domingo, 14 de novembro de 2010

50001até 50100

50001

Já nada poderia se tentasse
Vencer as minhas dores inerentes
E quantas vezes vês e mesmo tentes
Após sentir na pele o ledo impasse,
Vagar sem ter sequer onde ancorasse
Nos ermos mais doridos, indigentes
Caminhos tantas vezes prepotentes
Aonde a vida inteira se mostrasse.
Resumos de outras eras, de outros dias
E neles mal percebes, tocarias
Com toda a tua fúria inigualável
Num incessante sonho sem porvir
O quanto poderia se sentir
Jamais se mostraria mais tragável.


50002

Falar de amor em tempos tão bicudos
Aonde uma esperança não habita,
Por quanto esta ilusão eu sei finita
Os passos seguem vagos, cegos, mudos.
Não pude acreditar noutros momentos
Diversos do que a vida traz em si,
E o quanto deste rumo já perdi
Tramando tão somente os desalentos,
Vencido pelo infausto corriqueiro
E o cântico desdenha qualquer luz
Ainda que pudesse, trago a cruz
E nela em todo engodo ora me inteiro
Dos erros de quem tenta novo passo
E sei do meu caminho turvo e escasso.


50003

A liberdade é sonho e nada mais,
Ainda que pudesse me rondar
Aos poucos noutro rumo a me entregar
Errando em atos frívolos, banais,
E sei dos dias tanto desiguais
Quais fases de uma vida até lunar,
Ausente dos meus olhos no embrenhar
Imensos e diversos matagais.
Apenas poderia crer no fato
De um tempo onde em verdade não constato
Sequer a menor sombra da ilusão
E ao sonegar meu passo sem sentido
O quanto se demonstra não duvido
Expressa os dias turvos que virão.


50004

Urdindo uma saída onde não há
Sequer imaginei qualquer momento
E sei por quantas vezes teimo e tento
Vencer e ter nas mãos este maná.
Errático caminho moldará
Apenas o temor e o sofrimento,
Mas sei e se persisto além e atento
O tempo na verdade negará.
O caos dentro de mim, ocaso e queda
Aonde o passo envolto inda se enreda
Nas teias de um passado tenebroso,
E o pânico tomando toda a cena
E nisto a solidão feroz se acena
Num rumo sem sentido ou pedregoso.

50005

Aprendo com meus erros, mas insisto
E vejo após o nada outro desenho
Do mundo aonde além do quanto tenho
O tempo se anuncia tão mal visto,
Apenas poderia e já desisto
O canto se demonstra em ledo empenho,
O marco traduzindo e não mais venho
Vagando sem sentido além do tempo
A cada novo engodo um contratempo
A vida em contraponto me sonega
A sorte desdenhosa e quase cega
Invento qualquer porto e nada vem,
Somente o mesmo olhar, velho desdém...

50006


Atento ao que virá; já não prossigo
Vencido pelos ermos de quem busca
A noite mesmo quando a sorte é brusca
E nada se traduz além perigo
No canto sem sentido e sem promessa
A tempestade dita o quanto trago
Além da solidão, em longo afago
Meu passo que, impreciso, recomeça;
Aprendo e sei dos erros costumeiros
De quem se fez aquém do quanto pude,
O mundo desenhado, agora rude,
Os olhos seguem vagos, sem luzeiros.
Se espúrio, na verdade o que me resta
Não se deixa antever sequer a fresta.

50007



Escassas noites dizem do carinho
Daquela que podia se tão minha,
A vida na verdade não se alinha
E gera este momento mais mesquinho,
Do roseiral restando algum espinho
A luta se desdenha, e quando vinha
Traria tão somente a mais mesquinha
Imagem devorando cada ninho.
Escalo outros momentos e percebo
O quanto deste mundo não concebo
Por ser um sonhador e nada mais,
Esgoto os meus caminhos sem saída
E a morte há tanto tempo presumida
Demonstra cada estrada aonde vais.

50008


Já não mais comportasse uma esperança
Ousando noutro rumo em prepotência
O tempo se desenha em tal ciência
E a vida no vazio então se lança
A sorte se aproxima em temperança
E marca o quanto pude em indulgência
No fundo, o que procuro é tal clemência
E a morte sem sentido algum avança,
Esgoto cada tema em tom suave,
E sei do quanto possa e mais agrave
Engodos de quem sonha inutilmente,
Esplendorosa a vida de quem ama,
Porém ao mesmo tempo a dor e o drama
Dominam paulatinas, corpo e mente.

50009


Eu não renegaria todo o passo
Tampouco poderia ser diverso
Do tempo desenhando este universo
Aonde sem sentido algum eu caço,
O rústico cenário traço a traço
O medo se aproxima e em cada verso
Apenas o que havia e já disperso
Desfaz o quanto quero em vão compasso.
Esgoto cada engano e sei do todo
E nele se aproxima em lama e lodo
Nefasta realidade sem sentido,
E o manto se puindo devagar,
Somente o meu caminho a desdenhar
O quanto de meu medo em vão lapido.

50010

Com toda a rapidez que a vida exige
Seguindo contra tudo e contra todos
Apenas desenhando meus engodos
A queda se anuncia e o medo erige
Esgotos de minha alma aonde eu queira
Em roedores sonhos, remoinhos
Os dias são deveras mais mesquinhos
E a sorte não se mostra corriqueira
Esgarço em verso e prosa o que podia
Ousar noutro caminho, e nada sendo
Somente da esperança algum remendo
E nisto a vida trama a teoria,
Na prática decerto o que me sobra
Aos poucos no vazio se desdobra.

11

Haveria qualquer momento após
O tanto que se quis e não viria
O medo se aproxima e, mais sombria
A vida sonegando qualquer voz,
O rústico cenário, vago algoz
O tempo a cada engodo me traria
Ausência mais completa da alegria
E o tempo se deslinda mais feroz,
Já não comportaria uma esperança
Tampouco a sorte invade e quando avança
Deixando para trás qualquer saída,
Depois de tantos erros em comum
Do todo imaginável, mais nenhum,
A própria consistência dilapida.

12

Meu mundo sem sentido e sem razão
Aventurando aonde nada existe
Senão a mesma imagem leda e triste
Dos erros corriqueiros, tradução,
Esbarro nos engodos sei que o não
Ainda se aproxima e não desiste,
Marcando o quanto resta e até persiste
Moldando as horas turvas que virão,
O fim se aproximando do cenário
E o canto; eu sei deveras necessário
Apenas como alento e nada mais,
Depois de tantos erros vida afora
A sorte se transforma e me devora
Em erros tão comuns, mas tão banais.


