segunda-feira, 15 de novembro de 2010

50101 até 50200

50101

Por ter no olhar apenas o passado
Seguindo pareado co’o futuro
Ainda quando posso me asseguro
Ou mesmo inutilmente tento e brado,
O canto se mostrasse mais ousado
E o passo sem limites, neste escuro
Caminho aonde em nada enfim, perduro
E tento novo tempo desenhado,
Acordos já rompidos, medo tanto
E quantas vezes; cego, ora me espanto
Marcando com mentiras dia a dia,
E o lago mais profundo da esperança
Esbarra nos meus erros, vida avança
Matando o que pudesse e resistia.

2

Já não comportaria qualquer luz
Sequer o quanto trago no meu peito
E vago sem sentido e insatisfeito
Enquanto amor sem nexo me conduz,
Espero qualquer queda e faço jus
Ao medo desenhado em qualquer jeito,
A sina configura o que ora espreito
Na luta pela qual em vão me pus.
Depois de certo tempo nada vindo,
Somente o quanto quero e sei que findo
Ousando no final desta partilha,
A vida sem proveito traduzisse
Além do que pudera em tal mesmice
E o velho coração sem paz não brilha.

3

Não quero e nem pudesse ser diverso
Momentos repetindo a velha história
Que guardo sem saber, triste memória
Usando para tal um simples verso,
E quando a noite chega; desconverso
Matando o quanto resta em luz inglória
A luta se renova e merencória
A lua traz o sonho que disperso.
Ocasos entre infaustos e temores
Seguindo tão somente aonde fores
Esbarro nos meus erros costumeiros
E sei dos meus anseios e pudores
Na ausência mais completa dos luzeiros
Os dias são decerto os derradeiros.


4

Ouvir o mar bramindo em plena areia
Na movediça espera por alguém
Que tanto quanto pode já não vem
E apenas solidão toma e rodeia,
A vida sem sentido, segue alheia
O corte se traduz nalgum desdém
E quando da esperança sou refém,
A lua jamais vira enorme, cheia,
Espero após a curva uma surpresa,
Mas sei que da ilusão sou mera presa
E nada se desenha no horizonte,
Apenas o vazio onde se dera
A falta do que fosse primavera
E o tempo noutro rumo desaponte.


5


Jogando com palavras, lavras minhas
E sei dos meus momentos mais felizes
Embora tantas vezes; contradizes
Usando as expressões duras, mesquinhas
E quantos olhos sei que ainda tinhas
Jogado sobre os medos, velhas crises
Os sonhos se desenham turvos, grises
E as tardes são deveras mais daninhas,
Espero anoitecer dentro do peito
E o marco se traduz e não aceito
Sequer a claridade que não vem,
Esbarro nos enganos de quem sonha
E quanto mais a vida é vã, bisonha
Procuro finalmente por alguém.


6

Ao crer possível ter em tuas mãos
Cenários tão diversos do passado,
O tempo pelo tempo carregado
Deixando neste solo raros grãos,
Adentra o teu futuro, invade os vãos
E o corte tantas vezes alegado
Agora se percebe noutro lado
Envolto pelos sonhos, noutros chãos.
Escreva no horizonte uma esperança
E tente conseguir onde se avança
Lutando contra a fúria das marés
E ao ver o quanto possa dia a dia
A noite no final já sorriria
Sabendo simplesmente quem tu és.

7

O amor regendo a vida de quem sonha
Pudesse transformar em alegria
O quanto se perdera ou não veria
Além desta figura mais bisonha,
O tempo se desenha e nada oponha
A quem pudesse crer na fantasia
E marque com ternura o dia a dia
Na melodia audaz, mesmo risonha.
E o vasto delirar tomando conta
Aonde a solidão se desaponta
E traça ao fim de tudo novo sol,
Ainda que isto seja quase utópico
A vida se traduz em novo tópico
E toma com clareza este arrebol.

8

Aprendo a caminhar entre os espinhos
E sei dos meus anseios quando vejo
A curva desdenhosa de um desejo
Marcada por momentos mais mesquinhos,
E tento acreditar em novos ninhos
No canto sem temor onde dardejo
A seta da esperança num sobejo
Cenário aonde os tempos brindam vinhos.
Esqueço os meus enganos, tento além
E sei do quanto possa e sempre vem
Tomando com firmeza este horizonte,
Meu mundo se aproxima do que eu quero
E tendo esta certeza, ao ser sincero
A vida se transforma em bela fonte.

9

Errando sem sentido no planeta
Aonde a vida brota imensamente
O quanto do passado se apresente
A cada novo engodo que eu cometa,
Ainda quando a sorte se arremeta
E gere o que pudesse em nossa mente,
A luta na verdade não desmente
A luz adentra calma em cada greta.
As sendas mais ferozes e sombrias
Nas quais tantas palavras; mostrarias
Jazendo noutro canto em dor e tédio,
Meu mundo se aproxima do que eu quis
E posso até dizer que sou feliz,
Enquanto encontro a paz, sacro remédio.

50110

Um verso se traçando em paz imensa
E o vento contrapondo cada engano
O rumo se desenha sem um plano
E a própria natureza me convença
Da sorte mais audaz em recompensa
O canto não traduz este profano
Momento onde em verdade se me dano
A noite já prossegue amarga e tensa.
Esgoto os meus cantares noutro rumo
E quando no final não mais assumo
Sequer o quanto pude ou mais queria,
A luta se desenha sem sentido
E quando cada engano agora olvido
Apenas resta viva a fantasia.

50111

A falta de horizonte pode ser
A causa desta vaga imagem rude
E nisto quando a vida desilude
E impede qualquer tom no amanhecer
Expressa a solidão e passo a ter
Diversa ou insensata magnitude
Do quanto poderia e nada mude,
Matando o quanto resta sem saber,
O ocaso se aproxima num segundo
E quando do vazio enfim me inundo
Gestasse alguma luz onde não há,
Depois de certo tempo sem meu norte
Nem mesmo quem deveras me conforte,
O tempo se destroça desde já.

12

Quisera ter apenas um momento
Aonde a vida trague novo rumo
E quando no final, tudo eu resumo
Ou mesmo noutro passo ainda tento
Vencer o mais temível sofrimento
Tentando desenhar um novo prumo,
A vida se desdenha em pleno sumo
E marca com temor meu pensamento,
Recolho meus frangalhos, sou escória
E o tempo se transforma em luz inglória
Galgando esta satânica ilusão
E o caos se aproximando dos meus versos
Matando os dias toscos e submersos
Nas sendas da temida ingratidão.

13

Qualquer momento traz nova expressão
De um tempo aonde a sorte poderia
Gerar além do quanto a fantasia
Traduz noutro momento, mesmo em vão
Decerto novos dias me trarão
Apenas o que possa a poesia
E nesta solidão, meu dia a dia
Impede qualquer nova direção,
E o cântico de outrora sem sentido
Ainda quando busco ou já me olvido
Não pôde redimir cada promessa
E o tempo se desvenda num segundo
E quando no vazio eu me aprofundo,
O todo sem destino em vão tropeça.

