sábado, 20 de novembro de 2010

50611/20

611

Hoje em dia não pensamos muito no amor de um homem por um animal; rimos de pessoas que são apegadas a gatos. Mas se pararmos de amar aos animais, não estaremos na iminência de pararmos de amar os humanos, também?
Alexander Solzhenitsyn

Quem nega o pleno amor
Jamais conhecerá
Da vida tal maná
Ou mesmo o redentor
Caminho em tal valor
Que sempre bordará
O sonho e desde já
Presume encantador
Cenário onde comporte
A sorte em tal aporte
Gerando a eternidade,
E quando no vazio
O tempo ora desfio
Apenas me degrade.

612

Justiça é consciência, não uma consciência pessoal mas a consciência de toda a humanidade. Aqueles que reconhecem claramente a voz de suas próprias consciências normalmente reconhecem também a voz da justiça.
Alexander Solzhenitsyn

O quanto fosse justo
Em consciente passo
No todo em raro espaço
O prazo; agora ajusto
E sei do torpe custo
Do mundo onde desfaço
Apenas no cansaço
Aonde o quis robusto,
Não vejo após a liça
A luta em tal justiça
Marcada em desigual
Caminho onde a potência
Traçando esta ingerência
Num passo mais venal.

613

Tão logo a falsidade seja desmascarada, a violência nua terá que aparecer em toda sua hediondez - e a violência, derrotada, desaparecerá.
Alexander Solzhenitsyn

A hipocrisia rege
O espúrio passo além
Do quanto ainda tem
Um tempo mais herege,
E o quanto desprotege
Quem segue sempre aquém
Do todo em tal desdém
E apenas tanto inveje,
A falsa sensação
Denota os que verão
Após a tempestade
E o caos se aproximando
Ditando em ar nefando
O quanto nos degrade.

614


O fardo do casamento é tão pesado que precisa de dois para carregá-lo - às vezes, três.
Alexandre Dumas

O quanto se divide
O peso do contrato
Aonde o que resgato
Deveras não se olvide,
E trago e não duvide
Do sonho aonde ingrato
Traduz este retrato
E nele tanto agride,
O prazo determina
O fim da cristalina
Noção adormecida
Nos ermos de um medonho
Caminho onde proponho
A morte em plena vida.

615

Não poderá a velhice chegar tão depressa que não tenhamos de fazer meio caminho para ir ao seu encontro ? De resto, o que é que nos faz velhos ? Não é a idade, são as doenças.
Alexandre Dumas

O quanto da tolice
Presume o nosso fim,
E o tempo diz enfim
Do quando não se visse,
Ainda que eu cobice
Cenário sempre assim
Matando o quanto em mim
Ainda se desdisse,
Espero após o lodo
A vida noutro todo
Em renascer suave,
Mas quanto mais avança
A sorte em tal mudança
Deveras mais se agrave.

616

Há favores tão grandes que só podem ser pagos com a ingratidão.
Alexandre Dumas

Negar esta ventura
A quem se dera tanto
Pudesse em desencanto
Gerar farta amargura,
E nada se procura
Nem mesmo o que garanto
E nisto quando espanto
A sorte me tortura,
Esqueço o que fizeste
E sendo aquém e agreste
Apenas poderia
Na ingrata face turva
A história então se curva
E mata a fantasia.

617

Os maridos das mulheres que nós admiramos parecem-nos sempre estúpidos.
Alexandre Dumas

As uvas que eu pudera
Ainda desejar
No quanto amadurar
Trouxesse a primavera,
Depois de tanta espera
Já nada mais notar
Senão somente olhar
A vida destempera,
Gerando após o nada
Versão já desolada
Embora mentirosa,
Espinho me impedira
De ter o quanto atira
A sorte em bela rosa.

618

Nos negócios não existem amigos, apenas clientes.
Alexandre Dumas

O quanto poderia
Haver em amizade
Não traça aonde brade
O todo em noite fria,
A sorte em agonia
O passo desagrade
Quem bebe a claridade
E mata a fantasia,
Ainda que se ausente
Do tanto onde o poente
Trouxesse nova lua,
Mas quando se aproxima
A vida noutra estima,
Apenas leda atua.

619

O mais feliz dos felizes é aquele que faz os outros felizes.
Alexandre Dumas

Felicidade é ter
O quanto dividir
E nisto permitir
Além algum prazer
E tanto em bem querer
O mundo diz porvir
E molda o persistir
Aonde o possa ver,
Escolho cada passo
E nisto agora eu traço
A paz em tal constância
E desta forma vejo
O mundo noutro ensejo
Traçando a clara estância.


50620

Suprimir a distância é aumentar a duração do tempo. A partir de agora, não viveremos mais; viveremos apenas mais depressa.
Alexandre Dumas

O tempo não se mede
Apenas em momento
E nisto quando tento
E nada mais impede,
O todo se procede
E gesta em sentimento
Além do sofrimento
O quanto se concede,
Bebendo deste encanto
O sonho onde garanto
Expressa novo passo,
E sinto claramente
A vida onde se sente
O canto enquanto o traço.

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