13

Já nada mais pudera quem deseja
A nova solução que não viria,
Pousando muito além da fantasia
A sorte se procura benfazeja,
Nas artimanhas todas, de bandeja
Entrego o que jamais conheceria,
E a vida se aproxima tão vazia
Do quanto na verdade não se almeja
Espúria luz invade cada canto
E sei do quanto possa e não me espanto
Sequer com meus audazes pensamentos,
Errático cometa se perdendo
Do todo noutro rumo em vão adendo
E os dias transcorrendo sempre lentos.


14

Num átimo mergulho no vazio
E sei do quanto pude e não consigo
Vencer este cenário, ao ir contigo
Ousando noutro engodo, um desafio,
E quando se aproxima em tom sombrio
O mundo se transforma e não prossigo
Restauro cada engodo e do perigo
Apenas outro tanto em desvario.
Escuto a voz de quem já não pudera
Apascentar em mim a louca fera
Gerada pelos erros do passado
E quantas vezes vendo o teu retrato
Os erros mais comuns; vejo e constado
E destas ilusões, decerto evado.

15

Uníssono delírio de quem ama
A sorte porventura não se traça
Além do quanto embute em tal fumaça
Matando sem ter força a vaga chama,
E após algum momento vem o drama
E o tanto no final em luz escassa
Transforma todo o rumo e nos embaça
O passo sem sentido, em leda trama.
Espúria fantasia desenhada
Nas ânsias mais comuns e o quanto invada
Do sonho esta vertente mais dorida,
Escuto a voz do vento na janela
Enquanto o meu passado se revela
Na face mais atroz da minha vida.


16

Na parte que me cabe deste sonho
Os restos se desenham muito aquém
Do quanto na verdade já não vem
Ou mesmo traz o encanto mais bisonho,
Apenas outro rumo eu me proponho
E sei da realidade aonde tem
O manto sem sentido e sem alguém
Que possa traduzir o quanto ponho
Do verso noutro engano ou mesmo até
No canto sem sentido, e em tal maré
Adentro imaginando outra procela
Meu canto sem seguir qualquer caminho,
Expressa o meu delírio onde, mesquinho
Meu vago caminhar já se revela.

17

Num único momento eu pude ver
O quanto nada vale uma esperança
E o passo quando em rumo atroz se cansa
Deixando no passado o meu querer
Impede o quanto pude amanhecer
E o vasto delirar onde se avança
A luta se mostrando sem pujança
Meu canto sem vontade a se perder.
Esgoto minha vida neste vão
E sei dos meus caminhos que virão
Toando dentro da alma a vaga e rude
Imagem tresloucada de um estio
E nisto cada engano eu desafio
Enquanto a própria história desilude.


18

Havia muito mais que mero sonho
Aonde na verdade o tempo acolhe
E sei da solidão quando se escolhe
Caminho mais diverso ao que proponho,
E o canto noutro engano se recolhe
Vagando bar em bar neste medonho
Cenário sem desenhos; recomponho
Palavra que sem nexo tudo tolhe.
Esqueço dos meus ermos e prossigo
Vencido navegando em tal perigo
Esquiva realidade sempre acena
E o manto desdenhoso e sem juízo
O quanto pude crer sendo impreciso
A sorte não seria mais amena.

19


Neste oceano feito em turbulência
As sendas mais audazes catastróficas
As horas entre luas tão amórficas
E o canto se pressente em indulgência.
As sendas que eu buscara, polimórficas
E os termos onde a dor dita ingerência
O tempo se desnuda e dá ciência
As esperanças morrem quase atróficas.
Esgarces destes planos entre fúrias
E navegando em vãs loucas, penúrias
Esqueço o quanto pude e não teria
Sequer outro momento mais feliz
A vida noutro instante se desdiz
E gera no final noite sombria.

50020

Ouvir quanto pudesse da alegria
E crer no que viria após o tanto
Aonde a cada engano desencanto
E morro um pouco mais a cada dia,
Esqueço o quanto pude e deveria
Marcando o meu caminho em medo e pranto
Ousando muito além deste quebranto
Na luz que na verdade eu não veria,
Esbarro nos meus passos sem destino
E o quanto tantas vezes mal domino
Esboça o desengano contumaz
De quem se fez alheio ao sonho em vão
Morrendo sem certeza e precisão,
Deixando esta emoção bem para trás...

21

Resgato os meus anseios, sigo em frente
E tento novo engano aonde a vida
Desenha a mesma face construída
No quadro mais dorido onde se tente
Vencer o quanto possa em inclemente
Momento enquanto a sorte não duvida
Tampouco noutro passo já divida
O quanto poderia plenamente.
Servindo de alimária a quem pudesse
Traçar outro cenário sem benesse
Matando o quanto resta em minha história
De todo este momento mais sublime
Apenas o vazio me redime
Da luta tantas vezes mais inglória.

22


Urdindo escapatória aonde o nada
Pudesse dominar cada momento,
Por vezes me iludindo sigo atento
E sei do quanto é vaga cada estrada.
A sorte aos desenganos tanto evada
Do passo sem total acolhimento
E bebo o quanto possa e mesmo invento
Tentando a noite aonde o sonho invada.
Ousando ser Teseu sem Minotauro
Errático delírio onde restauro
Os passos sem sentido e sem razões
Arremessando o sonho no vazio
O peso noutro rumo desafio
E nisto cada engano tu me expões.

23

Apresentando sempre o quanto pude
Depois de certos anos, solidão.
Os dias na verdade não verão
Mudança que se tente de atitude,
O manto se desdenha e desilude
Os ermos de um vazio coração
E o caos transforma engano em estação
Diversa da que tanto nos transmude.
Os tantos desenganos contumazes
Os erros onde sonhos tu desfazes
E os cantos sem sinais de luz e glória
O prazo derradeiro se esgotando
O mundo se desnuda desde quando
A vida desenhada é merencória.

24

Unindo cada sonho que inda resta
Em noites diferentes, mesmo engano
No fundo sem saber do desumano
Cenário aonde a sorte é mais funesta.
O tanto quanto pude não se empresta
Ao ledo caminhar onde me dano
E sei do mais puído e velho pano
Traçando o que deveras não mais presta.
Expressos do oriente e do acidente
Aonde o meu delírio se apresente
Após a velha curva da esperança,
Jardins abandonados da memória
A vida não traduz o quanto inglória
Noção da própria vida agora cansa.


25

Imolas com palavras e atitudes
Os ermos da emoção que desdenhaste
A vida se produz em tal contraste
Aonde na verdade tu me iludes,
Os dias se aproximam e sei dos rudes
Momentos onde nada mais que o traste
Marcando as emoções onde se arraste
Os olhos nos engodos tais que escudes.
As tramas entrelaçam descaminhos
E sei dos meus amores mais mesquinhos
Na fácil conseqüência de um engano,
E quando poderia ser diverso
O todo se aproxima e me disperso
Enquanto no final volto e me dano.