14

Quisesse pelo menos teu afeto
E o temporal talvez inda aplacasse
A vida se desenha em tal impasse
E o passo noutro rumo não completo
O prato tantas vezes predileto
O manto se tecesse e se moldasse,
Trazendo da esperança a nova face
Aonde o meu caminho em paz repleto.
Esqueço da poética loucura
E tento a caminhada mais segura
Após as quedas tantas que inda trago,
Depois de certo tempo nada veio
E o olhar traduz apenas tal receio
Na falta mais completa de um afago.


15

Quedando sem ninguém em noite vaga
O passo se perfila sem sentido,
E o quanto do passado ainda olvido
No corte feito em dor, cruel adaga,
O peso desta vida que se traga
Na fonte ou no engodo resumido,
O prazo exterminando o que divido
E o pensamento tolo em vão divaga.
Acrescentando ao nada que hoje sou
O pouco que em verdade me restou
Já nada mais consigo senão isto:
Meu mundo desabando a cada instante
E o fim deste cenário se adiante
E sem porto seguro, enfim desisto.


16


Quando tu te aproximas dos meus passos
E vejo tua face em riso irônico
O amor que inda pudesse ser um tônico
Traduz momentos duros, mesmo escassos,
E os olhos se perdendo sempre lassos
O olhar se desenhando em vão e agônico,
O prazo terminando desarmônico
E os versos transcrevendo os meus cansaços.
Dos traços mais comuns já nada resta
Somente a mesma face tão funesta
De quem se quis além do que coubera,
Aprendo com meus erros e prossigo
Sabendo a cada curva do perigo
Atocaiada morte, vã quimera...

17


Queimando dentro da alma a solidão
Escalo os meus segredos sem sentir
O quanto na verdade do porvir
Traduz os dias tolos que verão,
Apenas novo tempo em estação
Diversa da que tento resumir
E vendo o meu passado a se exprimir
No todo sem caminho ou direção,
Escassas noites ditam meu futuro
E quando no vazio eu me asseguro
Matando qualquer forma de esperança
A luta não cessando recomeça
E embora tantas vezes tenha pressa
A própria fantasia ora me amansa.

18

Quando puder seguir em noite clara
Vencendo os meus antigos medos, creio
No todo que pudesse sem receio
E a sorte se desenha e se prepara,
Traçando esta emoção que se declara
E o peso noutro rumo em devaneio
Trazendo o quanto pude e me incendeio
Na luta que deveras se escancara,
O prazo determina o fim de tudo
E sei que no final somente iludo
O rústico tormento que há em mim,
E o pranto derramado em ar sombrio
Gerando o quanto quero ou desafio
Marcando desde o início o meio e o fim.

19

Querências tão diversas; reconheço
E sei do quanto pude e não teria
Senão a mesma face da agonia
Que sabe já de cor meu endereço
Amor sempre se fez ledo adereço
Do quanto se desenha em fantasia
E o caos se aproximando me traria
Somente novamente outro tropeço.
Unindo meu passado com o teu
O rumo sem saber já se perdeu
E o prazo determina o fim de tudo,
Depois de certo tempo já não cabe
Sequer o quanto tento e até desabe
E sei que novamente assim me iludo.

20


Quisera ser feliz. Ah quem me dera!
O tempo corresponde ao nada e enfim
O quanto ainda trago vivo em mim
Matasse, há muito tempo, a primavera
Podendo ser além da vida mera
O corte se aproxima e dita o fim
Do todo imaginário de onde eu vim,
E a sorte noutro canto destempera
Ouvindo esta promessa inutilmente
O canto se aproxima e sempre tente
Vencer com mansidão cada guerrilha,
O amor já não cabendo mais no olhar
A vida se transforma a divagar
E a solidão deveras, o amor trilha.


21

Espero qualquer chance de poder
Ousar noutro momento e mesmo assim
O quanto se traduz em vão jardim
Impede cada sonho florescer,
O manto se traduz no alvorecer
Matando com terror o que há em mim
E o verso se desnuda sempre assim,
Moldando o que jamais pudesse ver,
Espero alguma luz onde não há
A poesia fosse algum maná
E o canto se trouxesse em tom suave
Sem nada que pudesse inda tramar
Esbarro nos anseios de um luar
E a vida se desenha enquanto entreve.

22

Entraves tão comuns de quem procura
Vencer a solidão e crer no tanto
Aonde o meu caminho em desencanto
Gerasse muito além desta amargura,
A vida tantas vezes nos tortura
E traz o quanto quero e não garanto
E quando no final eu já me espanto
Bebendo com terror esta loucura,
Esqueço muitas vezes da promessa
E o tempo sem ter tempo recomeça
Vagando sem sentido ou direção,
Um tempo em contraluz ainda vejo
E bebo a sensação de um vão lampejo
Marcando os dias sonho em emoção.

23

Emoção tão diversa da verdade
Explode nos meus olhos sem sentido,
Ainda quando mesmo além duvido
O rumo a cada passo desagrade,
Impede a luz solar e a claridade
Morrendo o quanto pude em desprovido
Momento sem saber do quanto olvido
Ou mesmo se aproxima em realidade,
O caos gerado em mim dita a futuro
E o prazo na verdade eu asseguro
Gerando esta ilusão em mero sonho,
O amor que tanto quis já nada dita
A sorte se mostrara então finita
Neste caminho tolo ou enfadonho.

24

Enfadonhos momentos onde um dia
A luta sem porvir já não passasse
De apenas outro rumo em cada impasse
E nisto a noite volta mais sombria,
O passo noutro rumo se daria
E o canto mais atroz não mais calasse
A voz de quem se mostra em nova face
Deixando para trás esta agonia,
Esgarças com teus laços os meus sonhos
E os passos entre nada são medonhos
Na morte encontraria a paz suprema,
E o quanto não se deixa perceber
Gerando no vazio o apodrecer
Enquanto a vida adentra e assim se extrema.

25

Extrema fantasia dita o quanto
Pudesse noutro rumo desenhar
A sorte que tentara, devagar
E nisto a cada engano mais me espanto,
O corte se aprofunda e não garanto
Sequer o que pudesse desenhar
Marcando esta promessa a divagar
Gestando meu caminho em desencanto,
E nada se aproxima do que eu quero
Tampouco outro momento mais austero
Vencido pelo ocaso onde se lança
A vida sem saber do quanto pude
E a luta se desvenda amarga e rude
Matando desde já minha esperança.

