quarta-feira, 17 de novembro de 2010

50351a 50360

50351

A hora mais feliz entre diversas
Expressa o quanto quero e me aproximas
Das sendas mais sublimes, e redimas
Enquanto para além do todo versas,
O quanto poderiam ser dispersas
As sortes noutros ermos, velhos climas,
Do todo desenhando tais estimas
As noites muitas vezes são perversas.
Ouvir o mar que trazes no teu peito
Sentir este momento enquanto aceito
O todo desenhado em tom suave,
Sem nada que pudesse transformar
A vida se mostrando devagar
Liberto coração qual fosse uma ave.


50352

A imagem que inda trago viva em mim
Falando de um momento mais tranquilo
Enquanto a sensação de amor desfilo
O tempo traduzindo o quanto eu vim,
Vagando neste espaço já sem fim,
A sorte que transcendo e assim destilo
Mergulha no passado e sem vacilo
Expressa o que melhor conheço enfim,
Escondo estas vertentes do que fora
A luta tantas vezes sonhadora
Marcada pelo engano e nada além,
O tolo caminhar em noite fria
Aos poucos a promessa se perdia
E nada no lugar ainda vem.

50353

A juventude exposta em carne viva,
Meu tempo se perdera sem razão
E os dias que inda restam me trarão
Esta alma tantas vezes mais cativa,
E quando uma emoção meu peito criva
Ousando noutros dias que virão
Marcando em consonante sensação
A luta mais audaz que sobreviva.
Esqueço dos meus erros e somente
O tanto quanto possa se apresente
Matando a minha luz e nada veio,
Somente o meu caminho se promete
E a vida no final já me arremete
Ao quanto pude ver em vão anseio.


50354


A idônea fantasia de quem ama,
Gerando após o todo novo mundo
E nisto quando mesmo me aprofundo
Tentando reviver a imensa chama
A sorte desenhando o quanto clama
E neste delirar do amor me inundo
Vibrando a cada passo num segundo
Exposto ao que pudesse sem tal drama,
esqueço dos meus erros e prossigo
Vivendo cada tempo ora contigo
Audaciosamente libertário,
Meu canto no teu canto se entranhando
A vida se desnuda desde quando
A dita muda o velho itinerário.


50355

A luta não cessara um só momento
E sei do quanto possa e mesmo até
Ousando noutra face sem a fé
O corte se desenha em vão provento
E quando do passado me alimento
Tentando caminhar ainda a pé
O sol adentra o templo e por quem é
Ao menos outro tempo ainda invento,
Esqueço do abandono feito em luta
E a força se desenha sempre bruta
Escuto a tua voz e nada vejo,
Apenas o receio de outra sorte
E nisto nem o sonho me conforte,
Matando em nascedouro algum desejo.


50356

A marca da pantera em presas, garras
A sorte se desenha após o cais
E nada mais impede os tão venais
Momentos onde tanto já desgarras
E sei dos meus ardores quando escarras
E geras outros tempos desiguais
Os olhos procurando sem jamais
Sentir o quanto queres e me amarras.
Ousasse acreditar noutro segundo
E quando nos teus braços me aprofundo
Resumos de outros dias neste encanto
Aonde o meu momento se aproxima
E sinto com certeza a rara estima
Enquanto no final nada garanto.

50357


A nata da esperança dita o rumo
De quem se fez além de mero sonho
E quando na verdade até proponho
O mundo aonde em paz tento e resumo,
Ainda que pudesse noutro prumo
O canto mesmo até sendo medonho
Expressa cada rito onde componho
O todo sem sentir o raro insumo,
Espero qualquer luz que não viria
E sei da mais temível fantasia
Ao adentrar o cais sem mais defesas,
As dores se aproximam e vagando
No tempo mais atroz, ora nefando
As horas não seriam mais ilesas.


50358

A onda que se transforma na procela
E adentra a minha praia, invade tudo
E quando no final me desiludo
Apenas o vazio se revela
Aprisionado sonho em dura cela
O todo se desenha atroz e mudo,
O canto se mostrasse tão miúdo
E o tanto quanto quero não se atrela
Espero alguma luz que não viria
E nisto se mostrando a noite fria
Aprendo com meus erros e somente
O quanto quis e nada mais pudera
Expressa a solidão, leda quimera
E o coração do nada se alimente.

50359

A porta se trancando não permite
Que eu siga meu caminho em plena paz
O quanto do meu sonho fica atrás
A vida não se traça em tal limite,
Ainda que deveras acredite
No quanto poderia e já se faz
O dia se desenha mais mordaz
E nisto uma esperança ora palpite
Vasculho cada engano de um momento
Aonde mergulhara e sei que tento
Vencer os meus enganos; sendo assim,
O canto se adensando não se cala
Minha alma da alegria uma vassala
Prepara o meu caminho para o fim.


50360

A queda anunciada há tantos anos
Os erros mais comuns de quem procura
Vencer com mansidão qualquer loucura
E sabe dos terríveis desenganos
Os dias que pudera soberanos
A luta em noite amarga e sempre escura,
A sorte tantas vezes nos tortura
E muda sem sentir os velhos planos,
Etérea fantasia diz do quanto
Amar já não traria o raro encanto
Enquanto desfilasse novo rumo,
E o passo sem destino e sem razão
Expressa os dias turvos que virão,
E nisto com certeza em vão me esfumo.

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