato
Não pude constatar
Sequer o caminhar
Aonde o não resgato,
A luta neste ingrato
Cenário a torturar
Pudesse devagar,
Porém só me maltrato.
Exponho em verso e prosa
A noite majestosa
E nela apenas isso,
O corte na raiz
Matando o que já quis
E agora não cobiço.

50537

Além do sortilégio
Da vida sem paragem
Enquanto sempre ultrajem
O medo em privilégio
O canto outrora régio
Mudando a paisagem
Gerando esta miragem
Aonde quis egrégio.
Apenas na verdade
O todo se degrade
E nada mais viria
Somente o caos e o fim
E quando diz de mim
Só resta a fantasia.

50538


Além do mais diverso
Caminho em noite fria
O todo não traria
Um passo onde submerso
Ao nada sempre verso
E gestas a utopia
Matando a sintonia
Negando este universo,
Amar e ser além
Do quanto sempre vem
Reinando sobre nós
O prazo determina
A luta é nossa sina
A morte, nossa foz.

50539

Além do descuidado
Canteiro da esperança
Meu passo não avança
E o resto é desolado,
O corte anunciado
O medo em aliança
Aonde quis pujança
Apenas eu me enfado.
Esqueço o descaminho
E sei de cada espinho
Senzalas de minha alma,
Depois de tanto medo
O quanto eu me concedo
Jamais enfim me acalma.

50540

Além do verso e fato
O mar não mais diria
Da sorte em fantasia
Ou mesmo não constato
Sequer algum regato
Em noite amarga e fria,
A leda poesia
O passo não resgato,
Escravo do futuro
Ainda me asseguro
Nas lendas do passado
E quando se apresente
O fato mais freqüente
Demonstra o amargo fado.

50521 a 50530

50521

O quanto é mais sombria
A tarde dentro em mim,
O tempo diz do fim
E o mundo não se adia,
A vida em agonia
E nunca traz enfim
Porém o mundo assim
A leda fantasia.
O caos já não trouxera
Ainda a primavera
Do tanto quanto pude
Vencendo a tempestade
O mundo ora se evade
E mata a juventude.


50522

O quanto em voz imensa
A sorte se aproxima
E muda todo o clima
Aonde não compensa
A sina não convença
Quem tanto ora se prima
No verso enquanto estima
A rústica e vã crença.
Depois do caos o fato
E enquanto mal constato
O quanto inda virá
A sorte se desenha
E nada mais contenha
A luta desde já.

50523

O quanto se tortura
Nas ânsias mais atrozes
Procuro meus algozes
Nos ermos da loucura
E nada em amargura
Desenha novas fozes
E trazes os velozes
Caminhos já sem cura,
A voz não mais se ouvira
A luta diz mentira
E a pira se apagando,
A chama na verdade
Enquanto se degrade
Transforma o mundo infando.


50524

O quanto excelso e claro
Cenário aonde um dia
A luta moldaria
O mar onde declaro
O prazo em desamparo
A marca em poesia
A sorte esta arredia
Esgota um mundo raro,
Espelhas neste olhar
O nada a se moldar
Nas ânsias de quem sonha,
Vagando sem destino
Aos poucos determino
A sorte vã, medonha...

50525

O quanto a companheira
Trouxesse em doce alento
A vida enquanto tento
Aos poucos já se esgueira
Amar mera bandeira
Exposta ao forte vento
E gera o sofrimento
Além do que se queira,
Não pude e nem devia
Ousar em fantasia
Aonde o nada rege
Somente o passo em vão
A leda direção
No encanto de um herege.


50526

O quanto do trabalho
Expressa a luta e a paz,
A guerra não compraz
Nem mesmo o que batalho,
E quando além espalho
O canto mais mordaz
Jamais se satisfaz
Um dia amargo e falho,
Esqueço cada verso
E bebo ou me disperso
Acolho novo engano,
Depois de tanta luta
A sorte mais astuta
Traduz onde me dano.

50527

O quanto a vida esquece
Do dia que passaste
Gerando no contraste
Aquém da velha prece
O rumo onde se tece
O tanto em vão desgaste
E nada mais legaste
A quem nada merece,
Esqueço os meus enganos
São rotos toscos planos
E mortas ilusões,
Deveras sem limites
Aonde não permites
Tampouco o sonho expões.


50528

O quanto em recompensa
Pudesse imaginar
Ao ver novo luar
A sorte me convença
Do quanto seja tensa
A senda além do mar,
E nada mais que amar
Talvez em desavença.
Escravo da ilusão
Os olhos não verão
Verões nem primaveras,
Apenas neste inferno
A luta em pleno inverno
Alimentando feras.

50529

O quanto perde o viço
A vida sem a glória
E sendo merencória
Num solo movediço,
Trazendo um desserviço
A quem leda memória
Revela a vaga história
Em tom atroz, mortiço
Escrevo em verso frágil
O dia quando em ágil
Desenho poderia,
Depois de certo tempo
Envolto em contratempo
Matasse a fantasia.

50530

O quanto deste bem
Jamais sonegaria
A rude fantasia
E nada mais convém
Audácia segue além
Do quanto poderia
E nesta alegoria
Do sonho sou refém,
Perdera algum sentido
E sinto e dilapido
Meu verso sem razões
E nada mais pudera
Ainda enquanto a espera
Não dá mais soluções.

50511 a 50520

50511

O quanto um carniceiro
Caminho se desenha
Aonde nada venha
E o tempo é derradeiro
E tento outro luzeiro
A vida dita a lenha
E nada mais convenha
A quem se fez cordeiro,
Jamais eu pude crer
No raro amanhecer
Em meio às tempestades
Destarte já não trazes
Sequer as duras fases
E em vão vazia, evades.

50512

O quanto diz a guerra
Sem ter sequer motivo
E quando enfim me privo
A solidão desterra
O corte onde se encerra
O tempo este cativo,
Nos erros que cultivo
O passo em vão se emperra.
Já nada mais tivesse
Sequer a sorte em messe
Ou nova garantia
Apenas o vazio
E sei do quando crio
Ou nada mais teria.

50513

O quanto me ameaça
O passo sem sentido
E nisto ora duvido
Da sorte em vã fumaça,
A luta sendo escassa
O corte presumido
Aonde resumido
O medo rege e traça,
Acasos entre fúrias
Esperas; tais incúrias
Expressam solidão,
E sobra tão somente
A dor onde se sente
O verso em negação.

50514

O quanto da verdade
Pudesse ser diverso
Do todo onde disperso
O passo em falsidade,
Velha tranqüilidade
Apenas desconverso
E sei deste perverso
Cenário onde se evade
A luta sem fastio,
O corte onde recrio
O medo sem senti-lo
Ainda se eu pudera
Apascentar a fera
E ser bem mais tranquilo.

