sábado, 5 de novembro de 2011

SONHAR NUNCA É DEMAIS

Sonhar nunca é demais, esteja certa,
Arder nesta ilusão que tanto queima
Pecado sem ter culpa, noite incerta,
Mistura deliciosa, santa teima...

Temer, tão simplesmente conter siso,
Que impede que possamos encontrar
A chave que nos leva ao paraíso,
Na nossa própria entrega está perdão.

É como desfrutar da nossa casa
Neste momento livre, nessa entrega,
Que nos aquece tanto, louca brasa,

Amor que tanto salva não se nega.
Amor que sempre foi a solução,
Nas asas traz calor e proteção...

CIRANDA

Rodando na ciranda sem parar
Espaços delicados para a dança
Que roda faz bem tempo, quer rodar,
A fantasia preme e já te alcança.

Na dança tão robusta desta festa
Que sempre se imagina fantasia,
Abrindo na ciranda nova fresta
Deixando a madrugada pede dia.

Eu quero esta criança que não pára,
Não deixa de rodar nesta ciranda
A vida tão robusta me antepara

E sempre recomeça a mesma banda.
Que pede sem descanso e quer mais ar,
Bem antes disso tudo começar...

SEM DESTINO

Subindo sem destino, cavalo, homem...
Pisando tantas folhas já caídas,
Subindo eternamente aos poucos somem
Nas marcas que deixaram nas subidas...

As rédeas ordenando que não parem,
O rio se desenha qual serpente.
Na marcha sem galopes que disparem
As marcas desenhadas totalmente

Esporas desta vida, são malditas
Estórias esquecidas... O que pretende
Por sobre tantos passos dessas ditas

E cada vez distante sempre ascende.
O que se quer tão alto, assim, depois?
Cavalo e homem, pobres destes dois...

APAIXONADO...

Num sonho me encontrara apaixonado
No susto que tomei ao ver meu nome
Escrito na parede ali grifado,
De certa forma tudo se consome.

E nada mais falava, só te ouvia,
Estampado no meu peito este retrato,
Tal qual fosse te olhar mas nada via,
Alucinado sonho, vero fato...

Chamavas por meu nome, te indaguei
E vi que então fugir era impossível.
Aos poucos no delírio me entreguei

Vivendo a sensação tão mais incrível
De amar em tempestade, calmamente,
Meu nome no teu nome, de repente...

NOSSO DESEJO

Nosso desejo trama tal prazer
Que , insano, te acompanho radiante.
Vou célere buscando o teu querer,
Fazendo tanto amor, a cada instante...

Te sigo e te procuro, fogo e tramas,
Nas matas e nas rondas me alucino,
Vivendo nosso amor em plenas chamas,
Buscando em teus delírios meu destino...

Cobrindo teu desejo, descobrindo
Desejos que lampejos se procuram,
O teu desejo tonto vou cobrindo

Com matas e cascatas que se curam
Na sorte que bem sabes vai e vem,
No vai e vem que quero e tu também...

MINHA AMADA

Voltaste pros meus braços minha amada,
Depois de tanto tempo tão ausente.
Já temos a certeza de que nada
Na vida me fará tão mais contente.

Que o fogo desse jogo em pleno amor
Guardado num recanto de alegria
Pureza e sedução, meu esplendor,
Vivendo nosso amor em poesia...

Pureza da menina bem guardada
No mar que te entranhou a vida inteira.
Sabendo que decerto é tão amada,

Que a marca deste amor é verdadeira,
És toda nossa trama de poesia
No mar que amor transforma em tal magia...

ESTRELAS...

Estrelas que rodeiam essa lua
Que transformada em mágico brinquedo
Porém tão enganosa bela e nua
Pretende ser tocada por um dedo.
Rabiscada na folha de papel,
Em grafite, parece um doce seio,
Brilhando em gigantesco e belo céu.
Tramando nova vida sem receio...
Porém o que eu pensava já não era,
Em verdade era simples fantasia,
São luzes que me enganam da quimera
Jamais o belo que eu queria...
Amor, depois senti com emoção,
Guardados, esperando lábios, mão...

UM CORAÇÃO APAIXONADO

Um coração que trama tanta sorte
De ser bem mais de mil num peito só,
Batendo simplesmente assim tão forte,
Em tantas rebeldias, dá um nó.

O coração vermelho bate tanto
Que tanto amor batendo me transtorna
Vestido de vermelho, sangue é manto,
De amor no louco ofício, já se entorna...

Coração companheiro predileto,
Eu quero que acompanhes meu amor,
Sabendo que precisas ser completo,

Em tantas armadilhas, rubra dor.
Batendo quase sempre que apressado,
Mil vezes, coração apaixonado...

UM MANSO RIO

Querida é rio manso que procuro
Nascido nestas fontes do prazer.
Vivendo nosso amor, às vezes duro,
Sabendo que não posso te esquecer...

Na camiseta bela que trazias,
Nudez se adivinhava num segundo,
As camas tão distantes e vazias,
Se inundam com amor forte e profundo...

Se fosse revelar naquele gesto
Imensa essa certeza que me trás
Amando norte e sul, eu já te empresto

Amor de rio e sol, perfeita paz...
Eu quero a camiseta que tiraste
Na cama que comigo, desnudaste...
-

METADES

Metades que se encontram em poesia
Somadas formam mais do que milhão,
A noite quando toca o manso dia,
Em luzes se transforma, um turbilhão...

Metades encantadas pois completas
São forças gigantescas e medonhas,
Assim como se abraçam dois poetas,
Nos sonhos que eu já sonho e que tu sonhas...

Parcerias são formas de prazer
Amores repartidos mas inteiros,
Ajudam a quem ama perceber,

Que a vida se reparte em companheiros...
Parceiros destes cantos sem quimera,
Que fazem renascer a primavera!

AMORES SÃO PROCURAS

Amores são procuras tão intensas,
Na busca de repousos encontrar,
Precisam de coragens mais imensas,
São sedas que não podem se amassar.

Amores como véus que são rasgados
Vivendo nesta pura fantasia
Olhares com destinos bem tramados
Em todas as delícias dia a dia.

Amores explosivos em batalhas
Nas guerras divinais em tais embates
Acordam nunca param negam falhas

No fim mansas tréguas nos combates.
Já fazem tanto cio se encontrar,
Dos bichos, em plena arca a esperar!

LOUCURAS QUE CATIVAM

Loucuras que cativam, infernizam,
E mostram tantas garras contundentes
Seduzem e de leve perenizam
As horas que tivemos bocas, dentes,

Esquecem desta santa que dormia
Na menina que brinca do meu lado,
Da mulher que reclama todo dia,
Da fêmea que abrasada forja o cardo,

Nas chamas das loucuras onde dança
E pede e que me tira pra sonhar
Com tramas em nudez, já vem, avança,

Deitada em minha cama, quer luar
Que adentre e que acarinhe perna e coxa,
Deixando de prazeres, murcha e frouxa...

RODOPIANDO

As horas que vivemos rodopiam
Não param nem que parem mais anseio,
As noites que tivemos já se fiam
Nos gozos deste corpo que incendeio...

Nos brindes que fazemos, meu segredo,
Brincando no teu corpo até morrer,
Embarco neste jogo e vou sem medo,
Embrenho tua mata em teu prazer.

Em tua companhia chama o gesto
E grito peço colo e vou te ver
Em tudo que te peço já me empresto

E deito junto a ti, até morrer...
Não roubo só minutos, com paixão,
Eu quero te tocar toda emoção...

A MACIEZ DE TEU CARINHO

Eu quero a maciez de teu carinho
Com doce e com total suavidade,
Nas ruas e nas sendas, no caminho
Que leve desta vida uma saudade...

Sabendo que te quero por querer,
Não temo nem calor nem mesmo frio.
Em todos os passeios posso ver,
Amor que se escondendo, vai macio...

As bocas que se tocam, mansamente,
Provocam nos luares, os ciúmes...
Eu quero teu amor tão docemente,

Apenas não escutes meus queixumes...
São trevas que me impedem de saber,
Deixando a madrugada se acender...

FRIA MADRUGADA

Na madrugada fria, abro a janela,
Procuro teu amor que tanto acalma.
A lua me responde que é só dela,
Amor que tanto quis de corpo e de alma...

Vê que bela noite que se apronta
Estrelas e desejos se disfarçam.
A boca desta noite está bem pronta
Pr’a receber dois seres que se abraçam...

Mas o rigor da vida não se cala,
Janela mesmo aberta nada traz,
Espero neste quarto, nossa sala

A noite tão vazia, perco a paz...
Eu quero teu amor tão docemente,
Te espero meu amor, amar urgente!

LASCÍVIA

Correndo vem meu anjo pros meus braços
Tremendo neste amor sem ter tardança,
Percorro calmamente nos teus traços
O brilho angelical duma esperança...

Avivo teus vigores violentos
Que de anjo te transformam de repente
Tão loucos os delírios mais sedentos,
Venenos e lascívia de serpente...

Teu rosto de marfim enrubescido
Em vivo carmesim já transtornado,
Pudor que nesta cama está perdido,

Encontra nosso amor, louco tornado.
Tu temes este amor, mas por fim goza,
Nos braços que te esperam, anjo e rosa...

SOLIDÃO? QUE NADA...

Prazer não se concebe em solidão
Os olhos da manhã precisam sol.
Florindo todo amor em emoção,
Vibrando as cercanias, arrebol...

Repare como as belas margaridas
Enlaçam-se e vivem agrupadas,
Assim devemos crer em nossas vidas
Serenas noutras tantas tão amadas...

Que bom que é caminharmos bem juntinho
Em busca do futuro colorido,
As aves se procuram, formam ninho,

Amor demais amor de amor provido...
Pois vamos nessa eterna primavera,
Vivendo tanto amor que amor espera...

AMANDO

AMANDO

Amando tanto amor quanto pudesse
Nas minas que porejam tantos sonhos,
Amor que tanto amor em amor cresce
Tramando tantos dias mais risonhos...

Quem nasce com amor e poesia
Já sabe desfrutar de amor imenso,
Fazendo deste amor a fantasia,
Nos olhos, tanto amor eu recompenso,

Meus versos que dedico sem demora,
Vivendo destes olhos tão profundos.
A plena poesia, sei agora

Invade nossa vida, nossos mundos.
Eu amo tanto amor que merecia,
Minando em cada canto e poesia...

AMOR DELIRANTE

AMOR DELIRANTE

Entregue a esse amor tão delirante
Que trama uma esperança a cada dia.
Sabendo que te amar é ter constante
Um peito transbordando em alegria.

Eu sei que meu caminho se perdeu
Nas ondas agitadas deste mar,
Que sabem quanto amor, amor me deu,
Em busca de teus cantos, tanto amar!

A febre que me queima e que me cura
É febre que procuro qual remédio,
A febre que em minha alma traz fervura

E salva meu amor do triste tédio...
Difícil caminhar se estou entregue,
Preciso que teu corpo me navegue...

NESTA TARDE

NESTA TARDE

Na tarde tão dolente e mais festiva,
Amor tão envolvente me convida
Fazendo deste amor uma alma viva
Que ambígua me permite amar a vida.

A mente se permite tal recosto
Neste ofegante sonho de prazer.
As horas se passando, vou exposto,
Vontade delirante de viver...

Nos braços dessa amada poesia,
Em plena tentação sem contratempo,
Se não mais me concentro nem no dia,

A perdição encontra todo o tempo...
Minha vontade explode em tentação,
Deitado no teu colo, com paixão....

MENTIRAS SOLTAS AO VENTO

Mentiras quando ao vento soltas são,
Neste furor intenso me transtornam.
Sabendo governar meu coração,
Excesso de cuidados logo entornam...

Insanas confianças nos futuros
Fortuitas ilusões que queimam tanto,
Os frutos deste amor se estão maduros,
Recordam das sementes outro tanto.

Semeio novas luzes no teu peito,
Cintilam meus cristais e diamantes,
Amor quando demais, amor perfeito

Embala nossos sonhos delirantes...
Que importa meu amor da vida o fel,
Se tramas nossa cama em doce mel...

DISTANTES LÉGUAS

Das flores que plantei, amor e tréguas
Nas plagas carinhosas do meu peito,
Andando por amor distantes léguas
Em busca do viver mais satisfeito.

Tenazes e sutis, tantas lembranças,
Passado que encontrara assoberbado,
Vibrando nestas hostes de esperanças
Fazendo deste amor meu doce brado.