26


Esperança diversa da que trago
Ousando com ternura novo sol,
Ainda quando luto mesmo em prol
O tempo noutro engodo segue vago,
O rumo preparando em seu afago
Apenas o que tento num farol,
Alheio ao quanto pude; girassol,
Sem ter caminho algum, teimo e divago.
Aprendo com a dor, isto é comum,
Dos tantos desenganos mais nenhum
Gerando dentro da alma a fantasia,
E o caos se aproximando sem defesa
Do amor e da ilusão somente a presa
Que tudo no final esperaria.

27


Esperaria ao menos um momento
Aonde a minha vida bem pudesse
Vencer o quanto quer e ter a messe
Que sei já tão diversa do que eu tento,
A luta se desenha em sofrimento
E o corte sem sentido nada tece
Senão a mesma dor que me embrutece
E gera outro caminho desatento.
Espero conseguir o quanto quero
E tento nesta forma ser sincero
Embora seja fero o caminhar,
Depois de tanto tempo em vaga luta
A sorte na verdade não reluta
E sinto o meu temor a me espreitar.

28

Espreitar os desejos e não ter
Sequer aonde um dia descansar
Meu canto se aprofunda no teu mar
E o mundo se desdenha sem prazer,
O quanto poderia enaltecer
O verso sem sentido a nos rondar
E o gesto tão diverso a se tocar
Gestando dentro da alma o bem querer,
Escuto a voz de quem se fez além
Do todo quando muito ou nada tem
Medonha face em noite decomposta,
Assim ao se entregar sem mais detalhes
As horas sem saber quanto batalhes
E a solidão a cada passo exposta.

29


Exposta esta fratura nos meus dias
E nada mais coubera senão isto
E quando no final, teimo ou desisto
As horas noutras tantas me trarias
E vendo aonde o canto redimias
O tempo sem ter tempo algum, previsto
Esbarra no caminho tão malquisto
E o peso se transforma em agonias.
Gerando cada ocaso após a queda
Ainda quando o nada se envereda
Marcando com constância o passo em vão
O tanto se renega ou mesmo anseio
Vagando por destino mais alheio
Aos sonhos de uma luta, ebulição.

50130

Ebulição traduz o que ora sinto
E gera novo passo ao fim de tudo,
E quantas vezes sei que em vão me iludo
Embora acreditasse agora extinto
O amor quando em verdade além do instinto
Expressa o quanto tento após; contudo
Meu canto noutro infausto eu amiúdo
E o sonho se moldando em paz eu tinto,
Escravo da esperança sigo alheio
Ao quanto poderia e não receio
Vagando em noite atroz o quanto sou,
De toda a serventia feita em luta
A sorte muitas vezes não me escuta
E apenas o não ser hoje restou.


31

Restou do nosso caso tão somente
O medo e nada mais do que a lembrança
O sonho sem proveito já se cansa
E mata da esperança uma semente
E quando no final nada se sente
Talvez o quanto toque sem fiança
Demonstre a mais dorida e sem pujança
Diversa sensação que enfim nos mente.
O prazo determina o fim de tudo
E quando no final me desiludo
Deixando para trás o quanto pude
Sentir outro momento em sorte vária,
A luta que se trava, solitária
Expressa este caminho atroz e rude.

32

Rude; esta caminhada noite afora
E o tempo se desdenha ou se profana
A sorte tantas vezes desumana
E o canto noutro rumo me apavora
A morte a cada passo desancora
E gera o quanto dói e desengana
Na luta sem sentido e quase insana
Apenas o passado em vão se ancora;
Escondo os meus alentos noutro rumo
E quando na verdade eu me consumo
Ausente da alegria ou de um afeto,
Somente do não ser e não poder
Ainda se transforma o meu querer
E em morte e solidão eu me repleto.

33

Repleto de ilusões, meu peito vaga
Sentindo este bafio, dura fera
A noite tantas vezes destempera
E o canto sem proveito vira adaga,
A luta quando muito não me traga
Sequer o que pudesse noutra esfera
E o tanto quanto quis nada mais gera
E a fera no non sense agora afaga.
Presumo algum alento e nada veio,
Somente o meu desejo quase alheio
Ao todo que pudera e nunca vira,
O sonho se aproxima do final,
O tempo que buscara em ritual,
Aos poucos noutro enfado se retira.

34

Retira dos meus olhos claridade
E o prazo determina o fim do sonho,
E quando no final nada componho
A vida se traduz nesta saudade,
O canto no final em liberdade,
O tempo que pudesse mais risonho
Ao quanto no total já não me oponho
Expressa a solidão que agora invade.
Esgarça alguma voz dentro do peito
E quando no final já nada aceito
Sequer o quanto houvera em alegria
O prazo determina o fim do canto
E mesmo solitário nada garanto
Nem mesmo o que jamais me restaria.

35



Restaria somente alguma luz
Depois de tanta turva noite em vão
E o quanto se mostrara imprecisão
No todo sem sentido me conduz,
Ao menos poderia fazer jus
Aos ermos de meu velho coração
E o tempo dita os dias que verão
Apenas o que trago em mera cruz,
Jogado nalgum canto e sem sentido
O rumo sem saber agora olvido
E bebo deste cálice medonho,
E quantas vezes; pude mais risonho
Um ato sem proveito ou mesmo aquém
Do quanto sou do amor mero refém.

36

Refém dos meus enganos tão somente
O prazo determina o fim da rota
E o canto aonde o tempo não mais brota
Decerto no final ainda mente,
Esbarro no que possa e não freqüente
A luta sem sentido nunca esgota
Amar já não teria qualquer cota
E nisto se concorda plenamente.
O manto se produz em noite clara
A luta noutro rumo se escancara
E o tanto quanto quero em raro sumo,
Dos erros mais comuns do dia a dia,
A vida no final nada traria
E além do quanto pude, eu tento e rumo.

37

Rumo ao mais diverso temporal
Pousando nas estâncias do passado
O tempo sem destino, amarrotado
O corte como fosse um ritual,
Negando cada passo sempre igual,
O todo sem sentido algum invado
E o prazo há tanto tempo desenhado
Nas tramas do meu canto diz final.
O prazo sem sentido algum me ronda
A vida se apresenta como sonda
E invade cada parte de minha alma,
Nem mesmo a fantasia agora acalma
Quem tanto poderia acreditar
Nas ânsias do momento a ruminar.

38

Ruminar e acreditar numa resposta
Depois de tanto tempo sem certeza
Ousando caminhar sem ter surpresa
A vida na verdade nos desgosta
E o quanto poderia se reposta
Ou mesmo me invadindo quando ilesa
Podendo desenhar na correnteza
A luta sem proveito decomposta,
Aprendo com meus erros e prossigo
Vencido em mais completo desabrigo
Retrato tão somente o desamor,
Ainda quando pude acreditar
A sorte sonegando algum luar
Lutar e no final nada repor.