26

Das liras e das harpas, sonhos vagos,
Mergulho no passado e nada havendo
Sequer o quanto pude em tal remendo
Os ermos desenhando dias magos,
Expresso o que tentasse em teus afagos
E os erros contumazes se desvendo
Traduzem o meu pranto sem adendo
Ao poluir meus mares, rios, lagos...
E o prazo determina o fim de tudo
E quanto mais pudesse cego e mudo
Jamais me permitisse o desengano?
No fundo sei da vida e sigo alheio,
Mas quando volta e meia devaneio
Aos poucos me iludindo, em vão me dano.


26

Já não mais poderia após a queda
Tentar outro caminho e mesmo assim
A sorte desdenhando o quanto em mim
Na tola fantasia ora se enreda,
O quanto poderia, mas se veda
O templo desenhado diz do fim
E neste mausoléu presumo enfim
A porta onde a verdade me degreda.
Escárnio? Quem desdenha quer comprar...
E o farto deste tolo caminhar
Esbarra nos meus erros mais comuns,
Dos sonhos do passado sem proveito
Apenas no vazio eu me deleito
E os cantos mesmo os vis, restam alguns.

27

Narcísica loucura de quem ama
O tempo se aproxima do final
E o cais imaginário, um vendaval
Aonde se desdenha a velha trama,
E o corte se anuncia enquanto clama
Num ato mais comum e até banal,
Esbarro sem sentido e sigo a nau
Naufrágios do que busco e se proclama.
Escalo as minhas dores e presumo
O vago delirar e em tal resumo
O errôneo mergulhar em tom sombrio,
Escasseando os versos, vou pagão
E sei dos meus tormentos, negação
Do quanto sem sentido ora desfio.


28

Não tento adivinhar sequer o quanto
Do tempo que inda resta se aproveita
Amor já não seria mera seita
Nem mesmo algum momento em desencanto,
E sei do meu tormento e não garanto
Sequer o que o cenário onde deleita
Marcando a minha sorte se rejeita
E marca cada passo em medo e pranto.
Ocasionando a queda de quem tenta
Vencer a vida amarga e mais sangrenta
Ousando nalgum rumo mais diverso,
Depois de certo tempo sem destino
Aos poucos o que eu quis diamantino
Esqueço e sem sentido algum disperso.

29

Unindo o quanto pude e desejara
Ao nada que onde se apega esta esperança
A vida na verdade diz mudança
E trama a noite amarga, dura e amara,
O passo a cada instante se escancara
E traz o quanto pode em vã mudança
A morte se desenha em tal pujança
Esparramando o vago em tal seara.
Não pude ou deveria mesmo assim
Ousar neste cenário já sem fim
E crer nos meus momentos mais agudos,
Os dias são deveras tão sutis
E os erros onde o nada contradiz
Expressa os meus tormentos: sonhos mudos.

50030


Levando dentro da alma a poesia
Que tantas vezes traça e mesmo apóia
Gestando no naufrágio rara bóia
Aonde o meu caminho aportaria,
Vestindo esta diversa alegoria
O canto se aproxima e quando a jóia
Traduz o que pudesse em paranóia
Sonega no final a fantasia.
Hedônico caminho sem sentido
O passo enquanto o rumo dilapido
Esgota cada engodo por si só,
Dos ermos mais atrozes da esperança
A vida no final já não alcança
Sequer o quanto pôde em vago pó.

31

Ouvindo este chorinho me recordo
Do tempo mais feliz de minha vida
Aonde a própria história já duvida
Do quanto na verdade em paz acordo,
E sinto a solidão que agora a bordo
Do tolo caminhar onde se agrida
Cenário desta sorte desvalida
E nisto o meu delírio em dor abordo.
Esqueço por instantes do que sou
Errático cenário se moldou
Nos passos sem destino, em triste fado,
E quando este chorinho em flauta e sonho
Traduz o meu lamento mais medonho,
Aos poucos da existência em vão me evado.

32

Sementes de momentos onde o canto
Expressa a virulência de quem tenta
Seguir a velha sorte mais sedenta
E o mundo se desdenha e não garanto
Sequer o que pudesse sem espanto
Nem mesmo outro cenário a vida inventa
E o tanto quanto quero e já me atenta
Mergulha no mais rude desencanto.
Esboço reações e nada vejo
Senão cada momento onde o desejo
Impera sobre toda esta razão,
Acrescentando ao quanto pude crer
A morte a cada novo amanhecer
Ditando no final a negação.

33

Enfáticas verdades não condizem
Com toda a imprecisão de quem se ostenta
Vencendo a cada dia a vã tormenta
E nela tantos erros contradizem,
Ainda que decerto não se visem
Momentos sem igual, a luta tenta
Vestindo a face escusa e mais sangrenta
Na qual os desenganos sempre bisem.
Espero algum momento e nada vindo
Somente o que pudera ser infindo
Qual fosse cicatriz numa alma espúria,
E sei desta vontade sem proveito,
Na solidão infausta onde me deito
Deixando demarcada esta penúria.

34

Havia qualquer coisa de diverso
No passo sem sentido ou direção
Os ermos que transformam; negação
O medo se desenha a cada verso,
E o peso transgredindo este universo
Explode sem sentido e só virão
Os erros costumeiros, mundo em vão
No traduzir da sorte em ledo verso.
O manto da esperança mal recobre
E nada se apresenta em luz mais nobre
Sequer o que pudesse ter em mim
Além desta discórdia contumaz
O cântico em louvor já não se faz
Matando o que restara em dor, enfim...

35

Lamento cada engano de um passado
Sem nexo sem caminho em desengano
E quantas vezes sigo em tom profano
Marcando o meu delírio quando evado.
O sonho se anuncia em novo fado
Presumo o meu caminho desumano
E a cada novo canto já me dano
Morrendo mais um pouco, e tão cansado.
Esqueço dos meus dias onde pude
Traçar outro cenário duro e rude
Num antro mais feroz, sem poesia.
Apresentando os erros corriqueiros
Ainda se buscassem doces cheiros
No inferno onde meu sonho habitaria.

36

Medusas invadindo cada praia
E o tempo se desdenha em vaga cena,
A vida com certeza me condena
E o todo se transforma e já se esvaia,
Esqueço o que pudesse nada traia
A voz de quem se busca mais amena,
E o tanto quanto pude não me acena
Sequer quando esperança além desmaia,
A luta mostra o fio da navalha
E o canto sem sentido em vão se espalha
Marcando esta diversa realidade.
O prazo determina o fim do sonho
E quanto mais deveras eu me oponho
O tempo no final tudo degrade.

50037

No caos onde se gera a tempestade
Momento sem proveito e sem sentido,
Ainda que pudesse e sempre olvido
O mundo noutra face já degrade,
Marcando o quanto pude em soledade
O verso num retrato mais puído
O corte tantas vezes desmedido
E a luta sem saber meu nada invade.
E o vândalo cenário se aproxima
Mudando com terror o manso clima
E nisto este lamento é mais constante.
O quanto se pudera noutro rumo
Traçando do final o supra-sumo
Matando o quanto fora num instante.

