sexta-feira, 19 de novembro de 2010

50451a 50460

50451

Ainda não pudera ver além
Do caos gerado em nós pelo vazio
E quando novo passo eu desafio
A vida se desenha em tal desdém
E o quanto na verdade não mais vem
Deixando para trás o desvario
O sonho se mostrasse mais sombrio
Marcando os dias todos que o contém,
Não tento adivinhar o que viria
E sei do meu caminho em agonia
Matando pouco a pouco o que me resta
Da sorte sem sentido nem razão
Alheio aos dias tantos que virão
Visão que inda carrego, mais funesta.


50452

O medo se aproxima de quem tenta
Sentir outro momento em festa e luz
E o quanto do meu passo não conduz
Senão à fantasia mais sangrenta
A luta se mostrara tão sedenta
Gerando no final o farto pus
E quando noutro rumo eu já me opus
A sorte se transforma e violenta,
Apenas poderia ser diverso
Do quanto acreditasse e sempre verso
Nos ermos de minha alma sem valia,
Ainda que tivesse algum alento
Produzo na verdade o alheamento
E o corte a cada instante se veria.


50453


Querendo caminhar em meio ao nada
Espero pelo menos algum cais
E sei dos desencantos, são normais
E a luta a cada instante desagrada,
Matando no que possa esta alvorada
Exposto aos mais terríveis vendavais
Os cantos noutros rumos mais banais
O errático momento dita a forma
Do quanto sem sentido a vida informa
E marca com terror o que mais pude,
Vestindo esta quimera, a solidão,
Apenas outros erros mostrarão
Caminho sem ter paz, audaz e rude.

50454

Exercitando o sonho nada veio
Sequer alguma imagem do futuro
E quando na verdade eu me asseguro
O mundo se desenha em devaneio,
O porte mais atroz dita o receio
E nisto a todo instante, mais escuro
O tempo com certeza não perduro
E bebo este sentido ou sigo alheio,
Escárnios entre risos e chacotas
E quando no final mais nada notas
Assentas dentro da alma a solidão,
Espúrio sentimento dita o quanto
E nisto noutro sonho não garanto
Sequer outros momentos que virão.

50455


Responde ao que pudesse sem sentido
E o nada se adensando no meu peito
E quando no final já não me aceito
O tempo a cada engano dilapido,
Cansado de lutar, nunca duvido
E sei da solidão quando me deito
Rondando sem sentido o ledo leito
Meu canto de esperanças desprovido.
O prazo sem prazer e neste ocaso,
A luta sem vitória e já me atraso
Resulto do que tanto desejara,
A lua se aproxima e rege o mar,
Aonde poderia caminhar
Apenas a emoção atroz, amara.


50456

Dos víveres diversos, prateleira
Dos sonhos não me trouxe este alimento
E quando no final ainda tento
Palavra aonde o nada enfim se queira,
A luta sem sentido, aventureira
Manhã enquanto possa em provimento
Do ledo desenhar escasso vento,
E nada se aproxima onde é ligeira
A lida não permite algum descanso
E quando no final a morte alcanço
Esvaio num segundo e sendo assim,
Depois de tanta noite em desafio,
A sorte diz do tempo mais sombrio
Ditame prenuncia o amargo fim.

50457


Tentara pelo menos um momento
De paz aonde nada mais havia,
Nem mesmo algum cenário em fantasia,
O mundo noutro passo desalento,
Esqueço o que pudesse pensamento
E morro a cada engano, poesia,
Navego pelo caos do dia a dia
E disto não cerzira o sentimento,
Apresentando ao fim o quanto trago
Dos erros procurando um mero afago
Divago sobre os tantos que inda vêm,
A luta se desenha em vã promessa
E o quanto na verdade recomeça
Apenas dita em nós tanto desdém.


50458

Unindo nossos passos eu pudera
Apascentar um pouco o quanto tenho,
A vida noutro rumo ou desempenho
Desenha com certeza amarga fera,
Gerando dentro em pouco o que se espera
E nada mais pudera enquanto venho
Presumo outro cenário e se desdenho
Meu canto na emoção atroz e fera
Repare cada estrela e veja além
O todo que em verdade sempre tem
Imenso sortilégio em poder crer
No errático caminho onde se vira
Apenas esta farsa, esta mentira
Matando num momento o amanhecer.


50459

Já nada poderia quem provenha
A vida em nova face ou mesmo ainda
Enquanto na verdade o tempo blinda
A sorte desenhando nova senha,
E quando com certeza não convenha
Marcar o que decerto ora se finda,
Risonho caminhar não mais deslinda
E o tempo a cada passo não contenha,
Esbarro nos meus erros contumazes
E sei que no final nada me trazes
Senão a mesma ausência de esperança
O caos se apresentando dentro em mim,
Meu barco naufragando dita o fim
Do quanto cada cais já não se alcança.


50460

Levasse algum alento a quem sofria
Talvez a minha vida já mudasse
E nesta nova fase, clara face
Do quanto se traduz em sintonia,
O prazo no final nada traria
Sequer o que pudesse e se notasse
Ainda que deveras desnudasse
A sorte noutra face, em fantasia,
Esqueço dos meus dias mais atrozes
E sei dos desafetos, ledas fozes
Resumos de outros tantos sem segredo,
E o manto se puindo nada traz
Sequer o que pudesse ser audaz,
E ao fim de cada passo eu me concedo.

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