39

Repor os meus anseios do passado
E ver o quanto dita este futuro
Aonde na verdade eu asseguro
O mundo se aproxima em ledo enfado,
O quanto do meu canto agora invado
Moldando o dia amargo e sempre escuro,
A luta no final já nem procuro,
Porém a cada instante eu me degrado.
Alheio ao meu caminho em tom feroz
Já nada mais condiz ou mesmo após
O frágil desenhar da noite em vão,
E o todo se aproxima do final
Matando este cenário em ritual
Tentando sem sentir a redenção.

40

Redenção aonde fora mais cruel
O passo sem sentido e sem razão
O medo na verdade é decisão
Gerada pelo infausto em ferro e fel,
Olhando para trás esqueço o céu
Nem mesmo outros caminhos se verão
Nadando contra a fúria em direção
Ao quanto poderia em novo véu.
O medo se anuncia incerto ou rude
E o tanto quanto possa em atitude
Expressa o meu delírio onde se evade
Meu canto se iludindo noutro engano
Apenas desenhando onde me dano
A vida nesta vã totalidade.


41

Totalidade expressa o sentimento
No qual ao me entranhar pudesse ver
O tanto quanto sinto esmorecer
E gera outro cenário onde me invento,
Espero e me aprofundo estando atento
Enquanto poderia converter
Meu canto noutro rumo ou me perder
Tocando dentro da alma o sofrimento,
Espero após a queda o que inda venha
E trame novo tempo após a queda
A luta sem sentido agora veda
O quanto poderia ser feliz,
Escassas noites dizem do abandono
E quando da incerteza enfim me adono,
O tempo desenhando o que eu não quis.

42

Travessas do passado ou avenidas
Expressam outros tempos mais doridos
E quantas vezes ditam esquecidos
Momentos entre becos sem saídas
E quando dos meus sonhos tu duvidas
Marcando com terror os presumidos
Caminhos entre tantos destruídos
Deixando cicatriz em nossas vidas.
Espero alguma luz e sei não há
Sequer o que talvez ou desde já
Pudesse adivinhar a direção
Do passo rumo ao fim e sem promessas
E quando no final tanto tropeças
Pressinto o quanto fora sempre em vão.

43

Tentáculos da sorte mais atroz
Gerando esta mortalha que ora teces
E sei do quanto inúteis são as preces
O tempo calaria a nossa voz,
Do pouco que inda resta ou mesmo após
A luta sem sentido aonde esqueces
Os rumos variados que obedeces
Os templos destruídos dentro em nós,
Quisera adivinhar o quanto tento
E sei do meu completo alheamento
Sem nexo sem verdade, sem caminho,
E quando me entregara ao canto rude,
O prazo no final me desilude
E apenas no vazio enfim me alinho.

44

Tentara ser feliz, isto me basta,
A sorte não produz o resultado
Que eu quero e na verdade se me evado
A luta se mostrando agora gasta,
A noite se aproxima e tão nefasta
Deixando para trás o quanto invado
E mata sem saber qualquer recado
Meu passo dos teus passos já se afasta.
Esqueço cada engano aonde pude
Viver sem mais sentido ou atitude
Marcando em ilusões o meu tormento,
E quando no final pressinto apenas
As horas onde tanto me envenenas
Inúteis noites claras; busco e tento.

45


Tramando a cada passo uma saída
Depositando o sonho no vazio
Aonde poderia e não mais crio
A luta sem sentido e desprovida
Da sorte muitas vezes distraída
O corte noutro tempo eu desafio
E sei do mais completo desvario
Tocando mais profundo a nossa vida,
Esqueço a sorte quando em vã promessa
A vida sem sentido recomeça
E gera outro cenário dentro da alma,
Nem mesmo uma esperança ainda acalma
Quem tanto quis viver e não soubera
Vencer a tempestade, dura fera.

46

Tempestas são comuns a quem pudesse
Tentar acreditar noutro momento
E sei do quanto busco ou mesmo invento
Gerando depois disso a tosca messe,
O rústico cenário se obedece
E o manto se moldando em alimento
Diverso do caminho enquanto tento
E o todo noutro instante a vida esquece.
Respondo ao quanto pude em vendaval
E o passo se desenha em ritual
Marcando com terror o verso duro,
E após o nada ver ou mesmo crer
Espero sem proveito o alvorecer
No quanto sem firmeza eu me procuro.

47


Tocando a lua com meu pensamento
Pousando no satélite emoção
As horas na verdade moldarão
Aquilo que decerto não mais tento,
Ainda que pudesse o sentimento
Rondar outro caminho, embarcação
Agindo de tal forma a solidão
Traduz o quanto possa alheamento.
E o braço se pendendo sem destino,
O canto deste sonho cristalino
Esboça o fim de caso, mata a sorte,
E apenas poderia ser diverso
O quanto se aproxima em novo verso
Do todo que deveras não comporte.

48

Tornados invadindo o meu caminho
E o pranto se desenha em minha face
Ainda quando o sonho emoldurasse
Eu sei do quanto sou mero e mesquinho,
Presumo cada passo ou adivinho
O todo quando o nada se mostrasse
E o rústico cenário não mais trace
Sequer o quanto pude ser daninho.
Inverto a direção e sigo aquém
Do quanto poderia e nada vem
Nem mesmo a velha sombra de um passado
Já tanto sem ternura ou mesmo atroz
Calando da esperança a minha voz
E nisto novamente em dor degrado.

49


Traçados tão diversos desta vida
Levando ao mais completo desalento
E quando alguma luz dispersa invento
A noite no final me dilapida,
A sorte desenhando esta ferida
E o canto se perdendo em ledo vento,
Apresentando o canto em sofrimento
A morte me apresenta a despedida.
Escassas luzes vejo após o fato
E o tempo sem juízo não resgato
Amordaçando o sonho que tivera
E o nada desdenhando o meu porvir,
O quanto poderia resumir
Transcende mesmo à tola e vã espera.

50150


Trigais entre diversos sonhos vãos,
Mergulho nos meus ermos, nada veio
E o tempo se desenha em tal receio
Matando em ledo aborto tortos grãos
Os olhos se traduzem noutros nãos
E o passo se presume em devaneio
O quanto recolhesse sem receio
Jamais fecundaria os duros chãos,
Esqueço qualquer passo e sigo em volta
Da luta que traduz medo e revolta
Soltando esta palavra em vento e medo,
Ao corte mais atroz já me entregando
O mundo se mostrara desde quando
Apenas ao vazio eu me concedo.

50151

Unindo cada passo rumo ao tanto
Deveras poderia muito mais
Do quanto na verdade não contrais
E vence o que pudesse e não garanto
O mundo se desenha em tal quebranto
Marcando com temores, vendavais
E os dias se desvendam magistrais
Aonde o pensamento eu tento e canto
Esqueço dos meus erros e presumo
O todo se tornando em raro sumo
Insumo da esperança, uma alegria
O caos se transbordando a cada instante
No fundo o meu cenário não me encante
Bisonha madrugada amarga e fria.