50515

O quanto a vida humilha
Quem busca libertário
Caminho, itinerário
Distante em nova trilha,
A luta compartilha
O tempo necessário
E rege o temerário
Momento onde se pilha
A nossa noite traz
Apenas o mordaz
Cenário aonde eu pude
Traçar a desventura
E o nada me assegura
Da vida amarga e rude.

50516

O quanto diz da crença
A sorte que não veio
E o tempo em devaneio
Já nada mais convença
A luta em desavença
O canto sem receio
O prazo onde rodeio
O todo que me vença
Navego em mar atroz
E nada diz da foz
Sem prazo e sem vontade,
Ainda quando luto
Apenas trago o luto
E a dor agora invade.

50517

O quanto me torturas
Com medos e tormentas
As horas mais sangrentas
As noites/amarguras,
O prazo onde procuras
As noites que tu tentas
Vencer as turbulentas
Vontades em loucuras,
Esqueço o passo e tento
Apenas um momento
De paz ou de calor,
Ainda mergulhara
Nas ânsias desta amara
Verdade a decompor.

50518

O quanto se renova
E nada mais pudera
Ousando sem espera
A sorte dita a cova,
E o medo gera a sova
Errática quimera
Marcando com a fera
A luta e nada aprova
Sequer o quanto pude
Embora seja rude,
Atrocidade imensa,
A luta se presume
Enquanto a cada ardume
Fortuna não compensa.

50519

O quanto em cativeiro
A vida nos traria
Matando a poesia
Num sonho costumeiro
E sinto alvissareiro
Desenho onde veria
A luta em agonia
Sequer sem um luzeiro,
Apenas nada tendo
Cenário diz remendo
E o vago nos domina,
O prazo determina
O quanto noutro adendo
Secara a velha mina.


50520

O quanto em turbilhão
Trouxesse algum alento
E quando o fim invento
Gerando imprecisão
Os dias não verão
Além do sofrimento
E neste meu tormento
Os cantos? Negação.
Aprazo algum descanso
E quanto mais avanço
Maior a queda em mim,
Depois de tantos anos
Apenas desenganos
O tempo dita o fim.

50501 a 50510

50501

O quanto nada diz
Do pouco ou mesmo até
Dos vários tons da fé
O ser/não ser feliz,
E o caos se por um triz
Gerasse por quem é
O todo sem galé
Liberta geratriz.
O canto sem proveito
Momento onde me deito
Nos ermos do talvez,
Quem sabe ao fim de tudo
Enquanto desiludo
Já nada ainda vês.

50502

O quanto pude ou não
Gerar dentro do sonho
Um mar onde componho
Diversa embarcação
As horas não verão
Sequer o que proponho
Ousando aonde exponho
A mesma direção
Meu tempo se dilui
E o todo não influi
Na parte que me cabe,
Ouvindo o mar em mim
O tanto diz do fim
E o sonho em paz desabe.

50503

O quanto desta vida
Pudesse ainda ter
No encanto a se perder
A sorte desprovida
E o tanto que duvida
Da lida em tal querer
Pudesse amanhecer
Seara dividida.
Esqueço o descaminho
E quando aquém me alinho
Ouvindo este marulho
Dos sonhos mais sutis
Pudesse ser quem quis
E disto ter orgulho.

50504

O quanto o tempo dita
E gera após o caos
Momentos mesmo os maus
Traçando esta infinita
Noção em que explicita
A sorte em vários graus,
Pudesse em minhas naus
Vencer esta desdita
Recebo em meu caminho
O tanto aonde aninho
Ocasos sem sentido
E o canto se resume
Aonde em tal ardume
O mundo eu dilapido.

50505

O quanto quero e nada
Da sorte se mostrasse
Oferecendo a face
À dita aonde enfada
Meu passo em alvorada
Aonde demonstrasse
O todo sonegasse
A luta encarniçada.
Vencido pelo medo
Enquanto me concedo
Ao tanto quanto quis
O mundo não permite
Além de algum limite
Gerando a cicatriz.

50506

O quanto a vida traz
E nada mais pudera
Ousando a velha fera
Num passo mais mordaz,
A sorte segue atrás
Da velha e vã quimera
E tudo degenera
Aquém do que se faz
Mergulho neste ocaso
E quando em vão me atraso
Meu medo não se vendo
Além da mesma história
Apenas merencória
Memória em turvo adendo.

50507

O quanto em olivais
Pudesse imaginar
Etéreo divagar
Vencendo os temporais,
A vida sem jamais
Ousar e devagar
Seguir a me embalar
Em dias magistrais,
Ocasos de uma sorte
Enquanto não aporte
Ao todo em direção
Aos ermos de minha alma
A luta gera o trauma
E trama a solidão.

50508

O quanto se domina
De um tempo sem juízo
Ainda onde matizo
O corte dita a sina,
A noite em rara mina
O vento mais preciso
Do quanto aromatizo
A luta não termina,
Vestindo de esperança
O nada agora avança
Domando o passo lento,
E quando a sorte emana
A noite soberana
Traçasse o desalento.

50509

O quanto desabara
A senda mais sutil
E nisto não se viu
Sequer nova seara,
A vida não prepara
E o todo mais gentil
Aonde fosse vil
A luta tão amara,
Esqueço o verso em vício
E volto ao precipício
Propício caminhar
Neste abissal cenário
O canto é temerário,
Imenso e turvo mar.


50510

O quanto ora se adensa
A vida sem segredos
Os dias morrem ledos
A sorte sendo tensa,
E tendo a luz intensa
E nela outros enredos,
Cerzindo além dos medos
O sonho que convença
Resumos de passados
Diversos e entranhados
Nos passos mais doridos
Destinos entre quedas
E nada mais enredas
Além dos teus sentidos.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

50491 a 50500

50491

Ainda quando possa em aquarela
Ousar novo momento, a minha vida
De todo descaminho desprovida
Apenas o vazio ora revela
E sendo de tal forma a velha tela
A sorte noutra luta mais sentida
Expressa a solidão e não duvida
Do quanto dia a dia em vão se atrela
Presentear a dita com tal fato
Aonde sem sentido algum constato
Retrato discordante do futuro
Meu mundo discorrendo sobre o nada
A luta a cada passo foi selada
Somente pelo cais mais inseguro.

50492

Não vejo qualquer fonte de esperança
Sequer outro momento aonde um dia
Mergulho no vazio e em tez sombria
A sorte em desenredo ora se lança
O sortilégio dita esta mudança
Matando o quanto houvera e ora jazia
Matando dentro em mim a melodia
Tornando sem sentido o que me alcança,
Esquivo-me dos erros no abandono
E quando noutro caos eu já me adono
Expresso a solidão e nada vejo
Senão a solução bem mais distante
E o passo na tormenta não garante
Talvez a menor sombra de um desejo.