50038

O prazo terminando e a vida segue
Sem nada que inda apóie esta esperança
O mundo no vazio ora se lança
E o quanto se desenha sempre negue,
O passo sem sentido não consegue
Vencer este cenário aonde avança
A morte sem segredo em aliança
Com toda a solidão que amor renegue,
Espalho a minha voz aos sete mares
E sei que se em verdade tu notares
O tempo não valida uma ilusão,
Apenas sendo assim o que presume
A morte anunciando o fim, o cume
Dos dias que meus olhos não verão.

50039

Travando com a sorte a leda luta
E nada mais pudesse senão isto
E quantas vezes tento ou mais desisto
E sei da solidão, triste permuta,
A parte que nos cabe mais astuta
O medo se anuncia e assim persisto
Ousando na verdade até despisto,
Mas a alma sem juízo não reluta.
Esqueço minhas dores do passado
E quando outro momento em vão invado
Espreitas entre rumos mais diversos
Esgueiro-me no infausto desta cena
E o corte mais profundo me condena
Marcando com firmeza últimos versos.


50040

Não pude e nem tentara acreditar
Nos ermos mais atrozes, vozes, medo
E quando à solidão eu me concedo
Marcando o meu caminho num vagar
Diverso do que pude imaginar
Outrora sem sentido algum procedo
E quando no vazio eu enveredo
Deixando para trás qualquer luar.
O vento se desenha em tal formato
E nisto apenas morte ora constato
E gera o meu momento mais mordaz
O canto sem destino em rumo turvo
Aos erros do passado enfim me curvo
E o mundo no final já nada traz.


50041

Já não pudera além da própria vida
Ausência de porvir ou mesmo fé
E o tempo se desdenha e por quem é
A sorte se anuncia em despedida,
Ousando o que pudesse traça a lida
E marca com terror o quanto até
Tentando imaginar desde o sopé
A velha cordilheira presumida.
Fortuna feita em dores e revezes
Aonde cada passo tu reveses
E vejas no final apenas isso
Um manto sem sentido e sem proveito
E nisto com ternura e satisfeito
Embora saiba o tempo movediço.

42

Ouvindo a voz do vento conclamando
À luta sem descanso, uma esperança
Apenas no vazio ora se lança
E o tanto quanto quis já sonegando,
Meu mundo que pudera ser mais brando
A sorte se desenha e nada alcança
Sequer o que trouxesse uma mudança
No canto mais audaz e sei nefando.
Escassas noites dizem do abandono
E o tanto quanto posso e não abono
Noticiando a queda em passo errático,
O manto desnudando a minha pele
E o vago caminhar tanto compele
Marcando cada engano em tom enfático.

43

Negando o meu momento sem sentido
E nada vaga em tom suave
Aonde cada passo já se agrave
Marcando o quanto houvera resumido
O mundo noutro tanto resolvido
Levando para sempre liberta esta ave
Gerada pelo quanto a sorte não se trave
O tempo no final agora olvido,
E bebo esta aguardente louca, amor
Jazigo da esperança, redentor
Um temporal imenso, um caos geral
A luta sem descanso, dia a dia
E a noite se transforma em poesia
Mudando cada passo em vão degrau.

44

Já não pudesse adivinhar
O quanto desta vida me remete
Ao todo que pudesse e pinta o sete
Marcando com ternura este lugar,
O mundo se desenha em voz solar
E nisto cada engano me arremete
E manda outro cenário e se repete
A sorte que buscara sem cansar,
Esqueço qualquer senha e luz enquanto
Deixando em sobressalto algum espanto
Do quanto pude outrora e nada vira
O templo mais audaz, felicidade
Aos poucos noutro tanto ora degrade
E gere tão somente esta mentira.

50045


Restauro os meus momentos pós a queda
E sigo sem promessa ou mesmo luz
A sorte na verdade reproduz
O quanto poderia e o tempo veda,
Assaz imensa lua se envereda
E toma no final o quando pus
Meu sonho num delírio ou mesmo em pus
Restando a noite amarga e isto me seda.
Menina que pudesse me trazer
Além desta agonia e desprazer
Apenas esperança e nada mais,
Irônicos cenários desenhados
E nestes caminhares, velhos fados
Expressam ilusões, mesmo fatais.

46


Acrescentando um pouco ao quanto pude
Mostrando cada engano aonde o nada
Expressa a minha sorte desenhada
No canto mesmo atroz, feroz e rude,
Reverso do que fora juventude
A morte no passado anunciada
A sorte tantas vezes degredada
E o corte não se cala e tanto ilude.
Mergulho no vazio e sei do quanto
A luta se aproxima em desencanto
Mordazes emoções e nada vindo
Sequer o que pudesse em harmonia
Matando o quanto mesmo se queria
O olhar sem mais proveito em gesto infindo.

47

Repare cada estrela e veja bem
A cena refletindo sem proveito
O quanto na verdade quero, aceito
Ditando o que deveras me convém,
Esqueço qualquer fato em vão desdém
E sei do meu caminho em ledo pleito
Navego sem destino e me deleito
No engano mais temido e a noite vem,
Expresso em ilusões o quanto pude
Matando o quanto resta em medo em atitude
Moldando cada passo num futuro sem destino
E sei do manto rústico em detalhe
E quando a minha vida se retalhe
Decerto em incertezas eu me alucino.

48

Gritando em tom diverso a luta sem sentido,
O caos se aproximando da verdade
E o tempo não resguarda e quando invade
Transforma este cenário onde me olvido,
E quantas vezes tento e não duvido
Matando o quanto houvera em liberdade,
Gestando no final sem claridade
Um mundo totalmente desprovido.
Audaciosamente eu vejo o fim
E tento o quanto pude em teu jardim
Marcando dentro da alma uma esperança
Diversa da que um dia quis e sei
Do todo desenhando em velha grei
O passo aonde o rumo em vão se lança.

49

Negando qualquer passo aonde eu possa
Singrar outro caminho dentro da alma,
A vida na verdade não acalma
E gera a cada engano nova fossa,
Esbarro nos pedaços da ilusão
E sinto enfim o corte em desespero
O quanto se pudesse em tal tempero
Tramando do vazio a solidão,
Escapo dos enganos mais vorazes
E tento melhor sorte dia a dia,
E nisto desenhando a fantasia
Que agora sem sentido algum me trazes,
Esqueço o quanto pude e não tentara
Gerando dentro da alma nova escara.