2


Unicamente sigo até o fim
O passo que pudera adivinhar
Gerando o quanto quero e sem lutar
A vida não renasce dentro em mim,
O corte se aproxima e sei que enfim
Depois de tanta noite sem luar
Bebendo em tua boca a divagar
O tempo se desnuda e dita o sim,
Esqueço o quanto pude e nada houvera
Senão a mesma noite em primavera
Matando o meu momento em ledo fato,
E quando se aproxima o fim do jogo
Ainda que pudesse em sonho e rogo
O tanto quando vem já desacato.

3

Ultrizes madrugadas, solitárias
E os tempos se aproximam do final,
O risco se desenha e sei do mal
Que a vida me traria em noites várias,
Os sonhos de quem ama, vidas párias
Os templos desabando, mesmo normal
Desenha dentro da alma o vendaval
E nele minhas luzes temporárias.
Jorrando dos meus olhos, lacrimejo
E tento vicejar cada desejo
E nada se consegue após o fato,
E o rumo se aproxima de algum erro
Do tanto que pudera em vão desterro
Apenas desengano ora retrato.


4

Ungida caminhada rumo ao quanto
Pudesse em liberdade adivinhar
O mundo na verdade a se mostrar
E nisto em todo passo eu mais me encanto
Vestindo a solidão em desencanto
A vida se renega ao desejar
Além do que pudesse algum lugar
E nisto nada mais tento ou garanto,
Escassas noites dizem do passado
E o preço na verdade já cobrado
Com juros sem sentido e nem razão
Meu medo se transforma em consonância
E o corte noutro passo, intolerância
Da vida num engano, uma expressão.

5

Urdindo uma saída onde não há
Sequer a menor sombra do futuro
O passo quando infausto; em vão procuro
A vida renegando algum maná
O tempo se aproxima e desde já
O quanto não resumo ou asseguro
Vagando sem destino em tempo escuro
O sol desta esperança não virá.
E o canto se perdendo sem sentido
Aonde nada resta e até duvido
Do prazo que me deste e nada mais,
Invento alguma luz e sinto ainda
O quanto da alegria já não brinda
Exposta aos mais diversos temporais.

6

Umbrais abertos dizem da esperança
Que tanto quis e nunca poderia
Vencer a solidão leda e sombria
Enquanto a morte atroz domina e avança.
O mundo sem sentido ou temperança
A sorte noutro engodo me traria
Apenas o que resta em fantasia
E o manto se desnuda em confiança
Esqueço qualquer passo rumo ao caos
E os dias são deveras vãos degraus
Unindo cada encanto ao quanto é rude,
Mergulho nos sofismas do passado
E sei do quanto possa e já degrado
Enquanto a solidão me desilude.


7

Uníssona vontade nos tomando
Gerando o caos aonde nada houvera
E sei do meu caminho enquanto a fera
Expressa a solidão em ar nefando,
O quanto poderia desde quando
A morte na verdade destempera
E o sonho se adentrando nada espera
Somente o meu caminho desviando.
Escassas luzes dizem do futuro
No amanhecer apenas asseguro
O fim de um velho ciclo em minha vida,
Depois de tanto tempo, indecisão
Apenas outros erros se verão
Causando a morte atroz e dolorida.


8


Um dia sem resposta, a noite vaga
O corte se apresenta feito escara
E o nada na verdade se prepara
Enquanto a solidão aumenta a chaga,
Esgoto o quanto possa e já divaga
Uma alma sem sentido em tal seara,
Apenas o vazio se prepara
E o medo transformando inteira a plaga,
Aplaco com ternura o verso em vão
E sei do meu caminho em direção
Ao nada muitas vezes sem sentido,
Do parto sem proveito, apenas isso,
O sonho sendo audaz e movediço
O canto num momento ainda ouvido.

9

Unicórnios vagando em pleno céu
Outeiros da esperança, ou abadias
E nisto na verdade não verias
Sequer o quanto roda em carrossel,
A boca sonegando o farto mel
E tramas entre falsas fantasias
Apenas outros erros, e querias
O mundo desfilando mais cruel,
Aprendo com enganos, disto eu sei
E sinto quanto possa em tua lei
Deitar meu pensamento em noite vaga,
Cerzindo cada engodo em gesto rude,
O quanto da verdade não mais pude
Ou mesmo solitária, a alma divaga.

50160

Usando qual defesa esta alegria
Que tanto pude ver depois do fim,
O rumo se desenha e sendo assim
A morte na verdade não teria
Sequer o quanto possa e mais queria
Gerando cada flor deste jardim,
Eu sinto o meu caminho e quando vim
Matando com terror a fantasia.
A lua se aproxima a cada noite
E o vento se desenha enquanto acoite
O mundo sem sentido e sem proveito,
Das tantas cordilheiras da esperança
O passo sem destino nada alcança
E morto noutro engodo eu me deleito.


50161

E
no meu coração
um desejo
de querer
este beijo ...
(Olhos de Boneca)

Imensa noite diz desta ternura
Aonde se desenha o nosso sonho
E quantas vezes quero e te proponho
A vida sem temor, sem amargura,
O quanto deste encanto ora perdura
E traça outro cenário mais risonho,
Adentra no meu peito e assim componho
A sorte desejada em tal brandura,
O verso adivinhando cada passo
E nisto meu cenário outrora escasso
Agora se apresenta em plenitude
Presumo finalmente ser feliz
E nisto vivencio o quanto quis
E nada mais meu rumo agora mude.


2

Intensa vida dita esta esperança
E nada mais pudera após o cais
E sinto quantas vezes transformais
Meu rumo aonde o tanto em paz se alcança
O sonho se desenha em temperança
A luta noutros rumos desiguais
Os ermos de meus sonhos, vendavais
A sorte noutro canto em aliança
Vencido pela dor de quem pudera
Traçar dentro do peito a primavera
Gerando o meu caminho em tom suave
Sem nada que me impeça sigo além
Do quanto na verdade não mais vem
E o passo sem sentido algum se agrave.


3

Invades cada ponto do meu canto
E tramas com ternura ou mesmo dolo
O quanto na verdade teimo e assolo
Pousando noutro infausto em desencanto
Apenas o vazio hoje eu garanto
E sigo em desafio, o velho solo,
Aonde poderia haver um colo
Somente encontro o medo, a queda e o pranto,
Nas ondas mais ferozes, nas procelas
Somente esta ilusão que me revelas
Desenha algum futuro em meu olhar,
Pudesse tantas vezes ter nas mãos
Além destes momentos tolos, vãos
Algum momento aonde descansar.