50493

Amor já não seria mais teórico
Nem mesmo outro sinal me orientasse
Gerando em discordância novo impasse
Aonde poderia estar eufórico
Um passo noutro instante, meteórico
O rústico cenário se mostrasse
Aonde sem defesas modulasse
O tempo noutro encanto mais retórico
O prazo determina o fim de tudo
E quando no final me desiludo
Apenas não conheço o tempo em paz
Assisto a derrocada deste sonho
E sei do quanto pude ser tristonho
E neste delirar já nada faz.

50494

O prazo terminando, a vida rege
O quanto não sabia nem buscava
Minha alma da emoção a mera escrava
O passo se anuncia quase herege,
E o tanto quanto pude não me traz
Sequer algum caminho em providência
A vida se mostrara sem ciência
E o medo noutra face é mais voraz
Acolho cada engodo em nova luta
Ainda quando a sorte em vão reluta
Desanimado sigo sem saber
O quanto do meu canto pude ver
A noite se anuncia bem mais bruta
E a morte se desenha, entardecer.

50495

Jogado sobre as pedras e somente
Vestindo o quanto pude não se quis
O tempo na verdade contradiz
O que meu coração apenas mente,
E soma do passado esta semente
Gerando dentro em nós o tempo gris
Mergulho aonde o nada me desdiz
E o verso se mostrara imprevidente
Um verso libertário não pudesse
Reger minha emoção em nova prece
Tampouco desenhar novo momento
E sem sentido algum já nada marca
A luta aonde o tempo dita a parca
Vontade em tal diverso complemento

50496

Vestígios de outros tempos na verdade
Expressam o que tento e não consigo
Ainda dentro da alma o desabrigo
Aonde o meu caminho se degrade
E quanto se traduz em realidade
E deixo para lá ou não prossigo
Vencido caminheiro em tal perigo
O prazo se mostrara em falsidade
Esqueço do meu mundo e me percebo
E quando noutro sonho este placebo
Desenha o que inda rege esta esperança
Marcando em tom atroz o que me resta
A vida adentra então em leda fresta
E o nada noutro passo não se alcança.


50497

Aprendo com apenas outro engano
E sei do quanto pude e não viera
Marcando o que deveras destempera
Gerando noutro passo o velho dano,
E não pudesse mais seguir profano
Trazendo no vazio esta quimera
E a luta sem sentido algum não gera
Sequer o quanto quero e não explano
O medo se mostrara mais constante
E nada do que possa se garante
Após a tempestade mais feroz,
Dos erros e delírios costumeiros
Apenas os cenários sem canteiros
E o rio se perdendo dentro em nós.

50498


Bebesse cada gole
Da vida em aguardente
Ainda se ressente
do quanto sempre bole
E o tempo no assole
Matando o imprevidente
Caminho onde se sente
A vida e já se atole
Engodos são comuns
Momentos sei de alguns
E nada me consola
Apenas meu vazio
Enquanto desafio
A dor entra de sola


50499


Bramindo com a fúria
De quem se fez audaz
A sorte não me traz
Senão farta penúria
E o todo desta incúria
Gerasse o que se faz
Matando o passo atrás
Da vida em tal lamúria
Perdendo a direção
Dos dias que verão
Apenas descaminhos
Meus passos sem sentido
O todo resumido
Em traços tão daninhos.

50500


Não quero novamente
Sentir o que se possa
E mesmo sendo nossa
A vida tanto mente
E a lua pertinente
Ousando além da roça
Vestindo esta palhoça
De prata iridescente,
Vestígios de outras eras
E quando me temperas
Com todo o teu encanto
Apenas o vazio
No fundo desafio
E o medo não garanto.

50481 a 50490

50481

A vida não pudera ser assim
E o tempo desenhasse novo rumo
Aonde com certeza eu não me aprumo
E morro um pouco mais dentro de mim,
O vento se moldara e sei que enfim
Da sorte sem caminho eu já consumo
Apenas o vazio e me resumo
No canto sem saber do quanto eu vim,
Em nada se garante o amanhecer
De quem já conhecendo o desprazer
Pudesse adivinhar outro lamento,
E quando mergulhasse no teu mar
Ainda quando pude navegar
O coração entregue inteiro ao vento.


50482


Ungida maravilha feita em glória
Presença de um amor que sem fronteiras
Desenha aonde o todo sempre queiras
Sem nada mais do quanto fosse escória,
Marcando cada passo na memória
Da luta entre diversas vãs bandeiras
E o marco mais audaz noutras roseiras
Gerando no final cor merencória,
Aromas em constante mutação
Os olhos na verdade não verão
Sequer a menor luz neste horizonte
E tanto se pudera ser assim
Matando o quanto resta dentro em mim
Ainda quando o tempo em vão desponte.


50483

Tentáculos da sorte nos tocando
E o prazo determina o fim de tudo
E quando no final me desiludo
O gesto noutro caos se anunciando
O mundo se desenha desde quando
O corte se anuncia e não desgrudo
Do ocaso aonde houvesse um tempo mudo
E nada mais pudesse desolando,
O cândido caminho não se dera
Jogando para longe a primavera
Marcando em consistência mais sombria
O todo desejado e nunca visto,
A sorte na verdade ora desisto
E apenas o tormento me traria.


50484

Respondes a quem tanto quis um mundo
Diverso do que existe ou mesmo crê
A vida se anuncia sem por que
E nisto em todo engodo eu me aprofundo
O velho coração de um vagabundo
A sorte sem juízo nada vê
E o tempo se mostrara sem um quê
De sorte ou de alegria, nauseabundo.
Escassas noites dizem do abandono
E o canto aonde enfim me desabono
Moldara dentro em nós o sentimento,
Audaciosamente sigo em frente
Ainda quanto mais a sorte eu tente
Apenas o vazio experimento.

50485

Jamais eu poderia acreditar
Em tantas ironias do destino
E sei do quanto possa e não domino
Sequer algum instante o céu e o mar,
Vagando sem saber onde ancorar
O prazo determina o que no ensino
Expressa o doloroso desatino
E mata a cada instante devagar,
Apresentando assim minhas escusas
Ainda quando em vão decerto abusas
Esqueço o meu passado e sigo a ti,
Do todo que eu quisera nada vindo
Apenas o momento enquanto blindo
O amor que bem já sei, não mereci.


50486

Sonhara com momento mais diverso
Do quanto poderia noutro sonho
E quando este tormento decomponho
Ousando neste passo em universo
A sorte desdenhosa hoje eu disperso
E bebo do cenário mais bisonho
Repare cada passo e quando enfronho
Esqueço ou mesmo alheio, desconverso.
Desprezas cada lavra do meu solo
E nada no final ainda assolo
Gerando a solidão invés da luz,
Apresentando ao fim de certo tempo
Somente o que inda trago em contratempo
E a sorte na verdade não traduz.


50487

Himeneu dos sonhos, fantasia
Gerando esta esperança sem sentido
E quando na verdade inda duvido
Do tempo aonde o nada mais viria
A luta se desenha em noite fria
O corte noutro passo resumido,
O prazo determina o distraído
Cenário aonde o canto se esvaía.
Bagagens que carrego dentro em mim
O tanto quanto possa traz no fim
Ultrizes cicatrizes de quem tanto
Vencido pelo ocaso em noite rude
Aos poucos com certeza desilude
Amordaçada voz já não garanto.

50488

Jogado pelas ruas, um mendigo
Apenas ledo pária não espera
Sequer quanto trouxe a vida fera
E nisto outro momento em vão maldigo,
Espreito e na verdade não prossigo
Ousando muito além do que pudera
Marcando a vida quando destempera
E gera após o medo o desabrigo,
Esqueço dos meus dias e permito
A vida se mostrando no finito
Caminho; aonde o pude desenhar
Depois de cada passo a se mostrar
No tempo mais audaz, duro granito
Trazido pelo sonho, devagar.

50489



A pútrida faceta da verdade
Sem nada que pudesse me trazer
Algum momento feito em tal prazer
E nisto o quanto resta a vida evade,
E o passo se desenha em claridade
No tanto sem sentido a se colher,
Ainda noutro rumo eu posso ver
O todo sem destino ou liberdade,
Alçasse dentro em nós novo momento
E quando no final ainda tento
Vencer a solidão e não consigo
Meu verso se calando sem sentido
O prazo determina o quanto olvido
E marco o sentimento em desabrigo.


50490

Não quero mais sentir a solidão
Nem mesmo outro momento tão venal
O corte se mostrara em ritual
Matando em nascedouro a geração
Os erros na verdade mostrarão
Apenas o caminho sem degrau
E o tanto que pudesse bem ou mal
Gerara no meu peito indecisão,
Ouvindo em noite clara um bandolim
O tempo se desenha dentro em mim
E visto a fantasia de um passado
Aonde fui feliz e não pensara
Na sorte mais audaz e a vida rara
Por onde sem temor e em paz invado.

50471 até 50480

50471

Ninguém já me traria algum sentido
Ao quanto se perdera sem alcance
E quando se percebe num nuance
O passo noutro encanto presumido,
Além do quanto pude e não duvido
O mundo se desenha e nunca avance
Ainda quando invento e já me canse
O resto se desenha desprovido,
Ocasionando a queda de quem tanto
Pudesse desejar o que garanto
Ser mais que meramente o caos e o fim,
Já nada mais comporta o velho sonho,
Apenas o que tanto decomponho,
Matando o quanto resta vivo em mim.


50472

Na ponta desta faca o fio, o corte
E o sangue se escorrendo a todo medo
E quando no final eu me concedo
Apenas o vazio se suporte,
Não pude mais conter a velha sorte
E o tempo desenhando em desenredo
O caos onde se vendo o mundo ledo
Sem nada que deveras me conforte,
Ainda quando pude acreditar
Nas ânsias e no tempo a se mostrar
Desnuda realidade em desafio,
O quanto se renega e nada vem
A sorte se apresenta muito aquém
Trazendo este momento mais sombrio.


50473

Há tanto o que fazer e nada tento
Somente perguntando a direção
Dos dias sem motivo que trarão
O velho e contumaz alheamento,
Mergulho noutro engodo e, desatento
A sorte se transcorre em negação
Depois de outros momentos se verão
O prazo em mais completo esgotamento,
A luta não termina e sei do quanto
Pudesse caminhar e se me espanto
A morte desdenhando algum futuro
Já nada mais conforta quem sonhara
E traz a solidão em noite amara
O tempo mais diverso além procuro.


50474

Contentamento igual já não veria
Quem tanto quis a paz e se aproxima
Da sorte mais diversa noutro clima
E morre a cada ausência em agonia,
A porta se mostrando sem valia
A vida não suporta o quanto prima
E gesta no final sem auto estima
A velha e mais cruel hipocrisia,
O verso sem sentido o tempo curto
O medo se deduz e quando encurto
O sonho em cenário degradante
A luta se aproxima do final,
Ainda se desenha em virtual
Caminho o que sequer a paz garante.


50475

Julgasse outro momento aonde eu tente
Vencer o quanto possa em rumo atroz
A vida se desenha e cala a voz
Daquele que pudera impertinente,
Vagando noutro instante, num repente
O mundo se desenha dentro em nós
O tempo desvendando a velha foz
Ainda quando o canto ora se invente.
Vencido pelo caos tão corriqueiro
As horas neste tempo, o derradeiro
Evadem dos meus olhos tantos sonhos
E os erros se acumulam neste fato
Destarte o descaminho hoje constato
Em dias mais ferozes e enfadonhos.

50476


Guardando-me do medo aonde um dia
O tanto quanto eu quis não mais sentira
A vida se propõe, dita a mentira
E o corte na verdade se veria,
A morte da mais bela fantasia
Espreita o passo atroz e nos retira
Do canto aonde a morte se prefira
Detendo com olhar em agonia,
Espero apenas isso e nada mais,
Ainda quando possa em temporais
Usar desta palavra: liberdade.
Meu mundo se aproxima deste ocaso
E o canto noutro tempo em vão atraso
E a solidão decerto nos invade.

50477

Havendo qualquer tom diverso e alheio
Vagando entre as escoras do passado
Meu dia noutro tempo já degrado
E o canto sem sentido não receio,
Espero a solidão e quando veio
O sonho num enredo desdenhado
Apresentando o caos no renegado
Cenário aonde em vão me devaneio,
Escusas não prometem novo canto
E o todo se mostrara e não garanto
Sequer alguma paz dentro de mim,
E assim ao me mostrar completamente
Aonde outro momento busque e tente
O rastro se seguindo até o fim.

50478

Já não mais caberia alguma sorte
A quem se fez aquém do quanto eu quis
E o tempo desenhando a cicatriz
Aonde o desvario não comporte
Apenas o meu mundo não conforte
Quem tanto se perdera onde desfiz
O corte da emoção pela raiz
E o vento se aproxima e dita o norte,
Apresentando o caos dentro do peito
Ainda que pudesse satisfeito
Negara qualquer rumo em desafio,
E nada mais tentara senão isto
E quantas vezes tento e assim desisto
Num átimo sem rumo em céu sombrio.


50479



A vida se desenha onde desarme
O passo ou mesmo o sonho em desencanto
E quando no final nada garanto
O todo se moldara em falso alarme,
A luta sem sentido ao revelar-me
Momento aonde o mundo dita o pranto
Resulto deste medo em desencanto
Sem nada que pudesse contentar-me.
Apenas o meu canto sem proveito
E nisto com certeza eu me deleito
Gestando a solidão dentro de mim,
Depois de tantos anos sigo só
Voltando ao mesmo estágio sendo o pó
Trazido pelo vento em pleno fim.


50480



Quisera apenas ter mais um minuto
E nada se veria de tal forma
Aonde a solidão já nos conforma
E nisto sem defesas não reluto,
O corte desenhando o medo e o luto
O prazo sem valia se deforma
E marca sem sentido a velha norma
E o canto poderia ser astuto,
Resulto deste insulto, solidão
E sei dos meus momentos que virão
Negando cada passo a quem se dera
Ousando ser feliz onde não há
Sequer outro caminho e desde já
Matando dentro em nós a primavera.

50461 a 50470

50461

Dos sonhos de esperança um peregrino
Adentra nas desérticas entranhas
E quando se percebem velhas sanhas
O tempo sem domínio desatino,
E perco a direção do cristalino
Cenário entre as diversas, grãs montanhas
E sei do quanto podes e já ganhas
Sabendo que me verdade eu me fascino,
Sem ter qualquer lugar onde ancorar
O parto se revela a desvendar
Ocasos entre casos, caos e medo
E quase ser feliz é o que pudera
Sentir em turbilhão a vida fera
O manto desvalido alheio e ledo.

50462

Efêmera vontade me assolando
E sei que no final já nada resta
Sequer o quanto pude noutra fresta
Tentar saber agora como e quando,
O mundo num instante desabando
O verso sem sentido não se empresta
Ao corte mais audaz e quando gesta
Os pensamentos vagam como um bando,
Pudesse discernir qualquer razão
Nos templos que os meus dias mudarão
Cenário iridescente sem proveito,
No quando poderia e não aceito
Apenas outro dia dita o não
E neste desenhar enfim me deito.

50463


O tempo traz a todo passageiro
O mesmo itinerário vida e morte,
No quanto se diverge então a sorte
Momento sem o qual tudo é ligeiro,
O caos neste tormento derradeiro
Aonde se desenha o nosso aporte,
Vasculho cada enredo onde suporte
As ânsias de meu canto costumeiro
Já não me negaria a ter além
Do pouco que em verdade sei que tem
A vida sem motivos ou razão,
Após a tempestade de verão
O outono se transforma em calmaria
E o fim após o inverno se veria.

50464

Deleitas com meus erros, e sei disso,
O manto se puindo a cada dia
Aonde novo passo se teria
O mundo traz este ar mais movediço
Apenas a alegria ora cobiço,
Embora seja simples fantasia
O tanto quanto eu pude e não viria
A vida perde aos poucos o seu viço.
Jogado nalgum canto desta sala
O tempo na incerteza me avassala
E gera tão somente a solidão,
Os tempos se aproximam do final,
O passo sem saber do ritual
Traduz diversidades da emoção.


50465

Num céu iridescente, esta esperança
Rondando cada estrela em brilho farto,
Aonde todo o sonho em vão descarto
E o tempo no vazio já nos lança,
A solidão deveras nos alcança
E tento o quanto possa e não reparto,
Ainda que pudesse novo parto
A vida não se livra da lembrança,
Aprendo com momentos mais diversos
E sei dos infinitos universos
Que a palma desta mão inda contém,
Depois de tanto tempo em solitária
Ausência de quem tanto se fez vária
Somente o nada ser nos faz refém.


50466

Desfazes cada passo que eu pudera
Ousar noutro momento sem sentido,
E o quanto se apresenta e já duvido
Marcando em sortilégio a primavera,
A noite noutra face destempera
E gera tão somente o que ora olvido,
O mundo noutro canto repartido
A luta sem temor dominando a era,
Esqueço dos meus cantos, sou lacaio
Do sonho e por ventura me distraio
Arcando com as pedras do caminho,
Ausência de esperança ou quase tanto,
Sementes do vazio hoje garanto,
Num velho e vão cenário tão daninho.


50467

Origens mais diversas, sentimento
Transcende ao quanto quis e não podia
A vida se transforma dia a dia
E um novo amanhecer suave, eu tento,
E quando no final eu me alimento
Do sonho feito em luz e fantasia
O quanto deste canto tocaria
O que em verdade sinto e até fomento,
Atormentando o passo sem poder
Arcar com o que pude merecer
Vencido pelo ocaso e pela dor,
Já nada poderia sendo assim
Iniciando agora o próprio fim
Sem nada que pudesse redentor.

50468

Passando pelos olhos de quem sonha
A vida se desenha de tal forma
Enquanto a cada dia se transforma
Por vezes mais feroz, mesmo bisonha,
E quando no passado o passo enfronha
A luta se denota em nova norma
E o peso a cada dia nos deforma
Sem nada que decerto ora envergonha
Quem tanto quis apenas liberdade
E o pranto no final mais forte brade
Mesquinhas noites dizem do futuro,
E o parto se negando em duro aborto
O canto se mostrara agora morto,
E apenas o vazio eu asseguro.


50469

Amor que contentasse um sonhador
Gerando dentro da alma a enorme paz
E quantas vezes sito onde faz
O tempo noutro rumo um escultor
Seguindo da maneira como for,
O passo desenhado mais audaz
E o coração deveras tão falaz
Gestando dentro da alma a fina flor.
Pendões entre diversas formas belas
E nisto a fantasia onde revelas
Traduz o quanto pude e mais queria,
Depois de certo tempo, sem mais nada
A sorte se mostrando desenhada
Aonde se renasce a fantasia.


50470

Ocupas todo o imenso pensamento
E sigo cada rastro que te visse
Amar e ter nas mãos esta crendice
Aonde o meu caminho eu alimento,
Entregue ao que se pôde em raro vento
Jamais outro momento inda se ouvisse
E nisto cada canto onde cobice
A sorte se propõe num raro alento,
Escuto este marulho e nos convida
Ao quanto se entregasse inteira a vida
Gerando dentro da alma a luz serena,
O tempo a cada instante, este mutável
Traduz o quanto possa ser arável
Embora seja agreste a vaga arena.

50451a 50460

50451

Ainda não pudera ver além
Do caos gerado em nós pelo vazio
E quando novo passo eu desafio
A vida se desenha em tal desdém
E o quanto na verdade não mais vem
Deixando para trás o desvario
O sonho se mostrasse mais sombrio
Marcando os dias todos que o contém,
Não tento adivinhar o que viria
E sei do meu caminho em agonia
Matando pouco a pouco o que me resta
Da sorte sem sentido nem razão
Alheio aos dias tantos que virão
Visão que inda carrego, mais funesta.


50452

O medo se aproxima de quem tenta
Sentir outro momento em festa e luz
E o quanto do meu passo não conduz
Senão à fantasia mais sangrenta
A luta se mostrara tão sedenta
Gerando no final o farto pus
E quando noutro rumo eu já me opus
A sorte se transforma e violenta,
Apenas poderia ser diverso
Do quanto acreditasse e sempre verso
Nos ermos de minha alma sem valia,
Ainda que tivesse algum alento
Produzo na verdade o alheamento
E o corte a cada instante se veria.


50453


Querendo caminhar em meio ao nada
Espero pelo menos algum cais
E sei dos desencantos, são normais
E a luta a cada instante desagrada,
Matando no que possa esta alvorada
Exposto aos mais terríveis vendavais
Os cantos noutros rumos mais banais
O errático momento dita a forma
Do quanto sem sentido a vida informa
E marca com terror o que mais pude,
Vestindo esta quimera, a solidão,
Apenas outros erros mostrarão
Caminho sem ter paz, audaz e rude.

50454

Exercitando o sonho nada veio
Sequer alguma imagem do futuro
E quando na verdade eu me asseguro
O mundo se desenha em devaneio,
O porte mais atroz dita o receio
E nisto a todo instante, mais escuro
O tempo com certeza não perduro
E bebo este sentido ou sigo alheio,
Escárnios entre risos e chacotas
E quando no final mais nada notas
Assentas dentro da alma a solidão,
Espúrio sentimento dita o quanto
E nisto noutro sonho não garanto
Sequer outros momentos que virão.

50455


Responde ao que pudesse sem sentido
E o nada se adensando no meu peito
E quando no final já não me aceito
O tempo a cada engano dilapido,
Cansado de lutar, nunca duvido
E sei da solidão quando me deito
Rondando sem sentido o ledo leito
Meu canto de esperanças desprovido.
O prazo sem prazer e neste ocaso,
A luta sem vitória e já me atraso
Resulto do que tanto desejara,
A lua se aproxima e rege o mar,
Aonde poderia caminhar
Apenas a emoção atroz, amara.


50456

Dos víveres diversos, prateleira
Dos sonhos não me trouxe este alimento
E quando no final ainda tento
Palavra aonde o nada enfim se queira,
A luta sem sentido, aventureira
Manhã enquanto possa em provimento
Do ledo desenhar escasso vento,
E nada se aproxima onde é ligeira
A lida não permite algum descanso
E quando no final a morte alcanço
Esvaio num segundo e sendo assim,
Depois de tanta noite em desafio,
A sorte diz do tempo mais sombrio
Ditame prenuncia o amargo fim.

50457


Tentara pelo menos um momento
De paz aonde nada mais havia,
Nem mesmo algum cenário em fantasia,
O mundo noutro passo desalento,
Esqueço o que pudesse pensamento
E morro a cada engano, poesia,
Navego pelo caos do dia a dia
E disto não cerzira o sentimento,
Apresentando ao fim o quanto trago
Dos erros procurando um mero afago
Divago sobre os tantos que inda vêm,
A luta se desenha em vã promessa
E o quanto na verdade recomeça
Apenas dita em nós tanto desdém.


50458

Unindo nossos passos eu pudera
Apascentar um pouco o quanto tenho,
A vida noutro rumo ou desempenho
Desenha com certeza amarga fera,
Gerando dentro em pouco o que se espera
E nada mais pudera enquanto venho
Presumo outro cenário e se desdenho
Meu canto na emoção atroz e fera
Repare cada estrela e veja além
O todo que em verdade sempre tem
Imenso sortilégio em poder crer
No errático caminho onde se vira
Apenas esta farsa, esta mentira
Matando num momento o amanhecer.


50459

Já nada poderia quem provenha
A vida em nova face ou mesmo ainda
Enquanto na verdade o tempo blinda
A sorte desenhando nova senha,
E quando com certeza não convenha
Marcar o que decerto ora se finda,
Risonho caminhar não mais deslinda
E o tempo a cada passo não contenha,
Esbarro nos meus erros contumazes
E sei que no final nada me trazes
Senão a mesma ausência de esperança
O caos se apresentando dentro em mim,
Meu barco naufragando dita o fim
Do quanto cada cais já não se alcança.


50460

Levasse algum alento a quem sofria
Talvez a minha vida já mudasse
E nesta nova fase, clara face
Do quanto se traduz em sintonia,
O prazo no final nada traria
Sequer o que pudesse e se notasse
Ainda que deveras desnudasse
A sorte noutra face, em fantasia,
Esqueço dos meus dias mais atrozes
E sei dos desafetos, ledas fozes
Resumos de outros tantos sem segredo,
E o manto se puindo nada traz
Sequer o que pudesse ser audaz,
E ao fim de cada passo eu me concedo.

50441 a 50450

50441

O canto da esperança não atinge
O sonho de quem fora mais atroz
E quando não se escuta a menor voz
O amor se desenhando qual esfinge,
Apenas do vazio ora se tinge
E segue sem destino, busca a foz
E o quanto poderia haver em nós
Sem ter qualquer alento, apenas finge.
Não veja mais o olhar de quem pudera
Numa expressão real e mais sincera
Pousar noutro momento mais tranquilo,
O quase se desenha noutro rumo,
E sei que no final tanto consumo
Enquanto solitário e em vão desfilo.

50442

O canto mais audaz e mais sublime
Moldando uma esperança plena e viva
A sorte noutro engodo já nos priva
Do quanto poderia e não redime,
Ainda quando o tempo quer e estime
A luta se mostrara mais altiva
E o nada no final tanto suprime.
Vagando sem destino por aí,
O todo sem saber eu já perdi
Mergulhos dentro da alma, reticente.
O prazo determina o fim de tudo
E quando sem sentido desiludo,
Apenas a tristeza enfim se sente.

50443

O canto poderia ser diverso
E nesta sintonia presumir
O todo noutro encanto num porvir
Gerado pelo amor, novo universo,
E quantas vezes tento ou mais disperso
Meu passo sem sentido a permitir
A queda que no fim sempre há de vir;
No caos gerado após último verso.
Avesso ao que pudesse novidade,
Ainda quando a vida se degrade
Sem medo do que possa e não teria,
A luta se desenha sempre ingrata
E o corte no final tanto maltrata
Enquanto gera inútil fantasia.

50444

Ao menos poderia acreditar
Nos tantos caminhares noite afora,
E o passo se apresenta sem demora
Mudando cada estrela de lugar,
Vencido pelas lendas ao luar
O vento num instante nos devora
E o verso sem sentido desancora
O barco aonde pude naufragar.
Restando muito pouco ou quase nada,
Esta alma noutro infausto também brada
E gera em discordância o quanto veio,
Ousasse acreditar noutro cenário
A luta num momento temerário
Traduz dentro de nós um tosco anseio.


50445


Nascendo do vazio, sigo vago
E tento caminhar entre tormentas
E quando no final não me apresentas
Sequer o que pudesse e já não trago,
Aonde se tentara algum afago
As horas são deveras violentas
E nestas fantasias mais sangrentas
O amor presume o fim, e assim divago.
Vestígios de outras eras? Não mais tenho,
O mundo se perdendo em ledo empenho,
Amortalhando o passo rumo ao nada,
A morte se aproxima e dita o quanto
Do todo poderia e não garanto
Senão a mesma luta que degrada.

50446

Negar qualquer alento a quem pudera
Sentir este momento em paz ou quieto
Ainda quando nada em mim completo
Matando a sorte turva e mesmo fera,
Ainda que pudesse ser sincera
A luta sem sentido dita o veto
De quem se fez atroz e em desafeto
Apenas o vazio então espera
Ao integralizar o sentimento
E neste descaminho eu também tento
Pousando levemente noutro rumo,
Aos poucos sem saber da melhor sorte
Sem ter quem no final já me conforte
Sementes da ilusão em vão consumo.


50447

No prazo aonde a vida determina
O quanto poderia e nunca veio,
Apenas desenhando este receio
O velho coração matando a sina
De quem já não conhece e se extermina
Pousando noutro engodo em devaneio,
O canto se aproxima e sem rodeio,
A luta na verdade não termina,
Esqueço os meus acordes e harmonia
O quanto no final já não teria
Acena com vazios dentro em mim,
O caos se gera então e nada vindo,
O todo que pudera ser infindo
Chegando sem defesas ao seu fim.

50448

Abrindo esta porteira: solidão
Ao menos pude ver alguma luz
E nada do que eu possa reproduz
Os dias que deveras volverão
Marcando dentro da alma a ingratidão
E quando na verdade assim me opus
O mundo desenhara em leda cruz
Somente as fantasias de verão,
O pranto se escorrendo a cada olhar
Pudesse na verdade imaginar
O rumo mais atroz e reticente,
Do prazo aonde o nada dita a regra
A luta a cada engodo desintegra
Cenário que deveras não desmente.


50449

O tempo já sem tempo não pudera
Adicionar o sonho a quem se deu
Vencendo dentro em pouco o que foi meu
Não tendo nem sequer o quanto espera
A vida se desenha mais austera
E o passo se aproxima mais ateu
E o quanto do meu sonho se perdeu,
Marcando com terror cada quimera,
Ainda quando pude acreditar
Nos ermos de minha alma a me tocar
Rondando o que inda tenho por viver,
Apresentando o caos a cada instante
A sorte sem saber nada garante
Nem mesmo o quanto pude amanhecer.


50450

Navego contra a fúria das marés
E sei dos descaminhos mais frequentes
Aonde na verdade tu te ausentes
E sigo tantas vezes de viés,
Apenas recolhendo estas galés
E nisto meus destinos já pressentes
Marcando com ternura em evidentes
Momentos a ventura por quem és,
E sei do prazo apenas limitado
E quando no final aquém me evado,
Espero novamente algum momento.
Perdido e sem sentido mais algum,
O todo se adensando traz nenhum
Cenário enquanto o sonho ainda tento.

50431 a 50440

50431

Não pude controlar esta vontade
De crer e de saber se ainda vem
O tempo mais audaz, mesmo em desdém,
Aquém do quanto possa na verdade,
A luta se desenha em ansiedade
O risco com certeza sempre tem,
E o passo se aproxima sem alguém
Que possa traduzir felicidade.
Expresso com ternura o verso e o sonho,
E o quanto de minha alma decomponho
Ousando noutro escasso caminhar;
Pudesse ser diverso do que somos,
A vida se desenha em vários gomos
E o mundo vejo aos poucos desabar.


50432

Não pude desejar senão a sorte
A quem se fez atroz e até mordaz,
A vida na verdade nada traz
Nem mesmo garantisse algum suporte,
Aonde houvesse o sonho como aporte
Deixando uma esperança para trás
O canto se apresenta mais tenaz
E o vento anunciando cada corte.
Numa expressão deveras promissora
A luta não traduz aonde fora
O quanto se quisesse e não podia,
Vencendo os meus enganos sigo em frente
E a cada novo passo que apresente
Eu passo a crer no amor qual regalia.


50433

Não pude nem sequer saber teu nome,
A sorte se escondendo a cada instante
O amor quando no fim nada garante
Aos poucos, sem defesas no consome,
E o todo se aproxima e nada dome
O ledo caminhar que doravante
Marcasse meu anseio degradante
E nisto esta emoção aos pouco some,
O caos gerado em nós, vazia rota
A luta no final já se denota
E noto este vazio dentro em nós,
A vida não permite outra saída
E quanto mais da dita se duvida
O rio se perdendo noutra foz.

50434

Não pude e nem decerto eu poderia
A luta na verdade em vão se queira
Amor ao se perder, leda poeira
Marcando com angústia a fantasia,
O todo se desenha em agonia
O corte anunciando esta bandeira
E nada do que pude ainda esgueira
Matando pouco a pouco em agonia,
A morte se aproxima e dela eu sinto
Apenas o calor em ledo instinto
Um ato sem proveito e necessário,
A marca da esperança tatuada
Na face desde quando em alvorada
O mundo muda o etéreo itinerário.

50435

Não pude desenhar sequer o quanto
Amor já me traria novo passo,
E quando algum momento ainda traço
O todo se apresenta em desencanto,
Ainda quando muito não garanto
Sequer o que pudera em tal cansaço,
Destarte este caminho que hoje faço
Escancarando o peito dita o pranto,
Mergulho nos vazios costumeiros
Tentando conservar velhos canteiros
E nada do que pude ainda trago,
A luta sem porvir, o medo e a queda
O passo sem destino hora se veda
E gera dentro da alma um canto vago.

50436


Não pude acreditar quando vieste
Trazendo em teu olhar a hipocrisia
O quanto deste sonho poderia
Ainda no final sincero e agreste,
O sonho noutro prumo não se empreste
Apenas nos restando a fantasia
A sorte se desenha, alegoria
De um templo feito em luz, claro e celeste,
Ocasionando a queda de quem tanto
Pudera noutro passo e se me espanto
Aproximando apenas do meu fim,
Esgoto o meu caminho em nada ser,
Marcando com temor e desprazer
O resto ainda vivo dentro em mim.


50437


Não pude nem sentir o teu perfume,
A noite não deixara qualquer marca
E o tempo quando o todo não abarca
Ao nada com certeza sempre rume,
E mesmo que pudesse por costume
Vencer a solidão, a vida é parca,
E quantas vezes; nada mais embarca
Sequer o quanto possa ou me acostume,
Esqueço os meus anseios, sigo só,
Do tempo sem ter tempo sou o pó,
A morte se aproxima lentamente,
E o tanto quanto quis e nada havia
Somente uma emoção em agonia
E a sorte num instante muda e mente.


50438

Não pude ter nos olhos horizonte
Diverso do que tanto procurei
Ao ver a mais sofrível, leda grei
Aonde meu caminho desaponte,
Resgato cada sonho em nova fonte,
E o tanto quanto quis e não terei
Ainda se marcando em regra e lei
Ousando noutro passo onde se apronte
Meu canto sem destino ou desafio,
Acende dentro da alma o mais sombrio
Cenário sem proveito e sensatez,
Destarte tantas vezes me perdi
Tentando inutilmente ver em ti
O quanto deste encanto amor não fez.

50439

Não pude nem sequer tentar a luz
Aonde o medo dita a escuridão,
As horas no futuro mostrarão
Apenas o que o vago reproduz,
O sonho sem saber nem mesmo o pus
Nos cantos mais audazes, velho chão
Tentando desenhar aos poucos grão
Do tempo sem destino, faço jus.
Não amo e nem sequer pudesse ver
Após o meu caminho esmorecer
Um átimo diverso do que tenho,
E quando neste engodo meu empenho
Açoda cada passo rumo ao farto,
O tempo sem ter nexo; ao fim comparto.

50440

Não pude e nem devesse ver além
Do quanto se quisera noutro engano
E sei que no final se me profano
Os erros do passado sempre vêm,
E o manto se desenha e segue quem
Traduz o mesmo corte em novo pano,
A morte na verdade um soberano
Caminho sem temor, medo ou desdém,
Esqueço dos meus dias quando tento
Vencer a profusão do imenso vento
E tanto quanto pude e nada veio,
Apenas reconduzo o passo aonde
O todo com certeza; jamais sonde
Além do mero ocaso em vão receio.

50421 a 50430

50421

Acende no meu peito esta esperança
Qual fosse tão somente a luminária
Aonde a vida mostre necessária
Enquanto esta canção agora amansa
O velho coração traz na lembrança
A vida noutra face temporária
E quanto poderia ser mais vária
A sorte se mostrara em aliança
Escassas horas dizem do futuro
E quanto mais deveras me asseguro
Do incauto caminhar em noite rude,
Apresentando apenas solidão
Os dias se desenham desde então
Aquém do que tentara ou mesmo pude.


50422

Acendo esta fogueira em noite fria
Junina maravilha em rara lua,
Ainda quando possa ou já flutua
Meu passo na verdade não viria
Deixando no passado a fantasia
Enquanto a sorte atroz não continua
Marcando cada passo além cultua
Gestando dentro em nós a poesia,
Aprendo com meus erros e somente
O próprio desvario não desmente
O rumo sem sentido nem proveito
Destarte sendo assim apenas isso,
O mundo mais audaz quando o cobiço
Traduz esta loucura onde me deito.


50423

Acendes esta lua no meu peito
E bebes da esperança mais sutil
O quanto na verdade não se viu
E nem sequer decerto ainda aceito,
Esqueço o meu caminho e me deleito
Aonde poderia ser gentil,
Embora a própria vida seja vil,
No fundo deste poço, enfim me deito.
Acordo sem saber da direção
Dos passos que talvez já não verão
Sequer a luz do sol, porão desta alma,
E o medo se anuncia após a queda,
E quando no vazio se envereda,
Incrível que pareça: isso me acalma.

50424

Acende dentro em nós esta vontade
De ser ou de tentar acreditar
Neste diverso mundo a nos tocar
Enquanto a própria sorte se degrade,
Apenas poderia em liberdade
Alçando novo tempo devagar,
Ao quanto pude então mesmo vagar
O sonho se transforma em tempestade,
Audaz momento diz deste futuro
Aonde o nada em nós eu asseguro,
Amortalhado sonho em tom venal,
Depois de cada instante sem saber
Do quanto a vida expressa algum prazer,
Meu canto se apresenta como um mal.

50425

Acendo os meus cenários neste gris
Momento aonde a vida não se traz
Senão numa faceta mais mordaz
Matando desde já o quanto eu quis,
Pudesse na verdade ser feliz,
E o corte se transforma e já se faz
Apenas o que possa e sigo atrás
Da sorte quando o tempo ora desfiz.
No foco da emoção, meu sentimento
Expressa o quanto quero e até provento
Fomentos do vazio deste engodo,
Somando os meus anseios e verdades
Ao mesmo tempo sinto quanto evades
Somente mera parte deste todo.


50426

Acesa dentro em nós velha emoção
Não mais nos caberia qualquer fuga
A sorte noutro passo em cada ruga
Do tanto quanto quis, mera expressão,
Os dias que decerto inda virão,
A solidão enquanto nos aluga
O tempo sanguessuga já nos suga
E deixa para trás o imenso vão,
Acordo após o tanto que sonhara
E vendo a noite imensa, intensa e clara
Razões para lutar encontro em nós
Do passo sem sentido me aproximo
E o quanto se desenha em alto cimo
Gerasse novamente um vento atroz.


50427

Acendendo o sonho, uma esperança
De um tempo bem melhor, já não vivido
Ainda quando pude sem olvido
Vagar enquanto a vida ao longe lança
A sorte desenhada em temperança
O passo sem saber se desprovido
Do canto com certeza dividido
Aguardo dentro da alma esta mudança
E o prazo terminando nada traz
Senão este caminho mais tenaz
E resolutamente sigo só,
O corte se anuncia a cada instante
E a vida no final nada garante
Futuro se resume em lodo e pó.


50428


Acesas as noturnas fantasias
Aprendo com meus erros, mas prossigo
E tento caminhar longe, contigo
Enquanto novos tempos me trarias,
Ousando nas diversas fantasias
O joio se espalhando neste trigo,
Desejo pelo menos um abrigo
E nada na verdade mostrarias,
Resulto deste vago pensamento
E quando no final ainda tento
Seguir sem ter sequer algum segredo,
Ao passo mais sublime não me nego
Embora prosseguisse quase cego
Aos sonhos mais audazes me concedo.

50429

Acendendo o pavio em noite escura
O ledo de uma sorte se adivinha
Aonde poderias ser só minha
A sorte noutra face se procura,
A vida no final não assegura
E mata o quanto pode e não mais tinha
Esqueça da esperança mais daninha
E trace a vida em luta, em amargura.
Acordos a cumprir diversas metas
E quando noutra cena me completas
Com toda esta certeza feita em luz,
Ao menos cri no tempo que viria
E nele ao me embeber de poesia
O passo noutro passo reproduz.

50430


Acendeste uma vontade aonde outrora
Já nada mais havia, nem momento
Aonde se pudesse o pensamento
E a sorte desditosa me apavora,
O quanto deste sonho não aflora
Gerando tão somente este tormento
E quando noutra fato em vão eu tento
A própria solidão já nos devora.
O caos se presumindo enquanto fiz
O rústico cenário, a cicatriz
Marcada a ferro e fogo, sem proveito.
Ao fim de certo tempo nada tendo,
Retalhos desenhando este remendo
E apenas no vazio eu me deleito.