50050

Não tento qualquer passo aonde um dia
Pudesse adivinhar a sensação
Audaz e neste rumo, a negação
Deveras no final nada traria
Somente a mesma voz turva e sombria
Desdenha no final qualquer canção
E mata as noites fartas que virão
Moldando esta esperança mais vazia,
Esqueço qualquer rumo aonde há tanto
O medo na verdade inda garanto
Gerando a minha face em tom atroz,
Depois de certo tempo desprovido
Do quanto se pensara e agora olvido
Calando desde sempre a minha voz.


51

Jamais eu poderia imaginar
O amor que tantas vezes soneguei
Ousando na verdade ter por lei
A luta sem sequer já descansar,
Invisto cada passo e no tentar
Apenas no vazio mergulhar
Gerando o mesmo infausto em velha grei
O corte se transforma onde sonhei
E nada mais se mostra a desnudar
Segredos de uma vida em desatino,
O passo que julgasse cristalino
O manto se desenha em traça e mofo,
O amor que poderia, sem estofo
Apresentando enfim o tempo em dor
Aonde mais quisera; redentor...

52


Esqueço cada verso e nada trago
Senão a mesma face em dor e tédio,
O mundo se desenha em torpe assédio
E o canto se desdenha mesmo vago,
Ainda que pudesse neste afago
Ousar o que tentara em tal remédio
E o tempo derrubara cada prédio
Matando este momento outrora mago,
E nada do que eu quis se realiza
A velha tempestade agora é brisa
E o canto se demonstra sem sentido.
Amar e ser feliz? Lenda somente
Aonde o meu caminho ainda tente
Marcando o quanto pude e agora olvido.

53

Não veja mais a foto do passado
Guardada nas gavetas da esperança
E quando a solidão enfim me alcança
O canto se desdenha em ledo brado,
Apenas o meu rumo enquanto invado
Da morte a mais sincera confiança
E nada do que pude agora avança
E o manto já puído e degradado.
Levasse para além cada momento
E nisto sem certeza desalento
Meu verso sem sentido e sem proveito,
Ainda quantas vezes; imagino
As duras fantasias, meu destino
Aonde sem sentido algum me deito.

54

Escaldas com teus nãos o meu caminho
E matas ilusões em noites vagas
E quando desenhara em mim tais plagas
Presumo o meu final, sempre sozinho.
O mundo se transforma e neste espinho
As sortes, desatinos onde alagas
Os medos e as mortalhas; não me tragas
Deixando para trás o que adivinho.
Escondo meus momentos e mergulho
No ocaso em solidão; nada vasculho
E vejo imerecido caos no fim,
A vida desenhada em pedregulho
Inutilmente guardo em turvo orgulho
O quanto ainda resta dentro em mim.


55


O mundo se rebela a cada passo
E gera outro cenário aonde pude
Vencer o meu momento bem mais rude
E nisto se desenha o meu cansaço
Ainda que pudesse e me embaraço
Pousando no vazio enquanto ilude
O canto mais audaz em plenitude
Marcando o meu cenário e me desfaço
Acolhes cada parte do que fora
Apenas tão somente a sonhadora
Verdade em luta incauta ou mesmo atroz,
Do todo se apresenta esta amargura
Enquanto qualquer sonho se procura
Matando o que restara dentro em nós.


56



Blindando cada passo com a sorte
Deveras mais disforme e sem certeza
A vida se pensara em tal surpresa
E nada mais deveras me conforte,
O mundo se aproxima em novo norte
E sinto após o bote esta leveza
Enquanto se pudesse sobre a mesa
Apenas o que negue algum aporte.
Maravilhosamente a vida traz
O canto mais suave e mesmo audaz,
Gestando a solidão dentro do peito,
E o vago caminhar em noite escusa
Deveras no final já se entrecruza
Matando o quanto quero e mesmo aceito.


57


Fechando a velha porta aonde um dia
O tempo no final já não quisera
Traçar dentro de nós além da espera
E nisto o meu caminho fecharia,
Espero a consonância em poesia
E o medo dita em nós além da fera
O quanto se tentara e não pudera
Marcando a minha morte em ironia,
Esqueço cada passo rumo ao farto
E neste desenhar tanto descarto
O rumo sem sentido e sem final,
Ainda que pudesse acreditar
Na vida sem desejo e sem lutar
Moldando a cada instante o vendaval.


58

Esqueça qualquer fato que pudesse
Trazer ao nosso sonho apenas mágoa
O tempo noutro tanto já deságua
E o corte a cada engano me apetece,
O rústico cenário aonde tece
A vida sem sentido; chama e frágua
Nos ermos de meu canto dentro d’água
Dos olhos de quem ama e não te esquece
Já nada pôde na verdade
O canto aonde a sorte já degrade
O manto sem sentido em traça e medo
E quanto no final nada restando
Apenas o que outrora fora brando
Destarte no vazio em vão procedo.

59

Invado os descaminhos mais diversos
E sinto a ventania a me entranhar
Esplendorosa noite em tal luar
Gerando dentro da alma raros versos,
E sei do quanto possa em tons dispersos
Ousando na verdade o caminhar
Matando cada passo devagar
E nisto se apresentam universos
A sorte se desdenha em todo passo
E quando no final já nada traço
Cerzindo com as teias da ilusão
Os erros mais comuns; pudera então
Tramar outro cenário ou mesmo um sonho,
Risonhas as promessas de quem busca
Ainda quando a vida se faz brusca
O canto tantas vezes mais bisonho.

50060

O limo se apresenta no vazio
E o corte se anuncia a cada engano,
O mundo se desenha onde o profano
E a morte tão somente desafio,
Esqueço o que pudesse em desvario
E sei do meu caminho em desengano,
Moldando com terror o escasso plano
E nisto desemboco em ledo rio,
Espero pelo menos uma lua
Que venha me trazer quanto cultua
A sorte em tal cenário mais dorido,
E quantas vezes visto esta inclemência
Tentando pelo menos a indulgência
De quem ao perceber em paz olvido.

50061

Açudes da esperança, amores vários
E os ecos do passado me invadindo
Aonde se pudera num infindo
Momento, os mais sutis itinerários,
As horas entre medos, meus fadários
Expressam o que tanto não deslindo
E o manto noutro engodo se puindo
Os olhos sem sentido, temerários.
Esqueço cada plano e no fim
O tempo desdenhando tudo em mim
Marcando com tal vórtice esta emoção
Na sorte deste nada, o turbilhão
Gerasse dentro da alma o medo e enfim
Os dias noutros erros moldarão.

62

Já nada mais traria qualquer sorte
Senão esta verdade sem motivo
E quando da ilusão agora eu privo
Meu passo sem ter nada que conforte,
O dia se mostrara sem um norte
E o tempo noutro engodo ou emotivo
Gestando dentro da alma este cativo
Momento aonde a vida não aporte.
Esqueço cada passo e sigo em vão
Os olhos se moldando em negação
Arbustos onde quis este arvoredo,
Cerrados e savanas da esperança
Meu passo no vazio ora se lança
E aos sonhos mais mordazes me concedo.

63

O prazo determina o fim de tudo
E o canto sem sentido se aproxima
Ainda quando pude em nova estima
No fundo tão somente em vão me iludo,
E quando na verdade me transmudo
O corte se desenha em velho clima,
A sorte não pudesse e não se prima
Matando o que viera e assim vou mudo.
No quanto poderia ou mesmo além
Da noite aonde o nada sempre vem
Vagando sem proveito em noite escusa,
A morte se aproxima e, sorrateira
Enquanto o velho sonho aquém se esgueira
Meu canto com certeza o vago cruza.

64


Abrisse então meu peito e poderia
Ousar com paz e medo o novo sonho
A luta aonde ao todo ora me oponho
Gerando o que talvez não mais teria,
E calo dentro da alma a fantasia
E o verso se moldasse mais risonho
E quando noutro passo em vão não ponho
Sequer o quanto quis ou mais queria,
Acobertando a vida em ledo passo
O tanto sem destino ora desfaço
E gesto dentro em mim novo momento
E sinto enfim a luta incauta
Amor não dominasse mais a pauta
E neste delirar um verso eu tento.


65

Negar a própria sorte e crer no fim
Nas ânsias mais diversas da esperança
O tempo quando aos poucos já se lança
Matando o que restara dentro em mim,
Ocasionando a queda sigo enfim
Gerando a cada engano a confiança
De um passo sem sentido onde se cansa
O mundo resumindo tudo assim,
Vingando todo engodo num passado
Sem medo sem desenho e quando brado
Expresso esta ilusão em verso e pranto
Meu cais vai se afastando pouco a pouco
E quando me percebo quase rouco
Apenas o vazio enfim garanto.


66


Mergulho nos meus ermos e te vejo
Reflexo de uma vida sem proveito
E quando no vazio enfim me deito
Apenas acenando em malfazejo
Cenário na verdade eu nada vejo
E quando alguma sorte enfim aceito
Esqueço deste amor o antigo pleito
Turvando o quanto houvera em azulejo.
Meu verso se aproxima do final
E o canto desdenhando o temporal
Aonde me espalhasse em tom atroz,
O canto sem sentido ou no fastio
Expressa o quanto quero e desafio
Calando da esperança, enfim, a voz.

67

O caos se aproximando do que trago
No olhar em bombardeios mais diversos
Tentando caminhar em novos versos
Apenas outro rumo dita estrago,
E sei do quanto pude e também vago
Matando com ternura os vãos dispersos
E nisto se molduram os submersos
Cenários libertários, medo e afago.
O prazo terminando e a vida ruma
Ao quanto se pudesse e não consuma
Sequer o próprio sonho em dita alheia;
Mas sei quanto se faz inutilmente
O todo que deveras se apresente
E apenas o não ser hoje rodeia.


68

O sol se desenhando além da fonte
Aonde poderia nos trazer
O canto mais diverso amanhecer
Enquanto dentro da alma nada aponte
Desértica emoção meu canto apronte
E gere no final o desprazer
Vagando sem sentido o quanto crer
Destarte destruindo qualquer ponte.
Cantasse qualquer sonho em primavera
E o todo noutra face se tempera
Ousando contatar nova esperança
Numa expressão insólita e vazia
O todo na verdade não viria
Marcando o quanto quer e não descansa.

69

Ao ver dentro de nós a sorte e o medo
Ninguém pudesse crer noutro momento
E quando me expressando em tosco vento
Ao menos no vazio eu me concedo,
E sei do canto enquanto em desenredo
Vencido pelo quanto em vão eu tento
Dos sonhos mais audazes me alimento
E ao fim de certo tempo, sem segredo.
O rumo se transforma em leda imagem
E sei do quanto pôde esta miragem
Matando dentro em pouco uma ilusão
Os ermos caminhares noite afora,
O todo com certeza já devora
Marcando os tempos toscos que virão.

50070

Sorrisos de quem busca pelo menos
As horas mais diversas, noite e luz
Ao tempo dolorido se conduz
Os erros entre dias mais amenos,
Bebendo em tua boca estes venenos
O engano tantas vezes reproduz
O verso transformado enquanto o pus
Tentando alguns momentos tão serenos.
Apresentando enganos me coíbo
E sei do quanto a vida diz recibo
E nega outro cenário aonde possa
Traçar esta esperança outrora nossa,
E o vasto se aproxima do final
Gerando o passo incauto e desigual.



71

Havendo qualquer luz após a queda
Da noite no horizonte em brumas feito,
Após a tempestade eu hoje aceito
O passo que deveras tudo veda.
Pagando com certeza em tal moeda
A sorte se transforma e satisfeito
Mergulho neste rio, e no seu leito
Meu sonho sem sentido se envereda.
Apresentando o caos invés da sorte
O medo por ventura não comporte
Apenas o que tanto desejara,
A luta sem sentido e sem razão
Nas horas mais diversas que virão
Domina totalmente esta seara.

72

Esqueça qualquer luta e siga em frente
A vida se espalhando em tal vereda
Aonde cada passo retroceda
Ou mesmo no final nada garante,
Expresso o que pudesse em verso e prosa
No rumo sem proveito, incauta luz
E o cântico decerto reproduz
O quanto desta vida é majestosa.
Apenas pude ver a solidão
E nela me entranhando sem sentido,
Enquanto no final a paz olvido
Esqueço os dias tolos que virão,
Pagando com terror as duras penas
Aos poucos sem saber mais me envenenas.


73


Hedônico cenário quis um dia
E nada se aprouvera neste fato
E quando a solidão; vejo e constato
O tempo na verdade não traria
Sequer o que pudesse em harmonia
Deixando para trás qualquer retrato
Meus erros tão somente ora constato
E morro sem saber da fantasia.
Meu verso sem proveito e sem caminho
O tempo se desenha mais mesquinho
No caos aonde a vida se apresenta
E sinto quanto possa noutro rumo
E o tanto sem sentido ora consumo
Vagando em noite espúria e mais sangrenta.


74

Os passos no porão, a vida inteira
Marcada pelos tiros, balas, medo
E o tanto quanto possa e não concedo
Apenas com certeza a sorte esgueira
Ousando na esperança por bandeira
A vida traduzindo o desenredo
O canto se transforma e sem segredo
Aporta dentro da alma esta ladeira,
Gerando a minha dor a cada passo,
Vencido pelo olhar até devasso
Da moça sem juízo em tentação,
Esqueço cada noite solitária
Ainda quando pude imaginária
Tramando os dias novos que virão.