4

Insólita presença da esperança
Depois de cada queda no vazio
E o tempo quando muito o desafio
Marcando com terror desconfiança
A sorte no final já nada alcança
O medo se produz e nada crio
Somente o quanto tenho em desvario
E a luta no final já nada amansa.
Apraz-me perceber um dia além
Do quanto na verdade me convém
Ou mesmo se assumindo após o nada,
Imagem de uma vida em luz e tédio
Procuro pelo menos um remédio
Que trague novo rumo ou nova estada.

5

Idoneidade é tudo o que eu queria
De quem se fez a mais e não me dera
Sequer outro caminho e nesta esfera
Embota o quanto houvera em fantasia,
O mundo se transforma dia a dia
E mata dentro em nós e desespera
O fardo que carrego destempera
E a sorte se desenha mais vazia,
Não pude e não tentara acreditar
No quanto ainda resta de luar
Nas sombras desta noite mais nublosa
O tempo se aproxima do final
E o canto sonegando o ritual
Apenas a mortalha se antegoza.

6

Impedes cada passo e sigo aquém
Do quanto poderia ou mesmo quis
O tempo se desenha e por um triz
Apenas o passado ainda vem,
Escassas emoções, e nada tem
Sequer o quanto pude, um aprendiz
Vencido pelo medo, a cicatriz
Gerando dentro da alma este desdém,
Alheio ao quanto resta dentro da alma
Apenas a verdade não acalma
E o medo se revela a cada passo,
Ainda que pudesse ser diverso
Aos poucos noutro rumo quando verso
A imensa solidão agora traço.

7


Imagens distorcidas de quem tenta
Vencer esta agonia sem proveito
E quando no final o canto aceito
A morte se anuncia mais sangrenta
O prazo determina o quanto alenta
E dita o meu caminho em raro pleito
Abrindo sem temor inteiro o peito
A luta a cada dia mais aumenta.
Espero pelo menos um descanso
E sei do quanto possa e não alcanço
Cerzindo dentro da alma este descaso
Vigores entre medos e senzalas
E quando na verdade nada falas
O tempo ultrapassando o velho ocaso.

8



Intacta maravilha em templo, altar
Amor já não produz sequer o medo
E quando noutro passo eu me concedo
Ao menos tento em ti me imaginar,
Pousando tão somente devagar
Conheço desta sorte este segredo
E quando me deixara desde cedo
Na luta sem sentido a se travar,
O canto se resume e logo espalha
No fio mais atroz desta navalha
O choro se presume em tom sombrio,
Ainda quando pude ser diverso
Do todo que transborda e desconverso
Apenas outro sonho eu desafio.

50169

Invades pensamento de quem busca
A sorte noutro cais e nada vendo
Apenas sou de ti mero remendo
E a noite se desenha bem mais brusca,
O prazo determina o fim de tudo
E o canto sem sentido se aproxima
Do todo desenhando em leda rima
O quanto no final me desiludo,
Espero outro momento e sendo assim
O manto consagrado da esperança
Somente no vazio agora avança
E mata o quanto resta dentro em mim,
O solidário sonho se esvaíra
Restando de nós dois dor e mentira.

50170


Intentos tão diversos dizem regras
E nada mais pudera após o fato
Aonde o meu caminho eu mal retrato
E nisto com certeza desintegras,
Os dias se mostrando mais audazes
Os cantos sem sentido, a noite fria,
Aquém do que talvez; mais poderia
Quem diz de outros momentos, novas fases.
Esqueço cada verso e tento além,
Mas sei do quanto é rude o pensamento
E sinto o meu caminho aonde invento
O verso desenhado em tal desdém,
Espreita; eu aproveito e neste medo
A minha solidão bebo e concedo.

71

Ouvisse quem me clama e não escuto
Ainda quanto pude noutra sanha
Vencer a solidão desta montanha
E sei que tão somente ora reluto
O passo se desenha e sendo astuto
O corte se aprofunda enquanto lanha
A luta no final já não se ganha
O mundo se traduz e sei que é bruto.
Jogado pelos ermos do caminho
O tempo noutro tempo eu adivinho
E sigo sem saber qualquer alento,
Do pouco ou quase nada que me resta
A vida se permite em nova fresta,
Mas também traz ao fim o sofrimento.


72


Ourives da ilusão amor intenso
E nisto não consigo novo fato
Ainda quando em vão eu me retrato
No fim de cada espaço, não compenso
E sei do quanto pude e neste tenso
Cenário outro momento não resgato
E luta se desenha e neste ingrato
Caminho se aproxima em medo imenso,
Espero qualquer luz e nada veio
Somente este vazio aonde alheio
Encontro alguma paz ou pelo menos
Momentos mais suaves num errático
Delírio onde me fiz quase lunático
Bebendo em tua boca tais venenos.

73

O medo se espalhando casa afora
E o tempo se desenha sempre em prol
Do quanto poderia em arrebol
E a vida noutro engano agora aflora
O templo no vazio se decora
Dos sonhos sou somente um girassol
Vagando sem destino e sem farol
Apenas o não ser já me apavora,
E o canto se perdendo em rumo escasso
Meu verso se desenha a cada traço
Medonha luz invade o peito e trama
Aquém do quanto pude no passado
O mundo noutro rumo desenhado
Enquanto a solidão volve e reclama.

74

O manto se desnuda e nada vejo
Somente a solidão que agora invade
Restando dentro da alma a tempestade
E nisto tão somente este desejo,
O marco mais audaz onde lampejo
A morte representa a liberdade?
Quem sabe no final a claridade
Expõe cada momento em raro ensejo.
Podendo acreditar no que viria
Ousando noutro passo em fantasia
O verso se aproxima do irreal
Aumento com meu canto cada medo
E quando no vazio eu me concedo
A sorte desdenhosa, um ritual.


75


Orgânicas loucuras, medos vários
E os templos do passado derrubaste,
A sorte se transforma em tal desgaste
Marcando os meus delírios, vãos corsários.
Os cantos tantas vezes temerários
Os olhos no final, mero contraste
Ainda quando a vida traz e afaste
Meu passo noutros vãos itinerários.
Esqueço o que pudera ser assim,
E o tempo se desenha e traz enfim
Apenas a mortalha e nada mais.
O marco mais atroz em tempestade
E o vento se desenha enquanto invade
Os dias entre tantos desiguais.


76

O manto se puindo e nada veio
Sequer alguma luz ou mesmo a paz
E tanto quanto pude e não se faz
O mundo permanece em devaneio
O ledo caminhar em tal receio
O gesto muitas vezes contumaz
Transcende ao que buscasse e sei do audaz
Caminho sem sentido em tosco veio.
Aprendo com meus erros, na verdade,
E o tempo sonegando o quanto invade
Do canto sem sentido e sem razão
As horas são medonhas, nisto eu sinto
O rumo noutro tanto agora extinto
Matando os dias tolos que virão.