Amo tudo que em minha alma semeio,
Na pertinácia imensa da paixão,
Poder acarinhar sem ter receio,
Os seios tão sublimes, coração...
Amor que revelando meu jardim,
Nas flores que cultivo, dentro em mim...

EU QUERO O TEU AMOR

O céu sem ter estrelas, sem ter lua,
Embora seja céu, trama este inferno.
O canto que no encanto continua
Trazendo tanto frio neste inverno...

Janelas sempre abertas esperando
Entrada deste vento promissor,
O coração espera estar amando
Envolto na certeza deste amor...

As nuvens se dissipam, brilha o sol,
Quem fora tanto tempo adormecida,
Conhece nosso amor como farol

Trazendo estrelas, lua, calor, vida...
Eu quero teu amor, tanta ternura,
Amor que em tanto amor, de amor fartura...

O VELHO SONHO

O VELHO SONHO

Adoça com certeza o velho sonho
Gerando no futuro o libertário
Caminho que pudera num fadário
Que tanto desejei quanto proponho.

O mundo se apresenta e decomponho
O sentimento rude e solitário
Tramando outro caminho, itinerário
E nele um tempo além sempre risonho.

Vagando estrela guia céu afora
A mansa melodia nos decora
E condecora a sorte em claros louros.

Assim se permitindo ancoradouros
Aonde quis deveras novo cais
Vencendo os dias turvos, temporais.

MARCOS LOURES

PRADOS

Silêncio quase que religioso
Sossego nestes prados verdejantes.
De tanto que queria manso gozo
Deitado nessa relva dois amantes.

Olhando para estrelas calmamente,
Cansaço deste amor realizado.
A noite anunciada, de repente,
Transborda neste sonho que encantado.

Murmúrio tão distante, d’águas, rio,
O vento balançando estas folhagens,
Renasce nesse amor um louco cio

E a lua namorando tais viagens...
Amada como um sonho estás aqui,
Na doce fantasia, amor vivi...

IRRADIANDO JUVENTUDE

Amor que irradiando juventude
Transborda com delícias e carinho.
Do sol que tudo invade em atitude
O mundo que passei, demais sozinho...

O tempo que vivera, tão escuro,
Agora reconheço, meu amor,
Um coração que bate mais maduro
É todo o meu princípio de sabor.

Já sabe e reconhece uma beleza
Não deixa se enganar tão facilmente
Conhece tanto a luz quanto tristeza,

Vida, sabe viver mais plenamente...
Amor que assim desejo em nosso ninho,
Sabor que tanto quero, como o vinho...
-

COM TERNURAS

Meus olhos que te enlaçam com ternuras
Buscando no teu colo meu descanso,
Aguarda tanto amor, suas venturas
Qual rio que procura seu remanso.

Ternuras desejadas e queridas
Dos braços da mulher que procurei,
Vasculho nos espaços, tantas vidas,
Parece que este amor eu encontrei.

Deitando sobre esse vergel tão cálido
Que trazes com ternuras indizíveis,
A lua com luar belo e tão pálido

Reflete as belas cenas mais incríveis...
Teus olhos e luar, que fantasia,
No brilho que este amor, tonto, irradia!

DAMA E GUEIXA

Surgindo destas lástimas terríveis
Qual vento que lambendo estas folhagens
Soando nos carinhos mais incríveis,
Permitem doce amor tantas viagens...

Eu quero ser futuro mais sereno
E ter a placidez deste bom lago
Vivendo sem ter queixas, tão ameno,
No leito em riso e flor, o fino afago...

Sem queixas de amargura ou de tristeza,
Distante das agruras, das afrontas,
Dos pátios tão febris de tal beleza

Das noites, nossas danças, lanças tontas.
Eu quero teu amor que nunca deixa,
Te ter na minha cama, dama e gueixa...

SILÊNCIO

SILÊNCIO


Esse silêncio acalma, anestesia,
Prazer bem mais sereno se adivinha...
A vida transcorrendo em harmonia
Deitada nos teus braços, paz aninha...

A brisa sussurrando folhas, matas,
As águas tão pacíficas do rio...
Amor em borbotões plenas cascatas,
Explode nesta noite em louco cio...

Velando por teu sono, meu amor,
Observando a nudez tão maviosa;
Beleza transparente em esplendor,

Que faz brotar amor, perfume e rosa...
Nesses delírios tontos, colibri,
O tempo que sonhava, estava aqui.

CHEGASTE FINALMENTE

Que bom que tu chegaste a minha vida!
Por vezes eu pensara estar no fim.
Agora que te encontro, ressurgida,
Outra esperança nasce dentro em mim...

Dançarmos pelas noites mais felizes,
Vivermos e brindarmos sem temor.
No palco, tantas luzes, as atrizes
Refazem espetáculo do amor.

Não deixe que esta noite degenere
Nas tais ingratidões e desventuras.
O brilho de minha alma se confere

Nos olhos que te enlaçam com ternuras...
Amiga, revivamos fantasia
Neste festim divino da alegria!

UMA VERDADE

UMA VERDADE


Apenas traduzisse esta verdade
Que quando nos afeta nos transtorna
O mundo sem sentido já se torna
O quanto se pudera e nos invade,

O medo gera tal temeridade
Aonde a vida fora outrora morna
E bebo desta fonte que se entorna
Gerando o que sonegue liberdade,

Meu passo sem ter mesmo algum apoio,
Os sonhos se perdendo num comboio
Aboios e lamentos vida afora,

O prazo determina o mais implícito
Caminho aonde possa haver o lícito
Desejo que de fato nos devora...

NEGAÇÃO

NEGAÇÃO


Arcasse com meus erros tão somente
Vivendo o que pudera sem ter chance
Do quanto na verdade sei que alcance
Ainda quando a vida invade e mente,

O passo se mostrara mais premente
O peso noutro tanto não se lance
Restando o quanto venha e sem romance
A morte se anuncia brevemente.

Não temo sequer quedas nem engodos,
Enganos na verdade bebo todos
E sinto esta fatal ebulição

Jogado sobre as pedras deste cais,
O tanto que se mostra diz banais
Vontades onde vejo a negação.

FRÁGEIS VONTADES

FRÁGEIS VONTADES

Trazendo o que ora indexas ao meu passo
Nas frágeis e febris vontades turvas
A vida se desenha em tantas curvas
E nisto o que possa me desfaço.

Ascendo ao que jamais imaginasse
Arcando com meus erros e falácias
Tornando bem mais pobres tais hemácias
E a morte venha como um desenlace,

Arguto muitas vezes, mas cruel,
O vento se espalhasse pela casa,
O passo sem cadência já se atrasa
E sigo sem saber, sozinho ao léu,

Negando cada engano aonde eu trame
A vida muito aquém deste ditame...

FUGAZ

FUGAZ

Ainda quando vejo o fim da tarde
Anunciando a noite mais brumosa
A sorte de tal forma caprichosa
Expressa o que deveras tanto aguarde

E mesmo quando em vão busque e resguarde
O tempo sem a fonte mais airosa
O vento de tal forma o passo glosa
E o todo noutro tom já se retarde,

Anunciasse assim o que se exprima
Jogando para além a vaga estima
Que um dia sublimasse o verso em paz,

Ocasos entre trevas e fornalhas,
Ousando acreditar no que ora espalhas,
O mundo se mostrasse tão fugaz...

MEUS ERROS

MEUS ERROS

Quisera de tal forma o quão disforme
Amor se emoldurasse em rude tela
E quando sem sentido algum revela
O todo noutro tom não mais conforme

A sorte se traduz e sei da enorme
Vontade que deveras já se atrela
Rompendo meus grilhões, a antiga cela,
O tempo sem ter tempo nos transforme,

Apêndices diversos, versos frágeis,
Os dedos que seriam bem mais ágeis
Agora se expressando em tons tão feéricos,

Os dias sem sequer um lenitivo
Enquanto pelo menos sobrevivo,
Os erros que cometo; sei que homéricos...

DIVERSIDADE

DIVERSIDADE

Corpúsculos diversos, marcas vagas,
Do quanto poderia e nunca houvera
A sórdida expressão de uma quimera
Que tanto quanto beijas, sei que afagas,

Os olhos em tempestas, velhas plagas,
A solidão de fato destempera
E o que pudesse ser somente espera
Agora noutra face voltas, tragas,

Escárnio simplesmente e nada mais,
O tempo se moldando entre os fatais
Anseios que trouxessem acalanto,

Os olhos no abandono sem reflexo,
O mundo se desnuda e vou perplexo
Enquanto o que me resta enfim espanto.

APOGEU

APOGEU

Já não me caberia acreditar
Nas falsas ilusões que tu me trazes,
Os dias poderiam mais tenazes
Em contumazes passos, caminhar,

A vida se desenha e ao se notar
O que se tenta além de meras fases
Ou mesmo se anunciam nestas frases
Que eu possa simplesmente desnudar,

Vasculho pelos cantos desta casa,
A solidão de fato enquanto abrasa
Não mais me permitisse alguma luz,

O verso se perdendo, atroz e roto,
Mergulho meus anseios neste esgoto
Que ao apogeu dos sonhos me conduz.

MOTIVO

MOTIVO

Ainda que tentasse algum motivo
Que possa transformar algum instante
No quanto mais desejo doravante
E mesmo que isto fosse um lenitivo,

Dos dias mais audazes, se me privo,
O fim já sem sentido algum garante
O mundo noutra face delirante,
No tempo mais feroz eu sobrevivo,

Restauro os meus antigos sonhos quando
O tempo noutro fato desabando
Mergulhos que ensimesmo e nada faço,

Arcar com velhos trapos, alma sórdida,
Imagem tantas vezes quase mórbida,
Se existe algum consolo, o sinto escasso.

RESÍDUO

RESÍDUO

Ouvisse novamente a voz que tanto
Pudesse me trazer felicidade
Mudando o quanto teime e já degrade
O mundo se transforma e rompe o manto,

Ainda que por certo o que garanto
Mergulha no cenário onde se evade
O sonho mais sublime em liberdade,
Restando no meu peito, apenas pranto,

O vento se anuncia ao fim da tarde
E sei da tempestade que se aguarde
Quando chegares, mansa, deusa ou louca,

Assim da sensação mesmo que pouca
Algum resquício eu levo dentro da alma
E sei que este resíduo em paz me acalma...

TUA PRESENÇA

Que bom que tu chegaste a minha vida!
Por vezes eu pensara estar no fim.
Agora que te encontro, ressurgida,
Outra esperança nasce dentro em mim...

Dançarmos pelas noites mais felizes,
Vivermos e brindarmos sem temor.
No palco, tantas luzes, as atrizes
Refazem espetáculo do amor.

Não deixe que esta noite degenere
Nas tais ingratidões e desventuras.
O brilho de minha alma se confere

Nos olhos que te enlaçam com ternuras...
Amiga, revivamos fantasia
Neste festim divino da alegria!

MEUS PASSOS.

MEUS PASSOS.

Não mais se poderia acreditar
Nos passos de quem tenta nova sorte,
Ainda que deveras me conforte
O mundo não teria mais lugar,

Vencido após decerto inda lutar,
Sonego qualquer fonte e sem aporte
A vida se perdendo, trama o corte,
E nele possa mesmo mergulhar,

Aonde se fizera quase hedônico,
O tempo mais simplório segue agônico
E tétrico cenário se adivinha,

O marco se vislumbra e nada posso,
Senão neste caminho outrora nosso
E nele uma incerteza é toda minha...

MOTO CONTÍNUO

MOTO CONTÍNUO


O tempo se desnuda entre as montanhas
Em luas, sóis e brilhos tão diversos,
Ousando penetrar com rudes versos
Aonde se perceba o quanto entranhas,

As sortes mesmo quando mudem sanhas,
Encontram dias rústicos, dispersos,
Mas vejo então meus passos tão imersos
Vencendo as mais dispersas lutas, manhas,

Ouvindo a voz do vento em vagos sons,
Ecoa dentro da alma esta mudança
A cada novo dia a velha dança,

A vida se transforma – mesmos tons,
E tudo transmudado, mas no fundo,
Do quanto já conheço enfim me inundo.

AMOR EM PAZ

AMOR EM PAZ


Trazendo dentro da alma esta vontade
Que possa transformar cada momento
Num ato de total discernimento
E trame desde agora a liberdade,

A luz em plenitude enquanto invade,
Marcasse com ternura o que ora tento
Vencer com mais brandura o sofrimento,
Rompendo em mansidão a dura grade,

E assim ao conhecer a paz sublime
Que a cada novo instante nos redime
Vivendo a eternidade em cada instante,

O mundo se anuncia sem temores.
E planto em meu caminho, luzes, cores,
Bebendo o quanto o amor em paz garante...

ATROZ.

ATROZ.

O amor se faz temido ou mesmo atroz
Nas tramas onde enreda cada engano,
E tanto quanto possa se me ufano
Ousasse acreditar, soltar a voz,

No fundo este divino e santo algoz
Expressa o seu caminho soberano
Matando e ao mesmo tempo traça o plano
Aonde se fizera agora e após,

O corte cicatriza, mas tatua,
A face que pudera ser tão tua
E atua neste palco sem limites,

Porquanto em seus sinais vejo o que sou,
Ou mesmo coletando o que restou
Do quanto agora quero e necessites.

ALGUMA LUZ?

ALGUMA LUZ?


Não mais imaginasse alguma luz
Tampouco poderia crer no espaço
Diverso do que tanto teimo e traço
E nisto outro momento se produz,

Versando sobre o quanto faço jus,
Acordo e se deveras sigo lasso,
Apenas apertando o velho laço,
O mundo sem limites não seduz,

Reparo cada engano e tento até
Viver o que pudesse e na maré
Que invada em vil ressaca cada sonho,

Somente me apertando a inútil gola,
O tempo noutro tanto degringola
E o peso me sufoca, ora medonho.

VELHA HIPOCRISIA

VELHA HIPOCRISIA

Jargões antigos, velha hipocrisia,
Queimando dentro da alma do poeta,
A luta se desenha e me repleta
Do quanto no final nada traria,

Vencido sem saber do que haveria
Pousando aonde o tempo se completa
Na força mais audaz ou mais dileta
O mundo se desnuda em fantasia,

Soníferos, anseios, medos, rotas,
E quando na verdade me derrotas
Sorrindo em ironia sigo aquém,

Percebo cada passo dado em falso
E sinto em novo engano este percalço
Que possa e na verdade nada tem...

SONHADORA...

SONHADORA...


Por vezes imagino alguma fonte
Que possa traduzir outro cenário
Diverso do que trago, imaginário,
Tomando já de assalto este horizonte,

O medo a cada passo se desponte
Embora seja um mal tão necessário,
Enquanto o caminheiro solitário
Não tem sequer além, a estrada e ponte.

Não quero mergulhar dentro de mim,
O tanto que se eclode num motim
Expressaria o fim do que eu já fora,

A farsa se desdenha noutro ensejo
E quando a solução; busco ou desejo,
Minha alma se presume sonhadora...

AMBÍGUA - DUETO EDIR PINA DE BARROS e marcos loures

AMBÍGUA

Odeio e amo! Sofro desse mal!
Eterna ambigüidade desumana
que vem e me avassala - é tão tirana -
tornando-me insensato animal.

Amo e odeio! Ambígua, sou dual!
E olho nos teus olhos, soberana,
Sentindo tanta ira! Tanta gana
De ser cortante, feito um bom punhal!

Odeio e amo! Quanta ambigüidade!
E assim te odeio só pela metade,
E a outra te quer mais que a própria vida.

Mas quando tu me tocas tudo esqueço,
E tu me tens inteira e pelo avesso
Louca d’amor, tão lânguida e vencida!


Edir Pina de Barros


Se tanto poderia ser diverso
Do quanto sou ou mesmo mais queria,
A vida se traduz dicotomia
E nisto sigo em mágoas, vou imerso,

E quando de mim mesmo me disperso
Vagando pelos vãos da fantasia,
Adentro o que pudera e não teria,
Gerando novos mundos e universos,

Às vezes; amoroso, outras nem tanto,
Já nada mais prometo e nem garanto
Apenas o que sou neste momento,

Mimetizando enquanto sofra ou goze,
Vivendo o que puder; metamorfose,
Jogado sem sentido, bebo o vento.

NADA RESTA

NADA RESTA



Aflições rebentando, nada resta,
Nas lavras que esperança não plantou.
Cismando tantas vezes, penso em festa,
Porém a solidão, o que restou...

Nos círculos das dores que corroem
Recordações de vidas tão cansadas,
As lágrimas que caem, sempre soem
Nascerem destas noites desoladas...

Eu clamo piedade, ninguém ouve...
Meus olhos empapuço, não percebes...
Amor que na verdade, sei, não houve,

Caminhos destruídos, sendas, sebes...
Angústias violentas neste mar,
Formado por tristezas, tanto amar...

PUDESSE SER ALÉM

PUDESSE SER ALÉM

O amor pudesse um dia ser além
Do quanto se apresenta num instante
E o verso mais audaz que se agigante
Enquanto outro cenário em paz, já vem,

Pousando aonde nada é de ninguém
O prazo determina doravante
O tempo mais atroz e degradante,
Na voz que na verdade sei tão bem,

Versando sobre o medo ou meu anseio,
Rompendo os velhos diques, ora me inundo,
Do quanto poderia ser profundo,

Tentando imaginar já devaneio
Tramando sobre os passos, velhos ranços,
E os cortes mais ferozes; torno-os mansos...

CANTO DE LIBERDADE

CANTO DE LIBERDADE

Amiga, como é belo este teu canto
Que espalhas pelos cantos da cidade...
Encontro finalmente, tanto encanto,
Neste manto que me cobre, liberdade!

Amiga, como é bom saber de ti,
Com toda essa meiguice que conquista.
Por vezes enxergando o que perdi,
Só tenho teu carinho que me assista.

Peço-te, minha amiga, que se faça
Da noite que se parte, tão sentida,
O vento que por mais que se disfarça

Caminha pro final de nossa vida...
Amiga, não me deixe essa descrença
Mostrando deste amor, a recompensa!

AMAR ASSIM...

Que eu possa amar assim, tão amiúde
Que eu sinta essa paixão que me avassala.
Minha alma se tortura e já se ilude,
Vivendo tão cativa, alma vassala...

Renovo o coração na virgindade
De cada novo amor que possa ter.
Sabendo que te amar, ter liberdade,
Eu sonho todo dia te saber.

Da liberdade intensa, ser cativo,
Vivendo neste amor, a dor e gozo,
De tanto que perdi, eu sobrevivo,

Imerso nas riquezas, andrajoso...
Amor me cativando, me liberta
Adormecendo o peito, sempre alerta!

NOSSO AMOR.

Libando nosso amor, qual borboleta,
Que em flores mais sutis trama revôos
Amor talvez a flor mais predileta
Espera um manso beijo em sobrevôos...

Carrego meu amor no meu alforje
Ao lado que é canhoto do meu peito,
Mas temo que saudade em dor se forje
E traga em tempestade, duro pleito...

Amor que se ternura e se libasse
Nas noites mais sozinhas, velhos passos.
Quem dera se esse amor já se encontrasse,

Rolando em nossa cama, nossos braços...
Amor que se encontrara mais perdido,
Tocando desejoso, essa libido...
-

O VENTO DELICADO DE TEU RISO

Ao ter no doce início da manhã
O vento delicado do teu riso
Vivendo esta ternura em louco afã
Encontro nos teus braços, paraíso.

Tingindo esses meus sonhos com as cores
Que roubo da manhã ensolarada
Tramando em teu colo mil amores
E Saiba deste quanto que és amada.

Eu sinto tua fala tão macia
Entrando no meu peito sonhador,
Acordando e com isso, ganho o dia,

Envolto nas entranhas deste amor.
Amor que me entregaste é solução
Que teima e fortalece o coração!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

QUASE NUA

Dormia mansamente quase nua
À sombra desta noite esfuziante
Beijando o belo corpo, uma alva lua,
Nos raios um desejo inebriante...

Sondando meus carinhos mais profanos,
Sabia que podia me envolver
Não tenho nem teria mais enganos
Amor que sempre ajuda a reviver

A flor que dentro d’alma se perfuma
Invade sem espinhos, o meu jardim,
A dor ao ver a flor logo se esfuma,

Amor que tanto quis, amando assim...
Se tudo o que fizemos, sem demora,
Nos traz a claridade desta aurora...

A TI PERTENCE

A TI PERTENCE

Pois tudo que escrevi, a ti pertence,
Em cada verso meu vivo esta história
De amor que a dor medonha já convence
E trama nosso amor em fina glória.

Meu beijo que sonhei depositar
Na boca mais divina que Deus fez,
Roçando em tua pele devagar
Ao mesmo tempo bruto e tão cortês.

Não sei se tu pressentes ou notara
Que sempre mergulhando em tanta luz
Amor que, lapidando, é jóia rara

De gemas preciosas, se produz...
Eu amo teu amor belo e diverso,
Com todas essas forças do universo!

DA JANELA DO QUARTO

DA JANELA DO QUARTO

Da janela do quarto, solitário,
Ao ver a tua sombra desfilando,
Meus olhos vão seguindo itinerário
E, aos poucos, dos teus olhos, desviando...

Não quero que tu saibas deste amor
Que traz a poesia em minha vida.
Vencendo tanto tempo sem sabor
A noite se adormece distraída.

Há musica nas ruas quando passas,
Há brilhos diferentes, há romance.
As folhas que no chão, tu sempre amassas,

Impedem que a batida já te alcance,
Do pobre coração que se dispara,
Sentindo esses teus passos, minha cara...

SE ESSA RUA FOSSE MINHA

SE ESSA RUA FOSSE MINHA


“Suspiro quando passas pelas ruas”
Em tantas maravilhas me embebedo,
Percebo que ao andares, tu flutuas,
Um anjo que tomou todo o meu credo.

É bela tua carne tão macia,
Tuas pernas são atos de promessa.
Minha alma, mais tremente, tudo espia,
Amando tal beleza, se confessa.

Não vejo mais sentido se não tenho
A doce sensação de tanto amar,
Do mundo de ilusões, aonde venho,

Areia quer sereia em pleno mar...
A vida não seria tão sozinha
Se essa rua... Essa rua, fosse minha!

POR TANTO QUE TE QUIS

POR TANTO QUE TE QUIS


Por tanto que te quis , bem sabes quanto
Espantos e tempestas, afastei.
Ao ver tua nudez eu me agiganto
E passo imaginar que, enfim, sou rei...

Nas cores com que em festas, comemoro,
A vida que prometes delirante.
No corpo em que passeio já demoro,
Sorvendo e decorando cada instante.

Amante do que, bela, representas,
Adoro te saber, deveras, minha...
Paixões quando sinceras, violentas,

Não sabem que a saudade se avizinha.
Mas deixo que este amor flua tão lento,
Nas fantasias todas que eu invento!

MEU AMOR

MEU AMOR

Suspiro quando passas pelas ruas
E vejo nos teus olhos, meu amor.
Nos versos que componho sempre atuas
Nas nuas madrugadas, esplendor.

Em tudo que não creio, nem desvendo,
Sentir teus mansos passos, que ventura!
Aos píncaros divinos quando ascendo
Encontro tantos laivos de ternura.

Amada, sou feliz por te querer,
E tanto quanto mais alma respira
Esse ar que não pudera prometer,

É musa, sou poeta, amor é lira.
Venha que em meus braços te farei,
Os versos de paixão que procurei!

MINHA ALMA NA TUA ALMA

MINHA ALMA NA TUA ALMA

Minha alma se abrasando na tua alma,
De forma que se entrega totalmente,
Descubro que minha alma só se acalma
Aos olhos de tua alma mais clemente...

Nos tempos de descuido sofri tanto
Por ter uma alma assim tão dependente,
Vencida por tua alma em tal encanto
Que tudo se sublima de repente.

Por quanto tempo uma alma sobrevive
Sem ter essa tua alma como amiga.
Nos sonhos mais divinos onde estive,

Minha alma sem tua alma já periga.
Por isso, minha amada, te preciso,
Minha alma na tua alma, em paraíso..

NA MESMA PEDRA

NA MESMA PEDRA

" Na mesma pedra se encontram, / conforme o povo traduz, /
quando se
nasce uma estrela, / quando se morre uma cruz. /Mas quantos que
aqui
repousam / hão de emendar-nos assim: / Ponham-me a cruz no
princípio... / e a luz da estrela no fim." Mário Quintana

Na pedra onde se encontram cruz, estrela.
Morrendo estrela nasce então a cruz.
Estrela que na luz, perfeita e bela,
Da forma que esse povo já traduz.

Mas quantos que repousam por aqui,
Hão de emendar-nos sempre bem assim,
Coloquem-me essa cruz mal eu nasci
E a luz de tal estrela bem no fim...

Tal cruz que sempre levo, no começo,
Carrego pelas tramas desta vida,
Ao mesmo tempo em luz eu envelheço

Estrela vai comigo em despedida...
A pedra representa a mesma sina,
Na morte dessa cruz, luz ilumina...

PAIXÃO ARDENTE

PAIXÃO ARDENTE

Pouco me importa o sol que tanto brilha
Nas estradas que levam ao passado.
O futuro que espero maravilha
E mostra quanto é bom ser tão amado...

Trouxeste uma esperança mais serena
De ter um novo dia bem contente.
Te quero e te desejo assim, morena,
Paixão que nesse peito se arrebente.

Não sinto mais temores que sentia
Nem quero mais a dor que é tão tirana.
A boca que me emprestas, mais macia,

Abrigo que encontramos na cabana
De amores mais serenos e felizes,
Surgido nessas duras cicatrizes...

NOS TEUS BRAÇOS

NOS TEUS BRAÇOS


Vivendo sem temer o quanto quis
Amada nas estrelas vislumbrada.
Eu sei que nos teus braços sou feliz
Em busca desta estrela tão sonhada.

No céu das fantasias em que vivo
Coloco minha estrela sem saber
Do amor do qual eu sempre sobrevivo
Trazendo tanta força pr’eu viver.

Não vejo mais as trevas que tomaram
A vida e não deixavam nem sonhar,
Estrelas tão distantes se encontraram

Dançando sob os raios do luar...
Amada, como é bom falar teu nome,
Nos braços dessa estrela, amor me tome!

TREVAS

TREVAS


Por onde foi que estive sem saber
Nas trevas esquecidas no meu peito
Agora recomeço a perceber
Que em vão tanto vivi insatisfeito.

Nos dias mais complexos desta vida
Os anos se passando sem sentido.
Quem sempre se escondera em despedida
Pretende ressurgir do triste olvido.

A boca que beijei não beijo mais,
As unhas dilaceram, cicatriz...
Achara que te amando assim demais,

Talvez eu me encontrasse mais feliz...
Amor quando promete ser presente,
Ao longe, calmamente, se pressente...

UM CANTO DE PROMESSAS

Quem dera se esse canto de promessas
Não fosse tão somente um simples canto
A vida vai passando em tais remessas
Diárias de ternuras e de encanto.

Recebo tais lufadas com prazer
E vivo tão somente em alegria
Se nada mais da vida eu irei ter
Senão esta certeza de alegria.

Eu amo como nunca mais pensei
Depois de tanto tempo mais tristonho
Que eu dia neste mundo enfim terei

Certeza deste amor que te proponho.
Eu quero ter contigo tanta luz,
Amor que me protege e me seduz...

ANTIGOS TEMPOS

ANTIGOS TEMPOS


Relembra antigos tempos de criança
O tanto desejado e nunca visto,
Ainda quando penso, amada nisto
O passo sem sentido não avança.

Olhando para trás cada lembrança
Expressa o que deveras já persisto,
Versando sobre o quanto ainda insisto
Tramando a solidão que nos alcança.

Realça cada farsa e neste lodo
Bebendo com certeza o mesmo engodo
Viceja dentro da alma o tom sutil,

E sei do quanto possa e desafio
Ainda quando o tempo é mais sombrio
E o verso noutro rumo o permitiu.

MARCOS LOURES

QUANTO QUERO O TEU QUERER

Não sabes quanto quero o teu querer
Que espero sem saber se tu me queres.
Mas saiba que não quero te esquecer
Mesmo se me esquecer tu já quiseres.

Adoro te saber bem mais contente
Não gosto que tu sintas o que sinto.
Vivendo teu amor qual penitente,
A dor que sempre trago e nunca minto.

Tu és toda a certeza dum futuro
Guardado nas promessas do passado.
Clarão que não permite céu escuro,

Viver todo esse tempo enamorado...
Do amor que nunca disse se me quer,
Guardado nesta noite, se vier...

AMOR

Amor que se tomando de cuidados
Não deixa mais espaço pra saudade
Vivendo tantos dias magoados
Agora só procuro uma amizade

Que traga meu amor em mansa rama,
Sabendo ser divino sentimento,
Amor quando amizade se derrama,
Resiste bravamente a qualquer vento...

Portanto minha amiga não receie,
Se tudo o que fizer for por teu canto,
Amor quando em amor, de amor se ceie,

Em múltiplas facetas vira encanto.
Por quanto tempo andei te procurando,
Amiga que deveras, vou amando...

NOS BRAÇOS DE QUEM AMO

Eu quero estar nos braços de quem amo,
Fazendo destes braços, o meu ninho...
Por vezes tanto chamo, tanto chamo...
E durmo simplesmente tão sozinho.

Amada por que insistes em não ver
Que tudo que desejo, num segundo,
Apenas no teu colo posso ter,
Depois de procurar por todo o mundo...

Não deixe que esta noite me devore
Sem ter os teus carinhos e teus seios.
Amada, por favor, não mais demore,

Que a vida vai tomando os meus anseios...
E depois de tanto tempo sem ninguém,
Eu grito: minha amada... agora... vem!

TE PEÇO COLO

Deitando neste chão, te peço colo,
Embora nada mais tão obsoleto
Fingir que tão sozinho já me enrolo,
Não passo, sem te ter, simples inseto.

Mas vejo nos teus olhos a promessa
De termos espalhados nosso sonhos.
De tudo que carrego, uma remessa,
Levando por caminhos mais risonhos...

Acordo sem teus braços e me queixo
De amor que não possuo mas desejo.
Rolando nestas águas, triste seixo,

Espera ansiosamente por um beijo.
Que tanto prometeste mas negaste,
Amor para crescer pedindo uma haste.

EU TE AMO!

EU TE AMO!

As sombras das saudades que carrego
São mansas tempestades que recebo.
Se tantas essas dores que não nego
Porém que muitas vezes nem percebo.

Minha alma transtornada já flutua
Por sobre multidões de sentimentos...
Embalde tantas vezes continua
Guardada neste cofre dos tormentos.

Mas amo em esplendor a tua imagem
Guardada nestes cofres da lembrança
Seguindo tão sem rumo, essa viagem,

Espero teu amor sem mais tardança...
As sombras se iluminam quando vejo
Os olhos tão sedentos do desejo...

INGLÓRIA NATUREZA

Ao tempo em que tristeza se excedia
Vibrando enquanto tanto que eu sonhava,
Certeza de que nada se passava
No peito que exalava rebeldia.

Vencidas as inglórias naturezas
De medos e vazias engrenagens
Tocando nas feridas, incertezas,
Me levam por insanas, más, aragens...

Amor que se tocaia nas vinganças
Espreita meus enganos e torturas
Matando o que me resta de esperanças

Causando tanta dor, noites escuras...
Mas sinto que não posso resistir,
Somente o que me resta então, sorrir..

Não Me Deixe, Minha Amada

Não Me Deixe, Minha Amada

Amor quando te exponho meus defeitos
Que soem ser mais fortes que pensara
Não sabes quanto doem imperfeitos
Desejos que jamais imaginara...

Mantenho meus segredos escondidos
Nas peles que envolveram a minha alma,
Amores que viveram iludidos
Nem sempre essas tristezas algo acalma.

Não mostro tantas garras que possuo
Senão tu correrias mais ligeiro,
Nos palcos dos amores quando atuo

Dos prantos e das mágoas, companheiro...
Amada não me deixe nem me culpe
Senão perfaço as dores nesta troupe.

Amor e Esperança

Amor e Esperança

Há tanto tempo envolto nos teus sonhos
Penando sem poder nem reagir.
Quem dera se tivessem mais risonhos
Os dias de esperança e de porvir.

Não tramo mais vinganças nem acertos,
Não quero que te sintas soberana.
Quem soma com incertos desacertos
Transborda em natureza desumana.

Insanas as histórias que denotas
Remotas esperanças de mudança
Amar quando demais encerra cotas

E mata tantos sonhos sem tardança...
Amar quando em perfeitas alianças,
Promessas divinais de tantas danças!

Amor que me Alimenta

Amor que me Alimenta

Tormento secular que me apavora
Soberba vem, invade o nosso amor.
Quem vive tanta vida sem demora
Não sabe da saudade nem rancor...

Amando quem não ama se condena
A ter em sua vida, sofrimento,
Depois de tanta amor, a dura pena
Que serve de tormento e alimento...

Não vejo mais amor como iguaria
Tampouco te imagino meu presente.
Amando quem amara em agonia,

Aos poucos tanta dor já se pressente...
Amor não obedece sequer língua
Só sei que sem amor, morrer à míngua...

Amor e Paraíso

Amor e Paraíso

Se já sei paraíso nessa vida,
Como posso almejar o paraíso?
Em teus seios, de fato enfim querida,
Encontrei sem temor o que preciso.

O carinho que cura todo tédio,
A canção que professa o meu desejo,
Tudo isso bem sei, santo remédio,
Nesse amor que mirei e que dardejo...

Transmitindo total, manso, sossego,
Longamente procuro sem fastio,
Amor que se imantando já carrego,

Sem loucuras, ciúme ou desvario...
Querida que chegou, tão oportuna,
De tudo que sonhei, minha fortuna...

Minha Companheira

Minha Companheira

Dor, minha companheira mais dileta.
Sabendo que jamais eu te esqueci
Nas noites tão sombrias, se completa
E busca a companhia bem aqui...

Dobrando em agonia tantos sinos,
A dor nunca se afasta por inteiro.
Sabendo das angústias dos destinos,
Encontra no meu peito o seu parceiro.

Resume seus encantos na conquista
Que a cada novo dia já me entranha.
Nas danças e promessas, dor se avista,

Invade totalmente, torpe, estranha...
Apenas solidão nunca me larga,
A voz quase fugida, a dor embarga...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

As Marcas do Amor

As Marcas do Amor

Recordo desse tempo mais feliz
Quando esperava a vida em alegria.
Se tive em fantasia o que bem quis
Vivendo tanta coisa em harmonia.

Os olhos nunca tristes, marejados,
Frescor como roubasse a primavera
Sonhando com distantes, belos prados,
Vagando por espaço, uma outra esfera...

A tarde que chegou depois me trouxe
Amargor que jamais esquecerei
Matando o que pensara fosse doce

Deixando tantas marcas onde andei
As marcas desgastadas do passado,
Do tempo em que fui também amado...

Amor que Sufoca

Amor que Sufoca


Por tanto amor que tenho, ando perdido
Em busca desta vida que perdi.
Não posso suportar tão dolorido
O mundo que em teus braços recebi.

Minha alma, eterno luto e sofrimento,
Passando pelos astros sem recanto.
O canto que dizia do tormento,
Agora se renova em cada pranto.

Talvez seja a visão desta mortalha
Que trago, fielmente a cada dia...
O gosto tão amargo que se espalha

Espanta o que seria uma alegria.
Morrendo em tanto amor, assim prossigo,
Pois se nem respirar jamais consigo...

Ensinar a Amar

Ensinar a Amar

Escuta o que te diz o coração
Embora muitas vezes rebelado,
Esqueça que existiu a solidão
Espero teu amor sempre ao meu lado...

Esgote tantas dores que te atingem
Não deixe que esta luz cesse seu brilho
Os males que por certo já te afligem
Não sejam em t’a vida um estribilho...

Enquanto tu dormias impassível,
Amor nunca parara de sonhar,
Não pense que esse sonho é impossível,

Aprenda pouco a pouco enfim a amar...
Amor não necessita professor,
Pois ensina-se, amando o que é amor..

Amor Aprisionado

Amor Aprisionado

Tento nos decassílabos heróicos
Ou quem sabe nos sáficos desejos
Falar destes vigores mais estóicos
Que formam as centelhas desses beijos.

Se não serei meu verso, assim quebrado,
Vasculho nas entranhas do universo,
Às vezes se deixei de ser amado,
A culpa, com certeza é do meu verso...

Se não me escutas mais, a culpa é minha,
Escravo desta forma de dizer
Que a vida que pretendo, não sozinha,

Ao lado desse amor, intero o ser.
Desculpe se pareço desusado,
Amor nesse meu canto, aposentado...

AGONIA...