75

Legados de uma vida sem sentido
Os erros contumazes de quem ama,
A vida não mantendo a mesma chama
O canto noutro infausto é desprovido
Do tanto quanto possa e mais olvido
Marcando com temor a nova trama
E o verso no final tanto se exclama
E nada mais se traz onde o lapido.
A porta se entreabrindo deixa ver
O amor quando demais; ao se tecer
Gerando a velha teia em tom astuto,
Acordo dentro da alma este matuto
E bebo cada gole da aguardente
Aonde a nossa sorte se apresente.

76


Ouvindo mais distante este marulho
Na areia desta praia, a minha sina
E quando no final nada destina
Apenas no vazio ora mergulho,
E quantas vezes; tento e não se vendo
Sequer a menor sombra da esperança
Quem busca e não insiste não alcança
Senão este cenário em vão remendo.
Jogado pelas ruas e sarjetas
Ascendo ao que pudera ter em paz,
E o mundo se desnuda e nada traz
Nem mesmo o que talvez inda prometas
Meu verso é desprovido de alegria
A noite que me ronda, mais sombria...


77

No tanto quanto pude ou mesmo até
Gestando o que jamais se olvidará
A vida renegando este maná
Impede o quanto pude em turva fé,
Batalhas e contendas tanto até
Que o canto noutro passo moldará
Deixando cada sonho para lá
Atando nos meus passos tal galé,
Esqueço dos enganos e me esquivo
Gerando o que talvez fosse cativo
Matando o meu momento em dor e tédio,
A luta não permite novo sonho
E quando com certeza ora me oponho
A sina não presume em paz o assédio.


78

Negando qualquer passo sigo aquém
Do quanto poderia ou mesmo quis
O mundo se moldando em cicatriz
Deixando para trás o que convém,
Estreito cada passo e sou refém
Do tanto quanto pude e nada fiz,
Matando do meu sonho este aprendiz
Que apenas no vazio dita o bem,
Utópica emoção gerasse em nós
O quanto se pudera mais veloz
Num átimo, um mergulho sem razão,
E bebo em tua boca esta saliva
Do amor que na verdade nada priva
Dos sonhos a gentil rara expressão.

79

Levando a minha voz ao quanto tento
Seguindo sem destino a vida em vão
Os dias na verdade me trarão
Apenas o cenário em desalento,
O mundo se aproxima e quando tento
Num ato mais diverso esta expressão
Marcando com ternura o meu verão
Gestando dentro da alma algum momento.
Esqueço os erros todos que pudera
E venço os dissabores desta espera
Incauta maravilha se desnuda,
E o preço a se pagar já não comporta
Deixando para trás a velha porta
A sorte por ventura segue muda.


50080



Imerecido passo rumo ao fim
E nada se presume senão isso
E quando na verdade inda cobiço
O mundo se aproxima já de mim,
E o corte desenhando tudo assim,
No quanto poderia ora sem viço
Olhar tempestuoso e mais mortiço
Matando o quanto resta e nisto eu vim.
numa expressão diversa da verdade
A vida a cada passo ora degrade
O quanto ainda resta dentro da alma,
Mortalha desenhando o não mais ser
E o todo a cada engano passo a ver
Aonde nem a morte mais me acalma.

81

Aprendo com meus erros, tão somente
E vejo após a queda outro detalhe
Aonde a própria vida já retalhe
Mostrando da emoção cada semente
A vida por ventura só me mente
Remete ao meu passado e neste entalhe
Amar já não seria o quanto falhe
E espalha a hipocrisia plenamente.
Audaz caminho esboça outro momento
E quando na verdade ainda tento
Chegar ao que pudera ou mesmo após,
Traçando o verso feito em ilusão
Os erros cometidos me trarão
Apenas o que trazes para nós.


82

Num jogo em desvario a vida traça
O quanto com certeza eu não veria
E nisto se moldando hipocrisia
A luta na verdade trama a traça,
A sorte sem sentido ou mesmo escassa
A noite procurando a fantasia
E nada do que eu quero poderia
Gerar além da sorte esta fumaça;
Ao escandalizar quem tanto eu quis
Meu mundo desabando e por um triz
O fato refletindo a solidão
Esgota o que pudera ser diverso
E quando noutro engano desconverso
Perdera há muito tempo a direção.


83

O tempo emoldurando este cenário
Aonde o meu caminho se desnuda
Gerando a minha sorte mais aguda
E o tempo noutro rumo e itinerário

Trouxesse tão somente algum fadário
E nisto a própria sorte não acuda
Quem tanto se presume e se amiúda
Na voz de algum momento tolo e vário.

Esboço o quanto pude noutro rumo
E tanto se traduz neste final
Do verso sem caminho ou quando assumo

Meu canto se esboçando sem sentido
Exprime dentro da alma esta fatal
Momento aonde o passo é dividido...



84

Alheio ao que pudera ser diverso
Do sonho sem sentido e sem razão
Aprendo a cada engano outra emoção
E tento mais atento ou desconverso,
No rumo desolado do universo
Metódica loucura em passo vão
O gesto se anuncia mais disperso
E quando noutro encanto tento um verso
A morte se desenha em negação.
Esqueço dos meus passos noutro rumo
E quando no final o engodo assumo
Mergulho no meu canto sem proveito
E tanto quanto pude ser feliz
Tramando o quanto quero e nada fiz
Meu passo noutro encanto não ajeito.

85

Na sorte desdenhada pela vida
O corte se aproxima da raiz
E o tanto quanto quero ou já desfiz
Impede esta fortuna presumida,
O caos onde se gera não duvida
Do peso mais audaz, sendo infeliz
Marcando cada passo vejo em bis
A luta há tanto tempo resolvida.
Esqueço dos meus erros vez em quando
E o passo noutro tempo desenhando
Apenas demarcando o território
Sem medo sem caminho e sem proveito
Aonde com ternura eu me deleito
Embora no final pressinto inglório.

86

Acreditando mesmo no que tento
Esqueço o meu caminho do passado
E o dia se desenha quando invado
Matando desde sempre o pensamento,
Esqueço na verdade o quanto invento
E morro sem sentido em tolo enfado
Marcando com terror aquém evado
E sigo sem saber tal sofrimento.
Espero qualquer tom onde pudera
Vencer a solidão, dura quimera
E ter noutro detalhe a vida em paz,
Depois de certo tempo sem certezas
Cevando desenganos e surpresas
Meu mundo se anuncia mais tenaz.

87

Jamais eu poderia acreditar
Nos erros que cometo dia a dia
E tento quantas vezes poesia
Aonde nunca houvera nem luar,
A luta se traduz ao navegar
Sem termos tão diversos, fantasia
E o quanto deste mundo eu poderia
Aos poucos noutro rumo desenhar,
Esqueço cada verso e sigo em frente
A vida na verdade se apresente
Sem ter sequer um rumo feito em paz
Amar é poder crer neste impossível
Cenário tanta vez em tom incrível
Gestando o que deveras se desfaz


88

Não deixe para trás o lasso sonho
E os laços são deveras mais diversos
Ousando caminhar tais universos
Aonde na verdade decomponho
O manto se resume no enfadonho
Cenário envolto em rudes, torpes versos
E sei dos meus momentos mais perversos
E nisto a cada passo enfim me oponho.
Escuto o vendaval e da janela
A sorte em desalento se revela
Gerando a morte em vida de quem tenta
Saber de uma alegria sem segredo
E o corte se apresenta em mundo ledo
Marcando a noite atroz, feroz, sedenta.


89

Navego contra a fúria das marés
E sei que no final nada adianta
A vida se traduz em turva manta
E o barco se destrói desde o convés
A sorte se apresenta e de viés
O passo se desnuda e se me espanta
A luta se demonstra sempre tanta
Marcando tão somente por quem és.
Resumo de outros dias tão nefasto
Do todo a cada instante mais me afasto
Mergulho nos enganos pueris
E o tempo se desenha em caos e vejo
Somente o quanto quero em medo e pejo
Matando tudo aquilo que eu bem quis.


50090


Mais um soneto feito e a noite vem
Destroça cada sonho em pesadelo
E quanto tanto amor pudesse vê-lo
Gerando após a vida em vão desdém
Do encanto na verdade sou refém
E o mundo se desenha em vão novelo,
O corte se aprofunda em ledo zelo
E no final meu canto segue aquém.
Espero ao fim da luta algum resgate
E quanto mais a vida me maltrate
Esqueço qualquer luz e nego o verso
Aonde pude ter senão a luta
A vida sem certezas não reluta
E sigo nestes passos vis, submerso.

91

Há tanto que pudera imaginar
Algum momento em paz e nada havia
Amar e recolher a fantasia
E nisto novamente reamar,
O canto sem saber de algum lugar
Traduz a imensidão da poesia
E sei do quanto pude e não teria
Sequer nem mesmo aonde descansar,
Apodrecendo aos poucos, minha sorte
Transcende ao quanto posso ou já suporte
Amordaçando o sonho sem proveito
E quando mergulhara no sombrio
Cenário que deveras desafio
O mundo quando vem, desejo e aceito.

92

A sorte se aproxima do fatal
Momento aonde a vida nega o quanto
Do mundo se desenha e não garanto
Nem mesmo algum momento mais real,
E o vento se transforma em temporal
Atemporal cenário em desencanto
E quando me proponho sem encanto
O rústico cenário é sempre igual.
Leviatã invade cada praia
E a morte açoda enquanto além me traia
Vagando sem certeza, ancoradouro,
E o tempo sem sentido e precisão
Gerando no meu canto a indecisão
E nela tantas vezes mal me douro.

93

Somente me coubera acreditar
Nos tantos ou diversos desenredos
A sorte se transforma e sem segredos
Não tendo nem sequer onde aportar
Esqueço cada canto a divagar
E deixo para trás momentos ledos
E sinto meus caminhos em degredos
Buscando inutilmente a luz solar,
Tangentes tão diversas, noite e dia
E o quanto deste encanto poderia
Alçar qualquer momento em tom diverso,
E quantas vezes tento ou mesmo escuto
Sabendo do cenário bem mais bruto
E neste delirar eu desconverso.


94

Apresentando os erros onde um dia
Pudesse imaginar a solução
Os tempos na verdade não trarão
Sequer o que meu sonho mais queria,
Astuciosamente a fantasia
Escala outros momentos que virão
Gerando dentro da alma a sensação
Que tanto quanto quero mataria
Negar qualquer alento e ter depois
A sensação diversa de nós dois
Num ermo caminhar em noite escusa,
Assim ao se prender em turbulência
A vida sem sequer ter coerência
Do engano costumeiro sempre abusa.

95

No trato mais audaz a vida rege
O canto sem sentido e precisão,
Os dias se transformam, desde então
Meu verso me permite ser herege
E o quanto da esperança não inveje
Quem tenta os sonhos novos que virão
Marcando com terror a ingratidão
E nisto outro caminho não protege,
Escusas são comuns e mesmo assim
O tempo se esvaindo traz a mim
O medo sem sentido e sem proveito,
No cais já me distando noutro barco
Os erros na verdade quando abarco
Traduzem o que tento e não aceito.

96

Navego sem saber se existe porto
E o canto se aproxima do final,
Meu verso como fosse a turva nau
E nele se traduz somente aborto,
Ainda que pudesse semimorto
Vencer quanto pude em ritual
A luta se aproxima em lance tal
Moldando este cenário turvo e torto.
Apenas sou assim e não renego
O quanto alimentara sempre este ego
A fantasia audaz e o medo em vão,
Depois de certo tempo em primavera
A vida na verdade destempera
Marcando o dia a dia, ingratidão.

97

Narcotizado sonho em vão eu trago
E bebo cada gota da aguardente
Aonde a solidão tanto freqüente
Deixando para trás o rumo vago,
E quantas vezes tento e se me afago
O manto se traduz mais plenamente
E o corte no final já se apresente
Traçando o quanto quis em sujo lago,
Escândalos diversos, agonia
O canto sem limites se faria
E o caos degenerado em luz e medo,
Dos tantos que pudera, por ventura
A vida se desenha e me tortura
Dos sonhos mais gentis, triste arremedo.


98

Repare cada estrela e veja bem
O quanto um verso em vão não poderia
Traçar sequer o canto em utopia
E a vida no final já nada tem,
Esqueço e quando sou mero refém
A luta a cada passo em agonia
O fato se reflete onde podia
Marcar o quanto quero e nada vem,
Esqueço este cenário e não pudera
Vencer o que no fundo dita a fera
Que habita uma esperança sem sentido.
Ocasos entre prazos e momentos
Diversos degeneram desalentos
E o canto que desejo agora olvido.


99

Qualquer caminho dita algum alento
A quem já se perdera plenamente
A vida noutro passo se apresente
Entregue ao mais dorido e forte vento,
E quando alguma noite em paz eu tento
Ainda que deveras mais freqüente
O passo se traduz e finalmente
O parto se desenha em pensamento,
Acordo e nada vindo, nem o sol,
A luta se espalhando tenta em prol
O quanto não havia dentro em nós,
Do prazo mais atroz a voz sonega
E a sorte se desdenha sendo cega
Marcando o meu momento mais feroz.


50100



Não pude acreditar no quanto vem
E tento imaginar alguma luz
E quando na verdade se produz
A sorte do futuro segue aquém,
O amor que com certeza não contém
Sequer o quanto quero e onde me pus
Pudesse com certeza fazer jus
Ao todo que talvez diga desdém,
O prazo se extermina e nada veio
Seguindo cada engodo em devaneio
Anseio algum momento em paz e sinto
O passo sem proveito em rude cena,
A vida quando tanto me envenena
Meu sonho sem proveito e agora extinto.

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