77

O nada dominando cada passo
Aonde eu poderia ser feliz
E o tempo na verdade contradiz
Deixando para trás o sonho escasso,
Meu mundo com certeza já não traço
Seguindo tão somente por um triz,
Apenas mergulhando em cicatriz
Depois de certo tempo em vão cansaço.
Esgoto o meu caminho sem saber
Do quanto poderia acontecer
E nada mais se vira além disto
Metade da emoção já não existe
E a morte se apontando agora em riste
Alega com ardor o quanto insisto.

78

Ondeias com teus passos meu caminho
E sigo em plena areia; solitário
O canto tanta vez imaginário
O mundo se desenha mais mesquinho
E sigo enquanto ao menos me avizinho
Do tempo num temor quase em fadário
O rumo se traduz no itinerário
Aonde se pudera sem carinho,
Gerando dentro em pouco o caos intenso
Ainda que pudera não mais penso
No todo que me deste como herança
E o vândalo momento se aproxima
Mudando para sempre o calmo clima
Enquanto a solidão invade e avança.


79

Ocasos entre caos e anda mais
O prazo determina o fim de tudo
E quando pouco a pouco desiludo
Os erros são deveras terminais,
Ainda que pudesse noutro cais
O manto se desenha e já desnudo
Eu bebo o meu final e não ajudo
Sequer o quanto pude em dias tais,
Apenas o que tento e não se traça
Espalha mais distante esta fumaça
Gerando a imensidão deste vazio.
O cântico sem fim ou mesmo rude
No quanto a própria sorte agora ilude
Deixando para trás o que desfio.


50180


Olvido cada engano; aonde um dia
Pudesse desenhar qualquer futuro
O passo sem sentido eu asseguro
Marcando o quanto resta em harmonia,
O medo no final já não seria
O quanto mais presumo em passo escuro
O tanto quanto quero e até procuro
Gerando a solidão triste e sombria,
Grisalha tarde adentra esta janela
E o medo noutra face se revela
Moldando a negação de um novo porto,
Aprendo com meus dias mais cruéis
E sei do quanto pude de viés
Ousando mesmo estando semimorto.


50181


Procuro qualquer canto aonde o nada
Trouxesse a solidão invés de tudo
O manto na verdade não transmudo
E a sorte noutra luta enveredada
A voz que tão somente inútil brada
O corte noutro rumo eu desiludo,
O preço se pagando por ser mudo
Restando a noite nunca enluarada.
Presumo novo tempo em vendaval
A brisa não entranha esta janela
E vejo tão somente a velha cela
Enquanto se revela assim o fim,
Congela esta esperança e não se atrela
Sequer o que pudesse em tal procela
Ditando o quanto resta dentro em mim.


82

Perguntas sem resposta vida afora
E o tempo se desenha em vigoroso
Caminho sem saber do pedregoso
Cenário aonde a vida não se aflora
Esqueço o quanto possa e não decora
O rumo sem sentido e perigoso,
O todo prometendo em antegozo
Alguma noite clara sem demora.
Escuto a voz do vento me clamando
E o tempo noutro tanto desde quando
A sorte não pudesse ser assim,
O mundo se desenha sem sentido
E quando na verdade o passo olvido
Espero tão somente pelo fim.

83

Partindo do princípio chego ao meio
E tanto que pudesse finalmente
Viver o quanto quero e nada mente
Sequer o descaminho aonde veio
O mundo se presume num receio
Tomando com certeza a minha mente
E o nada se anuncia plenamente
Ousando tão somente em tal recreio.
Expresso a solidão enquanto vejo
O tanto que pudera em tal desejo
Cerzido nos teares da ilusão
Depois de certo tempo nada tendo
Moldando no meu sonho este remendo
Matando os dias todos que virão.


84



Prazeres delicados noite imensa
E o todo se transborda num alento
E quantas vezes busco ou mesmo tento
O quanto na verdade recompensa,
A sorte não se esquece e sempre pensa
Além do que pudera em raro vento
E sinto com firmeza o pensamento
E nisto a minha sorte me compensa;
Escalo este infinito, cordilheira
Uma alma tantas vezes guerrilheira
Ousando noutro passo rumo ao quanto
Pudesse sem temer qualquer impasse
Ainda quando o tempo me mostrasse
Somente este cenário em desencanto.

85

Parindo a imensidão e nada vendo
Sequer o quanto quis e não soubera
A vida noutra face destempera
E gera este cenário agora horrendo,
O tempo noutro tanto não desvendo
E sei da solidão, temida e mera
Vagando sem saber o que me espera
O canto se produz em dividendo,
A morte anunciando o descaminho
Aonde na verdade não me alinho
Encontro a solidão e nada mais,
Dos ermos de minha alma sem sentido
Apenas o que possa desvalido
Esvai entre diversos temporais.

86

Pedindo alguma luz a quem não traz
Sequer qualquer luzeiro em seu olhar
O tempo na verdade a maltratar
O quanto se mostrara mais capaz
O verso se deixando para trás
O corte se apresenta devagar
E o medo noutro rumo dita altar
E nada com certeza satisfaz.
Esqueço cada passo e sigo alheio
Matando o quanto pude e jamais veio
Nas teias da ilusão, meu sofrimento
E quando amortalhado sigo só,
O mundo se perdendo em ledo pó
Apenas um sorriso vago eu tento.

50187


Perdido entre diversas tempestades
As horas mais doridas sei de cor,
Amor quando pudesse ser maior
E nisto não trouxesse tantas grades
Enquanto na verdade tu degrades
Os erros transbordando em teu suor
Dos males com certeza é o menor
Matando desde já tais claridades,
Esbarro nos enganos mais profundos
E sigo sem sentido velhos mundos
Medonha e caricata noite vaga
E sei do quanto pude acreditar
Deixando para trás qualquer lugar
Enquanto a poesia aquém, divaga.

88

Pedregoso caminho em volta à vida
E nada mais pudera acreditar
Ainda quando pude navegar
A sorte muitas vezes desprovida
Marcando com temor cada avenida
Presume o que pudesse imaginar
Ousando noutro passo a se mostrar
A luta sem saber já resolvida,
A morte se aproxima em redenção
E sei dos descaminhos desde então
Medonha face expondo algum sorriso
E sei do quanto pude e me matizo
Nos ermos que deveras negarão
O quanto desejei de um paraíso.

89

Pudesse noutro canto me entranhar
Ousando sem saber algum detalhe
E quanto desta vida se retalhe
E trague outro caminho a se mostrar
O medo não pudesse demonstrar
Ainda que deveras não batalhe
O vento quando muito tanto espalhe
Trazendo poluído enfim meu ar,
Já nada mais se vendo após o caos
A vida se aproxima e dita os maus
Momentos entre tantos que vislumbro,
O quanto do passado inda prossigo
Tramando em todo instante este perigo
E nada mais podendo em vão deslumbro.

