sexta-feira, 19 de novembro de 2010

50471 até 50480

50471

Ninguém já me traria algum sentido
Ao quanto se perdera sem alcance
E quando se percebe num nuance
O passo noutro encanto presumido,
Além do quanto pude e não duvido
O mundo se desenha e nunca avance
Ainda quando invento e já me canse
O resto se desenha desprovido,
Ocasionando a queda de quem tanto
Pudesse desejar o que garanto
Ser mais que meramente o caos e o fim,
Já nada mais comporta o velho sonho,
Apenas o que tanto decomponho,
Matando o quanto resta vivo em mim.


50472

Na ponta desta faca o fio, o corte
E o sangue se escorrendo a todo medo
E quando no final eu me concedo
Apenas o vazio se suporte,
Não pude mais conter a velha sorte
E o tempo desenhando em desenredo
O caos onde se vendo o mundo ledo
Sem nada que deveras me conforte,
Ainda quando pude acreditar
Nas ânsias e no tempo a se mostrar
Desnuda realidade em desafio,
O quanto se renega e nada vem
A sorte se apresenta muito aquém
Trazendo este momento mais sombrio.


50473

Há tanto o que fazer e nada tento
Somente perguntando a direção
Dos dias sem motivo que trarão
O velho e contumaz alheamento,
Mergulho noutro engodo e, desatento
A sorte se transcorre em negação
Depois de outros momentos se verão
O prazo em mais completo esgotamento,
A luta não termina e sei do quanto
Pudesse caminhar e se me espanto
A morte desdenhando algum futuro
Já nada mais conforta quem sonhara
E traz a solidão em noite amara
O tempo mais diverso além procuro.


50474

Contentamento igual já não veria
Quem tanto quis a paz e se aproxima
Da sorte mais diversa noutro clima
E morre a cada ausência em agonia,
A porta se mostrando sem valia
A vida não suporta o quanto prima
E gesta no final sem auto estima
A velha e mais cruel hipocrisia,
O verso sem sentido o tempo curto
O medo se deduz e quando encurto
O sonho em cenário degradante
A luta se aproxima do final,
Ainda se desenha em virtual
Caminho o que sequer a paz garante.


50475

Julgasse outro momento aonde eu tente
Vencer o quanto possa em rumo atroz
A vida se desenha e cala a voz
Daquele que pudera impertinente,
Vagando noutro instante, num repente
O mundo se desenha dentro em nós
O tempo desvendando a velha foz
Ainda quando o canto ora se invente.
Vencido pelo caos tão corriqueiro
As horas neste tempo, o derradeiro
Evadem dos meus olhos tantos sonhos
E os erros se acumulam neste fato
Destarte o descaminho hoje constato
Em dias mais ferozes e enfadonhos.

50476


Guardando-me do medo aonde um dia
O tanto quanto eu quis não mais sentira
A vida se propõe, dita a mentira
E o corte na verdade se veria,
A morte da mais bela fantasia
Espreita o passo atroz e nos retira
Do canto aonde a morte se prefira
Detendo com olhar em agonia,
Espero apenas isso e nada mais,
Ainda quando possa em temporais
Usar desta palavra: liberdade.
Meu mundo se aproxima deste ocaso
E o canto noutro tempo em vão atraso
E a solidão decerto nos invade.

50477

Havendo qualquer tom diverso e alheio
Vagando entre as escoras do passado
Meu dia noutro tempo já degrado
E o canto sem sentido não receio,
Espero a solidão e quando veio
O sonho num enredo desdenhado
Apresentando o caos no renegado
Cenário aonde em vão me devaneio,
Escusas não prometem novo canto
E o todo se mostrara e não garanto
Sequer alguma paz dentro de mim,
E assim ao me mostrar completamente
Aonde outro momento busque e tente
O rastro se seguindo até o fim.

50478

Já não mais caberia alguma sorte
A quem se fez aquém do quanto eu quis
E o tempo desenhando a cicatriz
Aonde o desvario não comporte
Apenas o meu mundo não conforte
Quem tanto se perdera onde desfiz
O corte da emoção pela raiz
E o vento se aproxima e dita o norte,
Apresentando o caos dentro do peito
Ainda que pudesse satisfeito
Negara qualquer rumo em desafio,
E nada mais tentara senão isto
E quantas vezes tento e assim desisto
Num átimo sem rumo em céu sombrio.


50479



A vida se desenha onde desarme
O passo ou mesmo o sonho em desencanto
E quando no final nada garanto
O todo se moldara em falso alarme,
A luta sem sentido ao revelar-me
Momento aonde o mundo dita o pranto
Resulto deste medo em desencanto
Sem nada que pudesse contentar-me.
Apenas o meu canto sem proveito
E nisto com certeza eu me deleito
Gestando a solidão dentro de mim,
Depois de tantos anos sigo só
Voltando ao mesmo estágio sendo o pó
Trazido pelo vento em pleno fim.


50480



Quisera apenas ter mais um minuto
E nada se veria de tal forma
Aonde a solidão já nos conforma
E nisto sem defesas não reluto,
O corte desenhando o medo e o luto
O prazo sem valia se deforma
E marca sem sentido a velha norma
E o canto poderia ser astuto,
Resulto deste insulto, solidão
E sei dos meus momentos que virão
Negando cada passo a quem se dera
Ousando ser feliz onde não há
Sequer outro caminho e desde já
Matando dentro em nós a primavera.

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