Não mais que alguma luz se poderia
Trazer outro cenário aonde creia
Na sorte que receba em plena cheia
Marcando o quanto tenha em agonia,

O verso se resume em dia a dia,
Atento ao que pudera e nos rodeia,
A vida se desenha feita em teia
Tramando o que de fato mais queria,

Não mergulhasse apenas no vazio
E sei do que pudera e mesmo crio
Baldio coração sem mais paragem,

Lascívia dominando o quanto pude
Tragar da mais espúria juventude
Mudando de tal forma a paisagem...

QUANTO POSSA

Pergunto ao quanto possa o que não seja
Diverso do momento em que abandono
Meu barco e se tanto sigo insano
Profano delirar dita a peleja

E quando de tal forma a vida almeja
Jogado sem sentido ledo sono,
Restando muito pouco ou se ressono
Mergulho no infinito que se almeja.

Já não soubera além do que restasse
E tento acreditar sem mais impasse
Na farsa costumeira de quem sabe

O todo que deveras já desabe
Sortidas ilusões, mero tormento,
Enquanto este vazio eu alimento...

VELHA QUEDA

VELHA QUEDA


Ousando acreditar no que se tente
Após a velha queda sem defesas
As sortes onde tanto quis ilesas
Marcassem o meu sonho impertinente,

O verso que deveras se apresente
Nas tantas e dispersas correntezas
Matando pouco a pouco toscas presas,
No todo quanto fosse ora inerente,

Hercúleas sensações em fúria e guerra
Ao menos o que tento já se encerra
Mergulho no vazio de teus braços,

E sei do ocaso espúrio e sem lamento
E mesmo quando um cais além invento
Os dias são deveras bem mais lassos...

ESPÚRIAS SENSAÇÕES

ESPÚRIAS SENSAÇÕES

Espúrias sensações de medo e caos,
Prenunciando agora o fim de tudo
E quando na verdade mal me iludo
Encontro com certeza estes degraus,

Os dias se apresentam – vários graus,
E o canto que deveras amiúdo
Esbarra no caminho e se, contudo,
Enfrento dias rudes, turvos, maus.

Escaldado na fúria de um passado
Há tanto pelo canto abandonado
Jogado sobre as pedras deste cais,

O resto do que trago mal disfarça
A vida no final é mera farsa
E os dias sem proveito são banais...

VERSO E MEDO

Meu tempo se expressasse em verso e medo
Organizando a queda e tão somente
O tanto que deveras não desmente
Expressa o quanto pude e não concedo,

O vento anunciando desde cedo
Da imensa tempestade esta semente
Que possa traduzir o mais demente
Caminho que transcorra em desenredo,

Navego contra tudo e contra todos,
Adentro sem sentido verso e lodos,
Nas velhas ilusões que conheci,

Apedrejado sigo sem sentido,
O peso muitas vezes dividido
Traduz o que desdenho e trago a ti.

ACREDITAR

ACREDITAR


Não tento acreditar no que servira
Ao furioso tempo sem promessa
E nesta mesma face recomeça
A vida sem saber cada mentira.

O tanto quanto eu quero se retira
E gera o que deveras vai sem pressa
E nisto o meu caminho ora se expressa
Na velha solidão, diversa lira.

Resumos entre tantos que permito
Vagando sem saber deste infinito
Aonde perfilara esta emoção,

Restando muito pouco ou quase nada
A sorte noutra face desejada
Expressa a mais temida solidão.

MARCOS LOURES

ALHEIO

ALHEIO

Depois do que pudesse ser além
Da mera solução que nunca veio,
O olhar permanecendo sempre alheio,
O dia se desenha com desdém,

Vagando sobre o quanto me convém,
Já não pudera ter sequer receio,
Ousando acreditar, se eu devaneio,
O medo ou solidão tudo contém

Minguando a cada frase, novo verso,
Enquanto sem sentido me disperso
Nos erros contumazes de quem sonha,

A vida prenuncia o caos e o tédio,
Aonde se tentara algum remédio,
A luta se mostrara mais medonha...

DESENGANOS

DESENGANOS


Arcasse com meus erros e talvez
Pudesse desvendar tantos mistérios
Os dias entremeiam os sidéreos
Cenários onde nada agora vês,

O quanto se fizera estupidez,
A vida traz em si, redes, minérios,
Vagando sem saber sequer critérios
Aonde o que pudera se desfez,

Não creio em soluções tanto sutis,
E o preço a se pagar já contradiz
O caos que adentra sempre o coração,

O tétrico momento dita o fim,
E vivo sem saber o que há em mim,
Somente os desenganos que virão...

Je vous aime

Je vous aime

Où vos yeux ne voient pas que triste?
Où est la poésie que vous avez fait?
La nuit est affublée d'aucun désir
Et la chance n'a pas souvent l'usure ...
Vent que ces palmiers
Sur les plages de cet amour que j'ai jamais eu.
L'heure sans amour est vrai
Le reste de ce que je pense que je n'ai pas tenir ...
Maintenant, ne me dites pas à coup sûr
Vous savez ce n'est pas mon droit,
Vivre sans même ressentir la tristesse,
De rien à rien ... jamais content
Mais je n'aurais jamais nier que je vous ai aimés
Dans les versets et les métaphores était roi ...

LÉGUAS

LÉGUAS

Enquanto se percebe o mesmo enfado
Que possa traduzir outro cenário
O verso muitas vezes temerário
Destoa do que trago do passado,

Ousando acreditar no quanto brado,
O preço a se cobrar no itinerário
Transcende ao quanto fora em relicário
E o velho caminhar, rude legado,

Prenunciando apenas o que possa
Trazendo a solidão deveras nossa
Adoço-me nas tramas destas tréguas,

E disto dos teus passos sem engodos,
Adentro tempestades, lamas, lodos,
E vago pelos mares, tantas léguas...

O MESMO ENGANO

Gerando tão somente o mesmo engano
Durante a minha vida sem valia,
O todo noutro cais embarcaria
E o preço a se pagar, cruel e insano,

Vagando sem temer qualquer profano
Momento feito em luz ou agonia,
Versando no que possa e mostraria,
Marcando e tatuando o ser humano,

Negar o quanto existe ou presumir
O que inda mais restasse no porvir
Do tempo anunciado ou mesmo aquém

Do sonho que transborde novamente
Mantando o quanto tenha e se desmente
Deixando no passado o quanto vem.

ENGODO

ENGODO


Enquanto se observasse alguma senda
Diversa da que possa me trazer
Alguma sensação do que o prazer
Decerto noutra face nos atenda,

Cenário pouco a pouco se desvenda
E vejo o que deveras tente crer
Após o quanto pude amanhecer
Deixando no passado a vida, em lenda,

Sofríveis ilusões, mero destino,
E quando sem ternura me alucino,
Rastreio o quanto fui e não sabia,

A vida se moldando em beneplácito
O engodo se presume mesmo tácito
Ousando acreditar na fantasia...

MERGULHOS...

Mergulhos entre vários mares, vagas,
Os olhos procurando qualquer porto,
O tempo se anuncia e sei que morto
Apenas noutro tempo mal divagas,

As tramas invadindo velhas plagas
Distantes do que possa o passo torto,
E o sonho se perdendo num aborto,
A vida traz consigo medo e pragas,

Restauro cada face de um passado
Há tanto noutro canto abandonado
Jogado sobre as pedras do caminho,

Audácia simplesmente? Pode ser,
Sentindo mais distante algum prazer
Nos ermos tão somente em vão me aninho...

DESAFIO

Ainda se presume após o todo
Apenas o que reste sem defesas
E mesmo quando a vida traz surpresas
Invado sem temores, charco e lodo,

O velho caminheiro sem denodo,
As tramas pelas quais são meras presas
As tantas ilusões, por sobre as mesas,
O novo desenhar de um mesmo engodo,

Restasse apenas isso e nada mais,
Ousasse acreditar em tais banais
Teares que desvendam meu vazio,

E quando sem sentido algum me perco,
A vida aperta sempre mais o cerco,
E mesmo sendo incauto, desafio...

ALGUM REFLEXO

Meus olhos procurando algum reflexo
Do quanto se perdera no caminho,
Por vezes imagino que sozinho
Já não teria mais desejo e sexo,

A sorte se percebe e tão sem nexo
Enquanto dos meus erros me avizinho
Envolto pelas tramas de um carinho
Há tanto sem juízo e até perplexo,

Vagando entre as estrelas, nave tonta,
Meu rústico delírio ora desponta
E toma sem perguntas alma e mente,

No fim vejo a verdade se eclodindo
Aonde imaginasse um tempo infindo,
E mata da esperança o que pressente.

TENTASSE ALGUMA LUZ

Ainda que tentasse alguma luz
Diversa da que um dia se mostrara
A vida noutro tom por certo amara,
Refaz o que de fato reproduz,

O medo se mostrando tem em cruz
O corte mais profundo em tal seara,
E a morte pouco a pouco se escancara,
Deixando sem defesa onde me pus.

As velhas fortalezas derrubadas,
As noites esperando as alvoradas
E o fim se aproximando lentamente,

Ousasse pelo menos num instante
Vencer o que pudera doravante
E o tempo, por si só, nada mais sente...

ALGUMA CHANCE DE VITÓRIA

Cerzisse alguma chance de vitória
Depois da luta inútil aonde vejo
O quanto se desdenha em vão desejo
Ou mesmo redimisse a velha história,

Navego entre meus erros, merencória
Verdade se anuncia a cada ensejo
E o tempo se presume em medo e pejo,
Marcando com terror essa vanglória,

Nefasta face afasta quem procura
O verso como fosse uma ventura
Ou mesmo paliasse seus enganos,

Os dias se repetem e por isto,
Decerto sem temores eu resisto
Embora meus delírios, desumanos...

OUTRA SAÍDA

OUTRA SAÍDA


Não mais me caberia outra saída
Tampouco a desejasse neste instante
Aonde o que se tente não garante
O todo quando dita esta acolhida,

A luta encarniçada, a própria vida,
O verso tenta sempre doravante
Marcar o quanto resta num rompante
Deixando sem sentido a nossa lida,

Vestígios do que fosse alguma farsa,
A noite como fosse uma comparsa
Atocaiada morte se prepara,

O vento sem sentido, o medo e o caos,
Os olhos sorridentes, rudes, maus,
Vagando muito além nesta seara...

Voltar a Caminhar

Voltar a Caminhar

Voltar a caminhar enquanto há tanto
O tempo se esgotara e não viera
Sequer a solução clara e sincera
Enquanto em tal temor vivo e garanto,

A cada novo instante, o mesmo espanto,
A sórdida expressão de quem pudera
Sentir a solidão que degenera
E deixa como marca, o corte e o pranto,

Seria muito bom sentir a paz
Que tanto quanto queira não se faz
Morrendo nos vazios da esperança,

As pedras e os temores dominando
Cenário que se um dia quis mais brando
Agora no jamais enfim se lança.

DA LUZ

DA LUZ


Da luz que nos permita a caminhada
Em meio aos turbilhões, terríveis erros,
Vencendo os mais atrozes vis desterros,
E tendo novamente uma alvorada,

Da luz que nos transmita a desejada
Beleza mais sublime, sobre os cerros
Das dores e dos medos, vãos aterros,
Da história noutra face escancarada,

Da luz que possa além nos conduzir,
Tramando o quanto venha no porvir
Depois das derrocadas contumazes,

Permita-nos vencer vicissitudes,
Com força, paz e amor em atitudes,
No olhar que Tu, ó Pai, em brilhos trazes.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

NENHUMA FONTE

NENHUMA FONTE


Nenhuma velha fonte me traria
O quanto necessito ou mesmo queira
A vida se perdendo em verdadeira
Loucura feita em dor e em agonia,

O mundo de tal forma poderia
Vencer o quanto resta em derradeira
Vontade mesmo quando não se inteira
Do tempo que tampouco restaria,

Vergando sob o peso do que há tanto
Tentara e não tivera e; no entretanto,
Garanto ou procurasse nova fase,

A vida semeando o que restara,
Deixando a sensação demais amara
Ainda que meu tempo em vão se atrase.

QUALQUER SONHO

Jamais imaginasse qualquer sonho
Que possa me trazer novo caminho
E quando nos teus braços eu me aninho
Percebo o quanto o tempo é mais bisonho.

A velha garatuja em ar medonho,
O templo desafia e o próprio ninho
Que fora costumeiro ou adivinho
Expressa o que pudera e não componho,

Restasse o quanto trago dentro da alma
E nada deste encanto ainda acalma
O velho marinheiro sem paragem,

Trazendo este infinito em seu olhar
O quanto poderia navegar
O mar sendo o que resta na bagagem...

SEM CHANCES

Exauridas as chances tento apenas
Vestir o que me cabe neste instante,
O quanto na verdade não garante
Expressa esse vazio e me condenas,

As horas que pudessem ser mais plenas
O tempo que se tente doravante,
O passo noutro tom cambaleante
Nas hordas mais audazes me envenenas,

Mas quero pelo menos um motivo
Que tanto me permita seguir vivo
Depois destas diversas noites vãs,

Chegando mansamente ao fim do jogo,
O sonho se perdendo em lama e fogo,
Não mais teria luz sequer manhãs...

MEUS ERROS

MEUS ERROS

Dos erros que cometo; contumazes,
Procuro uma resposta e nada vem,
Ainda que pudesse ser alguém
Nas mangas já não tenho nem mais ases,

Os olhos procurando o que não trazes,
A vida se transforma e com desdém
O preço a se pagar; disso eu sei bem,
Não vale o quanto pesa e assim desfazes,

O rumo sem sentido, um ermo encanto,
O passo que sem nexo eu adianto
E o medo mergulhando sem defesas,

Os prazos extinguindo e nada veio,
Apenas o que possa sem receio
Trazer em suas mãos as mesmas presas...

VIDA E MORTE

VIDA E MORTE

Não mais que meramente acreditasse
Nos termos mais diversos, vida e sorte,
Ainda quando o tempo não comporte
Tentasse adivinhar a nova face

E mesmo tendo enfim tal desenlace
Que possa transformar todo este norte
No pouco ou no somente que inda aporte
Ou trague solidão, num vago impasse,

Restando muito menos do que cabe,
Presumo o que se tente e já desabe
Abrindo no meu peito esta cratera,

A vida simplesmente se negara,
Deixando que antevisse nesta escara,
O todo que deveras degenera...

VAZIO

Mergulho no vazio que abissal
Espreita simplesmente o que viria
Matando com ternura e poesia,
Ousando num macabro ritual,

O verso se desenha sempre igual
E tanto que pudesse em fantasia
Usar como se fosse alegoria
O tema mais sublime ou mais banal,

Se há métrica ou deveras sigo o ritmo,
Não quero ter correto o logaritmo,
Mas não me venha, amigo com falácias,

Proposto este problema matemático,
O que se fez anárquico ou temático,
Não é só simplesmente vãs audácias...

LUTANDO SEM SABER

Ainda que se perca algum momento
Lutando sem saber o que virá
A sorte desenhada desde já
Expressaria ausência e desalento,

Por vezes mesmo quando busco ou tento
Além do que deveras moldará
O tempo pouco a pouco perderá
O quanto se levasse pelo vento,

Discernimentos dizem do que possa,
A senda mais audaz, a velha troça,
O rústico cenário se desnuda

E mesmo que coíba qualquer passo,
O velho delirar mesmo que escasso
Em meio às tempestades se amiúda...

VOZ DO VENTO NA JANELA

Ouvisse a voz do vento na janela
Tocando com brandura ou mais vigor,
Tentando adivinhar o que ora for
Diverso do que tanto se revela,

A vida noutra vida não cancela
O quanto se quisesse enfim compor,
Marcando com espinho invés de flor,
O tempo aonde o medo trama a cela,

Restando muito pouco ou quase nada,
Neste interim procuro algum apoio,
As dores invadindo qual comboio,

A sorte tão somente degradada,
O quanto deste encanto fora falso,
Deixando preparado o cadafalso...

Os Erros Costumeiros

Os Erros Costumeiros

Os erros costumeiros, meus temores,
As tantas e diversas expressões
Que quanto mais desenham seus senões
Matassem com certeza velhas flores,

Algozes rapineiros, os condores,
Os dias entre tantos arranhões,
Marcando quanto possa em ilusões,
Deixando demarcados medos, dores.

Não quero esta batalha dia a dia,
Tampouco novo sol me tocaria
Jogado nalgum canto, sem proveito,

Ousasse perceber alguma sorte
Que possa traduzir além da morte
O fim onde de fato me deleito.

TOCAR FELICIDADE?

Tocar felicidade? É bem plausível,
Mas nada se aproxima disto enquanto
A minha própria sorte eu não garanto
Vivendo um sonho audaz, mas impossível.

A luta se anuncia em novo nível
E sei do meu anseio e sem quebranto
O amor que prioriza o tanto quanto
Expressa o coração em tom incrível.

Não tenho a menor chance, disto eu sei
E vago em solitária e rude grei
Tateio e nada encontro ou mesmo trago

A sorte sem sentido em verso fútil
O prazo determina o ser mais útil,
Porém neste vazio busco afago.

MARCOS LOURES

PASSOS INDECISOS

Indecisos meus passos noite adentro,
Enfrento o que viria, mas percebo,
Que mesmo sendo amor, mero placebo,
Ousando acreditar e estar no centro,

O vago caminhar onde concentro
O velho delirar que ora concebo,
Tramando cada engano onde recebo
E neste ledo passo, agora eu entro,

E mortos sem resquícios esvaindo,
O todo que pudera ser infindo,
Jamais imaginasse de tal forma,

O preço a se pagar não mais consola,
A vida noutro tempo nos imola
Enquanto rudemente me deforma.

Desenredo

Desenredo


Ouvindo esta eclosão de um mar imenso
Aonde poderia acreditar
Que a vida resumisse em preamar
Ou mesmo no vazio enquanto penso,

Deixasse no passado o mais intenso
Cenário onde pudesse desenhar
O tanto que concebo e neste mar
O vento se tomando em contrassenso,

Restasse muito pouco ou meramente
O quanto se adivinha e se apresente
Nas tantas ironias, verso e medo,

Apresentando o caos invés do sonho,
O tanto que restasse mal proponho
E o verso se anuncia em desenredo.

SEM SENTIDO ALGUM

Invento alguma luz e tento mesmo
Ousar acreditar ser mais possível
O quanto se pensara antes, incrível,
E sem saída alguma me ensimesmo,

Vencido este andarilho se perdendo
Depois de tantas quedas e temores,
Deixando no passado, espinhos, flores,
A morte trago em raro dividendo,

Cansado de uma luta tão inglória,
Versando sobre o quanto me apavora
O tempo que desnudo já sem hora,
Marcando duramente a minha história,

Invento uma saída, inutilmente,
O todo sem sentido algum se sente.

O VELHO IMPASSE

Pressinto o fim do jogo e nada mais,
O quanto se perdera sem sentido,
A vida noutro caos, e um presumido,
Momento entre gigantes abissais,

Ao menos poderia ter um cais,
Ou tanto que se mostre além do olvido,
Se o verso sem sentido ora lapido,
Os passos são errôneos, são fatais,

Um eco se escutasse mesmo quando
O tempo noutro tanto demonstrando
Os erros tão comuns quando eu sonhasse,

Presumo o fim de tudo, mas insisto,
E quando se percebe eu sei que nisto
O canto resumisse o velho impasse.

OUTRO MOMENTO

OUTRO MOMENTO

Não quero acreditar no que talvez
Pudesse desenhar outro momento
E quando em tal loucura tomo assento
A vida se apresenta, estupidez,

O amor quando encontrasse a cupidez
Que possa traduzir o pensamento,
Vivendo muito mais do que fomento
E sei que no final já nem me crês,

Um átimo e mergulho no passado,
O verso há tanto tempo abandonado,
Os riscos se aproximam, na tocaia,

Um velho sonhador morrendo aos poucos,
Os gritos são inúteis, quase loucos,
E o mundo no vazio ora se esvaia...

A FERRO E FOGO

A FERRO E FOGO


No quanto eu poderia ainda ver
Depois de tantas quedas sem sentido,
O verso pouco a pouco dilapido,
E a vida se perdendo sem prazer,

O tempo noutro instante a se perder,
Pousando sobre o canto dolorido
E nisso se anuncia o já sofrido
Momento aonde eu possa me conter,

Mergulho neste infausto e tão somente,
Ainda que se veja esta semente,
O solo mais agreste a negaria,

Desdenho o quanto pude em tempestades,
E nisto tão somente desagrades
Marcando a ferro e fogo a poesia...

As várias expressões

As várias expressões


As várias expressões que poderiam
Trazer alguma luz sobre o vazio
Que tanto quanto posso desafio,
E sei dos movimentos que variam,

As rotas mais diversas mostrariam
O dia mais tenaz, mesmo sombrio,
E o pouco que decerto em desvario
Mergulho noutros erros que viriam,

Vacantes sonhos morrem cada vez
Que apenas o caminho aonde vês
Demarca as tantas trevas e terrores,

Depois de mergulhar neste tormento,
Um dia mais audaz, ainda invento,
E busco os teus sinais aonde fores.

AS TRAMAS MAIS DIVERSAS

Ainda que pudesse acreditar
Nas tramas mais diversas onde eu traga
A velha sensação da vida vaga
Lutando contra o quanto pude amar,

Vencido caminheiro a me encontrar
Enquanto a poesia já me afaga,
Vestígios do que fora e assim se apaga
As tantas ilusões, sem mais tentar,

Sofríveis expressões, meus tolos versos,
Os passos se perdendo são diversos
E os erros cometidos, costumeiros,

Não quero acreditar no que viria,
A vida se perdendo em fantasia,
Os dias matam cedo meus canteiros...

TOCAR OS TEUS CABELOS

TOCAR OS TEUS CABELOS

Amada, vou tocar os teus cabelos
E manso sussurrar em teus ouvidos.
Teus braços e meus braços nos novelos,
Na saga o sol assanha meus sentidos...

Mirando nos teus olhos posso vê-los
Tão belos sensuais enlanguescidos
Quero saber dos lábios e bebê-los
Inebriado em goles repetidos

Do corpo e da ternura que me trazes
Nas danças embaladas por amor
A vida se refaz em tantas fases

E vejo-te comigo em todas elas.
Em cada novo beijo redentor,
Meu barco no teu mar, abertas velas...

MANTER A ESPERANÇA

MANTER A ESPERANÇA

Não leve estes problemas tão a sério.
Deixe a vida correr qual fosse um rio,
Confie totalmente em teu critério
Que tudo, no final, vai mais macio.

Por mais que tudo tenha o seu mistério,
A solução, querida, eu mesmo crio.
Se no final me aguarda o cemitério,
Não sou eu quem acende este pavio.

Não perca nunca a crença. Uma esperança
Ajuda quando a barra anda pesada.
Às vezes ao dançar conforme a dança,

O barco vai seguindo a correnteza
Mas se preciso dê uma guinada
Porém segure a onda, com firmeza...

POR QUE TARDAS, QUERIDA?

POR QUE TARDAS, QUERIDA?

Por que tardas, querida? Eu te amo tanto
Quanto jamais queria ter amado.
Estrelas que se entornam sobre o manto
Da noite neste céu iluminado,

Não mostram precisão tamanho encanto
Que sinto. Sou um velho enamorado
À espera de, quem sabe, ouvir o canto
Mesmo que em ermo pátio abandonado.

Beijando a sensação de estares perto
De mim. Qual tresloucado vago à toa,
Trazendo a solidão como estandarte.

Em noite alta, madrugo e mal desperto,
Enquanto a dor no peito inda ressoa
Vasculho por teu rastro em toda parte...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

CORAÇÃO SACANA

De alguns vários fantasmas que me habitam,
O sexo juvenil, sempre escondido,
Em tantas ilusões, bem mal servido
Ainda nos meus sonhos, vêm, palpitam.

Desejos que morreram, mas que gritam
Na cripta do cadáver revolvido
Nas noites infantis. Houvera sido
Momentos e resíduos que exercitam

A juventude feita quase em pó,
Mas velho safardana não tem dó
E o coração sacana se apaixona.

O fruto apodrecido traz semente
Que mostra; quase ao fim, amor urgente,
Melancolicamente, vou pra zona...

ESPERANÇA

Deitei-me junto à jovem esperança
E fomos bem felizes, te garanto.
Se sei tanto prazer quanto ela alcança
A moça vibrará pra meu espanto.

Abrindo as belas pernas- pede- avança,
E se mostrando sôfrega eu me encanto
E adentro virilmente com a lança
A moça se desfaz e eu me agiganto.

Um velho espadachim inda perfaz
Caminho que em bandeiras, descobriu.
Elétrica esperança tão gentil

Garante que estocada satisfaz
E pede, com sorrisos sempre mais.
( No conto da esperança, ele caiu)

SONHAR COM TEU SONHO

Eu sinto o seu sonhar dentro do sonho
Que não me canso nunca de sonhar,
Delírio torna o sonho mais risonho
Numa vontade louca de encontrar.

Sorriso está chamando e lhe proponho
Sem medo e sem juízo quero estar
Pois fechando os meus olhos já me ponho
Sem ter sequer vontade de acordar...

No quarto, a persiana filtra o sol
Mas sinto um leve vento como um beijo
Meu corpo se estremece. Um girassol

Cada vez mais cativo. Seu sorriso...
Sentindo neste vento o meu desejo,
Que trama nesse sonho, o paraíso...

AO LARGO DAS EMOÇÕES

Ao largo de emoções que se fazem
Tripudiando sobre o que eu pensara,
Mesmo se vazias inda trazem
Adaga que penetra em noite amara.

Melindres que oriundam de um descaso;
Marcam. As evidências são claras,
Levando o pensamento para o ocaso,
E muitas vezes, falas e disparas

Quando instintivamente tu rebates
As faces caricatas das mentiras.
Por mais que não perceba, tu rebates

E deixas por herança simples tiras.
A tua auto defesa, caro amigo,
É simplesmente a busca de um abrigo..

O NOSSO AMOR.

Não posso imaginar que nosso amor
Se deixe derrotar pelas quimeras,
Nós somos feito o destemor
Que vence toda sorte de panteras.

O nosso canto é feito em aliança
Marcada por um laço indivisível,
O mote que escolhemos: esperança
Baseados neste ser que é invisível,

Porém nos traz a força de um leão
Porém nos dá a garra para a luta.
Cantamos nosso amor sem ilusão

Vencendo com carinho, a força bruta...
Eu te amo; não se esqueça um só segundo,
Amamos nosso amor maior do mundo!

NOSSO AMOR

NOSSO AMOR

Nosso amor alimenta nossa vida...
É pão, é luz, é brilho... Uma esperança
Que nasce a cada dia e revalida
Vontade de viver. Nos faz criança...

Amor que tantas vezes nos transtorna
E nisso, nos transporta livremente,
Depois, mais bonitos nos transforma,
De tantas flores belas, é semente...

Amor que não permita Deus que morra,
Senão nós morreremos pouco a pouco...
Na dor e na tristeza, nos socorra,

Pois sei que em sua ausência, fico louco...
Não quero nem preciso de riqueza...
Por Deus abençoado, com certeza!

NO CURRAL DAS MINHAS LEMBRANÇAS

NO CURRAL DAS MINHAS LEMBRANÇAS

Tempo que se foi. Longe... No curral
Dessas minhas lembranças, a porteira
Aberta da esperança. É natural
Que nada mais restasse. Mas inteira
A imagem da mulher por quem sonhara.
Desde menino espero o teu regaço.
Te quero para sempre, jóia rara.
Por isso te persigo passo a passo...
A vida se perdeu em mil percalços
Nas curvas capotagens e feridas.
Meus pés de tantos cortes vãos descalços
São páginas distantes e perdidas...
Agora te encontrei; minha morena,
Porteira da esperança; aberta e plena...

MEUS LÁBIOS

Meus lábios te procuram, sem palavras...
Apenas te tocar, te dar um beijo.
Qual fora um jardineiro em belas lavras
Cuidando do canteiro, o meu desejo...

Não digo quase nada, nem preciso;
Encontro em tua boca, amada, a chave
Que leva o pensamento ao paraíso;
No toque tão sutil e mais suave...

Carinhos que se buscam, sem temor;
Nos mostram os caminhos mais concretos
Da estrada divinal, em tanto amor,

Dos sonhos que queremos; os completos...
Querida és meu alento em noite fria,
Ao te saber, minha alma se arrepia!

OUVINDO O MAR

OUVINDO O MAR

Sentado do teu lado, ouvindo o mar...
A lua prateando o teu sorriso,
O vento nos tocando devagar
Nesta expressão divina.. Paraíso...

Nas espumas, o mar a nos tocar...
Desejos nos tomando... Sem juízo
Vontade de em meus braços te tomar
Neste momento exato e mais preciso,

Entregues aos anseios sensuais
Do vento, deste mar, da branca lua...
Nos beijos que trocamos, sempre mais...

Deitamos nosso amor por sobre areia
Minha alma na tua alma continua...
Por testemunha só a lua cheia..

SOLIDÃO

SOLIDÃO

Não tinha outro estribilho, solidão;
Repasto de uma vida sem futuro
A luta neste solo amargo e duro
Expressa a mais dorida sensação.

E sei dos dias tantos que virão
Restando a sensação em raro apuro
Marcando o quanto pude e me torturo
Buscando finalmente a solução.

Sensíveis ilusões ou verso rude,
Ainda quanto possa tanto ilude
O mundo onde se emana a dor imensa.

Apenas aprendendo busco em meta
A farsa que traduz cada poeta
E a simples fantasia me compensa.

MARCOS LOURES

EU QUERO O TEU AMOR

EU QUERO O TEU AMOR

Eu quero o teu amor, nunca se esqueça.
Meus olhos te procuram e não vêm
Talvez o teu amor eu não mereça
Talvez a noite venha sem ninguém...

Eu temo uma resposta negativa
Que venha destroçar minha ilusão,
Por mais que em teu amor, eu sempre viva,
Não sei se poderei te ter ou não...

A vida se passando tão depressa,
Na pressa de encontrar o teu carinho,
Mas temo e logo mudo de conversa,

Não deixe que meu canto vá sozinho...
E tenho tal vontade de te ter,
E mergulhar bem fundo, em teu prazer...

UM MERO PRONTO-SOCORRO…

UM MERO PRONTO-SOCORRO…


Senhor que tantas vezes procurei
Durante meus tormentos, tempestades,
E tanto me esqueci, se as claridades,
Tomassem mansamente toda a grei,

O tanto que pudera e desejei,
Enquanto noutro instante entre mil grades.
Querendo em Tuas mãos que sempre agrades,
Depois já me esquecesse, isso eu bem sei.

Senhor que em oração peço o milagre,
E quando Tua paz enfim consagre,
Revolto volto ao quanto fui outrora,

Senhor, pronto socorro simplesmente?
Um egoísta servo se apresente
Qual barco em tempestade que se ancora...

DEITADO NOS TEUS BRAÇOS

DEITADO NOS TEUS BRAÇOS


Deitando nos teus braços, vou entregue
À sensação divina de saber
Que por mais que essa vida, às vezes negue,
Em cada noite, em ti, vou renascer...

Por isso, meu amor, venha e me pegue,
Me leve para dentro do teu ser
Que assim, por toda a vida a gente segue
Em nossa sintonia de prazer...

Não temo se vier a tempestade
Nem mesmo esta tormenta que é o ciúme
Eu sempre vou querer intensidade

Vivendo o nosso caso sem temor.
Quem passa por espinhos quer perfume,
Quem teve tanta dor, merece amor...

O QUANTO QUIS A SORTE

O QUANTO QUIS A SORTE

O bem que tantas vezes quis a sorte
Que não se achasse em parte quase alguma,
Expressando a verdade em alto porte,
Qual mar que em leda praia já se espuma,

Refém de uma falésia ou de penedo,
Viajo em pensamento por um tempo
Aonde bem distante do degredo,
Não via nesta vida, contratempo.

Averso às tempestades; quis bonança
Que somente amizades me trariam,
Qual nau que raro atol em paz alcança

Meus rumos, com ventura mudariam.
Assim ao persistir, bom timoneiro,
Aporto neste cais alvissareiro...

DELÍRIO

DELÍRIO

Quem sabe irá chegar uma princesa
Depois do baile, nua em tua cama.
Na esquina da ilusão, farta beleza,
Abaixo da cintura, cone em chama.

Orgástica emoção de correnteza
Vagando sobre o céu mergulha em lama,
E chega tão voraz, estende a mesa
E o fogo da paixão, logo reclama

Adentra no teu quarto, faz a festa,
Algemas, espartilhos, lingeries,
Princesa mezzo santa e meretriz.

Poreja com vigor, abrindo a fresta,
Numa sucção bem feita, chega ao cume,
E foge, num instante, vaga-lume...

NOS ALPENDRES DA ESPERANÇA

NOS ALPENDRES DA ESPERANÇA


Vago qual um pássaro migrante,
Pousado nos alpendres da esperança.
Decerto, tantas vezes inconstante,
A fera solidão quando me alcança

Refaço a migração em outro vôo
Atrozes ilusões são companheiras,
Os erros cometidos? Não perdôo,
Desfraldo, em minhas alas, as bandeiras.

Nas curvas dos caminhos, mais fechadas,
Capoto simplesmente, mas persisto.
Matando o que sonhara, velhas fadas,

Aborto uma saudade, rasgo o cisto
E existo, resistente passarinho,
Que sabe que na amiga fez seu ninho...

VONTADES INSANA

VONTADES INSANA

Adoro te sentir, vontade insana
De te tocar inteira, e te despir,
De noite, na delícia mais profana,
Sem nada e sem ninguém para impedir

Dois corpos que se querem, se desejam,
Em toda esta loucura, levitar;
Nas bocas curiosas, já latejam
Palavras que se tocam, sem parar...

Invado o paraíso, num segundo,
Respiro teu desejo sinto o cheiro,
De tantas maravilhas, eu me inundo,

Do amor deliciado, por inteiro...
A noite vai passando; lua e sol,
Estrelas nos olhares, um farol...

REPUGNÂNCIA

REPUGNÂNCIA

Aflora em minha pele repugnância
Por teus carinhos, louca cascavel,
Deixando demarcada em cada instância
As dores e os venenos, ser cruel,

Que amortalhando a vida desd’infância
É companheira amarga e mais fiel,
Legado de outros tempos, de êmese, ânsia.
Um verme que entocado, fera e fel.

À parte do que somos, sempre foste
Embuste que em herança, recebi.
Na brasa de teus erros, que eu me toste

E corte tais artérias vicinais,
Somente me matando mato a ti,
Herança de outros tempos, ancestrais..

SORRISO ENIGMÁTICO

SORRISO ENIGMÁTICO

Ao ver o teu sorrir, tão enigmático,
Com jeito de malícia em face ingênua,
Virando pra te ver, quase automático,
Percebo uma vontade, forte e tênua

De gosto e de carinho, sem limites...
Num brilho sedutor, os olhos pedem,
Não querem nem procuram mais palpites.
Os meus, ao teu sorriso sempre cedem

E assim já se concedem mil desejos.
Da santa insensatez que dá prazer,
Sorrisos que parecem mais com beijos,

Pois nos adivinhamos, sem querer...
Eu sei que os outros olham, desconfiam...
Loucuras que os sorrisos já desfiam...

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

UNICAMENTE

Unicamente sendo por talvez
Expressar o quanto pude e não refaço
Se o magistral permanecer diz passo
O que a verdade poderá não vês

Se eu sou medonho e no disfarce crês
O meu caminho em podridão eu traço
E no poder que da senzala espaço
Ocupa alcanço a procurar porquês

Não mais liberto ou tentaria ser
O que decerto sonegou prazer
Não vale a pena nem se Deus quisesse

Assim se mudo ou transmudo em prece
O quanto valho e na verdade vejo
Não merecendo nem sequer desejo.

A VIDA SEM MISTÉRIOS

A vida sem mistérios não teria
Sequer esta beleza em que se tenta
Vencer qualquer discórdia, uma tormenta
Que quando não tem fim jamais se adia,

E vendo assim a imensa fantasia
Na qual e pela qual a dor se aumenta
E quanta vez eu vejo e me atormenta
Enquanto traz o medo ou a alegria,

Imensurável tempo em carrossel
Girando eternamente dita o léu
E o véu que assim decerto nos recobre

E trama o que não sendo passa a ser,
Gerando a fonte imensa do prazer
Somente ao existir se faz mais nobre.

BYE BYE TRISTEZA

Não deixe que a tristeza te devore,
Aos poucos te fará mais infeliz.
Perceba que por mais que se demore,
Um dia tudo vem como se quis.

As noites são prenúncios de uma aurora.
Não tema pelas urzes que encontrar.
Pois saiba que a tristeza não demora
Depois uma alegria vem morar...

A cura da tristeza, uma esperança
Que nunca pode estar abandonada.
Pois saiba que o futuro que te alcança
Depende do caminho, tua estrada...

E veja com amor um novo dia,
Repleto de esperança e fantasia...

TRISTEZA

Não deixe que a tristeza tome conta
Causando no teu peito tal enfado
Um dia tantas vezes malfadado
Parece-nos, querida, como afronta

Mas creia que se amor cedo desponta
E vaga mansamente do teu lado,
O mundo surgirá iluminado
E a vida em alegria feita e pronta.

Navego contra a forte correnteza
Contigo, timoneira e capitã
Do sol de teu olhar esta beleza

Que surge junto a mim, em doce afã
Amor trazendo sempre em fortaleza
Certezas de prazer cada manhã...

DESCULPE MEUS CIÚMES

DESCULPE MEUS CIÚMES


Não deixe que alegria vire pranto
Nem mesmo que a tristeza nos invada.
Concebo nosso amor em cada canto,
Em cada poesia apaixonada...

De repente te vejo tão distante
Dos olhos que incendeiam em amor.
Não deixe que esta vida, num rompante,
Acabe por motivo qual que for.

Não quero ser um barco sem ter leme,
Nem quero ser caminho sem ter fim.
Por mais que calma a noite, amor já teme
A solidão das noites, tão ruim...

Peço-te que esse amor nunca se esfume,
Desculpe, por favor, o meu ciúme...

NÃO DEIXE QUE ESSA LUA VAI EMBORA

Não deixe que essa lua vá se embora,
Impeça nosso amor que cultivamos,
A forma com que tanto amor aflora
Não pode ser do jeito que sonhamos.

Eu vivo sem saber destas tais flores
Que tanto semeamos nos jardins,
Amando sem contar com teus amores,
A noite vai perdendo rumos, fins...

A solidão queimando qual quimera
Vazio nos tomando no depois,
As garras tão terríveis da pantera,
Na solidão que estamos, mesmo a dois...

Não sei se poderemos nos salvar
Talvez em outros braços, sim, amar!

NÃO DEIXE QUE ESSA LUA VAI EMBORA

Não deixe que essa lua vá se embora,
Impeça nosso amor que cultivamos,
A forma com que tanto amor aflora
Não pode ser do jeito que sonhamos.

Eu vivo sem saber destas tais flores
Que tanto semeamos nos jardins,
Amando sem contar com teus amores,
A noite vai perdendo rumos, fins...

A solidão queimando qual quimera
Vazio nos tomando no depois,
As garras tão terríveis da pantera,
Na solidão que estamos, mesmo a dois...

Não sei se poderemos nos salvar
Talvez em outros braços, sim, amar!

TEUS OLHOS

Teus olhos... São tão belos, sedutores,
Me sinto hipnotizado quando os vejo,
Como luzeiros acariciadores,
Faróis que sintonizam teu desejo...

As minhas mãos, meus lábios buscam flores
Em cada novo toque e doce beijo,
Deitando em teu amor, os meus amores,
Fixado neste olhar, cada lampejo

É como desnudar-te por inteiro,
É ver tua alma intensa e desejosa.
Conhecer o diamante verdadeiro

Que tenho em minhas mãos, arrepiada...
Sentindo na loucura voluptuosa
Tua beleza infinda, minha amada...

EU TE AMO SIMPLESMENTE

Eu te amo, simplesmente, e apesar
De todos os reveses ocorridos,
Meus dias na verdade são cumpridos
Distantes da tristeza e do pesar

Que mesmo que em retalhos retorcidos
Irei sem nem sequer pestanejar,
Mesmo que estejas solta a navegar
Por ermos siderais desconhecidos.

Eu te amo no segredo que jamais
Poderia conter quem sabe de
Todos os destinos, porto e cais,

Do ser emoldurado em fantasia.
Incrível que pareça amor me acode
Mesmo na solidão ou na agonia...

TERNURA

TERNURA


O nosso amor derrama esta ternura
Que invade cada parte do meu ser.
Deixar de amar assim, é que é tortura,
Amor que já se esbalda de prazer...

Na boca desejada, mel e doce,
Nos teus carinhos mansos, meu desejo.
A vida, que é tão sábia, já nos trouxe
Toda a felicidade num lampejo

Voraz e tão intenso em harmonia,
Com sol e lua, mar em amplitude,
Juntando esta beleza em sintonia
Amando sempre mais do que já pude...

Eu quero o nosso amor, carta marcada,
Deitando no teu colo, minha amada....

E SOU FELIZ

Aguardo o teu carinho e sou feliz,
Meus olhos são teus olhos, simplesmente.
Do amor que me ensinaste, um aprendiz;
Que quer dançar contigo, novamente...

Numa ciranda eterna sem fronteiras
Montanhas, horizontes, nosso fado.
Palavras tão sinceras, verdadeiras
Não deixamos de dar nosso recado.

Eu sinto o teu perfume neste vento
Que fala em liberdade e da justiça
Numa harmonia imensa, o pensamento
Já não suporta mais qualquer cobiça

Que não seja por paz e por carinho,
Forrar de amor amigo o nosso ninho...

TRANSBORDANDO FELICIDADE

Amar é transbordar felicidade
Não é ser singular, é ser plural.
É conhecer a vida de verdade,
Vagar, com pés no chão, por todo astral.

Amar é conceber a liberdade
E sempre querer bem, negar o mal,
Potência que se faz força e vontade,
Sem artifícios ser mais natural...

Eu quero todo encanto deste amor,
Que é por apenas ser e nada mais.
Um paraíso em canto, salvador.

No versejar alegre e tão festivo,
Trazemos nosso amor, que é feito em paz,
Do qual e pelo qual, respiro e vivo!

NÃO CHORE MEU AMOR

NÃO CHORE MEU AMOR

Não chore meu amor; o sol responde,
Teu brilho já se estampa nos meus braços,
Por vezes te procuro, mas aonde?
Não deixa-se envolver por meus abraços...

Vagueio a te buscar por todo o dia,
À noite tão cansado, vou dormir,
Quem dera ter amor, tanta alegria,
Ó lua, venho agora te pedir

Um pouco de carinho, um manso beijo,
Estou apaixonado, em ti me aclaro.
Por tantas vezes sonho e te desejo
Bem mais que só no eclipse tão raro...

Assim cantando à lua, o pobre sol,
Procura sua amada... Girassol...

SEDUÇÃO

SEDUÇÃO

Ceder à sedução louca e voraz
Que faz com que eu me entregue totalmente,
Ousando este carinho mais audaz,
A boca percorrendo lentamente

Os vales, as montanhas, os canteiros,
Aos poucos, decorando a geografia
Em todos os relevos verdadeiros,
Vertendo em cachoeiras, a alegria...

Tremores, terremotos, furacões,
Marés, ventos solares, tempestades,
Correntes, maremotos, convulsões,

Em ondas de fatais felicidades.
Num grito de vitória e de conquista,
No revirar dos olhos, céu avista...

CONTAR CONTIGO

CONTAR CONTIGO

É sempre bom poder contar contigo,
Amiga e companheira predileta.
A mão que me protege do perigo,
Futuro que pensei em linha reta.

Palavra mais bonita que persigo,
Um coração que sonha ser poeta,
Teu colo representa sempre abrigo,
A sensação divina e mais concreta

De termos alegria e tanta paz,
Capaz de nos tornar bem mais felizes.
Ao perdoar meus erros e deslizes

Uma certeza enorme já me traz.
Ao impedir que a dor, enfim prossiga,
Decerto, eu te agradeço. Minha amiga...

MEU DEUS...

MEU DEUS...


Um Deus que seja feito em puro amor,
Sem ter a face rude e vingativa,
Tampouco a mão cruel e sempre altiva,
Nas tramas do Perdão, meu Redentor,

Amigo e companheiro, eis o louvor,
Que traga esta expressão mais nobre e viva,
E que jamais da Luz onde Conviva
Nos prive, sem traçar duro pavor.

Irmão e Pai sem tantas ameaças,
O nome? Pouco importa, trague as Graças,
Em fartas iguarias, santidade,

E seja de nós todos, claro alento,
Da Paz que nos transforme; este provento,
Na mais sublime força, a da igualdade.

ENCANTO INTENSO

ENCANTO INTENSO

Amor, encanto imenso em canto eterno
Que traz a solução para os meus medos.
Se em tanto amor, portanto, vou tão terno,
Amar é decifrar nossos segredos...

Amor não me permite um frio inverno,
Trazendo as primaveras como enredos,
Vestindo em alegria, rasgo o terno
E trago a liberdade nos meus dedos...

Eu quero em nossa vida, esta euforia,
De ser o que tu queres. Plenitude!
Cantando dia a dia, a poesia

Que traz nova manhã em puro encanto.
Amando sempre mais, tão amiúde,
Os olhos p'ro futuro eu já levanto!

TE SENTIR INTEIRAMENTE

TE SENTIR INTEIRAMENTE

Eu quero te sentir inteiramente
Entregue em minhas mãos, doce promessa,
Desejos me dominam corpo e mente;
E, de repente, a vida não tem pressa...

Ao fechar meus olhos, calmamente,
Minha alma calorosa se confessa
Neste sentir, apaixonadamente.
E o coração dispara e já se apressa...

Eu te quero deitada no meu peito,
Sentindo em teu silêncio; o sol, a lua...
Depois de tanto sonho satisfeito,

Deitar em teu cansaço os meus cansaços,
E tendo a sensação de quem flutua
Ir sonhando acordado, nos teus braços..

NAS SENDAS DESTE AMOR

NAS SENDAS DESTE AMOR

Nas sendas deste amor em seda e renda
Mensagens e carinhos que trocamos.
Mistério do querer que se desvenda,
Enquanto bem mais fortes, nos amamos.

Sabemos das histórias, cada lenda
De escravos e cativos, servos, amos.
Amor nos adoçando; na moenda
Garapa e puro mel nós encontramos.

Assim anunciando um novo dia
De sonhos e palavras mais constantes
Vagamos por espaços siderais,

Fazendo os nossos elos, poesia,
Eu peço encarecido que tu cantes
Amores que sabemos bons demais...

A ETERNIDADE A CADA DIA

A ETERNIDADE A CADA DIA

Eu quero que tu sejas minha amada,
Vivendo eternidade a cada dia,
Saiba: tu és meu anjo e minha fada,
Sinônimo de eterna fantasia...

Marcamos nossos passos pelos céus,
As nuvens servirão de testemunhas,
Estrelas deslindando brancos véus
Te quero muito mais do que supunhas...

Amor que se transborda e nos faz crer
Que o mundo é mais bonito e sensual,
Descubro-te guardada no meu ser,

Amar o teu amor é natural.
Estou aqui, amada ao teu dispor,
Gritando a todo o mundo, o nosso amor...

O MANSO CAIS

O MANSO CAIS

Só quero que tu sejas para mim,
O manso cais que sempre acolherá
Não quero simples flores em jardim,
Por certo nosso caso brilhará

Intenso como o sol que nos bronzeia
E manso como a lua que nos toca,
Aos poucos, mansa chama se incendeia
E mesmo tão intenso, não sufoca.

Abelhas, mel, ferrão, rosas, espinhos,
Vivemos cada fase deste amor,
Buscando a sensação em nossos ninhos,
Da vida sem ter pena e sem temor.

Doamos nossa vida à primavera
Sabendo do prazer que nos espera...

UM BANQUETE

UM BANQUETE

Amor é um banquete extasiante
Que apenas alguns poucos reconhecem,
Viver é sempre um sonho deslumbrante
Moldado por artistas que o tecem

Com fios de esperança e de justiça
Nos teares mais perfeitos da ilusão,
Amor quando não sabe o que é cobiça
Prepara alucinante, uma explosão.

Eu falo deste amor que é mais que tudo,
Amor num canto amigo e lisonjeiro,
Não canto o sentimento mais miúdo
Que rasga e não permite ser inteiro...

Por isso minha amada, como é bom,
Poder cantar o amor no mesmo tom...

ABÁCULO

ABÁCULO

Recordo-me, criança, de um abáculo.
Uma herança ancestral, de minha vó,
Vivia jogado em denso pó,
Nas ermas cercanias; um oráculo.

A vida repetindo este espetáculo,
Refazendo aos poucos cada nó
Dos meus sonhos. Meu mundo rococó;
Duro medo, espalhando em retináculo.

Cercava, rodeando feramente,
Clivava vagueando vorazmente,
Não deixando sequer restar escapo.

Escalpos exigindo, todo trapo
Do que fora resquício de uma vida,
Minha história, no abáculo perdida...