50190

Peçonhas são comuns quem se dera
Serpentes entre tantas que conheço
O mundo se desenha em adereço
E marca a solidão, leda pantera
O corte se presume e destempera
O tanto quanto possa e até mereço
Vagando sem saber deste endereço
Apresentando apenas a quimera,
O lado mais feroz de quem se fez
Aquém do que pudesse a sensatez
Mergulho nos incautos rumos vãos
E sei dos meus anseios tão somente
Enquanto novo rumo ainda tente,
Esbarro nos vazios destes chãos.

91

Cuando améis no debéis decir: "Dios está en mi corazón", sino más bien: "Yo estoy en el corazón de.Dios."

Gibrán Kalil Gibrán

Amor nos transformando. Divinal.
Alento aonde encontro a minha sina
E sei do quanto possa e me domina
Ousando noutro intenso ritual
Espero novamente em tom igual
O quanto na verdade me fascina
E assim ao se mostrar nos descortina
A vida sem temor em paz total,
Ainda quando pude desvendar
Dos ermos de minha alma algum lugar
Aonde descansar após a guerra,
O encanto se aproxima e nos toca
O amor invade a praia, doma a roca
E em si todo universo imenso encerra.



92


"O que é amargo ao escravo é doce ao enamorado"
Santo Agostinho

O amor que nos domina escravizando
Traduz esta prisão rara e bendita
E nisto em todo passo se acredita
No todo noutro rumo se moldando,
Transforma o mais terrível neste brando
Cenário aonde a sorte necessita
Do quanto poderia e não mais grita
Deleita-se decerto em tom infando,
Senzalas deste olhar num horizonte
Somente aonde o tempo sempre aponte
Algemas bem mais firmes nos atassem,
E os sonhos em comum, são libertários
E mesmo quando expostos aos corsários
Mais forte que ilusões sempre falassem.

93



"Se eliminas o supérfluo, verás que pouco é bastante"

Santo Agostinho.

A vida por si só nos satisfaz
E gera este milagre dia a dia
Enquanto a sorte além nos sorriria
Moldando o quanto possa ter em paz,
O vento noutro rumo sempre traz
A sorte de quem busca a fantasia
E gesta dentro da alma esta alegria
Mostrando este caminho mais tenaz.
O tanto quanto possa ou mesmo até
Imaginável sonho em aliança
Tramando nossa vida em temperança
Erguendo com ternura a imensa fé
O que pareça pouco, num instante
A quem se faz amar sempre é bastante.

94

"Pouco importa quanto tens, o que importa é o que tu és"

Santo Agostinho

O quanto na verdade ora apresentas
No fundo não diz nada e nem pudera
No olhar da perigosa e louca fera
As sendas não seriam tais tormentas,
E quando no final não apascentas
E marca com terror o que se espera
Trazendo noutro rumo a primavera
Palavras que me dizes, violentas,
Os ermos de uma vida em solidão
Talvez da mais temível sensação
De algum poder escuso e nada mais,
Quem és dita a verdade de tua alma
A doce sensação que tanto acalma
Aplaca os mais danosos temporais.

95

"Ser fiel no pequeno é coisa grande"

Santo Agostinho

Fidelidade expressa em tantas faces
E nisto se apresenta a cada passo
Gerando o quanto quero ou sendo escasso
Marcando o deveras não mostrasses,
Ainda que meu rumo agora embaces
Seguindo sem sentido qualquer traço
O lento caminhar ganhando espaço
Vencendo com firmeza tais impasses,
No quanto posso em ti já confiar
Expressa aonde e como navegar
Sem ter sequer perigo em correnteza
Diversa da que tanto se avizinha
E sendo de tal forma ali se aninha
A vida sem saber de uma surpresa.

96

"Justiça exagerada, injustiça camuflada"

Santo Agostinho

Aonde se desenha esta vingança
Justiça não conhece, e se despreza
A vida quando pode ser ilesa
No todo sem sentido além se lança
Matando em nascedouro uma esperança
O quanto da verdade a vida preza
E o tempo se moldara e dita e reza
Gerando tão somente a confiança,
Não faça de teu ódio a tua espada
A sorte nesta forma desenhada
Permite um caos num passo temerário,
E sinta a mansidão de quem é justo
Firmeza da raiz mantém o arbusto
Ainda contra o vento imaginário.

97

"O que sou de verdade, o sou em minha intimidade"

Santo Agostinho

Desnudo no meu quarto, neste espelho
Vislumbro a minha face verdadeira
Ainda quando o encanto vário eu queira
O passo se desvia do conselho,
O templo onde devera me ajoelho
A solidão que trago por bandeira
A luta tantas vezes costumeira
O sangue mesmo azul segue vermelho,
No olhar sem horizontes, se percebe
A dura sensação da escusa sebe
Vencida pelos erros de quem tenta
Ao disfarçar com falsas impressões
E nelas outras tantas tu dispões
Enquanto a alma decerto é mais sangrenta.

98

"Quando o querer é completo, o trabalho se torna um lazer"

Santo Agostinho

O quanto do trabalho diz prazer
Expressa esta vontade de lutar
E o canto noutro rumo a se mostrar
Trazendo dentro da alma o bem querer,
Pudesse a cada dia amanhecer
E nisto sem saber o que enfrentar
Decerto poderia imaginar
Apenas o que quero e busco ser,
Ausento dos enganos, sigo em frente
E quanto mais deveras busque e tente
As feras apascento dentro em mim,
No amor que gera amor e nada mais
Enfrento com ternura os vendavais
Desenho com brandura o todo enfim.

99


"Pouco importa quanto fazes, o que importa é quanto amas"

Santo Agostinho,

Nem sempre se consegue o quanto quero
E sei dos meus defeitos e limites
Embora noutros ermos delimites
O tempo se desenha mais sincero,
E o quanto poderia ser mais fero
E nisto na verdade não permites
Os dias entre vagos acredites
Moldando o quanto pude e mesmo espero,
Jamais imaginando este insucesso
O amor quando demais teimo e confesso
Expressa uma esperança, mesmo quando
A noite se desaba em tom diverso,
E o tanto que pudesse no universo
Ao mesmo tempo sinto-o desabando

50200


"Faze a tua parte, se queres que Deus faça a sua"

Santo Agostinho

Não deixes para Deus o quanto é teu
A sorte na verdade te pertence
E quando enveredando no non sense
O todo que pudera se perdeu,
O amor quando demais já percebeu
O todo que deveras nos convence
Ainda quando após tudo compense
Claridade valora o imenso breu.
Andar em concordância e ter no olhar
A luta em horizonte mais audaz,
E sendo de tal forma a vida em paz
Transcorre noutro encanto a nos tomar,
Ajude a ter nas mãos o teu futuro
Num passo bem mais firme e até seguro.

Nenhum comentário: